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UNIP – CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU – SEI DISCIPLINA: Fundamentos do Direito Ambiental PROFESSOR: Ivan Carneiro Castanheiro1 Tema: Terminologia Ambiental (conceitos) INTRODUÇÃO A necessidade de conservação e preservação do meio ambiente não foi desde logo percebida pelo homem, o qual explorava e, em certa medida, ainda explora a natureza como fonte inesgotável de recursos. Nesse contexto, o bem ambiental é visto como propriedade particular, disponível e não passível de restrições em sua fruição, servindo aquele(s) que detém a propriedade e/ou os meios de produção, os quais se julgam em posição privilegiada do ponto de vista econômico e social, pois são os atores que gerenciam a atividade econômica geram emprego e oportunidade às pessoas. Assim, justifica-se a degradação ambiental em razão da necessidade de produção de riquezas, utilizando-se da tese que os fins justificam os meios. Por outro lado, o meio ambiente ecologicamente equilibrado é visto como necessário para se garantir qualidade de vida, saúde e dignidade às pessoas, valores protegidos constitucionalmente. Como a atividade econômica, em geral, gera inevitável poluição, surge o dilema, preservar os recursos naturais para se garantir qualidade de vida para as presentes e futuras gerações humanas, bem como garantir a integridade dos demais seres vivos (fauna e flora) ou se permitir o desenvolvimento das atividades econômicas, de uma maneira sustentável, conservando-se os recursos naturais para que possam servir às atuais e às futuras gerações. Na primeira hipótese, estar-se-á agindo com uma visão biocêntrica do Direito Ambiental, enquanto estar-se-á desenvolvimento uma política econômica e social com uma visão antropocêntrica do Direito Ambiental, onde o Meio Ambiente é visto como um bem a serviço do homem, o qual tem a obrigação de dele cuidar para garantir a sua própria sobrevivência e bem-estar. A disciplina “Fundamentos do Direito Ambiental” procurará abordar esse dilema em todas as suas nuances, para tanto passando pela exposição de conceitos indispensáveis à adequada compreensão da questão, pela exposição da evolução da legislação ambiental no Brasil, pelo estudo dos objetivos, princípios e fontes do Direito Ambiental, pela análise da Política Nacional do Meio Ambiente e pela participação da sociedade nas questões ambientais. Também serão objetos de 1 O autor é: Mestre em Direito Difusos e Coletivos – PUC/SP; Prof. de Direito Constitucional e de Direito Penal da UNIP, Campus Limeira; Prof. do Curso de Pós Graduação em Direito Ambiental da UNIMEP, Campus Piracicaba; 2º Promotor de Justiça de Americana; Coordenador da Área de Habitação e Urbanismo do Centro de Apoio Operacional Cível e de Tutela Coletiva do Ministério Público do Estado de São Paulo; 1º Vice-Presidente do Conselho Nacional de Coordenadores de Centro de Apoio de Urbanismo e Meio Ambiente (CONCAUMA). estudos as relações que o Direito Ambiental possui com os demais ramos do Direito para poder alcançar seus objetivos. CONCEITOS AMBIENTAIS E SUAS CONTEXTUALIZAÇÕES MEIO AMBIENTE: Para se tratar de “meio ambiente”, primeiro é preciso se ter em mente qual é o seu significado legal e doutrinário. A Lei de Política Nacional do Meio Ambiente (LPNMA), nº 6.938, de 1981, em seu artigo 3º, inciso I, assim o conceitua: Art. 3º, I, da Lei nº 6.938/81: “o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”. José Afonso da Silva, por sua vez, conceitua Meio Ambiente como sendo “a interação do conjunto de elementos naturais, artificiais e culturais que propiciem o desenvolvimento equilibrado da vida em todas as suas formas”. 2 Falando da importância e significado do Direito Ambiental, ressalva o Professor Paulo Affonso Leme Machado: “O Direito Ambiental é um direito sistematizador, que faz a articulação da legislação, da doutrina, da jurisprudência concernentes aos elementos que integram o ambiente. Procura evitar o isolamento dos temas ambientais e sua abordagem antagônica. Não se trata mais de construir um Direito das águas, um Direito da Atmosfera, um Direito do solo, um Direito Florestal, um Direito da fauna ou um Direito da biodiversidade. O Direito Ambiental não ignora o que cada matéria tem de específico, mas busca interligar esses temas com a argamassa da identidade dos instrumentos jurídicos de prevenção e reparação, de informação, de monitoramento e de participação.”3 Já Celso Antônio Pacheco Fiorillo, resume o significado de Meio Ambiente, afirmando “é tudo aqui que nos circunda”.4 Conforme dispõe o artigo 2º, inciso I, da Lei nº 6.938/81, “o meio ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo”. Como se pode ver das definições retro, o conceito de meio ambiente é bastante elástico, abrangendo todas as formas de interação entre os seres vivos que habitam nosso planeta, não se focando somente no homem, na flora ou na fauna, mas no conjunto dessas relações, que são interdependentes, de maneira que a alteração no habitat de um deles influencia ou pode influenciar nos demais. Por isso 2 Direito Ambiental Constitucional, Ed. Malheiros, 7ª Ed, 2009, p. 20. 3 Direito Ambiental Brasileiro, Ed. Malheiros, 17ª Ed, 2009, p. 54-55. 4 Curso de Direito Ambiental Brasileiro, Ed. Saraiva, 3ª. ed, 2002, p.19. há uma necessidade de gestão ambiental cuidadosa e multidisciplinar, com uma visão global ou holística, do todo para as partes, como pontifica Antônio Herman Benjamin de Vasconcellos.5 Embora o Meio Ambiente possa e deva ser visto em conjunto, para fins de estudo e abordagem multifacetária, conveniente que se proceda a sua tipologia, segundo o contexto em que se situe. Assim, ele pode ser classificado em Meio Ambiente Natural, Artificial, Cultural, do Trabalho e Genético. Vejamos. O Meio Ambiente Natural é composto dos seguintes elementos: água, ar, fauna, flora e solo, os quais, mais adiante, serão visto com maiores detalhes. O Meio Ambiente artificial compõe o espaço construído pelo homem no ambiente urbano, sendo constituído das cidades ou metrópoles, ou seja, pelo conjunto de edificações e de equipamentos públicos, como ruas, praças, áreas verdes e espaços livres em geral)6. O Meio Ambiente Cultural é o resultado da história de um povo, que vai sendo construída como seu modo de vida e crenças, decorrentes da miscigenação racional e cultural. Constitui o patrimônio cultural as obras monumentais de arquitetura, escultura ou pintura, bem como os conjuntos arqueológicos, arquitetônicos ou paisagísticos de valor universal excepcional. Já o Meio Ambiente do Trabalho, ou ambiente laboral, como o próprio nome diz, está ligado às condições de trabalho da pessoa, as quais geram consequências positivas ou negativas, estas ocasionado ao trabalhador, imediata ou paulatinamente problemas físicos e psíquicos de toda ordem, tais como defeitos físicos ou doenças profissionais. Nesse diapasão, faz parte do meio ambiente do trabalho o direito à higiene, à segurança, à proteção contra os riscos e doenças profissionais. O Meio Ambiente Genético constitui-se do conjunto dos genes das espécies ou populações de seres vivos, dentre elas o homem. Proteger o patrimônio genético é garantir a integridade da vida humana contra a manipulação genética. Do contrário estar-se-á permitindo a criação de novas formas de vida, com comprometimento da linhagem genética e perda da identidade das pessoas e de sua dignidade. ECOLOGIA A Ecologia pode ser definida como a “Ciência que estuda as condições de existência dos seres vivos e as interações de qualquer natureza, existentes entre os seres vivos e seu meio”.7 5 Introdução ao DireitoAmbiental Brasileiro. In: Manual prático da Promotoria de Justiça do Meio Ambiente, p. 23. 6 Silva, José Afonso da. Direito Ambiental Constitucional, Malheiros, 2009, p. 21. 7 Dajoz, Roger. Ecologia Geral, 4ª ed., Trad. Francisco M Guimarães, Petrópolis, Vozes, 1983, p. 14. Conforme ensina José Afonso da Silva, o termo Ecologia, segundo os movimentos ambientalistas, tem sentido diverso daquele de ciência do conhecimento sistematizado, pois usado com o objetivo de expressar defesa, proteção, preservação da qualidade essencial das relações e interações ambientais.8. A Ecologia, em suma, pode ser definida como o estudo das interações dos seres vivos entre si e com o meio ambiente, sendo ramo da ciência de fundamental importância para o Direito Ambiental, visto que se este sistematiza conhecimentos e disciplina regras de conduta humana para conservação, preservação e restauração dos recursos naturais. Assim, não poderá prescindir da ecologia nesta importante e crucial tarefa, que tem relação direta com os destinos de todos os seres vivos. Nesse contexto, cabe mencionar a abrangência das condutas tendentes a conservar, preservar e restaurar os recursos ambientais. Nesse sentido, valendo-se das preciosas lições de Luís Paulos Sirvinskas, pode-se afirmar que conservar “é resguardar, manter e continuar a ter a flora”. Já preservar: “é defender e proteger a flora e outros recursos naturais daquela região, admitindo-se apenas o uso indireto desses recursos”. Explica o autor que “a preservação é mais rígida que a conservação”. Para Sirvinskas regenerar: “é recompor no estado anterior a área degrada”.9 ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE: Como estamos tecendo considerações sobre preservação, vale abordar a polêmica e importantíssima questão das áreas de preservação permanente (APP), bem como da reserva legal. A Lei nº 4.771/65, conhecida como Código Florestal, em seu artigo 1º, III, define Área de Preservação Permanente como “área protegida nos termos dos arts. 2o e 3o desta Lei, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem- estar das populações humanas”. No artigo 2º, o Código Florestal vem detalhar as situações em que a área deve ser permanentemente preservada, sendo que houve alterações nas distâncias das matas ciliares em relação ao leito do rio, pela Lei 7.803, de 18/07/89. Tais metragens variam de acordo com o tamanho do corpo d´água e são as seguintes: “a) ao longo dos rios ou de qualquer curso d'água desde o seu nível mais alto em faixa marginal cuja largura mínima será: 8 Op. cit., p. 86. 9 Sirvinskas, Luís Paulo. Manual de Direito Ambiental, 2. Ed., São Paulo: Saraiva, 2.003, p. 188. vinic Nota Lei Revogada pelo novo Código Florestal - Lei 12.651/2012 1 - de 30 metros para os cursos d'água de menos de 10 metros de largura; 2 - de 50 metros para os cursos d'água que tenham de 10 a 50 metros de largura; 3 - de 100 metros para os cursos d'água que tenham de 50 a 200 metros de largura; 4 - de 200 metros para os cursos d'água que tenham de 200 a 600 metros de largura; 5 - de 500 metros para os cursos d'água que tenham largura superior a 600 metros; b) ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d'água naturais ou artificiais (Resolução Conama 302/03); c) nas nascentes, ainda que intermitentes e nos chamados "olhos d'água", qualquer que seja a sua situação topográfica, num raio mínimo de 50 metros de largura; d) no topo de morros, montes, montanhas e serras (Resolução Conama 303/02); e) nas encostas ou partes destas, com declividade superior a 45°, equivalente a 100% na linha de maior declive; f) nas restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues; g) nas bordas dos tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100 metros em projeções horizontais; h) em altitude superior a 1.800 metros, qualquer que seja a vegetação.” Somente podem existir supressões de vegetação em de APP em caso de utilidade pública e interesse social (art. 4º do Código Florestal), os quais estão definidos no artigo 1º, incisos IV e V, respectivamente. As áreas de preservação permanente não devem existir somente no campo, mas também e especialmente nas áreas urbanas, pois ali a vegetação ribeirinha tem, basicamente, as seguintes funções: reter as águas pluviais (permeabilidade do solo), evitando as enchentes, contribuir para a estabilidade geológica do solo (evitar desmoronamentos, combatendo as áreas de riscos), embelezamento da paisagem, combate às ilhas de calor e à poluição, além de poder servir como áreas de lazer, gerando saúde e bem-estar à população. Nada obstante haja polêmica sobre o assunto, o artigo 3º, parágrafo único do Código Florestal prevê que nas áreas urbanas as áreas de preservação permanente devem ter as mesmas medidas e proporções das áreas rurais, posição que tem prevalecido. Há quem defenda a aplicação do artigo 4º, inciso III, da Lei 6.766/79, conhecida como “Lei Lehmann”, o qual prevê 15 metros de área não edificável, argumentando que se trata de uma lei específica para parcelamento de solo e que o Código Florestal tem seu âmbito de incidência somente na zona rural. Entretanto, considerando-se que a redação do Código Florestal foi posterior à da Lei Lehmann, pois introduzida pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989, com a seguinte redação “No caso de áreas urbanas, assim entendidas as compreendidas nos perímetros urbanos definidos por lei municipal, e nas regiões metropolitanas e aglomerações urbanas, em todo o território abrangido, obervar-se-á o disposto nos respectivos planos diretores e leis de uso do solo, respeitados os princípios e limites a que se refere este artigo” (art. 2º, parágrafo único), tem vingado a tese de que deve ser preservado no mínimo 30 metros. Já a Área de Reserva Legal está assim definida no art. 1º, inciso II, Código Florestal “área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, excetuada a de preservação permanente, necessária ao uso sustentável dos recursos naturais, à conservação e reabilitação dos processos ecológicos, à conservação da biodiversidade e ao abrigo e proteção de fauna e flora nativas”. O artigo 16 do mencionado “codex” estabelece que em áreas de floresta da região da Amazônia Legal 80% da propriedade será considerada como de reserva legal, enquanto no cerrado de tal região será de 35% e 20% nas demais regiões do país. Não pode haver supressão de vegetação nessas áreas, permitindo-se o manejo sustentável (§ 2º). Na Área de Reserva Legal, como exceção (art. 1º, III, do Código Florestal) podem ser computadas as Áreas de Preservação Permanente, desde que não implique em conversão de novas áreas para o uso alternativo do solo e a soma de ambas as áreas exceder aos limites retro citados (§ 6º), devendo a Reserva Legal ser averbada no registro de imóveis (§ 8º). A diminuição das restrições em áreas de preservação permanente e de reserva legal tem sido tema de acirrados debates no Congresso Nacional, onde a bancada ruralista pretende efetuar modificações no Código Florestal, com o objetivo de reduzir as restrições sob o pretexto de elas ocupam grande parte da área explorável economicamente, inviabilizando a propriedade. Rebate-se tal argumento com a assertiva de que as restrições de exploração às áreas ambientalmente protegidas fazem parte da função social da propriedade, previstas nos artigos 5º, inciso XXII, 170, III e 184, “caput”, da Carta Magna, sendo um ônus do titular do domínio ou do posseiro, não havendo desapropriação indireta e não cabendo indenização, tese que até aqui tem prevalecido. POLUIÇÃO AMBIENTAL: A poluição está definida no artigo 3º, inciso III, da Lei nº 6.938/81, nos seguintes termos:“ a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente: a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; c) afetem desfavoravelmente a biota; d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; e) lançem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos. Doutrinariamente, conceitua-se poluição como “Qualquer modificação das características do meio ambiente de modo a torná-lo impróprio às formas de vida que ele normalmente abriga”10 De se consignar que poluição sempre existiu e sempre existirá, mas, para ser considerada como tal, a modificação ambiental deve influir de maneira nociva ou inconveniente, diretamente ou indiretamente, na vida, na saúde, na segurança e no bem-estar da população, nas atividades sociais e econômicas da comunidade, na biota ou nas condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente11 FAUNA Segundo o professor Paulo Affonso Leme Machado, a fauna pode ser definida como o “conjunto de espécies animais de um determinado país ou região”. Para ele, quando se refere a animal silvestre este pode ser o domesticado, o da selva ou o bravio. Como animais silvestres pode-se entender aqueles de pelo ou de pena. Poder-se-ão ser enquadrados na fauna silvestre aqueles animais que vivem naturalmente fora do cativeiro, conforme previsão do artigo 1º da Lei 5.197/67, a qual dispõe sobre proteção á fauna e dá outras providências. No conceito de fauna aquática podemos incluir os peixes, os crustáceos, as baleias e outros animais que vivem nas águas. Enfim, todos os animais de uma determinada região ou período geológico. A exemplo do que ocorre com a flora e com a floresta, mais adiante abordadas, compete, concorrentemente, à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios a preservação da fauna (art. 23, VII, da CF), pois nos termos do artigo 225, § 1º, inciso VII, a proteção da fauna é um dos meios de assegurar o meio ambiente equilibrado, conforme ressalta José Afonso da Silva.12 Há uma distinção entre fauna silvestre brasileira, a fauna exótica e a fauna doméstica. Na fauna silvestre brasileira estão compreendidos as espécies nativas migratórias ou qualquer outra com ciclo de vida ocorrendo no território brasileiro. A fauna silvestre exótica são aqueles animais cuja espécie ou subespécie não esteja distribuída dentro do território geográfico brasileiro ou que aqui tenham sido introduzidas. A fauna doméstica é formada por “todos os animais que através de processos tradicionais e sistematizado de manejos e/ou melhoramentos zootécnico tornaram-se domésticos, apresentando características biológicas em estreita dependência do homem” 13. FLORA E FLORESTA: 10 Gurgel, Alfredo do Amaral Gurgel – Segurança e Democracia, 1976. 11 Silva, José Afonso da. Direito Ambiental Constitucional, p. 31-32. 12 Op. Cit., p. 195. 13 Silva, José Afonso da. Direito Ambiental Constitucional, p. 195-196. O Conceito de Flora que o gênero, enquanto Floresta é espécie, pode ser assim trazido à baila: “É o conjunto de plantas de uma região, de um país ou de um continente”14. A flora abrange as Florestas (Floresta Amazônica, Mata Atlântica etc.) e quaisquer tipos de vegetação (cerrados, caatingas, restingas, manguezais, matas ciliares etc..). Observa José Afonso da Silva que o termo “flora” é empregado na Constituição Federal no singular, enquanto “Floresta” está sempre no plural, daí surgindo a idéia que “a flora é um coletivo que se refere ao conjunto das espécies vegetais do país ou de determinada localidade. A flora brasileira compõe-se, assim, de todas as formas de vegetação úteis à terra que revestem, o que inclui as florestas, cerrados, caatingas, brejos e mesmo as forrageiras nativas que cobrem os nosso campos naturais.”.15 14 Sirvinskas, Luís Paulo. Manual de Direito Ambiental, p. 188. 15 Op. Cit., p. 161-162.
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