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Diversidade estrutural e funcional dos lipídeos

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Diversidade estrutural e funcional dos lipídios 
- 2% → biomoléculas com menor percentual de ocorrência nas células 
- biomoléculas muito heterogêneas com um leque de funções grande para a célula 
- lipídios não constituem polímeros: ​diferentemente de proteínas, por exemplo → são formados                       
por subunidades mas, quando organizados em formas mais complexas, não formam polímeros 
 
PROPRIEDADES DOS LIPÍDIOS: 
- são moléculas apolares → hidrofóbicas 
- são untuosos ao tato → apresentam certa viscosidade 
- possuem densidade melro do que a água (separação de fases), onde são emulsionados →                           
imiscíveis 
- segunda foto: adicionado um agente emulsificador →             
fragmentação da porção lipídica que puderam formar as               
microesferas 
- propriedade aplicada para estabilizar produtos         
cosméticos e terapêuticos: cremes, pomadas, etc →             
emulsões de água em óleo ou emulsão de óleo em água                     
(a primeira parte sempre é a mais abundante) 
 
COMPONENTES DOS LIPÍDIOS: 
- ácidos graxos: reserva energética, manutenção da temperatura corporal, sinalizadores                 
celulares, mediadores inflamatórios, surfactantes pulmonares. transmissão de impulsos               
nervosos, componentes de estrutura hormonal 
- isoprenos: unidades de 5 carbonos que se repetem, normalmente formando uma cauda                       
isoprenílica → terpenos (vitaminas lipossolúveis, por exemplo) e esteróides - isoprenóides 
- pró-coagulantes, antioxidantes, função digestiva, transportadores de elétrons na cadeia                 
respiratória, componentes de estrutura       
hormonal 
- exemplos de lipídios: TAG (triacilgliceróis - 3 ácidos               
graxos) → 90% da dieta lipídica, FL/GL             
(fosfolipídios/glicolipídios), ÉSTER COL (ésteres de         
colesteril), vitaminas → principais lipídios de fontes             
exógenas 
- lipídios adquiridos na dieta passam por um             
processo de emulsificação (sais biliares) e de             
ação enzimática, principalmente pela ação das           
enzimas pancreáticas e intestinais 
- quilomicrons: lipoproteínas enriquecidas com       
TAG que contém também éster col, FL e               
camada proteica (99% lipídios e 1% proteína) →               
formação no intestino - passagem para           
corrente linfática - atinge circulação sanguínea           
- degradação - liberação dos principais           
constituintes lipídicos para serem estocados no tecido adiposo → ​principal forma de                       
estocagem de lipídios é na forma de TAG no tecido adiposo​ (reserva energética) 
- quilomícron remanescente volta para o fígado com o restante do conteúdo lipídico 
- TAG​: glicerol + caudas carbonadas (sendo que a primeira não apresenta insaturação) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ÁCIDOS GRAXOS 
- série ômega 3, 6, e 9 ​→ mais comuns e abundantes nas fontes alimentares 
- insaturados: possuem insaturações nas caudas carbonadas 
- posição da insaturação: ômega 3 → C3=C4 // ômega 6 → C6=C7 // ômega 9 → C9=C10 
- podem ser classificados em ESSENCIAIS ou NÃO ESSENCIAIS 
- ácidos graxos são fontes da molécula Acetil-CoA → leva em consideração o tamanho da cadeia:                             
quanto mais longa a cadeia, melhor o ácido graxo do ponto de vista metabólico/energético 
- gordura trans: alimento industrializados e de fonte natural (ex: leite) - fonte exógena → ​elevam os                               
níveis de TAG e LDL; diminuem o nível de HDL 
- recomendação da OMS: ingestão máxima de 2g/dia 
- vantagem para indústria alimentícia do enriquecimento de alimentos com gorduras trans:                     
conferem maior palatabilidade, consistência, maior vida de prateleira (validade) 
- gordura cis: benéfica → forma de estocagem e componente dos lipídios de membrana 
 
ÁCIDOS GRAXOS EM LIPÍDIOS DE MEMBRANA: 
- fosfolipídios: moléculas polares → apresentam cabeça polar voltado para as faces aquosa da                         
célula (MEC ou citoplasma) 
- exemplos: ​fosfatidilcolina → FL muito abundante nas membranas celulares;                 
glicerofosfolipídio ou ácido fosfatídico (glicerol com 2 AG e um grupo fosfato) com o                           
ligante X como colina 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
plasmalogênios ​→ FL com primeiro AG com ligação éter → ​exemplos: ​tipo fosfatidilcolina                         
(lecitina), DPPC (dipalmitoilfosfatidilcolina) e fator ativador de plaquetas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
● AÇÃO DOS PLASMALOGÊNIOS NOS ALVÉOLOS PULMONARES (DPPC): ​surfactante               
pulmonar - a porção polar do FL interagem com a hipofase aquosa do alvéolo pulmonar,                              
gerando um efeito tensoativo, permitindo a expansão alveolar à medida que o ar é                           
inspirando e evitando o colabamento alveolar quando o ar é expirado; evita síndrome da                           
angústia respiratória principalmente em RN; 80% da camada surfactante é composto por                       
DPPC (sintetizados por cel cubóides que revestem a parede alveolar) 
- FL com álcool esfingosina:​ esfingomielina → grupo mais abundante dentre os esfingolipídios 
 
 
 
 
 
 
 
 
- glicolipídios: ​esfingolipídeo → presença do álcool esfingosina 
- DOENÇA DE TAY SACHS: ​relacionada aos gangliosídeos GMS → ausência de uma enzima de                           
degradação gera acúmulo dessa substância em lisossomos neuronais causando cegueira, retardo                     
psicomotor, demência antes de 2 anos de idade 
- clivagem de glicerofosfolipídio de membrana (fosfatidilinositol): relacionado com sinalização                 
celular via enzima PKC (proteína quinase C) → degradação da molécula em INOSITOL TRIFOSFATO                           
(IP3) e DIACILGLICEROL (DAG) está relacionado com sinalização celular e mecanismos de expressão                         
gênica. 
- PKC: ​dependente de cálcio → IP3 (móvel) sensibiliza a liberação de cálcio 
 
 
ÁCIDOS GRAXOS COM FUNÇÃO HORMONAL: 
- eicosanóides: são derivados cíclicos do ácido araquidônico 20:4 ​(AG poliinsaturado abundante                     
em FL de membrana) → compreendem as prostaglandinas, prostaciclinas, tromboxanas e os                       
leucotrienos 
- são denominamos hormônios parácrinos pois agem no local onde são produzidos 
- fosfolipase A2: cliva a substância para liberação do AA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ISOPRENÓIDES 
- sintetizados a partir da condensação de múltiplas unidades de isopreno (5C) 
- compreendem os ​terpenoides ​e os ​esteroides 
 
TERPENOS:  
- são hidrocarbonetos acíclicos ou que apresentam uma porção cíclica na molécula → ​vitaminas                          
lipossolúveis​ (A, E, K) 
- contém apenas C H O em sua composição 
- são absorvidas no intestino, em presença de gorduras na dieta 
- digestão ocorre por bile e transporte linfático 
- alto risco de toxicidade por megadoses → raro 
- excreção predominantemente fecal 
- podem ser estocadas → tecido adiposo, muscular e, principalmente, no fígado (exceto vit K) 
 
VITAMINA A:​ ação dos beta-carotenos e seus derivados 
- ciclo visual: visão das cores (ação em cones e bastonetes) → grupo postético da rodopsina 
- crscimento, reprodução e manutenção das células epiletiais 
- imunidade 
- regulação da expressão gênica durante a diferenciação celular 
 
VITAMINA E:​ forma ativa mais frequente → alfa tocoferol 
- importante anti-oxidante → associação com membranas celulares e lipoproteínas do sangue                     
(evita danos aos eritrócitos e danos neurológicos) 
- captação de O2 e radicais livres → reação do anel aromático de sua estrutura 
- transportada pelas lipoproteínas → evita a oxidação de LDL evitando a formação de placas de                             
ateroma 
- armazenamento ocorre no tecido adiposo e muscular 
- termolávil → frituras acabam destruindo sua estrutura molecular e inativando a vitamina 
 
VITAMINAK1:​ filoquinona 
- transportada pelas lipoproteínas →       
não armazenável 
- biodisponibilidade restrita: ocorre     
majoritariamente no fígado (exercendo       
efeito bastante importante como       
cofator de enzimas pró-coagulante, a         
protrombina​) → atua como cofator         
para que a protrombina seja         
convertida em trombina 
- a deficiência de vitamina K retarda a             
coagulação sanguínea: pode levar a         
eventos hemorrágicos → medeia a         
carboxilação do resíduo de Glu para           
que haja a modificação da         
protrombina que irá sofrer ação do           
Ca​2+​ para ser ativada em trombina 
 
ESTERÓIDES:  
- derivados cíclicos do isopreno, sendo o ciclopentanoperidrofenantreno a estrutura fundamental                   
dos esteróides 
- exemplos:​ vitamina D, colesterol, hormônios sexuais masculinos e femininos 
 
VITAMINA D:  
- substância cristalina solúvel em gorduras, usada no tratamento de ​raquitismo 
- função:​ participa da absorção de cálcio no intestino e na deposição de cálcio nos ossos 
- hormônio esteróide com duas formas moleculares (​biologicamente inativas​): 
- colecalciferol (D​3​) - produzida na pele 
- ergocalciferol (D​2​) - derivada de fontes vegetais 
- modificação enzimática: a dupla hidroxilação renal e hepática gera o metabólito ativo 1,25                         
(OH)​2​D​3​ (calcitriol) 
 
COLESTEROL:  
- precursor da síntese de hormônios         
esteróides 
- pode ser adquirido de fonte exógena,           
por meio da ingestão de alimentos de             
origem animal; também há fonte         
endógena (síntese hepática) → alta         
demanda pois é componente de         
membranas celulares e precursor de         
biomoléculas extremamente necessárias 
 
 
 
 
 
OUTROS EXEMPLOS IMPORTANTES DE       
TERPENOS:  
- UBIQUINONA​: Coenzima Q10 → importante transportador de elétrons na mitocôndria (único                     
componente lipídico da cadeia transportadora de elétrons - demais componentes são lipídicos) 
- parte da CoQ​10 é sintetizada a partir da tirosina, enquanto outra parte é sintetizada a                             
partir da Acetil-CoA 
- alguns medicamentos para a diminuição da pressão e dos níveis de colesterol sanguíneo                         
são responsáveis pela inibição da produção de CoQ​10 → ​estatinas​: inibem a formação de                           
mevalonato que por sua vez limita a formação de vários compostos intermediários da                         
biossíntese do colesterol, como a CQ​10 
- DOLICOL​: molécula lipídica no retículo endoplasmático sob a qual os oligossacarídeos são                       
montados para a glicosilação das proteínas → sem o dolicol, não há transferência da porção                             
oligossagarídica para a proteína em crescimento 
 
CARDIOLIPINA 
LEHNINGER 
A cardiolipina, o lipídeo especialmente abundante na membrana mitocondrial interna, pode ser                       
essencial para a integridade dos respirassomos; sua remoção com detergentes ou sua ausência em                           
certos mutantes de leveduras resulta em transferência anormal de elétrons e em uma perda de                             
afinidade entre os complexos respiratórios. 
- a membrana interna das mitocôndrias são impermeáveis à passagem de íons e à maioria de                             
pequenas moléculas graças a presença de cardiolipina em sua composição 
HARPER 
O ácido fosfatídico é um precursor do fosfatidilglicerol, que, por sua vez, dá origem à                             
cardiolipina. Esse fosfolipídeo é encontrado apenas na mitocôndria e é essencial para a função                           
mitocondrial. Os níveis diminuídos de cardiolipina ou as alterações em sua estrutura ou no seu                             
metabolismo provocam disfunção mitocondrial no envelhecimento e em condições patológicas,                   
incluindo insuficiência cardíaca, hipotireoidismo e síndrome de Barth (miopatia cardioesquelética). 
 
PLASMALOGÊNIOS 
 
LEHNINGER 
Cerca de metade dos fosfolipídeos do coração é plasmalogênio. As membranas de bactérias                         
halofílicas, protistas ciliados, e de certos invertebrados também contêm altas proporções de lipídeos                         
éter. O significado funcional dos lipídeos éter nessas membranas é desconhecido; talvez sua resistência                           
às fosfolipases que clivam ácidos graxos com ligação éster de lipídeos de membrana seja importante                             
em alguns casos. Ao menos um lipídeo éter, o fator ativador de plaquetas, é um potente sinalizador                                 
molecular. Ele é liberado de leucócitos chamados basófilos e estimula a agregação de plaquetas e a                               
liberação de serotonina (um vasoconstritor) das plaquetas. Também exerce vários efeitos no fígado, no                           
músculo liso, no coração, nos tecidos uterinos e pulmonares, desempenhando também um importante                         
papel na inflamação e na resposta alérgica.

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