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AULA 01 CONTABILIDADE GERAL (EGT0024)

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AULA 01 CONTABILIDADE GERAL (EGT0024)
DEFINIÇÃO
Funcionamento das contas. Técnica de escrituração contábil. Balancete de verificação. Demonstrações contábeis simplificadas.
PROPÓSITO
Apresentar os conceitos essenciais ao entendimento da técnica contábil, bem como o processo de reconhecimento e mensuração contábil de eventos econômicos e o levantamento de demonstrações contábeis simplificadas.
OBJETIVOS
Módulo 1
Definir a Contabilidade e seus objetivos
Módulo 2
Identificar a natureza e a dinâmica de funcionamento das contas: a equação fundamental da Contabilidade
Módulo 3
Descrever a escrituração contábil e os livros contábeis obrigatórios
Módulo 4
Esquematizar o balancete de verificação e as demonstrações contábeis simplificadas
INTRODUÇÃO
O que veremos neste tema?
Estabeleceremos os propósitos e fundamentos da Contabilidade.
Falaremos, de maneira específica, sobre a dinâmica contábil fundamentada na relação entre origens e aplicações de recursos.
Abordaremos a escrituração contábil (registro da natureza de todos os fatos que ocorrem na empresa) e as demonstrações contábeis simplificadas.
MÓDULO 1
Definir a Contabilidade e seus objetivos
CONTABILIDADE: PROPÓSITO E FUNDAMENTOS
1. Objetivo, usuários e tipos
A Contabilidade é o processo sistemático de medir a atividade econômica de uma empresa e fornecer informações úteis para subsidiar a tomada de decisões econômicas.
Qual é o objetivo da Contabilidade?
Ele é tríplice:
Registrar ou traduzir os eventos econômicos para uma linguagem universal;
Mensurar ou atribuir valor aos eventos econômicos traduzidos;
Divulgá-los ou apresentá-los aos usuários da informação contábil.
Sejam eles complexos ou triviais, esses eventos são processados, reduzidos às suas partes elementares e ordenados de forma lógica.
Periodicamente, essas informações são resumidas em relatórios contábeis que contêm as variações de riqueza ao longo do tempo. Eles podem ser utilizados pelos usuários para compreender a situação financeira da empresa e subsidiar a tomada de decisões.
Eventos econômicos
Processo da contabilidade financeira
Demonstrações contábeis
Eventos econômicos
 Clique na barra para ver as informações.
MAS QUEM SÃO OS USUÁRIOS DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL?
Elaborado pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), o documento CPC 00 - estrutura conceitual para relatório financeiro é claro ao defini-los como provedores de financiamento para a entidade. Esses usuários, portanto, são exaustivamente citados no documento em questão como investidores e credores existentes e em potencial.
Fonte: (COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS, 2019, p. 1, 2)
Além disso, o CPC versa sobre a condição secundária de outros usuários, como os reguladores e o público em geral, em relação a investidores e credores:
Outras partes, como reguladores e o público em geral, que não investidores, credores por empréstimos e outros credores, podem também considerar relatórios financeiros para fins gerais úteis. Contudo, esses relatórios não são direcionados essencialmente a esses outros grupos.
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS, 2019, p. 1.
Ainda que a divulgação da informação contábil esteja voltada a provedores de financiamento para a entidade, como investidores e credores, sua utilização como elemento de apoio à tomada de decisão não se limita a esses grupos.
Com isso em mente, elencaremos agora os principais usuários da informação contábil e suas necessidades de informação:
Usuários	Necessidade de informação
Investidores	Retorno sobre o capital investido; potencial de crescimento do valor econômico da entidade.
Empregados	Segurança no emprego; parcela da riqueza gerada direcionada aos empregados em comparação com os proprietários.
Credores	Capacidade de pagamento de principal e juros; garantias disponíveis em caso de inadimplência.
Fornecedores	Risco de crédito da organização; prazo de pagamento de fornecedores.
Clientes	Segurança na oferta de suprimentos e serviços; capacidade de continuidade da empresa.
Governo	Recolhimento de impostos.
Fonte: (BRITTON; WATERSTON, 2006)
Um tipo adicional de usuário da informação contábil é representado pelos administradores da entidade.
Contudo, a administração não precisa se basear em relatórios financeiros para fins gerais, pois ela pode obter internamente as informações financeiras de que necessita, podendo recorrer, inclusive, a análises gerenciais sob diferentes cenários e pressupostos que não se limitem às regras estritas da contabilidade financeira.
2. Tipos de Contabilidade
Essa divisão é um arranjo criado para contextualizar as diversas aplicações do setor, constituindo, assim, um misto de doutrina e pronunciamentos.
Há quatro tipos de aplicações da Contabilidade:
 Clique nas informações a seguir.
Contabilidade fiscal
Ajuste aplicado na contabilidade financeira com o propósito de transformar o resultado contábil em fiscal, o que representa o fato gerador e a base de cálculo de tributos sobre o lucro, como o imposto de renda e a contribuição social sobre o lucro líquido.
Neste vídeo, um especialista contextualiza os conceitos apresentados até o momento.
3. Base normativa da Contabilidade
 Objeto com interatividade.
Seus princípios representam a essência de doutrinas e teorias relativas à Contabilidade de acordo com o entendimento predominante nos universos científico e profissional. Tais princípios regem o fenômeno contábil e devem ser observados pelas entidades na aplicação da contabilidade financeira.
No Brasil, os princípios de contabilidade são definidos pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) desde que houve a decisão de convergi-los aos padrões contábeis internacionais por meio da Lei nº 11.638/17. A partir daí, o comitê foi o encarregado de realizar a transição dos padrões contábeis emitidos pelo International Accounting Standards Board (IASB) para o ambiente doméstico.
Criado pela Resolução CFC nº 1.055/05, o CPC tem como objetivo:
[...] o estudo, o preparo e a emissão de documentos técnicos sobre procedimentos de Contabilidade e a divulgação de informações dessa natureza para permitir a emissão de normas pela entidade reguladora brasileira, visando à centralização e à uniformização do seu processo de produção, levando sempre em conta a convergência da Contabilidade brasileira aos padrões internacionais.
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS, 2005
O CPC possui quatorze membros: cada uma das sete entidades que o formam pode nomear dois deles. Além desse contingente, são convidados a participar representantes de outras entidades privadas e de reguladores do mercado financeiro.
Em 4 de outubro de 2016, o CFC revogou duas resoluções (as de nº 750/93 e 1282/10) que estabeleciam os enunciados dos princípios fundamentais de Contabilidade.
A partir daí, a referência para a elaboração de padrões contábeis passou a ser a estabelecida no CPC 00 - estrutura conceitual para relatório financeiro.
Produtos elaborados pelo CPC, os pronunciamentos técnicos, as orientações e as interpretações não têm valor normativo, pois o comitê não tem competência legal para tal.
Isso garante que:
A divulgação financeira será relevante para os investidores;
Os requisitos de reconhecimento e de mensuração serão baseados nas características qualitativas da informação contábil.
Dessa forma, para que eles se tornem obrigatórios, é necessário que os reguladores, que detêm a competência normativa, os referendem por meio de atos normativos.
Exemplo
Para que os Comitês de Pronunciamento Contábil (CPCs) se tornem obrigatórios para as sociedades anônimas de capital aberto, a Comissão de Valores Imobiliários precisa referendá-los. No caso das instituições financeiras, é o Conselho Monetário Nacional (CMN) que deve fazê-lo – e assim por diante, sempre de acordo com o segmento regulado.
De maneira geral, os reguladores referendam os pronunciamentos assim que o CPC os emite.
 Clique no botão para ver as informações.
O profundo efeito desse pronunciamento nas instituições financeiras e o risco que uma convergência precipitada poderia trazer para
a estabilidade financeira levaram o CMN e o Banco Central a estabelecerem um cronograma de convergência que estimasse os impactos dessa norma no sistema financeiro.O profundo efeito desse pronunciamento nas instituições financeiras e o risco que uma convergência precipitada poderia trazer para a estabilidade financeira levaram o CMN e o Banco Central a estabelecerem um cronograma de convergência que estimasse os impactos dessa norma no sistema financeiro.
Saiba mais
Mesmo emitido pelo CPC no final de 2016 e em vigor para as demais entidades a partir de janeiro de 2018, o IFRS 9 (CPC 48) não foi referendado pelo CMN até o primeiro semestre de 2020.
Além dos CPCs, as entidades comerciais que atuam no Brasil estão sujeitas a outras normas que afetam a contabilidade financeira, como, por exemplo, a Lei nº 6.404/76 (Lei das Sociedades Anônimas).
Profundamente alterada pela Lei nº 11.638/07, que instituiu a obrigatoriedade da convergência às normas internacionais de Contabilidade, a Lei das Sociedades Anônimas aplica-se a:
Sociedades por ações de capital aberto ou fechado.
Empresas de grande porte, ainda que elas sejam constituídas na forma de sociedade de capital limitado.
A adoção das normas internacionais de Contabilidade fundiu os CPCs à base normativa aplicável às empresas comerciais.
Sendo assim, o que existe hoje em dia são leis comerciais combinadas com os CPCs.
As organizações estão sujeitas à normatização emitida pelas próprias autoridades regulatórias do setor econômico em que atuam.
4. Pressupostos básicos
Os pressupostos básicos da informação contábil representam o ponto de partida de qualquer desenvolvimento contábil, já que eles constituem a base dos critérios de reconhecimento e mensuração dos fenômenos econômicos.
Esses pressupostos são:
 Clique nas informações a seguir.
Pressupõe que a entidade continuará em operação no futuro; portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio levam em conta tal circunstância. Decorre deste pressuposto que a entidade contábil continuará funcionando por tempo suficiente para cumprir seus compromissos existentes;
Determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem independentemente de recebimento ou pagamento. Em oposição ao regime de caixa, o de competência desconsidera o efetivo recebimento e pagamento como determinantes do período ao qual as receitas e as despesas se referem. Seu pressuposto define o regime de apropriação de receitas e despesas da Contabilidade – e é a construção contábil mais relevante.
Tendo por alicerce esses pressupostos básicos, o CPC (2019) afirma que o objetivo das demonstrações financeiras é fornecer informações financeiras úteis para investidores e credores atuais e potenciais na tomada de decisões sobre o fornecimento de recursos para a entidade.
Tais decisões podem envolver:
Compra, venda ou manutenção de instrumento de patrimônio e de dívida.
Concessão ou liquidação de empréstimos ou outras formas de crédito.
Exercício de direito de votar ou influenciar de outro modo os atos da administração que afetam o uso dos recursos econômicos da entidade.
Para que sejam úteis, as informações apresentadas devem ser relevantes e representar fielmente o que dizem representar. Por isso, a relevância e a representação fidedigna são características qualitativas fundamentais da informação contábil útil.
A relevância e a representação fidedigna devem estar capacitadas, seja por seu valor preditivo ou confirmatório, para fazer a diferença nas decisões tomadas.
5. Características qualitativas da informação contábil
Além das características qualitativas fundamentais da informação contábil, o CPC(2019) elenca outras qualitativas de melhoria que ampliam o seu escopo, sendo capazes de fornecer uma representação fidedigna:
Características qualitativas de melhoria	Definição
Comparabilidade	Permite aos usuários a comparação entre as entidades, assim como aquela realizada em uma mesma entidade em períodos distintos, possibilitando a identificação e a compreensão de similaridades e diferenças entre itens.
Verificabilidade	Ajuda a garantir aos usuários que as informações representem de forma fidedigna os fenômenos econômicos que pretendem representar. Verificabilidade significa que diferentes observadores bem informados e independentes podem chegar a um consenso de que uma representação específica é fidedigna.
Tempestividade	Significa disponibilizar informações aos tomadores de decisões a tempo para elas serem capazes de influenciar suas decisões.
Compreensibilidade	Decorre da adequada classificação, caracterização e apresentação de informações de modo claro e conciso.
O desafio do preparador da informação contábil é:
Maximizar as características qualitativas de melhoria tendo em mente o objetivo de produzir uma informação útil. O exercício que ele não pode evitar é a busca constante de um equilíbrio entre as diversas características qualitativas.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. As características qualitativas de melhoria ampliam e reforçam o alcance daquelas consideradas fundamentais para a informação contábil útil. Qual dessas características permite aos usuários identificar e compreender similaridades e diferenças entre itens?
Verificabilidade
Comparabilidade
Tempestividade
Compreensibilidade
Comentário
Parabéns! A alternativa "B" está correta.
As decisões dos usuários envolvem a escolha entre investir em uma ou outra entidade. Consequentemente, as informações serão mais úteis se puderem ser comparadas entre as entidades ou em uma mesma entidade em dois períodos diferentes.
2. A Contabilidade apresenta pressupostos básicos que representam tanto os fundamentos da ciência contábil quanto as características qualitativas fundamentais da informação contábil útil. Esses dois conceitos se relacionam e criam as condições para que ela cumpra seu objetivo. Entre as alternativas abaixo, assinale a que representa os pressupostos básicos.
Regime de competência
Relevância
Verificabilidade
Representação fidedigna
Comentário
Parabéns! A alternativa "A" está correta.
O regime de competência e a continuidade são dois pressupostos básicos da Contabilidade. A relevância, a representação fidedigna e a verificabilidade, no entanto, constituem características qualitativas fundamentais da informação contábil.
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E, com isso, você:
 Conheceu a Contabilidade e seus objetivos.
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MÓDULO 2
Identificar a natureza e a dinâmica de funcionamento das contas: a equação fundamental da Contabilidade
DINÂMICA CONTÁBIL
1. Origens e aplicações de recursos
A dinâmica contábil é fundamentada na relação entre origens e aplicações de recursos. De maneira bem simples:
A origem
Indica a procedência deles.
As aplicações
Definem para onde eles vão.
Como o sistema contábil é fechado, toda origem implica uma aplicação, assim como toda aplicação exige uma origem.
As origens de recursos derivam de:
Sócios e credores
Ambos representam os provedores de financiamento para a entidade.
Atividade operacional
Ela representa os fluxos de caixa orgânicos gerados pela empresa.
Os sócios
Aportam recursos sem direito de regresso contra a entidade, ou seja, eles não poderão exigir a devolução dos que forem aportados.
Os credores
Fazem isso na forma de crédito, possuindo uma previsão de reembolso desses recursos por parte da entidade. .
São exemplos de origens:
Origens	Reconhecimento
Sócios	Capital social (também denominado capital próprio).
Credores	Capital de terceiros: operações de crédito contratadas pela empresa e títulos de dívida (debêntures, notas promissórias e outros) emitidos pela entidade.
Receitas de vendas	Fluxos de caixa operacionais decorrentes da atividade operacional da entidade.
Receitas de serviços	Fluxos de caixa operacionais decorrentes da atividade operacional da entidade.
As aplicações representam a destinação das origens. Tal destinação se dá por meio da inversão desses recursos em:
1. Bens ou
direitos;
2. Gastos voltados para a manutenção da atividade operacional da entidade e a consequente geração de fluxos de caixa.
Aplicações	Reconhecimento
Bens tangíveis	Dinheiro, estoques, máquinas e equipamentos, veículos e instalações.
Bens intangíveis	Patentes, marcas, softwares e direitos autorais.
Direitos	Contas e receber, operações de crédito, aplicações financeiras e contas bancárias.
Despesas	Gastos necessários para a geração de receitas e a manutenção da atividade operacional da empresa.
2. Contas e planos de contas
O passo seguinte na compreensão da dinâmica contábil é o entendimento das contas ou rubricas contábeis. Elas são os elementos que refletem a tradução do evento econômico e acumulam os valores de sua mensuração.
As contas ou rubricas contábeis serão sensibilizadas quantitativamente quando os eventos econômicos forem processados contabilmente.
Dessa forma, é fundamental uma entidade possuir tantas contas quantas forem necessárias para expressar seu universo de possibilidades de eventos econômicos. Esse conjunto de contas é chamado de plano de contas.
O que é um plano de contas?
Trata-se do conjunto de contas, diretrizes e normas que disciplina o uso das contas contábeis e uniformiza seus registros. Ele descreve a função e o uso de cada conta da empresa, estruturando e organizando, desse modo, a contabilidade dela.
As contas se agrupam em dois tipos distintos
a) Contas patrimoniais:
 Clique nas informações a seguir.
Recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual são esperados benefícios econômicos para ela.
Obrigação presente da entidade derivada de eventos já ocorridos cuja liquidação se espera que resulte na saída de recursos.
Valor residual dos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus passivos.
b) Contas de resultado
 Clique nas informações a seguir.
Consequência de um aumento do ativo ou de uma redução do passivo.
Consequência de uma redução do ativo ou de um aumento do passivo.
Veremos a seguir um exemplo de conta:
Título da conta	Código
Data	Operações	Débito	Crédito	D/C	Saldo
Conforme frisamos, um sistema contábil possuirá tantas contas quantas forem necessárias para reconhecer os eventos econômicos praticados pela entidade.
Verificaremos a seguir um exemplo de plano de conta:
Plano de contas
Conta	Código
Ativo	100
Caixa	101
Aplicações financeiras	102
Contas a receber	103
Estoques	104
Máquinas e equipamentos	105
Instalações	106
Veículos	107
Passivo	400
Fornecedores	401
Empréstimos e financiamentos	402
Títulos a pagar	403
Patrimônio líquido	600
Capital social	601
3. Natureza das contas e equação fundamental da Contabilidade
Conectando os conceitos de origens e aplicações de recursos com os tipos de contas, notamos a seguinte constituição:
Aplicações de recursos
Aplicações de recursos correspondem ao termo latino debere, que era utilizado na Idade Média para abreviar a expressão “deve sua existência”. Dessa forma, as aplicações de recursos (ou ativos e despesas) apresentam uma natureza devedora.
Origens de recursos
As origens de recursos correspondem ao latim credere, que era empregado na mesma época como uma abreviação da sentença “à confiança de”. Dessa maneira, as origens de recursos (ou passivos, patrimônio líquido e receitas) apresentam uma natureza credora.
Saiba mais
Nosso passo seguinte será a definição da natureza das contas. A sensibilização delas é feita por meio de um mecanismo denominado lançamento. Ele obedece ao método das partidas dobradas, cuja premissa é a seguinte:
A todo débito (ou aplicação) corresponde um crédito (ou origem) de igual valor.
 Clique na barra para ver as informações.
O QUE ISSO SIGNIFICA?
Significa que o lançamento se manifesta por meio de débitos e créditos que devem ser iguais. No entanto, para compreendermos melhor a dinâmica das contas e o lançamento contábil, será fundamental trazermos para essa discussão a natureza das contas.
Lançamentos da mesma natureza da conta aumentam seu saldo.
Lançamento de natureza oposta reduzem o saldo dela.
O quadro a seguir apresenta os tipos de contas, sua natureza e a dinâmica de funcionamento delas:
Contas	Natureza	Aumentam	Diminuem
Ativo	Devedora	Lançamentos a débito	Lançamentos a crédito
Passivo	Credora	Lançamentos a crédito	Lançamentos a débito
Patrimônio líquido	Credora	Lançamentos a crédito	Lançamentos a débito
Receita	Credora	Lançamentos a crédito	Lançamentos a débito
Despesa	Devedora	Lançamentos a débito	Lançamentos a crédito
Combinando as informações apresentadas até aqui, notamos que:
A contabilidade é um sistema fechado;
As origens igualam as aplicações, ou os débitos igualam os créditos;
As contas se agrupam em dois grupos distintos: patrimoniais e de resultado.
Podemos formular igualdades entre os diversos elementos da Contabilidade que darão origem às suas equações fundamentais. Tomando as contas patrimoniais, vemos que:
Aplicações = origens
Ativo = passivo + patrimônio líquido
Ativo - passivo = patrimônio líquido
A equação fundamental da Contabilidade configura apenas a expressão algébrica do balanço patrimonial. Conheceremos uma versão simplificada disso a seguir:
Cia ZZZ
Balanço patrimonial
31.12.10x0
Ativos	Passivos e patrimônio líquido
Bancos	32.500	Contas a pagar	30.000
Aplicações financeiras	11.000	Salários a pagar	170
Contas a receber	4.400	Empréstimos	20.133
Estoques	27.800	Passivos totais	50.303
Máquinas e equipamentos	24.792	Capital social	50.189
Ativos totais	100.492	Passivos e patrimônio líquido totais	100.492
Do ponto de vista das contas de resultado, temos o seguinte:
Receitas - despesas = resultado
Por sua vez, a equação do resultado compõe a expressão algébrica da demonstração dele. Notemos a seguir uma versão simplificada disso:
Cia ZZZ
Demonstração do resultado
Para o exercício de 20x0
Receitas		
Receita de vendas	4.000	
Receita de serviços	650	
Receita total		4.650
Despesas		
Custo das mercadorias vendidas	2.200	
Aluguéis	1.000	
Salários	700	
Depreciação	208	
Despesas financeiras	253	
Despesa total		4.361
Lucro líquido		289
4. Possíveis estados patrimoniais
O patrimônio líquido é a diferença entre ativos e passivos. Com um caráter abstrato, ele representa a riqueza líquida da entidade.
Exemplo
No encerramento das atividades de uma entidade, a realização dos ativos e, em seguida, a liquidação dos passivos teriam como resíduo o patrimônio líquido.
Dependendo da composição dos ativos e passivos, o PL, enquanto valor residual de ambos, pode assumir cinco estados distintos:
 Clique nas barras para ver as informações.
A) A > P → PL > 0
A	P
PL
A entidade apresenta riqueza própria.
B) A > P | P = 0 → A = PL, PL > 0
A	PL
Ela não possui obrigações junto a terceiros.
C) A = P → PL = 0
A	P
Não tem riqueza própria, pois todo o ativo dela é oriundo de obrigações junto a terceiros.
D) A < P → PL < 0
A	P
PL
Apresenta passivo a descoberto, pois, ainda que realize os ativos integralmente, ela não é capaz de honrar os passivos.
P > A | A = 0 → PL = - P, PL < 0
PL	P
Não detém bens ou direitos, assim como nenhuma expectativa de geração de caixa futuro. Há apenas dívidas.
Neste vídeo, um especialista comenta sobre os tópicos e princípios abordados neste módulo.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. A situação líquida negativa é caracterizada quando o ativo total se revela:
Maior que o patrimônio líquido.
Maior que o passivo.
Negativo.
Menor que o passivo.
Comentário
Parabéns! A alternativa "D" está correta.
A situação líquida negativa é caracterizada pelo PL < 0. Como a equação fundamental da Contabilidade é expressa por “ativo - passivo = patrimônio líquido”, para que o PL assuma valores negativos, é necessário que o ativo seja menor que o passivo.
2. Assinale a alternativa que indica fontes de recursos para a empresa:
Caixa e bancos
Contas do ativo circulante
Empréstimos concedidos
Fornecedores
Comentário
Parabéns! A alternativa "D" está correta.
Origens ou fontes representam de onde os recursos vêm, enquanto as aplicações definem para onde eles vão. Portanto, as rubricas de ativos e as despesas
constituem as aplicações de recursos, enquanto as de passivos, patrimônio líquido e receitas representam as origens de recursos.
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E, com isso, você:
 Identificou a natureza e a dinâmica de funcionamento das contas: a equação fundamental da Contabilidade.
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MÓDULO 3
Descrever a escrituração contábil e os livros contábeis obrigatórios
ESCRITURAÇÃO
Apresentaremos a seguir as normas de escrituração contábil. Delineada segundo as diretrizes das Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC), a NBC T 2 normatiza essa escrituração.
A ITG 2000 (R1), por sua vez, estabelece critérios e procedimentos a serem adotados pela entidade para a escrituração contábil de seus fatos patrimoniais.
Observemos uma compilação das prescrições mais relevantes da NBC T 2:
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
2.1.1 - A entidade deve manter um sistema de escrituração uniforme dos seus atos e fatos administrativos, por meio de processo manual, mecanizado ou eletrônico.
2.1.2 - A escrituração será executada:
a) em idioma e moeda corrente nacionais;
b) em forma contábil;
c) em ordem cronológica de dia, mês e ano;
d) com ausência de espaços em branco, entrelinhas, borrões, rasuras, emendas ou transportes para as margens;
e) com base em documentos de origem externa ou interna ou, na sua falta, em elementos que comprovem ou evidenciem fatos e a prática de atos administrativos.
2.1.2.1 - A terminologia utilizada deve expressar o verdadeiro significado das transações.
[...] 2.1.5 – O "diário" e o "razão" constituem os registros permanentes da Entidade.
[...] 2.2.1 – A documentação contábil compreende todos os documentos, livros, papéis, registros e outras peças, que apoiam ou compõem a escrituração contábil.
2.2.1.1 - Documento contábil, estrito-senso, é aquele que comprova os atos e fatos que originam lançamento(s) na escrituração contábil da Entidade.
[...] 2.2.4 – A entidade é obrigada a manter em boa ordem a documentação contábil.
[...] 2.4.1 – Retificação de lançamento é o processo técnico de correção de um registro realizado com erro, na escrituração contábil das Entidades.
2.4.2 - São formas de retificação:
a – o estorno;
b – a transferência;
c – a complementação.
2.4.2.1 - Em qualquer das modalidades supramencionadas, o histórico do lançamento deverá precisar o motivo da retificação, a data e a localização do lançamento de origem.
2.4.3 - O estorno consiste em lançamento inverso àquele feito erroneamente, anulando-o totalmente.
2.4.4 - Lançamento de transferência é aquele que promove a regularização de conta indevidamente debitada ou creditada, por meio da transposição do valor para a conta adequada.
2.4.5 - Lançamento de complementação é aquele que vem, posteriormente, complementar, aumentando ou reduzindo, o valor anteriormente registrado.
2.4.6 - Os lançamentos realizados fora da época devida deverão consignar, nos seus históricos, as datas efetivas das ocorrências e a razão do atraso.
Fonte: (NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE, 2020)
ATOS E FATOS ADMINISTRATIVOS
1. Conceito
 Clique nas informações a seguir.
Os atos administrativos não provocam alterações dos elementos do patrimônio ou do resultado, não fazendo, portanto, parte do escopo da Contabilidade. Exemplo: orientar os estagiários e parabenizar os aniversariantes do mês.
Também denominados fatos contábeis, os fatos administrativos, por outro lado, provocam alterações dos elementos de ambos, constituindo, desse modo, parte do escopo da Contabilidade. Por conta disso, eles serão nosso objeto de estudo neste módulo.
2. Classificação
Os fatos administrativos (ou contábeis) classificam-se em:
a) Fatos permutativos (ou compensativos)
Apesar de não provocarem alterações no valor do patrimônio líquido, eles têm a capacidade de modificar a composição dos demais elementos patrimoniais.
Os fatos permutativos podem refletir:
Reclassificações dentro do mesmo grupamento contábil (ativos, passivos ou PL).
Trocas entre ativos e passivos.
Apresentaremos alguns exemplos disso a seguir:
 Clique nas barras para ver as informações.
1. AQUISIÇÃO DE VEÍCULOS À VISTA NO VALOR DE R$5.000
Ocorre apenas uma reclassificação, ou seja, uma permuta, já que a redução no saldo bancário (diminuição do ativo) é compensada pela aquisição do veículo (aumento de mesmo valor do ativo). Não há qualquer reflexo no PL da entidade.
Lançamento	Débitos	Créditos
Rio de Janeiro XX.YY.KK		
Veículos a bancos	5.000	
5.000
Aquisição de veículos conforme nota fiscal TTT001.		
2. AQUISIÇÃO DE VEÍCULOS POR MEIO DE FINANCIAMENTO BANCÁRIO NO VALOR DE R$5.000
A aquisição do veículo corresponde a um aumento do ativo, o qual, por sua vez, se vê compensado por um aumento do mesmo valor no passivo (operação de crédito). No entanto, o PL fica inalterado.
Lançamento	Débitos	Créditos
Rio de Janeiro XX.YY.KK		
Veículos a financiamentos	5.000	
5.000
Aquisição de veículos conforme nota fiscal TTT001.		
3. LIQUIDAÇÃO DE OPERAÇÃO DE CRÉDITO NO VALOR DE R$5.000
A redução no saldo bancário corresponde a uma diminuição do ativo compensada por outra equivalente no passivo (baixa do financiamento bancário). Não há reflexos no PL.
Lançamento	Débitos	Créditos
Rio de Janeiro XX.YY.KK		
Financiamentos a bancos	5.000	
5.000
Liquidação de financiamento bancário para aquisição de veículos.		
4. AUMENTO DE CAPITAL COM INCORPORAÇÃO DE RESERVAS NO VALOR DE R$5.000
Há apenas uma reclassificação entre contas do patrimônio líquido, cujo valor permanece inalterado.
Lançamento	Débitos	Créditos
Rio de Janeiro XX.YY.KK		
Reservas de lucros a capital	5.000	
5.000
Pelo aumento de capital por incorporação de reservas.		
b) Fatos modificativos aumentativos e diminutivos
Eles provocam alterações no valor do PL que correspondem a um aumento ou a uma redução de valor equivalente no passivo ou no ativo.
 Clique nas informações a seguir.
Diminutivos
Suscitam uma diminuição no valor do patrimônio líquido.
Exemplo:
Lançamento	Débitos	Créditos
Rio de Janeiro XX.YY.KK		
Despesas de aluguel a bancos	1.000	
1.000
Pelo pagamento de despesas de aluguel.		
c) Fatos mistos ou compostos
Combinando fatos permutativos e modificativos, eles podem ser
Aumentativos
Combinam fatos permutativos e modificativos aumentativos.
Diminutivos
Mesclam fatos permutativos e modificativos diminutivos.
Destacaremos um exemplo dos fatos mistos aumentativos:
Venda de ativos por preço superior ao valor contábil, havendo, portanto, lucro. Neste caso, a permuta entre o valor do ativo e os recursos recebidos não é equivalente, pois estes excedem o valor daquele. Essa diferença (lucro) aumenta o patrimônio líquido.
Lançamento	Débitos	Créditos
Rio de Janeiro XX.YY.KK		
Diversos	6.000	
A diversos		6.000
Bancos	5.000	
Depreciação acumulada	1.000	
A ganhos ou perdas de capital		1.000
A imobilizado		5.000
Pela alienação de imobilizado por valor acima do contábil líquido.		
Agora observaremos um exemplo dos diminutivos:
Venda de ativos por preço inferior ao valor contábil, havendo, portanto, um prejuízo. Neste caso, a desigualdade na permuta é desfavorável à entidade, pois o valor do ativo excede o dos recursos recebidos. Essa diferença (prejuízo) reduz o patrimônio líquido.
Lançamento	Débitos	Créditos
Rio de Janeiro XX.YY.KK		
Diversos	5.000	
A imobilizado		5.000
Bancos	3.000	
Depreciação acumulada	1.000	
Ganhos ou perdas de capital	1.000	
Pela alienação de imobilizado por valor inferior ao contábil líquido.		
3. Escrituração contábil e lançamento
Técnica contábil utilizada para o registro dos fatos administrativos ocorridos na entidade, a escrituração é feita por intermédio de lançamentos registrados em livros contábeis obrigatórios.
Exemplo
Livro diário e livro razão (ambos serão explorados mais à frente).
Conforme indica a figura a seguir, a escrituração forma a base do processo contábil:
 Clique na barra para ver as informações.
O QUE É O LANÇAMENTO?
Trata-se de um procedimento contábil por meio do qual as contas ou as rubricas contábeis são sensibilizadas. O lançamento obedece ao método das
partidas dobradas, cuja premissa é de que todo débito (ou aplicação) corresponde a um crédito (ou origem) de igual valor.
Isso significa que o lançamento se manifesta por meio de débitos e créditos que devem ser iguais.
Qual é o conjunto de informações obrigatórias presentes no lançamento?
 Clique no botão para ver as informações.
Vejamos o seguinte exemplo:
Aquisição de máquinas e equipamentos no valor de R$20.000 conforme nota fiscal XYZ001, com pagamento à vista de metade do valor em 02.01.X1.
Lançamento	Débitos	Créditos
Rio de Janeiro XX.YY.KK		
Instalações	20.000	
A bancos		10.000
A títulos a pagar		10.000
Aquisição de máquinas e equipamentos conforme nota fiscal XYZ001.		
O lançamento contábil pode assumir quatro representações distintas. Denominados fórmulas, esses lançamentos se distinguem pela quantidade de contas que é envolvida em um processo:
a) Lançamento de 1ª fórmula
Débito e crédito de apenas uma conta.
Observemos este exemplo:
Recebimento de serviços prestados no valor de R$100.000 por meio de TED.
Lançamento	Débitos	Créditos
Rio de Janeiro XX.YY.KK		
Bancos	100.000	
A receita de serviços		100.000
Pelo recebimento por serviços prestados conforme nota fiscal XYZ010.		
b) Lançamento de 2ª fórmula
Débito de uma conta e crédito de outra.
Notemos o exemplo a seguir:
Refinanciamento parcial de empréstimo no banco pelo valor de R$100.000, metade por meio de resgate em conta corrente e a outra por intermédio de emissão de nota promissória.
Lançamento	Débitos	Créditos
Rio de Janeiro XX.YY.KK		
Empréstimos	100.000	
A diversos		100.000
A bancos		50.000
A nota promissória a pagar		50.000
Pelo refinanciamento parcial de empréstimo bancário.		
c) Lançamento de 3ª fórmula
Débito de mais de uma conta e crédito de apenas uma conta.
Vejamos este exemplo:
Subscrição de capital no valor de R$100.000, metade por meio de TED e a outra por intermédio de mercadorias.
Lançamento	Débitos	Créditos
Rio de Janeiro XX.YY.KK		
Diversos	100.000	
A capital		100.000
Bancos	50.000	
Mercadorias	50.000	
Pela subscrição de capital em dinheiro e mercadorias		
d) Lançamento de 4ª fórmula
Débito e crédito de mais de uma conta.
Olhemos o exemplo a seguir:
Venda de imobilizado por R$100.000 com lucro de R$20.000. Metade do valor é recebido à vista por meio de TED; o restante, a prazo.
Lançamento	Débitos	Créditos
Rio de Janeiro XX.YY.KK		
Diversos	100.000	
A diversos		100.000
Bancos	50.000	
Contas a receber	50.000	
A imobilizado		80.000
A ganho ou perda de capital		20.000
Pela alienação de imobilizado com ganho de capital		
LIVRO DIÁRIO E LIVRO RAZÃO
 Clique nas informações a seguir.
Livro razão
Também é um livro contábil obrigatório para as empresas. Sua finalidade é apresentar a movimentação analítica das contas escrituradas no livro diário e constantes no balanço da empresa. Por meio dele, é possível fazer o controle de forma individualizada e detalhada, além de manter os registros de todos os dados em aberto e contas a pagar ou a receber.
Os livros diário e razão, portanto, são complementares.
Livro diário
Mantém a escrituração de todas as operações realizadas pela entidade.
Livro razão
Toma esses registros e os classifica segundo cada conta envolvida.
Na sequência, veremos um exemplo da aplicação desses livros obrigatórios.
A empresa ABC realizou os seguintes as operações:
Constituição da empresa com aporte de capital em dinheiro no valor de R$100.000 em 01.01.X1;
Aquisição de instalações por R$20.000, metade à vista, em 01.02.X1;
Aquisição de máquinas e equipamentos à vista por R$10.000 em 01.03.X1;
Aquisição de estoques a prazo por R$15.000 em 01.04.X1;
Compra de veículos à vista por R$5.000 em 01.05.X1;
Pagamento de fornecedores no valor de R$7.500 em 01.06.X1.
O livro diário recebe toda a escrituração da companhia conforme aponta esta tabela:
Lançamentos	Débitos	Créditos
1) Em 01.01.X1		
D Bancos	100.000	
C Capital Social		100.000
Pela integralização do capital em dinheiro		
(2) Em 01.02.X1		
D Máquinas e equipamentos	10.000	
C Bancos		10.000
Pela aquisição de máquinas e equipamentos à vista		
(4) Em 01.04.X1		
D Estoques	15.000	
C Fornecedores		15.000
Pela aquisição de estoques a prazo		
(5) Em 01.05.X1		
D Veículos	5.000	
C Bancos		5.000
Pela aquisição de veículos à vista		
(6) Em 01.06.X1		
D Fornecedores	7.500	
E Bancos		7.500
Pelo pagamento de fornecedores		
O livro razão detalha o efeito de cada registro do livro diário nas contas envolvidas:
Bancos	Código 101
Data	Operações	Débito	Crédito	D/c	Saldo
01.01.X1	A capital social (1)	100.000		D	100.000
01.02.X1	De instalações (2)		10.000	C	90.000
01.03.X1	De máquinas e equipamentos (3)		10.000	C	80.000
01.05.X1	De veículos (4)		5.000	C	75.000
01.06.X1	De fornecedores (5)		7.500	C	67.500
Capital social	Código 601
Data	Operações	Débito	Crédito	D/c	Saldo
01.01.X1	De bancos (1)		100.000	C	100.000
Instalações	Código 106
Data	Operações	Débito	Crédito	D/c	Saldo
01.02.X1	A bancos (2)	10.000		D	10.000
01.02.X1	A títulos a pagar (2)	10.000		D	20.000
Títulos a pagar	Código 403
Data	Operações	Débito	Crédito	D/c	Saldo
01.02.X1	De instalações (2)		10.000	C	10.000
Máquinas e equipamentos	Código 105
Data	Operações	Débito	Crédito	D/c	Saldo
01.03.X1	A bancos (3)	10.000		D	10.000
Estoques	Código 104
Data	Operações	Débito	Crédito	D/c	Saldo
01.04.X1	A fornecedores (4)	15.000		D	15.000
Fornecedores	Código 401
Data	Operações	Débito	Crédito	D/c	Saldo
01.04.X1	De estoques (4)		15.000	C	15.000
01.06.X1	A bancos (6)	7.500		D	7.500
Veículos	Código 107
Data	Operações	Débito	Crédito	D/c	Saldo
01.05.X1	A bancos (5)	5.000		D	5.000
O livro razão também pode ser apresentado na forma de razonetes.
Notemos que a movimentação das contas nas duas representações obedece à natureza devedora ou credora:
swap_horiz Arraste para os lados.
Neste vídeo, um especialista aborda conceitos e princípios discutidos neste módulo.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. Verifique este lançamento:
D	Imóveis	500.000
C	Terrenos	200.000
C	Bancos	180.000
C	Títulos a pagar	120.000
Ele caracteriza um fato administrativo:
Permutativo
Modificativo aumentativo
Misto aumentativo
Misto diminutivo
Comentário
Parabéns! A alternativa "A" está correta.
Os fatos permutativos não provocam alterações no valor do patrimônio líquido, mas podem modificar a composição dos demais elementos patrimoniais.
2. Assinale a alternativa que afeta o resultado contábil de uma entidade:
Valorização de propriedades para investimento.
Integralização de capital em dinheiro.
Integralização de capital com reservas de lucros.
Aquisição de seguros antecipados.
Comentário
Parabéns! A alternativa "A" está correta.
O resultado origina-se do confronto entre receitas e despesas. A valorização de propriedades para investimento as tem como uma contrapartida da propriedade registrada em uma conta de receita.
Você chegou ao final do módulo 3!
E, com isso, você:
 Observou a escrituração contábil e os livros contábeis obrigatórios.
 Retornar para o início do módulo 3
MÓDULO 4
Esquematizar o balancete de verificação e as demonstrações contábeis simplificadas
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS SIMPLIFICADAS
1. Balancete de verificação
Resgatando uma vez mais a ideia de que a Contabilidade forma um sistema fechado, no qual, em cada lançamento, o total de débitos iguala o de créditos, é fácil deduzir o seguinte:
A qualquer momento, o total de débitos também iguala o total de créditos para o conjunto de lançamentos registrado no livro diário.
A verificação periódica dessa igualdade é feita por meio do balancete de verificação.
 Clique nas barras para ver as informações.
EM QUE CONSISTE O BALANCETE DE VERIFICAÇÃO?
Trata-se da listagem de todas as contas de uma entidade que, apresentando seus respectivos saldos, são ordenadas segundo o grupo patrimonial ou de resultado a que pertencem.
QUAL É O PROPÓSITO DESSE BALANCETE?
Checar a consistência dos lançamentos realizados no período, ou seja, a igualdade entre o total de saldos devedores e credores, para autorizar o uso das contas na preparação das demais demonstrações
contábeis.
Esta tabela apresenta um exemplo de balancete de verificação baseado nos dados utilizados nos exemplos anteriores:
CIA ABC
Balancete de verificação em 30.06.X4
Contas	Saldos
Devedores	Credores
Bancos	67.500	-
Capital social	-	100.000
Instalações	20.000	-
Títulos a pagar	-	10.000
Máquinas e equipamentos	10.000	-
Estoques	15.000	-
Fornecedores	-	7.500
Veículos	5.000	-
Total	117.500	117.500
2. Detalhamento dos grupos patrimoniais
Analisaremos agora o detalhamento dos seguintes grupos:
a) Ativos
Enquanto recursos controlados pela entidade como o resultado de eventos passados e dos quais são esperados benefícios econômicos para ela, os ativos podem ser resumidos objetivamente como bens e direitos.
Ativo	Bens	Tangíveis: dinheiro, estoques, veículos, máquinas, instalações, terrenos etc.
Intangíveis: marcas, patentes, softwares etc.
Direitos: contas bancárias, duplicatas a receber, aplicações financeiras etc.
Em ordem decrescente de liquidez, os ativos podem ser classificados como:
 Clique nas informações a seguir.
Ativos não circulantes
Todos os demais ativos devem ser classificados como não circulantes, inclusive os tangíveis, intangíveis e financeiros de natureza de longo prazo. De acordo com o CPC (2011, p. 67), o ativo não circulante precisa ser subdividido em:
Realizável a longo prazo;
Investimentos;
Imobilizado;
Intangível.
b) Passivos
Os passivos são obrigações presentes da entidade derivadas de eventos já ocorridos cuja liquidação gere a expectativa de que ela irá resultar na saída de recursos.
Eles também podem ser classificados como:
 Clique nas informações a seguir.
Passivos não circulantes
Todos os outros passivos devem ser classificados como não circulantes. Em regra, trata-se daqueles cujo vencimento se dá após o término do exercício seguinte.
Atenção
Os exemplos de passivos circulantes e não circulantes são, em geral, idênticos. A exceção fica por conta dos exemplos do prazo de vencimento, como contas a pagar, empréstimos e financiamentos, obrigações diversas e contingências.
c) Patrimônio líquido
Valor residual dos ativos da entidade depois da dedução de todos os seus passivos.
 Clique na barra para ver as informações.
O PL DEVE APRESENTAR:
Capital social;
Reservas de capital;
Ajustes de avaliação patrimonial;
Reservas de lucros;
Ações ou quotas em tesouraria;
Prejuízos acumulados;
Lucros acumulados (legalmente admitidos);
Demais contas exigidas pelos pronunciamentos técnicos emitidos pelo CPC.
Fonte: (COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS, 2011, p. 106)
d) Demonstrações contábeis
O passo final é organizar as contas para a apresentação. Há várias maneiras de organizá-las – e cada uma delas corresponde a um determinado ponto de vista sobre a situação econômico-financeira da entidade.
3. Balanço patrimonial simplificado
O balanço patrimonial é a demonstração contábil de uma organização que apresenta o saldo das contas patrimoniais no encerramento do período.
Quais itens devem constar no balanço patrimonial?
 Clique no botão para ver as informações.
Todos os bens e direitos (ativos);
Obrigações (passivos);
Patrimônio líquido em determinada data.
Trata-se de uma posição de estoque, uma posição estática ou uma fotografia de certo momento da empresa.
Esta figura traduz um exemplo de balanço patrimonial simplificado baseado nos exemplos indicados ao longo deste tema:
CIA ABC
Balanço patrimonial em 30.06.X4
Ativos	Passivos e patrimônio líquido
Bancos	67.500	Passivo		
Estoques	15.000	Fornecedores	7.500	
Máq. E equipamentos	10.000	Títulos a pagar	10.000	17.500
Veículos	5.000	Patrimônio líquido		
Instalações	20.000	Capital social	100.000	100.000
Total	117.500	Total		117.500
4. Demonstração de resultado
A demonstração de resultado (DR) é a que detalha a variação das contas de resultado, ou seja, as receitas e as despesas. O produto da DR resulta do confronto entre ambas, podendo ser positivo ou negativo.
Caso a variação das receitas exceda a das despesas, ocorre o lucro, havendo, desse modo, um aumento do patrimônio líquido. Do contrário, registra-se um prejuízo, ou seja, a redução desse patrimônio.
Dica
Enquanto o balanço patrimonial configura uma demonstração de estoque, a DR é uma demonstração de fluxo.
 Clique nas setas para ver o conteúdo.
O produto da DR (lucro ou prejuízo do período) constitui um fluxo a ser adicionado ao balanço patrimonial por meio do PL, revelando o aumento ou a diminuição da riqueza da entidade no período. Seu conceito, que é subjacente à DR, deriva da natureza temporária das contas de receita e despesa.
As contas patrimoniais (ativo, passivo e patrimônio líquido) são permanentes, isto é, seus saldos não se encerram no final do período, sendo transferidos para o seguinte. Já as de resultado (receitas e despesas) são temporárias; logo, seus saldos são encerrados no final dele. Este procedimento é chamado de apuração de resultados.
Adaptado de Iudícibus (1998), o exemplo a seguir ilustra de forma simplificada os procedimentos para a elaboração de uma DR:
A companhia DEF realizou as seguintes operações envolvendo receitas e despesas:
1
2
3
4
5
6
Em 01.01.X1: Pagamento de despesas de material de escritório no valor de R$25.000;
Em 01.02.X1: Compra a prazo de peças para reparo (empregadas nos serviços prestados) no valor de R$110.000;
Em 01.03.X1: Recebimento de receita por serviços prestados no valor de R$445.000;
Em 01.04.X1: Emissão de fatura por serviços prestados no valor de R$580.000;
Em 01.05.X1: Pagamento de salários no valor de R$450.000;
Em 01.06.X1: Pagamento de aluguel da loja no valor de R$40.000.
Partidas de diário:
Lançamentos	Débitos	Créditos
(1) Em 01.01.X1		
D Despesas de material de escritório	25.000	
C Bancos		25.000
Pago à papelaria Líder Ltda. conforme nota fiscal n° 00582		
(2) Em 01.02.X1		
D Despesas de peças para reparos	110.000	
C Fornecedores		110.000
A Silva e Cia., compra de materiais conforme fatura n° 13210		
(3) Em 01.03.X1		
D Bancos	445.000	
C Receita de serviço		445.000
Recebido de J. Alves Ltda. conforme recibo n° 00335		
(4) Em 01.04.X1		
D Contas a receber	580.000	
C Receita de serviço		580.000
Casa Penumbra Ltda. conforme fatura n° 0251		
(5) Em 01.05.X1		
D Despesas de salários	450.000	
C Bancos		450.000
Folha de pagamentos do mês		
(6) Em 01.06.X1		
D Despesas de aluguel	40.000	
C Bancos		40.000
Aluguel do mês conforme recibo n° 201		
Apresentaremos agora o transporte das partidas de diário para os razonetes apenas das contas de receita e despesa:
swap_horiz Arraste para os lados.
5. Apuração do resultado ao final do período
Ela é realizada pelo emprego de dois lançamentos cuja contrapartida é feita pela rubrica apuração do resultado.
1º lançamento
Encerra todas as contas de despesa, transferindo seus saldos para essa apuração.
2º lançamento
Encerra todas as contas de receita, havendo a mesma transferência.
Do confronto de receitas e despesas nessa apuração, obtém-se o resultado líquido do período: lucro ou prejuízo.
Vejamos um exemplo disso:
Transferência dos saldos de despesas para a apuração do resultado:
Lançamentos	Débitos	Créditos
(7) Em 31.12.X1		
D Apuração do resultado	625.000	
C Diversos		
C Despesas de material de escritório		25.000
C Despesas de peças para reparos		110.000
C Despesas de salários		450.000
C Despesas de aluguel		40.000
Encerramento das contas de despesa para a apuração do resultado		
Transferência dos saldos de receitas para a apuração do resultado:
Lançamentos	Débitos	Créditos
(8) Em 31.12.X1		
D Receita de serviços	1.025.000	
C Apuração do resultado		1.025.000
Encerramento das contas de receita para a apuração do resultado		
Ajustando os razonetes, temos:
swap_horiz Arraste para os lados.
Por fim, a demonstração do resultado:
CIA DEF
Demonstração do resultado de X1
1. Receitas		
Receita de serviços		1.025.000
2. Despesas		
Despesa de material para escritório	25.000	
Despesa de peças para reparos	110.000	
Despesa de salários	450.000	
Despesa de aluguel	40.000	
3. Lucro líquido		400.000
Neste vídeo, um especialista discute os tópicos pertinentes a este módulo.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. (FMP Concursos - 2012 - Prefeitura de Porto Alegre - RS - Técnico em Contabilidade) De acordo com os elementos patrimoniais a seguir, identifique os bens, os direitos e as obrigações:
( ) Aluguéis a receber
( ) Aluguéis pagos antecipadamente
( ) Bancos conta movimento
( ) Caixa
( ) Capital social
( ) Estoque
( ) Fornecedores
Considere (B) para bem; (O), para obrigações; e (D), para direito. A sequência correta é:
D; D; D; B; O; B; O.
D; O; D; B; O; B; O.
D; D; B; B; B; B; O.
D; O; B; B; O; B; O.
Comentário
Parabéns! A alternativa "A" está correta.
Ativos (bens e direitos) e passivos (obrigações) são grupamentos contábeis de natureza respectivamente devedora e credora.
2. Uma sociedade empresária apresentou as seguintes contas em 31.12.20X1 com seus respectivos saldos:
Os saldos apresentados já foram ajustados, assim como foram realizadas as respectivas apropriações. Considerando apenas as informações apresentadas, o total do ativo, em 31.12.20X1, é de:
R$ 153.425
R$ 174.850
R$ 327.575
R$ 334.075
Comentário
Parabéns! A alternativa "A" está correta.
As rubricas do ativo são caixa, depreciação acumulada, duplicatas a receber, máquinas e equipamentos de uso, mercadorias para revenda e perdas estimadas com créditos de liquidação duvidosa.
Você chegou ao final do módulo 4!
E, com isso, você:
 Compreendeu o balancete de verificação e as demonstrações contábeis simplificadas.
 Retornar para o início do módulo 4
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste tema, você aprendeu a aplicar a técnica contábil. A partir da identificação da natureza e da dinâmica de funcionamento das contas combinada com a técnica de escrituração contábil, foram levantados o balancete de verificação e as demonstrações contábeis simplificadas.
A Contabilidade é um processo essencial para o funcionamento das empresas. Por meio dela, os eventos econômicos são traduzidos e divulgados para o usuário final. A partir de exemplos concretos e objetivos, apresentamos conceitos essenciais ao entendimento da técnica contábil, como origens, aplicações, contas e lançamentos.
Em seguida, avançamos para o processo de reconhecimento e mensuração contábil de eventos econômicos. Por fim, analisamos o levantamento das demonstrações contábeis simplificadas.
PODCAST
CONQUISTAS
Você atingiu os seguintes objetivos:
 Conheceu a Contabilidade e seus objetivos.
 Identificou a natureza e a dinâmica de funcionamento das contas: a equação fundamental da Contabilidade.
 Observou a escrituração contábil e os livros contábeis obrigatórios.
 Compreendeu o balancete de verificação e as demonstrações contábeis simplificadas.
REFERÊNCIAS
BRITTON, A.; WATERSTON, C. Financial accounting. Philadelphia: Trans-Atlantic Publications, 2006.
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. CPC 00 (R2) - estrutura conceitual para relatório financeiro. Publicado em: 10 dez. 2019.
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. CPC 26 (R1) - apresentação das demonstrações contábeis. Publicado em: 15 dez. 2011.
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Resolução 1.055/05. Publicado em: 7 out. 2005.
IUDÍCIBUS, S. Contabilidade introdutória. 9. ed. São Paulo: Atlas, 1998.
NEVES, S.; VICECONTI, P. Contabilidade básica. 14. ed. São Paulo: Frase, 2009.
NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE. NBC T 2 – da escrituração contábil. Consultado em meio eletrônico em: 21 jul. 2020.
EXPLORE+
A técnica contábil é o mecanismo que viabiliza a aplicação da Contabilidade. Esta sugestão de leitura oferece uma visão rica sobre o tema:
ALMEIDA, M. C. Contabilidade introdutória em IFRS e CPC. Rio de Janeiro: Atlas, 2014.
CONTEUDISTA
José Américo Pereira Antunes
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