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DIREITO PENAL I 2019 Prof.ª Ivone Fernandes Morcilo Lixa GABARITO DAS AUTOATIVIDADES 2 DIREITO PENAL I UNIDADE 1 TÓPICO 1 1 O Direito Penal é ramo do Direito Público composto por um conjunto de normas que têm por finalidade regular o poder punitivo do Estado. Desde tal afirmação, é CORRETO afirmar: a) ( ) O Direito Penal é composto por normas não jurídicas que se ocupam do controle das ações criminosas, impondo sanções. b) (X) As normas penais são as que determinam ações consideradas crimes e imputam as penas ou medidas de segurança, portanto, criam o injusto penal e suas respectivas consequências. c) ( ) As normas penais fixam os limites das ações éticas e morais que regem a vida social. d) ( ) O Direito Penal, enquanto ramo do Direito Público, não tutela bens jurídicos particulares, como a propriedade individual. 2 Considere as afirmações a seguir: I- Ao conjunto de normas jurídicas que descreve os crimes e impõe sanções (medida de segurança ou penas), entende-se como Direito Penal objetivo. II- O Jus Puniendi é o Direito Penal Subjetivo, constituído de normas que garantem à vítima o Direito a justa reparação pela violação a bem jurídico tutelado. III- O direito de punir é exercido somente pelo Estado, que é o ente jurídico legítimo para exigir que os cidadãos se abstenham de praticar determinadas condutas. IV- O Direito Penal objetivo é a norma penal em si e o Direito Penal subjetivo é a expressão do poder do Estado de fazer cumprir as normas e executar as decisões do Poder Judiciário. Assinale a afirmação CORRETA: a) ( ) As afirmações I e II estão corretas. b) ( ) As afirmações I, II e IV estão corretas. c) (X) As afirmações I, III e IV estão corretas. d) ( ) As afirmações II, III e IV estão corretas. 3 DIREITO PENAL I 3 O Direito Penal é composto por dois tipos de normas: 1. as normas que definem as infrações penais e impõem sanções (Direito Penal Substantivo); 2. as que possuem como finalidade definir a maneira de como se aplicar o próprio Direito Penal (Direito Penal Adjetivo). O artigo 157 do CP estabelece: Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência: Pena – reclusão, de quatro a dez anos, e multa. Quanto ao tipo, É CORRETO afirmar que tal norma penal: a) (X) Trata-se de norma ao Direito Penal Substantivo ou Material. b) ( ) Trata-se de norma de Direito Especial que apenas se aplica aos sujeitos que praticam tal conduta. c) ( ) Trata-se de norma de Direito Penal Adjetivo ou Formal, porque há necessidade da formalização do ato infracional. d) ( ) Trata-se de medida de segurança aplicada aos inimputáveis. 4 Contemporaneamente, no Brasil, o Direito Penal assenta-se em princípios fundamentais próprios do Estado Democrático de Direito, o que garante que as normas penais válidas são as que se orientam segundo os valores constitucionalmente definidos. Desde tal perspectiva, É CORRETO afirmar: a) (X) O Direito Constitucional estabelece a função valorativa (axiológica) ao Direito Penal, garantindo pressupostos para a criação e aplicação da lei penal. b) ( ) As normas penais são criadas e aplicadas segundo os princípios morais e éticos da sociedade, independentemente do modelo político constitucional vigente. c) ( ) Para garantir a validade da norma penal, na perspectiva contemporânea, basta sua vigência. d) ( ) Não há normas penais inválidas. TÓPICO 2 1 Considere o texto a seguir e responda à questão proposta. “O Direito Penal sofre, no Estado liberal, dificuldades para sua legitimação enquanto recurso capaz de apresentar soluções justas e aceitáveis para importantes conflitos sociais. Reconhece-se que tal tarefa é difícil, na medida em que este ramo do direito dispõe de meios 4 DIREITO PENAL I que, postos à disposição do Estado, podem ser manipulados em seu favor, tornando difícil a justificação moral e política do sistema criminal. Por isso mesmo, há quem afirme que Constituição e Direito Penal, durante longos anos, caminharam em sentidos opostos, na medida em que a palavra “Constituição” evoca proteção da liberdade, e Direito Penal, ao contrário, denota restrições aos direitos. É de ressaltar, no entanto, que o Estado moderno assimilou, em seu percurso, novas conquistas do Iluminismo, assentando seu ordenamento jurídico sobre os princípios da ilustração de forma a dispor de um modelo jurídico penal liberal e garantidor. Assim, é possível afirmar, embora não haja absoluta coincidência histórica, em razão de períodos de convivência de um direito, ainda cruel, com formas de governo já restringidas pelas liberdades dos súditos, que a constituição do direito criminal restringido em seu arbítrio caminhou associada à contenção de exercício do poder estatal. [...] O pós-positivismo jurídico, a seu turno, ao restabelecer uma relação entre direito e ética, toma, como valor básico da ordem jurídica, o metaprincípio da dignidade humana no qual se assentam outros valores igualmente lastreados no respeito à pessoa. Assim, a modernidade ocidental, orientada por este superprincípio, não só o insere no texto constitucional para que haja o reconhecimento de sua normatividade, mas dele faz defluir outros que lhe dão substancialidade. O reconhecimento jurídico da dignidade da pessoa humana como valor positivado na Constituição tem desdobramentos expressivos nos subsistemas normativos internos. A preservação do valor da pessoa e o asseguramento de seus direitos essenciais passam a constituir os ideais perseguidos pelos sistemas jurídicos liberais, aos quais se alinha, necessariamente, o Direito Penal na tentativa de sua legitimação. A subsunção a esta meta é o caminho mais promissor para justificar seu exercício quando se imiscui, coercitivamente, na esfera de liberdade de outrem”. FONTE: MINAHIM, Maria Auxiliadora. Legitimação do direito penal por princípios reconhecidos e inseridos nas constituições dos estados democráticos de direito. In: Revista da Faculdade Mineira de Direito. v. 20. n.40│70. Disponível em: <http:// periodicos.pucminas.br/index.php/Direito/article/viewFile/17978/13356>. Pergunta-se: O Direito Penal, no Estado Democrático de Direito, enfrenta como grande desafio justificar a punição tendo como limite os direitos fundamentais. A inovação, no sistema jurídico punitivo contemporâneo, é a contenção 5 DIREITO PENAL I do direito de punir do Estado desde a ordem democrática. Pergunta-se: como é possível assegurar direitos fundamentais e simultaneamente punir as condutas criminosas? R.: No Estado Democrático de Direito, os princípios basilares, quais sejam, da Dignidade Humana, da Legalidade e da Culpabilidade, servem como limitadores tanto para a produção como para interpretação e aplicação da norma penal. Os princípios são, portanto, os limitadores ao arbítrio do Estado. 2 O princípio da legalidade ou princípio da reserva legal, historicamente, funciona como limitador da arbitrariedade do Estado. Tem como postulado central a afirmação de que não há crime sem uma lei prévia que o defina. Acerca do conceito do princípio da legalidade, é CORRETO afirmar: a) ( ) É a capacidade mental do agente de entendimento do caráter ilícito do fato no momento da ação ou da omissão. b) ( ) Constitui-se em juízo de censura que incide sobre a vontade do agente responsável por um fato típico e ilícito, e tem como objetivo aferir a necessidade de imposição de pena. c) ( ) A oposição entre o ordenamento jurídico vigente e um fato típico praticado por alguém capaz de lesionar ou expor a perigo de lesão bens jurídicos penalmente protegidos. d) (X) A obrigatoriedade de obediência às formas e aos procedimentos exigidos na criação da lei penal e, principalmente, na elaboração de seu conteúdo normativo. 3 Considere a seguinte situação: um homem, maiorde idade e capaz, foi preso em flagrante por ter subtraído de um supermercado uma garrafa de cachaça. A ação delituosa foi vista pelo sistema de vídeo do estabelecimento, o que permitiu aos seguranças recuperarem o produto e deterem o infrator no estacionamento, quando então foi constatado que o produto subtraído equivalia a pouco menos de um sexto do salário mínimo vigente na época. Durante a investigação, foi constado que o acusado possuía duas condenações transitadas em julgado por fato semelhante e respondia por mais três ações penais em curso também por furto. Considerando tal situação hipotética, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) O acusado necessariamente deverá ser absolvido com base no princípio da insignificância, uma vez que o valor do objeto subtraído era ínfimo e foi restituído ao supermercado. 6 DIREITO PENAL I b) ( ) Por ter sido a ação aparentemente delituosa monitorada pelo sistema de segurança do supermercado com o objetivo de impedir a concretização do crime de furto, trata-se de crime impossível e, por via de consequência, trata-se de conduta atípica. c) (X) Embora sendo a lesão ao bem jurídico penalmente protegido ínfima, os antecedentes do agente constituem fator a ser considerado para a consideração judicial do princípio da insignificância a fim de despenalizar a conduta. d) ( ) Por não ter ocorrido a consumação do delito, aplica-se, no caso em apreço, a descriminalização da conduta em homenagem ao princípio da insignificância. 4 Considere as afirmações a seguir: I- A prática constante de comportamentos contrários à lei penal, ainda que insignificantes, pode implicar na perda da caracterização de bagatela desses comportamentos. II- O direito penal brasileiro não admite a imposição, como pena, de trabalhos forçados. III- O princípio da legalidade não se aplica às medidas de segurança, uma vez que não possuem natureza de pena. IV- Ainda que se trate de tentativa delituosa, considera-se como lugar do crime não só aquele onde o agente tenha praticado os atos executórios, mas também onde deveria produzir os resultados. Sobre as afirmações acima, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) As afirmações I, II e III estão corretas. b) (X) As afirmações I e II estão corretos. c) ( ) As afirmações II e III estão corretas. d) ( ) As afirmações I, III e IV estão corretas. TÓPICO 3 1 Considere as seguintes afirmações: I- Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime. II- Praticado um fato que, posteriormente, a lei defina como crime, o seu autor pode ser punido se ainda não tiver ocorrido a prescrição. 7 DIREITO PENAL I III- Se o autor de um fato está respondendo a processo por contravenção penal e, posteriormente, a lei venha a definir esse fato como crime, a denúncia pode ser aditada para que o agente responda de acordo com a nova classificação. IV- Mesmo que a lei nova deixe de incriminar certa conduta, antes definida como crime, o réu continua a responder ao processo, porque quando praticou o fato a lei assim o considerava. a) (X) Apenas a afirmação I está correta. b) ( ) Apenas as afirmações I e III estão corretas. c) ( ) Apenas a afirmação IV está correta. d) ( ) Apenas as afirmações III e IV estão corretas. 2 João foi condenado a pena de 6 (seis) anos de reclusão, pena mínima prevista para o delito que cometeu, em regime fechado. A sentença transitou em julgado. Posteriormente entrou em vigor nova legislação que reduziu a pena mínima para 4 (quatro) anos do delito praticado. Após o trânsito em julgado da sentença e promulgação de lei nova mais benéfica, João foi preso e começou a cumprir a pena privativa de liberdade. Neste caso, assinale a alternativa CORRETA: a) (X) João tem direito à redução da pena que lhe foi imposta com fundamento no novo mínimo estabelecido pela nova lei. b) ( ) João não tem direito à redução da penal porque a nova lei entrou em vigor após o trânsito em julgado da sentença condenatória. c) ( ) João não tem direito à redução da pena em decorrência do princípio da anterioridade, que determina a aplicação da lei penal à época do fato delituoso. d) ( ) Apenas seria possível a redução da pena se João estivesse preso já cumprindo a pena ao tempo de entrada em vigor da nova lei mais benéfica. 3 Sobre a aplicação da lei penal, considere as seguintes afirmações: I- A lei penal excepcional ou temporária não se aplica ao fato praticado durante sua vigência. II- Considera-se, para efeito da lei penal, o momento da ação ou omissão criminosa, mesmo sendo outro o momento do resultado. III- A lei penal brasileira não se aplica aos crimes contra o patrimônio da União, Distrito Federal, Estados e Municípios se praticados no estrangeiro. IV- Aplica-se a lei penal brasileira apenas a estrangeiros residentes ou naturalizados. 8 DIREITO PENAL I UNIDADE 2 Escolha a alternativa CORRETA: a) (X) Apenas a afirmação II está correta. b) ( ) Apenas estão corretas as afirmações II e IV. c) ( ) Apenas estão corretas as afirmações III e IV. d) ( ) Apenas está correta a afirmação IV. 4 Considere a seguinte situação hipotética: No dia 01/02/2015 Pedro foi preso em flagrante por estar comercializando cloreto de etila (lança-perfume), substância considerada entorpecente por portaria do Ministério da Saúde vigente na época. Ocorre que em 25/03/2015 houve a publicação de nova portaria do Ministério da Saúde excluindo o cloreto de etila como substância entorpecente. Posteriormente, em 24/04/2016 foi publicada nova Portaria do Ministério da Saúde novamente incluindo a referida substância como entorpecente. Nesta situação é CORRETO afirmar que: a) (X) Ocorreu abolito criminis e Pedro deveria ter sido colocado em liberdade em 25/03/2015. b) ( ) Por ter sido retificada a portaria publicada em 25/03/2015, não há que se falar em abolitio criminis. c) ( ) Pedro deverá ser mantido preso para o cumprimento da pena, por se tratar de crime contra a saúde pública, caso em que não se aplica o princípio da retroatividade da lei mais benéfica. d) ( ) Por se tratar de crime hediondo, não se admite o abolitio criminis. TÓPICO 1 1 De forma majoritária, a doutrina e jurisprudência pátria, de acordo com o conceito analítico, crime é definido como: a) ( ) Fato típico e antijurídico. b) ( ) Fato antijurídico e culpável. c) (X) Fato típico antijurídico e culpável. d) ( ) Fato típico, antijurídico, culpável e punível. 9 DIREITO PENAL I 2 Nexo de causalidade, elemento nuclear do conceito de crime, consiste no “elo” entre a conduta e o resultado típico. Em relação a relação de causalidade, assinale a afirmação CORRETA: a) (X) Não há crime sem resultado. b) ( ) A omissão não pode ser causa de um resultado. c) ( ) Fato típico e nexo de causalidade decorrem de caso fortuito. d) ( ) A ocorrência de um crime independe do resultado. 3 Desde o princípio nullum crimen sine conducta, “crime” é uma conduta típica, antijurídica e culpável. Considerando tal princípio, avalie as seguintes afirmações: I- A conduta compreende o fato humano voluntário e o involuntário. II- A conduta envolve a ação e a omissão, mas esta última apenas tem relevância quando o omitente deveria e poderia agir para evitar o resultado. III- As condutas atípicas possuem relevância para o Direito Penal. IV- Apenas possui relevância penal as condutas voluntárias. Analisando as assertivas acima, escolha a afirmação CORRETA. a) ( ) As afirmações I e II estão corretas. b) (X) A afirmação II e IV está correta. c) ( ) As afirmações III e IV estão corretas. d) ( ) As afirmações I, III e IV estão corretas. 4 São elementos do fato típico: a) (X) Conduta, resultado, relação de causalidade e tipicidade. b) ( ) Conduta, resultado, relação de causalidade e culpabilidade. c) ( ) Conduta, resultado, antijuridicidade e culpabilidade. d) ( ) Conduta, resultado, nexo de causalidade e antijuridicidade.TÓPICO 2 1 Acerca do sujeito ativo e passivo da infração penal considere as seguintes afirmações: I- Dependendo das condições físicas ou psíquica nem todas as pessoas podem ser sujeito passivo do crime. 10 DIREITO PENAL I II- O sujeito passivo do crime não é o titular do bem jurídico ameaçado pela conduta criminosa. III- Sujeito ativo do crime é aquele que pratica a conduta descrita em lei. IV- A capacidade penal do sujeito ativo, o inimputável é o que não possui capacidade penal. Assinale a afirmação CORRETA: a) ( ) As afirmações II, III e IV estão corretas. b) (X) As afirmações III e IV estão corretas. c) ( ) As afirmações I e II estão corretas. d) ( ) As afirmações I, II e III estão corretas. 2 Sujeito ativo do crime é aquele que pratica a conduta típica. Via de regra, o sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, independentemente de condições ou qualidades. Já o sujeito passivo é o titular do bem jurídico lesado ou ameaçado de lesão. Portanto, o sujeito passivo é sempre um sujeito determinado sobre o qual recai a lesão praticada pelo sujeito ativo. Tal afirmação está: a) ( ) Correta. b) (X) Errada. 3 Considere a seguinte situação: Marcos, servidor público municipal, no exercício de sua função, acabou por apropriar-se de uma quantia pertencente aos cofres do município. Em assim agindo, violou o art. 312 do Código Penal que tipifica o crime de peculato. É CORRETO afirmar que a Marcos pode ser imputado um crime funcional próprio porque: a) (X) Praticou conduta que exige ter sujeito passivo em condição ou qualidade especial. b) ( ) A qualidade de funcionário público é o pressuposto à realização do crime. c) ( ) O bem jurídico lesado é o erário público daí decorrendo sua particularidade. d) ( ) Como crime funcional próprio é considerado crime comum porque pode ter como sujeito passivo qualquer pessoa. 4 Acerca dos crimes instantâneos, considere as seguintes afirmações: I- São aqueles cuja consumação se exaure em uma única conduta. II- Produzem efeitos prolongados ao longo do tempo. 11 DIREITO PENAL I III- Não produzem efeitos prolongados no tempo. IV- São os crimes cuja consumação exige qualidade especial do agente. Assinale a assertiva correta: a) (X) As afirmações I e III estão corretas. b) ( ) As afirmações III e IV estão corretas. c) ( ) As afirmações I, II e III estão corretas. d) ( ) As afirmações III e IV estão corretas. TÓPICO 3 1 Paulo, firmemente decidido a matar Paula, sua namorada, a leva para um passeio em um lago distante. Eis que no meio do lago, antes que Paulo pudesse perpetrar seu plano, repentinamente Paula se desequilibra caindo no lago. Paulo se mantém inerte sem socorrer a namorada, embora sendo exímio nadador e possuir à embarcação coletes e bote salva-vidas. No caso descrito, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) Paulo deve responder por homicídio doloso por omissão. b) (X) Paulo deve responder por crime de omissão de socorro, qualificado pela morte da vítima. c) ( ) Paulo não deve ser punido ser sua conduta atípica. d) ( ) Paulo deve responder por homicídio culposo agravado pela omissão de socorro. 2 Estabelece o art. 269 do CP: “Deixar o médico de denunciar à autoridade pública doença cuja notificação é compulsória”. O delito previsto em tal artigo trata-se de: a) ( ) Crime que não admite concurso de pessoas e tampouco admite tentativa. b) (X) Crime omissivo puro, crime próprio e de mera conduta. c) ( ) Crime de perigo que admite tentativa. d) ( ) Crime formal e comissivo por omissão. 3 O art. 129, § 3º, do Código Penal tipifica o crime de lesão corporal seguida de morte (“se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi- lo”). Tal previsão legal caracteriza: 12 DIREITO PENAL I a) ( ) Hipótese exclusiva de crime culposo. b) ( ) Hipótese exclusiva de dolo direito. c) (X) Hipótese de autêntico crime preterdoloso. d) ( ) Hipótese de dolo eventual. 4 Eduardo agrediu violenta e dolosamente a Rogério. Em decorrência das lesões sofridas, Eduardo, já tendo passado dez (10) dias, veio a falecer. Nesse caso, é CORRETO afirmar que Eduardo praticou: a) ( ) Lesão corporal seguida de morte. b) (X) Lesão corporal. c) ( ) Homicídio doloso. d) ( ) Homicídio culposo. TÓPICO 4 1 O proprietário de um veículo ao sair do supermercado dirige-se ao estacionamento e se apodera de um automóvel que pertence a terceiro supondo ser seu por absoluta semelhança de modelo e cor dos automóveis. Tal conduta se configura como: a) ( ) Crime impossível. b) ( ) Erro de proibição. c) ( ) Crime culposo. d) (X) Erro de tipo. 2 Dolores é empregada doméstica e, durante seu trabalho na casa de seus patrões, tomou para si um objeto que supunha ser seu. A conduta de Dolores se configura como: a) (X) Erro de tipo. b) ( ) Erro de proibição. c) ( ) Crime impossível. d) ( ) Erro de objeto. 3 Paula trabalhava como diarista fazendo limpezas quinzenais na casa de Ângela. Certo dia Paula é chamada para auxiliar a patroa que havia realizado uma grande festa de final de ano, e, enquanto trabalhava, encontrou uma bolsa em um sofá da sala. Como estava sozinha subtraiu o objeto pensando que havia sido esquecido por uma convidada. 13 DIREITO PENAL I Entretanto, Paula ao chegar em sua casa acaba reconhecendo a bolsa que lhe pertencia e havia sido esquecida naquele local na semana anterior. A ação de Paula se caracteriza como: a) ( ) Crime putativo. b) ( ) Furto, na forma tentada. c) (X) Crime impossível. d) ( ) Roubo. 4 João e Paulo juntos bebiam em um bar da cidade quando repentinamente se inicia uma discussão sobre futebol. João, enfurecido e objetivando atingir Paulo, desfere contra ele um disparo de arma de fogo que atingiu o alvo desejado, porém também acerta uma terceira pessoa que estava no lugar vindo ambas vítimas a falecerem. No caso em apreço trata-se da modalidade: a) ( ) Erro sobre a pessoa. b) (X) Aberratio ictus. c) ( ) Aberratio criminis. d) ( ) Erro por culpa exclusiva de terceiro. UNIDADE 3 TÓPICO 1 1 Antijuridicidade ou ilicitude é definida como a contrariedade do fato com o ordenamento jurídico e ocorre quando há risco de dano a um bem jurídico tutelado. A ilicitude, especificamente, é considerada objetivamente uma forma de agir contrária ao Direito. Considerando tal afirmação assinale a afirmação CORRETA. a) ( ) Uma conduta é ilícita quando fere um bem jurídico independente de ferir a norma jurídica penal. b) ( ) A ilicitude possui relação direta com a tipicidade, enquanto a antijuridicidade independe da legalidade. c) (X) Aquele que realiza com sua conduta um fato típico, realiza, potencialmente, um comportamento dotado de antijuridicidade. d) ( ) Ilicitude e antijuridicidade são conceitos jurídicos penais autônomos. 14 DIREITO PENAL I 2 A vida social é permeada por valores que são protegidos pelo Direito. Quando uma atitude, ou agir humano, coloca em risco, viola um bem ou interesse juridicamente protegido, coloca-se em questão se a conduta constitui em si um meio ou fim justo. Considerando tal afirmação, assinale a afirmação CORRETA. a) (X) A antijuridicidade é definida como um desvalor social ínsito na proibição legal. b) ( ) Antijuridicidade não é conceito jurídico e sim social. c) ( ) Sendo o crime um conceito jurídico sua definição independe da antijuridicidade. d) ( ) Antijuridicidade não é elemento constitutivo de crime e sim pressuposto de penalização. 3 A antijuridicidade pode ser formal ou material. A antijuridicidade formal está contida na ação típica, enquanto a antijuridicidade material está contida na própria ação que coloca em risco ou lesa bem jurídico protegido pela norma. Considerando tal afirmação assinale a alternativa CORRETA. a) ( ) Na antijuridicidade formal há a contradição entre a conduta e os interesses e valores sociais tutelados.b) (X) A antijuridicidade material é a contradição entre fato e valores tutelados. c) ( ) Antijuridicidade não é elemento constitutivo de crime. d) ( ) Apenas a antijuridicidade formal é elemento constitutivo de crime. 4 A definição de um crime pressupõe a existência de um tipo penal. Especificamente a antijuridicidade é a ilicitude contida em determinados tipos penais que sempre reflete uma contradição entre a ação e a ordem jurídica. Considerando a diferença entre antijuridicidade genérica e específica, assinale a afirmação CORRETA: a) (X) Antijuridicidade genérica é a contraposição do fato à norma e está fora do tipo penal. b) ( ) A antijuridicidade genérica independe do dolo natural, mas sim do tipo penal. c) ( ) Antijuridicidade específica não está contida nos tipos penais, mas sim nos valores sociais. d) ( ) Antijuridicidade genérica e específica diferenciam-se na tipificação legal penal. 15 DIREITO PENAL I TÓPICO 2 1 Leia o texto a seguir, de Marcelo Pertille, e responda às questões propostas: EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA A exigibilidade de conduta diversa deve ser vista como a possibilidade que se abre no sentido de se cobrar do agente uma postura diferente em relação ao fato típico e ilícito que perpetrou. Para que o agente seja culpável, além de imputável e inserido em contexto que lhe permita atingir a consciência sobre a ilicitude de sua conduta, também a situação fática na qual está submetido deve mostrar que seu rol de escolhas não estava excepcionalmente restringindo, sendo, por isso, possível exigir que tivesse tido comportamento conforme o direito. Ou seja, a exigibilidade de conduta diversa considera os fatos paralelos à conduta e apenas se constatado que o agente teve livre atuação no processo de escolha deverá ser responsabilizado. De outro ponto, diagnosticado que o agente agiu de modo típico e ilícito porque não tinha liberdade de escolha, tem-se desproporcional puni-lo pelo comportamento que não invoca culpabilidade diante da certeza de que qualquer outra conduta, ainda que possível, mostra-se inexigível. Assim, é fundamental ter em mente os institutos trazidos pelo Código Penal que permitem concluir situações onde fica afastada a exigibilidade de conduta diversa e que, por consequência, provocam dirimente de culpabilidade, isentando o agente de pena. Então, são causas legais de inexibilidade de conduta diversa a coação moral irresistível e a obediência hierárquica. FONTE: <https://emporiododireito.com.br/leitura/exigibilidade-de-conduta- diversa-licao-19>. Acesso em: 16 set. 2019. Considerando o texto e o estudo realizado, responda às seguintes questões: a) A inexigibilidade de conduta diversa é uma das causas de exclusão de ilicitude ou causa de justificação da ilicitude. A condição fática é elemento relevante para a caracterização de tal excludente? 16 DIREITO PENAL I R.: Sim, porque para ser considerada excludente de ilicitude devem ser demonstradas nas circunstâncias em que o agente se encontrava e se suas possibilidades de escolhas estavam reduzidas e, por esta razão, não se poderia exigir que o agente tivesse um comportamento de acordo com o direito. b) No Direito Penal pátrio como são definidas as excludentes de ilicitude? R.: As excludentes de ilicitude são definidas pela norma penal, especificamente pelo art. 23 do Código Penal que estabelece: Não há crime quando o agente pratica o fato: I- em estado de necessidade; II- em legítima defesa; III- em estrito cumprimento do dever legal ou exercício regular de direito (BRASIL, 1984, s.p.). Portanto, é correto afirmar que é a lei que define a exclusão de ilicitude. Porém, admite-se a existência de causas supra legais – não previstas em lei – de exclusão de ilicitude com emprego da analogia in bona partem, suprindo eventuais situações não contempladas no texto legal, à exemplo do que ocorre em relação ao consentimento do ofendido nos tipos penais em que o bem jurídico é disponível – exemplo, Art. 163 do CP) e o sujeito passivo, pessoa capaz. TÓPICO 3 1 Os crimes monossubjetivos são aqueles que podem ser praticados por uma só pessoa, embora nada impede que haja coautoria ou participação, por poder ser cometido individualmente. Desde tal afirmação é CORRETO afirmar: a) (X) Nos crimes monossubjetivos o concurso de pessoas é eventual. b) ( ) Nos crimes monossubjetivos o concurso de pessoas é necessário. c) ( ) Nos crimes monossubjetivos o concurso de pessoas é tão somente na forma de coautoria. d) ( ) Nos crimes monossubjetivos o concurso de pessoas é tão somente na forma de participação. 2 Considere a seguinte situação: Pedro decide matar sua esposa Antônia a fim de usufruir sozinho do patrimônio adquirido após 15 anos de convivência marital. Entretanto, Lúcia, amante de Pedro e 17 DIREITO PENAL I amiga de Antônia, sabendo da intenção de Pedro e com a certeza de que será beneficiada com a morte de Antônia, se oferece para levar Pedro até o local onde ocorrerá o crime. Considerando o conceito de concurso de pessoas, escolha a afirmação CORRETA. a) ( ) Lucia não é coautora do crime de homicídio, respondendo tão somente por facilitação. b) (X) Pedro e Lúcia, segundo o previsto no art. 29 do CP, respondem pelo crime de homicídio. c) ( ) Lúcia, na condição de partícipe de menor importância, não pode ser considerada coautora. d) ( ) Pedro responde pelo crime de homicídio por ser o autor imediato e Lucia responde pelo crime de facilitação por não ser autora direta. 3 Para a configuração de concurso de agentes é necessária a existência de determinados requisitos sem os quais não há que se falar em codelinquência ou coautoria. Dentre os elementos indispensáveis para a configuração de concurso de agentes é CORRETO afirmar: a) ( ) Obrigatoriamente deve haver entre os agentes um ajuste ou acordo prévio. b) ( ) Obrigatoriamente deve haver autoria intelectual e material praticadas por um único agente. c) (X) Para haver concurso de pessoas é necessário que, ao menos, cada uma delas tenha praticado uma conduta. d) ( ) O concurso de pessoas exige um vínculo ou liame objetivo e não subjetivo. 4 No concurso de pessoas há a diferenciação entre autor direito ou imediato e autor mediato ou indireto. Autor imediato é aquele que pratica o ato punível pessoalmente como executor ou autor intelectual. Já o mediato é aquele que, tendo o domínio do fato, serve-se de terceira pessoa que atua como instrumento para o intento criminoso. Considerando tal afirmação escolha a alternativa CORRETA. a) (X) Não há possibilidade de autoria mediata em crimes de mão própria. b) ( ) Quando o autor mediato for incapaz não há crime. c) ( ) No delito de rixa, previsto no art. 137 do CP, obrigatoriamente há concurso de agentes. d) ( ) A coação moral irresistível é fator impeditivo de autoria mediata.
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