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PEÇA+SEÇÃO+1+DE+PENAL

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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA COMARCA DE AGRESTE – CEARÁ
NOME DA ADVOGADA, brasileira, advogada, inscrita na OAB-XXX sob nº 00000, com escritório na rua xxx, nº xxx, Setor xxx, nesta Capital, onde recebe intimações, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo 5º,LXVIII, da Constituição Federal, impetrar ordem de 
HABEAS CORPUS LIBERATÓRIO
em favor de ZÉ DA FARMÁCIA, brasileiro, casado, presidente da câmara dos vereadores, residente nesta capital, contra ato do Ilustríssimo Delegado de Polícia do Distrito de Agreste- CE
I- DOS FATOS
No dia 03 de fevereiro de 2018, o Delegado de Polícia do Município, Dr. João Rajão, recebeu em seu gabinete o Sr. Paulo Matos, empresário, sócio de uma empresa interessada em participar das contratações a serem realizadas pela Câmara de Vereadores. O Sr. Paulo relatou ao Delegado que, naquela data, o Vereador João Santos, o João do Açougue, que exerce, atualmente, a função de Presidente da Comissão de Finanças e Contratos da Câmara de Vereadores do Município de Conceição do Agreste/CE, junto aos vereadores Fernando Caetano e Maria do Rosário, membros da mesma Comissão, haviam exigido de Paulo o pagamento de R$ 100.000,00 (cem mil reais) para que sua empresa pudesse participar do referido procedimento licitatório, que estava agendado para o dia seguinte. 
A vítima estava bastante nervosa e apreensiva com tal exigência, uma vez que sua empresa preenchia todos os requisitos legais para participar da referida concorrência, que era fundamental, inclusive, para a manutenção de seu negócio. Deste modo, procurou a polícia para relatar todo o ocorrido. O Delegado João, após ouvir todo o relato, visando prender todos os envolvidos em flagrante delito, orientou Paulo a sacar o dinheiro e combinar com os vereadores a entrega da quantia na própria sessão de realização da licitação, oportunidade em que uma equipe de policiais disfarçados estaria presente para efetuar a prisão dos envolvidos. 
Assim, no dia seguinte, no horário e local designados para a realização da concorrência pública, os policiais, que esperavam o ato, realizaram a prisão em flagrante dos vereadores João do Açougue, Fernando Caetano e Maria do Rosário, no momento em que estes conferiam o valor entregue por Paulo. 
Ocorre que, por ironia do destino, o INOCENTE Zé da Farmácia, na qualidade de Presidente da Câmara de Vereadores do Município de Conceição do Agreste/CE, resolveu, naquele exato dia, assistir à Sessão da Comissão de Finanças e Contratos da Câmara para verificar se ela estava realizando seu trabalho de maneira correta e eficaz, sem qualquer relação e sem saber de maneira alguma sobre o planejado dos vereadores. 
Desta forma, mesmo sem ter ciência de nenhum dos fatos aqui narrados, estava presente no Plenário da Câmara no momento da operação policial e acabou também preso em flagrante, acusado de participar do esquema criminoso. 
Apresentados ao Delegado João Rajão, este lavrou o respectivo auto de prisão em flagrante delito da forma estabelecida na legislação pátria (pela prática do delito de corrupção passiva, previsto no artigo 317, do Código Penal) e o encaminhou ao Juiz competente no prazo devido. 
Comunicada a Autoridade Judiciária, esta determinou a apresentação dos presos, em audiência de custódia, a ser realizada no dia seguinte à prisão. Na data e no horário designados, os réus foram representados pelo Procurador da Câmara dos Vereadores, que requereu a liberdade deles, com a decretação de medidas cautelares diversas da prisão. 
Entretanto, o MM. Juiz, acatando o pedido do Ministério Público de conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva, decretou a prisão preventiva de todos, nos termos do art. 310, II, c/c art. 312, c/c art. 313, I, todos do CPP, para garantia da ordem pública, tendo em vista a gravidade e a repercussão do crime. 
II- DA ARGUMENTAÇÃO JURIDICA
 TESE DE FALTA DE JUSTA CAUSA
Com base no exposto nos fatos, não há razão para a imputação do crime de corrupção passiva disposto no artigo 317 do Codigo Penal, reiterando que o Sr. ZÉ DA FARMACIA não estava ciente do planejado pelos vereadores Joao do Açougue, Fernando Caetano e Maria do Rosário. Sendo, portanto, injusta a prisão preventiva do paciente uma vez que o mesmo não cometeu qualquer crime, apenas estava realizando sua função como presidente da câmara dos vereadores.
Dessa forma, é cabível a medida constitucional HABEAS CORPUS LIBERATÓRIO, uma vez que o direito de ir e vir de Zé da Farmácia está prejudicado porque o mesmo foi preso injustamente. 
III- DO PEDIDO 
Diante do exposto, em face da verdadeira coação ilegal, de que é vitima. o paciente, vem requerer que, após solicitadas as informações à autoridade coatora, seja concedida a ordem impetrada, conforme artigos 647 e 648, inciso I do Código de Processo Penal, decretando-se a anulação ab initio ate a denúncia da ação penal ou a partir de trancamento da ação penal ou cassação da sentença, por medida de justiça.
Preso preventivamente pede-se:
1- A revogação da prisão preventiva decretada contra o paciente
2- A expedição do alvará de soltura
Termos em que,
Pede Deferimento,
AGRESTE, XX, MÊS, ANO
ADVOGADO
OAB Nº XXXX

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