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Psicanalise - FICHAMENTO - DA SOBREVIVENCIA DO ANALISTA

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DA SOBREVIVENCIA DO ANALISTA
O texto inicia indicando as características que Winnicott instaurou ao modo simples, cita que é dado a atenção aquilo que é natural e simples da vida, que muito se fica no obscuro de especulações abstratas. 
 “O simples não nos impressiona mais em sua simplicidade, porque o modo de pensar científico habitual destruiu a capacidade de se surpreender com o óbvio, e justamente com isso” (Heidegger 1987, p. 133).
1. Uma questão de base
Pretende-se falar sobre o conceito de sobrevivência, e cita as vezes que o foi procurado para tentar ajudar professores, pediatras, enfermeiras, fisioterapeutas, entre outros, para conversar sobre um aluno ou paciente e que de certa forma auxiliar na resolução. Cita que é como se a mãe viesse pedir a avó para relar na testa do bebe para medir se a febre.
O modelo de mãe suficientemente boa qualquer que seja o problema, ela prevalece, e assim são os profissionais com seus pacientes, se questionando se estão sendo bons o suficiente, adaptando-se as necessidades, respondendo a dependência, porém, a dependência vira crescente, é importante que a mãe e terapeuta diminua drasticamente a qualidade para tornar seus filhos e pacientes independentes. Winnicott apesar de afirmar que as mães não devem ouvir os conselhos das vizinhas, e que seu conhecimento não é baseado em livros e palestras, e sim na ligação, identificação com o filho. Ele afirmava que é muito melhor uma mãe que tenha dúvidas sobre o seu filho, ao invés da mãe que “explica tudo por algo externo”, sem assumir sua responsabilidade, é o que Winnicott chama de mãe defendida. 
Durante a fase da dependência, os pacientes regredidos a dependência, são como crianças que captam mesmo sem saber, toda falsidade, desanimo, desistência.
2. A tarefa terapêutica
Durante uma palestra para uma Associação de Assistentes Sociais para crianças desajustadas em 1970, Winnicott verbalizou que há um crescimento para baixo, e que espera estar pequeno o suficiente para passar pela estreita passagem da morte. Explica que o crescimento para menor, inicia-se logo após o nascimento, seria uma maior clareza do que realmente é importante, apesar de muitas vezes parecer-se simples, mas que sem o mesmo o resto não faz sentido. 
Winnicott relata, quão excitante era envolver-se ao alojamento onde durante a segunda grande guerra, os garotos problemáticos eram recebidos. Citou que o que via-se de costume eram carros parando na frente do alojamento, portas batendo fortemente e carro arrancando como se estivesse fugindo de algo, os garotos eram deixado la com um abreve aviso prévio, e lá estava mais um “problema” para David Wills. Winnicott ouvia um ou dois garotos onde David e sua equipe o acompanhava muitas vezes ouvindo as histórias da entrevista, do qual Winnicott havia feito interpretações com base em um profundo insight. 
Toda semana David Wills fazia uma reunião com os meninos, eles poderiam falar e agir naturalmente, e seus comportamentos eram altamente irregulares, principalmente com Winnicott, ficavam inquietos e grosseiros, era a forma deles clamarem por ajuda.
Esse trabalho foi muito importante a carreira e estudos de Winnicott, pois a partir do mesmo ele fez entender que nem tudo na psicoterapia é cabível de interpretação na hora certa como ele pensava.
3. O valor da sobrevivência
Winnicott diz que sobreviver é uma atitude silenciosa e não aparente, valorizar essa sobrevivência e seu valor faz reassegurar o bem que profissionais como terapeuta, educadores, pediatras fazem, e o quão bem fazem.
Winnicott faz uma analogia ao poste e sua sustentação, atribuída aos pais e analistas, onde por fase o paciente e filhos ficaram apoiados neles, ate que ele permaneça de pé sozinho, do contrário não terá a incorporação da confiança. A sobrevivência é então a continuidade do que se inicia, manter-se por conta própria, é a qualidade, a forma de viver e relação com o ambiente. 
A mãe tem inúmeros motivos para odiar o bebe, assim como David Wills deve ter odiado os jovens que por vezes colocavam para baixo seu esforço de construção, mas, de acordo com Winnicott, o que é notável nas mães, é que apesar de todo sentimento de ódio que pode ser criado, as mesmas tem a capacidade de se colocarem a prova pelo filho, e sem se vingarem deles.
Heidegger corrobora: “O ser humano é essencialmente necessitado de ajuda, por estar sempre em perigo de se perder, de não conseguir dar conta de si mesmo” (Heidegger 1987, p. 202). Para Winnicott a existência não é algo fácil, é uma evolução constante, onde a maturidade nunca é completada, o homem tem de ser e continuar sendo independentemente do nível de maturidade alcançado.
4. A sobrevivência da mãe
É mencionado sem muitas delongas, as etapas inicias da criança e a importância da sobrevivência da mãe durante essas fases.
Durante a amamentação, inicia-se o impulso voraz primitivo, e a mãe inicia sua sobrevivência a fase, ja que tem o conhecimento de ser a etapa crucial do bebe. 
A mãe precisa sobreviver a fase da ira do filho sem medo, quando a criança não aceitar o peito, Edna Vilete cita que a mãe precisa reconhecer e suportar ser uma mãe ruim durante um tempo, ser uma mãe forte.
Durante esse período, a mãe poderá se sentir deprimida, e o bebe sentira tal sentimento da mãe, e ele que antes era cuidado pela mãe, passara a cuidar dela e mesmo assim, sobrevivendo a ela. 
Aos 10 ou 11 meses, o bebe inicia fase real de destruição, onde mesmo sem fome e sem raiva ira morder os seios ira recusa-los, ira chutar a mãe. Essa fase é crucial para o amadurecimento e é necessário passar por essa fase, pois é quando a criança expulsa a mãe, passa a compreender sua singularidade. 
A mãe conhece quando o bebe esta nessa fase, e se ela souber sobreviver a ela, o filho irá encontrar uma outra maneira para o significado amor, e com isso surgira a fantasia, como se o bebe dissesse “te amo pelo fato de ter sobrevivido a minha tentativa de destruição”. 
Aos 2 anos e meio, o bebe começa a ter sua impulsividade de instinto e para isso precisa de uma mãe viva para ajudar a sustentar esse processo. A mãe-objeto ira continuar sobrevivendo pelo instinto, já a mãe-ambiente irá continuar sendo ela mesma.
Na adolescência, a sobrevivência dos pais se torna ainda mais importantes, pois é a fase onde os filhos estão na segunda chance de vida para a conquista ou arremate de conquistas primitivas, é o momento em que estão vivenciando a puberdade, modificações biológicas, vivenciam angustias relativas à sua identidade pessoal. Não se tem remédio, os pais precisaram sobreviver para saber lidar com a impulsividade, e o novo conhecer de segurança, já que passam a lidar com a livre expressão, e ação impulsiva.
5. A sobrevivência do analista
Ser terapeuta é de forma especializada cuidar de outra pessoa que tem a mesma natureza que eu, que está no mesmo baco apesar das diferenças de frustações e sentimentos que aflige o paciente. Winnicott diz que independente de quem somos, fisioterapeutas, médicos, engenheiro, mulher ou homem, o que importa são as relações interpessoais. 
Com relação ao chamado que se assumi de cuidar do outro, deve-se estar disposto a cuidar e assegurar uma confiança que dificilmente mantem na vida privada. Cuidando do outro, tem que deixar o outro ser o que ele é, como ele é enquanto isso se pendura. 
Quando se trata da sobrevivência da mãe e do terapeuta de acordo com Winnicott eles devem manter-se vivos e respirando, com relação a mãe, ele diz que ela em seu papel para ser sentida de todas as maneiras. Winnicott fala sobre a diferença entre a mãe e o terapeuta em seu ser, onde a mãe quando o filho adormece é só o coloca-lo em seu berço, e se manter respirando caso esteja cansada, já o analista não pode de fato não estar deprimido, e permitir que o paciente encontre-se por si, tomando seu próprio tempo, sem a necessidade de educa-lo ou arrumar sua conduta.
David Wills, sobreviveu, se manteve vivo e respirando, é sobreviver ao desanimo, com relação ao alojamento, David manteve funcionando, fornecendo e coma possibilidade de comunicação. 
Uma das dificuldades do analista seja pelo fato de que o paciente precise regredir a dependência. O paciente precisa reviver o colapso, já que o mesmo não experimentou no momento em que era um bebe, e precisa-se experimentar essa vivencia uma vez desde que não o tenha vivido (acredito eu). Se o paciente se entregar a regressão da dependência, confiar no setting ele poderá desenvolver o que Winnicott chama de “transferência delirante”, com isso o paciente acusa quem esta la fora, seja o analista ou qualquer outra pessoa.
Para que o analista consiga reviver o processo de trauma, ele precisa estar aberto, desprotegido, de forma a não se justificar pela falha, e evitando a raiva que poderá cair sobre ele.
6. O que permite ao analista sobreviver?
O que possibilita a mãe e o analista a sobreviverem é a crença no processo de amadurecimento, o que está ligada ao crescimento para baixo. Pois de acordo com Winnicott, há algo na psicoterapia que não é descrito como interpretação certo no momento certo, ele saberá reconhecer o que deixar de lado, abdicando da esperteza e devolver ao paciente o nexo inconsciente reprimido. 
De acordo com Winnicott, o que o terapeuta faz durante o atendimento é desatar os nós, para que a tendência inata do amadurecimento siga seu curso sozinho. 
Pensa-se que os pais ensinam seus filhos, assim como os fazem, porém o verdadeiro percurso é o contrário apesar de precisar dos pais como figura de apoio. Ninguém precisa ensinar uma criança a crescer, a ficar brava, alegre, a ser generosa, o que pode ser feito indiretamente, é a mãe impedir a esquizofrenia por meio comum.

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