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FICHAMENTO PSICANALISE- G

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ICH – INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS – CAMPUS BAURU
CURSO DE PSICOLOGIA
Fichamentos do livro: “Manual de Técnica Psicanalítica”
Capítulos 4 e 5
BAURU
2020
Cap. 4 - O Primeiro Contato. A Entrevista Inicia. Os critérios de Analisabilidade. O Contrato
No contato inicial o terapeuta deve observar quando e o porquê o paciente protela para esse primeiro contato e seguir no processo analítico, pois isso pode revelar temores próprios ou indecisão. Durante esse contato inicial pode a pré-transferência, porém isso é necessário, para que comece a surgir o rapport entre ambos. O analista deve sentir o paciente, pois caso ele não possua horário, é de suma importância conseguir identificar qual profissional tem o perfil para atender as necessidades desse paciente em caso de encaminhamento.
Não se pode confundir a entrevista inicial com a primeira sessão, pois a entrevista inicial antecede o contrato analítico e a primeira sessão marca de fato o início formal da análise. A entrevista inicial deve ser levada a sério, pois através dela, analista e analisando podem decidir se querem compartilhar esse longo convívio íntimo e profundo.
A finalidade da entrevista inicial é avaliar as condições mentais, emocionais, materiais e circunstanciais do paciente, ajuizar prós e contras, riscos e benefícios, vantagens e desvantagens, grau e tipo de psicopatologia, para que assim possa-se analisar qual tipo de terapia é a mais indicada para e saber se o analista quer ou não ser analista desse paciente. É necessário analisar a veracidade e qualidade da motivação do paciente, pois fatores inconscientes impedem que se assuma um compromisso definitivo.
Cabe ao analista verificar se o que ele entende por tratamento corresponde às expectativas do analisando. O analista deve perceber seus limites identificando transferências e contra-transferências impedindo que isso atrapalhe a e entrevista inicial. Pode ocorrer uma única impressão dominante por parte do analista, pois o paciente pode tentar impressionar positiva ou negativamente o analista se mostrando diferente do que realmente é. A entrevista inicial marca o início do vínculo empático entre terapeuta e paciente.
Conforme a psicanálise evolui, diminuem os critérios de contra-indicações e o maior exemplo se refere à idade dos pacientes, pois houve uma abertura para análise de crianças e de pessoas com idades mais avançadas obtendo ótimos resultados.
É necessário na entrevista inicial que haja a interpretação compreensiva para que se construa uma aliança terapêutica, para que o paciente sinta-se compreendido. No contrato serão fixadas definições entre papéis e funções a serem exercidos pós ambos da dupla terapêutica. Espera-se que o analisando comprometa-se a estar suficientemente motivado, mas podem ocorrer aparentes descasos ou estarem excessivamente motivados, cabe ao analista compreender que essas são as formas dos analisandos se protegerem e se prepararem diante de situações novas e difíceis que estão pra surgir. O analista deve esperar também que o analisando faça uma reflexão sobre tudo que for combinado no setting terapêutico e participe de forma ativa dessa construção. Do analista espera-se que ele descubra qual sua motivação predominante para determinado trabalho analítico, definir seu projeto terapêutico, analisar se possui conteúdo teórico-prático, ou condições mínimas necessárias para atuar em alguma demanda de caráter especial. Observar se domina parâmetros para transgredir algumas regras analíticas, mas que não alterem a essência do processo analítico.
O analista deve atentar-se para reconhecer transferência e contra-transferência, sabendo envolver-se com o analisando sem ficar envolvido, para que ao invés de ajudar, possa acabar prejudicando o processo e afaste o analisando. É imprescindível que o analista saiba reconhecer e impor os seus limites físicos e mentais, não acumulando uma carga excessiva de pacientes, não extrapolando horários, nem interferindo em sua vida pessoal, além de se reservar a ter momentos de lazer, pois o analista precisa estar bem em todos os âmbitos de sua vida para estar bem para ajudar os seus pacientes.
Antigamente nutria-se a idéia primitiva de que a única função do paciente era trazer conteúdo e a do analista, analisar esse conteúdo, mas muita coisa mudou. Cabe a ambos da dupla terapêutica participar e interagir ativamente, para que juntos construam uma evolução.
As combinações a serem feitas ainda geram muitas polêmicas, pois muitos analistas preferem respeitar o legado de Freud, seguindo a risca suas orientações, enquanto outros preferem simplificar ao máximo restringindo-se apenas a seguir a respeito da quantidade de sessões, horários e honorários.
Outro ponto bastante polêmico é o uso do divã, pois isso pode trazer dificuldades na análise mais profunda das possíveis dificuldades em deitar ou permanecer sentado, fazendo com que o paciente torne-se passivo. Recomenda-se não fazer imposições, exceto as que são necessárias, o ideal é fazer proposições, para que o paciente participe ativamente e sinta-se integrado nas decisões.
É necessário que haja uma flexibilidade de ambas as partes em relação às cláusulas, mantendo um clima de respeito entre ambos. Deve-se respeitar os 03 princípios básicos dessa inter-relação:
- Os papéis desempenhados são desiguais e distintos, são assimétricos
- O par analítico não são iguais, eles são assimilares.
- A relação existente no par analítico é isomórfica, pois o analista desempenha funções maternais nas não substituem figuras maternas.
Cap. 5 - O Setting: a Criação de um Novo Espaço
O setting terapêutico é constituído por um conjunto de regras e atitudes que são firmados no contrato terapêutico e no decorrer da análise, que não devem ser impostas é sim propostas pois o analisando deve participar ativamente nas tomadas de decisões. É necessário analisar o perfil de cada paciente para que o setting se adapte ao perfil do analisando criando as condições necessárias para que no decorrer da análise, esse paciente consiga ter o seu self integrado.
Atualmente, descartou-se o modelo de analista que sempre interpreta tudo e está sempre neutro diante do paciente e da narrativa. Espera-se que o analista imprima seu “eu de verdade”, seu modo de ser, sem se revelar, sem ficar envolvido com o relato, mas se envolver de forma a contribuir para análise.
No enquadre terapêutico existem particularidades invisíveis que podem influenciar negativamente ou positivamente como:
- Casos de pacientes com autismo, o analista deve ter uma flexibilidade maior em relação ao ambiente e ter uma interação maior com a família.
- Saber se posicionar adequadamente na condição de maternagem e não permitir que o paciente o veja como mãe substituta
- Preservar ao máximo o setting terapêutico frente às particularidades de cada paciente 
- Ao se preservar o enquadre obtém-se respaldo em argumentos analíticos
- Dentro das regras do setting delimita-se o “eu” dos “outros”, entendendo noções de diferenciação, separação e individuação
- O enquadre possibilita que se encerre a idéia de simetria que o paciente pode nutrir no sentido de acreditar que é igual ou que possui as mesmas funções que o analista
- O analista deve policiar-se e encontrar um equilíbrio, não se tornando extremamente rígido nem tampouco exageradamente permissivo, quando se trata das normas definidas inicialmente
- Analista e analisando devem ter seus papéis estipulados, para que não acabe interferindo no progresso positivo na análise
- O analista deve atentar-se ao fato de que não deve satisfazer todas as vontades do paciente com intuito de evitar frustrações, pois o bom analista o faz, quando julga necessário 
- Ao não propiciar frustrações, o analista deixa de ajudar o analisando, uma vez que não conseguirá interpretar o mesmo quando enfrentar dificuldades ou rejeições, isso impossibilita que o paciente evolua, passando a sempre fugir de determinadas situações que exigem o enfrentamento
- Porém um analista muito rígido, que nunca atende a nenhum pedido, nemmesmo aos mais simples, pode tornar-se reprodutor de possíveis comportamentos adotados pelos pais desse analisando quando era criança, trazendo à tona lembranças de que ele só conseguiria algo através de muito esforço e merecimento 
- Cabe ao analista perceber que através das frustrações necessárias caudadas no setting irão possibilitar que o paciente evolua
- Deve ficar claro para o paciente que o setting terapêutico é um local que possibilitará que esse analisando relembre experiências do passado com seu analista que não foram solucionadas no período do ocorrido 
- Para que isso ocorra o setting deve permanecer inalterado, apesar de todas as demonstrações de agressividade, o analista não sai de sua posição habitual de humor, atribuindo ar de compreensão, para que o analisando adquira novos aprendizados através de uma experiência com novos significados, diferente das experimentadas de forma traumática ou negativa 
- Podem ocorrer transgressões no setting, porém o analista deve sentir que possui o controle para evitar conluios conscientes ou inconscientes, impedindo uma falsa evolução, onde o analista acredita estar evoluindo, porém a situação está estagnada.
Referências Bibliograficas:
ZIMERMAN, D. E. Manual de Técnica Psicanalítica: uma re-visão. P. 57-72 Porto Alegre: Artmed, 2004.