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Moeda e Inflação Profª Fernanda C. Wiebusch Sindelar E-mail: fernanda@univates.br A Moeda A Moeda é um instrumento ou objeto que é aceito pela coletividade para intermediar as transações econômicas, para pagamento de bens, serviços e fatores de produção. Essa aceitação é garantida por lei, ou seja, a moeda tem “curso forçado”. 2 A Moeda - Evolução Antes da existência da moeda, o fluxo de trocas de bens e serviços na economia dava-se através do escambo, com trocas diretas de mercadorias por mercadorias. Com a evolução da sociedade, certas mercadorias passaram a ser aceitas por todos, tornando-se meios ou referência de troca (Ex. boi, sal). Mais tarde os metais preciosos passaram a assumir a função de moeda, por serem limitados na natureza, possuírem durabilidade e resistência, serem divisíveis em peso, etc. Para o escambo é necessário haver o dupla coincidência de interesses (um deseja o que outro tem), e na falta disto o dinheiro (moeda) funciona como um meio de troca. É possível consumir sem ter o que trocar ? 3 A Moeda - Evolução Nosso atual papel-moeda teve origem na moeda-papel. As pessoas de posse de ouro, por questão de segurança, o guardavam em casas especializadas, e recebiam um certificado de depósito dos metais. Assim, passavam a fazer pagamentos de bens e serviços utilizando tais certificados, dando origem a chamada moeda-papel. Mais tarde, com a criação dos Estados nacionais, aparece o papel-moeda. Cada Estado passou a emitir seu papel-moeda, sendo este lastreado em ouro (padrão-ouro). A partir de 1920 o padrão-ouro foi abandonado e a emissão de moeda passou a ser livre, ou a critério das autoridades monetárias de cada país. 4 A Moeda Funções da Moeda: Instrumento ou meio de troca Denominador comum monetário Reserva de valor Tipos de Moeda: Moedas metálicas Papel-moeda Moeda escritural Moedas eletrônicas Moedas virtuais – sem emissão, nem garantia de conversão para moeda oficial 5 Padrões Monetários no Brasil Sistema Financeiro Nacional Órgãos normativos Entidades supervisoras Operadores Conselho Monetário Nacional – CMN Banco Central do Brasil - Bacen Instituições Financeiras captadoras de depósitos à vista Demais instituições financeiras Bancos de Câmbio Outros intermediários financeiros e administradores de recursos de terceiros Comissão de Valores Mobiliários (CVM) Bolsa de mercadorias e futuros Bolsa de valores Conselho Nacional de Seguros Privados - CNSP Superintendência de Seguros Privados - Susep Resseguradores Sociedades seguradoras Sociedades de capitalização Entidades abertas de previdência complementar Conselho Nacional de Previdência Complementar - CNPC Superintendência Nacional de Previdência Complementar - PREVIC Entidades Fechadas de previdência complementar (fundos de pensão) Meios de Pagamento Constituem o total de moeda à disposição do setor privado não bancário, de liquidez imediata, ou seja, que pode ser utilizada imediatamente para efetuar transações. É a soma da moeda manual e da moeda escritural. Oferta de Moeda pelo Banco Central: O Banco Central é o órgão responsável pela política monetária que tem como objetivo regular o montante de moeda e de crédito e as taxas de juros, de forma compatível com o nível de atividade econômica, procurando manter a liquidez da economia. 8 Funções do Banco Central Banco do governo: Grande parte dos recursos do governo é depositada no Banco Central. Quando o governo necessita de recursos, saca junto ao Banco Central em contrapartida à entrega de títulos da dívida pública. Banco emissor: possui o monopólio de emissão de moeda. Controle e regulação da oferta de moeda, que á uma função normativa: regula a moeda e o crédito do sistema econômico. Controle dos capitais estrangeiros e das operações com moeda estrangeira. Banco dos Bancos: local onde os bancos depositam seus fundos e transferem fundos de um banco para o outro. Fiscalização das instituições financeiras. 9 Ativos Ativos reais: São gerados e transacionados para atender à satisfação direta de necessidades individuais ou coletivas, e também podem proporcionar rendimentos aos seus detentores. Ativos financeiros: Não satisfazem a nenhuma necessidade de forma direta. São utilizados como meio para aquisição de bens e serviços. Geralmente têm grau de liquidez superior à da maior parte dos ativos reais. Podem proporcionar rendimentos a seus detentores. Dividem-se em monetários e não monetários. 10 Ativos Financeiros Monetários: Papel-moeda em poder do público Depósitos à vista do público no sistema bancário Fundos de aplicação financeira a curto prazo Não Monetários: Títulos da dívida pública em poder do público Depósitos em cadernetas de poupança Títulos de emissão do sistema financeiro: certificados de depósito a prazo, letras de câmbio e letras hipotecárias M1 M2 M3 M4 11 Inflação Aumento persistente e generalizado no índice de preços, não se confundindo com altas esporádicas de preços, devidas a flutuações sazonais. Esses aumentos devem ser generalizados estando todos os bens participando dessa escalada altista. Representa um aumento nos preços monetários, depreciando o valor real da moeda. “Inflação é um grande mal pra economia, principalmente para as classes mais baixas, porque come mais o salário do trabalhador que dos empresários. Além de ser ruim pro país ela estimula a desigualdade”, afirmou Samy Dana, professor da FGV-EESP. Porque surge inflação? Desequilíbrios financeiros do setor público (o qual soluciona o problema, emitindo mais moeda); Choques externos (crise petróleo nos anos 1970). Tipo de estrutura de mercado (oligopolista, concorrencial, etc.), que condiciona a capacidade dos vários setores repassarem aumentos de custos aos preços dos produtos; Grau de abertura da economia ao comércio exterior: quanto mais aberta a economia a competição externa, maior a concorrência interna entre fabricantes, e menores os preços praticados; Estrutura das organizações trabalhistas: quanto maior o poder de barganha dos sindicatos, maior a capacidade de obter reajustes salariais acima dos índices de produtividade, e maior a pressão sobre os preços Distorções provocadas pela inflação Efeito sobre distribuição renda – redução relativa do poder aquisitivo das classes que dependem de rendimentos fixos, os quais possuem prazos legais de reajuste. Efeito sobre a balança de pagamentos – encarecimento do produto nacional relativamente ao produto produzido externamente, estimulando as importações e desestimulando as exportações, diminuindo saldo balança comercial. Efeito sobre mercado de capitais – desestímulo a aplicação de recursos no mercado de capitais financeiros, reduzindo as aplicações em poupança e títulos. Outros efeitos – alterações nas expectativas sobre o futuro, especialmente o setor empresarial. Inflação Brasil https://www.youtube.com/watch?v=HYJDk2DrYIE Inflação Venezuela: Fotógrafo mostra montanha de dinheiro necessária para comprar itens básicos https://www.bbc.com/portuguese/internacional-45245306 Inflação na Venezuela https://www.dw.com/pt-br/economia-venezuelana-em-crise/av-18278979 Causas da Inflação Inflação de demanda Considerada o tipo mais clássico de inflação, refere-se ao excesso de demanda agregada em relação à produção disponível de bens e serviços. E mais provável que ocorra quando do pleno emprego, com a economia já a plena capacidade, conduzindo a elevações dos preços, principalmente em setores produtores de insumos básicos Inflação de custos Associada tipicamente a oferta. O nível de demanda permanece o mesmo, mas os custos de certos fatores de produção importantes aumentam. Suas causas mais comuns são: Aumentos salariais Aumentos dos custos de matérias-primas Estrutura de mercado (oligopólios, monopólios, etc.). Inflação: segundo diversas correntes Inflação Inercial A inflação corrente e uma função da inflação passada. Se perpetua basicamente pelos mecanismos de indexação.Inflação Neoliberal A inflação como excesso de demanda, associada ao desequilíbrio das contas públicas. Inflação Estrutural Ocasionada por pressões de custos, derivadas principalmente de: Estrutura agrícola, pela qual a oferta de alimentos não responde rapidamente aos estímulos de demanda e provoca elevações de preços Estrutura do comércio internacional, que leva ao déficit crônico no balanço de pagamentos dos países subdesenvolvidos e os obriga a políticas de desvalorização cambial, que provocam aumentos nos custos de produção Estrutura oligopolista dos mercados, que faz com que as empresas repassem todos os aumentos de custos aos preços dos produtos finais. 19 Inflação Relação entre Déficit Público/Inflação e Salários/Inflação: Déficit Público/Inflação. O governo pode financiar seu déficit através de mecanismos de Política Fiscal, ou por meio de recursos extrafiscais, quais sejam: emitir moeda, que é uma forma eminentemente inflacionária (gerando o chamado imposto inflacionário); vender títulos da dívida pública (interna e externamente). Salários/Inflação. Um aumento de salários a níveis acima dos índices de produtividade faria com que os custos de bens e serviços aumentassem, causando uma inflação de custos. 20 Inflação Relação inflação e desemprego - A sociedade se depara com um dilema de curto prazo entre inflação e desemprego. Inflação Desemprego Esse dilema é conhecido como Curva de Phillips - quanto mais alta a taxa de desemprego, menor a de inflação, ou seja, menos desemprego pode ser alcançado obtendo-se mais inflação, e vice-versa IPCA Grupo Peso Alimentação 24,55% Transporte 18,14% Habitação 15,85% Saúde e cuidados pessoais 12,04% Despesas pessoais 10,96% Vestuário 5,93% Educação 4,84% Artigos de residência 3,99% Comunicação 3,66% IPCA abrange as famílias com rendimentos mensais compreendidos entre 1 (hum) e 40 (quarenta) salários-mínimos, qualquer que seja a fonte de rendimentos, e residentes nas áreas urbanas das regiões. Exercício 1 Indique a opção que completa corretamente a lacuna da assertiva a seguir. Os aumentos salariais acima dos níveis de produtividade geralmente são associados a um tipo de inflação denominada _______________________. a) inflação de custos. b) inflação de demanda c) inflação inercial d) inflação monetária e) estagflação Exercício 2 Um dos maiores problemas enfrentados pelos governos é a inflação. Felizmente, para a Economia Brasileira, a inflação está controlada; porém, não deixa de dar sinais de sua persistência. Pode-se definir inflação como a) o aumento contínuo e generalizado de todos os preços da economia. b) o aumento rápido e incontrolável das variáveis de demanda, como o consumo. c) o excesso de gastos, principalmente, os de investimento, em relação ao produto de uma economia. d) o aumento contínuo da massa salarial da economia, provocando elevação da demanda e, consequentemente, dos preços. e) o aumento do crédito na economia, provocando elevação da demanda agregada. Exercício 3 Qual o efeito de elevadas taxas de inflação sobre a distribuição de renda? aumentam o nível de emprego. reduzem a desigualdade social. aumentam do poder aquisitivo das pessoas. reduzem o poder aquisitivo das pessoas. Exercício 4 Quanto às distorções causadas pela inflação, podemos citar (0,5): I - redução relativa do poder aquisitivo das classes que dependem de rendimentos fixos; II - encarecimento do produto nacional relativamente ao produto produzido externamente, estimulando as importações e desestimulando as exportações; III - desestímulo a aplicação de recursos no mercado de capitais financeiros; IV - alterações nas expectativas sobre o futuro, especialmente o setor empresarial. Estão corretos: a) I e II. b) II e III. c) I, II e III. d) II, III e IV. e) Todas as alternativas estão corretas. Jogo “A ilha da inflação” “A ilha da inflação” fornece informações sobre o conceito de inflação e seus efeitos sobre a economia. https://www.ecb.europa.eu/ecb/educational/educational-games/inflationisland/html/inflationisland.pt.html Em grupos, explore as informações disponíveis nas diferentes zonas de um país, faça anotações sobre as mudanças observadas em cada cenário (deflação, estabilidade de preços, inflação elevada e hiperinflação) – Tempo: 1 hora Teste de conhecimentos: 20 minutos
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