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LÍNGUA PORTUGUESA_Morfologia Derivacional e Flexional

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Prévia do material em texto

LÍNGUA PORTUGUESA: 
Morfologia Derivacional e 
Flexional 
 
 
 
 
 
ISABEL ROSÂNGELA DOS SANTOS FERREIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA: 
Morfologia Derivacional e Flexional 
 
 
 
 
 
 
1ª Edição 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Taubaté 
Universidade de Taubaté 
2016 
 
 
Copyright©2017. Universidade de Taubaté. 
Todos os direitos dessa edição reservados à Universidade de Taubaté. Nenhuma parte desta publicação pode ser 
reproduzida por qualquer meio, sem a prévia autorização desta Universidade. 
Administração Superior 
Reitor Prof. Dr. José Rui Camargo 
Vice-reitor Prof. Dr. Isnard de Albuquerque Câmara Neto 
Pró-reitor de Administração Prof. Dr. Isnard de Albuquerque Câmara Neto (interino) 
Pró-reitor de Economia e Finanças Prof. Dr. Mario Celso Peloggia (interino) 
Pró-reitora Estudantil Profa. Ma. Angela Popovici Berbare 
Pró-reitor de Extensão e Relações Comunitárias Prof. Dr. Mario Celso Peloggia 
Pró-reitora de Graduação Profa. Dra. Nara Lucia Perondi Fortes 
Pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação Prof. Dr. Francisco José Grandinetti 
Coordenação Geral EaD Profa.Dra.Patrícia Ortiz Monteiro 
Coordenação Acadêmica Profa.Ma. Rosana Giovanni Pires 
Coordenação Pedagógica Profa.Dra.Ana Maria dos Reis Taino 
Coordenação de Tecnologias de Informação e Comunicação Wagner Barboza Bertini 
Coordenação de Mídias Impressas e Digitais Profa.Ma.Isabel Rosângela dos Santos Ferreira 
Coord. de Área: Ciências da Nat. e Matemática Profa. Ma. Maria Cristina Prado Vasques 
Coord. de Área: Ciências Humanas Profa. Dra. Suzana Lopes Salgado Ribeiro 
Coord. de Área: Linguagens e Códigos Profa. Dra. Juliana Marcondes Bussolotti 
Coord. de Curso de Pedagogia 
Coord. de Cursos de Tecnol. Área de Gestão e Negócios 
Coord. de Cursos de Tecnol. Área de Recursos Naturais 
Revisão ortográfica-textual 
Projeto Gráfico 
Diagramação 
Autor 
 Profa. Ma. Ely Soares do Nascimento 
Profa. Ma. Márcia Regina de Oliveira 
Profa. Ma. Márcia Regina de Oliveira 
Profa. Ma. Eliane Rosa de Góes 
Me. Benedito Fulvio Manfredini 
Bruna Paula de Oliveira Silva 
Isabel Rosângela dos Santos Ferreira 
Unitau-Reitoria Rua Quatro de Março,432-Centro 
Taubaté – São Paulo CEP:12.020-270 
Central de Atendimento:0800557255 
Polo Taubaté 
 
 
 
Polo Ubatuba 
 
 
 
Polo São José dos Campos 
 
 
 
 
Polo São Bento do Sapucaí 
 Avenida Marechal Deodoro, 605–Jardim Santa Clara 
Taubaté–São Paulo CEP:12.080-000 
Telefones: Coordenação Geral: (12)3621-1530 
Secretaria: (12) 3622-6050 
Av. Castro Alves, 392 – Itaguá – CEP: 11680-000 
Tel.: 0800 883 0697 
e-mail: nead@unitau.br 
Horário de atendimento: 13h às 17h / 18h às 22h 
Av Alfredo Ignácio Nogueira Penido, 678 
Parque Residencial Jardim Aquarius 
Tel.: 0800 883 0697 
e-mail: nead@unitau.br 
Horário de atendimento: 8h às 22h 
EMEF Cel. Ribeiro da Luz. Av. Dr. Rubião Júnior, 416 – São Bento do 
Sapucaí – CEP: 12490-000 
Tel.:(12) 3971-1230 
e-mail: polosaobento@ead.unitau.com.br 
Horário de atendimento: das 18h às 21h (de segunda a sexta-feira) / das 8h 
às 12h (aos sábados). 
 
Ficha catalográfica elaborada pelo SIBi 
Sistema Integrado de Bibliotecas / UNITAU 
 
F383l Ferreira, Isabel Rosângela dos Santos 
 Língua Portuguesa: Morfologia Derivacional e Flexional. /Isabel Rosângela dos Santos Ferreira. 
 Taubaté: UNITAU, 2016. 100f. : il. 
 
 ISBN: 978-85-66128-70-3 
 Bibliografia 
 
 1. Gramática. 2. Morfologia Derivacional. 
 3. Morfologia Flexional. I. Universidade de Taubaté. II. Título 
mailto:polosaobento@ead.unitau.com.br
 
 
 
1 
 
PALAVRA DO REITOR 
Palavra do Reitor 
 
 
Toda forma de estudo, para que possa dar certo, 
carece de relações saudáveis, tanto de ordem 
afetiva quanto produtiva. Também, de 
estímulos e valorização. Por essa razão, 
devemos tirar o máximo proveito das práticas 
educativas, visto se apresentarem como 
máxima referência frente às mais diversificadas 
atividades humanas. Afinal, a obtenção de 
conhecimentos é o nosso diferencial de 
conquista frente a universo tão competitivo. 
 
Pensando nisso, idealizamos o presente livro-
texto, que aborda conteúdo significativo e 
coerente à sua formação acadêmica e ao seu 
desenvolvimento social. Cuidadosamente 
redigido e ilustrado, sob a supervisão de 
doutores e mestres, o resultado aqui 
apresentado visa, essencialmente, a orientações 
de ordem prático-formativa. 
 
Cientes de que pretendemos construir 
conhecimentos que se intercalem na tríade 
Graduação, Pesquisa e Extensão, sempre de 
forma responsável, porque planejados com 
seriedade e pautados no respeito, temos a 
certeza de que o presente estudo lhe será de 
grande valia. 
 
Portanto, desejamos a você, aluno, proveitosa 
leitura. 
 
 
Bons estudos! 
 
 
 
Prof. Dr. José Rui Camargo 
Reitor 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 
 
 
3 
 
Apresentação 
 
Caros Alunos, 
Este livro-texto, intitulado LÍNGUA PORTUGUESA: morfologia derivacional e 
flexional, tem como objetivo principal apresentar-lhes a Morfologia – uma parte distinta 
e essencial para os estudos da Gramática Normativa da Língua Portuguesa do Brasil. 
Ocupa-se a Morfologia das diversas classes de palavras, isoladamente, analisando delas 
a estrutura, a formação, as flexões e as propriedades. 
Assim, o livro-texto está dividido em quatro Unidades. 
A primeira tratará da estrutura interna e dos processos de formação das palavras, 
destacando a Composição e a Derivação. 
A segunda irá se dedicar à Morfologia Derivacional. 
As duas últimas versarão sobre a Morfologia Flexional, cabendo à Unidade 3 apresentar 
as flexões dos substantivos, adjetivos, artigos, numerais e pronomes; à derradeira Unidade 
restará apresentar as flexões dos verbos. 
Todas as Unidades trazem ao final uma série de exercícios de aplicação, além de 
sugestões de livros, vídeos e outras produções que contribuem para a construção do 
conhecimento sobre o tema. 
Desejo que encontrem prazer em conhecer mais sobre a Língua Portuguesa e que este 
livro-texto sirva de estímulo para muitas outras, e sempre mais aprofundadas, incursões, 
a respeito da Morfologia dessa língua que escolhemos estudar. 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
 
Sobre a autora 
 
ISABEL ROSÂNGELA DOS SANTOS FERREIRA. Graduada em Letras-Literatura 
pela Universidade de Taubaté (2004), é Especialista em Literaturas da língua portuguesa 
e Mestre em Linguística Aplicada (2007), pela mesma universidade. Lotada no Instituto 
Básico de Humanidades da UNITAU, atua como professora de Língua Portuguesa e 
Metodologia Científica em cursos de graduação oferecidos pela universidade. Leciona 
em cursos de especialização lato sensu voltados para leitura, produção de textos, 
gramática e uso da língua materna. Ministra cursos de Extensão cujo foco é a formação 
docente, abordando temas como ensino da gramática numa perspectiva 
sociointeracionista, formação leitora, mídias na sala de aula e contação de histórias como 
ferramenta pedagógica. No Ensino a Distância – EAD – da Universidade de Taubaté, atua 
como Coordenadora do setor de Materiais e como revisora ortográfico-textual; ainda, na 
EAD, é Coordenadora do curso de Licenciatura em Letras: Língua Portuguesa. 
e-mail: isabel.eadunitau@gmail.com 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
Caros(as) alunos(as), 
Caros( as) alunos( as) 
O Programa de Educação a Distância (EAD) da Universidade de Taubaté apresenta-se 
como espaço acadêmico de encontros virtuais e presenciais direcionados aos mais 
diversos saberes. Além de avançada tecnologia de informação e comunicação, conta com 
profissionais capacitados e se apoia em base sólida, que advémda grande experiência 
adquirida no campo acadêmico, tanto na graduação como na pós-graduação, ao longo de 
mais de 35 anos de História e Tradição. 
Nossa proposta se pauta na fusão do ensino a distância e do contato humano-presencial. 
Para tanto, apresenta-se em três momentos de formação: presenciais, livros-texto e Web 
interativa. Conduzem esta proposta professores/orientadores qualificados em educação a 
distância, apoiados por livros-texto produzidos por uma equipe de profissionais preparada 
especificamente para este fim, e por conteúdo presente em salas virtuais. 
A estrutura interna dos livros-texto é formada por Unidades que desenvolvem os temas e 
subtemas definidos nas ementas disciplinares aprovadas para os diversos cursos. Como 
subsídio ao aluno, durante todo o processo ensino-aprendizagem, além de textos e 
atividades aplicadas, cada livro-texto apresenta sínteses das Unidades, dicas de leituras e 
indicação de filmes, programas televisivos e sites, todos complementares ao conteúdo 
estudado. 
Os momentos virtuais ocorrem sob a orientação de professores específicos da Web. Para 
a resolução dos exercícios, como para as comunicações diversas, os alunos dispõem de 
blog, fórum, diários e outras ferramentas tecnológicas. Em curso, poderão ser criados 
ainda outros recursos que facilitem a comunicação e a aprendizagem. 
Esperamos, caros alunos, que o presente material e outros recursos colocados à sua 
disposição possam conduzi-los a novos conhecimentos, porque vocês são os principais 
atores desta formação. 
Para todos, os nossos desejos de sucesso! 
Equipe EAD-UNITAU 
 
 
 
8 
 
 
 
 
9 
 
Sumário 
 
Palavra do Reitor .............................................................................................................. 1 
Apresentação .................................................................................................................... 3 
Sobre a autora ................................................................................................................... 5 
Caros(as) alunos(as) ......................................................................................................... 7 
Ementa ............................................................................................................................ 13 
Unidade 1 Estrutura interna e processos de formação das palavras ....................... 17 
1.1 Morfemas: as menores formas de significado .......................................................... 17 
1.2 Elementos Mórficos ou Estruturais das Palavras ..................................................... 19 
1.2.1 Raiz ........................................................................................................................ 19 
1.2.2 Radical ou Semantema .......................................................................................... 19 
1.2.3 Tema ...................................................................................................................... 20 
1.2.4 Afixos .................................................................................................................... 20 
1.2.5 Desinências ............................................................................................................ 21 
1.2.6 Vogal temática ....................................................................................................... 21 
1.2.7 Vogais e Consoantes de Ligação .......................................................................... 22 
1.3 Palavras: quanto à formação e ao número de radicais .............................................. 22 
1.4 Processos de Formação das Palavras ........................................................................ 23 
1.4.1 Principais elementos de Composição Gregos e Latinos ........................................ 25 
1.5 Síntese da Unidade ................................................................................................... 29 
1.6 Para saber mais ......................................................................................................... 29 
1.7 Atividades ................................................................................................................. 31 
 
 
 
10 
 
Unidade 2. Morfologia Derivacional .......................................................................... 35 
2.1 Derivação .................................................................................................................. 35 
2.1.1 Formas de Derivação ............................................................................................. 36 
2.1.2 Principais Prefixos de Origem Grega ou Latina .................................................... 38 
2.1.3 Principais Sufixos de Origem Grega ou Latina ..................................................... 40 
2.3 Síntese da Unidade ................................................................................................... 43 
2.4 Para saber mais ......................................................................................................... 44 
2.5 Atividades ................................................................................................................ 46 
Unidade 3 Morfologia Flexional de substantivos, adjetivos, artigos, numerais e 
pronomes ....................................................................................................................... 49 
3.1 Flexões dos Substantivos .......................................................................................... 49 
3.1.1 Flexão em Gênero .................................................................................................. 50 
3.1.2 Flexão em Número ................................................................................................ 52 
3.1.3 Flexão em Grau ..................................................................................................... 55 
3.2 Flexões dos Adjetivos ............................................................................................... 57 
3.2.1 Flexão em Gênero .................................................................................................. 57 
3.2.2 Flexão em Número ................................................................................................ 57 
3.2.3 Flexão em Grau ..................................................................................................... 58 
3.3 Flexões dos Artigos .................................................................................................. 61 
3.3.1 Flexão em Gênero .................................................................................................. 61 
3.3.2 Flexão em Número ................................................................................................ 61 
3.4 Flexões dos Numerais ............................................................................................... 61 
3.4.1 Flexão em Gênero .................................................................................................. 62 
3.4.2 Flexão em Número ................................................................................................ 62 
3.5 Flexões dos Pronomes .............................................................................................. 63 
 
 
 
11 
 
3.5.1 Flexão de Pessoa .................................................................................................... 63 
3.5.2 Flexão em Gênero .................................................................................................. 63 
3.5.3 Flexão em Número ................................................................................................ 64 
3.6 Síntese da Unidade ................................................................................................... 65 
3.7 Para saber mais .........................................................................................................65 
3.8 Atividades ................................................................................................................. 65 
Unidade 4 Morfologia Flexional – verbos .................................................................. 69 
4.1 Estrutura dos Verbos ................................................................................................. 69 
4.2 Flexão dos Verbos .................................................................................................... 70 
4.2.1 Flexão em Tempo .................................................................................................. 71 
4.2.2 Flexão em Modo .................................................................................................... 71 
4.2.3 Flexão de Número ................................................................................................. 72 
4.2.4 Flexão de Pessoa .................................................................................................... 72 
4.2.5 Flexão de Voz ........................................................................................................ 73 
4.2.6 Flexão em Aspecto ................................................................................................ 73 
4.3 Formas Nominais dos Verbos .................................................................................. 74 
4.4 Síntese da Unidade ................................................................................................... 74 
4.5 Para saber mais ......................................................................................................... 75 
4.6 Atividades ................................................................................................................ 75 
Referências .................................................................................................................... 81 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA: 
Morfologia Derivacional 
e Flexional 
 
 
 
 
 
Ementa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ORGANIZE-SE!!! 
Você deverá usar de 3 
a 4 horas para realizar 
cada Unidade. 
EMENTA 
 
 
 Descrição dos mecanismos derivacionais e flexionais do português do 
Brasil nos processos de formação das palavras, numa perspectiva 
morfofonêmica. 
 
 
 
 
14 
 
Objetivo Geral 
De acordo com os diferentes aspectos sob os quais se podem encarar os fatos 
linguísticos, apresentar ao estudante de Língua Portuguesa a Morfologia – uma 
das cinco partes distintas em que se divide a Gramática (as outras são: Fonética, 
Sintaxe, Semântica e Estilística). 
 
 
Objetivos Específicos 
✓ Levar o licenciando a conhecer os princípios básicos de análise mórfica e 
os processos de formação das palavras em Língua Portuguesa. 
✓ Apresentar ao estudante os mecanismos de flexão das classes de palavras 
variáveis da Língua Portuguesa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
Introdução 
Cegalla (2009) explica que, de acordo com os diferentes aspectos sob os quais se podem 
encarar os fatos linguísticos da Língua Portuguesa do Brasil, o estudo da Gramática 
divide-se em cinco partes distintas – Fonética, Morfologia, Sintaxe, Semântica e 
Estilística. 
Este livro-texto trata da Morfologia – parte da Gramática que estuda a estrutura interna 
da palavra e as unidades que a compõem – dando especial enfoque à Morfologia 
Derivacional e à Morfologia Flexional. 
Cunha e Cintra (2001, p. 75), autores dentre os que privilegiamos no presente livro-texto, 
defendem a importância de se estudar a estrutura e a formação das palavras explicando 
que: 
Uma língua é constituída de frases. Cada uma delas possui uma face sonora, 
ou seja, a cadeia falada, e uma face significativa, que corresponde ao seu 
conteúdo. Uma frase, por sua vez, pode ser dividida em unidades menores de 
som e significado – as palavras – e em unidades ainda menores, que apresentam 
apenas a face significante – os fonemas. As palavras são, pois, unidades 
menores que a frase e maiores que o fonema. Assim, na frase 
Évora! Ruas ermas sob os céus / Cor de violetas roxas... (F. Espanca, S, 149) 
distinguimos dez palavras, todas com independência ortográfica. E em cada 
uma dessas palavras identificamos um certo número de fonemas. Por exemplo, 
cinco em Évora: 
/e/ /v/ /o/ /r/ /a/ 
e quatro em ruas: 
/r/ /u/ /a/ /s/ 
 
Os gramáticos continuam sua explanação informando que há palavras que constituem a 
base para a formação de muitas outras; a palavra rua, citada no exemplo, poderá dar 
origem a ruas, ruela, arruaça, arruamento, entre outras. Palavras assim são chamadas de 
morfemas e são compreendidas como unidades significativas mínimas. Os morfemas se 
dividem basicamente em lexicais e gramaticais. 
 
 
 
16 
 
Os lexicais “têm significação externa, porque referentes a fatos do mundo 
extralinguístico, aos símbolos básicos de tudo o que os falantes distinguem na realidade 
objetiva ou subjetiva” (CUNHA e CINTRA, 2001, p. 76). São morfemas lexicais os 
substantivos, os adjetivos, os verbos e os advérbios de modo. 
Quanto aos morfemas gramaticais, sua significação é interna, “pois deriva das relações e 
categorias levadas em conta pela língua. [...] São morfemas os artigos, os pronomes, os 
numerais, as preposições, as conjunções e os demais advérbios, bem como as formas 
indicadoras de número, gênero, tempo, modo ou aspecto verbal” (idem, p. 77-78). 
Assim, estudar a morfologia da língua portuguesa é essencial para a compreensão dos 
processos que envolvem a estrutura das palavras, bem como os processos de formação de 
outras – que são constantes, visto que a língua é viva e vai se modificando pela 
necessidade e pela ação de seus falantes. 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
Unidade 1 
 Estrutura interna e processos de 
formação das palavras 
 
Nesta primeira Unidade deste livro-texto dedicado à Morfologia – parte da Gramática que 
estuda a estrutura interna da palavra e as unidades que a compõem – trataremos sobre os 
elementos mórficos e estruturais das palavras e faremos breve descrição dos mecanismos 
de formação de palavras. 
 
1.1 Morfemas: as menores formas de significado 
Autores como Cegalla (2009), Terra (1998), Cunha e Cintra (2001), Paschoalin e Spadoto 
(1996), entre outros que embasam nossos estudos sobre Morfologia, explicam que as 
palavras são estruturalmente formadas por unidades mínimas de caráter significativo, 
chamadas elementos mórficos ou morfemas. Chama-se análise mórfica o processo pelo 
qual a palavra é decomposta em seus elementos mórficos, tendo como objeto de estudo o 
morfema. Vale lembrar que existem muitas palavras que são indivisíveis, como por 
exemplo: hoje, sol, mar, lua, um, etc. 
Vejamos nas palavras abaixo como as combinações destacadas são significativas para a 
compreensão do seu significado: 
Gat-o (unidade indicativa do gênero masculino) 
Gat-a (unidade indicativa do gênero feminino) 
Gat-inh-o (unidade indicativa de diminutivo + unidade 
indicativa do gênero masculino) 
Gat-inh-a-s (unidade indicativa de diminutivo + unidade indicativa do gênero feminino 
+ unidade indicativa de plural) 
 
Saiba mais: 
As palavras mórfica, 
morfológica, morfema e 
morfologia têm um elemento 
em comum: a sua unidade 
base morf(o), que vem do 
grego: morphé (forma). 
 
 
 
18 
 
Há basicamente dois tipos de morfemas: semântico e gramatical. O primeiro indica a 
significação da palavra. O segundo indica as categorias gramaticais (gênero, número, 
pessoa, modo e tempo), constituindo as desinências; ou são os afixos, formadores de 
palavras por derivação. 
Vamos compreender isso melhor: 
Tipos de Morfema: 
a) Semântico: indica a significaçãoda palavra. Por exemplo, nas palavras gato, 
gatinho, gatas, gatarrão, há uma parte que se repete em todas elas. Essa é o 
morfema semântico. 
b) Gramatical: pode ser Flexional ou Derivacional: 
b. 1) Flexional: indica as flexões que podem ser de gênero, número, pessoa, modo 
e tempo, constituindo as desinências. Ex.: gatinhas = gat + inh + a + s 
 morfema flexional de gênero (feminino) 
 morfema flexional de número (plural) 
 
 
 
 
 
 b.2) Derivacional: são os afixos, formadores de palavras por derivação. Ex.: 
gatinhos = gati + inhos 
morfema derivacional de diminutivo 
Isso posto, estudemos a seguir os elementos que estruturam as palavras. 
Saiba mais 
Morfema zero Ø: representa uma ausência significativa de alguma marca, em geral 
em relação ao gênero masculino e ao número singular. Por exemplo, na palavra 
professor temos o morfema zero para gênero e o morfema zero para número, o que 
nos faz entender que o gênero do substantivo é masculino e o número é singular; em 
professora temos o morfema flexional de gênero feminino a; em professores temos 
o morfema flexional de número s, indicando o plural. 
 
 
19 
 
1.2 Elementos Mórficos ou Estruturais das Palavras 
Ao observarmos atentamente as palavras, perceberemos que sua estrutura interna é 
composta por alguns elementos mórficos ou estruturais que servem para fazer as ligações 
e amarrações dentro delas. Cegala (2009, p. 77) e Terra (1998, p. 49) assim os apresentam: 
a) raiz, radical, tema: elementos básicos e significativos; 
b) afixos (prefixos, sufixos), desinência, vogal temática: elementos modificadores 
da significação dos primeiros; 
c) vogal de ligação, consoante de ligação: elementos de ligação ou eufônicos. 
Cegalla (idem) destaca que os elementos mórficos dos grupos a e b denominam-se 
morfemas. 
1.2.1 Raiz 
Cegalla (2009, p. 77) esclarece que: 
Raiz é o elemento originário e irredutível em que se encontra a 
significação das palavras, consideradas do ângulo histórico. 
Geralmente monossilábica, a raiz encerra sentido lato e geral, comum 
às palavras de mesma família etimológica. Assim, a raiz noc [latim 
nocere = prejudicar] tem a significação geral de causar dano, e a ela se 
prendem, pela origem comum, as palavras nocivo, nocividade, 
inocente, inocentar, inócuo, nóxia, etc. 
O autor chama-nos a atenção para o fato de que o estudo das raízes “foge à finalidade 
da gramática normativa, só interessa à gramática histórica, ou mais precisamente à 
etimologia. Numa análise morfológica elementar das palavras portuguesas, deve-se 
preterir a raiz e partir do radical” (CEGALLA, 2009, p. 77). 
1.2.2 Radical ou Semantema 
Trata-se de Radical, ou Semantema, a parte da palavra que contém o seu elemento básico 
e significativo. Para encontrar o radical de uma palavra, basta despojá-la de seus 
elementos secundários (quando houver). Observe, nas palavras a seguir, os radicais 
destacados em negrito: pedrada, pedregulho, ferrugem, ferradura, agricultor, agrícola, 
agrário, cachorrinhos, cachorrada, lealdade, desleal, leal. 
 
 
 
20 
 
 
 
 
 
1.2.3 Tema 
O Tema é o radical acrescido de uma vogal, chamada de vogal temática. Assim, o tema é 
o radical pronto para receber as desinências. Nos verbos, o tema é obtido destacando-se 
o –r do infinitivo. 
Ex.: gostar gosta vender vende partir parti 
 tema tema tema 
Nos nomes, o tema é mais evidente em derivados de verbos. 
Ex.: efervescente tingimento questionável inatingível evidente derivado 
1.2.4 Afixos 
Os afixos são elementos secundários que se juntam ao radical ou ao tema para formar 
palavras derivadas. Serão chamados de prefixos ou sufixos, conforme sua localização 
anteposta ou posposta em relação ao tema ou radical. Observe nas palavras 
descomplicado, enriquecimento e odontologia a posição dos prefixos e sufixos: 
des (prefixo) complica (tema) ado (sufixo) 
en (prefixo) riquec (radical) mento (sufixo) 
 odont (radical) logia (sufixo) 
 
 
 
 
Fique atento: 
O acréscimo de prefixo não altera a classe gramatical da palavra primitiva. Ex.: contente 
– adjetivo e descontente (des + contente) – adjetivo. 
O acréscimo de sufixo pode alterar ou não a classe gramatical da palavra primitiva. Exs.: 
belo – adjetivo e beleza (belo + eza) – substantivo, pássaro – substantivo e 
passarinho (pássaro + inho) – substantivo. 
Você sabia? 
As palavras que possuem um radical comum são chamadas de palavras cognatas e 
formam verdadeiras famílias etimológicas. Conheça algumas: 
Radical vend: venda, vender, revender, vendedor, revendido, vendendo, invendável. 
Radical laranj: laranja, alaranjado, laranjeira, laranjal, laranjinha, laranjada. 
 
 
 
 
21 
 
1.2.5 Desinências 
São as desinências os elementos terminais indicativos das flexões das palavras. Nos 
nomes, as desinências nominais indicam o gênero (masculino ou feminino) e o número 
(singular ou plural); nos verbos, as desinências verbais indicam o tempo, o modo, a pessoa 
e o número. 
Compreendendo melhor o conceito: 
Desinência: 
a) Nominal: indica no nome o gênero, o número e o grau. Ex.: lobo (masculino e 
singular) – loba (feminino e singular); professorinhas (diminutivo, feminino e 
plural). 
b) Verbal: indica o tempo, o modo, a pessoa e o número. Ex.: estudávamos 
 estud + á + va + mos 
 radical desinência do pretérito imperfeito do indicativo (modo-temporal) 
 vogal temática desinência da 1º pessoa do plural (número-pessoal) 
1.2.6 Vogal temática 
É a vogal temática o elemento que, acrescido ao radical, forma o tema de nomes e verbos. 
• Quanto à vogal temática nominal, temos: 
a – para os nomes que terminam em a, como boca, lata, pedra, rua, etc. 
e – para os nomes que terminam em e, como pote, peixe, bule, chefe, etc. 
o – para os nomes que terminam e o, como carro, ouro, porto, corpo, etc. 
• Para os verbos há três vogais temáticas: 
a – caracteriza os verbos da 1º conjugação: amar, amarei, amaríamos. 
e – caracteriza os verbos da 2º conjugação: poder, poderia, poderemos. 
 
 
 
22 
 
i – caracteriza os verbos da 3º conjugação: fugir, fugiríamos, fugiu. 
 
 
 
 
 
1.2.7 Vogais e Consoantes de Ligação 
Trata-se de fonemas que, por motivos de eufonia, são inseridos entre os elementos 
mórficos que constituem a palavra. Observe, nos exemplos a seguir, como as vogais ou 
as consoantes destacadas em negrito são fundamentais para facilitar a pronúncia das 
palavras nas quais foram inseridas (a título de curiosidade e para confirmar o que 
afirmamos, experimente oralizar as palavras sem o fonema inserido!). 
 silv-í-cola, gas-o-duto, pobre-z-inho, pe-z-inho, cha-l-eira, inset-i-cida, rod-o-via 
 
1.3 Palavras: quanto à formação e ao número de radicais 
Quanto à sua formação, as palavras podem ser Primitivas ou Derivadas (CEGALLA, 
2009, p. 79-80). 
• Primitivas são aquelas palavras que não derivam de outras da Língua Portuguesa. 
O autor cita como exemplos: pedra, terra, dente, pobre, etc. 
• Derivadas são as que provêm de outras palavras, como pedreira, enterrar, dentista, 
pobrezinho, etc. 
Com relação ao Radical, os vocábulos se dividem em Simples e Compostos. 
• Simples são as palavras que possuem somente um radical. Ex.: certeza, exemplo, 
perfeição, cafeteria, animador, fé, mal, mar, sol, traz, etc. 
Fique atento: 
Nos nomes, a será desinência de gênero feminino somente quando marcar 
a oposição ao masculino. Por exemplo: gata, professora, menina, aluna 
(marcam oposição a gato, professor, menino, aluno). 
 
Quando isso não ocorrer, a será vogal temática. Por exemplo:mesa, 
fileira, fatia, pilha, pirata, etc. (pois não existe meso, fileiro, fatio, pilho, 
pirato, como nomes – substantivos). 
 
 
23 
 
• Compostas são aquelas em que há mais de um radical. Ex.: nevralgia = nevr+algia; 
democracia = demo+cracia; epiderme = epi+derme; clorofila = cloro+fila; 
polissílabo = poli+s+sílabo; xenofobia = xeno+fobia; psicanálise = psic+análise; 
otorrinolaringologia = oto+r+rino+laring+o+logia; cleptomania = clepto + 
mania; ortografia = orto+grafia. 
 
1.4 Processos de Formação das Palavras 
As palavras da Língua Portuguesa formam-se segundo uma variedade de processos. 
Dentre eles, os principais são: 
a) COMPOSIÇÃO: que consiste na união de dois ou mais elementos. 
- por justaposição: na união dos elementos estes não sofrem alterações fonéticas. 
Podem se apresentar grafados separados, juntos ou unidos por hífen. Ex.: meio 
ambiente, ultrassom, micro-ondas. 
- por aglutinação: na união, um ou todos os elementos da composição sofrem 
perdas de fonemas. Ex.: vinagre (vinho + acre), planalto (plano + alto), fidalgo 
(filho + de + algo). 
b) DERIVAÇÃO: que consiste na formação de palavras a partir de outras, 
primitivas. 
- prefixal: há o acréscimo de prefixo à palavra primitiva. Ex. desamor, retorno. 
- sufixal: há o acréscimo de um sufixo à palavra primitiva. Ex. amoroso, tornável. 
- parassintética: há o acréscimo, ao mesmo tempo, de um prefixo e de um sufixo 
à palavra primitiva. Ex. enraivecer, anoitecer, amortecimento. 
- regressiva: dá-se a redução da palavra primitiva. Ex.: pesca (de pescar), castigo 
(de castigar), combate (de combater). 
 
 
 
24 
 
- imprópria: a palavra primitiva sofre mudança da classe gramatical, mas não 
sofre alteração na sua forma. Ex.: Jamais voltarei e nunca me arrependerei disso. 
(nesta oração, as duas palavras destacadas são advérbios) / O nunca e o jamais 
são palavras deveras autoritárias. (nesta oração, por outro lado, ambas as palavras 
destacadas, que primitivamente são advérbios, são agora substantivos, o que 
caracteriza a derivação imprópria). 
c) ONOMATOPEIA: trata-se de palavra que reproduz ou busca reproduzir sons. 
Ex.: reco-reco, tique-taque, bem-te-vi, tlintlim, pingue-pongue, tilintar, ronrom, 
tico-tico, toque-toque, pum, arrulhar, troar, tatibitate. 
d) ABREVIAÇÃO: encurtamento de uma palavra longa, sem prejudicar a sua 
compreensão. Ex.: cine, cinema (formas reduzidas de cinematógrafo); fone (idem 
de telefone); foto (idem de fotografia); metrô (idem de metropolitano); micro 
(idem de microcomputador); pneu (idem de pneumático); pornô (idem de 
pornográfico); rebu (idem de rebuliço). 
ABREVIATURA: representação de uma palavra com apenas algumas de suas 
sílabas ou letras. Ex.: m – metro; Dr. – doutor; kg – quilograma. 
SIGLA: palavra formada pelas letras ou sílabas iniciais das palavras que formam 
um nome próprio. Ex.: Unitau – Universidade de Taubaté; Gelp – Grupo de 
Estudos em Língua Portuguesa; Volp – Vocabulário Ortográfico da Língua 
Portuguesa; Embraer – Empresa Brasileira de Aeronáutica; EAD – Educação a 
Distância; OAB – Ordem dos Advogados do Brasil; PCN – Parâmetros 
Curriculares Nacionais. 
e) NEOLOGISMO: palavras que são criadas frente a uma situação pontual. Podem 
passar a compor o léxico ou pelo desuso caem no esquecimento. Ex.: cardápio, 
presidenciável, carreata, roqueiro, deletar, convescote (esta foi criada por Castro 
Alves, em 1889, para substituir piquenique, mas caiu em desuso), etc. 
f) ESTRANGEIRISMO: incorporação de palavras de origem estrangeira ao léxico 
da Língua Portuguesa. Algumas vão se aportuguesando enquanto se incorporam. 
 
 
25 
 
Trata-se de um fenômeno constante facilitado por fatores históricos, 
socioculturais e políticos, modismos, avanços tecnológicos, etc. Ex.: designer, 
site, computadorizado, deletar, printar, abajur, holerites, leiaute, drinque, 
capucino, etc. 
g) HIBRIDISMO: é a formação de uma nova palavra pela união de outras cujos 
radicais provêm de línguas diferentes. Ex.: automóvel (auto do grego + móvel do 
latim), televisão (tele do grego + visão do português), burocracia (buro do francês 
+ cracia do grego), zincografia (zinco do alemão + grafia do grego), alcoômetro 
(alco do árabe + metro do grego). 
 
 
 
 
 
1.4.1 Principais elementos de Composição Gregos e Latinos 
Conheça os principais elementos de composição gregos e latinos, suas significações e 
exemplos. 
Quadro 1.1 Elementos de Composição de origem grega 
 
Forma Sentido Exemplos 
aero- ar aerofagia, aeronave 
anemo- vento anemógrafo, anemômetro 
antropo- homem antropófago, antropologia 
arqueo- antigo arqueografia, arqueologia 
auto- de si mesmo autobiografia, autógrafo 
biblio- livro bibliografia, biblioteca 
bio- vida biografia, biologia 
caco- mau, disforme, irregular cacofonia, cacografia 
cali- belo califasia, caligrafia 
Para refletir: 
Na atualidade, a globalização, a velocidade e a facilidade com que as pessoas se 
comunicam têm favorecido os neologismos, a incorporação de estrangeirismos 
e o uso de gírias. Estes e outros fenômenos envolvendo a língua são normais e 
esperados, visto que uma língua quando em uso deve servir aos seus falantes 
para que a comunicação se efetive. Mais do que discussões sobre tais fenômenos, 
é fundamental que os usuários da língua sejam orientados a fazer escolhas com 
critérios sobre como usá-la nas diversas situações sociais que a eles se 
apresentam. 
 
 
 
26 
 
cito- cavidade, célula citologia, citoplasma 
cosmo- mundo, universo cosmologia, cosmonauta 
cromo- cor cromogravura, cromossomo 
crono- tempo cronologia, cronômetro 
dactilo-/datilo- dedo datilografia, dactiloscopia 
deca- dez decaedro, decalitro 
demo- povo democracia, demagogo 
di- dois dipétalo, dígrafo 
electro-/eletro- eletricidade eletroímã, eletroscopia 
enea- nove eneágono, eneassílabo 
etno- povo, raça etnografia, etnologia 
farmaco- medicamento farmacologia, farmacopeia 
filo- amigo filologia, filomático 
fisio- natureza fisiologia, fisionomia 
fono- voz, som fonógrafo, fonologia 
foto- fogo, luz fotômetro, fotossíntese 
gastro- estômago gastrite, gastrônomo 
geo- terra geografia, geologia 
helio- sol heliografia, heliocêntrico 
hemi- metade hemisfério, hemiplegia 
hemo-/hemato- sangue hemoglobina, hemograma, 
hematologia, hematoma 
hepta- sete heptágono, heptassílabo 
hetero- outro heterodoxo, heterogêneo 
hexa- seis hexâmetro 
hidro- água hidrogênio, hidratar 
hipo- cavalo hipódromo, hipopótamo 
hipo- posição inferior, escassez hipotálamo, hipotermia 
hom(e)o- semelhante homeopatia, homossexual 
ictio- peixe ictiose, ictiologia 
iso- igual isogameta, isóscele(s) 
lito- pedra litogravura, litosfera 
macro- grande, longo macróbio, macroeconomia 
mega(lo)- grande megalópole, megalomaníaco 
melo- canto melodia, meloterapia 
meso- meio mesóclise, mesopotâmia 
micro- pequeno micróbio, microscópio 
miria- dez mil, numeroso miriâmetro, miríade 
miso- que odeia misógino, misantropo 
mito- fábula mitologia, mitomania 
mono- um só monarca, monótono 
 
 
27 
 
necro- morto necrotério 
neo- novo neolatino, neologismo 
neuro nervo neurose, neurastenia 
oftalmo- olho oftalmologia, oftalmoscópio 
onomato- nome onomatologia, onomatopeia 
oro- montanha orologia, orografia 
orto- reto, justo, correto ortografia, ortodontia 
oxi- agudo, penetrante, ácido oxicefalia, oxítono 
paleo- antigo, primitivo paleoecologia, paleontologia 
pan- todos, tudo panteísmo, pan-americano 
pato- doença patogênico, patologia 
ped(o)- criança pediatria, pedologia 
penta- cinco pentágono, pentâmetro 
piro- fogo pirofobia, pirotecnia 
pluto- riqueza plutocrata, plutomania 
poli- muito poliglota, polígono 
potamo- rio potamografia, potamologia 
proto- primeiro protótipo, protozoário 
pseudo- falso pseudônimo, pseudoesfera 
psico- alma, espírito psicologia, psicanálise 
quilo- mil quilograma, quilômetro 
quiro-mão quiromancia, quiróptero 
rino- nariz rinoceronte, rinoplastia 
rizo- raiz rizófilo, rizotônico 
sídero- ferro, aço siderose, siderurgia 
taqui- rápido taquicardia, taquigrafia 
tecno- arte, ciência, ofício tecnografia, tecnologia 
tele- longe telefone, telegrama 
teo- deus teocracia, teólogo 
termo- quente termômetro, termoquímica 
topo- lugar topografia, toponímia 
tri- três tríade, trissílabo 
xeno- estrangeiro xenofobia, xenomania 
xilo- madeira xilógrafo, xilogravura 
zoo- animal zoológico, zoomorfo 
Fonte: http://www.enemvirtual.com.br/lista-de-radicais-gregos/. Acesso em: 23 abr. 
2016. 
 
 
http://www.enemvirtual.com.br/lista-de-radicais-gregos/
 
 
 
28 
 
 
Quadro 1.2 Elementos de Composição de origem latina 
GRUPO A: aparecem como 1º elemento na composição de palavras. 
Forma Sentido Exemplo 
agri- campo agricultura, agrimensor 
ambi- ambos ambidestro, ambivalência 
arbori- árvore arborícola, arboriforme 
avi- ave avicultor, aviário 
bis- / bi- duas vezes bisavô, bípede 
calori- calor calorífero, calorimetria 
cruci- cruz crucifixo, cruciforme 
curvi- curvo curvilíneo, curvirrostro 
equi- igual equidistante, equivalência 
ferri- / ferro- ferro ferrífero, ferrovia 
igni- fogo ignívomo, ignívoro 
loco- lugar locomotiva, locomoção 
morti- morte mortífero, mortificar 
multi- muito multiforme, multifacetado 
olei- / oleo- azeite, óleo oleígeno, oleoduto 
oni- todo onipotente, onipresente 
pedi- pé pediforme, pedilúvio 
pisc- peixe piscicultor, pisciforme 
pluri- muitos, vários pluriforme, pluripartidário 
Fonte: http://www.enemvirtual.com.br/lista-de-radicais-latinos/. Acesso em: 23 abr. 
2016. 
Quadro 1.3 Elementos de Composição de origem latina 
GRUPO B: aparecem como 2º elemento na composição de palavras. 
Forma Sentido Exemplos 
-cida que mata regicida, suicida 
-cola que cultiva; que habita vitícola, arborícola 
-cultura ato de cultivar apicultura, piscicultura 
-fero que contém; que produz aurífero, calorífero 
-fico que faz; que produz benéfico, frigorífico 
-forme que tem forma de cuneiforme, floriforme 
-fugo que foge; que faz fugir centrífugo, febrífugo 
-gero que contém; que produz lanígero, calorígero 
-paro que produz maltíparo, ovíparo 
-pede pé palmípede, velocípede 
-sono que soa horríssono, uníssono 
http://www.enemvirtual.com.br/lista-de-radicais-latinos/
 
 
29 
 
-vomo que expele fumívomo, ignívomo 
-voro que come carnívoro, herbívoro 
Fonte: http://www.enemvirtual.com.br/lista-de-radicais-latinos/. Acesso em: 23 abr. 
2016. 
 
1.5 Síntese da Unidade 
 
Nesta Unidade, estudamos os morfemas – menores unidades da língua com significado; 
e os sete elementos mórficos ou estruturais das palavras. Vimos também que as palavras 
da Língua Portuguesa podem ser primitivas ou derivadas, quanto ao seu processo de 
formação; podem ainda ser consideradas simples ou compostas, conforme o número de 
radicais que apresentem. Por fim, estudamos os principais processos de formação das 
palavras: Composição e Derivação – este último, dada a sua importância e complexidade, 
será tema de estudo da próxima Unidade. 
 
1.6 Para saber mais 
Quer saber mais sobre Etimologia? Então leia atentamente o artigo abaixo. 
 A arte de adivinhar o passado à luz da etimologia 
 Gabriel Perissé 
 
O passado é aquilo que não passa. É aquilo que permanece registrado pelas 
palavras e, sobretudo, no corpo das palavras. 
A etimologia, ciência auxiliar da filosofia e da reflexão literária, mostra-
nos a consistência de cada palavra e nos ajuda, como diria Clarice 
Lispector, a espanar a poeira que se acumula sobre a linguagem, e a 
desvirtua. 
O uso banalizador da linguagem torna-a opaca, anêmica, vazia, insossa, 
inútil convenção a que obedecemos sem refletir. Mas quando a estudamos 
http://www.enemvirtual.com.br/lista-de-radicais-latinos/
 
 
 
30 
 
etimologicamente, vislumbramos coincidências e explicações. As palavras 
se rejuvenescem e brilham diante de nós. 
Lendo a sua história, descobrimos se o que as palavras dizem é de fato o 
que desejamos dizer, e aprendemos como é necessário limpar nossos olhos 
para vê-las de novo, percorrer o caminho que nos leva às suas origens, 
adivinhar (adivinhar é dom divino...) como tudo começou. 
Muitas das nossas desorientações se devem ao fato de não procurarmos o 
oriente, lugar onde nasce o sol da verdade, o étimo da palavra. Seríamos 
mais originais se nos guiássemos pelo sentido primeiro das expressões 
cotidianas. Lemos o jornal, ouvimos notícias, mas as palavras lidas e 
ouvidas permanecem neutralizadas pela rotina ou por nossa cegueira. Daí 
a importância do colírio etimológico! 
A etimologia revê a palavra em sua radicalidade, denunciando falsas 
interpretações, desempoeirando séculos de mal-entendidos. 
"Candidato", por exemplo, é uma palavra que, desgastada pelo uso, traz em 
si uma verdade que vale a pena recuperar. Vem do latim candidatus, isto é, 
vestido de branco (candidus). Na antiguidade, aquele que disputava um 
cargo público e precisava angariar votos vestia-se de branco para 
simbolizar sua pureza. É lógico, portanto, que exijamos de um candidato 
ou candidata que a sua vida, e não apenas as suas roupas, estejam limpas! 
Outra palavra do âmbito político: demagogo. Dêmós, em grego, é povo. 
Demografia é o estudo estatístico das populações. Já a partícula agogô 
significa "aquele que conduz". A função do pedagogo, por exemplo, era 
levar o aluno à escola. Chamava-se demagogo, portanto, quem conduzia o 
povo. Demagogo era o líder popular em quem se depositavam as esperanças 
de uma nação. Com o tempo (e com os abusos), a palavra adquiriu 
conotação negativa, mas o certo mesmo seria votarmos em nossos mais 
competentes demagogos! 
A etimologia é luz no túnel do tempo. 
Disponível em: <http://www.correiocidadania.com.br/antigo/ed288/cultura2.htm>. 
Acesso em: 21 abr. 2016. 
 
Livros 
 
RODRIGUES, Angela; ALVES, Ieda Maria. A construção morfológica da palavra. São 
Paulo: Contexto, 2015. 
http://www.correiocidadania.com.br/antigo/ed288/cultura2.htm
 
 
31 
 
KEHDI, Valter. Morfemas do Português. 7.ed. São Paulo: Ática, 2007. 
 
Sites 
 
Formação de Palavras - Aula gratuita de língua portuguesa para concurso vestibular e 
ENEM. https://www.youtube.com/watch?v=nzDfW2I3pCI 
 
 
Português: processo de formação de palavras. 
https://www.youtube.com/watch?v=QBDhJ96EmFw 
 
Português: formação de palavras. https://www.youtube.com/watch?v=HxjbNVFwKGA 
 
1.7 Atividades 
Para aprofundar seu conhecimento sobre o conteúdo desta Unidade, resolva os exercícios 
aqui propostos. 
1. Classifique as palavras destacadas em primitivas (p) ou derivadas (d): 
a) Dia chuvoso provocou engarrafamentos em São Paulo. 
b) A vegetação da Mata Atlântica tem um colorido variado nesta época do ano. 
c) O reinício das aulas devolve às ruas um milhão de veículos. 
d) A feijoada, prato típico brasileiro, tem raiz na época da escravidão. 
 
2. Grife a palavra, dentre as abaixo, que não pertence à mesma família etimológica. 
som, sonometria, sonoplastia, sonorizar, sonorização, sonoro, sonoridade 
 
3. Os elementos mórficos em negrito estão corretamente classificados nos 
parênteses, exceto em: 
a) baiana (desinência de gênero). 
https://www.youtube.com/watch?v=nzDfW2I3pCI
https://www.youtube.com/watch?v=QBDhJ96EmFw
https://www.youtube.com/watch?v=HxjbNVFwKGA
 
 
 
32 
 
b) comêssemos (desinência modo-temporal). 
c) lealdade (sufixo). 
d) falava (desinência número-pessoal). 
e) comandar (vogal temática). 
 
4. Faça a análise mórfica do vocábulo desabafamentos. 
 
5. Destaque os afixos das palavras abaixo: 
inqualificável bambuzal ultrassom comunismo desonra 
 
6. Circule as palavras que apresentam consoante de ligaçãoe sublinhe este elemento 
de amarração (a consoante que faz a ligação): 
paulada bilheteria chaleira sorveteria liberalismo republicano 
 
7. Marque a opção em que as palavras relacionadas não são cognatas: 
a) flauta – flautado – flautar – flauteio – flatulento. 
b) canalha – canalhice – canalhada – canalhismo – canalhocracia. 
c) educar – educativo – educado – educável – deseducativo. 
d) desejo – desejar – desejável – indesejado – desejosos. 
e) papel – papelada – papelagem – papeleiro – papeleta. 
 
8. Foram-se embora. A palavra embora (em + boa + hora) formou-se por: 
a) composição por justaposição. 
b) composição por aglutinação. 
c) derivação prefixal. 
d) derivação sufixal. 
 
 
33 
 
e) derivação parassintética. 
 
9. Prefiro acordar com o ronrom do bichano do que com o tique-taque do relógio. 
a) Ronrom e tique-taque são onomatopeias. 
b) Ronrom é onomatopeia e tique-taque formou-se por hibridismo. 
c) Ronrom e tique-taque resultam de derivação regressiva. 
d) Ronrom é onomatopeia e tique-taque foi composta por aglutinação. 
10. (UFPI) [...] Esses monstros atuais, não os cativa Orfeu, a vagar, taciturno, entre 
o talvez e o se. [...]. (Legado. Carlos Drummond de Andrade). 
No trecho do poema acima, as palavras talvez e se em destaque sofreram: 
a) derivação prefixal b) derivação imprópria c) composição d) hibridismo 
Texto para as questões 11, 12 e 13. 
Capitulação 
Delivery 
Até pra telepizza 
É um exagero 
Há quem negue? 
Um povo com vergonha 
Da própria língua 
Já está entregue 
 (Luiz Fernando Veríssimo) 
11. Aponte um neologismo híbrido presente no texto e comente sua formação. 
12. Aponte no texto um caso de derivação imprópria e comente a mudança de classe 
da palavra. 
13. Comente a relação entre a primeira e a última palavra do texto. 
 
 
 
34 
 
14. Relacione os elementos de composição a seus significados: 
 
 
 
 
 
15. Relacione os antônimos: 
 
 
 
 
16. Assinale a única palavra com radical grego cujo significado é igual ao radical 
latino voro (carnívoro, frugívero, onívoro, etc.) 
 ( ) neófito ( ) cacófato ( ) ictiófago ( ) xenófobo 
17. Assinale a ideia comum expressa pelas palavras de cada grupo 
a) telescópio – microscópio – endoscopia – radioscopia – autópsia 
 ( ) tocar ( ) ler ( ) olhar, examinar ( ) ouvir 
b) antropônimo- homônimo – pseudônimo – topônimo – heterônimo 
 ( ) homem ( ) estudo ( ) lei ( ) nome 
c) aristocrata – escravocrata – plutocrata – tecnocrata – autocrata 
( ) domínio ( ) dinheiro ( ) arte ( ) glória 
( ) adoração 
( ) adivinhação 
( ) doença 
( ) dor 
( ) tratamento 
( ) medo 
( ) ciência 
a. –algia 
b. –fobia 
c. –latria 
d. –logia 
e. –mancia 
f. –patia 
g. -terapia 
a) Alopatia ( ) Cacofonia 
b) Homogêneo ( ) Homeopatia 
c) Eufonia ( ) Heterogêneo 
d) Higrófito ( ) Xenofilia 
e) Arcaísmo ( ) Policultura 
f) Macrocéfalo ( ) Neologismo 
g) Monocultura ( ) Xerófito 
h) Xenofobia ( ) Microcéfalo 
 
 
35 
 
 
Unidade 2 
Unidade 2 . Morfologia Derivacional 
 
Conforme estudamos na Unidade anterior, há dois processos básicos pelos quais se 
formam as palavras: a derivação e a composição. A diferença entre ambos reside no fato 
de que no processo de derivação partimos sempre de um único radical, enquanto que no 
processo de composição sempre haverá mais de um radical. Por sua relevância e 
complexidade, dedicaremos esta segunda Unidade ao estudo da Derivação. 
 
2.1 Derivação 
A Derivação, um importante processo de formação de palavras em Língua Portuguesa, 
consiste em derivar uma palavra nova (derivada) de outra já existente (primitiva) 
(CEGALLA, 2009, p. 81). Tal derivação pode se dar por prefixação, sufixação, 
parassíntese, ou ainda por derivação regressiva e por derivação imprópria. 
Observe: 
Palavra Primitiva Palavras Derivadas 
mar marítimo, marinheiro, marujo 
terra enterrar, terreiro, aterrar 
raiva raivoso, enraivecido, enraivecer 
As palavras mar, terra e raiva não se formam de nenhuma outra palavra, sendo por isso 
chamadas de primitivas. Elas possibilitam a formação de outras, que serão ditas 
derivadas. 
 
 
 
36 
 
2.1.1 Formas de Derivação 
A Derivação pode ocorrer pelo acréscimo à palavra primitiva de um prefixo (prefixação), 
de um sufixo (sufixação) ou de ambos (parassintética). Pode também ocorrer pela redução 
da palavra primitiva, normalmente um verbo (regressiva); ou pela mudança da classe 
gramatical da palavra sem que sua forma sofra alteração (imprópria) (PASCHOALIN e 
SPADOTO, 1996). 
Vejamos alguns exemplos de cada uma dessas formas, para melhor compreensão. 
• Derivação Prefixal ou Prefixação: resulta do acréscimo de prefixo à palavra 
primitiva; esta terá o seu significado alterado, mas sua classe gramatical 
permanecerá a mesma. Ex.: crer - descrer; ler – reler; capaz – incapaz. 
• Derivação Sufixal ou Sufixação: resulta de acréscimo de sufixo à palavra 
primitiva, a qual pode sofrer alteração de significado ou mudança de classe 
gramatical. Ex.: alfabeto – alfabetizar – alfabetização. 
Observe-se que no exemplo a palavra primitiva alfabeto, um substantivo, ao receber o 
sufixo -izar transformou-se em verbo; ao receber o sufixo -ção transformou-se em outro 
substantivo. 
Assim, a Derivação sufixal pode ser de dois tipos: 
a) Nominal: quando forma substantivos e adjetivos. Ex.: papel – papelaria 
(substantivo); riso – risonho (adjetivo). 
 b) Verbal: quando forma verbos. Ex.: atual – atualizar pente – pentear. 
 c) Adverbial: quando forma advérbios de modo. Ex.: feliz – felizmente. 
• Derivação Parassintética ou Parassíntese: ocorre quando a palavra derivada 
resulta do acréscimo simultâneo de prefixo e sufixo à palavra primitiva. Por meio 
da parassíntese, formam-se nomes (substantivos e adjetivos) e verbos. Por 
exemplo, tomemos o substantivo tarde. Do radical tard formamos o 
 
 
37 
 
verbo entardecer pela junção simultânea do prefixo en- e do sufixo -ecer. A 
presença de apenas um desses afixos não é suficiente para formar uma nova 
palavra, pois em nossa língua não existem as palavras entarde, nem tardecer. 
Cegalla (2009, p. 82) esclarece que “os vocábulos parassintéticos são quase sempre 
verbos e têm como base um substantivo ou um adjetivo”. Dá como exemplos: empalhar, 
despedaçar, amanhecer (os três de base substantiva); amolecer, esfriar, endoidecer (os 
três de base adjetiva). O gramático ainda adverte que é preciso fazer distinção com casos 
como: 
descarregar (des + carregar ) prefixação 
achatamento (achatar + mento) sufixação 
amaciar (a + macio + ar) parassíntese 
 
• Derivação Regressiva: quando um verbo perde a marca do infinitivo e ganha a 
desinência a, e ou o. Ex.: mudar – muda; pescar – pesca; ajudar – ajuda; combater 
– combate; chorar – choro; abalar – abalo. 
Cegalla (2009, p. 82) explica que “o processo normal é criar o verbo de um 
substantivo. Na derivação regressiva (ou retrógrada), a língua procede em sentido 
inverso: forma o substantivo do verbo”. 
• Derivação Imprópria: ocorre quando a palavra muda de classe e tem seu 
significado estendido. De acordo com Cegalla (2009, p. 83), por esse processo, 
que é um recurso de enriquecimento da língua em uso: 
1. os adjetivos passam a substantivos: os bons, os maus; 
2. os particípios passam a substantivos ou adjetivos: um feito,o passado, 
querido, amado, etc.; 
3. os infinitivos passam a substantivos: o viver, o andar, o rir, o badalar; 
 
 
 
38 
 
4. os substantivos passam a adjetivos: comício monstro, menino prodígio; 
5. os adjetivos passam a advérbios: falar alto, vender caro, tossir forte; 
6. palavras invariáveis passam a substantivos: o sim, os prós e os contras, o 
porquê; 
7. substantivos próprios tornam-se comuns: os mecenas das artes, “os braços de 
pano de um judas” (Raquel de Queirós). 
Ressalte-se que o processo de derivação imprópria não interessa à morfologia, mas à 
semântica e à estilística, que serão objeto de estudo em outros livros-texto deste curso. 
2.1.2 Principais Prefixos de Origem Grega ou Latina 
 
Conheça alguns dos principais prefixos de origem grega, quadro 2.1, e de origem latina, 
quadro 2.2. 
 
Quadro 2.1 Prefixos de origem grega 
Forma Sentido Exemplos 
an- / a- privação, negação anarquia, ateu 
ana- ação ou movimento 
inverso, repetir 
anáfase, anáfora 
anfi- de um e outro lado, em 
torno 
anfíbio, anfiteatro 
anti- oposição, ação contrária antiaéreo, antípoda 
apo- afastamento, separação apogeu, apóstata 
arqui- / arc- / 
arque- / arce- 
superioridade arquiduque, arcanjo, arquétipo, 
arcebispo 
cata- movimento de cima para 
baixo, oposição 
catadupa, cataplasma 
dia- / di- movimento através de, 
afastamento 
diagnóstico, diocese 
dis- dificuldade dispneia, disenteria 
ec- / ex- movimento para fora eclipse, êxodo 
en- / em- / e- posição interior encéfalo, emplastro, elipse 
endo- / end- posição interior, 
movimento para dentro 
endotérmico, endosmose 
 
 
39 
 
epi- / ep- posição inferior, 
movimento para, 
posterioridade 
epiderme, epônimo 
eu- / ev- bem, bom eufonia, evangelho 
hiper- posição superior, excesso hipérbole, hipertensão 
hipo- posição inferior, escassez hipodérmico, hipotensão 
meta- / met- posterioridade, mudança metacarpo, metáfase 
para- / par- proximidade, ao lado de paranasal, parasita 
Fonte: http://www.enemvirtual.com.br/lista-de-radicais-gregos/. Acesso em: 23 abr. 
2016. 
 
Quadro 2.2 Prefixos de origem latina 
Forma Sentido Exemplos 
ab- / abs- / a- afastamento, separação abdicar, abjurar, abster, abstrair, 
amovível, aversão 
ad- / a- / ar- / as- aproximação, direção adjunto, adventício, abeirar, 
arribar, assentir 
ante- anterioridade antebraço, antepor 
circum- / circun- movimentos em torno circum-adjacente 
cis- posição aquém cisalpino, cisplatino 
com- / con- / co- / 
cor- 
contiguidade, companhia cooperar, corroborar 
contra- oposição, ação conjunta contradizer, contra-assinar 
de- movimento de cima para 
baixo 
decair, decrescer 
des- separação, ação contrária desviar, desfazer 
dis- / di- / dir- separação, movimento para 
diversos lados, negação 
dissidente, distender, dilacerar, 
dirimir 
ex- / es- / e- movimento para fora, 
estado anterior 
exportar, escorrer, emigrar 
extra- posição exterior (fora de) extraoficial, extraviar 
in- / im- / i- / ir- / 
em- / en- 
movimento para dentro ingerir, impedir, imigrar, irromper, 
embarcar, enterrar 
in- / im- / i- / ir- negação, privação inativo, impermeável, ilegal, 
irrestrito 
inter-/entre- posição intermediária internacional, interromper, 
entreabrir, entrelinha 
pos- posterioridade pospor, postônico 
pre- anterioridade prefácio, pretônico 
pro- movimento para frente progresso, prosseguir 
http://www.enemvirtual.com.br/lista-de-radicais-gregos/
 
 
 
40 
 
re- movimento para trás, 
repetição 
refluir, refazer 
retro- movimento mais para trás retroceder, retrospectivo 
soto- / sota- posição inferior soto-mestre, soto-soberania, sota-
vento, sota-voga 
sub- / sus- / su- / 
sob- / so- 
movimento de baixo para 
cima, inferioridade 
subclasse, subdelegado, suspender, 
suster, suceder, supor, sobestar, 
sobpor 
super- / sobre- posição em cima, excesso soerguer, soterrar, superfície, 
superpovoado, sobrepor, 
sobrecarga 
supra- posição acima, excesso supracitado, suprassumo 
trans- / tras- / tra- / 
tres- 
movimento para além de, 
posição além de 
transpor, transalpino, transladar, 
traspassar, tradição, traduzir, 
tresloucado, tresmalhar 
ultra- posição além do limite ultrapassar, ultrassensível 
vice- / vis- / vizo- substituição, em lugar de vice-reitor, vice-cônsul, visconde, 
vizo-rei 
Fonte: http://www.enemvirtual.com.br/lista-de-radicais-latinos/. Acesso em: 23 abr. 
2016. 
 
 
2.1.3 Principais Sufixos de Origem Grega ou Latina 
 
Segundo Terra (1998, p. 64), “os sufixos na língua portuguesa são de origem variada. 
Predominam, no entanto, os de origem grega ou latina. Quanto ao sentido, costumam 
assumir inúmeros significados”. 
Dividem-se os sufixos em três categorias: nominais, verbais e adverbiais. 
• Nominais: formam substantivos e adjetivos; 
• Verbais: formam verbos; 
• Adverbial: há um único formador de advérbios, trata-se do sufixo –mente. 
 
Quadro 2.3 Principais sufixos nominais 
Tipo de sufixo Forma Exemplos 
Sufixos de valor 
aumentativo 
-aça, -aço, uça barcaça, ricaço, dentuça 
-alha, -alhão fornalha, grandalhão, brincalhão 
-anzil corpanzil 
-ão, -eirão, -(z)arrão casarão, vozeirão, boqueirão, homenzarrão 
http://www.enemvirtual.com.br/lista-de-radicais-latinos/
 
 
41 
 
-áreu povaréu, fogaréu, mundaréu 
-arra, -orra bocarra, cabeçorra, naviarra 
-ázio copázio 
Sufixos de valor 
diminutivo 
 
-acho, -icha, -ucha riacho, barbicha, papelucho, gorducho 
-ebre casebre 
-ejo vilarejo, lugarejo 
-eto, -eta poemeto, saleta 
-ico, -eco, -eca burrico, livreco, soneca, padreco 
-inha, -inho, -zinho, -
zinha 
casinha, lapisinho, papelzinho, mãozinha 
-isco chuvisco 
-ote filhote 
-ulo, -culo, -cula glóbulo, grânulo, versículo, partícula 
Sufixos que 
indicam profissão 
-ão escrivão 
-ário bibliotecário 
-dor vendedor 
-eiro jornaleiro 
-ista dentista 
-tor tradutor 
Sufixos que 
indicam lugar 
-aria padaria, confeitaria 
-ato orfanato 
-ia academia 
-mento acampamento 
-tério batistério 
-tório dormitório 
Sufixos que 
indicam 
nacionalidade 
-ano pernambucano 
-ão alemão 
-eiro mineiro 
-ense paranaense 
-ês francês, chinês 
-eu europeu 
Sufixos que 
indicam coleção 
-ada boiada 
-al milharal, cafezal 
-ama, -eme dinheirama, enxame 
-edo arvoredo 
-eiro formigueiro 
Sufixos utilizados 
na formação de 
verbos 
-ear espernear, folhear 
-ejar festejar, gotejar 
-entar amamentar 
-icar bebericar 
-iscar rabiscar 
-ecer, -escer entardecer, florescer 
-izar utilizar, conscientizar 
-itar saltitar 
 
 
 
42 
 
Sufixo utilizado 
na formação de 
advérbio 
-mente (é o único 
sufixo adverbial) 
vagarosamente, rapidamente, felizmente, 
propriamente 
Fonte: Adaptado de Terra (1998). 
 
Quadro 2.4 Principais sufixos verbais 
Sufixo Significado Exemplos 
-ear, -ejar ação que se repete. folhear, espernear, gotejar, apedrejar. 
-icar, -itar, -iscar ação diminutiva que se 
repete 
bebericar, saltitar, petiscar 
-ecer, -escer ação que principia amanhecer, anoitecer, florescer, 
rejuvenescer 
Fonte: Adaptado de Terra (1998). 
 
Quadro 2.5 Sufixo adverbial 
Sufixo Significado Exemplos 
-mente indica modo lentamente, fielmente, 
rapidamente, 
posteriormente 
Fonte: Adaptado de Terra (1998). 
 
Quadro 2.6 Sufixos de origem grega 
Forma Sentido Exemplos 
-agogo que conduz, que leva demagogo, pedagogo 
-algia dor em uma região específica cardialgia, nevralgia 
-arca que comanda, que chefia monarca, matriarca 
-arquia comando, governo monarquia, oligarquia 
-astenia debilidade ergastenia, neurastenia 
-céfalo cabeça bicéfalo, microcéfalo 
-cracia poder democracia, plutocracia 
-doxo que opina heterodoxo, ortodoxo 
-dromo lugar para correr hipódromo, autódromo 
-edro base, face pentaedro, poliedro 
-fagia ato de comer disfagia, antropofagia 
 
 
43 
 
-fago que come antropófago, necrófago 
-filia amizade bibliofilia, lusofilia-fobia inimizade, ódio, temor fotofobia, hidrofobia 
-fobo que odeia, inimigo xenófobo, zoófobo 
-foro que leva ou conduz fósforo, semáforo 
-gamia casamento monogamia, poligamia 
-gamo que casa bígamo, polígamo 
-gêneo que gera lacrimogêneo, heterogêneo 
-glota/glossa língua poliglota, interglossa 
-gono ângulo polígono, pentágono 
-grafia escrita, descrição ortografia, geografia 
-grafo que escreve calígrafo, biógrafo 
-grama escrito, peso telegrama, quilograma 
-latria culto idolatria, zoolatria 
-logia discurso, tratado, ciência arqueologia, filologia 
-maquia combate hagiomaquia, tauromaquia 
-metria medida antropometria, biometria 
-metro que mede hidrômetro, pentâmetro 
-morfo que tem a forma antropomorfo, polimorfo 
-nomia lei, regra agronomia, astronomia 
-nomo que regula autônomo, metrônomo 
-polis/-pole cidade Petrópolis, metrópole 
-ptero que tem asas díptero, helicóptero 
-scopia ato de ver macroscopia, microscopia 
-scópio instrumento para ver microscópio, telescópio 
-sofia sabedoria filosofia, teosofia 
-teca lugar onde se guarda biblioteca, fototeca 
-terapia cura fisioterapia, hidroterapia 
-tomia corte, divisão dicotomia, vasectomia 
-tono tensão, tom barítono, monótono 
Fonte: http://www.enemvirtual.com.br/lista-de-radicais-gregos. Acesso em: 23 abr. 2016. 
 
 
2.3 Síntese da Unidade 
 
Nesta Unidade, aprendemos que a Derivação consiste em derivar uma palavra nova 
(derivada) de outra já existente (primitiva) e que tal processo pode se dar por prefixação, 
sufixação, parassíntese, ou ainda por derivação regressiva e por derivação imprópria. 
http://www.enemvirtual.com.br/lista-de-radicais-gregos
 
 
 
44 
 
Conhecemos diversos prefixos e sufixos, gregos e latinos, comumente presentes nas 
palavras que utilizamos ou com as quais nos deparamos em nosso dia a dia. 
 
2.4 Para saber mais 
 
Vejamos como a página http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/gramatica/formacao-das-
palavras.htm, acessada em 02 jun. 2016, resume o que estudamos até aqui: 
 
Palavras primitivas: são palavras que servem como base para a formação de outra e que 
não foram formadas a partir de outro radical da língua. Exemplos: pedra, flor, casa. 
Palavras derivadas: são palavras formadas a partir de outros radicais. 
Exemplos: pedreiro, floricultura, casebre. 
No português, os principais processos para formar palavras novas são 
dois: derivação e composição. 
 
Derivação: é a formação de palavras a partir da anexação de afixos à palavra primitiva. 
Exemplos: inútil = prefixo in + radical útil. 
 O processo de derivação pode ser prefixal, sufixal, parassintético, regressivo e impróprio. 
 
- Derivação Prefixal: faz-se pela anexação de prefixo à palavra primitiva. 
Exemplos: desfazer, refazer. 
- Derivação Sufixal: faz-se pela anexação de sufixo à palavra primitiva. Exemplos: 
alegremente, carinhoso. Os sufixos são divididos em nominais, verbais e adverbiais. 
Sufixos nominais são os que derivam substantivos e adjetivos; Sufixos verbais são os que 
derivam verbos; Sufixo adverbial é o que deriva advérbio, esse existe apenas um: -mente 
- Derivação Parassintética: faz-se pela anexação simultânea de prefixo e sufixo à palavra 
primitiva. Exemplos: desalmado, entristecer. A derivação parassintética só acontece quando 
os dois morfemas (prefixo e sufixo) se unem ao radical simultaneamente. Note que na 
palavra desalmado houve parassíntese. É fácil perceber, pois não existe a palavra desalma, 
da qual teria vindo desalmado, da mesma forma não existe a palavra almado, da qual 
também teria vindo desalmado. Portanto, ocorreu anexação de prefixo e sufixo ao mesmo 
tempo. 
- Derivação Regressiva: faz-se pela redução da palavra primitiva. Exemplos: trabalho 
(trabalhar), choro (chorar). O processo de derivação regressiva produz os substantivos 
deverbais, esses são substantivos derivados a partir de verbos. 
- Derivação Imprópria: forma-se quando uma palavra muda de classe gramatical sem que 
a forma da primitiva seja alterada. Exemplos: O infeliz faltou ao serviço hoje. (adjetivo 
torna-se substantivo). Não aceito um não como resposta. (advérbio torna-se substantivo, o 
artigo um substantiva o advérbio). 
 
Composição 
O processo de composição forma palavras através da junção de dois ou mais radicais. 
Exemplos: guarda-roupa, pombo-correio. 
Há dois tipos de composição: aglutinação e justaposição. 
Composição por Aglutinação: ocorre quando um dos radicais, ao se unirem, sofre 
alterações. Exemplos: planalto (plano + alto), embora (em + boa + hora). 
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/gramatica/formacao-das-palavras.htm
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/gramatica/formacao-das-palavras.htm
 
 
45 
 
Composição por Justaposição: ocorre quando os radicais, ao se unirem, não sofrem 
alterações. Exemplos: pé-de-galinha, passatempo, cachorro-quente, girassol. 
 
Outros processos: 
Hibridismo: ocorre quando os elementos que formam a palavra são de idiomas diferentes. 
Exemplos: automóvel (auto= grego, móvel= latim), televisão (tele= grego, visão=latim). 
Onomatopeia: acontece nas palavras que simbolizam a reprodução de determinados sons. 
Exemplos: tique-taque, zunzum. 
Redução ou Abreviação: esse processo se manifesta quando uma palavra é muito longa, e 
por causa disso se formam novas palavras a partir da redução ou abreviação de palavras já 
existentes. Exemplos: pornô (pornográfico), moto (motocicleta), pneu (pneumático). 
Neologismo: é a criação de novas palavras para atender às necessidades dos falantes em 
contextos específicos. Veja os neologismos num trecho do poema Amar, de Carlos 
Drummond de Andrade: 
Que pode uma criatura senão, 
senão entre criaturas, amar? 
amar e esquecer, 
amar e malamar, 
amar, desamar, amar? 
sempre, e até de olhos vidrados, amar? 
 
 
Livros 
BASÍLIO, Margarida. Formação e classes de palavras no português do Brasil. São 
Paulo: Contexto, 2004. 
_____. Morfologia: uma entrevista com Margarida Basílio. ReVEL. v. 7, n. 12, março 
de 2009. ISSN 1678-8931 [www.revel.inf.br]. 
KEHDI, Valter. Morfemas do Português. 7.ed. São Paulo: Ática, 2007. 
ROSA, Maria Carlota. Introdução à morfologia. São Paulo: Contexto, 2011. 
RODRIGUES, Angela; ALVES, Ieda Maria. A construção morfológica da palavra. 
São Paulo: Contexto, 2015. 
TERRA, Ernani. Curso prático de gramática. 5. ed. São Paulo: Scipione, 2009. 
 
Sites 
Formação de palavras <https://www.youtube.com/watch?v=HxjbNVFwKGA> 
Estrutura das palavras <https://www.youtube.com/watch?v=S0gL1WNymt> 
 
https://www.youtube.com/watch?v=HxjbNVFwKGA
https://www.youtube.com/watch?v=S0gL1WNymt
 
 
 
46 
 
2.5 Atividades 
 
1. Forme palavras com os prefixos abaixo: 
ante-, contra-, in-, sub-, ante-, pro-, pre-, circum-, ex-, endo-, hiper- 
 
2. Escolha sufixos que lhe permitam formar duas palavras que indiquem: 
a) profissão b) ação ou resultado de ação c) origem. 
 
3. Anexe convenientemente os prefixos des-, re-, a-, com-, in- às palavras ler, moral, 
capaz, contente, pôr, a fim de formar outras palavras pelo processo de derivação 
prefixal: 
 
4. Derive verbos utilizando a derivação parassintética a partir das palavras: 
 
noite, doido, tarde, louco, mudo, vermelho, negro, branco, mole, quente, vivo, vazio, 
verde, pálido, frio, baço, caro, maduro, vergonha, velho, pressa, rico, sangue, raiz. 
 
5. Utilizando agora o processo de derivação regressiva, forme substantivos a partir 
dos verbos que seguem: 
 
atacar, caçar, disputar, sustentar, errar, cortar, regressar, castigar, resgatar, chorar. 
 
6. Identifique o tipo de derivação usado na formação das seguintes palavras: 
 
humanidade, infelizmente, descampado, cafezal, inquieto, entristecer, desfeito, 
combate, desalmado, felicidade, estudioso, atrasado, ajudante, engessar. 
 
7. Os prefixos das palavras de cada item expressam ideias opostas, exceto em: 
a) interior e exterior b)progressão e regressão 
c) antepor e pospor d) diálogo e transformação 
 
8. O prefixo da palavra antitérmico tem o mesmo sentido que o da palavra: 
a) dependência b) análise c) contradizer d) incorporação 
 
9. Identifique e sublinhe os sufixos, depois classifique-os em nominais ou verbais: 
 
aromático, republicano, humanizar, bebericar, saltitar, faminto, espernear, apedrejar, 
florescer, espiritual, comestível, boiada, sapateado, namorico. 
 
10. (UEL-PR) Assinale a alternativa em que todas as palavras são formadas por 
prefixos com significação semelhante: 
a) adjunto, antebraço, assobio 
b) incômodo, ilegal, impróprio 
c) ingerir, ilógico, imigrar 
 
 
47 
 
d) desfavorável, desabrochar, despedir 
e) afônico, adestrar, amável 
 
11. (UFV-MG) As palavras cujos prefixos traduzem, respectivamente, as noções de 
“acima” em “em torno” são: 
a) supracitado / perímetro b) decapitar / circumpolar c) hipertensão / perpassar 
d) superposição / semicírculo e) subaquático / circunscrever 
 
12. O processo de formação de neologismos está corretamente indicado, exceto em: 
a) xerocar e surfar = derivação regressiva 
b) voyerurismo e marqueteiro = derivação sufixal 
c) anti-lobby = derivação prefixal 
d) showmício = composição por aglutinação 
e) kartódromo = composição por justaposição 
 
 
13. Relacione as palavras da 1º coluna aos respectivos significados, na 2º coluna: 
 
a) análise 
b) anômalo 
c) arquétipo 
d) metáfora 
e) eufonia 
f) disúria 
g) epitáfio 
h) anfíbio 
i) antagonista 
 j) hipertrofia 
 
14. Dê os adjetivos terminados em –eo correspondentes aos substantivos abaixo 
(exemplo: enxofre – sulfúreo) 
corpo, ouro, mármore, sangue, osso, neve, enxofre, chumbo, prata, fogo, rosa, cinza, leite. 
 
15. Assinale o grupo de sufixos que derivam nomes que traduzem naturalidade: 
( ) -edo -al -ez -ento -dor 
( ) –ado -esco -oso -vel -iço 
( ) –ense -ês - ino -ano -ista 
 
( ) crescimento exagerado de um órgão 
( ) bom som 
( ) aquele que luta contra 
( ) que vive de dois modos 
( ) separação das partes de um todo 
( ) que não é normal 
( ) transposição de sentido 
( ) o tipo principal 
( ) inscrição tumular 
( ) dificuldade de urinar 
 
 
 
48 
 
16. Pesquise o significado das seguintes palavras e indique se o prefixo nela presente é 
grego ou latino: 
antedatar cisplatino cooperar dissociar imberbe inalar emergir 
imergir dissabor ejetável entrever semicírculo ilegal retrógrado 
 
17. Alguns sufixos, além de seu valor trivial, podem dar às palavras conotação pejorativa, 
depreciativa, suavizadora ou de carinho. Observe as palavras em destaque e relacione 
cada uma com o tipo de conotação que o sufixo traz: 
1. Depreciativa 2. Suavizadora 3. De carinho 
a) Como você conseguiu ler esse livreco? ( ) 
b) Não podemos nos deixar persuadir por essa gringada. ( ) 
c) Não acredito que você vai assistir a esse filminho!( ) 
d) São somente 15 parcelinhas de R$99,99. ( ) 
e) Ela é minha filhinha. ( ) 
 
18. Com prefixos adequados, forme as palavras equivalentes às expressões grifadas: 
1. Realizamos uma viagem em torno do polo. 
2. Houve manifestações contra o racismo. 
3. Aquele avião tem assento que pode ser lançado para fora. 
4. Na época anterior a Cristóvão Colombo, havia no Novo Mundo duas 
brilhantes civilizações: a dos incas e a dos astecas. 
5. O doente sofre de dificuldades para digerir. 
6. O criminoso não pode ficar sem punição. 
7. O que é propulsão para trás? 
8. A ciência que estuda as inscrições sobre pedras e metais é valiosa para a 
História. 
9. Ciganas se apresentam como especialistas em leitura das mãos. 
10. Faz tempo que produzimos soro contra veneno de cobras aqui no Brasil. 
 
 
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Unidade 3 
Unidade 2 . Morfologia Flexional de substantivos, 
adjetivos, artigos, numerais e pronomes 
 
Na Língua Portuguesa, há dez classes de palavras. Seis delas – substantivos, adjetivos, 
verbos, artigos, numerais, pronomes – são variáveis, isto é, admitem flexões. Já as outras 
quatro classes – advérbios, preposições, conjunções e interjeições – são invariáveis. 
Nesta Unidade, estudaremos a flexão dos substantivos, adjetivos, artigos, numerais e 
pronomes; a flexão dos verbos será objeto de estudo na derradeira Unidade deste livro-
texto. 
 
3.1 Flexões dos Substantivos 
Cunha e Cintra (2001, p. 177) definem substantivo como “a palavra com que designamos 
ou nomeamos os seres em geral”. É a classe de palavras que denomina tudo o que pode 
ser pego, sentido ou visto. Assim, por conseguinte, são substantivos: 
a) os nomes de pessoas, de lugares, de instituições, de um gênero, de uma 
espécie ou de um de seus representantes. Por exemplo: Caio, Sueli, Brasil, 
Taubaté, Unitau, homem, animal, rebanho, cavalo, etc. 
b) os nomes de noções, ações, estados e qualidades, tomados como seres. 
Exemplos: justiça, amor, colheita, frio, trabalho, bondade, doçura, céu, etc. 
Os mesmos autores (CUNHA e CINTRA, 2001, p. 177) explicam ainda que toda palavra 
de outra classe gramatical que esteja desempenhando em uma oração o papel de núcleo 
do sujeito, objeto direto, objeto indireto ou agente da passiva será considerada como um 
substantivo. 
 
 
 
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Como sabemos, quanto à flexão, os substantivos podem variar em gênero, número e 
grau. Vejamos como isso se dá. 
3.1.1 Flexão em Gênero 
 Os gêneros dos substantivos são o masculino e o feminino. Pertencem ao gênero 
masculino todos os substantivos a que se pode antepor o artigo o: o aluno, o gato, o pão. 
Da mesma forma, pertencem ao gênero feminino os substantivos a que se pode antepor o 
artigo a: a filha, a casa, a juriti, a ovelha. 
Quanto à manifestação da categoria de gênero, os substantivos que se referem a pessoas 
e animais podem ser: 
- biformes: apresentam duas formas, 
por meio da troca de desinência ou da 
alternância do radical. Observe: 
gato / gata (trocou-se a desinência); 
 bode / cabra (alternância do radical). 
 
- uniformes: apresentam uma única forma. Dividem-se em epicenos, comum de dois 
gêneros e sobrecomuns. 
Veja como o feminino, a partir do masculino, 
pode ser formado: 
✓ pela simples troca da terminação o por 
a: menino – menina. 
✓ pela troca da terminação e por a: 
mestre – mestra. 
✓ pelo acréscimo de a: francês – 
francesa; juiz – juíza 
✓ pela mudança de ão para ã, ão, ona: 
cidadão – cidadã; patrão – patroa; 
folião – foliona. 
✓ com esa, essa, isa, ina, triz: barão – 
baronesa; conde – condessa; poeta – 
poetisa; czar – czarina; imperador – 
imperatriz. 
✓ por palavras diferentes: homem – 
mulher; cavalheiro – dama; boi – vaca. 
(PASCHOALIN & SPADOTO, 1996, 
p. 37) 
Saiba mais: 
Os substantivos podem ser classificados quanto à sua formação em: 
• Primitivo: origina outras palavras. Ex.: dente. 
• Derivado: provém de outra palavra. Ex.: dentista. 
• Simples: formado por um único radical. Ex.: banana. 
• Composto: banana-maçã. 
 
Há também os substantivos usados para designar o coletivo: vários 
elementos de uma mesma espécie. Ex.: abelha – enxame, colmeia. 
 
 
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a) Epicenos: um só gênero gramatical para designar animais de ambos os 
seres da mesma espécie. Assim: a águia, a baleia, a borboleta, a cobra, a 
mosca, a onça, a pulga, a sardinha, o besouro, o condor, o crocodilo, o 
gavião, o polvo, o rouxinol, o tatu, o tigre. 
Quando há necessidade de especificar o sexo do animal, juntam-se então 
ao substantivo as palavras macho e fêmea. Ex.: crocodilo macho, crocodilo 
fêmea – para referir o macho ou a fêmea do jacaré. 
b) Comum de dois gêneros: há somente uma forma para os dois gêneros.

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