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ÉTICA NA GESTÃO PÚBLICA E D I T O R A 2020 Rebecca Guimarães © 2020 Avançar Serviços Educacionais Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos pela Lei nº 9.610, de 19/2/1998. Proibida a reprodução de qualquer parte deste material, sem autorização prévia expressa por escrito do autor e da editora, por quaisquer meios empregados, sejam eletrônicos, mecânicos, videográficos, fonográficos, re- prográficos, microfílmicos, fotográficos, gráficos ou outros. Essas proibições aplicam-se também à editoração da obra, bem como às suas características gráficas. Título da obra: Ética na Gestão Pública Autora: Rebecca Guimarães GESTÃO DE CONTEÚDOS Tatiani Carvalho PRODUÇÃO EDITORIAL Tatiani Carvalho REVISÃO Ylka Ramos EDITORAÇÃO ELETRÔNICA Marcos Aurélio Pereira CAPA Marcos Aurélio Pereira E D I T O R A www.editoraavancar.com.br Avançar Editora avancarEditora @AvancarEditora Ética ..................................................................................................................................................................................... 5 SUMÁRIO Ética na Gestão Pública É ti c a n a G es tã o P ú b li c a 5 Ética na Gestão Pública Rebecca Guimarães SER ÉTICO FAZ PARTE DO CIDADÃO Em seu sentido tradicional, a cidadania expressa um conjunto de direitos e de deveres que permite aos cidadãos e cidadãs o direito de participar da vida política e da vida pública, podendo votar e serem votados, participando ati- vamente na elaboração das leis e do exercício de funções públicas, por exemplo. Hoje, no entanto, o significado da cidadania assume contornos mais amplos, que extrapolam o sentido de apenas atender às necessidades políticas e sociais, e assume como objetivo a busca por condições que garantam uma vida digna às pessoas. A ética e a cidadania estão sempre lado a lado, estando a ética inserida nos deveres que todo cidadão deve cumprir. Entretanto, a falta de ética está muito presente no Brasil, como na política e na educação. Isso ocorre, principalmente, pelo despreparo familiar e escolar e pelo próprio descaso da sociedade. No Brasil, quando a falta de ética é comentada, a maioria das pessoas pensa logo na política. Muitos governantes, que deveriam buscar o bem da sociedade, desviam dinheiro de obras públicas para benefício próprio, prejudicando os direi- tos que a população tem à educação e à saúde de qualidade, à moradia, dentre outros. Porém, a falta de ética também ocorre em outros ofícios na sociedade, como os patrões que assediam seus trabalhadores, professores que falam mal de outros professores em sala de aula e funcionários públicos que aparecem somente nos dias de pagamento. A cidadania é algo que deve ser discutido no ambiente familiar e escolar e, também, na sociedade. Infelizmente, as famílias, hoje, estão mal estruturadas, não cumprindo com seus principais deveres, e as escolas, principalmente as pú- blicas, são de baixa qualidade, deixando de lado várias áreas de ensino importantes na formação dos alunos. O descaso da própria sociedade em relação a falta de ética, também, é outro fato que contribui para que ela continue presente. É preciso, portanto, a realização de campanhas que preparem as famílias para ensinarem aos filhos o que é ser ético e cidadão. É preciso também uma qualificação dos professores para que haja uma melhora na qualidade de ensino e, assim, as escolas possam preparar os seus alunos para a prática da cidadania por meio de atividades dinâmicas e de brincadeiras que ilustrem situações da realidade. Para a sociedade, além de campanhas conscientizadoras, é preciso a realização de debates que estimulem um pensamento crítico sobre a ética e a cidadania. ÉTICA E MORAL Ética é o nome geralmente dado ao ramo da filosofia de- dicado ao comportamento moral. A palavra “ética” é derivada do grego ethos e significa modo de ser, caráter. Diferencia‑se da moral, pois enquanto esta se fundamen- ta na obediência a normas, tabus, costumes ou mandamen- tos culturais, hierárquicos ou religiosos recebidos, a ética, ao contrário, busca fundamentar o bom modo de viver pelo pensamento humano. Segundo Valls, “ética pode ser o estudo das ações ou dos costumes, e pode ser a própria realização de um tipo de conhecimento”. Neste espírito, necessitamos compreender estas duas dimensões do conceito. A ética “é a intenção da vida boa para si e para o outro, em instituições justas”, con- forme conceito descrito por Paul Ricoeur. Estes são os dois elementos básicos da intenção ética. Ou seja, é a intenção de uma vida realizada sob o signo das ações estimadas boas; é o cuidado consigo e com o outro para que possamos viver bem. Este conceito de “viver bem consigo e com o outro”, conforme Ricoeur, evoca, ainda, a ideia de estima e solici- tude que contribuem para estabelecer a igualdade entre as pessoas. Esta intenção do bem‑viver deve envolver de algum modo o sentido da justiça, isso é exigido pela própria noção do outro. Para isso é preciso entender por “instituição”, nesse primeiro nível de investigação, como sendo todas as estruturas do viver‑em‑comum de uma comunidade, com suas relações interpessoais e específicas. E a justiça consiste, precisamente, em atribuir a cada um a sua parte. Ética vem do grego ethos, que significa analogamente “modo de ser” ou “caráter”, assentam‑se num modo de comportamento que não corresponde a uma disposição natural, mas que é adquirido ou conquistado por hábito. De acordo com Vásquez, a ética é a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em sociedade. Ou seja, ela estuda uma forma de comportamento que os homens julgam valioso e, além disso, obrigatório e inescapável para a convivência. A ética não cria a moral. Conquanto seja certo que toda moral supõe determinados princípios, normas ou regras de comportamento, não é a ética que os estabelece numa determinada comunidade. As questões éticas estão cada vez mais visíveis na cena pública brasileira dada a mul- tiplicação de casos de corrupção e, sobretudo, a reação da sociedade frente a tal grau de desmoralização das relações sociais e políticas. Com os escândalos e as denúncias de corrupção expostas pela mídia, refletir sobre essas questões traz à tona os conceitos éticos que envolvem a busca por melhores ações tanto na vida pessoal como na vida pública. A ética é pautada na conduta responsável das pessoas. E a importância da escolha de um político com esse caráter é a fim de diminuir o mau uso da máquina pública e evitar que ele venha auferir ganhos e vantagens pessoais (conflito de interesses). As normas morais apenas fornecem orientações caben- do, apenas ao político determinar quais são as exigências e limitações e decidir‑se entre a melhor alternativa de ação. Essa preocupação relaciona‑se com a responsabilidade que eles têm em atender às demandas, com integridade e efi- ciência, no papel de representante democrático. E esse ato de “pensar moralmente” é que introduz o senso ético das nossas ações, ela deve ser entendida como esta reflexão crítica sobre a dimensão humana – o compromisso diante da vida – que contribui para o estabelecimento das relações do ser humano com o outro, numa convivência pacífica a fim de evitar as vantagens desleais e as práticas que prejudiquem a sociedade em geral. Diante destes conceitos, sobre a necessi- dade da adoção de um comportamento correto do homem e levando‑se em conta a proximidade das eleições, verificamos a necessidade de uma investigação sobre a opinião das pes- soas com relação à ética. Partindo do conceito de ética, que implicar em “conhecer porque certas coisas nos convêm e outras não”, ou de “saber distinguir entre o bom e o mau” é É ti c a n a G es tã o P ú b li c a 6 que pretendemos verificar qual a visão que os eleitores têm da ética na política, tentar descobrir o que eles entendem por ética e ainda, o que eles esperam de um político ético. Segundo o DicionárioAurélio Buarque de Holanda, ética é: o estudo dos juízos de apreciação que se referem à conduta humana susceptível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente à determinada sociedade, seja de modo absoluto. Alguns diferenciam ética e moral de vários modos: • Ética são aspectos de condutas específicas, moral é princípio; • Ética é permanente, moral é temporal; • Ética é universal, moral é local (cultural); • Ética é conduta da regra, moral é regra; • Ética é teoria, moral é prática. Ética Empresarial A ética empresarial pode ser entendida como um valor da organização que assegura sua sobrevivência, sua reputação e, consequentemente, seus bons resultados. Para Moreira, a ética empresarial é “o comportamento da empresa ‑enti- dade lucrativa – quando ela age de conformidade com os princípios morais e as regras do bem proceder aceitas pela coletividade (regras éticas)”. Aplicar a ética nas profissões e organizações é consi- derado um fator importantíssimo para a sobrevivência das mesmas, inclusive de pequenas e grandes empresas. Estas vêm percebendo a necessidade de utilizar a ética, para que o “público” tenha uma melhor visualização do seu “slogan”, que permitirá, ou não, um crescimento da relação entre funcionários e clientes. Desse modo, é relevante ter consci- ência de que toda a sociedade vai se beneficiar através da ética aplicada dentro da empresa, bem como os clientes, os fornecedores, os sócios, os funcionários, o governo e outros. Se a empresa agir dentro dos padrões éticos, ela só tende a crescer, desde a sua estrutura em si, como aqueles que a compõem. A Ética no Serviço Público A insatisfação com a conduta ética no serviço público é um fato que vem sendo constantemente criticado pela sociedade brasileira. De modo geral, o país enfrenta o des- crédito da opinião pública a respeito do comportamento dos administradores públicos e da classe política em todas as suas esferas: municipal, estadual e federal. A partir desse cenário, é natural que a expectativa da sociedade seja mais exigente com a conduta daqueles que desempenham atividades no serviço e na gestão de bens públicos. Para discorrer sobre o tema, é importante conceituar moral, moralidade e ética. A moral pode ser entendida como o conjunto de regras consideradas válidas, de modo absoluto, para qualquer tempo ou lugar, grupo ou pessoa determinada, ou, ainda, como a ciência dos costumes, a qual difere de país para país, sendo que, em nenhum lugar, permanece a mesma por muito tempo. Portanto, observa‑se que a moral é mutável, variando de acordo com o desenvolvimento de cada socie- dade. Em consequência, deste conceito, surgiria outro: o da moralidade, como a qualidade do que é moral. A ética, no entanto, representaria uma abordagem sobre as constantes morais, aquele conjunto de valores e costumes mais ou me- nos permanente no tempo e uniforme no espaço. A ética é a ciência da moral ou aquela que estuda o comportamento dos homens em sociedade. A falta de ética, tão criticada pela sociedade, na condução do serviço público por administrado- res e políticos, generaliza a todos, colocando‑os no mesmo patamar, além de constituir‑se em uma visão imediatista. É certo que a crítica que a sociedade tem feito ao serviço público, seja ela por causa das longas filas ou da morosidade no andamento de processos, muitas vezes tem fundamento. Também, com referência ao gerenciamento dos recursos financeiros, têm‑se notícia, em todas as esferas de governo, de denúncias sobre desvio de verbas públicas, envolvendo administradores públicos e políticos em geral. A questão deveria ser conduzida com muita seriedade, porque desfazer a imagem negativa do padrão ético do ser- viço público brasileiro é tarefa das mais difíceis. Refletindo sobre a questão, acredita‑se que uma alternativa, para o governo, poderia ser a oferta à sociedade de ações educa- tivas de boa qualidade, nas quais os indivíduos pudessem ter, desde o início da sua formação, valores arraigados e trilhados na moralidade. Dessa forma, seriam garantidos aos mesmos, comportamentos mais duradouros e interiorização de princípios éticos. Outros caminhos seriam a repreensão e a repressão, e nesse ponto há de se levar em consideração as leis punitivas e os diversos códigos de ética de categorias profissionais e de servidores públicos, os quais trazem seve- ras penalidades aos maus administradores. As leis, além de normatizarem determinado assunto, trazem, em seu conteúdo, penalidades de advertência, suspensão e reclusão do servidor público que infringir dis- positivos previstos na legislação vigente. Uma das mais co- mentadas na atualidade é a Lei de Responsabilidade Fiscal, que estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal. Já os códigos de ética trazem, em seu conteúdo, o conjunto de normas a serem seguidas e as penalidades aplicáveis no caso do não cumpri- mento das mesmas. Normalmente, os códigos lembram aos funcionários que estes devem agir com dignidade, decoro, zelo e eficácia, para preservar a honra do serviço público. Enfatizam que é dever do servidor ser cortês, atencioso, respeitoso com os usuários do serviço público. Também, é dever do servidor ser rápido, assíduo, leal, correto e justo, escolhendo sempre aquela opção que beneficie o maior número de pessoas. Os códigos discorrem, ainda, sobre as obrigações, regras, cuidados e cautelas que devem ser observadas para cumprimento do objetivo maior que é o bem comum, prestando serviço público de qualidade à população. Afinal, esta última é quem alimenta a máquina governamental dos recursos financeiros necessários à prestação dos serviços públicos, por meio do pagamento dos tributos previstos na legislação brasileira – ressalta‑se, aqui, a. grande carga tributária imposta aos contribuintes brasileiros. Também, destaca‑se nos códigos que a função do servidor deve ser exercida com transparência, com- petência, seriedade e compromisso com o bem estar da coletividade. Os códigos não deixam dúvidas quanto às questões que envolvem interesses particulares, as quais, jamais, devem ser priorizadas em detrimento daquelas de interesses públicos, ainda mais se forem caracterizadas como situações ilícitas. É ti c a n a G es tã o P ú b li c a 7 Dentre as proibições elencadas, tem‑se o uso do cargo para obter favores, receber presentes, prejudicar alguém mediante perseguições por qualquer que seja o motivo, a utilização de informações sigilosas em proveito próprio e a rasura e alteração de documentos e processos. Todas elas evocam os princípios fundamentais da administração pública: legalidade, impessoalidade, publicidade e morali- dade – este último princípio intimamente ligado à ética no serviço público. Além desses, também se podem destacar os princípios da igualdade e da probidade. Criada pelo Presidente da República em maio de 2000, a Comissão de Ética Pública entende que o aperfeiçoamento da con- duta ética decorreria da explicitação de regras claras de comportamento e do desenvolvimento de uma estratégia específica para a sua implementação. Na formulação dessa estratégia, a Comissão considera que é imprescindível levar em conta, como pressuposto, que a base do funcionalismo é estruturalmente sólida, pois deriva de valores tradicionais da classe média, onde ele é recrutado. Portanto, qualquer iniciativa que parta do diagnóstico de que se está diante de um problema endêmico de corrupção generalizada será inevitavelmente equivocada, injusta e contraproducente, pois alienaria o funcionalismo do esforço de aperfeiçoa- mento que a sociedade está a exigir. Afinal, não se poderia responsabilizar nem cobrar algo de alguém que sequer teve a oportunidade de conhecê‑lo. Do ponto de vista da Comissão de Ética Pública, a re- pressão, na prática, é quase sempre ineficaz. O ideal seria a prevenção, através de identificação e de tratamento espe- cífico, das áreas da administraçãopública em que ocorres- sem, com maior frequência, condutas incompatíveis com o padrão ético almejado para o serviço público. Essa é uma tarefa complicada, que deveria ser iniciada pelo nível mais alto da administração, aqueles que detém poder decisório. A Comissão defende que o administrador público deva ter Có- digo de Conduta de linguagem simples e acessível, evitando termos jurídicos excessivamente técnicos, que norteie o seu comportamento enquanto permanecer no cargo e o proteja de acusações infundadas. E vai mais longe ao defender que, na ausência de regras claras e práticas de conduta, corre‑se o risco de inibir o cidadão honesto de aceitar cargo público de relevo. Além disso, afirma ser necessária a criação de mecanismo ágil de formulação dessas regras, assim como de sua difusão e fiscalização. Deveria existir uma instância à qual os admi- nistradores públicos pudessem recorrer em caso de dúvida e de apuração de transgressões, que seria, no caso, a Comissão de Ética Pública, como órgão de consulta da Presidência da República. Diante dessas reflexões, a ética deveria ser con- siderada como um caminho no qual os indivíduos tivessem condições de escolha livre e, nesse particular, é de grande importância a formação e as informações recebidas porcada cidadão ao longo da vida. A moralidade administrativa constitui‑se, atualmente, num pressuposto de validade de todo ato da administração pública. A moral administrativa é imposta ao agente público para sua conduta interna, segundo as exigências da institui- ção a que serve, e a finalidade de sua ação: o bem comum. O administrador público, ao atuar, não poderia desprezar o elemento ético de sua conduta. A ética tem sido um dos mais trabalhados temas da atualidade, porque se vem exigindo valores morais em todas as instâncias da sociedade, sejam elas políticas, científicas ou econômicas. É a preocupação da sociedade em delimitar legal e ilegal, moral e imoral, justo e injusto. Desse conflito é que se ergue a ética, tão discutida pelos filósofos de toda a história mundial. Conflitos de Interesses Existe quando à intensidade do interesse de uma pessoa por determinado bem se opõe a intensidade do interesse de outra pessoa pelo mesmo bem, donde a atitude de uma tendente à exclusão da outra quanto a este. Também po- demos dizer que o conflito de interesse existe sempre que dois ou mais indivíduos compartilham recursos escassos; ou quando há divergência no mundo das ideias, devido às diferentes formações morais de cada um. Existência de interesses dirigidos ao mesmo objeto, sem que os sujeitos cheguem a um consenso sobre eles. O conflito de interesses pode ocorrer entre um profissional e uma instituição com a qual se relaciona ou entre um profissional e outra pessoa. O conceito de conflito de interesses é muito amplo e pode englobar normas de naturezas diversas, embora destinadas a atingir um mesmo resultado, qual seja, o de evitar que a conduta funcional do servidor público seja influenciada por interesses privados. Considera‑se conflito de interesses no serviço público a situação gerada pelo confronto entre interesses públicos e privados, que possa comprometer o interesse coletivo ou influenciar, de maneira imprópria, o desempenho da fun- ção pública; e a divulgação de informação privilegiada – a que diz respeito a assuntos sigilosos ou aquela relevante ao processo de decisão no âmbito do Estado que tenha repercussão econômica ou financeira e não seja de amplo conhecimento público. DECRETO Nº 1.171, DE 22 DE JUNHO DE 1994 Aprova o Código de Ética Pro- fissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, e ainda tendo em vista o disposto no art. 37 da Constituição, bem como nos arts. 116 e 117 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e nos arts. 10, 11 e 12 da Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992, decreta: Art. 1º Fica aprovado o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, que com este baixa. Art. 2º Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta e indireta implementarão, em sessenta dias, as providências necessárias à plena vigência do Código de Ética, inclusive mediante a Constituição da respectiva Comis- são de Ética, integrada por três servidores ou empregados titulares de cargo efetivo ou emprego permanente. Parágrafo único. A constituição da Comissão de Ética será comunicada à Secretaria da Administração Federal da Presidência da República, com a indicação dos respectivos membros titulares e suplentes. Art. 3º Este decreto entra em vigor na data de sua pu- blicação. Brasília, 22 de junho de 1994, 173º da Independência e 106º da República. ITAMAR FRanco É ti c a n a G es tã o P ú b li c a 8 ANEXO Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal CAPÍTULO I Seção I Das Regras Deontológicas I – A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios morais são primados maiores que devem nor- tear o servidor público, seja no exercício do cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá o exercício da vocação do próprio poder estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes serão direcionados para a preservação da honra e da tradição dos serviços públicos. II – O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conve- niente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o desonesto, consoante as regras contidas no art. 37, caput, e § 4º, da Constituição Federal. III – A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da idéia de que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta do servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do ato administrativo. IV – A remuneração do servidor público é custeada pelos tributos pagos direta ou indiretamente por todos, até por ele próprio, e por isso se exige, como contrapartida, que a moralidade administrativa se integre no Direito, como elemento indissociável de sua aplicação e de sua finalidade, erigindo‑se, como conseqüência, em fator de legalidade. V – O trabalho desenvolvido pelo servidor público pe- rante a comunidade deve ser entendido como acréscimo ao seu próprio bem‑estar, já que, como cidadão, integrante da sociedade, o êxito desse trabalho pode ser considerado como seu maior patrimônio. VI – A função pública deve ser tida como exercício pro- fissional e, portanto, se integra na vida particular de cada servidor público. Assim, os fatos e atos verificados na conduta do dia a dia em sua vida privada poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida funcional. VII – Salvo os casos de segurança nacional, investigações policiais ou interesse superior do Estado e da Administração Pública, a serem preservados em processo previamente de- clarado sigiloso, nos termos da lei, a publicidade de qualquer ato administrativo constitui requisito de eficácia e moralida- de, ensejando sua omissão comprometimento ético contra o bem comum, imputável a quem a negar. VIII – Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não pode omiti‑la ou falseá‑la, ainda que contrária aos interesses da própria pessoa interessada ou da Administração Pública. Nenhum Estado pode crescer ou estabilizar‑se sobre o poder corruptivo do hábito do erro, da opressão ou da mentira, que sempre aniquilam até mesmo a dignidade humana quanto mais a de uma Nação. IX – A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados ao serviço público caracterizam o esforço pela disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga seus tributos direta ou indiretamente significa causar‑lhe dano moral. Da mesma forma, causar dano a qualquer bem pertencente ao patrimôniopúblico, deteriorando‑o, por descuido ou má vontade, não constitui apenas uma ofensa ao equipamento e às instalações ou ao Estado, mas a todos os homens de boa vontade que dedicaram sua inteligência, seu tempo, suas esperanças e seus esforços para construí‑los. X – Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de solução que compete ao setor em que exerça suas funções, permitindo a formação de longas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na prestação do serviço, não caracteriza apenas atitude contra a ética ou ato de desumanidade, mas principalmente grave dano moral aos usuários dos serviços públicos. XI – O servidor deve prestar toda a sua atenção às or- dens legais de seus superiores, velando atentamente por seu cumprimento, e, assim, evitando a conduta negligen- te. Os repetidos erros, o descaso e o acúmulo de desvios tornam‑se, às vezes, difíceis de corrigir e caracterizam até mesmo imprudência no desempenho da função pública. XII – Toda ausência injustificada do servidor de seu local de trabalho é fator de desmoralização do serviço público, o que quase sempre conduz à desordem nas relações hu- manas. XIII – 0 servidor que trabalha em harmonia com a es- trutura organizacional, respeitando seus colegas e cada concidadão, colabora e de todos pode receber colaboração, pois sua atividade pública é a grande oportunidade para o crescimento e o engrandecimento da Nação. Seção II Dos Principais Deveres do Servidor Público XIV – São deveres fundamentais do servidor público: a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função ou emprego público de que seja titular; b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento, pondo fim ou procurando prioritariamente resolver situações procrastinatórias, principalmente diante de filas ou de qualquer outra espécie de atraso na prestação dos serviços pelo setor em que exerça suas atribuições, com o fim de evitar dano moral ao usuário; c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integridade do seu caráter, escolhendo sempre, quando estiver diante de duas opções, a melhor e a mais vantajosa para o bem comum; d) jamais retardar qualquer prestação de contas, con- dição essencial da gestão dos bens, direitos e serviços da coletividade a seu cargo; e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aperfeiçoando o processo de comunicação e contato com o público; f) ter consciência de que seu trabalho é regido por prin- cípios éticos que se materializam na adequada prestação dos serviços públicos; g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção, respeitando a capacidade e as limitações individuais de todos os usuários do serviço público, sem qualquer espécie de preconceito ou distinção de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho político e posição social, abstendo‑se, dessa forma, de causar‑lhes dano moral; h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de representar contra qualquer comprometimento indevido da estrutura em que se funda o Poder Estatal; i) resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de contratantes, interessados e outros que visem obter quaisquer favores, benesses ou vantagens indevidas em de- corrência de ações imorais, ilegais ou aéticas e denunciá‑las; j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências específicas da defesa da vida e da segurança coletiva; É ti c a n a G es tã o P ú b li c a 9 l) ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de que sua ausência provoca danos ao trabalho ordenado, refletindo negativamente em todo o sistema; m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e qualquer ato ou fato contrário ao interesse público, exigindo as providências cabíveis; n) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, seguindo os métodos mais adequados à sua organização e distribuição; o) participar dos movimentos e estudos que se relacio- nem com a melhoria do exercício de suas funções, tendo por escopo a realização do bem comum; p) apresentar‑se ao trabalho com vestimentas adequadas ao exercício da função; q) manter‑se atualizado com as instruções, as normas de serviço e a legislação pertinentes ao órgão onde exerce suas funções; r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as instruções superiores, as tarefas de seu cargo ou função, tanto quanto possível, com critério, segurança e rapidez, mantendo tudo sempre em boa ordem. s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por quem de direito; t) exercer com estrita moderação as prerrogativas fun- cionais que lhe sejam atribuídas, abstendo‑se de fazê‑lo contrariamente aos legítimos interesses dos usuários do serviço público e dos jurisdicionados administrativos; u) abster‑se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder ou autoridade com finalidade estranha ao interesse público, mesmo que observando as formalidades legais e não cometendo qualquer violação expressa à lei; v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe sobre a existência deste Código de Ética, estimulando o seu integral cumprimento. Seção III Das Vedações ao Servidor Público XV – E vedado ao servidor público; a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tem- po, posição e influências, para obter qualquer favorecimento, para si ou para outrem; b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de cidadãos que deles dependam; c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, co- nivente com erro ou infração a este Código de Ética ou ao Código de Ética de sua profissão; d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exer- cício regular de direito por qualquer pessoa, causando‑lhe dano moral ou material; e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance ou do seu conhecimento para atendimento do seu mister; f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, capri- chos, paixões ou interesses de ordem pessoal interfiram no trato com o público, com os jurisdicionados administrativos ou com colegas hierarquicamente superiores ou inferiores; g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio, comissão, do- ação ou vantagem de qualquer espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa, para o cumprimento da sua missão ou para influenciar outro servidor para o mesmo fim; h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encaminhar para providências; i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do atendimento em serviços públicos; j) desviar servidor público para atendimento a interesse particular; l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente autorizado, qualquer documento, livro ou bem pertencente ao patrimônio público; m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno de seu serviço, em benefício próprio, de parentes, de amigos ou de terceiros; n) apresentar‑se embriagado no serviço ou fora dele habitualmente; o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra a moral, a honestidade ou a dignidade da pessoa humana; p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a empreendimentos de cunho duvidoso. CAPÍTULO II Das Comissões de Ética XVI – Em todos os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta, indireta autárquica e fundacional, ou em qualquer órgão ou entidade que exerça atribuições dele- gadas pelo poder público, deverá ser criada uma Comissão de Ética, encarregada de orientar e aconselhar sobre a ética profissional do servidor, no tratamento com as pessoas e com o patrimônio público, competindo‑lhe conhecer con- cretamente de imputação ou de procedimento susceptível de censura. XVII – (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007) XVIII – À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos orga- nismos encarregados da execução do quadro de carreira dos servidores, os registros sobre sua conduta ética, para o efeito de instruir e fundamentar promoções e para todos os demais procedimentospróprios da carreira do servidor público. XIX – (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007) XX – (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007) XXI – (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007) XXII – A pena aplicável ao servidor público pela Comissão de Ética é a de censura e sua fundamentação constará do respectivo parecer, assinado por todos os seus integrantes, com ciência do faltoso. XXIII – (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007) XXIV – Para fins de apuração do comprometimento ético, entende‑se por servidor público todo aquele que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza permanente, temporária ou excepcional, ainda que sem retribuição financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer órgão do poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas, as entidades paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado. XXV – (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007) DECRETO Nº 6.029, DE 1º DE FEVEREIRO DE 2007 Institui Sistema de Gestão da Ética do Poder Executivo Federal, e dá outras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso VI, alínea a, da Constituição, decreta: Art. 1º Fica instituído o Sistema de Gestão da Ética do Poder Executivo Federal com a finalidade de promover ati- É ti c a n a G es tã o P ú b li c a 10 vidades que dispõem sobre a conduta ética no âmbito do Executivo Federal, competindo‑lhe: I – integrar os órgãos, programas e ações relacionadas com a ética pública; II – contribuir para a implementação de políticas públi- cas tendo a transparência e o acesso à informação como instrumentos fundamentais para o exercício de gestão da ética pública; III – promover, com apoio dos segmentos pertinentes, a compatibilização e interação de normas, procedimentos técnicos e de gestão relativos à ética pública; IV – articular ações com vistas a estabelecer e efetivar procedimentos de incentivo e incremento ao desempenho institucional na gestão da ética pública do Estado brasileiro. Art. 2º Integram o Sistema de Gestão da Ética do Poder Executivo Federal: I – a Comissão de Ética Pública – CEP, instituída pelo Decreto de 26 de maio de 1999; II – as Comissões de Ética de que trata o Decreto nº 1.171, de 22 de junho de 1994; e III – as demais Comissões de Ética e equivalentes nas entidades e órgãos do Poder Executivo Federal. Art. 3º A CEP será integrada por sete brasileiros que pre- encham os requisitos de idoneidade moral, reputação ilibada e notória experiência em administração pública, designados pelo Presidente da República, para mandatos de três anos, não coincidentes, permitida uma única recondução. § 1º A atuação no âmbito da CEP não enseja qualquer remuneração para seus membros e os trabalhos nela desen- volvidos são considerados prestação de relevante serviço público. § 2º O Presidente terá o voto de qualidade nas delibe- rações da Comissão. § 3º Os mandatos dos primeiros membros serão de um, dois e três anos, estabelecidos no decreto de designação. Art. 4º À CEP compete: I – atuar como instância consultiva do Presidente da República e Ministros de Estado em matéria de ética pública; II – administrar a aplicação do Código de Conduta da Alta Administração Federal, devendo: a) submeter ao Presidente da República medidas para seu aprimoramento; b) dirimir dúvidas a respeito de interpretação de suas normas, deliberando sobre casos omissos; c) apurar, mediante denúncia, ou de ofício, condutas em desacordo com as normas nele previstas, quando praticadas pelas autoridades a ele submetidas; III – dirimir dúvidas de interpretação sobre as normas do Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal de que trata o Decreto nº 1.171, de 1994; IV – coordenar, avaliar e supervisionar o Sistema de Ges- tão da Ética Pública do Poder Executivo Federal; V – aprovar o seu regimento interno; e VI – escolher o seu Presidente. Parágrafo único. A CEP contará com uma Secretaria‑Exe- cutiva, vinculada à Casa Civil da Presidência da República, à qual competirá prestar o apoio técnico e administrativo aos trabalhos da Comissão. Art. 5º Cada Comissão de Ética de que trata o Decreto nº 1.171, de 1994, será integrada por três membros titulares e três suplentes, escolhidos entre servidores e empregados do seu quadro permanente, e designados pelo dirigente máximo da respectiva entidade ou órgão, para mandatos não coincidentes de três anos. Art. 6º É dever do titular de entidade ou órgão da Admi- nistração Pública Federal, direta e indireta: I – assegurar as condições de trabalho para que as Co- missões de Ética cumpram suas funções, inclusive para que do exercício das atribuições de seus integrantes não lhes resulte qualquer prejuízo ou dano; II – conduzir em seu âmbito a avaliação da gestão da ética conforme processo coordenado pela Comissão de Ética Pública. Art. 7º Compete às Comissões de Ética de que tratam os incisos II e III do art. 2º: I – atuar como instância consultiva de dirigentes e servi- dores no âmbito de seu respectivo órgão ou entidade; II – aplicar o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, aprovado pelo Decreto nº 1.171, de 1994, devendo: a) submeter à Comissão de Ética Pública propostas para seu aperfeiçoamento; b) dirimir dúvidas a respeito da interpretação de suas normas e deliberar sobre casos omissos; c) apurar, mediante denúncia ou de ofício, conduta em desacordo com as normas éticas pertinentes; e d) recomendar, acompanhar e avaliar, no âmbito do órgão ou entidade a que estiver vinculada, o desenvolvimento de ações objetivando a disseminação, capacitação e treinamen- to sobre as normas de ética e disciplina; III – representar a respectiva entidade ou órgão na Rede de Ética do Poder Executivo Federal a que se refere o art. 9º; e IV – supervisionar a observância do Código de Conduta da Alta Administração Federal e comunicar à CEP situações que possam configurar descumprimento de suas normas. § 1º Cada Comissão de Ética contará com uma Secre- taria‑Executiva, vinculada administrativamente à instância máxima da entidade ou órgão, para cumprir plano de tra- balho por ela aprovado e prover o apoio técnico e material necessário ao cumprimento das suas atribuições. § 2º As Secretarias‑Executivas das Comissões de Ética serão chefiadas por servidor ou empregado do quadro permanente da entidade ou órgão, ocupante de cargo de direção compatível com sua estrutura, alocado sem aumento de despesas. Art. 8º Compete às instâncias superiores dos órgãos e entidades do Poder Executivo Federal, abrangendo a admi- nistração direta e indireta: I – observar e fazer observar as normas de ética e dis- ciplina; II – constituir Comissão de Ética; III – garantir os recursos humanos, materiais e financeiros para que a Comissão cumpra com suas atribuições; e IV – atender com prioridade às solicitações da CEP. Art. 9º Fica constituída a Rede de Ética do Poder Execu- tivo Federal, integrada pelos representantes das Comissões de Ética de que tratam os incisos I, II e III do art. 2º, com o objetivo de promover a cooperação técnica e a avaliação em gestão da ética. Parágrafo único. Os integrantes da Rede de Ética se reunirão sob a coordenação da Comissão de Ética Pública, pelo menos uma vez por ano, em fórum específico, para avaliar o programa e as ações para a promoção da ética na administração pública. Art. 10. Os trabalhos da CEP e das demais Comissões de Ética devem ser desenvolvidos com celeridade e observância dos seguintes princípios: I – proteção à honra e à imagem da pessoa investigada; II – proteção à identidade do denunciante, que deverá ser mantida sob reserva, se este assim o desejar; e III – independência e imparcialidade dos seus membros na apuração dos fatos, com as garantias asseguradas neste Decreto. É tic a n a G es tã o P ú b li c a 11 Art. 11. Qualquer cidadão, agente público, pessoa jurídica de direito privado, associação ou entidade de classe poderá provocar a atuação da CEP ou de Comissão de Ética, visando à apuração de infração ética imputada a agente público, órgão ou setor específico de ente estatal. Parágrafo único. Entende‑se por agente público, para os fins deste Decreto, todo aquele que, por força de lei, contrato ou qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza perma- nente, temporária, excepcional ou eventual, ainda que sem retribuição financeira, a órgão ou entidade da administração pública federal, direta e indireta. Art. 12. O processo de apuração de prática de ato em desrespeito ao preceituado no Código de Conduta da Alta Administração Federal e no Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal será ins- taurado, de ofício ou em razão de denúncia fundamentada, respeitando‑se, sempre, as garantias do contraditório e da ampla defesa, pela Comissão de Ética Pública ou Comissões de Ética de que tratam os incisos II e III do art. 2º, conforme o caso, que notificará o investigado para manifestar‑se, por escrito, no prazo de dez dias. § 1º O investigado poderá produzir prova documental necessária à sua defesa. § 2º As Comissões de Ética poderão requisitar os docu- mentos que entenderem necessários à instrução probatória e, também, promover diligências e solicitar parecer de especialista. § 3º Na hipótese de serem juntados aos autos da inves- tigação, após a manifestação referida no caput deste artigo, novos elementos de prova, o investigado será notificado para nova manifestação, no prazo de dez dias. § 4º Concluída a instrução processual, as Comissões de Ética proferirão decisão conclusiva e fundamentada. § 5º Se a conclusão for pela existência de falta ética, além das providências previstas no Código de Conduta da Alta Administração Federal e no Código de Ética Profissio- nal do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, as Comissões de Ética tomarão as seguintes providências, no que couber: I – encaminhamento de sugestão de exoneração de car- go ou função de confiança à autoridade hierarquicamente superior ou devolução ao órgão de origem, conforme o caso; II – encaminhamento, conforme o caso, para a Contro- ladoria‑Geral da União ou unidade específica do Sistema de Correição do Poder Executivo Federal de que trata o Decreto nº 5.480, de 30 de junho de 2005, para exame de eventuais transgressões disciplinares; e III – recomendação de abertura de procedimento admi- nistrativo, se a gravidade da conduta assim o exigir. Art. 13. Será mantido com a chancela de “reservado”, até que esteja concluído, qualquer procedimento instaurado para apuração de prática em desrespeito às normas éticas. § 1º Concluída a investigação e após a deliberação da CEP ou da Comissão de Ética do órgão ou entidade, os autos do procedimento deixarão de ser reservados. § 2º Na hipótese de os autos estarem instruídos com documento acobertado por sigilo legal, o acesso a esse tipo de documento somente será permitido a quem detiver igual direito perante o órgão ou entidade originariamente encarregado da sua guarda. § 3º Para resguardar o sigilo de documentos que assim devam ser mantidos, as Comissões de Ética, depois de con- cluído o processo de investigação, providenciarão para que tais documentos sejam desentranhados dos autos, lacrados e acautelados. Art. 14. A qualquer pessoa que esteja sendo investigada é assegurado o direito de saber o que lhe está sendo imputado, de conhecer o teor da acusação e de ter vista dos autos, no recinto das Comissões de Ética, mesmo que ainda não tenha sido notificada da existência do procedimento investigatório. Parágrafo único. O direito assegurado neste artigo inclui o de obter cópia dos autos e de certidão do seu teor. Art. 15. Todo ato de posse, investidura em função pública ou celebração de contrato de trabalho, dos agentes públicos referidos no parágrafo único do art. 11, deverá ser acompa- nhado da prestação de compromisso solene de acatamento e observância das regras estabelecidas pelo Código de Conduta da Alta Administração Federal, pelo Código de Ética Profis- sional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal e pelo Código de Ética do órgão ou entidade, conforme o caso. Parágrafo único. A posse em cargo ou função pública que submeta a autoridade às normas do Código de Conduta da Alta Administração Federal deve ser precedida de consulta da autoridade à Comissão de Ética Pública, acerca de situação que possa suscitar conflito de interesses. Art. 16. As Comissões de Ética não poderão escusar‑se de proferir decisão sobre matéria de sua competência alegando omissão do Código de Conduta da Alta Administração Fede- ral, do Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal ou do Código de Ética do órgão ou entidade, que, se existente, será suprida pela analogia e invocação aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. § 1º Havendo dúvida quanto à legalidade, a Comissão de Ética competente deverá ouvir previamente a área jurídica do órgão ou entidade. § 2º Cumpre à CEP responder a consultas sobre aspectos éticos que lhe forem dirigidas pelas demais Comissões de Ética e pelos órgãos e entidades que integram o Executivo Federal, bem como pelos cidadãos e servidores que venham a ser indicados para ocupar cargo ou função abrangida pelo Código de Conduta da Alta Administração Federal. Art. 17. As Comissões de Ética, sempre que constatarem a possível ocorrência de ilícitos penais, civis, de improbidade administrativa ou de infração disciplinar, encaminharão cópia dos autos às autoridades competentes para apuração de tais fatos, sem prejuízo das medidas de sua competência. Art. 18. As decisões das Comissões de Ética, na análise de qualquer fato ou ato submetido à sua apreciação ou por ela levantado, serão resumidas em ementa e, com a omissão dos nomes dos investigados, divulgadas no sítio do próprio órgão, bem como remetidas à Comissão de Ética Pública. Art. 19. Os trabalhos nas Comissões de Ética de que tra- tam os incisos II e III do art. 2º são considerados relevantes e têm prioridade sobre as atribuições próprias dos cargos dos seus membros, quando estes não atuarem com exclusividade na Comissão. Art. 20. Os órgãos e entidades da Administração Públi- ca Federal darão tratamento prioritário às solicitações de documentos necessários à instrução dos procedimentos de investigação instaurados pelas Comissões de Ética. § 1º Na hipótese de haver inobservância do dever fun- cional previsto no caput, a Comissão de Ética adotará as providências previstas no inciso III do § 5º do art. 12. § 2º As autoridades competentes não poderão alegar sigilo para deixar de prestar informação solicitada pelas Comissões de Ética. Art. 21. A infração de natureza ética cometida por mem- bro de Comissão de Ética de que tratam os incisos II e III do art. 2º será apurada pela Comissão de Ética Pública. Art. 22. A Comissão de Ética Pública manterá banco de dados de sanções aplicadas pelas Comissões de Ética de que tratam os incisos II e III do art. 2º e de suas próprias sanções, para fins de consulta pelos órgãos ou entidades da É ti c a n a G es tã o P ú b li c a 12 administração pública federal, em casos de nomeação para cargo em comissão ou de alta relevância pública. Parágrafo único. O banco de dados referido neste artigo engloba as sanções aplicadas a qualquer dos agentes públicos mencionados no parágrafo único do art. 11 deste Decreto. Art. 23. Os representantes das Comissões de Ética de que tratam os incisos II e III do art. 2º atuarão como elementos de ligação com a CEP, que disporá em Resolução própria sobre as atividades que deverão desenvolver para o cumprimento desse mister. Art. 24. As normas do Código de Conduta da Alta Admi-nistração Federal, do Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal e do Código de Ética do órgão ou entidade aplicam‑se, no que couber, às auto- ridades e agentes públicos neles referidos, mesmo quando em gozo de licença. Art. 25. Ficam revogados os incisos XVII, XIX, XX, XXI, XXIII e XXV do Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, aprovado pelo Decreto no 1.171, de 22 de junho de 1994, os arts. 2º e 3º do Decreto de 26 de maio de 1999, que cria a Comissão de Ética Pública, e os Decretos de 30 de agosto de 2000 e de 18 de maio de 2001, que dispõem sobre a Comissão de Ética Pública. Art. 26. Este Decreto entra em vigor na data da sua publicação. Brasília, 1º de fevereiro de 2007. LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA Dilma Rousseff GLOSSÁRIO Ética (ethos): ciência, ramo da Filosofia que estuda o valor das condutas humanas, seus motivos e finalidades. Reflexão sobre os valores e justificativas morais, aquilo que se consi- dera o bem. Análise da capacidade humana de escolher, ser livre e responsável por sua conduta entre os demais. Moral (mores): conjunto dos costumes, hábitos, valores (fins) e procedimentos (meios) que regem as relações huma- nas, considerados válidos e apreciados, individual e coleti- vamente. Embora possam variar entre grupos e ao longo da história, tendem a ser considerados absolutos. Podem ser justificados pelo costume, pela natureza, pela educação, pela sociedade, pela religião. Pode ser considerado o mesmo que ética, com a diferença de que a ética acrescenta a reflexão e o estudo continuado sobre aquilo que se faz ou o que se de- veria fazer, pensa sobre o bem e o mal, a felicidade, o prazer, a compaixão, a solidariedade e outros valores. Imoral: que age contra uma moral ou a ideia moral vigente. Muitas vezes, o indivíduo que questiona uma ética dominante tem ideias morais próprias ou diferentes. Amoral: sem moral (aquém ou além dela). Deontologia: estudo dos códigos de condutas considera- dos válidos entre grupos e lasses (profissionais) de pessoas. Ciência que investiga os deveres aos quais os indivíduos estão subordinados em determinada sociedade. Cidadania (polis, civitas, cidade): a cidadania se refere às relações entre os cidadãos, aqueles que pertencem a uma cidade, por meio dos procedimentos e leis acordados entre eles. Da nossa herança grega e latina, traz o sentido de per- tencimento à uma comunidade organizada igualitariamente, regida pelo direito, baseada na liberdade, participação e valorização individual de cada um em um em uma esfera pública (não privada, como a família), mas este é um sentido que sofreu mutações históricas. Um dos sentidos atuais da cidadania de massa, em Estados que congregam muitas di- versidades culturais é o esforço por participar e usufruir dos direitos pensados pelos representantes de um Estado para seus virtuais cidadãos; é vir a ser, de fato, e não apenas de direito, um cidadão. Os valores da cidadania são políticos: igualdade, equidade, justiça, bem comum. Mister: 1. se diz de algo de grande importância, de suma im- portância; 2. se diz de algo que é necessário, indispensável; 3. ato de exercer uma função ou cargo; 4. necessidade, precisão; 5. serviço, trabalho, incumbência, tarefa. Imputável: é quando o indivíduo, sem limitações de en- tendimento e/ou mental, possui a capacidade de entender o fato como ílicito e agir de acordo com este entendimento. É aquele que pode receber acusação por meio de queixa, crime ou denúncia do órgão público pela prática de um delito. No Brasil, toda pessoa com idade acima de 18 anos é considerada imputável. RESOLUÇÃO Nº 8, DE 25 DE SETEMBRO DE 2003 Identifica situações que susci- tam conflito de interesses e dispõe sobre o modo de preveni‑los. A COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA, com o objetivo de orientar as autoridades submetidas ao Código de Conduta da Alta Administração Federal na identificação de situações que possam suscitar conflito de interesses, esclarece o seguinte: 1. Suscita conflito de interesses o exercício de ativida- de que: a) em razão da sua natureza, seja incompatível com as atribuições do cargo ou função pública da autoridade, como tal considerada, inclusive, a atividade desenvolvida em áreas ou matérias afins à competência funcional; b) viole o princípio da integral dedicação pelo ocupante de cargo em comissão ou função de confiança, que exige a precedência das atribuições do cargo ou função pública sobre quaisquer outras atividades; c) implique a prestação de serviços a pessoa física ou jurídica ou a manutenção de vínculo de negócio com pessoa física ou jurídica que tenha interesse em decisão individual ou coletiva da autoridade; d) possa, pela sua natureza, implicar o uso de informação à qual a autoridade tenha acesso em razão do cargo e não seja de conhecimento público; e) possa transmitir à opinião pública dúvida a respeito da integridade, moralidade, clareza de posições e decoro da autoridade. 2. A ocorrência de conflito de interesses independe do recebimento de qualquer ganho ou retribuição pela autoridade. 3. A autoridade poderá prevenir a ocorrência de conflito de interesses ao adotar, conforme o caso, uma ou mais das seguintes providências: a) abrir mão da atividade ou licenciar‑se do cargo, en- quanto perdurar a situação passível de suscitar conflito de interesses; b) alienar bens e direitos que integram o seu patrimônio e cuja manutenção possa suscitar conflito de interesses; É ti c a n a G es tã o P ú b li c a 13 c) transferir a administração dos bens e direitos que possam suscitar conflito de interesses a instituição financeira ou a administradora de carteira de valores mobiliários auto- rizada a funcionar pelo Banco Central ou pela Comissão de Valores Mobiliários, conforme o caso, mediante instrumento contratual que contenha cláusula que vede a participação da autoridade em qualquer decisão de investimento assim como o seu prévio conhecimento de decisões da instituição administradora quanto à gestão dos bens e direitos; d) na hipótese de conflito de interesses específico e tran- sitório, comunicar sua ocorrência ao superior hierárquico ou aos demais membros de órgão colegiado de que faça parte a autoridade, em se tratando de decisão coletiva, abstendo‑se de votar ou participar da discussão do assunto; e) divulgar publicamente sua agenda de compromissos, com identificação das atividades que não sejam decorrência do cargo ou função pública. 4. A Comissão de Ética Pública deverá ser informada pela autoridade e opinará, em cada caso concreto, sobre a suficiência da medida adotada para prevenir situação que possa suscitar conflito de interesses. 5. A participação de autoridade em conselhos de ad- ministração e fiscal de empresa privada, da qual a União seja acionista, somente será permitida quando resultar de indicação institucional da autoridade pública competente. Nestes casos, é‑lhe vedado participar de deliberação que possa suscitar conflito de interesses com o Poder Público. 6. No trabalho voluntário em organizações do terceiro setor, sem finalidade de lucro, também deverá ser observado o disposto nesta Resolução. 7. As consultas dirigidas à Comissão de Ética Pública deverão estar acompanhadas dos elementos pertinentes à legalidade da situação exposta. EXERCÍCIOS Ética e moral Ética tem origem no grego ethos, que significa modo de ser. A palavra moral vem do latim mos ou mores, ou seja, costume ou costumes. A primeira é uma ciência sobre o comportamento moral dos homens em sociedade e está relacionada à Filosofia. Sua função é a mesma de qualquer teoria: explicar, esclarecer ou investigar determinada reali- dade, elaborando os conceitos correspondentes. A segunda, como define o filósofo Vázquez, expressa “um conjunto de normas, aceitas livre e conscientemente, que regulam o comportamento individual dos homens”. Ao campo da ética, diferente do da moral, não cabeformular juízo valorativo, mas, sim, explicar as razões da existência de determinada realidade e proporcionar a reflexão acerca dela. A moral é normativa e se manifesta concretamente nas diferentes sociedades como resposta a necessidades sociais; sua função consiste em regulamentar as relações entre os indivíduos e entre estes e a comunidade, contribuindo para a estabilidade da ordem social. Internet: <www.espacoacademico.com.br> (com adaptações). A partir do texto acima, julgue os itens a seguir. 1. A distinção fundamental entre ética e moral decorre de explicação etimológica. 2. Infere‑se do texto que ética, definida como “uma ciência sobre o comportamento moral dos homens em socie- dade”, corresponde a um conceito mais abrangente e abstrato que o de moral. 3. Compete à moral, como conjunto de normas regu- ladoras de comportamentos, chegar, por meio de investigações científicas, à explicação de determinadas realidades sociais. 4. De acordo com o Decreto nº 1.171/1994 (Código de Conduta do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal), são deveres fundamentais do servidor público: I – tratar cuidadosamente os usuários dos serviços públicos, aperfeiçoando o processo de comunicação e contato com o público. II – omitir a verdade sobre fato que prejudique a Admi- nistração Pública e beneficie o cidadão. III – ser assíduo e frequente ao serviço. IV – facilitar a fiscalização de todos os atos ou serviços por quem de direito. a) I, II e III. d) I, II e IV. b) II, III e IV. e) I, II, III e IV. c) I, III e IV. 5. De acordo com o Decreto nº 1.171/1994, de 22 de junho de 1994 (Código de Ética do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal), é vedado ao servidor público: I – aceitar presente de valor superior a um salário mínimo, salvo em datas comemorativas, quando esse valor poderá ser ultrapassado. II – fazer uso de informação privilegiada obtida no âm- bito interno do seu serviço, salvo quando a informação afetar interesse do próprio servidor. III – utilizar, para fins particulares, os serviços de servi- dor público subordinado. IV – utilizar‑se da influência do cargo para obter em- prego para um amigo. V – atrasar o exercício regular de um direito em razão de antipatia que tenha pelo interessado. VI – apresentar‑se embriagado, habitualmente, fora do serviço público. Estão corretas: a) as afirmativas I, II, III, IV, V e VI. b) apenas as afirmativas I, II, III, V e VI. c) apenas as afirmativas I, III, V e VI. d) apenas as afirmativas III, V e VI. e) apenas as afirmativas III, IV, V e VI. Acerca do padrão ético no serviço publico, julgue os itens a seguir. 6. (Cespe/CEF/2006) Age contra a ética ou pratica ato de desumanidade o servidor público que deixa, de forma injustificada, uma pessoa à espera de solução cuja competência é do setor em que exerça suas funções, permitindo a formação de longas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na prestação do serviço. 7. (Cespe/CEF/2006) O servidor público não pode despre- zar o elemento ético de sua conduta. Assim, o servidor público tem que decidir entre o legal e o ilegal, o conve- niente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, bem como entre o honesto e o desonesto. De acordo com o Código de Ética Profissional do Servidor do Poder Executivo Federal, julgue os itens a seguir. 8. (Cespe/Ancine/Técnico Administrativo/2006) Não é vedado ao servidor publico deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance para o adequado desempenho de suas atividades. 9. (Cespe/Ancine/Técnico Administrativo/2006) Somente em casos especiais, os órgãos e entidades da adminis- tração pública federal direta, indireta, autárquica e É ti c a n a G es tã o P ú b li c a 14 fundacional poderão criar comissões de ética com o intuito de orientar e aconselhar sobre a ética profissio- nal do servidor, no tratamento com as pessoas e com o patrimônio público. Com relação ao Código de Ética Profissional do Servidor Publico, julgue o item que se segue. 10. (Cespe/Anatel/Técnico em Regulação de Serviços Pú- blico de Telecomunicações/2006) A comissão de ética não pode se eximir de fundamentar o julgamento da falta de ética do servidor público concursado, mas, não tendo como fazê‑lo no caso do prestador de serviços contratado, cabe a ela, em tais circunstâncias, alegar a inexistência de previsão dessa situação no código. No que se refere ao Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, julgue os itens seguintes. 11. (Cespe/MRE/Oficial de Chancelaria/2006) O uso de vestimentas adequadas ao exercício da função publica é assunto que dispensa determinações pelo referido código de ética. 12. (Cespe/MRE/Oficial de Chancelaria/2006) Os empre- gados das sociedades de economia mista não estão subordinados ao disposto no Decreto nº 1.171/1994, para fins de apuração de seu comprometimento ético. Julgue os itens que se seguem, acerca da ética no serviço público. 13. (Cespe/ME/2008) São deveres do servidor público a manutenção da limpeza e a organização do local onde executa suas funções. 14. (Cespe/ME/2008) A rapidez de resposta ao usuário pode ser caracterizada como uma atitude ética na administração pública. 15. (Cespe/ME/2008) Documentos encaminhados para providências podem ser alterados em situações espe- cíficas. 16. (Cespe/ME/2008) Informações privilegiadas obtidas no serviço, desde que não sejam utilizadas em benefício próprio, devem ser fornecidas pelo servidor quando solicitadas por pessoas idôneas. 17. (Cespe/ME/2008) É desnecessária a autorização legal para a retirada de documentos que pertençam ao local de trabalho do servidor no órgão público. A busca da gestão socialmente responsável tem exigido maior transparência das instituições, sejam públicas, sejam privadas, nas relações com seus fornecedores, funcionários e clientes. Tal atributo tem sido fundamental para a repu- tação das organizações, que devem explicitar à sociedade seus valores e a seu corpo funcional os padrões éticos e de conduta considerados adequados. Nesse contexto e à luz do Código de Ética Profissional do Servidor Público do Poder Executivo Federal, julgue os itens seguintes. 18. (Cespe/MTE/2008) O agente público tem o dever de buscar o equilíbrio entre a legalidade e a finalidade na tentativa de proporcionar a consolidação da moralidade do ato administrativo praticado. 19. (Cespe/MTE/2008) O trabalho desenvolvido pelo servi- dor público perante a comunidade deve ser entendido como acréscimo ao seu próprio bem‑estar, já que, como cidadão, integrante da sociedade, o êxito desse trabalho pode ser considerado como seu maior patrimônio. 20. (Cespe/MTE/2008) De acordo com o referido código de ética, tratar mal uma pessoa que paga seus tributos direta ou indiretamente significa causar‑lhe dano moral. 21. (Cespe/MTE/2008) Um servidor que permite que um processo não seja solucionado a contento pode ser acu- sado de usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de direito por qualquer pessoa. 22. (Cespe/MTE/2008) O referido código serve primordial- mente para punir o comportamento não ético do servi- dor público, já que possui caráter de obrigatoriedade. O Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do poder Executivo Federal afirma que a função pública deve ser tida como exercício profissional e, portanto, se integra na vida particular de cada servidor público. Assim, os fatos e atos verificados na conduta do dia a dia em sua vida privada poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida funcional. Ele estabelece, ainda, que, salvo os casos de segu- rança nacional, investigações policiais ou interesse superior do Estado e da administração pública, a serem preservados em processo previamente declarado sigiloso, nos termos da lei, a publicidade de qualquer ato administrativo constitui requisito de eficácia e moralidade, ensejando sua omissão comprometimento ético contra o bem comum, imputávela quem a negar. Considerando esses e outros dispositivos do Decreto nº 1.171/1994, julgue os itens seguintes. 23. (Cespe/ANA/Especialista em Recursos Hídricos/2006) Infere‑se do texto que a consecução da esperada e de- sejável transparência dos atos administrativos implica a sujeição do servidor público aos ditames da propa- ganda governamental, que é o meio adequado para que as decisões do poder público sejam plenamente conhecidas pela sociedade. 24. (Cespe/ANA/Especialista em Recursos Hídricos/2006) Equiparando‑se servidores públicos e trabalhadores da iniciativa particular, o referido código enfatiza absoluta distinção entre as esferas da vida pública e privada, uma não podendo interferir na outra, independentemente da natureza de trabalho profissional que se exerça. 25. (Cespe/ANA/Especialista em Recursos Hídricos/2006) Situações excepcionais, definidas e tipificadas por norma legal, permitem que determinados atos admi- nistrativos possam ser resguardados do conhecimento público. 26. (Cespe/ANA/Especialista em Recursos Hídricos/2006) Ainda que toda pessoa tenha direito à verdade, ao ser- vidor é permitido omiti‑la ou falseá‑la desde que esteja em jogo a segurança do Estado, notadamente em se tratando de cenário de guerra externa ou de grave insurgência interna. De acordo com a ética no serviço público julgue os itens que se seguem. 27. O servidor poderá se ausentar mesmo que injustifica- damente de seu local de trabalho sem que com isso desmoralize o serviço publico, mas sofrerá as sanções disciplinares. 28. O servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais de seus superiores, velando atentamente por seu cumprimento, e, assim, evitando a conduta imprudente. 29. Os atos praticados pelo servidor em sua vida particular em nada se relacionam com sua vida funcional, uma vez que a pessoa do servidor não se confunde com sua vida civil, se assim fosse estaríamos diante de agressão ao principio da impessoabilidade/finalidade. 30. Ética designa o conjunto de princípios, normas, im- perativos ou ideias morais de uma época ou de uma sociedade determinadas. É ti c a n a G es tã o P ú b li c a 15 31. É defeso ao servidor público desviar servidor público para atendimento de interesse particular. 32. Resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de contratantes, interessados e outros que visem obter quaisquer favores em decorrência de ações aéticas fa- zem parte de deveres fundamentais do servidor público. Com relação à ética no serviço público, julgue os itens a seguir. 33. O respeito à hierarquia e à disciplina não impede que o servidor público represente contra ato que caracterize omissão ou abuso de poder, ainda que esse ato tenha emanado de superior hierárquico. 34. O servidor público deve abster‑se de exercer sua fun- ção, poder ou autoridade com finalidade estranha ao interesse público, mesmo não cometendo qualquer violação expressa à lei. 35. É dever do servidor público guardar sigilo sobre assun- tos da repartição que envolvam questões relativas à segurança da sociedade. 36. O servidor público pode retirar da repartição docu- mento pertencente ao patrimônio público, sem prévia autorização da autoridade competente, se exercer cargo de confiança ou função à qual esse documento esteja relacionado. 37. Todos os servidores públicos, independentemente da função assumida e do órgão ao qual estão vinculados, devem cumprir a lei incondicionalmente. Os fundamentos da ética estão na consciência do ser huma- no, de maneira a se construir a dignidade de cada pessoa. Com relação à ética no serviço público, julgue os itens que se seguem. 38. O servidor deve omitir a verdade a outra pessoa quando estiver em jogo interesse da administração pública. 39. Atrasos na prestação de serviços não caracterizam dano moral aos usuários. 40. É vedado ao servidor, no exercício da função pública, alterar o teor de documentos que deva encaminhar, mesmo que eles possam trazer prejuízos a terceiros. Quanto aos deveres fundamentais do servidor público, julgue os seguintes itens. 41. (Cespe/MIN/2009) Quando um superior hierárquico flagra um de seus subordinados em atitude suspeita, é seu dever indeclinável impor‑lhe a pena de censura. A referida penalidade e sua fundamentação devem ser registradas no parecer reprobatório, assinado por ele e homologado pelo conselho de sentença. 42. (Cespe/MIN/2009) O servidor deve ser assíduo e fre- quente ao serviço, bem como tratar cuidadosamente os usuários dos serviços, aperfeiçoando o processo de comunicação e de contato com o público, além de abster‑se de exercer as prerrogativas funcionais do cargo de forma contrária aos legítimos interesses dos usuários. 43. (Cespe/MIN/2009) O servidor público deve, obrigato- riamente, contribuir para a implementação de políticas públicas, tendo a transparência e o acesso à informação como instrumentos fundamentais para o exercício de gestão da ética pública. O descumprimento desse pre- ceito fundamental é motivo para censura e, em caso de reincidência, para suspensão. O imperativo do aprimoramento da conduta ética do servidor público assumiu uma importância política inquestionável em nossos dias. De fato, a opinião pública, manifestada de ma- neira espontânea ou condicionada pelos meios de comunica- ção, concorda que o grau de obediência a princípios éticos é muito baixo no serviço público. Nesse sentido, as frequentes denúncias de corrupção estimularam na sociedade essa percepção. Algumas pesquisas recentes de opinião revelam que o cidadão brasileiro tem um conceito negativo a respeito da conduta ética da classe política. Ainda que tais pesquisas tenham se cingido à opinião sobre o universo parlamentar, é lícito presumir que a mesma opinião negativa se estenda, ainda que em diferentes graus, à conduta ética nas esferas dos Poderes Executivo e Judiciário. Pouco importa, para fins desta análise, se a opinião pública é fundada, infundada ou meramente preconceituosa. Importante é a opinião em si, pois revela um ceticismo intrínseco do povo em relação ao padrão ético do aparelho de Estado. João Geraldo Piquet Carneiro. Revista do Serviço Público. Ano 49, nº 3, jul.‑set./1998, p. 123 (com adaptações). Tendo o texto acima como referência inicial e considerando o Código de Ética do Servidor Público, julgue os seguintes itens. 44. (Cespe/MIN/2009) As comissões de ética têm o encargo de orientar o servidor quanto à sua ética profissional, além de aconselhá‑lo no tratamento com as pessoas e com o patrimônio público, competindo a elas conhecer concretamente acerca de imputação ou de procedimen- to suscetível de censura. 45. (Cespe/MIN/2009) Tendo por fundamento o princípio da supremacia do interesse público e obedecendo aos critérios estabelecidos pela Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômico que permitem averi- guar o índice de opacidade da administração pública, as comissões de ética podem inverter o ônus da prova em desfavor do servidor sempre que sua conduta ou suas atitudes derem margem a ambiguidades, conside- rando a natureza inquisitorial de seus procedimentos. 46. (Cespe/MIN/2009) O servidor público não pode permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos, pai- xões ou interesses de ordem pessoal interfiram no trato com o público, com os jurisdicionados administrativos ou com colegas hierarquicamente superiores ou infe- riores, o que não significa que ele possa ser conivente com erro ou infração às normas vigentes. 47. (Cespe/MIN/2009) Tanto para instruir e fundamentar promoções quanto para todos os demais procedimen- tos próprios da carreira do servidor público, cabe à co- missão de ética fornecer aos organismos encarregados da execução do quadro de carreira dos servidores os registros a respeito da sua conduta ética. Com fundamento no Código de Ética do Servidor Público, julgue os itens a seguir. 48. O agente público deve pautar sua ação no tratamento igualitárioa todos os cidadãos, que são, em última instância, os motivadores do exercício da vocação do próprio poder estatal. 49. O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade deve ser entendido como acréscimo ao seu próprio bem‑estar, já que, como cidadão, integrante da sociedade, o êxito desse trabalho pode ser considerado como seu maior patrimônio. 50. A função pública deve ser considerada como exercício profissional; integra‑se, portanto, à vida particular de cada servidor público, cujos atos são indicativos de sua conduta. 51. Toda ausência injustificada do servidor público de seu local de trabalho é fator de desmoralização do serviço público e pode ser considerada uma motivação para a desordem nas relações humanas. É ti c a n a G es tã o P ú b li c a 16 52. O citado código serve para estimular o comportamento ético do servidor público, uma vez que é de livre adesão. 53. Há informações que o servidor público deve omitir aos cidadãos, pois estas podem ser mal interpretadas. Com relação à ética profissional e às atitudes no serviço público, julgue os itens que se seguem. 54. A personalização do atendimento no serviço público deve ser incentivada, pois, por meio dela, é possível tratar dos interesses particulares e atuar com base na impessoalidade. 55. Quando se depara com uma situação de falta de ética causada por colega do mesmo órgão, o agente público deve se reportar à comissão de ética desse órgão. 56. A noção de ética está diretamente relacionada com os costumes de um grupo social. 57. Os conceitos de ética e política estão diretamente asso- ciados, desde a Grécia antiga. Para os gregos, a política deveria visar ao bem‑estar da sociedade. 58. É a ética da convicção que prega a necessidade de o in- divíduo ter consciência de que suas ações terão efeitos nas gerações seguintes. As discussões acerca da ética nas atividades públicas iniciaram‑se na Grécia antiga e continuam até os dias atuais, gerando legislações que procuram traduzir a moral e os princípios desejados socialmente. Com referência ao Código de Ética Profissional do Ser- vidor Público Civil do Poder Executivo Federal (Decreto nº 1.171/1994), julgue os itens seguintes. 59. (Cespe/FUB/2009) Os fatos e atos verificados na conduta do dia a dia do servidor em sua vida privada poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida funcional. 60. (Cespe/FUB/2009) À comissão de ética incumbe for- necer aos organismos encarregados da execução do quadro de carreira dos servidores os registros acerca da conduta ética, para o efeito de instruir e fundamentar promoções e para todos os demais procedimentos próprios da carreira do servidor público. 61. (Cespe/FUB/2009) A pena aplicável ao servidor público pela comissão de ética é a de censura, advertência ou suspensão até trinta dias, e sua fundamentação cons- tará do respectivo parecer, assinado por todos os seus integrantes, com ciência do faltoso. 62. (Cespe/FUB/2009) Para fins de apuração do comprome- timento ético, entende‑se por servidor público apenas aquele que ocupa cargo efetivo ou em comissão, no âmbito da administração pública federal direta, autár- quica ou fundacional. 63. (Cespe/FUB/2009) É dever do servidor comunicar a seus superiores todo e qualquer ato ou fato contrário ao interesse público, exigindo as providências cabíveis, salvo se envolverem a segurança nacional, investigações policiais ou interesse superior da administração pública. Acerca do Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, julgue os itens a seguir. 64. (Cespe/Anatel/2008) A publicidade de qualquer ato administrativo constitui requisito de eficácia e morali- dade, ensejando sua omissão comprometimento ético contra o bem comum, imputável a quem a negar, sendo ressalvados, apenas, os casos de segurança nacional e investigações policiais. 65. (Cespe/Anatel/2008) O trabalho que o servidor público desenvolve perante a comunidade é um acréscimo ao seu próprio bem‑estar, já que este é também um cidadão, integrante da sociedade. Em decorrência, o êxito desse trabalho pode ser considerado como seu maior patrimônio, e sua remuneração, custeada pelos tributos pagos direta ou indiretamente por todos, exige, como contrapartida, que a moralidade administrativa se integre no direito, como elemento indissociável de sua aplicação e de sua finalidade, erigindo‑se, como consequência, em fator de legalidade. 66. (Cespe/Anatel/2008) O servidor público deve saber que causará dano moral quando tratar mal uma pessoa que paga tributos direta ou indiretamente, bem como quando deixar qualquer pessoa à espera de solução que compita ao setor em que exerça suas funções, permitindo a formação de longas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na prestação do serviço. Isso não caracteriza apenas atitude contra a ética ou ato de desumanidade, mas principalmente grave dano moral aos usuários dos serviços públicos. 67. (Cespe/Anatel/2008) O servidor público deve abster‑se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder ou autoridade com finalidade estranha ao interesse pú- blico, ainda que observando as formalidades legais e não cometendo qualquer violação expressa à lei. Deve, isto sim, exercer as prerrogativas funcionais que lhe sejam atribuídas, com estrita moderação, abstendo‑se de fazê‑lo contrariamente aos legítimos interesses dos usuários do serviço público e dos jurisdicionados administrativos. 68. (Cespe/Anatel/2008) O servidor público deve ter consci- ência de que seu trabalho é regido por princípios éticos que se materializam na adequada prestação dos servi- ços públicos. Para que isso ocorra, deve ele ser probo, reto, leal, justo e cortês, respeitando a capacidade e as limitações individuais de todos os usuários do serviço público, sem qualquer espécie de preconceito ou dis- tinção de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho político e posição social, escolhendo sempre, quando estiver diante de duas opções, a melhor e mais vantajosa para a Administração Pública, aperfeiçoando, com isso, o processo de comunicação corporativa. As mudanças decorrentes do desenvolvimento tecnológico são muito significativas e representam um exemplo do que pode acontecer com os esforços de criação da mente humana. Diante dessas inovações, as reformas constitucio- nais elaboradas para melhoria do serviço público no Brasil ganharam tons positivos, como o incremento da necessida- de de estudos e a preparação dos servidores. No entanto, pecaram por não focar a pessoa do servidor público como principal fonte de mudanças positivas no funcionamento da administração pública brasileira. Nesse contexto, muitos são os debates sobre a ética e grande é o esforço legislativo a respeito do tema. Acerca da ética no serviço público e das legislações pertinen- tes, julgue os itens a seguir 69. A ética tem por objetivo a determinação do que é certo ou errado, bom ou mau em relação às normas e valores adotados por uma sociedade. 70. Os conceitos e valores tradicionais da moral não são universais nem estabelecidos objetivamente, mas têm suas origens em um momento histórico e em uma cul- tura específicos, servindo a certos interesses que vão sendo esquecidos com o tempo. 71. Do ponto de vista da comissão de ética pública, a repres- são, na prática, é quase sempre ineficaz. O ideal seria a prevenção, por meio da identificação e do tratamento É ti c a n a G es tã o P ú b li c a 17 específico, das áreas da administração pública em que ocorressem, com maior frequência, condutas incompatí- veis com o padrão ético almejado para o serviço público. A ética é um dos assuntos mais lembrados ao se falar em negócios, política e relacionamentos humanos, pois, por força das conquistas tecnológicas atuais, ela é, mais que nunca, relevante para os debates a respeito do comporta- mento humano. O estudo da ética é sempre necessário em decorrência da necessidade de
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