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Ética na Gestão Pública

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ÉTICA NA 
GESTÃO PÚBLICA
E D I T O R A
2020
Rebecca Guimarães
© 2020 Avançar Serviços Educacionais
Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos pela Lei nº 9.610, de 19/2/1998. Proibida 
a reprodução de qualquer parte deste material, sem autorização prévia expressa por escrito do autor e da 
editora, por quaisquer meios empregados, sejam eletrônicos, mecânicos, videográficos, fonográficos, re-
prográficos, microfílmicos, fotográficos, gráficos ou outros. Essas proibições aplicam-se também à editoração 
da obra, bem como às suas características gráficas.
Título da obra: 
Ética na Gestão Pública
Autora: 
Rebecca Guimarães
GESTÃO DE CONTEÚDOS
Tatiani Carvalho
PRODUÇÃO EDITORIAL
Tatiani Carvalho
REVISÃO
Ylka Ramos
EDITORAÇÃO ELETRÔNICA
Marcos Aurélio Pereira
CAPA
Marcos Aurélio Pereira
E D I T O R A
 
www.editoraavancar.com.br
 Avançar Editora
 avancarEditora
 @AvancarEditora
Ética ..................................................................................................................................................................................... 5
SUMÁRIO
Ética na Gestão Pública
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Ética na Gestão Pública
Rebecca Guimarães
SER ÉTICO FAZ PARTE DO CIDADÃO
Em seu sentido tradicional, a cidadania expressa um 
conjunto de direitos e de deveres que permite aos cidadãos 
e cidadãs o direito de participar da vida política e da vida 
pública, podendo votar e serem votados, participando ati-
vamente na elaboração das leis e do exercício de funções 
públicas, por exemplo. Hoje, no entanto, o significado da 
cidadania assume contornos mais amplos, que extrapolam 
o sentido de apenas atender às necessidades políticas e 
sociais, e assume como objetivo a busca por condições que 
garantam uma vida digna às pessoas.
A ética e a cidadania estão sempre lado a lado, estando 
a ética inserida nos deveres que todo cidadão deve cumprir. 
Entretanto, a falta de ética está muito presente no Brasil, 
como na política e na educação. Isso ocorre, principalmente, 
pelo despreparo familiar e escolar e pelo próprio descaso 
da sociedade.
No Brasil, quando a falta de ética é comentada, a maioria 
das pessoas pensa logo na política. Muitos governantes, que 
deveriam buscar o bem da sociedade, desviam dinheiro de 
obras públicas para benefício próprio, prejudicando os direi-
tos que a população tem à educação e à saúde de qualidade, 
à moradia, dentre outros. Porém, a falta de ética também 
ocorre em outros ofícios na sociedade, como os patrões que 
assediam seus trabalhadores, professores que falam mal de 
outros professores em sala de aula e funcionários públicos 
que aparecem somente nos dias de pagamento.
A cidadania é algo que deve ser discutido no ambiente 
familiar e escolar e, também, na sociedade. Infelizmente, 
as famílias, hoje, estão mal estruturadas, não cumprindo com 
seus principais deveres, e as escolas, principalmente as pú-
blicas, são de baixa qualidade, deixando de lado várias áreas 
de ensino importantes na formação dos alunos. O descaso 
da própria sociedade em relação a falta de ética, também, 
é outro fato que contribui para que ela continue presente.
É preciso, portanto, a realização de campanhas que 
preparem as famílias para ensinarem aos filhos o que é ser 
ético e cidadão. É preciso também uma qualificação dos 
professores para que haja uma melhora na qualidade de 
ensino e, assim, as escolas possam preparar os seus alunos 
para a prática da cidadania por meio de atividades dinâmicas 
e de brincadeiras que ilustrem situações da realidade. Para a 
sociedade, além de campanhas conscientizadoras, é preciso a 
realização de debates que estimulem um pensamento crítico 
sobre a ética e a cidadania.
ÉTICA E MORAL
Ética é o nome geralmente dado ao ramo da filosofia de-
dicado ao comportamento moral. A palavra “ética” é derivada 
do grego ethos e significa modo de ser, caráter.
Diferencia‑se da moral, pois enquanto esta se fundamen-
ta na obediência a normas, tabus, costumes ou mandamen-
tos culturais, hierárquicos ou religiosos recebidos, a ética, 
ao contrário, busca fundamentar o bom modo de viver pelo 
pensamento humano.
Segundo Valls, “ética pode ser o estudo das ações ou 
dos costumes, e pode ser a própria realização de um tipo de 
conhecimento”. Neste espírito, necessitamos compreender 
estas duas dimensões do conceito. A ética “é a intenção da 
vida boa para si e para o outro, em instituições justas”, con-
forme conceito descrito por Paul Ricoeur. Estes são os dois 
elementos básicos da intenção ética. Ou seja, é a intenção 
de uma vida realizada sob o signo das ações estimadas boas; 
é o cuidado consigo e com o outro para que possamos viver 
bem. Este conceito de “viver bem consigo e com o outro”, 
conforme Ricoeur, evoca, ainda, a ideia de estima e solici-
tude que contribuem para estabelecer a igualdade entre as 
pessoas. Esta intenção do bem‑viver deve envolver de algum 
modo o sentido da justiça, isso é exigido pela própria noção 
do outro. Para isso é preciso entender por “instituição”, 
nesse primeiro nível de investigação, como sendo todas as 
estruturas do viver‑em‑comum de uma comunidade, com 
suas relações interpessoais e específicas. E a justiça consiste, 
precisamente, em atribuir a cada um a sua parte.
Ética vem do grego ethos, que significa analogamente 
“modo de ser” ou “caráter”, assentam‑se num modo de 
comportamento que não corresponde a uma disposição 
natural, mas que é adquirido ou conquistado por hábito.
De acordo com Vásquez, a ética é a teoria ou ciência do 
comportamento moral dos homens em sociedade. Ou seja, 
ela estuda uma forma de comportamento que os homens 
julgam valioso e, além disso, obrigatório e inescapável para 
a convivência. A ética não cria a moral. Conquanto seja certo 
que toda moral supõe determinados princípios, normas ou 
regras de comportamento, não é a ética que os estabelece 
numa determinada comunidade. As questões éticas estão 
cada vez mais visíveis na cena pública brasileira dada a mul-
tiplicação de casos de corrupção e, sobretudo, a reação da 
sociedade frente a tal grau de desmoralização das relações 
sociais e políticas. Com os escândalos e as denúncias de 
corrupção expostas pela mídia, refletir sobre essas questões 
traz à tona os conceitos éticos que envolvem a busca por 
melhores ações tanto na vida pessoal como na vida pública.
A ética é pautada na conduta responsável das pessoas. 
E a importância da escolha de um político com esse caráter 
é a fim de diminuir o mau uso da máquina pública e evitar 
que ele venha auferir ganhos e vantagens pessoais (conflito 
de interesses).
As normas morais apenas fornecem orientações caben-
do, apenas ao político determinar quais são as exigências e 
limitações e decidir‑se entre a melhor alternativa de ação. 
Essa preocupação relaciona‑se com a responsabilidade que 
eles têm em atender às demandas, com integridade e efi-
ciência, no papel de representante democrático. E esse ato 
de “pensar moralmente” é que introduz o senso ético das 
nossas ações, ela deve ser entendida como esta reflexão 
crítica sobre a dimensão humana – o compromisso diante da 
vida – que contribui para o estabelecimento das relações do 
ser humano com o outro, numa convivência pacífica a fim de 
evitar as vantagens desleais e as práticas que prejudiquem a 
sociedade em geral. Diante destes conceitos, sobre a necessi-
dade da adoção de um comportamento correto do homem e 
levando‑se em conta a proximidade das eleições, verificamos 
a necessidade de uma investigação sobre a opinião das pes-
soas com relação à ética. Partindo do conceito de ética, que 
implicar em “conhecer porque certas coisas nos convêm e 
outras não”, ou de “saber distinguir entre o bom e o mau” é 
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que pretendemos verificar qual a visão que os eleitores têm 
da ética na política, tentar descobrir o que eles entendem 
por ética e ainda, o que eles esperam de um político ético.
Segundo o DicionárioAurélio Buarque de Holanda, 
ética é:
o estudo dos juízos de apreciação que se referem 
à conduta humana susceptível de qualificação do 
ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente 
à determinada sociedade, seja de modo absoluto.
Alguns diferenciam ética e moral de vários modos:
• Ética são aspectos de condutas específicas, moral é 
princípio;
• Ética é permanente, moral é temporal;
• Ética é universal, moral é local (cultural);
• Ética é conduta da regra, moral é regra;
• Ética é teoria, moral é prática.
Ética Empresarial
A ética empresarial pode ser entendida como um valor da 
organização que assegura sua sobrevivência, sua reputação 
e, consequentemente, seus bons resultados. Para Moreira, 
a ética empresarial é “o comportamento da empresa ‑enti-
dade lucrativa – quando ela age de conformidade com os 
princípios morais e as regras do bem proceder aceitas pela 
coletividade (regras éticas)”.
Aplicar a ética nas profissões e organizações é consi-
derado um fator importantíssimo para a sobrevivência das 
mesmas, inclusive de pequenas e grandes empresas. Estas 
vêm percebendo a necessidade de utilizar a ética, para que 
o “público” tenha uma melhor visualização do seu “slogan”, 
que permitirá, ou não, um crescimento da relação entre 
funcionários e clientes. Desse modo, é relevante ter consci-
ência de que toda a sociedade vai se beneficiar através da 
ética aplicada dentro da empresa, bem como os clientes, 
os fornecedores, os sócios, os funcionários, o governo e 
outros. Se a empresa agir dentro dos padrões éticos, ela só 
tende a crescer, desde a sua estrutura em si, como aqueles 
que a compõem.
A Ética no Serviço Público
A insatisfação com a conduta ética no serviço público 
é um fato que vem sendo constantemente criticado pela 
sociedade brasileira. De modo geral, o país enfrenta o des-
crédito da opinião pública a respeito do comportamento dos 
administradores públicos e da classe política em todas as suas 
esferas: municipal, estadual e federal. A partir desse cenário, 
é natural que a expectativa da sociedade seja mais exigente 
com a conduta daqueles que desempenham atividades no 
serviço e na gestão de bens públicos. Para discorrer sobre 
o tema, é importante conceituar moral, moralidade e ética.
A moral pode ser entendida como o conjunto de regras 
consideradas válidas, de modo absoluto, para qualquer 
tempo ou lugar, grupo ou pessoa determinada, ou, ainda, 
como a ciência dos costumes, a qual difere de país para 
país, sendo que, em nenhum lugar, permanece a mesma por 
muito tempo. Portanto, observa‑se que a moral é mutável, 
variando de acordo com o desenvolvimento de cada socie-
dade. Em consequência, deste conceito, surgiria outro: o da 
moralidade, como a qualidade do que é moral. A ética, no 
entanto, representaria uma abordagem sobre as constantes 
morais, aquele conjunto de valores e costumes mais ou me-
nos permanente no tempo e uniforme no espaço. A ética é 
a ciência da moral ou aquela que estuda o comportamento 
dos homens em sociedade. A falta de ética, tão criticada pela 
sociedade, na condução do serviço público por administrado-
res e políticos, generaliza a todos, colocando‑os no mesmo 
patamar, além de constituir‑se em uma visão imediatista. 
É certo que a crítica que a sociedade tem feito ao serviço 
público, seja ela por causa das longas filas ou da morosidade 
no andamento de processos, muitas vezes tem fundamento. 
Também, com referência ao gerenciamento dos recursos 
financeiros, têm‑se notícia, em todas as esferas de governo, 
de denúncias sobre desvio de verbas públicas, envolvendo 
administradores públicos e políticos em geral.
A questão deveria ser conduzida com muita seriedade, 
porque desfazer a imagem negativa do padrão ético do ser-
viço público brasileiro é tarefa das mais difíceis. Refletindo 
sobre a questão, acredita‑se que uma alternativa, para o 
governo, poderia ser a oferta à sociedade de ações educa-
tivas de boa qualidade, nas quais os indivíduos pudessem 
ter, desde o início da sua formação, valores arraigados e 
trilhados na moralidade. Dessa forma, seriam garantidos aos 
mesmos, comportamentos mais duradouros e interiorização 
de princípios éticos. Outros caminhos seriam a repreensão e 
a repressão, e nesse ponto há de se levar em consideração 
as leis punitivas e os diversos códigos de ética de categorias 
profissionais e de servidores públicos, os quais trazem seve-
ras penalidades aos maus administradores.
As leis, além de normatizarem determinado assunto, 
trazem, em seu conteúdo, penalidades de advertência, 
suspensão e reclusão do servidor público que infringir dis-
positivos previstos na legislação vigente. Uma das mais co-
mentadas na atualidade é a Lei de Responsabilidade Fiscal, 
que estabelece normas de finanças públicas voltadas para 
a responsabilidade na gestão fiscal. Já os códigos de ética 
trazem, em seu conteúdo, o conjunto de normas a serem 
seguidas e as penalidades aplicáveis no caso do não cumpri-
mento das mesmas. Normalmente, os códigos lembram aos 
funcionários que estes devem agir com dignidade, decoro, 
zelo e eficácia, para preservar a honra do serviço público. 
Enfatizam que é dever do servidor ser cortês, atencioso, 
respeitoso com os usuários do serviço público. Também, 
é dever do servidor ser rápido, assíduo, leal, correto e justo, 
escolhendo sempre aquela opção que beneficie o maior 
número de pessoas. Os códigos discorrem, ainda, sobre 
as obrigações, regras, cuidados e cautelas que devem ser 
observadas para cumprimento do objetivo maior que é o 
bem comum, prestando serviço público de qualidade à 
população. Afinal, esta última é quem alimenta a máquina 
governamental dos recursos financeiros necessários à 
prestação dos serviços públicos, por meio do pagamento 
dos tributos previstos na legislação brasileira – ressalta‑se, 
aqui, a. grande carga tributária imposta aos contribuintes 
brasileiros. Também, destaca‑se nos códigos que a função 
do servidor deve ser exercida com transparência, com-
petência, seriedade e compromisso com o bem estar da 
coletividade. Os códigos não deixam dúvidas quanto às 
questões que envolvem interesses particulares, as quais, 
jamais, devem ser priorizadas em detrimento daquelas de 
interesses públicos, ainda mais se forem caracterizadas 
como situações ilícitas.
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Dentre as proibições elencadas, tem‑se o uso do cargo 
para obter favores, receber presentes, prejudicar alguém 
mediante perseguições por qualquer que seja o motivo, 
a utilização de informações sigilosas em proveito próprio 
e a rasura e alteração de documentos e processos. Todas 
elas evocam os princípios fundamentais da administração 
pública: legalidade, impessoalidade, publicidade e morali-
dade – este último princípio intimamente ligado à ética no 
serviço público. Além desses, também se podem destacar 
os princípios da igualdade e da probidade. Criada pelo 
Presidente da República em maio de 2000, a Comissão 
de Ética Pública entende que o aperfeiçoamento da con-
duta ética decorreria da explicitação de regras claras de 
comportamento e do desenvolvimento de uma estratégia 
específica para a sua implementação. Na formulação dessa 
estratégia, a Comissão considera que é imprescindível levar 
em conta, como pressuposto, que a base do funcionalismo 
é estruturalmente sólida, pois deriva de valores tradicionais 
da classe média, onde ele é recrutado. Portanto, qualquer 
iniciativa que parta do diagnóstico de que se está diante 
de um problema endêmico de corrupção generalizada será 
inevitavelmente equivocada, injusta e contraproducente, 
pois alienaria o funcionalismo do esforço de aperfeiçoa-
mento que a sociedade está a exigir. Afinal, não se poderia 
responsabilizar nem cobrar algo de alguém que sequer teve 
a oportunidade de conhecê‑lo.
Do ponto de vista da Comissão de Ética Pública, a re-
pressão, na prática, é quase sempre ineficaz. O ideal seria a 
prevenção, através de identificação e de tratamento espe-
cífico, das áreas da administraçãopública em que ocorres-
sem, com maior frequência, condutas incompatíveis com o 
padrão ético almejado para o serviço público. Essa é uma 
tarefa complicada, que deveria ser iniciada pelo nível mais 
alto da administração, aqueles que detém poder decisório. 
A Comissão defende que o administrador público deva ter Có-
digo de Conduta de linguagem simples e acessível, evitando 
termos jurídicos excessivamente técnicos, que norteie o seu 
comportamento enquanto permanecer no cargo e o proteja 
de acusações infundadas. E vai mais longe ao defender que, 
na ausência de regras claras e práticas de conduta, corre‑se 
o risco de inibir o cidadão honesto de aceitar cargo público 
de relevo. 
Além disso, afirma ser necessária a criação de mecanismo 
ágil de formulação dessas regras, assim como de sua difusão 
e fiscalização. Deveria existir uma instância à qual os admi-
nistradores públicos pudessem recorrer em caso de dúvida e 
de apuração de transgressões, que seria, no caso, a Comissão 
de Ética Pública, como órgão de consulta da Presidência da 
República. Diante dessas reflexões, a ética deveria ser con-
siderada como um caminho no qual os indivíduos tivessem 
condições de escolha livre e, nesse particular, é de grande 
importância a formação e as informações recebidas porcada 
cidadão ao longo da vida.
A moralidade administrativa constitui‑se, atualmente, 
num pressuposto de validade de todo ato da administração 
pública. A moral administrativa é imposta ao agente público 
para sua conduta interna, segundo as exigências da institui-
ção a que serve, e a finalidade de sua ação: o bem comum. 
O administrador público, ao atuar, não poderia desprezar o 
elemento ético de sua conduta. A ética tem sido um dos mais 
trabalhados temas da atualidade, porque se vem exigindo 
valores morais em todas as instâncias da sociedade, sejam 
elas políticas, científicas ou econômicas. É a preocupação da 
sociedade em delimitar legal e ilegal, moral e imoral, justo e 
injusto. Desse conflito é que se ergue a ética, tão discutida 
pelos filósofos de toda a história mundial. 
Conflitos de Interesses
Existe quando à intensidade do interesse de uma pessoa 
por determinado bem se opõe a intensidade do interesse 
de outra pessoa pelo mesmo bem, donde a atitude de uma 
tendente à exclusão da outra quanto a este. Também po-
demos dizer que o conflito de interesse existe sempre que 
dois ou mais indivíduos compartilham recursos escassos; 
ou quando há divergência no mundo das ideias, devido 
às diferentes formações morais de cada um. Existência de 
interesses dirigidos ao mesmo objeto, sem que os sujeitos 
cheguem a um consenso sobre eles. O conflito de interesses 
pode ocorrer entre um profissional e uma instituição com a 
qual se relaciona ou entre um profissional e outra pessoa.
O conceito de conflito de interesses é muito amplo e pode 
englobar normas de naturezas diversas, embora destinadas 
a atingir um mesmo resultado, qual seja, o de evitar que a 
conduta funcional do servidor público seja influenciada por 
interesses privados.
Considera‑se conflito de interesses no serviço público a 
situação gerada pelo confronto entre interesses públicos e 
privados, que possa comprometer o interesse coletivo ou 
influenciar, de maneira imprópria, o desempenho da fun-
ção pública; e a divulgação de informação privilegiada – a 
que diz respeito a assuntos sigilosos ou aquela relevante 
ao processo de decisão no âmbito do Estado que tenha 
repercussão econômica ou financeira e não seja de amplo 
conhecimento público.
DECRETO Nº 1.171, DE 22 DE JUNHO 
DE 1994
Aprova o Código de Ética Pro-
fissional do Servidor Público Civil 
do Poder Executivo Federal.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições 
que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, e ainda tendo 
em vista o disposto no art. 37 da Constituição, bem como 
nos arts. 116 e 117 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 
1990, e nos arts. 10, 11 e 12 da Lei nº 8.429, de 2 de junho 
de 1992, decreta:
Art. 1º Fica aprovado o Código de Ética Profissional do 
Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, que com 
este baixa.
Art. 2º Os órgãos e entidades da Administração Pública 
Federal direta e indireta implementarão, em sessenta dias, 
as providências necessárias à plena vigência do Código de 
Ética, inclusive mediante a Constituição da respectiva Comis-
são de Ética, integrada por três servidores ou empregados 
titulares de cargo efetivo ou emprego permanente.
Parágrafo único. A constituição da Comissão de Ética 
será comunicada à Secretaria da Administração Federal da 
Presidência da República, com a indicação dos respectivos 
membros titulares e suplentes.
Art. 3º Este decreto entra em vigor na data de sua pu-
blicação.
Brasília, 22 de junho de 1994, 173º da Independência e 
106º da República.
ITAMAR FRanco
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ANEXO
Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do 
Poder Executivo Federal
CAPÍTULO I
Seção I
Das Regras Deontológicas
I – A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência 
dos princípios morais são primados maiores que devem nor-
tear o servidor público, seja no exercício do cargo ou função, 
ou fora dele, já que refletirá o exercício da vocação do próprio 
poder estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes serão 
direcionados para a preservação da honra e da tradição dos 
serviços públicos.
II – O servidor público não poderá jamais desprezar o 
elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir 
somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conve-
niente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas 
principalmente entre o honesto e o desonesto, consoante 
as regras contidas no art. 37, caput, e § 4º, da Constituição 
Federal.
III – A moralidade da Administração Pública não se limita 
à distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da 
idéia de que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre 
a legalidade e a finalidade, na conduta do servidor público, 
é que poderá consolidar a moralidade do ato administrativo.
IV – A remuneração do servidor público é custeada pelos 
tributos pagos direta ou indiretamente por todos, até por 
ele próprio, e por isso se exige, como contrapartida, que 
a moralidade administrativa se integre no Direito, como 
elemento indissociável de sua aplicação e de sua finalidade, 
erigindo‑se, como conseqüência, em fator de legalidade.
V – O trabalho desenvolvido pelo servidor público pe-
rante a comunidade deve ser entendido como acréscimo 
ao seu próprio bem‑estar, já que, como cidadão, integrante 
da sociedade, o êxito desse trabalho pode ser considerado 
como seu maior patrimônio.
VI – A função pública deve ser tida como exercício pro-
fissional e, portanto, se integra na vida particular de cada 
servidor público. Assim, os fatos e atos verificados na conduta 
do dia a dia em sua vida privada poderão acrescer ou diminuir 
o seu bom conceito na vida funcional.
VII – Salvo os casos de segurança nacional, investigações 
policiais ou interesse superior do Estado e da Administração 
Pública, a serem preservados em processo previamente de-
clarado sigiloso, nos termos da lei, a publicidade de qualquer 
ato administrativo constitui requisito de eficácia e moralida-
de, ensejando sua omissão comprometimento ético contra 
o bem comum, imputável a quem a negar.
VIII – Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não 
pode omiti‑la ou falseá‑la, ainda que contrária aos interesses 
da própria pessoa interessada ou da Administração Pública. 
Nenhum Estado pode crescer ou estabilizar‑se sobre o poder 
corruptivo do hábito do erro, da opressão ou da mentira, que 
sempre aniquilam até mesmo a dignidade humana quanto 
mais a de uma Nação.
IX – A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo 
dedicados ao serviço público caracterizam o esforço pela 
disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga seus tributos 
direta ou indiretamente significa causar‑lhe dano moral. Da 
mesma forma, causar dano a qualquer bem pertencente ao 
patrimôniopúblico, deteriorando‑o, por descuido ou má 
vontade, não constitui apenas uma ofensa ao equipamento 
e às instalações ou ao Estado, mas a todos os homens de boa 
vontade que dedicaram sua inteligência, seu tempo, suas 
esperanças e seus esforços para construí‑los.
X – Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de 
solução que compete ao setor em que exerça suas funções, 
permitindo a formação de longas filas, ou qualquer outra 
espécie de atraso na prestação do serviço, não caracteriza 
apenas atitude contra a ética ou ato de desumanidade, mas 
principalmente grave dano moral aos usuários dos serviços 
públicos.
XI – O servidor deve prestar toda a sua atenção às or-
dens legais de seus superiores, velando atentamente por 
seu cumprimento, e, assim, evitando a conduta negligen-
te. Os repetidos erros, o descaso e o acúmulo de desvios 
tornam‑se, às vezes, difíceis de corrigir e caracterizam até 
mesmo imprudência no desempenho da função pública.
XII – Toda ausência injustificada do servidor de seu local 
de trabalho é fator de desmoralização do serviço público, 
o que quase sempre conduz à desordem nas relações hu-
manas.
XIII – 0 servidor que trabalha em harmonia com a es-
trutura organizacional, respeitando seus colegas e cada 
concidadão, colabora e de todos pode receber colaboração, 
pois sua atividade pública é a grande oportunidade para o 
crescimento e o engrandecimento da Nação.
Seção II
Dos Principais Deveres do Servidor Público
XIV – São deveres fundamentais do servidor público:
a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função 
ou emprego público de que seja titular;
b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e 
rendimento, pondo fim ou procurando prioritariamente 
resolver situações procrastinatórias, principalmente diante 
de filas ou de qualquer outra espécie de atraso na prestação 
dos serviços pelo setor em que exerça suas atribuições, com 
o fim de evitar dano moral ao usuário;
c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a 
integridade do seu caráter, escolhendo sempre, quando 
estiver diante de duas opções, a melhor e a mais vantajosa 
para o bem comum;
d) jamais retardar qualquer prestação de contas, con-
dição essencial da gestão dos bens, direitos e serviços da 
coletividade a seu cargo;
e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços 
aperfeiçoando o processo de comunicação e contato com 
o público;
f) ter consciência de que seu trabalho é regido por prin-
cípios éticos que se materializam na adequada prestação 
dos serviços públicos;
g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção, 
respeitando a capacidade e as limitações individuais de todos 
os usuários do serviço público, sem qualquer espécie de 
preconceito ou distinção de raça, sexo, nacionalidade, cor, 
idade, religião, cunho político e posição social, abstendo‑se, 
dessa forma, de causar‑lhes dano moral;
h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor 
de representar contra qualquer comprometimento indevido 
da estrutura em que se funda o Poder Estatal;
i) resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, 
de contratantes, interessados e outros que visem obter 
quaisquer favores, benesses ou vantagens indevidas em de-
corrência de ações imorais, ilegais ou aéticas e denunciá‑las;
j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências 
específicas da defesa da vida e da segurança coletiva;
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l) ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de que 
sua ausência provoca danos ao trabalho ordenado, refletindo 
negativamente em todo o sistema;
m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e 
qualquer ato ou fato contrário ao interesse público, exigindo 
as providências cabíveis;
n) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, 
seguindo os métodos mais adequados à sua organização e 
distribuição;
o) participar dos movimentos e estudos que se relacio-
nem com a melhoria do exercício de suas funções, tendo por 
escopo a realização do bem comum;
p) apresentar‑se ao trabalho com vestimentas adequadas 
ao exercício da função;
q) manter‑se atualizado com as instruções, as normas 
de serviço e a legislação pertinentes ao órgão onde exerce 
suas funções;
r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as 
instruções superiores, as tarefas de seu cargo ou função, 
tanto quanto possível, com critério, segurança e rapidez, 
mantendo tudo sempre em boa ordem.
s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por 
quem de direito;
t) exercer com estrita moderação as prerrogativas fun-
cionais que lhe sejam atribuídas, abstendo‑se de fazê‑lo 
contrariamente aos legítimos interesses dos usuários do 
serviço público e dos jurisdicionados administrativos;
u) abster‑se, de forma absoluta, de exercer sua função, 
poder ou autoridade com finalidade estranha ao interesse 
público, mesmo que observando as formalidades legais e 
não cometendo qualquer violação expressa à lei;
v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe 
sobre a existência deste Código de Ética, estimulando o seu 
integral cumprimento.
Seção III
Das Vedações ao Servidor Público
XV – E vedado ao servidor público;
a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tem-
po, posição e influências, para obter qualquer favorecimento, 
para si ou para outrem;
b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros 
servidores ou de cidadãos que deles dependam;
c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, co-
nivente com erro ou infração a este Código de Ética ou ao 
Código de Ética de sua profissão;
d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exer-
cício regular de direito por qualquer pessoa, causando‑lhe 
dano moral ou material;
e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao 
seu alcance ou do seu conhecimento para atendimento do 
seu mister;
f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, capri-
chos, paixões ou interesses de ordem pessoal interfiram no 
trato com o público, com os jurisdicionados administrativos 
ou com colegas hierarquicamente superiores ou inferiores;
g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer 
tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio, comissão, do-
ação ou vantagem de qualquer espécie, para si, familiares 
ou qualquer pessoa, para o cumprimento da sua missão ou 
para influenciar outro servidor para o mesmo fim;
h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva 
encaminhar para providências;
i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite 
do atendimento em serviços públicos;
j) desviar servidor público para atendimento a interesse 
particular;
l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente 
autorizado, qualquer documento, livro ou bem pertencente 
ao patrimônio público;
m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no 
âmbito interno de seu serviço, em benefício próprio, de 
parentes, de amigos ou de terceiros;
n) apresentar‑se embriagado no serviço ou fora dele 
habitualmente;
o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente 
contra a moral, a honestidade ou a dignidade da pessoa 
humana;
p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu 
nome a empreendimentos de cunho duvidoso.
CAPÍTULO II
Das Comissões de Ética
XVI – Em todos os órgãos e entidades da Administração 
Pública Federal direta, indireta autárquica e fundacional, ou 
em qualquer órgão ou entidade que exerça atribuições dele-
gadas pelo poder público, deverá ser criada uma Comissão 
de Ética, encarregada de orientar e aconselhar sobre a ética 
profissional do servidor, no tratamento com as pessoas e 
com o patrimônio público, competindo‑lhe conhecer con-
cretamente de imputação ou de procedimento susceptível 
de censura.
XVII – (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)
XVIII – À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos orga-
nismos encarregados da execução do quadro de carreira dos 
servidores, os registros sobre sua conduta ética, para o efeito 
de instruir e fundamentar promoções e para todos os demais 
procedimentospróprios da carreira do servidor público.
XIX – (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)
XX – (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)
XXI – (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)
XXII – A pena aplicável ao servidor público pela Comissão 
de Ética é a de censura e sua fundamentação constará do 
respectivo parecer, assinado por todos os seus integrantes, 
com ciência do faltoso.
XXIII – (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)
XXIV – Para fins de apuração do comprometimento ético, 
entende‑se por servidor público todo aquele que, por força 
de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços 
de natureza permanente, temporária ou excepcional, ainda 
que sem retribuição financeira, desde que ligado direta ou 
indiretamente a qualquer órgão do poder estatal, como as 
autarquias, as fundações públicas, as entidades paraestatais, 
as empresas públicas e as sociedades de economia mista, ou 
em qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado.
XXV – (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)
DECRETO Nº 6.029, DE 1º DE FEVEREIRO 
DE 2007
Institui Sistema de Gestão da 
Ética do Poder Executivo Federal, 
e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que 
lhe confere o art. 84, inciso VI, alínea a, da Constituição, 
decreta:
Art. 1º Fica instituído o Sistema de Gestão da Ética do 
Poder Executivo Federal com a finalidade de promover ati-
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vidades que dispõem sobre a conduta ética no âmbito do 
Executivo Federal, competindo‑lhe:
I – integrar os órgãos, programas e ações relacionadas 
com a ética pública;
II – contribuir para a implementação de políticas públi-
cas tendo a transparência e o acesso à informação como 
instrumentos fundamentais para o exercício de gestão da 
ética pública;
III – promover, com apoio dos segmentos pertinentes, 
a compatibilização e interação de normas, procedimentos 
técnicos e de gestão relativos à ética pública;
IV – articular ações com vistas a estabelecer e efetivar 
procedimentos de incentivo e incremento ao desempenho 
institucional na gestão da ética pública do Estado brasileiro.
Art. 2º Integram o Sistema de Gestão da Ética do Poder 
Executivo Federal:
I – a Comissão de Ética Pública – CEP, instituída pelo 
Decreto de 26 de maio de 1999;
II – as Comissões de Ética de que trata o Decreto nº 1.171, 
de 22 de junho de 1994; e
III – as demais Comissões de Ética e equivalentes nas 
entidades e órgãos do Poder Executivo Federal.
Art. 3º A CEP será integrada por sete brasileiros que pre-
encham os requisitos de idoneidade moral, reputação ilibada 
e notória experiência em administração pública, designados 
pelo Presidente da República, para mandatos de três anos, 
não coincidentes, permitida uma única recondução.
§ 1º A atuação no âmbito da CEP não enseja qualquer 
remuneração para seus membros e os trabalhos nela desen-
volvidos são considerados prestação de relevante serviço 
público.
§ 2º O Presidente terá o voto de qualidade nas delibe-
rações da Comissão.
§ 3º Os mandatos dos primeiros membros serão de um, 
dois e três anos, estabelecidos no decreto de designação.
Art. 4º À CEP compete:
I – atuar como instância consultiva do Presidente da 
República e Ministros de Estado em matéria de ética pública;
II – administrar a aplicação do Código de Conduta da Alta 
Administração Federal, devendo:
a) submeter ao Presidente da República medidas para 
seu aprimoramento;
b) dirimir dúvidas a respeito de interpretação de suas 
normas, deliberando sobre casos omissos;
c) apurar, mediante denúncia, ou de ofício, condutas em 
desacordo com as normas nele previstas, quando praticadas 
pelas autoridades a ele submetidas;
III – dirimir dúvidas de interpretação sobre as normas do 
Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder 
Executivo Federal de que trata o Decreto nº 1.171, de 1994;
IV – coordenar, avaliar e supervisionar o Sistema de Ges-
tão da Ética Pública do Poder Executivo Federal;
V – aprovar o seu regimento interno; e
VI – escolher o seu Presidente.
Parágrafo único. A CEP contará com uma Secretaria‑Exe-
cutiva, vinculada à Casa Civil da Presidência da República, 
à qual competirá prestar o apoio técnico e administrativo 
aos trabalhos da Comissão.
Art. 5º Cada Comissão de Ética de que trata o Decreto 
nº 1.171, de 1994, será integrada por três membros titulares 
e três suplentes, escolhidos entre servidores e empregados 
do seu quadro permanente, e designados pelo dirigente 
máximo da respectiva entidade ou órgão, para mandatos 
não coincidentes de três anos.
Art. 6º É dever do titular de entidade ou órgão da Admi-
nistração Pública Federal, direta e indireta:
I – assegurar as condições de trabalho para que as Co-
missões de Ética cumpram suas funções, inclusive para que 
do exercício das atribuições de seus integrantes não lhes 
resulte qualquer prejuízo ou dano;
II – conduzir em seu âmbito a avaliação da gestão da 
ética conforme processo coordenado pela Comissão de 
Ética Pública.
Art. 7º Compete às Comissões de Ética de que tratam os 
incisos II e III do art. 2º:
I – atuar como instância consultiva de dirigentes e servi-
dores no âmbito de seu respectivo órgão ou entidade;
II – aplicar o Código de Ética Profissional do Servidor 
Público Civil do Poder Executivo Federal, aprovado pelo 
Decreto nº 1.171, de 1994, devendo:
a) submeter à Comissão de Ética Pública propostas para 
seu aperfeiçoamento;
b) dirimir dúvidas a respeito da interpretação de suas 
normas e deliberar sobre casos omissos;
c) apurar, mediante denúncia ou de ofício, conduta em 
desacordo com as normas éticas pertinentes; e
d) recomendar, acompanhar e avaliar, no âmbito do órgão 
ou entidade a que estiver vinculada, o desenvolvimento de 
ações objetivando a disseminação, capacitação e treinamen-
to sobre as normas de ética e disciplina;
III – representar a respectiva entidade ou órgão na Rede 
de Ética do Poder Executivo Federal a que se refere o art. 9º; e
IV – supervisionar a observância do Código de Conduta 
da Alta Administração Federal e comunicar à CEP situações 
que possam configurar descumprimento de suas normas.
§ 1º Cada Comissão de Ética contará com uma Secre-
taria‑Executiva, vinculada administrativamente à instância 
máxima da entidade ou órgão, para cumprir plano de tra-
balho por ela aprovado e prover o apoio técnico e material 
necessário ao cumprimento das suas atribuições.
§ 2º As Secretarias‑Executivas das Comissões de Ética 
serão chefiadas por servidor ou empregado do quadro 
permanente da entidade ou órgão, ocupante de cargo de 
direção compatível com sua estrutura, alocado sem aumento 
de despesas.
Art. 8º Compete às instâncias superiores dos órgãos e 
entidades do Poder Executivo Federal, abrangendo a admi-
nistração direta e indireta:
I – observar e fazer observar as normas de ética e dis-
ciplina;
II – constituir Comissão de Ética;
III – garantir os recursos humanos, materiais e financeiros 
para que a Comissão cumpra com suas atribuições; e
IV – atender com prioridade às solicitações da CEP.
Art. 9º Fica constituída a Rede de Ética do Poder Execu-
tivo Federal, integrada pelos representantes das Comissões 
de Ética de que tratam os incisos I, II e III do art. 2º, com o 
objetivo de promover a cooperação técnica e a avaliação 
em gestão da ética.
Parágrafo único. Os integrantes da Rede de Ética se 
reunirão sob a coordenação da Comissão de Ética Pública, 
pelo menos uma vez por ano, em fórum específico, para 
avaliar o programa e as ações para a promoção da ética na 
administração pública.
Art. 10. Os trabalhos da CEP e das demais Comissões de 
Ética devem ser desenvolvidos com celeridade e observância 
dos seguintes princípios:
I – proteção à honra e à imagem da pessoa investigada;
II – proteção à identidade do denunciante, que deverá 
ser mantida sob reserva, se este assim o desejar; e
III – independência e imparcialidade dos seus membros 
na apuração dos fatos, com as garantias asseguradas neste 
Decreto.
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Art. 11. Qualquer cidadão, agente público, pessoa jurídica 
de direito privado, associação ou entidade de classe poderá 
provocar a atuação da CEP ou de Comissão de Ética, visando à 
apuração de infração ética imputada a agente público, órgão 
ou setor específico de ente estatal.
Parágrafo único. Entende‑se por agente público, para os 
fins deste Decreto, todo aquele que, por força de lei, contrato 
ou qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza perma-
nente, temporária, excepcional ou eventual, ainda que sem 
retribuição financeira, a órgão ou entidade da administração 
pública federal, direta e indireta.
Art. 12. O processo de apuração de prática de ato em 
desrespeito ao preceituado no Código de Conduta da Alta 
Administração Federal e no Código de Ética Profissional do 
Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal será ins-
taurado, de ofício ou em razão de denúncia fundamentada, 
respeitando‑se, sempre, as garantias do contraditório e da 
ampla defesa, pela Comissão de Ética Pública ou Comissões 
de Ética de que tratam os incisos II e III do art. 2º, conforme 
o caso, que notificará o investigado para manifestar‑se, por 
escrito, no prazo de dez dias.
§ 1º O investigado poderá produzir prova documental 
necessária à sua defesa.
§ 2º As Comissões de Ética poderão requisitar os docu-
mentos que entenderem necessários à instrução probatória 
e, também, promover diligências e solicitar parecer de 
especialista.
§ 3º Na hipótese de serem juntados aos autos da inves-
tigação, após a manifestação referida no caput deste artigo, 
novos elementos de prova, o investigado será notificado para 
nova manifestação, no prazo de dez dias.
§ 4º Concluída a instrução processual, as Comissões de 
Ética proferirão decisão conclusiva e fundamentada.
§ 5º Se a conclusão for pela existência de falta ética, 
além das providências previstas no Código de Conduta da 
Alta Administração Federal e no Código de Ética Profissio-
nal do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, 
as Comissões de Ética tomarão as seguintes providências, 
no que couber:
I – encaminhamento de sugestão de exoneração de car-
go ou função de confiança à autoridade hierarquicamente 
superior ou devolução ao órgão de origem, conforme o caso;
II – encaminhamento, conforme o caso, para a Contro-
ladoria‑Geral da União ou unidade específica do Sistema de 
Correição do Poder Executivo Federal de que trata o Decreto 
nº 5.480, de 30 de junho de 2005, para exame de eventuais 
transgressões disciplinares; e
III – recomendação de abertura de procedimento admi-
nistrativo, se a gravidade da conduta assim o exigir.
Art. 13. Será mantido com a chancela de “reservado”, 
até que esteja concluído, qualquer procedimento instaurado 
para apuração de prática em desrespeito às normas éticas.
§ 1º Concluída a investigação e após a deliberação da CEP 
ou da Comissão de Ética do órgão ou entidade, os autos do 
procedimento deixarão de ser reservados.
§ 2º Na hipótese de os autos estarem instruídos com 
documento acobertado por sigilo legal, o acesso a esse 
tipo de documento somente será permitido a quem detiver 
igual direito perante o órgão ou entidade originariamente 
encarregado da sua guarda.
§ 3º Para resguardar o sigilo de documentos que assim 
devam ser mantidos, as Comissões de Ética, depois de con-
cluído o processo de investigação, providenciarão para que 
tais documentos sejam desentranhados dos autos, lacrados 
e acautelados.
Art. 14. A qualquer pessoa que esteja sendo investigada é 
assegurado o direito de saber o que lhe está sendo imputado, 
de conhecer o teor da acusação e de ter vista dos autos, no 
recinto das Comissões de Ética, mesmo que ainda não tenha 
sido notificada da existência do procedimento investigatório.
Parágrafo único. O direito assegurado neste artigo inclui 
o de obter cópia dos autos e de certidão do seu teor.
Art. 15. Todo ato de posse, investidura em função pública 
ou celebração de contrato de trabalho, dos agentes públicos 
referidos no parágrafo único do art. 11, deverá ser acompa-
nhado da prestação de compromisso solene de acatamento e 
observância das regras estabelecidas pelo Código de Conduta 
da Alta Administração Federal, pelo Código de Ética Profis-
sional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal e 
pelo Código de Ética do órgão ou entidade, conforme o caso.
Parágrafo único. A posse em cargo ou função pública que 
submeta a autoridade às normas do Código de Conduta da 
Alta Administração Federal deve ser precedida de consulta da 
autoridade à Comissão de Ética Pública, acerca de situação 
que possa suscitar conflito de interesses.
Art. 16. As Comissões de Ética não poderão escusar‑se de 
proferir decisão sobre matéria de sua competência alegando 
omissão do Código de Conduta da Alta Administração Fede-
ral, do Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil 
do Poder Executivo Federal ou do Código de Ética do órgão 
ou entidade, que, se existente, será suprida pela analogia 
e invocação aos princípios da legalidade, impessoalidade, 
moralidade, publicidade e eficiência.
§ 1º Havendo dúvida quanto à legalidade, a Comissão de 
Ética competente deverá ouvir previamente a área jurídica 
do órgão ou entidade.
§ 2º Cumpre à CEP responder a consultas sobre aspectos 
éticos que lhe forem dirigidas pelas demais Comissões de 
Ética e pelos órgãos e entidades que integram o Executivo 
Federal, bem como pelos cidadãos e servidores que venham 
a ser indicados para ocupar cargo ou função abrangida pelo 
Código de Conduta da Alta Administração Federal.
Art. 17. As Comissões de Ética, sempre que constatarem 
a possível ocorrência de ilícitos penais, civis, de improbidade 
administrativa ou de infração disciplinar, encaminharão cópia 
dos autos às autoridades competentes para apuração de tais 
fatos, sem prejuízo das medidas de sua competência.
Art. 18. As decisões das Comissões de Ética, na análise 
de qualquer fato ou ato submetido à sua apreciação ou por 
ela levantado, serão resumidas em ementa e, com a omissão 
dos nomes dos investigados, divulgadas no sítio do próprio 
órgão, bem como remetidas à Comissão de Ética Pública.
Art. 19. Os trabalhos nas Comissões de Ética de que tra-
tam os incisos II e III do art. 2º são considerados relevantes e 
têm prioridade sobre as atribuições próprias dos cargos dos 
seus membros, quando estes não atuarem com exclusividade 
na Comissão.
Art. 20. Os órgãos e entidades da Administração Públi-
ca Federal darão tratamento prioritário às solicitações de 
documentos necessários à instrução dos procedimentos de 
investigação instaurados pelas Comissões de Ética.
§ 1º Na hipótese de haver inobservância do dever fun-
cional previsto no caput, a Comissão de Ética adotará as 
providências previstas no inciso III do § 5º do art. 12.
§ 2º As autoridades competentes não poderão alegar 
sigilo para deixar de prestar informação solicitada pelas 
Comissões de Ética.
Art. 21. A infração de natureza ética cometida por mem-
bro de Comissão de Ética de que tratam os incisos II e III do 
art. 2º será apurada pela Comissão de Ética Pública.
Art. 22. A Comissão de Ética Pública manterá banco de 
dados de sanções aplicadas pelas Comissões de Ética de 
que tratam os incisos II e III do art. 2º e de suas próprias 
sanções, para fins de consulta pelos órgãos ou entidades da 
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administração pública federal, em casos de nomeação para 
cargo em comissão ou de alta relevância pública.
Parágrafo único. O banco de dados referido neste artigo 
engloba as sanções aplicadas a qualquer dos agentes públicos 
mencionados no parágrafo único do art. 11 deste Decreto.
Art. 23. Os representantes das Comissões de Ética de que 
tratam os incisos II e III do art. 2º atuarão como elementos de 
ligação com a CEP, que disporá em Resolução própria sobre 
as atividades que deverão desenvolver para o cumprimento 
desse mister.
Art. 24. As normas do Código de Conduta da Alta Admi-nistração Federal, do Código de Ética Profissional do Servidor 
Público Civil do Poder Executivo Federal e do Código de Ética 
do órgão ou entidade aplicam‑se, no que couber, às auto-
ridades e agentes públicos neles referidos, mesmo quando 
em gozo de licença.
Art. 25. Ficam revogados os incisos XVII, XIX, XX, XXI, XXIII 
e XXV do Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil 
do Poder Executivo Federal, aprovado pelo Decreto no 1.171, 
de 22 de junho de 1994, os arts. 2º e 3º do Decreto de 26 
de maio de 1999, que cria a Comissão de Ética Pública, e os 
Decretos de 30 de agosto de 2000 e de 18 de maio de 2001, 
que dispõem sobre a Comissão de Ética Pública.
Art. 26. Este Decreto entra em vigor na data da sua 
publicação.
Brasília, 1º de fevereiro de 2007.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Dilma Rousseff
GLOSSÁRIO
Ética (ethos): ciência, ramo da Filosofia que estuda o valor 
das condutas humanas, seus motivos e finalidades. Reflexão 
sobre os valores e justificativas morais, aquilo que se consi-
dera o bem. Análise da capacidade humana de escolher, ser 
livre e responsável por sua conduta entre os demais.
Moral (mores): conjunto dos costumes, hábitos, valores 
(fins) e procedimentos (meios) que regem as relações huma-
nas, considerados válidos e apreciados, individual e coleti-
vamente. Embora possam variar entre grupos e ao longo da 
história, tendem a ser considerados absolutos. Podem ser 
justificados pelo costume, pela natureza, pela educação, pela 
sociedade, pela religião. Pode ser considerado o mesmo que 
ética, com a diferença de que a ética acrescenta a reflexão e 
o estudo continuado sobre aquilo que se faz ou o que se de-
veria fazer, pensa sobre o bem e o mal, a felicidade, o prazer, 
a compaixão, a solidariedade e outros valores.
Imoral: que age contra uma moral ou a ideia moral 
vigente. Muitas vezes, o indivíduo que questiona uma ética 
dominante tem ideias morais próprias ou diferentes.
Amoral: sem moral (aquém ou além dela).
Deontologia: estudo dos códigos de condutas considera-
dos válidos entre grupos e lasses (profissionais) de pessoas. 
Ciência que investiga os deveres aos quais os indivíduos estão 
subordinados em determinada sociedade.
Cidadania (polis, civitas, cidade): a cidadania se refere às 
relações entre os cidadãos, aqueles que pertencem a uma 
cidade, por meio dos procedimentos e leis acordados entre 
eles. Da nossa herança grega e latina, traz o sentido de per-
tencimento à uma comunidade organizada igualitariamente, 
regida pelo direito, baseada na liberdade, participação e 
valorização individual de cada um em um em uma esfera 
pública (não privada, como a família), mas este é um sentido 
que sofreu mutações históricas. Um dos sentidos atuais da 
cidadania de massa, em Estados que congregam muitas di-
versidades culturais é o esforço por participar e usufruir dos 
direitos pensados pelos representantes de um Estado para 
seus virtuais cidadãos; é vir a ser, de fato, e não apenas de 
direito, um cidadão. Os valores da cidadania são políticos: 
igualdade, equidade, justiça, bem comum.
Mister:
1. se diz de algo de grande importância, de suma im-
portância;
2. se diz de algo que é necessário, indispensável;
3. ato de exercer uma função ou cargo;
4. necessidade, precisão;
5. serviço, trabalho, incumbência, tarefa.
Imputável: é quando o indivíduo, sem limitações de en-
tendimento e/ou mental, possui a capacidade de entender 
o fato como ílicito e agir de acordo com este entendimento. 
É aquele que pode receber acusação por meio de queixa, 
crime ou denúncia do órgão público pela prática de um 
delito. No Brasil, toda pessoa com idade acima de 18 anos é 
considerada imputável.
RESOLUÇÃO Nº 8, DE 25 DE SETEMBRO 
DE 2003
Identifica situações que susci-
tam conflito de interesses e dispõe 
sobre o modo de preveni‑los.
A COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA, com o objetivo de 
orientar as autoridades submetidas ao Código de Conduta da 
Alta Administração Federal na identificação de situações que 
possam suscitar conflito de interesses, esclarece o seguinte:
1. Suscita conflito de interesses o exercício de ativida-
de que:
a) em razão da sua natureza, seja incompatível com as 
atribuições do cargo ou função pública da autoridade, como 
tal considerada, inclusive, a atividade desenvolvida em áreas 
ou matérias afins à competência funcional;
b) viole o princípio da integral dedicação pelo ocupante 
de cargo em comissão ou função de confiança, que exige 
a precedência das atribuições do cargo ou função pública 
sobre quaisquer outras atividades;
c) implique a prestação de serviços a pessoa física ou 
jurídica ou a manutenção de vínculo de negócio com pessoa 
física ou jurídica que tenha interesse em decisão individual 
ou coletiva da autoridade;
d) possa, pela sua natureza, implicar o uso de informação 
à qual a autoridade tenha acesso em razão do cargo e não 
seja de conhecimento público;
e) possa transmitir à opinião pública dúvida a respeito 
da integridade, moralidade, clareza de posições e decoro 
da autoridade.
2. A ocorrência de conflito de interesses independe 
do recebimento de qualquer ganho ou retribuição pela 
autoridade.
3. A autoridade poderá prevenir a ocorrência de conflito 
de interesses ao adotar, conforme o caso, uma ou mais das 
seguintes providências:
a) abrir mão da atividade ou licenciar‑se do cargo, en-
quanto perdurar a situação passível de suscitar conflito de 
interesses;
b) alienar bens e direitos que integram o seu patrimônio 
e cuja manutenção possa suscitar conflito de interesses;
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c) transferir a administração dos bens e direitos que 
possam suscitar conflito de interesses a instituição financeira 
ou a administradora de carteira de valores mobiliários auto-
rizada a funcionar pelo Banco Central ou pela Comissão de 
Valores Mobiliários, conforme o caso, mediante instrumento 
contratual que contenha cláusula que vede a participação 
da autoridade em qualquer decisão de investimento assim 
como o seu prévio conhecimento de decisões da instituição 
administradora quanto à gestão dos bens e direitos;
d) na hipótese de conflito de interesses específico e tran-
sitório, comunicar sua ocorrência ao superior hierárquico ou 
aos demais membros de órgão colegiado de que faça parte a 
autoridade, em se tratando de decisão coletiva, abstendo‑se 
de votar ou participar da discussão do assunto;
e) divulgar publicamente sua agenda de compromissos, 
com identificação das atividades que não sejam decorrência 
do cargo ou função pública.
4. A Comissão de Ética Pública deverá ser informada 
pela autoridade e opinará, em cada caso concreto, sobre a 
suficiência da medida adotada para prevenir situação que 
possa suscitar conflito de interesses.
5. A participação de autoridade em conselhos de ad-
ministração e fiscal de empresa privada, da qual a União 
seja acionista, somente será permitida quando resultar de 
indicação institucional da autoridade pública competente. 
Nestes casos, é‑lhe vedado participar de deliberação que 
possa suscitar conflito de interesses com o Poder Público.
6. No trabalho voluntário em organizações do terceiro 
setor, sem finalidade de lucro, também deverá ser observado 
o disposto nesta Resolução.
7. As consultas dirigidas à Comissão de Ética Pública 
deverão estar acompanhadas dos elementos pertinentes à 
legalidade da situação exposta.
EXERCÍCIOS
Ética e moral
Ética tem origem no grego ethos, que significa modo de 
ser. A palavra moral vem do latim mos ou mores, ou seja, 
costume ou costumes. A primeira é uma ciência sobre o 
comportamento moral dos homens em sociedade e está 
relacionada à Filosofia. Sua função é a mesma de qualquer 
teoria: explicar, esclarecer ou investigar determinada reali-
dade, elaborando os conceitos correspondentes. A segunda, 
como define o filósofo Vázquez, expressa “um conjunto de 
normas, aceitas livre e conscientemente, que regulam o 
comportamento individual dos homens”.
Ao campo da ética, diferente do da moral, não cabeformular juízo valorativo, mas, sim, explicar as razões da 
existência de determinada realidade e proporcionar a 
reflexão acerca dela. A moral é normativa e se manifesta 
concretamente nas diferentes sociedades como resposta a 
necessidades sociais; sua função consiste em regulamentar 
as relações entre os indivíduos e entre estes e a comunidade, 
contribuindo para a estabilidade da ordem social.
Internet: <www.espacoacademico.com.br> (com adaptações).
A partir do texto acima, julgue os itens a seguir.
1. A distinção fundamental entre ética e moral decorre de 
explicação etimológica.
2. Infere‑se do texto que ética, definida como “uma ciência 
sobre o comportamento moral dos homens em socie-
dade”, corresponde a um conceito mais abrangente e 
abstrato que o de moral.
3. Compete à moral, como conjunto de normas regu-
ladoras de comportamentos, chegar, por meio de 
investigações científicas, à explicação de determinadas 
realidades sociais.
4. De acordo com o Decreto nº 1.171/1994 (Código de 
Conduta do Servidor Público Civil do Poder Executivo 
Federal), são deveres fundamentais do servidor público:
I – tratar cuidadosamente os usuários dos serviços 
públicos, aperfeiçoando o processo de comunicação e 
contato com o público.
II – omitir a verdade sobre fato que prejudique a Admi-
nistração Pública e beneficie o cidadão.
III – ser assíduo e frequente ao serviço.
IV – facilitar a fiscalização de todos os atos ou serviços 
por quem de direito.
a) I, II e III. d) I, II e IV.
b) II, III e IV. e) I, II, III e IV.
c) I, III e IV.
5. De acordo com o Decreto nº 1.171/1994, de 22 de junho 
de 1994 (Código de Ética do Servidor Público Civil do 
Poder Executivo Federal), é vedado ao servidor público:
I – aceitar presente de valor superior a um salário 
mínimo, salvo em datas comemorativas, quando esse 
valor poderá ser ultrapassado.
II – fazer uso de informação privilegiada obtida no âm-
bito interno do seu serviço, salvo quando a informação 
afetar interesse do próprio servidor.
III – utilizar, para fins particulares, os serviços de servi-
dor público subordinado.
IV – utilizar‑se da influência do cargo para obter em-
prego para um amigo.
V – atrasar o exercício regular de um direito em razão 
de antipatia que tenha pelo interessado.
VI – apresentar‑se embriagado, habitualmente, fora do 
serviço público.
Estão corretas:
a) as afirmativas I, II, III, IV, V e VI.
b) apenas as afirmativas I, II, III, V e VI.
c) apenas as afirmativas I, III, V e VI.
d) apenas as afirmativas III, V e VI.
e) apenas as afirmativas III, IV, V e VI.
Acerca do padrão ético no serviço publico, julgue os itens 
a seguir.
6. (Cespe/CEF/2006) Age contra a ética ou pratica ato de 
desumanidade o servidor público que deixa, de forma 
injustificada, uma pessoa à espera de solução cuja 
competência é do setor em que exerça suas funções, 
permitindo a formação de longas filas, ou qualquer 
outra espécie de atraso na prestação do serviço.
7. (Cespe/CEF/2006) O servidor público não pode despre-
zar o elemento ético de sua conduta. Assim, o servidor 
público tem que decidir entre o legal e o ilegal, o conve-
niente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, 
bem como entre o honesto e o desonesto.
De acordo com o Código de Ética Profissional do Servidor do 
Poder Executivo Federal, julgue os itens a seguir.
8. (Cespe/Ancine/Técnico Administrativo/2006) Não é 
vedado ao servidor publico deixar de utilizar os avanços 
técnicos e científicos ao seu alcance para o adequado 
desempenho de suas atividades.
9. (Cespe/Ancine/Técnico Administrativo/2006) Somente 
em casos especiais, os órgãos e entidades da adminis-
tração pública federal direta, indireta, autárquica e 
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fundacional poderão criar comissões de ética com o 
intuito de orientar e aconselhar sobre a ética profissio-
nal do servidor, no tratamento com as pessoas e com 
o patrimônio público.
Com relação ao Código de Ética Profissional do Servidor 
Publico, julgue o item que se segue.
10. (Cespe/Anatel/Técnico em Regulação de Serviços Pú-
blico de Telecomunicações/2006) A comissão de ética 
não pode se eximir de fundamentar o julgamento da 
falta de ética do servidor público concursado, mas, não 
tendo como fazê‑lo no caso do prestador de serviços 
contratado, cabe a ela, em tais circunstâncias, alegar a 
inexistência de previsão dessa situação no código.
No que se refere ao Código de Ética Profissional do Servidor 
Público Civil do Poder Executivo Federal, julgue os itens 
seguintes.
11. (Cespe/MRE/Oficial de Chancelaria/2006) O uso de 
vestimentas adequadas ao exercício da função publica 
é assunto que dispensa determinações pelo referido 
código de ética.
12. (Cespe/MRE/Oficial de Chancelaria/2006) Os empre-
gados das sociedades de economia mista não estão 
subordinados ao disposto no Decreto nº 1.171/1994, 
para fins de apuração de seu comprometimento ético.
Julgue os itens que se seguem, acerca da ética no serviço 
público.
13. (Cespe/ME/2008) São deveres do servidor público a 
manutenção da limpeza e a organização do local onde 
executa suas funções.
14. (Cespe/ME/2008) A rapidez de resposta ao usuário 
pode ser caracterizada como uma atitude ética na 
administração pública.
15. (Cespe/ME/2008) Documentos encaminhados para 
providências podem ser alterados em situações espe-
cíficas.
16. (Cespe/ME/2008) Informações privilegiadas obtidas no 
serviço, desde que não sejam utilizadas em benefício 
próprio, devem ser fornecidas pelo servidor quando 
solicitadas por pessoas idôneas.
17. (Cespe/ME/2008) É desnecessária a autorização legal 
para a retirada de documentos que pertençam ao local 
de trabalho do servidor no órgão público.
A busca da gestão socialmente responsável tem exigido 
maior transparência das instituições, sejam públicas, sejam 
privadas, nas relações com seus fornecedores, funcionários 
e clientes. Tal atributo tem sido fundamental para a repu-
tação das organizações, que devem explicitar à sociedade 
seus valores e a seu corpo funcional os padrões éticos e de 
conduta considerados adequados. 
Nesse contexto e à luz do Código de Ética Profissional do 
Servidor Público do Poder Executivo Federal, julgue os itens 
seguintes.
18. (Cespe/MTE/2008) O agente público tem o dever de 
buscar o equilíbrio entre a legalidade e a finalidade na 
tentativa de proporcionar a consolidação da moralidade 
do ato administrativo praticado.
19. (Cespe/MTE/2008) O trabalho desenvolvido pelo servi-
dor público perante a comunidade deve ser entendido 
como acréscimo ao seu próprio bem‑estar, já que, como 
cidadão, integrante da sociedade, o êxito desse trabalho 
pode ser considerado como seu maior patrimônio.
20. (Cespe/MTE/2008) De acordo com o referido código 
de ética, tratar mal uma pessoa que paga seus tributos 
direta ou indiretamente significa causar‑lhe dano moral.
21. (Cespe/MTE/2008) Um servidor que permite que um 
processo não seja solucionado a contento pode ser acu-
sado de usar de artifícios para procrastinar ou dificultar 
o exercício regular de direito por qualquer pessoa.
22. (Cespe/MTE/2008) O referido código serve primordial-
mente para punir o comportamento não ético do servi-
dor público, já que possui caráter de obrigatoriedade.
O Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do 
poder Executivo Federal afirma que a função pública deve 
ser tida como exercício profissional e, portanto, se integra 
na vida particular de cada servidor público. Assim, os fatos e 
atos verificados na conduta do dia a dia em sua vida privada 
poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida 
funcional. Ele estabelece, ainda, que, salvo os casos de segu-
rança nacional, investigações policiais ou interesse superior 
do Estado e da administração pública, a serem preservados 
em processo previamente declarado sigiloso, nos termos da 
lei, a publicidade de qualquer ato administrativo constitui 
requisito de eficácia e moralidade, ensejando sua omissão 
comprometimento ético contra o bem comum, imputávela 
quem a negar.
Considerando esses e outros dispositivos do Decreto 
nº 1.171/1994, julgue os itens seguintes.
23. (Cespe/ANA/Especialista em Recursos Hídricos/2006) 
Infere‑se do texto que a consecução da esperada e de-
sejável transparência dos atos administrativos implica 
a sujeição do servidor público aos ditames da propa-
ganda governamental, que é o meio adequado para 
que as decisões do poder público sejam plenamente 
conhecidas pela sociedade.
24. (Cespe/ANA/Especialista em Recursos Hídricos/2006) 
Equiparando‑se servidores públicos e trabalhadores da 
iniciativa particular, o referido código enfatiza absoluta 
distinção entre as esferas da vida pública e privada, uma 
não podendo interferir na outra, independentemente 
da natureza de trabalho profissional que se exerça.
25. (Cespe/ANA/Especialista em Recursos Hídricos/2006) 
Situações excepcionais, definidas e tipificadas por 
norma legal, permitem que determinados atos admi-
nistrativos possam ser resguardados do conhecimento 
público.
26. (Cespe/ANA/Especialista em Recursos Hídricos/2006) 
Ainda que toda pessoa tenha direito à verdade, ao ser-
vidor é permitido omiti‑la ou falseá‑la desde que esteja 
em jogo a segurança do Estado, notadamente em se 
tratando de cenário de guerra externa ou de grave 
insurgência interna.
De acordo com a ética no serviço público julgue os itens 
que se seguem.
27. O servidor poderá se ausentar mesmo que injustifica-
damente de seu local de trabalho sem que com isso 
desmoralize o serviço publico, mas sofrerá as sanções 
disciplinares.
28. O servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens 
legais de seus superiores, velando atentamente por seu 
cumprimento, e, assim, evitando a conduta imprudente.
29. Os atos praticados pelo servidor em sua vida particular 
em nada se relacionam com sua vida funcional, uma vez 
que a pessoa do servidor não se confunde com sua vida 
civil, se assim fosse estaríamos diante de agressão ao 
principio da impessoabilidade/finalidade.
30. Ética designa o conjunto de princípios, normas, im-
perativos ou ideias morais de uma época ou de uma 
sociedade determinadas.
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31. É defeso ao servidor público desviar servidor público 
para atendimento de interesse particular.
32. Resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, 
de contratantes, interessados e outros que visem obter 
quaisquer favores em decorrência de ações aéticas fa-
zem parte de deveres fundamentais do servidor público.
Com relação à ética no serviço público, julgue os itens a 
seguir.
33. O respeito à hierarquia e à disciplina não impede que o 
servidor público represente contra ato que caracterize 
omissão ou abuso de poder, ainda que esse ato tenha 
emanado de superior hierárquico.
34. O servidor público deve abster‑se de exercer sua fun-
ção, poder ou autoridade com finalidade estranha ao 
interesse público, mesmo não cometendo qualquer 
violação expressa à lei.
35. É dever do servidor público guardar sigilo sobre assun-
tos da repartição que envolvam questões relativas à 
segurança da sociedade.
36. O servidor público pode retirar da repartição docu-
mento pertencente ao patrimônio público, sem prévia 
autorização da autoridade competente, se exercer 
cargo de confiança ou função à qual esse documento 
esteja relacionado.
37. Todos os servidores públicos, independentemente da 
função assumida e do órgão ao qual estão vinculados, 
devem cumprir a lei incondicionalmente.
Os fundamentos da ética estão na consciência do ser huma-
no, de maneira a se construir a dignidade de cada pessoa. 
Com relação à ética no serviço público, julgue os itens que 
se seguem.
38. O servidor deve omitir a verdade a outra pessoa quando 
estiver em jogo interesse da administração pública.
39. Atrasos na prestação de serviços não caracterizam dano 
moral aos usuários.
40. É vedado ao servidor, no exercício da função pública, 
alterar o teor de documentos que deva encaminhar, 
mesmo que eles possam trazer prejuízos a terceiros.
Quanto aos deveres fundamentais do servidor público, julgue 
os seguintes itens.
41. (Cespe/MIN/2009) Quando um superior hierárquico 
flagra um de seus subordinados em atitude suspeita, 
é seu dever indeclinável impor‑lhe a pena de censura. 
A referida penalidade e sua fundamentação devem ser 
registradas no parecer reprobatório, assinado por ele 
e homologado pelo conselho de sentença.
42. (Cespe/MIN/2009) O servidor deve ser assíduo e fre-
quente ao serviço, bem como tratar cuidadosamente 
os usuários dos serviços, aperfeiçoando o processo 
de comunicação e de contato com o público, além de 
abster‑se de exercer as prerrogativas funcionais do 
cargo de forma contrária aos legítimos interesses dos 
usuários.
43. (Cespe/MIN/2009) O servidor público deve, obrigato-
riamente, contribuir para a implementação de políticas 
públicas, tendo a transparência e o acesso à informação 
como instrumentos fundamentais para o exercício de 
gestão da ética pública. O descumprimento desse pre-
ceito fundamental é motivo para censura e, em caso 
de reincidência, para suspensão.
O imperativo do aprimoramento da conduta ética do servidor 
público assumiu uma importância política inquestionável em 
nossos dias. De fato, a opinião pública, manifestada de ma-
neira espontânea ou condicionada pelos meios de comunica-
ção, concorda que o grau de obediência a princípios éticos é 
muito baixo no serviço público. Nesse sentido, as frequentes 
denúncias de corrupção estimularam na sociedade essa 
percepção. Algumas pesquisas recentes de opinião revelam 
que o cidadão brasileiro tem um conceito negativo a respeito 
da conduta ética da classe política. Ainda que tais pesquisas 
tenham se cingido à opinião sobre o universo parlamentar, 
é lícito presumir que a mesma opinião negativa se estenda, 
ainda que em diferentes graus, à conduta ética nas esferas 
dos Poderes Executivo e Judiciário. Pouco importa, para fins 
desta análise, se a opinião pública é fundada, infundada ou 
meramente preconceituosa. Importante é a opinião em si, 
pois revela um ceticismo intrínseco do povo em relação ao 
padrão ético do aparelho de Estado.
João Geraldo Piquet Carneiro. Revista do Serviço Público.
Ano 49, nº 3, jul.‑set./1998, p. 123 (com adaptações).
Tendo o texto acima como referência inicial e considerando o 
Código de Ética do Servidor Público, julgue os seguintes itens.
44. (Cespe/MIN/2009) As comissões de ética têm o encargo 
de orientar o servidor quanto à sua ética profissional, 
além de aconselhá‑lo no tratamento com as pessoas e 
com o patrimônio público, competindo a elas conhecer 
concretamente acerca de imputação ou de procedimen-
to suscetível de censura.
45. (Cespe/MIN/2009) Tendo por fundamento o princípio 
da supremacia do interesse público e obedecendo aos 
critérios estabelecidos pela Organização de Cooperação 
e de Desenvolvimento Econômico que permitem averi-
guar o índice de opacidade da administração pública, 
as comissões de ética podem inverter o ônus da prova 
em desfavor do servidor sempre que sua conduta ou 
suas atitudes derem margem a ambiguidades, conside-
rando a natureza inquisitorial de seus procedimentos.
46. (Cespe/MIN/2009) O servidor público não pode permitir 
que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos, pai-
xões ou interesses de ordem pessoal interfiram no trato 
com o público, com os jurisdicionados administrativos 
ou com colegas hierarquicamente superiores ou infe-
riores, o que não significa que ele possa ser conivente 
com erro ou infração às normas vigentes.
47. (Cespe/MIN/2009) Tanto para instruir e fundamentar 
promoções quanto para todos os demais procedimen-
tos próprios da carreira do servidor público, cabe à co-
missão de ética fornecer aos organismos encarregados 
da execução do quadro de carreira dos servidores os 
registros a respeito da sua conduta ética.
Com fundamento no Código de Ética do Servidor Público, 
julgue os itens a seguir.
48. O agente público deve pautar sua ação no tratamento 
igualitárioa todos os cidadãos, que são, em última 
instância, os motivadores do exercício da vocação do 
próprio poder estatal.
49. O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a 
comunidade deve ser entendido como acréscimo ao seu 
próprio bem‑estar, já que, como cidadão, integrante da 
sociedade, o êxito desse trabalho pode ser considerado 
como seu maior patrimônio.
50. A função pública deve ser considerada como exercício 
profissional; integra‑se, portanto, à vida particular de 
cada servidor público, cujos atos são indicativos de sua 
conduta.
51. Toda ausência injustificada do servidor público de seu 
local de trabalho é fator de desmoralização do serviço 
público e pode ser considerada uma motivação para a 
desordem nas relações humanas.
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52. O citado código serve para estimular o comportamento 
ético do servidor público, uma vez que é de livre adesão.
53. Há informações que o servidor público deve omitir aos 
cidadãos, pois estas podem ser mal interpretadas.
Com relação à ética profissional e às atitudes no serviço 
público, julgue os itens que se seguem.
54. A personalização do atendimento no serviço público 
deve ser incentivada, pois, por meio dela, é possível 
tratar dos interesses particulares e atuar com base na 
impessoalidade.
55. Quando se depara com uma situação de falta de ética 
causada por colega do mesmo órgão, o agente público 
deve se reportar à comissão de ética desse órgão.
56. A noção de ética está diretamente relacionada com os 
costumes de um grupo social.
57. Os conceitos de ética e política estão diretamente asso-
ciados, desde a Grécia antiga. Para os gregos, a política 
deveria visar ao bem‑estar da sociedade.
58. É a ética da convicção que prega a necessidade de o in-
divíduo ter consciência de que suas ações terão efeitos 
nas gerações seguintes. As discussões acerca da ética 
nas atividades públicas iniciaram‑se na Grécia antiga e 
continuam até os dias atuais, gerando legislações que 
procuram traduzir a moral e os princípios desejados 
socialmente.
Com referência ao Código de Ética Profissional do Ser-
vidor Público Civil do Poder Executivo Federal (Decreto 
nº 1.171/1994), julgue os itens seguintes.
59. (Cespe/FUB/2009) Os fatos e atos verificados na 
conduta do dia a dia do servidor em sua vida privada 
poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na 
vida funcional.
60. (Cespe/FUB/2009) À comissão de ética incumbe for-
necer aos organismos encarregados da execução do 
quadro de carreira dos servidores os registros acerca da 
conduta ética, para o efeito de instruir e fundamentar 
promoções e para todos os demais procedimentos 
próprios da carreira do servidor público.
61. (Cespe/FUB/2009) A pena aplicável ao servidor público 
pela comissão de ética é a de censura, advertência ou 
suspensão até trinta dias, e sua fundamentação cons-
tará do respectivo parecer, assinado por todos os seus 
integrantes, com ciência do faltoso.
62. (Cespe/FUB/2009) Para fins de apuração do comprome-
timento ético, entende‑se por servidor público apenas 
aquele que ocupa cargo efetivo ou em comissão, no 
âmbito da administração pública federal direta, autár-
quica ou fundacional.
63. (Cespe/FUB/2009) É dever do servidor comunicar a 
seus superiores todo e qualquer ato ou fato contrário 
ao interesse público, exigindo as providências cabíveis, 
salvo se envolverem a segurança nacional, investigações 
policiais ou interesse superior da administração pública.
Acerca do Código de Ética Profissional do Servidor Público 
Civil do Poder Executivo Federal, julgue os itens a seguir.
64. (Cespe/Anatel/2008) A publicidade de qualquer ato 
administrativo constitui requisito de eficácia e morali-
dade, ensejando sua omissão comprometimento ético 
contra o bem comum, imputável a quem a negar, sendo 
ressalvados, apenas, os casos de segurança nacional e 
investigações policiais.
65. (Cespe/Anatel/2008) O trabalho que o servidor público 
desenvolve perante a comunidade é um acréscimo 
ao seu próprio bem‑estar, já que este é também um 
cidadão, integrante da sociedade. Em decorrência, 
o êxito desse trabalho pode ser considerado como seu 
maior patrimônio, e sua remuneração, custeada pelos 
tributos pagos direta ou indiretamente por todos, exige, 
como contrapartida, que a moralidade administrativa 
se integre no direito, como elemento indissociável de 
sua aplicação e de sua finalidade, erigindo‑se, como 
consequência, em fator de legalidade.
66. (Cespe/Anatel/2008) O servidor público deve saber 
que causará dano moral quando tratar mal uma pessoa 
que paga tributos direta ou indiretamente, bem como 
quando deixar qualquer pessoa à espera de solução 
que compita ao setor em que exerça suas funções, 
permitindo a formação de longas filas, ou qualquer 
outra espécie de atraso na prestação do serviço. Isso 
não caracteriza apenas atitude contra a ética ou ato de 
desumanidade, mas principalmente grave dano moral 
aos usuários dos serviços públicos.
67. (Cespe/Anatel/2008) O servidor público deve abster‑se, 
de forma absoluta, de exercer sua função, poder ou 
autoridade com finalidade estranha ao interesse pú-
blico, ainda que observando as formalidades legais e 
não cometendo qualquer violação expressa à lei. Deve, 
isto sim, exercer as prerrogativas funcionais que lhe 
sejam atribuídas, com estrita moderação, abstendo‑se 
de fazê‑lo contrariamente aos legítimos interesses 
dos usuários do serviço público e dos jurisdicionados 
administrativos.
68. (Cespe/Anatel/2008) O servidor público deve ter consci-
ência de que seu trabalho é regido por princípios éticos 
que se materializam na adequada prestação dos servi-
ços públicos. Para que isso ocorra, deve ele ser probo, 
reto, leal, justo e cortês, respeitando a capacidade e as 
limitações individuais de todos os usuários do serviço 
público, sem qualquer espécie de preconceito ou dis-
tinção de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, 
cunho político e posição social, escolhendo sempre, 
quando estiver diante de duas opções, a melhor e mais 
vantajosa para a Administração Pública, aperfeiçoando, 
com isso, o processo de comunicação corporativa.
As mudanças decorrentes do desenvolvimento tecnológico 
são muito significativas e representam um exemplo do 
que pode acontecer com os esforços de criação da mente 
humana. Diante dessas inovações, as reformas constitucio-
nais elaboradas para melhoria do serviço público no Brasil 
ganharam tons positivos, como o incremento da necessida-
de de estudos e a preparação dos servidores. No entanto, 
pecaram por não focar a pessoa do servidor público como 
principal fonte de mudanças positivas no funcionamento 
da administração pública brasileira. Nesse contexto, muitos 
são os debates sobre a ética e grande é o esforço legislativo 
a respeito do tema.
Acerca da ética no serviço público e das legislações pertinen-
tes, julgue os itens a seguir
69. A ética tem por objetivo a determinação do que é certo 
ou errado, bom ou mau em relação às normas e valores 
adotados por uma sociedade.
70. Os conceitos e valores tradicionais da moral não são 
universais nem estabelecidos objetivamente, mas têm 
suas origens em um momento histórico e em uma cul-
tura específicos, servindo a certos interesses que vão 
sendo esquecidos com o tempo.
71. Do ponto de vista da comissão de ética pública, a repres-
são, na prática, é quase sempre ineficaz. O ideal seria a 
prevenção, por meio da identificação e do tratamento 
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específico, das áreas da administração pública em que 
ocorressem, com maior frequência, condutas incompatí-
veis com o padrão ético almejado para o serviço público.
A ética é um dos assuntos mais lembrados ao se falar em 
negócios, política e relacionamentos humanos, pois, por 
força das conquistas tecnológicas atuais, ela é, mais que 
nunca, relevante para os debates a respeito do comporta-
mento humano. O estudo da ética é sempre necessário em 
decorrência da necessidade de

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