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CURSO DE DIREITO
DISCIPLINA: Direito Processual Penal II
PROFESSORA: Patrícia Raposo Moreira
PERÍODO: 7º Período (quarta-feira)
ALUNO (A): Márcio Barsanulfo da Silva
Atividade Semipresencial - 16/10/2019
Responder as questões discursivas, abaixo 
relacionadas, referente ao tema “Teoria Geral da Prova, Meios de Prova e 
Meios de Obtenção de Prova” da obra Manual de Processo Penal do 
autor Renato Brasileiro de Lima, a qual se encontra disponível na 
biblioteca, mais especificadamente nas páginas 549 a 772 (volume 
único), registrado sob o nº 343.1 (81) L732m 2.ed. 2014. 
Obs.1: A atividade será cobrada em prova.
Obs.2: A presença está condicionada à postagem da semipresencial no 
aula no dia 16/10/2019.
Obs.3: Haverá debate na sala de reuniões (localizada no Colégio 
Aplicação) a respeito do tema no dia 16/10/2019, o qual será avaliativo. 
Cumpre salientar que o debate visa desenvolver a oratória e com isso 
vencer o medo de falar em público, aperfeiçoar a linguagem corporal, 
desenvolver o poder de síntese e persuasão, analisar a importância do 
planejamento e lidar com situações de tensão e improviso.
Obs.4: A atividade é individual e poderá ser digitada.
Bons estudos!
Att.
Profª. Patrícia Raposo Moreira
QUESTIONÁRIO
TEORIA GERAL DA PROVA, MEIOS DE PROVA E MEIOS DE OBTENÇÃO DE PROVA
1) Qual é a distinção básica entre prova e elementos informativos? 
A distinção entre prova e elementos informativos, se encontra disposto no art. 155 do 
CPP.
A palavra prova só pode ser usada para se referir aos elementos de convicção 
produzidos, em regra, no curso do processo judicial, e, por conseguinte, com a 
necessária participação dialética das partes, sob o manto do contraditório (ainda que 
diferido) e da ampla defesa.
Por outro lado, elementos de informação são aqueles colhidos na fase investigatória, 
sem a necessária participação dialética das partes. Dito de outro modo, em relação a 
eles, não se impõe a obrigatória observância do contraditório e da ampla defesa, vez 
que, nesse momento, ainda não há falar em acusados em geral, na dicção do inciso LV 
do art. 5º da Constituição Federal.
2) Qual é a diferença entre prova cautelar, não repetível e antecipada? 
O art. 155 do CPP deixa entrever que é possível que o juiz forme sua convicção com 
base em provas cautelares, não repetíveis e antecipadas, ainda que estas tenham sido 
produzidas na fase investigatória.
Provas cautelares são aquelas em que há um risco de desaparecimento do objeto da 
prova em razão do decurso do tempo, em relação às quais o contraditório será 
diferido. Podem ser produzidas no curso da fase investigatória ou durante a fase 
judicial, sendo que, em regra, dependem de autorização judicial.
Prova não repetível é aquela que, uma vez produzida, não tem como ser novamente 
coletada ou produzida, em virtude do desaparecimento, destruição ou perecimento da 
fonte probatória. Podem ser produzidas na fase investigatória e em juízo, sendo que, 
em regra, não dependem de autorização judicial.
Provas antecipadas são aquelas produzidas com a observância do contraditório real, 
perante a autoridade judicial, em momento processual distinto daquele legalmente 
previsto, ou até mesmo antes do início do processo, em virtude de situação de 
urgência e relevância. Tais provas podem ser produzidas na fase investigatória e em 
juízo, sendo indispensável prévia autorização judicial.
3) Qual é a finalidade da prova? 
A finalidade da prova é a formação da convicção do órgão julgador. Na verdade, por 
meio da atividade probatória desenvolvida ao longo do processo, objetiva-se a 
reconstrução dos fatos investigados na fase extraprocessual, buscando a maior 
coincidência possível com a realidade histórica. É com base nela que o juiz deve 
proferir sua decisão.
4) Quem são os sujeitos da prova? 
Os sujeitos da prova são as pessoas ou coisas de quem ou de onde deriva a prova, 
podendo ser pessoal ou real. A prova pessoal consiste numa afirmação de 
conhecimento ou na certificação de fato ou fatos do processo. A prova real equivale à 
atestação que advém da própria coisa constitutiva da prova (o ferimento; o projétil 
balístico da arma utilizada na prática de um delito).
5) Qual é a maneira pela qual a prova se apresenta em juízo? 
Quanto à forma da prova, ou seja, a maneira pela qual a prova se apresenta em juízo, a 
prova pode ser documental, material ou testemunhal.
6) A fonte de prova é utilizada para designar as pessoas ou coisas das quais se 
consegue a prova, se classificando em fontes pessoais e fontes reais. Explique-as. 
As fontes pessoais dizem respeito ao ofendido, peritos, acusado, testemunhas. 
As fontes reais dizem respeito aos documentos, em sentido amplo. 
- Cometido o fato delituoso, tudo aquilo que possa servir para esclarecer alguém 
acerca da existência desse fato pode ser conceituada como fonte de prova. Derivam do 
fato delituoso em si, independentemente da existência do processo, ou seja, são 
anteriores ao processo, sendo que sua introdução no processo se dá através dos meios 
de prova.
- Por sua vez, meios de prova são os instrumentos através dos quais as fontes de prova 
são introduzidas no processo. Dizem respeito, portanto, a uma atividade 
endoprocessual que se desenvolve de dados probatórios no processo perante o juiz, 
com o conhecimento e a participação das partes, cujo objetivo precípuo é a fixação
- Enquanto as fontes de prova são anteriores ao processo e extraprocessuais, os meios 
de prova somente existem no processo.
7) Os meios de provas podem ser lícitos ou ilícitos. Qual deles pode ser admitido 
pelo magistrado? Fundamente. 
Somente os meios de provas lícitos podem ser admitidos pelo magistrado, dispondo o 
art. 157 do CPP que são inadmissíveis as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em 
violação a normas constitucionais ou legais, devendo ser desentranhadas dos autos do 
processo.
8) Cite as principais diferenças entre meios de obtenção de prova e os meios de 
prova. 
Os meios de obtenção de prova, em regra, são executados na fase preliminar de 
investigações, o que não afasta a possibilidade de execução durante o curso do 
processo, de modo a permitir a descoberta de fontes de prova diversas das que 
serviram para a formação da opinio delicti; são atividades extraprocessuais; são 
executados, em regra, por policiais aos quais seja outorgada a atribuição de 
investigação de infrações penais, geralmente com prévia autorização e concomitante 
fiscalização judiciais; são praticados com fundamento na surpresa, com 
desconhecimento do(s) investigado (s); se praticados em desconformidade com o 
modelo típico, há de ser reconhecida sua ilicitude, com o consequente 
desentranhamento dos autos do processo, (CPP, art. 157, caput).
Os meios de prova, em regra, são realizados na fase processual da persecução penal; 
excepcionalmente, na fase investigatória, observado o contraditório, ainda que 
diferido (ex: provas antecipadas); são atividades endoprocessuais; consistem em 
atividades desenvolvidas perante o juiz competente, valendo lembrar que o juiz que 
presidir a instrução deverá, pelo menos em regra, julgar o feito (CPP, art. 399, §2°); são 
produzidos sob o crivo do contraditório, com prévio conhecimento e participação das 
partes; se praticados em desconformidade com o modelo típico, são sancionados, em 
regra, com a nulidade absoluta ou relativa.
9) O que se entende por álibi? 
Etimologicamente, a palavra álibi significa a defesa que o réu apresenta quando 
pretende provar que não poderia ter cometido o crime.
10) Qual é a diferença entre prova direta e prova indireta? 
Prova direta é aquela que permite conhecer o fato por meio de uma única operação 
inferencial. Nessa linha, se a testemunha diz que presenciou o exato momento em que 
o acusado desferiu disparos de arma de fogo contra a vítima, é possível concluir, com 
um único raciocínio, que o acusado é o autor das lesões produzidas no ofendido.
A prova é considerada indireta quando, para alcançar uma conclusãoacerca do fato a 
provar, o juiz se vê obrigado a realizar pelo menos duas operações inferenciais. Em um 
primeiro momento, a partir da prova indireta produzida, chega à conclusão sobre a 
ocorrência de um fato, que ainda não é o fato a ser provado. Conhecido esse fato, por 
meio de um segundo procedimento inferencial, chega ao fato a ser provado.
11) O que significa indício? 
A palavra indício é usada no Código de Processo Penal em dois sentidos, ora como 
prova indireta, ora como prova semiplena.
No sentido de prova indireta, a palavra indício deve ser compreendida como uma das 
espécies do gênero prova, ao lado da prova direta, funcionando como um dado 
objetivo que serve para confirmar ou negar uma asserção a respeito de um fato que 
interessa à decisão judicial. E exatamente nesse sentido que a palavra indício é 
utilizada no art. 239 do CPP. Partindo-se de um fato base comprovado, chega-se, por 
meio de um raciocínio dedutivo, a um fato consequência que se quer provar. Na 
dicção de Maria Thereza Rocha de Assis Moura, “indício é todo rastro, vestígio, sinal 
e, em geral, todo fato conhecido, devidamente provado, suscetível de conduzir ao 
conhecimento de um fato desconhecido, a ele relacionado, por meio de um raciocínio 
indutivo-dedutivo”.
12) Qual é a diferença entre presunção iuris et de iure e iuris tantum? 
Presunções absolutas ou iuris et de iure são aquelas que não admitem prova em 
contrário. É o que acontece com os menores de 18 (dezoito) anos no Brasil, em que, 
por força do critério biológico adotado pela Constituição Federal (art. 228) e pelo 
Código Penal (art. 27), presume-se de maneira absoluta sua inimputabilidade.
Presunções relativas ou iuris tantum são aquelas que admitem prova em sentido 
contrário. Nesse caso, o que ocorre é uma alteração na distribuição do ônus da prova: 
a presunção dispensa a parte por ela beneficiada do ônus da prova de uma alegação 
fática que, normalmente, lhe incumbiria (o fato presumido) e atribui à outra parte o 
encargo de provar o fato contrário. É o que ocorre, por exemplo, com o maior de 18 
(dezoito) anos, cuja imputabilidade é presumida, porém pode ser afastada a partir do 
momento em que laudo de insanidade mental apontar que o acusado não possuía, à 
época do fato, a capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se 
de acordo com esse entendimento, em virtude de doença mental ou desenvolvimento 
mental incompleto ou retardado.
13) O que é uma contraprova? 
Por contraprova entende-se qualquer prova apresentada por uma das partes, com o 
objetivo de refutar os elementos apresentados pelo adversário, com o propósito de 
influir no convencimento do juiz.
14) O que se entende por prova emprestada. É possível utilizá-la? 
Prova emprestada consiste na utilização em um processo de prova que foi produzida 
em outro, sendo que esse transporte da prova de um processo para o outro é feito por 
meio de certidão extraída daquele. 
De acordo com a doutrina majoritária, a utilização da prova emprestada só é possível 
se aquele contra quem ela for utilizada tiver participado do processo onde essa prova 
foi produzida, observando-se, assim, os princípios do contraditório e da ampla defesa.
15) O que representa o ônus da prova? 
Os ônus representam um imperativo do próprio interesse, estando situados no campo 
da liberdade. Ainda que haja seu descumprimento, não haverá qualquer ilicitude, pois 
o cumprimento do ônus interessa ao próprio sujeito onerado. A título de exemplo, é 
exatamente o que acontece com a possibilidade de se recorrer contra uma decisão 
adversa. Vale ressaltar que não compete ao réu demonstrar a sua inocência. Cabe ao 
Ministério Público comprovar, de forma inequívoca, a culpabilidade do acusado.
16) O que se entende por inversão do ônus da prova? 
A inversão do ônus da prova significaria, portanto, adotar a regra contrária: in dubio 
pro societate ou in dubio contra reum. Como já foi dito, da regra de julgamento do in 
dubio pro reo decorrente do princípio da presunção de inocência, tem-se que o ônus 
da prova recai precipuamente sobre o Ministério Público ou sobre o querelante. No 
entanto, se não se afigura possível a inversão do ônus da prova quanto ao fato 
constitutivo do direito de punir do Estado, entende-se cabível uma inversão do ônus 
da prova quanto aos efeitos secundários da condenação penal que tenham natureza 
de sanção civil visando à reparação do dano.
17) Ao que tange o sistema de avaliação da prova, qual o ordenamento jurídico 
brasileiro adotou? Discorra sobre ele.
No Brasil é adotado o Sistema da Livre Convencimento Motivado. Aqui a liberdade na 
apreciação das provas não se confunde com uma autorização para que o juiz adote 
decisões arbitrárias, mas apenas lhe confere a possibilidade de estabelecer a verdade 
judicial com base em dados e critérios objetivos e de uma forma que seja controlável. 
Do art. 155 do CPP, é possível se extrair a adoção do sistema do livre convencimento 
motivado do próprio Código de Processo Penal: o juiz formará sua convicção pela livre 
apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar 
sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, 
ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.
18) A prova ilegal, entendida como aquela obtida por meio de violação de normas 
legais ou de princípios gerais do ordenamento, de natureza material ou 
processual, tem como espécies as provas obtidas por meios ilícitos e as provas 
obtidas por meios ilegítimos. Assim, diferencie-as.
A prova será considerada ilícita quando for obtida através da violação de regra de 
direito material (penal ou constitucional). Portanto, quando houver a obtenção de 
prova em detrimento de direitos que o ordenamento reconhece aos indivíduos, 
independentemente do processo, a prova será considerada ilícita. em regra, pressupõe 
uma violação no momento da colheita da prova, geralmente em momento anterior ou 
concomitante ao processo, mas sempre externamente a este. Daí se dizer que a prova 
ilícita é aquela obtida fora do processo com violação de norma de direito material.
A prova será considerada ilegítima quando obtida mediante violação à norma de 
direito processual. Outro traço peculiar das provas obtidas por meios ilegítimos diz 
respeito ao momento de sua produção: em regra, no curso do processo. A prova 
ilegítima, como se vê, é sempre intraprocessual (ou endoprocessual).
Consta do art. 157, caput, do CPP, de modo expresso, a vedação às provas ilícitas: São 
inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim 
entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. O não 
cumprimento da lei processual leva à nulidade do ato de formação da prova e impõe a 
sua renovação, nos termos do art. 573, caput, do CPP.
19) Admite-se a utilização das provas ilícitas e ilegítimas no ordenamento pátrio? 
Com a Constituição Federal de 1988, entre os direitos e garantias individuais, 
estabeleceu-se a inadmissibilidade das provas obtidas por meios ilícitos (art. 5º, LVI). 
Logo, a sanção processual cominada para a ilicitude da prova é a sua inadmissibilidade. 
Não se trata de nulidade da prova, mas de sua não aceitação nos autos do processo. 
Nessa linha, aliás, consoante a nova redação dada ao art. 157, §3°, do CPP, “preclusa a 
decisão de desentranhamento da prova declarada inadmissível, esta será inutilizada 
por decisão judicial, facultado às partes acompanhar o incidente”. Esse direito de 
exclusão também se aplica às provas ilícitas e ilegítimas, simultaneamente.
Portanto, pode-se dizer que, no ordenamento pátrio, por mais relevantes que sejam os 
fatos apurados por meio de provas obtidas por meios ilícitos, estas não podem ser 
admitidas no processo. Se, mesmo assim, uma prova ilícita for juntada ao processo, 
surge o direito de exclusão, a ser materializado através do desentranhamento da 
referida prova dos autos
Por outro lado, em se tratando de provas ilegítimas,como sua obtenção ocorreu 
mediante violação a regras de direito processual, tudo se resolve dentro do próprio 
processo, de acordo com as regras processuais que determinam as formas e as 
modalidades de produção da prova, com a sanção correspondente a cada 
transgressão, que pode ser o reconhecimento de mera irregularidade, ou até mesmo 
uma nulidade, absoluta ou relativa.
Como houve violação de norma processual, a prova obtida por meio ilegítimo pode 
estar sujeita ao reconhecimento de sua nulidade e decretação de sua ineficácia no 
processo. A declaração da nulidade está subordinada, assim, à observância dos 
quatro princípios básicos relativos ao tema: 1) nenhuma nulidade será declarada 
quando não houver prejuízo - pas de nullité sans grief (CPP, art. 563); 2) nenhuma das 
partes pode arguir nulidade a que haja dado causa — princípio da lealdade ou boa-fé 
(CPP, art. 565); 3) nenhuma das partes pode arguir nulidade que só interesse à parte 
contrária (CPP, art. 565); 4) não será declarada a nulidade de ato processual que não 
houver influído na apuração da verdade ou na decisão da causa (CPP, art. 566).
20) O que se entende por provas ilícitas por derivação (teoria dos frutos da árvore 
envenenada)? 
Provas ilícitas por derivação são os meios probatórios que, não obstante produzidos, 
validamente, em momento posterior, encontram-se afetados pelo vício da ilicitude 
originária, que a eles se transmite, contaminando-os, por efeito de repercussão causal. 
Ou seja, a ilicitude da prova originária transmite-se, por repercussão, a todos os dados 
probatórios que nela se apoiem, ou dela derivem, ou, finalmente, nela encontrem o 
seu fundamento causal.
21) Há previsão expressa da teoria dos frutos da árvore envenenada no CPP? 
A teoria dos frutos da árvore envenenada passou a constar expressamente do Código 
de Processo Penal. Segundo o art. 157, §1°, do CPP, “são também inadmissíveis as 
provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade 
entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte 
independente das primeiras”.
22) O que se entende por teoria da fonte independente? 
De acordo com a teoria ou exceção da fonte independente, se o órgão da persecução 
penal demonstrar que obteve, legitimamente, novos elementos de informação a partir 
de uma fonte autônoma de prova, que não guarde qualquer relação de dependência, 
nem decorra da prova originariamente ilícita, com esta não mantendo vínculo causal, 
tais dados probatórios são admissíveis, porque não contaminados pela mácula da 
ilicitude originária.
Para que a teoria da fonte independente seja aplicada, impõe-se demonstração fática 
inequívoca de que a prova avaliada pelo juiz efetivamente é oriunda de uma fonte 
autônoma, ou seja, não se encontra na mesma linha de desdobramento das 
informações obtidas com a prova ilícita. Caso não se demonstre, inequivocamente, a 
ausência de qualquer nexo causal, fica valendo a teoria da prova ilícita por derivação. 
Em caso de dúvida, aplica-se o in dubio pro reo.
23) O que se entende por teoria da descoberta inevitável? 
De acordo com a teoria da descoberta inevitável, também conhecida como exceção 
da fonte hipotética independente, caso se demonstre que a prova derivada da ilícita 
seria produzida de qualquer modo, independentemente da prova ilícita originária, tal 
prova deve ser considerada válida. A aplicação dessa teoria não pode ocorrer com base 
em dados meramente especulativos, sendo indispensável a existência de dados 
concretos a confirmar que a descoberta seria inevitável. 
Em outras palavras, não basta um juízo do possível. É necessário um juízo do provável, 
baseado em elementos concretos de prova.
24) O que entende por teoria do encontro fortuito de provas? 
A teoria do encontro fortuito ou casual de provas é utilizada nos casos em que, no 
cumprimento de uma diligência relativa a um delito, a autoridade policial casualmente 
encontra provas pertinentes à outra infração penal, que não estavam na linha de 
desdobramento normal da investigação. 
Se dá quando a prova de determinada infração penal é obtida a partir de diligência 
regularmente autorizada para a investigação de outro crime. Nesses casos, a validade 
da prova inesperadamente obtida está condicionada à forma como foi realizada a 
diligência: se houve desvio de finalidade, abuso de autoridade, a prova não deve ser 
considerada válida; se o encontro da prova foi casual, fortuito, a prova é válida.
25) É possível a admissão quanto a possibilidade de utilização de prova ilícita no 
processo quando ela for produzida em benefício do acusado? 
Por conta do princípio da proporcionalidade, A doutrina e jurisprudência têm admitido 
a possibilidade de utilização de prova ilícita no processo quando ela for produzida em 
benefício do acusado. Entende-se que o direito de defesa (CF, art. 5º, LV) e o princípio 
da presunção de inocência (CF, art. 5º, LVII) devem preponderar no confronto com o 
direito de punir.
Ou seja, quando o acusado pratica um ato ilícito para se defender de modo efetivo no 
processo penal, conclui-se que sua atuação não seria ilícita, eis que amparada pela 
legítima defesa, daí porque não seria possível concluir-se pela ilicitude da prova. Se tal 
prova pode ser usada em favor do acusado, a fim de obter um decreto absolutório, 
não pode servir de prova contra qualquer pessoa. Em outras palavras, se a prova pode 
ser usada para absolver um inocente, não serve para incriminar, exatamente por se 
tratar de prova ilícita.
26) É possível a admissão quanto a possibilidade de utilização de prova ilícita no 
processo quando ela for produzida em benefício do sociedade? 
A leitura da jurisprudência dos Tribunais Superiores pátrios não autoriza conclusão 
afirmativa quanto à tese da admissibilidade das provas ilícitas pro societate com base 
no princípio da proporcionalidade. Prevalece o entendimento de que admitir-se a 
possibilidade de o direito à prova prevalecer sobre as liberdades públicas, 
indiscriminadamente, é criar um perigoso precedente em detrimento da preservação 
de direitos e garantias individuais: não seria mais possível estabelecer-se qualquer 
vedação probatória, pois todas as provas, mesmo que ilícitas, poderiam ser admitidas 
no processo, em prol da busca da verdade e do combate à criminalidade, tornando 
letra morta o disposto no art. 5º, LVI, da Constituição Federal.
27) O que significa o princípio da comunhão da prova? 
Significa que uma vez produzida, a prova é comum, não pertencendo a nenhuma das 
partes que a introduziu no processo. Da mesma forma que a prova não pertence 
exclusivamente ao juiz, ela não é invocável somente pela parte que a produziu. Pode 
ser utilizada por qualquer das partes. 
Mas, durante o curso de uma audiência, caso a parte não tenha interesse em ouvir 
testemunha por ela arrolada, que ainda não foi ouvida, poderá livremente desistir de 
sua oitiva, independentemente da concordância da parte contrária. Nesse sentido, 
dispõe o art. 401, §2°, do CPP, que a parte poderá desistir da inquirição de qualquer 
testemunha arrolada, ressalvada a possibilidade de o juiz, valendo-se de seus poderes 
instrutórios, querer ouvi-la como testemunha do juízo.
28) O que se entende por princípio da identidade física do juiz? 
De acordo com a redação do art. 399, §2°, do CPP, o juiz que presidir a instrução 
deverá proferir a sentença. A adoção desse princípio proporciona o indispensável 
contato entre o acusado e o juiz, assim como a colheita imediata da prova por aquele 
que, efetivamente, irá proferir a decisão.
29) O que é corpo de delito? Ele tem natureza jurídica de meio de prova? 
Corpo de delito é o conjunto de vestígios materiais ou sensíveis deixados pela infração 
penal. A palavra corpo não significa necessariamente o corpo de uma pessoa. Significa 
sim o conjunto de vestígios sensíveis que o delito deixa para trás, estando seu conceito 
ligado à própria materialidade do crime.
Tanto o exame de corpo de delitoquanto os demais exames periciais têm natureza 
jurídica de meios de prova, pois funcionam como instrumentos através dos quais as 
fontes de prova são introduzidas no processo. Pela própria leitura do art. 159, caput, e 
do art. 6º, inciso VII, ambos do CPP, ambos fazem menção ao exame de corpo de delito 
e outras perícias -, depreende-se que o exame de corpo de delito é uma espécie de 
perícia, mas não é a única.
30) O que é laudo pericial e qual é o seu prazo de elaboração? 
Laudo pericial é a peça técnica elaborada pelos peritos quando da realização do exame 
pericial. 
Subdivide-se em 4 (quatro) partes: 
a) preâmbulo: qualificação do perito oficial ou dos peritos não-oficiais e do objeto da 
perícia; 
b) exposição: narrativa de tudo que é observado pelos experts; 
c) fundamentação: motivos que levaram os experts à conclusão final; 
d) conclusão técnica: resposta aos quesitos.
Dispõe o art. 160 do CPP que os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descreverão 
minuciosamente o que examinarem, e responderão aos quesitos formulados. 
O laudo pericial será elaborado no prazo máximo de 10 (dez) dias, podendo este 
prazo ser prorrogado, em casos excepcionais, a requerimento dos peritos (CPP, art. 
160, parágrafo único).
31) Dentre os sistemas de apreciação dos laudos periciais, qual o nosso 
ordenamento pátrio adotou? 
Dois são os sistemas de apreciação dos laudos periciais:
1) Sistema vinculatório: de acordo com esse sistema, o magistrado fica vinculado ao 
laudo pericial, não podendo decidir de modo a contrariá-lo;
2) Sistema liberatório: por meio desse sistema, o juiz não fica vinculado ao laudo 
pericial, podendo aceitar ou rejeitá-lo. É esse o sistema adotado pelo CPP, não só por 
força do sistema da livre persuasão racional do juiz (CPP, art. 155, caput), como 
também por expressa disposição legal (CPP, art. 182). Caso o magistrado opte por 
rejeitar o laudo pericial, cuidando-se de infração que deixa vestígios, e caso estes ainda 
estejam presentes, deve o magistrado nomear novo perito, se de prova 
exclusivamente técnica se cuidar (CPP, art. 181, parágrafo único).
32) Qual é a diferença entre infrações penais transeuntes e não transeuntes?
As Infrações penais transeuntes (delitos de fato transeunte ou delicta facti 
transeuntis): são as infrações penais que não deixam vestígios. Ex: crimes contra a 
honra praticados verbalmente;
As Infrações penais não transeuntes (delito de fato permanente ou delicta facti 
permanentis): são as infrações penais que deixam vestígios materiais. Ex: crime de 
homicídio cujo cadáver foi encontrado.
33) Quando será indispensável o exame de corpo de delito? 
Dispõe o art. 158 do CPP que, quando a infração deixar vestígios, será indispensável o 
exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do 
acusado. Da leitura do referido dispositivo legal, denota-se que são duas as espécies de 
exame de corpo de delito: o direto e o indireto.
34) Quem é o assistente técnico no CPP? 
O assistente técnico deve ser compreendido como um auxiliar das partes, dotado de 
conhecimentos técnicos, científicos ou artísticos, responsável por trazer ao processo 
informações especializadas pertinentes ao objeto da perícia. 
Sua atuação somente pode ocorrer na fase judicial. Isso porque, segundo o art. 159, 
§4°, do CPP, o assistente técnico atuará a partir de sua admissão pelo juiz e após a 
conclusão dos exames e elaboração do laudo pelos peritos oficiais, sendo as partes 
intimadas desta decisão.
35) O que é autópsia e exumação?
Apesar de o CPP usar a expressão autópsia, o ideal é usar a palavra necropsia, pois 
autópsia significa inspeção de si próprio. Em regra, a necropsia envolve o exame 
interno e externo, lavrando-se, em seguida, o laudo necroscópico ou cadavérico.
A autópsia (necropsia) é um tipo de perícia realizada no corpo de uma pessoa falecida 
por origem criminosa e que tem como escopo determinar as circunstâncias do crime e 
os detalhes que levaram àquele resultado. No entanto, pode ocorrer de uma morte 
parecer, à primeira vista, natural, mas com o tempo surgirem suspeitas de que dita 
morte se deu por motivo diverso podendo, assim, ter havido um delito. art. 162, caput, 
do CPP.
O fato é que, normalmente, o corpo da vítima já foi enterrado quando da descoberta 
de possíveis fatos delinquentes e, assim, o procedimento adequado para uma nova 
perícia no cadáver ou no que sobrou dele, leva o nome de exumação. art. 164, do CPP.
36) Qual a importância do laudo pericial complementar no crime de lesões 
corporais? 
Uma das hipóteses de lesão corporal grave ocorre quando, da ofensa à integridade 
corporal ou saúde de outrem, resulta incapacidade para as ocupações habituais por 
mais de 30 (trinta) dias (CP, art. 129, §1°, I). Nesse caso, além do primeiro exame 
pericial, comprovando a ofensa à integridade corporal, é necessária a realização de um 
exame complementar, a fim de se aferir se a vítima ficará incapacitada para as 
ocupações habituais por mais de 30 (trinta) dias.
A importância da realização do laudo pericial complementar no crime de lesão 
corporal é a finalidade de se aferir se a vítima ficará incapacitada para as ocupações 
habituais por mais de 30 (trinta) dias.
37) O que é o interrogatório judicial? 
Interrogatório judicial é o ato processual por meio do qual o juiz ouve o acusado sobre 
sua pessoa e sobre a imputação que lhe é feita.
38) É possível a condução coercitiva do acusado para o interrogatório? 
De acordo com o art. 260 do CPP, se o acusado não atender à intimação para o 
interrogatório, reconhecimento ou qualquer outro ato que, sem ele, não possa ser 
realizado, a autoridade poderá mandar conduzi-lo à sua presença.
Já de acordo com a Doutrina e Jurisprudência diz não ser possível, pois, o acusado 
pode abrir mão do seu direito de ser ouvido pelo magistrado, deixando de comparecer 
à audiência una de instrução e julgamento, razão pela qual, nesse caso, não se pode 
determinar sua condução coercitiva.
39) Cite as características do interrogatório? 
Ato personalíssimo; 
Ato contraditório; 
Ato assistido tecnicamente; 
Ato oral; Ato individual; 
Ato bifásico; 
Ato protegido pelo direito ao silêncio; 
Liberdade de autodeterminação; 
Ato público e; 
Ato realizável a qualquer momento, antes do trânsito em julgado.
40) Em regra, se o acusado estiver solto, seu interrogatório deverá ser realizado na 
sala de audiências no fórum. E se estiver preso? 
Quanto ao acusado preso, há três formas de se realizar seu interrogatório:
a) pessoalmente, dentro do presídio em que se encontra, mas desde que haja 
segurança para todas as pessoas envolvidas no ato;
b) por videoconferência;
c) pessoalmente, no fórum: de acordo com o art. 185, §7°, do CPP, será requisitada a 
apresentação do réu preso em juízo nas hipóteses em que o interrogatório não possa 
ser realizado no interior do presídio ou por videoconferência.
O art. 185, §1°, do CPP, dispõe acerca da realização do interrogatório pessoal dentro 
do presídio. De acordo com tal dispositivo, “o interrogatório do réu preso será 
realizado, em sala própria, no estabelecimento em que estiver recolhido, desde que 
estejam garantidas a segurança do juiz, do membro do Ministério Público e dos 
auxiliares bem como a presença do defensor e a publicidade do ato”.
41) Como a confissão pode ser classificada? 
Confissão extrajudicial: é aquela feita fora do processo penal, geralmente perante a 
autoridade policial, sem a observância do contraditório e da ampla defesa.
Confissão judicial: é aquela feita perante a autoridade judiciária, na presença do 
defensor do acusado.
Confissão explícita: feita de maneira evidente, ou seja, quando o acusado confessa a 
prática do fato delituoso sem dubiedades.
Confissão implícita: ocorre quando o acusado paga a indenização. No âmbito do 
processo penal, essa confissão não tem qualquer valor.
Confissão simples: ocorre quando o acusado confessa a prática do fato delituoso, 
porém não invoca qualquer excludente da ilicitudeou da culpabilidade em seu 
benefício.
Confissão qualificada: ocorre quando o acusado confessa a prática do fato delituoso, 
mas alega que o praticou acobertado por uma excludente da ilicitude ou da 
culpabilidade.
Confissão ficta: ocorre quando o acusado não contesta os fatos que lhe são 
imputados. No âmbito do processo penal, em virtude da regra probatória que deriva 
do princípio da presunção de inocência, não há falar em confissão ficta.
Confissão delatória: também conhecida como chamamento de corréu ou delação 
premiada, ocorre quando o acusado confessa a prática do fato delituoso e delata 
coautores e partícipes.
42) Cite as características da confissão? 
Ato personalíssimo: somente o acusado pode confessar a prática do fato delituoso, 
sendo inviável que outorgue poderes a seu advogado para fazê-lo;
Ato livre e espontâneo: não pode haver qualquer forma de constrangimento físico 
e/ou moral para que o acusado confesse a prática do fato delituoso. Aliás, de acordo 
com o art. Iº, inciso I, da Lei n° 9.455/97, constitui crime de tortura constranger alguém 
com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental 
com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira 
pessoa.
Ato retratavel: é perfeitamente possível que o acusado, após confessar o fato 
delituoso, resolva se retratar;
Ato divisível: o acusado pode confessar a prática de um fato delituoso e negar o 
cometimento de outro, como também pode confessar todos os fatos delituosos que 
lhe são atribuídos, razão pela qual se diz que a confissão é um ato divisível. E o que 
dispõe o art. 200 do CPP, segundo o qual a confissão será divisível e retratável, sem 
prejuízo do livre convencimento do juiz, fundado no exame das provas em conjunto.
43) Qual é o valor probatório da confissão no CPP? 
No sistema do livre convencimento motivado, adotado pela Constituição Federal 
(art. 93, IX) e pelo Código de Processo Penal (art. 155, caput), do ponto de vista legal, 
a confissão tem o mesmo valor probatório dos demais meios de prova.
Como preceitua o art. 197 do CPP, o valor da confissão se aferirá pelos critérios 
adotados para os outros elementos de prova, e para a sua apreciação o juiz deverá 
confrontá-la com as demais provas do processo, verificando se entre ela e estas existe 
compatibilidade ou concordância. Ressalvado o disposto no art. 158 do CPP, que diz: 
quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, 
direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
44) Quem é o ofendido no processo penal? Ele também presta compromisso de dizer 
a verdade? 
Pela própria disposição do Código de Processo Penal, percebe-se que o ofendido não 
deve ser confundido com as testemunhas. Logo, ofendido não é testemunha, razão 
pela qual não presta compromisso legal de dizer a verdade, não sendo computado 
para efeito do número máximo de testemunhas, e nem tampouco respondendo pelo 
crime de falso testemunho.
Apesar de não ser possível responsabilizar o ofendido criminalmente pelo delito de 
falso testemunho, já que não é testemunha, nada impede que responda pelo delito 
de denunciação caluniosa (CP, art. 339).
45) Quem pode ser testemunha no âmbito do processo penal? 
No âmbito processual penal, qualquer pessoa pode ser testemunha (CPP, art. 202), 
desde que seja dotada de capacidade física para depor. A incapacidade jurídica é 
irrelevante, pois podem depor no processo penal menores de 18 (dezoito) anos, 
doentes e deficientes mentais. Logicamente, somente a pessoa física pode ser 
testemunha, na medida em que o depoimento pressupõe memória.
Em relação à natureza jurídica, cuida-se de meio de prova.
46) Quais são os deveres das testemunhas? 
Dever de depor: Consoante dispõe o art. 202 do CPP, toda pessoa poderá ser 
testemunha. A pessoa tem, portanto, o dever de depor, contribuindo para o 
acertamento do fato delituoso.
Dever de comparecimento: Se a testemunha foi regularmente intimada, tem o dever 
de comparecer em juízo para prestar seu depoimento no local, dia e hora designados. 
Se, regularmente intimada, a testemunha deixar de comparecer sem motivo 
justificado, o juiz poderá requisitar à autoridade policial a sua apresentação ou 
determinar seja conduzida por oficial de justiça, que poderá solicitar o auxílio da força 
pública.
Dever de prestar o compromisso de dizer a verdade: Em regra, a testemunha assume 
o compromisso de dizer a verdade, nos termos do art. 203 do CPP. Significa dizer, 
portanto, que a testemunha deve dizer o que sabe, não pode se calar sobre o que 
sabe, nem pode negar a verdade ou declarar fato inverídico.
Dever de comunicar mudança de residência: As testemunhas também têm o dever de 
comunicar ao juiz, dentro de 1 (um) ano, contado do seu depoimento, qualquer 
mudança de residência (CPP, art. 224). Caso não o façam, e seja necessário ouvi-las 
novamente, não se logrando êxito em sua localização, estarão sujeitas às penas do não 
comparecimento (multa de 1 a 10 salários mínimos, condução coercitiva, pagamento 
da diligência e responsabilização criminal pelo delito de desobediência).
47) Quem poderá eximir-se da obrigação de depor?
Segundo o art. 206 do CPP, a testemunha não poderá eximir-se da obrigação de 
depor. 
Poderão, entretanto, recusar-se a fazê-lo o ascendente ou descendente, o afim em 
linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado (leia-se: separado ou divorciado), o irmão e 
o pai, a mãe, ou o filho adotivo do acusado, salvo quando não for possível, por outro 
modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias. Por força 
constitucional (CF, art. 226, §3°), também deve ser incluído nesse rol de pessoas que 
podem recusar-se a depor o companheiro ou a companheira.
Poderão também eximir-se da obrigação de depor, as pessoas listadas no art. 217-A 
do Código Penal: menores de 14 anos, enfermos ou deficientes mentais que não 
tenham o necessário discernimento para a prática de ato sexual, ou que, por qualquer 
outra causa, não possa oferecer resistência , como também: idosos e testemunhas ou 
vítimas de crimes cometidos no contexto familiar ou de núcleo social fechado.
48) Quem são as pessoas proibidas de depor? 
Nos termos do artigo 207 do CPP: São proibidas de depor as pessoas que, em razão de 
função, ministério, ofício ou profissão, devam guardar segredo, salvo se, desobrigadas 
pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho.
A não observância ao aludido preceito legal, além de tornar a prova testemunhal 
ilegal, implica em sanções penais de violação do sigilo profissional previstas no artigo 
145, do Código Penal.
49) O que poderá acontecer com a testemunha que regularmente intimada não 
comparecer justificadamente em juízo para prestar seu depoimento no local, dia 
e hora designados? 
Se, regularmente intimada, a testemunha deixar de comparecer sem motivo 
justificado, o juiz poderá requisitar à autoridade policial a sua apresentação ou 
determinar seja conduzida por oficial de justiça, que poderá solicitar o auxílio da força 
pública. 
Também se afigura possível a imposição de multa no valor de 1 a 10 salários mínimos 
(CPP, art. 458, c/c art. 436, §2°), sem prejuízo de eventual processo criminal pelo delito 
de desobediência e do pagamento das custas da diligência relacionadas à condução 
coercitiva (CPP, art. 219).
50) Como serão inquiridas as testemunhas que estão impossibilitadas por 
enfermidade ou velhice de comparecer para depor? 
Serão inquiridas onde estiverem (CPP, art. 220).
51) Quais são as pessoas que serão inquiridas em local, dia e hora previamente 
ajustados entre eles e o juiz? 
De acordo com o art. 221 do CPP, o Presidente e o Vice-Presidente da República, os 
Senadores e Deputados Federais, os Ministros de Estado, os Governadores de Estados, 
os secretários de Estado, os Prefeitos, os deputados estaduais, juízes, membros do MP, 
ministros e juízes dos Tribunais de Contas da União e dos Estados, bem como os do 
Tribunal Marítimo.52) A testemunha poderá se reservar ao direito ao silêncio? 
Sim! Mas em regra, a testemunha assume o compromisso de dizer a verdade, nos 
termos do art. 203 do CPP. Significa dizer, portanto, que a testemunha deve dizer o 
que sabe, não pode se calar sobre o que sabe, nem pode negar a verdade ou declarar 
fato inverídico. Vale frisar que o compromisso legal de dizer a verdade não decorre 
do ato de a testemunha prestar compromisso legal, previsto no art. 203 do CPP, cuja 
natureza é meramente processual e o valor jurídico é o de mera exortação, mas 
decorre do tipo penal do falso testemunho (art. 342 CP).
O que se compreende na fórmula do artigo 5.º, inciso LXIII, da Carta Magna, é que 
nenhum cidadão que figure no polo passivo de atividade estatal persecutória, da qual 
possa resultar em atos de incriminação penal ou outro gravame jurídico, pode ser 
obrigado a produzir prova contra si próprio, seja respondendo perguntas, seja 
praticando ou deixando de praticar qualquer ato. À testemunha tendo ela ou não 
prestado compromisso de dizer a verdade, não pode ser compelida a praticar ato do 
qual possa resultar em produção de prova que lhe incrimine.
53) Qual é a diferença entre depoentes e declarantes ou informantes? 
Depoentes são as testemunhas que prestam compromisso legal, enquanto que 
declarantes ou informantes são as pessoas que não prestam o compromisso legal de 
dizer a verdade.
54) Qual é a diferença entre testemunha direta e indireta? 
A Testemunha direta: também conhecida como testemunha visual, é aquela que 
depõe sobre fatos que presenciou ou visualizou; já a Testemunha indireta: também 
conhecida como testemunha auricular, essa pessoa não presenciou diretamente o 
fato delituoso, mas ouviu falar sobre ele. Como dito acima, em regra, a testemunha 
depõe a partir de seu conhecimento pessoal sobre os fatos que ela foi chamada a 
comprovar; qualquer outro tipo de declaração é considerado testemunho indireto (em 
inglês, hearsay)-,
55) O que é uma testemunha imprópria, instrumentária ou fedatária? 
A Testemunha imprópria, instrumentária ou fedatária: são aquelas que depõem 
sobre a regularidade de um ato ou fato processual, e não sobre o fato delituoso objeto 
do processo criminal. Exemplificando, dispõe o art. 304, §2°, do CPP, que a falta de 
testemunhas da infração não impedirá o auto de prisão em flagrante; mas, nesse caso, 
com o condutor, deverão assiná-lo pelo menos duas pessoas que hajam testemunhado 
a apresentação do preso à autoridade;
56) Quem é o informante? 
são aquelas pessoas que são ouvidas, porém sem prestar o compromisso de dizer a 
verdade. Além das pessoas do art. 206, que porventura prestem seu depoimento, 
também estão incluídos os menores de 14 (quatorze) anos, os doentes e deficientes 
mentais (CPP, art. 208).
57) O que se entende por depoimento ad perpetuam rei memoriam? 
É o meio pelo qual o juiz poderá, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes, 
tomar-lhe antecipadamente o depoimento (CPP, art. 225), se qualquer testemunha 
houver de ausentar-se, ou, por enfermidade ou por velhice, inspirar receio de que ao 
tempo da instrução criminal já não exista, ou esteja impossibilitada de depor.
O procedimento da oitiva será o da produção antecipada de provas dos arts. 846 a 850 
do CPC por aplicação subsidiária do CPC (CPP, art. 3º);
58) O que se entende pelo depoimento sem dano? 
Depoimento sem dano é aquele que têm como objetivo a proteção psicológica das 
vítimas infantis, evitando-se que elas sejam revitimizadas por sucessivas inquirições, 
nos âmbitos administrativo, policial e judicial. Essa audiência é realizada, de forma 
simultânea, em duas salas interligadas por circuito audiovisual interno. Em recinto 
reservado, a vítima presta depoimento a uma psicóloga ou assistente social. Na sala de 
audiências ficam os demais sujeitos processuais. O magistrado faz a inquirição por 
intermédio do profissional que se encontra com a vítima, evitando a exposição desta 
última aos demais participantes do ato processual, notadamente o acusado. Ademais, 
é efetuada gravação desse ato processual em um compact disc, o qual é degravado e 
acostado aos autos do processo judicial, junto com a degravação.
59) Quando é possível a retirada do acusado da sala de audiência? 
Se o juiz verificar que a presença do réu poderá causar humilhação, temor, ou sério 
constrangimento à testemunha ou ao ofendido, de modo que prejudique a verdade do 
depoimento, fará a inquirição por videoconferência e, somente na impossibilidade 
dessa forma, determinará a retirada do réu, prosseguindo na inquirição, com a 
presença do seu defensor.
60) Qual é o momento em que a acusação e defesa têm para apresentarem o rol de 
testemunhas? 
Em regra, em relação à acusação, o momento processual correto para a apresentação 
do rol de testemunhas é o do oferecimento da peça acusatória. Dentre os requisitos 
da peça acusatória, prevê o art. 41 do CPP que, da denúncia ou queixa, deverá constar 
o rol de testemunhas, quando necessário.
No tocante à defesa, o rol de testemunhas da defesa deve ser apresentado quando do 
oferecimento da resposta à acusação, tal qual previsto no art. 396-A do CPP.
OBSERVAÇÃO: Pelo menos em tese, se a parte não arrolou a testemunha no momento 
processual oportuno, dar-se-á preclusão temporal, inviabilizando que tal testemunha 
seja ouvida no processo. 
No entanto, não se pode perder de vista que o princípio da busca da verdade autoriza 
que o juiz produza provas de ofício no curso do processo. Logo, ainda que as partes 
tenham deixado de apresentar o rol no momento processual oportuno, nada impede 
que o magistrado determine a oitiva de tais testemunhas com fundamento no art. 156, 
inciso II, c/c art. 209, caput, do CPP.
61) As testemunhas poderão ser ouvidas em conjunto? 
Não! Como prevê o art. 210, caput, do CPP, as testemunhas serão inquiridas cada uma 
de separadamente, de modo que umas não saibam nem ouçam os depoimentos das 
outras, devendo o juiz adverti-las das penas cominadas ao falso testemunho. devendo 
o magistrado evitar que aquelas que ainda não foram ouvidas possam ter contato com 
o depoimento prestado pelas outras.
62) O que é contraditar uma testemunha? 
Contraditar a testemunha significa impugnar seu depoimento, com o objetivo de 
impedir que uma testemunha proibida de depor (CPP, art. 207) seja ouvida. Nada 
impede que a parte que arrolou a testemunha apresente contradita, devendo o 
incidente ser decidido pelo magistrado na própria audiência, antes de iniciar o 
depoimento.
Já na arguição de parcialidade, a parte pode alegar circunstâncias ou defeitos que 
tornem a testemunha suspeita de parcialidade ou indigna de fé. Nessa hipótese, o 
objetivo não é o de excluir a testemunha. Na verdade, o objetivo da arguição de 
parcialidade é o de fazer constar do ato que a testemunha é tendenciosa, o que será 
sopesado pelo magistrado quando da valoração de seu depoimento.
OBSERVAÇÃO: Consoante o disposto no art. 214 do CPP, “antes de iniciado o 
depoimento, as partes poderão contraditar a testemunha ou arguir circunstâncias ou 
defeitos, que a tornem suspeita de parcialidade, ou indigna de fé.
63) O que é o reconhecimento de pessoas ou coisas? 
Trata-se de meio de prova por meio do qual alguém identifica uma pessoa ou coisa 
que lhe é mostrada com pessoa ou coisa que já havia visto, ou que já conhecia, em ato 
processual praticado perante a autoridade policial ou judiciária, segundo o 
procedimento previsto em lei.
0 reconhecimento de pessoas e coisas não se confunde com o retrato falado. Este é 
formado a partir de informações prestadas ao perito por pessoa que tenha visto o 
autor do delito, sendo considerado não um meio de prova, mas sim um meio de 
investigação. Seu procedimento previsto no art. 226 do CPP.
64) O que é acareação? 
De acordo com Mirabete, “acarear (ou acoroar) é pôr em presença uma da outra, face 
a face, pessoas cujas declarações são divergentes. A acareação é, portanto o ato 
processual consistente na confrontaçãodas declarações de dois ou mais acusados, 
testemunhas ou ofendidos, já ouvidos, e destinado a obter o convencimento do juiz 
sobre a verdade de algum fato em que as declarações dessas pessoas forem 
divergentes”. Art. 229, CPP.
65) O que se entende por busca e apreensão? 
A busca consiste na diligência cujo objetivo é o de encontrar objetos ou pessoas. 
A apreensão deve ser tida como medida de constrição, colocando sob custódia 
determinado objeto ou pessoa. Não é de todo impossível que ocorra uma busca sem 
apreensão, e vice-versa.
66) Quem poderá determinar a busca e apreensão domiciliar? 
A busca domiciliar, somente a autoridade judiciária competente poderá expedir o 
respectivo mandado. Segundo o art. 241 do CPP, “quando a própria autoridade policial 
ou judiciária não a realizar pessoalmente, a busca domiciliar deverá ser precedida da 
expedição de mandado”. Nessa hipótese, segundo o art. 245, §1°, do CPP, devem a 
autoridade policial ou judiciária declarar previamente sua qualidade e o objeto da 
diligência.

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