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Direito Eleitoral-compactado 2020

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@dicasexconcurseira 
 
1 
 
 
 
 
 
DIREITO ELEITORAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 @dicasexconcurseira 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. Justiça Eleitoral (Aula 01) ...............................................................................................................................................................3 
2. Ministério Público Eleitoral e Alistamento Eleitoral (Aula 02) ...................................................................................................11 
3. Resolução nº 21.538 – Procedimento de Alistamento Eleitoral Eletrônico (Aula 03) ................................................................14 
4. Elegibilidade (Aula 04) .................................................................................................................................................................18 
5. Inelegibilidade (Aula 05) ..............................................................................................................................................................20 
6. Sistemas Eleitorais (Aula 06) ........................................................................................................................................................27 
7. Coligações e Processo Eleitoral (Aula 07) ....................................................................................................................................29 
8. Campanha Eleitoral e Prestação de Contas (Aula 08) .................................................................................................................37 
9. Propaganda (Aula 09) ...................................................................................................................................................................44 
10. Condutas vedadas aos agentes públicos em campanha (Aula 10) ...........................................................................................51 
11. Partidos Políticos (Aula 11) ........................................................................................................................................................53 
12. Ações Eleitorais (Aula 12) ..........................................................................................................................................................63 
13. Recursos Eleitorais (Aula 13) .....................................................................................................................................................68 
14. Processo Penal Eleitoral (Aula 14) ............................................................................................................................................69 
15. Crimes Eleitorais (Aula 15) ........................................................................................................................................................74 
16. Demais Jurisrudências................................................................................................................................................................84 
 
 
 
 
Este material foi produzido a partir do Curso de Direito Eleitoral do CERS (ano 2016) 
dos professores João Paulo e Fábio Roque + Jurisprudência do Dizer o Direito. 
 
Fique sempre atento às novidades legislativas! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 @dicasexconcurseira 
 
3 
Aula 01 
 
JUSTIÇA ELEITORAL 
 
 
1. Conceito 
 
 O Direito Eleitoral está intimamente ligado ao conceito de soberania popular (p.u., art.1º, CF - todo o poder emana do 
povo, o qual escolhe representantes ou elege diretamente). 
 
CF, Art.1º, Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos 
termos desta Constituição. 
 
 
 O direito eleitoral está ligado à escolha de representantes do povo no poder. O sufrágio é um direito político 
relacionado a essa representação. O sufrágio pode ser ativo (capacidade eleitoral ativa, direito de votar) e passivo (capacidade 
eleitoral passiva, direito de ser votado). 
 
 O direito eleitoral é ramo do direito público, que tem por objeto a fiscalização e a organização do processo eleitoral e 
dos atos que lhe são pertinentes, para que se garanta a lisura das eleições e, também, a legitimidade da representação 
popular. 
 
 Compete à justiça eleitoral organizar o processo eleitoral; e ao direito eleitoral, o estudo desse processo eleitoral. 
 
 De acordo com o art.16, CF, aplica-se o princípio da anualidade, que diz que a lei que alterar o processo eleitoral 
entrará em vigor na data de sua publicação, mas só será aplicada às eleições que ocorram a pelos menos 1 ano de sua 
publicação. Por isso que o STF disse que a lei da ficha limpa não seria aplicada às eleições de 2010, exatamente pelo princípio da 
anualidade. 
 
CF, Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que 
ocorra até 1 ano da data de sua vigência. 
 
LEI ELEITORAL à PRINCÍPIO DA ANUALIDADE/ANTERIORIDADE 
VIGÊNCIA à NA DATA DA PUBLICAÇÃO DA LEI 
EFICÁCIA à APÓS 1 ANO DA VIGÊNCIA 
 
 
2. Da Justiça Eleitoral 
 
 O ordenamento jurídico poderia escolher qualquer órgão para a organização e fiscalização das eleições. Antigamente, 
quem fazia isso era o Congresso Nacional. Mas é óbvio que o CN não é o órgão mais indicado, pois ele não tem imparcialidade. 
Há necessidade, então, deste órgão ser imparcial e, assim, é necessário que essa atuação seja feita pelo Poder Judiciário. 
 
 A Justiça Eleitoral faz parte do Poder Judiciário da União e é composta por 4 órgãos (art.118, CF): 
 i. TSE; 
 ii. TRE’s; 
 iii. Juízes Eleitorais; 
 iv. Juntas Eleitorais. 
 
 OBS: A Mesa Receptora não é órgão da justiça eleitoral! 
 
CF, Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral: 
I - o Tribunal Superior Eleitoral; 
II - os Tribunais Regionais Eleitorais; 
III - os Juízes Eleitorais; 
IV - as Juntas Eleitorais. 
 
 
 
 
 @dicasexconcurseira 
 
4 
 A Justiça Eleitoral NÃO possui um quadro próprio de magistrados; não há carreira de magistrado na Justiça Eleitoral. E 
por isso se fala que a justiça eleitoral se submete ao princípio da temporariedade na investidura de suas funções. A CF nos diz 
que os membros dos tribunais eleitorais servirão por, no mínimo, 2 anos, salvo justa causa; e, por no máximo, 4 anos 
consecutivos (nada impede que seja por mais de 4 anos, mas sem que sejam consecutivos). Os biênios não se suspendem ou 
interrompem, mesmo nas hipóteses de licenças ou de férias. Só há uma única hipótese em que o biênio de exercício do 
magistrado é suspenso: quando o membro do tribunal for parente (até 2º grau), cônjuge ou companheiro de candidato (isso vai 
durar da homologação da respectiva Convenção partidária até a apuração final da eleição). 
 
CF, Art.121, §2º - Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado, servirão por 2 anos, no mínimo, e nunca por mais de 
2 biênios consecutivos, sendo os substitutos escolhidos na mesma ocasião e pelo mesmo processo, em número igual para cada 
categoria. 
 
 A outra peculiaridade é que a organização e a competência da Justiça Eleitoral devem ser definidas em lei 
complementar (CF). Mas aí vem um problema: o Código Eleitoral é uma lei ordinária (Lei 4737/1965); mas, apesar disso, o STF 
entendeu que, quando da promulgação da CF/88, o Código Eleitoral, na parte que trata sobre organização e competência da 
Justiça Eleitoral, acabou sendo recepcionado pela CF/88. Então, o Código Eleitoral tem uma natureza jurídica mista: é, em parte, 
lei complementar (no que tange à organização e competência); e, em parte, lei ordinária (nos demais dispositivos). 
 
CF, Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organização e competência dos tribunais, dos juízes de direito e das juntas 
eleitorais. 
 
 
2.1. Tribunal Superior Eleitoral (TSE) 
 
 É o órgão de cúpula da Justiça Eleitoral e é composto por, no mínimo, 7 juízes (art.119, CF). 
 
CF, Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, nomínimo, de 7 membros, escolhidos: 
I - mediante eleição, pelo voto secreto: 
a) 3 juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal; 
b) 2 juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça; 
II - por nomeação do Presidente da República, 2 juízes dentre 6 advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados 
pelo Supremo Tribunal Federal. 
Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente dentre os Ministros do Supremo Tribunal 
Federal, e o Corregedor Eleitoral dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça. 
 
OBS: geralmente, os membros dos tribunais superiores são denominados “ministros”; no entanto, quando se fala em no mínimo 
“7 juízes”, a lei orgânica da magistratura nacional fala em “ministros”. Assim, na prova, tanto pode aparecer “juízes”, como 
“ministros”. 
 
 Dos 7 juízes: 
* 3 são ministros do STF eleitos, por voto secreto, pelos respectivos Tribunais 
* 2 são ministros do STJ 
* 2 são advogados: são nomeados pelo Presidente da República (sem necessidade de aprovação pelo CN), após o STF indicar 6 
advogados. Da escolha destes advogados, a OAB não participa. 
 
 Estes juízes da classe de advogado são também chamados de “juristas”. Esses advogados precisam ter, pelo menos, 10 
anos de experiência na advocacia. O STF, julgando o estatuto da OAB, decidiu que a função de magistratura impede o exercício 
da advocacia, COM A RESSALVA DA MAGISTRATURA ELEITORAL, por causa do princípio da temporariedade. Mas é óbvio que o 
advogado ficará proibido de advogar junto à Justiça Eleitoral, quando for escolhido para ser ministro do TSE. 
 
 No TSE, não há membros que vem do MP. 
 
 O Presidente e o Vice-Presidente do TSE serão, necessariamente, Ministros do STF. 
 
 O Corregedor-Eleitoral/Corregedor-Geral-Eleitoral será Ministro do STJ. 
 
 
 
 @dicasexconcurseira 
 
5 
 Juntamente aos membros titulares, temos também substitutos, que são chamados de suplentes, os quais serão 
convocados quando houver necessidade para complementação de quorum de julgamento. Estes suplentes são necessários 
porque, no TSE, há uma pequena quantidade de membros/juízes. Os substitutos/suplentes serão escolhidos: 
i. Na mesma ocasião: quando houver a escolha dos membros efetivos, haverá também a escolha dos suplentes; 
ii. Em mesmo número: há 7 efetivos e 7 substitutos/suplentes; 
iii. Através do mesmo processo de escolha dos efetivos. 
 
 Evidentemente, a substituição só poderá ocorrer dentro da mesma classe. 
 
Impedimentos: 
 
a. Não poderá fazer parte do mesmo tribunal cônjuges, companheiros e parentes entre si até o 4º grau; 
b. Não poderá atuar no tribunal o membro que tenha parentesco até o 2º grau com candidato naquela circunscrição eleitoral 
(ou seja, quando o parente for candidato à presidente ou vice-presidente, pois a circunscrição eleitoral aqui é “federal”, a 
União); 
c. Impedimentos aplicados apenas à classe de juristas (advogados): os advogados escolhidos para compor o TSE não podem ter 
cargo em comissão (cargo demissível ad nutum); não podem ter empresa que goze de favores estatais; não podem exercer 
mandato eletivo. 
 
 No período de afastamento do membro do tribunal, haverá a suspensão de contagem do biênio (como já foi visto 
acima). 
 
 O TSE julga por maioria de votos, devendo estar presentes a maioria de seus membros. 
 Quórum de instalação = quorum de deliberação = maioria simples. 
 Um tribunal eleitoral (qualquer que seja) sempre julga em seu Pleno, em sessão pública. 
 
 Mas há exceções, que dizem respeito às hipóteses da necessidade da presença de todos os membros (quórum de 
instalação = todos os membros; quorum de deliberação = maioria simples): 
i. Quando houver discussão de lei eleitoral frente à CF (quando se argüi, perante o TSE, a inconstitucionalidade de lei eleitoral); 
ii. Cassação do registro de partidos políticos (pelo paralelismo das formas, da mesma forma que algo é extinto, também deverá 
ser criado. Assim, registro dos partidos políticos também se faz perante o TSE); 
iii. Para julgamento de recursos referentes à anulação geral de eleições; 
iv. Quando há recurso em virtude da cassação de diploma. 
 
Competência: 
 
 A competência do TSE pode ser dividida em (ver artigos mais abaixo): 
a. Competência judicial (art.22, CE). 
b. Competência administrativa (art.23. CE). 
 
 Se formos dividir a competência dos tribunais em relação às eleições, teremos: 
i. Competência para as eleições presidenciais: TSE. 
ii. Competência para as eleições federais e estaduais (deputado e senador): TRE. 
iii. Competência para as eleições municipais: Juízes e Juntas Eleitorais. 
 
 
 Mas, aqui, há exceções: as eleições devem ocorrer no 1º domingo de outubro, e no último domingo de outubro, se 
houver segundo turno. Mas a CF acabou não definindo completamente todas as hipóteses de datas de eleição. Daí, vem as 
exceções: 
a. O TSE irá designar a data para realização das eleições presidenciais e federais, quando tal data não estiver prevista no 
ordenamento jurídico. 
b. O TRE irá designar a data para realização das eleições estaduais (Governador e Vice-Governador, e Deputados Estaduais) e 
municipais (Prefeitos e Vice-Prefeitos, e Vereadores), quando tal data não estiver prevista no ordenamento jurídico. 
c. Nas eleições municipais, o recurso contra expedição de diploma (RCED) será julgado pelo TRE. 
 Nas eleições estaduais e federais, o recurso contra a expedição de diploma será julgado pelo TSE. 
 Nas eleições presidenciais, NÃO CABE RCED, por ausência de previsão legal. 
 
 
 
 
 @dicasexconcurseira 
 
6 
Código Eleitoral (CE), Art. 22. Compete ao Tribunal Superior: à COMPETÊNCIA JUDICIAL DO TSE 
I - Processar e julgar originariamente: 
a) o registro e a cassação de registro de partidos políticos, dos seus diretórios nacionais e de candidatos à Presidência e vice-
presidência da República; 
b) os conflitos de jurisdição entre Tribunais Regionais e juizes eleitorais de Estados diferentes; 
c) a suspeição ou impedimento aos seus membros, ao Procurador Geral e aos funcionários da sua Secretaria; 
d) os crimes eleitorais e os comuns que lhes forem conexos cometidos pelos seus próprios juizes e pelos juizes dos Tribunais 
Regionais; 
e) o habeas corpus ou mandado de segurança, em matéria eleitoral, relativos a atos do Presidente da República, dos Ministros de 
Estado e dos Tribunais Regionais; ou, ainda, o habeas corpus, quando houver perigo de se consumar a violência antes que o juiz 
competente possa prover sobre a impetração; 
f) as reclamações relativas a obrigações impostas por lei aos partidos políticos, quanto à sua contabilidade e à apuração da origem 
dos seus recursos; 
g) as impugnações á apuração do resultado geral, proclamação dos eleitos e expedição de diploma na eleição de Presidente e Vice-
Presidente da República; 
h) os pedidos de desaforamento dos feitos não decididos nos Tribunais Regionais dentro de 30 dias da conclusão ao relator, 
formulados por partido, candidato, Ministério Público ou parte legitimamente interessada. 
i) as reclamações contra os seus próprios juizes que, no prazo de 30 dias a contar da conclusão, não houverem julgado os feitos a 
eles distribuídos. 
j) a ação rescisória, nos casos de inelegibilidade, desde que intentada dentro de 120 dias de decisão irrecorrível, possibilitando-se 
o exercício do mandato eletivo até o seu trânsito em julgado. 
II - julgar os recursos interpostos das decisões dos Tribunais Regionais nos termos do Art. 276 inclusive os que versarem matéria 
administrativa. 
Parágrafo único. As decisões do Tribunal Superior são irrecorríveis, salvo nos casos do Art. 281. 
 
CE, Art. 281. São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior, salvo as que declararem a invalidade de lei ou ato contrário à 
Constituição Federal e as denegatórias de "habeas corpus" ou mandadode segurança, das quais caberá recurso ordinário para o 
Supremo Tribunal Federal, interposto no prazo de 3 dias. 
 
CF, Art.121, §3º - São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior Eleitoral, salvo as que contrariarem esta Constituição e as 
denegatórias de habeas corpus ou mandado de segurança. 
 
 
CE, Art. 23 - Compete, ainda, privativamente, ao Tribunal Superior: à COMPETÊNCIA ADMINISTRATIVA DO TSE 
I - elaborar o seu regimento interno; 
II - organizar a sua Secretaria e a Corregedoria Geral, propondo ao Congresso Nacional a criação ou extinção dos cargos 
administrativos e a fixação dos respectivos vencimentos, provendo-os na forma da lei; 
III - conceder aos seus membros licença e férias assim como afastamento do exercício dos cargos efetivos; 
IV - aprovar o afastamento do exercício dos cargos efetivos dos juizes dos Tribunais Regionais Eleitorais; 
V - propor a criação de Tribunal Regional na sede de qualquer dos Territórios; 
VI - propor ao Poder Legislativo o aumento do número dos juizes de qualquer Tribunal Eleitoral, indicando a forma desse 
aumento; 
VII - fixar as datas para as eleições de Presidente e Vice-Presidente da República, senadores e deputados federais, quando não o 
tiverem sido por lei: 
VIII - aprovar a divisão dos Estados em zonas eleitorais ou a criação de novas zonas; 
IX - expedir as instruções que julgar convenientes à execução deste Código; 
X - fixar a diária do Corregedor Geral, dos Corregedores Regionais e auxiliares em diligência fora da sede; 
XI - enviar ao Presidente da República a lista tríplice organizada pelos Tribunais de Justiça nos termos do ar. 25; 
XII - responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas em tese por autoridade com jurisdição, federal ou órgão 
nacional de partido político; 
XIII - autorizar a contagem dos votos pelas mesas receptoras nos Estados em que essa providência for solicitada pelo Tribunal 
Regional respectivo; 
XIV - requisitar a força federal necessária ao cumprimento da lei, de suas próprias decisões ou das decisões dos Tribunais Regionais 
que o solicitarem, e para garantir a votação e a apuração; 
XV - organizar e divulgar a Súmula de sua jurisprudência; 
XVI - requisitar funcionários da União e do Distrito Federal quando o exigir o acúmulo ocasional do serviço de sua Secretaria; 
XVII - publicar um boletim eleitoral; 
XVIII - tomar quaisquer outras providências que julgar convenientes à execução da legislação eleitoral. 
 
 
 @dicasexconcurseira 
 
7 
2.2. Tribunal Regional Eleitoral (TRE) 
 
CF, Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na Capital de cada Estado e no Distrito Federal. 
§1º - Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão: 
I - mediante eleição, pelo voto secreto: 
a) de 2 juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça; 
b) de 2 juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça; 
II - de 1 juiz do Tribunal Regional Federal com sede na Capital do Estado ou no Distrito Federal, ou, não havendo, de juiz federal, 
escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal Regional Federal respectivo; 
III - por nomeação, pelo Presidente da República, de 2 juízes dentre 6 advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, 
indicados pelo Tribunal de Justiça. 
§2º - O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente- dentre os desembargadores. 
 
 
 Haverá um TRE na capital de cada estado (e só haverá apenas um TRE em cada estado) e no DF. 
 O TRE é composto por, no mínimo, 7 juízes, e, no máximo, 9 juízes. Chama-se “juízes”, mas eles são conhecidos como 
“desembargadores”. 
 
 Dos 7 juízes: 
i. 2 são desembargadores do TJ; eleitos através do voto secreto pelo próprio TJ 
ii. 2 são juízes de direito; 
iii. 1 é juiz do TRF ou juiz federal (será juiz federal quando no estado não tiver sede de TRF); -------------------------------
-------------------------------------------------------------------- escolhido pelo respectivo TRF 
iv. 2 advogados (chamados de juiz da classe de juristas). 
---escolhido pelo Presidente, a partir de seis indicados do TJ. 
 
 Para a nomeação desses 2 advogados, há um procedimento previsto no Código Eleitoral: compete ao TJ elaborar 2 
listas tríplices à que serão enviadas ao TSE, o qual irá publicá-las à cabendo contra elas impugnação/reclamação, pelo partido 
político ou MP eleitoral, no prazo de 5 dias à o TSE analisa essas listas (verifica se em relação aos “impedimentos” está tudo ok) 
à o TSE pode entender pela procedência ou improcedência à se considerada procedente, o TSE vai remeter a lista ao 
Presidente para que escolha 2 advogados à se considerada improcedente, o TSE vai eliminar da lista o nome impugnado, 
devolver a lista ao TJ para complementação e novo envio ao TSE. 
 
 No TRE, também serão escolhidos substitutos/suplentes a serem escolhidos: 
a. Na mesma ocasião; 
b. Pelo mesmo processo; 
c. Em mesmo número. 
 
 O Presidente e o Vice-Presidente, obrigatoriamente, serão desembargadores do TJ. 
 A escolha do Corregedor-Regional-Eleitoral é matéria de Regimento Interno. 
 O TRE julga por maioria de votos, estando a maioria de seus membros presentes. 
 Quórum de instalação = maioria simples; quórum de deliberação = maioria simples). 
 Pelo Código Eleitoral, não há exceção a essa regra. 
 
Competência: art.29, CE. 
 
Art.29 do CE: competência judicial 
Art.30 do CE: competência administrativa. 
 
ATENÇÃO! O TRE não possui a competência regulamentar que o TSE tem. 
 
CE, Art. 29. Compete aos Tribunais Regionais: à COMPETÊNCIA JUDICIAL DO TRE 
I - processar e julgar originariamente: 
a) o registro e o cancelamento do registro dos diretórios estaduais e municipais de partidos políticos, bem como de candidatos a 
Governador, Vice-Governadores, e membro do Congresso Nacional e das Assembléias Legislativas; 
b) os conflitos de jurisdição entre juizes eleitorais do respectivo Estado; 
c) a suspeição ou impedimentos aos seus membros ao Procurador Regional e aos funcionários da sua Secretaria assim como aos 
juizes e escrivães eleitorais; 
 
 
 @dicasexconcurseira 
 
8 
d) os crimes eleitorais cometidos pelos juizes eleitorais; 
e) o habeas corpus ou mandado de segurança, em matéria eleitoral, contra ato de autoridades que respondam perante os Tribunais 
de Justiça por crime de responsabilidade e, em grau de recurso, os denegados ou concedidos pelos juizes eleitorais; ou, ainda, o 
habeas corpus quando houver perigo de se consumar a violência antes que o juiz competente possa prover sobre a impetração; 
f) as reclamações relativas a obrigações impostas por lei aos partidos políticos, quanto a sua contabilidade e à apuração da origem 
dos seus recursos; 
g) os pedidos de desaforamento dos feitos não decididos pelos juizes eleitorais em 30 dias da sua conclusão para julgamento, 
formulados por partido candidato Ministério Público ou parte legitimamente interessada sem prejuízo das sanções decorrentes do 
excesso de prazo. 
II - julgar os recursos interpostos: 
a) dos atos e das decisões proferidas pelos juizes e juntas eleitorais. 
b) das decisões dos juizes eleitorais que concederem ou denegarem habeas corpus ou mandado de segurança. 
Parágrafo único. As decisões dos Tribunais Regionais são irrecorríveis, salvo nos casos do Art. 276. 
 
CE, Art. 276. As decisões dos Tribunais Regionais são terminativas, salvo os casos seguintes em que cabe recurso para o Tribunal 
Superior: 
I - especial: 
a) quando forem proferidas contra expressa disposição de lei; 
b) quando ocorrer divergência na interpretação de lei entre 2 ou mais tribunais eleitorais. 
II - ordinário: 
a) quando versarem sôbre expedição de diplomas nas eleições federaise estaduais; 
b) quando denegarem habeas corpus ou mandado de segurança. 
 
CF, Art.121, §4º - Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais somente caberá recurso quando: 
I - forem proferidas contra disposição expressa desta Constituição ou de lei; 
II - ocorrer divergência na interpretação de lei entre 2 ou mais tribunais eleitorais; 
III - versarem sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas nas eleições federais ou estaduais; 
IV - anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos eletivos federais ou estaduais; 
V - denegarem habeas corpus, mandado de segurança, habeas data ou mandado de injunção. 
 
 
CE, Art. 30. Compete, ainda, privativamente, aos Tribunais Regionais: à COMPETÊNCIA ADMINISTRATIVA DO TSE 
I - elaborar o seu regimento interno; 
II - organizar a sua Secretaria e a Corregedoria Regional provendo-lhes os cargos na forma da lei, e propor ao Congresso Nacional, 
por intermédio do Tribunal Superior a criação ou supressão de cargos e a fixação dos respectivos vencimentos; 
III - conceder aos seus membros e aos juizes eleitorais licença e férias, assim como afastamento do exercício dos cargos efetivos 
submetendo, quanto aqueles, a decisão à aprovação do Tribunal Superior Eleitoral; 
IV - fixar a data das eleições de Governador e Vice-Governador, deputados estaduais, prefeitos, vice-prefeitos, vereadores e juizes 
de paz, quando não determinada por disposição constitucional ou legal; 
V - constituir as juntas eleitorais e designar a respectiva sede e jurisdição; 
VI - indicar ao tribunal Superior as zonas eleitorais ou seções em que a contagem dos votos deva ser feita pela mesa receptora; 
VII - apurar com os resultados parciais enviados pelas juntas eleitorais, os resultados finais das eleições de Governador e Vice-
Governador de membros do Congresso Nacional e expedir os respectivos diplomas, remetendo dentro do prazo de 10 dias após a 
diplomação, ao Tribunal Superior, cópia das atas de seus trabalhos; 
VIII - responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas, em tese, por autoridade pública ou partido político; 
IX - dividir a respectiva circunscrição em zonas eleitorais, submetendo essa divisão, assim como a criação de novas zonas, à 
aprovação do Tribunal Superior; 
X - aprovar a designação do Ofício de Justiça que deva responder pela escrivania eleitoral durante o biênio; 
XII - requisitar a força necessária ao cumprimento de suas decisões, solicitar ao Tribunal Superior a requisição de força federal; 
XIII - autorizar, no Distrito Federal e nas capitais dos Estados, ao seu presidente e, no interior, aos juizes eleitorais, a requisição de 
funcionários federais, estaduais ou municipais para auxiliarem os escrivães eleitorais, quando o exigir o acúmulo ocasional do 
serviço; 
XIV - requisitar funcionários da União e, ainda, no Distrito Federal e em cada Estado ou Território, funcionários dos respectivos 
quadros administrativos, no caso de acúmulo ocasional de serviço de suas Secretarias; 
XV - aplicar as penas disciplinares de advertência e de suspensão até 30 dias aos juizes eleitorais; 
XVI - cumprir e fazer cumprir as decisões e instruções do Tribunal Superior; 
XVII - determinar, em caso de urgência, providências para a execução da lei na respectiva circunscrição; 
XVIII - organizar o fichário dos eleitores do Estado. 
OBSERVEM QUE O ROL DA 
CF É MAIS AMPLO E, 
OBVIAMENTE, POR SER A 
LEI MAIOR DO 
ORDENAMENTO, DEVE 
PREVALECER 
 
 
 @dicasexconcurseira 
 
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XIX - suprimir os mapas parciais de apuração mandando utilizar apenas os boletins e os mapas totalizadores, desde que o menor 
número de candidatos às eleições proporcionais justifique a supressão, observadas as seguintes normas: 
a) qualquer candidato ou partido poderá requerer ao Tribunal Regional que suprima a exigência dos mapas parciais de 
apuração; 
b) da decisão do Tribunal Regional qualquer candidato ou partido poderá, no prazo de 3 dias, recorrer para o Tribunal Superior, 
que decidirá em 5 dias; 
c) a supressão dos mapas parciais de apuração só será admitida até 6 meses antes da data da eleição; 
d) os boletins e mapas de apuração serão impressos pelos Tribunais Regionais, depois de aprovados pelo Tribunal 
Superior; 
e) o Tribunal Regional ouvira os partidos na elaboração dos modelos dos boletins e mapas de apuração a fim de que estes atendam 
às peculiaridade locais, encaminhando os modelos que aprovar, acompanhados das sugestões ou impugnações formuladas pelos 
partidos, à decisão do Tribunal Superior. 
 
 
2.3. Juízes Eleitorais 
 
 Os juízes eleitorais são juízes de direito. E, como juízes de direito, eles devem ter as prerrogativas próprias das 
magistraturas, dentre elas a inamovibilidade e a vitaliciedade. Agora, a vitaliciedade vai ser estabelecida para o juiz de direito, e 
não em relação ao fato de ser juiz eleitoral. Essa é a regra, mas, na prática, isso nem sempre acontece. Muitas vezes, em 
Municípios muito longíquos e pobres, juízes em estágio probatório - se houver a sorte de ter juiz - exercem a função eleitoral. 
 
CF, Art.121, §1º - Os membros dos tribunais, os juízes de direito e os integrantes das juntas eleitorais, no exercício de suas 
funções, e no que lhes for aplicável, gozarão de plenas garantias e serão inamovíveis. 
 
 
 Quando houver mais de um juiz de direito em condições de ser juiz eleitoral, será estabelecido entre eles um sistema 
de rodízio (Res. nº 21.009 TSE): cada juiz exerce a função eleitoral pelo prazo de 2 anos, sendo vedada a recondução para o 
período posterior. 
 
 O juiz eleitoral deve despachar todos os dias na sede da zona eleitoral (a competência do juiz eleitoral é sobre a zona 
eleitoral; a zona eleitoral é o menor espaço de competência da justiça eleitoral). 
 
 O juiz eleitoral é assessorado pelo escrivão eleitoral, chamado, hoje, de chefe de cartório eleitoral, que é servidor da 
justiça eleitoral que exercerá esta função de confiança, por indicação do juiz eleitoral e designação do TRE. Mas, como a 
escassez de servidores da justiça eleitoral ainda é grande, ainda temos escrivães eleitorais (aquele que não é servidor da justiça 
eleitoral, mas que é investido desta função durante certo período). Na prova, provavelmente vá se utilizar o termo “escrivão 
eleitoral”, mas saiba que “chefe de cartório eleitoral” é o termo mais moderno para tanto. 
 
 O chefe de cartório eleitoral será indicado pelo juiz eleitoral e designado pelo TRE para atuar no período de 2 anos. 
Mas, para ambos (juiz eleitoral e chefe de cartório eleitoral), não há limite de recondução. 
 
 Proibições ao escrivão eleitoral: 
i. Não pode ser candidato, nem parente de candidato até o 2º grau, incluindo cônjuges e companheiros, naquela circunscrição 
eleitoral; 
ii. Não pode fazer parte de diretório de partido político. 
 
 
Competências do juiz eleitoral: art.35, CE. 
 
CE, Art. 35. Compete aos juízes: 
I - cumprir e fazer cumprir as decisões e determinações do Tribunal Superior e do Regional; 
II - processar e julgar os crimes eleitorais e os comuns que lhe forem conexos, ressalvada a competência originária do Tribunal 
Superior e dos Tribunais Regionais; 
III - decidir habeas corpus e mandado de segurança, em matéria eleitoral, desde que essa competência não esteja atribuída 
privativamente a instância superior. 
IV - fazer as diligências que julgar necessárias a ordem e presteza do serviço eleitoral; 
V - tomar conhecimento das reclamações que lhe forem feitas verbalmente ou por escrito, reduzindo-as a termo, e determinando 
as providências que cada caso exigir; 
 
 
 @dicasexconcurseira 
 
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VI - indicar, para aprovação do Tribunal Regional, a serventia de justiça que deve ter o anexo daescrivania eleitoral; 
VIII - dirigir os processos eleitorais e determinar a inscrição e a exclusão de eleitores; 
IX- expedir títulos eleitorais e conceder transferência de eleitor; 
X - dividir a zona em seções eleitorais; 
XI - mandar organizar, em ordem alfabética, relação dos eleitores de cada seção, para remessa a mesa receptora, juntamente com 
a pasta das folhas individuais de votação; 
XII - ordenar o registro e cassação do registro dos candidatos aos cargos eletivos municiais e comunicá-los ao Tribunal 
Regional; 
XIII - designar, até 60 dias antes das eleições, os locais das seções; 
XIV - nomear, 60 dias antes da eleição, em audiência pública anunciada com pelo menos 5 dias de antecedência, os membros das 
mesas receptoras; 
XV - instruir os membros das mesas receptoras sobre as suas funções; 
XVI - providenciar para a solução das ocorrências que se verificarem nas mesas receptoras; 
XVII - tomar todas as providências ao seu alcance para evitar os atos viciosos das eleições; 
XVIII - fornecer aos que não votaram por motivo justificado e aos não alistados, por dispensados do alistamento, um certificado 
que os isente das sanções legais; 
XIX - comunicar, até às 12 horas do dia seguinte a realização da eleição, ao Tribunal Regional e aos delegados de partidos 
credenciados, o número de eleitores que votarem em cada uma das seções da zona sob sua jurisdição, bem como o total de 
votantes da zona. 
 
 
2.4. Juntas Eleitorais 
 
 A Junta Eleitoral é órgão colegiado do primeiro grau da justiça eleitoral. 
 As juntas eleitorais entraram em desuso e, em uma próxima reforma política, elas deveriam ser extintas. 
 As juntas eleitorais tinham um papel importante na apuração, porque são responsáveis primordialmente pela apuração 
- mas, hoje, a apuração é eletrônica. 
 Os juízes eleitorais trabalham até a data da eleição; as juntas eleitorais trabalham a partir da data da eleição até a sua 
apuração. Por isso que, diferentemente do juiz eleitoral, as juntas eleitorais são temporárias (enquanto que os juízes eleitorais 
trabalham independentemente de se estar ou não em eleição). 
 É composta por 1 juiz de direito + 2 ou 4 cidadãos de notória idoneidade. 
 Esse juiz de direito, que será sempre o presidente da Junta, nem sempre será juiz eleitoral. A exigência da lei é que ele 
seja sempre juiz de direito (o ideal é que seja também juiz eleitoral). 
 A junta eleitoral tem a aprovação dos nomes daqueles que a compõem feita pelo TRE e a nomeação de seus 
membros será feita pelo presidente do TRE. Não se sabe quem indica esses membros (questão abordada nos regimentos 
internos). 
 A aprovação e nomeação é feita em audiência pública, em até 60 dias antes das eleições. Sua realização deve ser 
publicada com antecedência de 10 dias da realização da audiência, para que possa ser feita impugnação, em até 3 dias, pelos 
partidos políticos e pelo MP Eleitoral. 
 
 Impedimentos para que se faça parte de Junta Eleitoral: 
i. Candidato e parente de candidato até 2º grau; 
ii. Pessoa que faça parte de diretório de partido político, desde que seus nomes tenham sido oficialmente publicados; 
iii. Autoridades e agentes policiais; 
iv. Aqueles que tenham cargo de confiança no Poder Executivo; 
v. Aqueles que tenham idade inferior a 18 anos; 
vi. Os que pertencerem ao serviço eleitoral; 
vii. Não podem fazer parte da mesma junta: parentes, entre si, de qualquer grau; empregados da mesma empresa; ou 
servidores da mesma repartição. 
 
 Escrutinadores e auxiliares eram nomeados para ajudar a Junta Eleitoral para fazer a contagem. Essa nomeação era 
realizada pelo presidente da Junta e, em regra, essa nomeação era facultativa. Mas a nomeação passaria a ser obrigatória nas 
zonas em que houvessem mais de 10 urnas a apurar. Admite-se, ainda, a divisão da Junta em Turmas, onde cada turma poderia 
apurar uma única urna. Cada Turma teria um Secretário, nomeado pelo presidente. 
 
 
 
 
 
 
 @dicasexconcurseira 
 
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Competência da Junta: art.40, CE. 
 
CE, Art. 40. Compete à Junta Eleitoral; 
I - apurar, no prazo de 10 dias, as eleições realizadas nas zonas eleitorais sob a sua jurisdição. 
II - resolver as impugnações e demais incidentes verificados durante os trabalhos da contagem e da apuração; 
III - expedir os boletins de apuração mencionados no Art. 178; 
IV - expedir diploma aos eleitos para cargos municipais. 
Parágrafo único. Nos municípios onde houver mais de uma junta eleitoral a expedição dos diplomas será feita pelo que for presidida 
pelo juiz eleitoral mais antigo, à qual as demais enviarão os documentos da eleição. 
 
 
 
Aula 02 
 
MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL E ALISTAMENTO ELEITORAL 
 
 O Ministério Público Eleitoral (MP Eleitoral), enquanto órgão autônomo, não existe. O Ministério Público da União é 
formado pelos: Ministério Público Federal, Ministério Público Militar, Ministério Público do Trabalho e Ministério Público do 
Distrito Federal e Territórios, mas não fala em MP Eleitoral. Por isso, é que se vai falar no princípio da federalização, que 
significa que as funções eleitorais do MP serão desenvolvidas pelo Ministério Público Federal. 
 
 O Procurador Geral Eleitoral (que chefia o MP Eleitoral) é, obrigatoriamente, o Procurador Geral da República (chefe 
do MP Federal). 
 
 OBS: não há limite para recondução do Procurador Geral Eleitoral. 
 
 O Procurador Geral Eleitoral pode designar membros do MP Federal, com atuação no DF, para atuarem enquanto seus 
assessores. Na verdade, esses auxiliares são auxiliares de gabinete; mas eles não poderão compor a mesa da sessão de 
julgamento do TSE. 
 
 Compete ao Procurador Geral Eleitoral atuar perante o TSE (atua em todo e qualquer ato eleitoral). O art.24 do CE trata 
de suas atribuições: 
 
CE, Art. 24. Compete ao Procurador Geral, como Chefe do Ministério Público Eleitoral; 
I - assistir às sessões do Tribunal Superior e tomar parte nas discussões; 
II - exercer a ação pública e promovê-la até final, em todos os feitos de competência originária do Tribunal; 
III - oficiar em todos os recursos encaminhados ao Tribunal; 
IV - manifestar-se, por escrito ou oralmente, em todos os assuntos submetidos à deliberação do Tribunal, quando solicitada sua 
audiência por qualquer dos juizes, ou por iniciativa sua, se entender necessário; 
V - defender a jurisdição do Tribunal; 
VI - representar ao Tribunal sobre a fiel observância das leis eleitorais, especialmente quanto à sua aplicação uniforme em todo o 
País; 
VII - requisitar diligências, certidões e esclarecimentos necessários ao desempenho de suas atribuições; 
VIII - expedir instruções aos órgãos do Ministério Público junto aos Tribunais Regionais; 
IX - acompanhar, quando solicitado, o Corregedor Geral, pessoalmente ou por intermédio de Procurador que designe, nas 
diligências a serem realizadas. 
 
 
 O Procurador Regional Eleitoral é o membro do Tribunal que atua perante o TRE. 
 
 Seguindo o princípio da federalização, o Procurador Regional Eleitoral também será membro do Ministério Público 
Federal. Como já dito, ele é designado pelo Procurador Geral Eleitoral para exercer sua função pelo prazo de 2 anos, permitida 
uma única recondução. 
 
 As atribuições do Procurador Regional Eleitoral são as mesmas designadas pelo art.24 do CE, sendo que frente ao TRE 
(e não ao TSE). 
 
 
 
 @dicasexconcurseira 
 
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 Os membros do MP Eleitoral que atuam perante juiz eleitoral são chamados de Promotores Eleitorais. Só que os 
promotores eleitorais não são membros do MP Federal, mas, sim, do MP Estadual. Aplica-se, aqui, o princípio da delegação: o 
Promotor Eleitoral será designado pelo Procurador Regional Eleitoral, que é membro do MP Federal, dentre os membros do 
MP Estadual. 
 
 A competência do Promotor Eleitoral é a mesma do Procurador Geral Eleitoral (perante o TSE)e do Procurador 
Regional Eleitoral (perante o TRE) - aquelas listadas no art.24, CE -, só que atuando perante o Juiz Eleitoral. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DE OLHO NA JURIS! Competência para julgar MS impetrado contra Procurador Regional Eleitoral 
Compete ao juízo da vara federal com atuação na cidade de domicílio do impetrante processar e julgar mandado de segurança 
impetrado por promotor de justiça contra ato administrativo de procurador regional eleitoral, desde que não se trate de 
matéria eleitoral. STF. 1ª Turma. CC 7698/PI, rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 13/5/2014 (Info 746). 
 
Designação de Promotor Eleitoral 
O art. 79 da LC 75/93, que confere ao Procurador Regional Eleitoral a incumbência de designar os membros do Ministério 
Público estadual que atuarão junto à Justiça Eleitoral, é constitucional tanto sob o ponto de vista formal como material. O 
Procurador-Geral da República detém a prerrogativa, ao lado daquela atribuída ao Chefe do Poder Executivo, de iniciar os 
projetos de lei que versem sobre a organização e as atribuições do Ministério Público Eleitoral. A designação de membro do 
Ministério Público local (estadual) como Promotor Eleitoral por Procurador Regional Eleitoral, que é membro do Ministério 
Público Federal, não afronta a autonomia administrativa do Ministério Público do Estado. STF. Plenário. ADI 3802/DF, Rel. Min. 
Dias Toffoli, julgado em 10/3/2016 (Info 817). 
 
 
 
 Alistamento eleitoral é o ato produzido pelo Juiz Eleitoral, através do qual determinado nacional adquire a cidadania 
(capacidade de exercer direitos políticos). 
 
 O alistamento é tido pelo art.42, CE, como qualificação e inscrição, porque, na realidade, ao se fazer o requerimento de 
alistamento, a Justiça Eleitoral irá verificar se todos os requisitos exigidos para o alistamento estão cumpridos. Se tais requisitos 
forem cumpridos, passamos para a inscrição. 
 Neste ponto, podemos dizer que o alistamento é um ato declaratório e constitutivo: declaratório porque qualifica o 
nacional e constitutivo porque altera sua situação jurídica (de nacional passa a ser cidadão). 
 
 Há situações em que o alistamento é proibido, facultado e obrigatório. 
 
PRINCÍPIO DA 
FEDERALIZAÇÃO 
O PROCURADOR GERAL ELEITORAL (CHEFE DO MP ELEITORAL) É O 
PROCURADOR GERAL DA REPÚBLICA (CHEFE DO MP FEDERAL) E ATUARÁ 
PERANTE O TSE. NÃO HÁ LIMITE PARA SUA RECONDUÇÃO. 
O PROCURADOR REGIONAL ELEITORAL TAMBÉM É MEMBRO DO MP 
FEDERAL E SERÁ DESIGNADO COMO TAL PELO PROCURADOR GERAL 
ELEITORAL. ATUARÁ PERANTE O TER. 2 ANOS + 1 ÚNICA RECONDUÇÃO 
O MPF (que integra o 
MPU) desenvolverá as 
funções do MP Eleitoral. 
PRINCÍPIO DA 
DELEGAÇÃO 
O PROMOTOR ELEITORAL SERÁ MEMBRO DO MP ESTADUAL E É ESCOLHIDO 
PELO PROCURADOR REGIONAL ELEITORAL PARA ATUAR FRENTE AOS JUÍZES 
ELEITORAIS. 
 
 
 @dicasexconcurseira 
 
13 
 Situações em que o alistamento é PROIBIDO: 
 i. Estrangeiros; 
 Exceção (Resolução 21538 TSE): portugueses beneficiados pelo Estatuto da Amizade, desde que exista reciprocidade do 
direito com os brasileiros em Portugal. 
 
 ii. Conscritos no serviço militar obrigatório; é o chamado “recruta”, que está no serviço militar inicial. Tecnicamente, ele 
ainda não é militar; é terceiro em colaboração com o Poder Público. Mas... O conscrito inicia o “serviço militar” no ano em que 
completa 19 anos (se inscreve para o exército aos 18 anos). Só que, no ano em que ele completa 19 anos é possível que ele já 
seja alistado eleitoralmente (a partir dos 16 anos). Neste caso, esse conscrito terá seu título cancelado? O TSE entende que NÃO, 
mas durante o período da conscrição ele ficará proibido de exercer direitos políticos. É como se sua inscrição ficasse suspensa. 
 
CF, Art.14, §2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar obrigatório, os 
conscritos. 
 
 
 iii. Causas de perda/suspensão dos direitos políticos. - art.15, CF: perda da nacionalidade por sentença transitado em 
julgado; a condenação criminal transitada em julgado; a incapacidade civil absoluta; a recusa de cumprir a obrigação a todos 
imposta ou sua prestação alternativa, nos termos da lei; e improbidade administrativa. 
 
CF, Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: 
I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado; 
II - incapacidade civil absoluta; 
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; 
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; 
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º. 
 
 
 Situações em que o alistamento é FACULTADO: nos casos em que o alistamento for facultativo, o voto também será 
facultativo. 
 i. Analfabetos; - caso deixe de ser analfabeto, o alistamento passa a ser obrigatório (mas não pagará multa pelo 
alistamento tardio). 
 
 ii. Maiores de 16 e menores de 18 anos; - Resolução 21.538 TSE: é proibido o alistamento nos 150 dias que antecedem 
as eleições (Lei 9.504). Assim, o 151º é o último dia para o alistamento eleitoral. Imaginando que tenha uma pessoa que faça 16 
anos dentro do período em que o alistamento é proibido. Neste caso, ela não poderá se alistar no seu aniversário. Assim, a 
Resolução diz que aquele completar 16 anos até a data das eleições poderá requerer seu alistamento antes, respeitado o 
período de proibição. Mas, para os efeitos jurídicos, considera-se como se esse alistamento tivesse sido feito no dia em que ele 
completou 16 anos. Assim, é o como se se expedisse o título de eleitor (antes), mas ele só produzisse efeitos quando ele 
completasse efetivamente 16 anos. 
 
 iii. Maiores de 70 anos. 
 
CF, Art.14, §1º O alistamento eleitoral e o voto são: 
II - facultativos para: 
a) os analfabetos; 
b) os maiores de 70 anos; 
c) os maiores de 16 e menores de 18 anos. 
 
 
 Situações em que o alistamento é OBRIGATÓRIO: 
 i. Alfabetizados que tenham mais de 18 e menos de 70 anos; 
 
 ii. Brasileiros naturalizados, até 1 ano da naturalização; 
 
 iii. Brasileiros natos até completar 19 anos. à No caso de a pessoa completar 19 anos em ano que não haja eleição: se 
ele conseguir se alistar até a primeira eleição depois que ele tenha completado 19 anos, não lhe será aplicada qualquer 
penalidade. 
 
 
 
 @dicasexconcurseira 
 
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CF, Art.14, §1º O alistamento eleitoral e o voto são: 
I - obrigatórios para os maiores de 18 anos; 
 
OBS: a penalidade por não votar é de R$3,00 (pena de multa). Além desta multa, outras existirão outras consequências (art.7º, 
§1º, CE). 
 
CE, Art. 7º O eleitor que deixar de votar E não se justificar perante o juiz eleitoral até 30 dias após a realização da eleição, incorrerá 
na multa de 3 a 10% sobre o salário-mínimo da região, imposta pelo juiz eleitoral e cobrada na forma prevista no art. 367. 
§1º Sem a prova de que votou na última eleição, pagou a respectiva multa ou de que se justificou devidamente, não poderá o 
eleitor: 
I - inscrever-se em concurso ou prova para cargo ou função pública, investir-se ou empossar-se neles; 
II - receber vencimentos, remuneração, salário ou proventos de função ou emprego público, autárquico ou para estatal, bem como 
fundações governamentais, empresas, institutos e sociedades de qualquer natureza, mantidas ou subvencionadas pelo governo 
ou que exerçam serviço público delegado, correspondentes ao 2º mês subsequente ao da eleição; 
III - participar de concorrência pública ou administrativa da União, dos Estados, dos Territórios, do Distrito Federal ou dos 
Municípios, ou das respectivas autarquias; 
IV - obter empréstimos nas autarquias, sociedades de economia mista, caixas econômicas federais ou estaduais, nos institutos e 
caixas de previdência social, bem como em qualquer estabelecimento de crédito mantido pelo governo, ou de cuja administração 
este participe, e com essas entidades celebrar contratos; 
V - obterpassaporte ou carteira de identidade; 
VI - renovar matrícula em estabelecimento de ensino oficial ou fiscalizado pelo governo; 
VII - praticar qualquer ato para o qual se exija quitação do serviço militar ou imposto de renda. 
 
 
 Uma das competências do juiz eleitoral é determinar a inscrição do eleitor, que se faz pelo pedido de alistamento, o 
qual é processado perante a zona eleitoral e decidido pelo juiz eleitoral. Para que isso ocorra, é necessário um procedimento 
(procedimento de alistamento - Resolução 21.538/2003). 
 
 
 
Aula 03 
 
RESOLUÇÃO Nº 21.538 - PROCEDIMENTO DE ALISTAMENTO ELETRÔNICO 
 
 Deve ocorrer o requerimento por parte do interessado (alistando), de onde se pode concluir que não existe 
alistamento eleitoral de ofício. Este requerimento seguirá uma fórmula chamada de RAE (requerimento de alistamento 
eleitoral): ou o requerimento é impresso, preenchido e depois digitalizado, ou o requerimento é feito diretamente no 
computador, imprimindo-o depois para o alistando assinar. Quem preenche o RAE é o servidor da justiça eleitoral perante o 
próprio alistando. 
 
 Documentos necessários para fazer o requerimento de alistamento: 
 i. Carteira de identidade ou “OAB”; 
 ii. Certidão de quitação com o serviço militar; 
 iii. Certidões de casamento ou de nascimento; 
 iv. Documento público, do qual se infira que a pessoa é brasileira e que tem, ao menos, 16 anos à o TSE tem limitado o 
uso desse documento público. Segundo o TSE, não se poderá utilizar a carteira nacional de habilitação (porque não traz a 
nacionalidade), nem o passaporte (porque este não traz mais a filiação, podendo trazer problema de homonímia). 
 
 Ao se finalizar o preenchimento, o requerimento será datado e assinado pelo alistando, na presença do servidor, o qual 
deverá declarar que a assinatura foi feita em sua presença. O servidor entregará ao alistando um recibo, que comprovará que foi 
feito o pedido de alistamento. Nesse recibo, já vai constar o número da inscrição eleitoral. Vale a pena ressaltar que esse 
número de inscrição eleitoral não muda mais, mesmo que depois a pessoa mude de zona eleitoral. O número de inscrição é 
formado por até 12 algarismos, distribuídos da seguinte maneira: 
 i. Os 8 primeiros números são sequenciais. 
 ii. Os dois números seguintes representam a unidade federativa. 
 iii. Os dois últimos números representam os dígitos verificadores. 
 
 
 
 @dicasexconcurseira 
 
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 Em determinadas hipóteses, é possível a emissão online de título eleitoral, com a impressão da assinatura do 
Presidente do Tribunal Regional, ao invés de se ter a assinatura do juiz eleitoral. 
 Quando não for o caso de emissão online, uma vez entregue o recibo ao eleitor, começará um procedimento perante o 
juiz eleitoral, que deverá deferir ou indeferir, em havendo ou não o alistando cumprido todos os requisitos. Contra a decisão do 
juiz eleitoral, caberá recurso ao TRE. 
 Concluso o procedimento para o juiz eleitoral, este poderá, em 72h, abrir prazo para diligência, cujo objetivo é suprir 
alguma dúvida, antes de ele efetivamente decidir pelo deferimento ou indeferimento. 
 O juiz eleitoral pode julgar procedente, se todos os requisitos tiverem presentes. Em julgando procedente, cabe 
recurso, por parte de partido político (fiscal natural de todo procedimento perante a justiça eleitoral) para o TRE, no prazo de 10 
dias. Se o juiz julgar improcedente o pedido, caberá recurso, pelo próprio alistando, ao TRE, no prazo de 5 dias. 
 
OBS: Mesmo em a legislação sendo omissa quanto à possibilidade ou não da interposição de recurso pelo Ministério Público 
Eleitoral, tal recurso ainda assim poderá ser interposto. O prazo para o MP Eleitoral interpor recurso será de 10 dias, nas duas 
situações. 
 O prazo terá seu termo inicial em uma publicação, que é realizada nos dias 1º e 15 de cada mês (mesmo que o partido 
político não tome conhecimento dessa publicação ou que o alistando tenha tido conhecimento prévio da publicação). Nesta 
publicação, estarão todos os pedidos que foram julgados. 
 O prazo que o TRE tem para julgar o recurso é de 5 dias - art.45, §8º Código Eleitoral. 
 As certidões para fins de alistamento (de nascimento ou casamento) serão gratuitas (não precisando demonstrar que é 
pobre na forma da lei), desde que requeridas pelo próprio alistando ou por delegado de partido político - art.47, CE. 
 O Registro de Nascimento - que vem antes da Certidão de Nascimento -, para fins eleitorais, também é gratuito, mas, 
neste caso, é necessário que o alistando prove a insuficiência de recursos financeiros (art.47, §1º, CE). Mas, se quem estiver 
requerendo o registro de nascimento for Delegado de partido, não precisará provar a insuficiência de recursos. 
 O alistamento dos cegos pode ser feito nos próprios institutos de proteção aos cegos (art.50, CE). Tal alistamento é 
feito na presença de servidor da justiça eleitoral e de um funcionário do estabelecimento de proteção aos cegos (§2º, art.49, 
CE). É possível que haja seção eleitoral apenas para cegos, no próprio instituto de cegos (art.50, parte final, CE). Mas não há 
proibição de que nesta seção também tenha não cegos, para que se feche o número mínimo de eleitores necessário para se 
formar uma zona eleitoral. 
 
 
 Domicílio eleitoral é o local de residência ou moradia do eleitor (art.42, p.u., CE) à o CE apenas exige o aspecto 
objetivo (o local), sem exigir o aspecto subjetivo do domicílio (ânimo de permanecer no local); seu conceito, então, é mais 
amplo. Infelizmente, este conceito tem deixado brecha para fraude. Basta o vínculo profissional, patrimonial, afetivo ou político 
(mesmo que, nestas hipóteses, o eleitor não tenha qualquer imóvel) para que se escolha o seu domicílio eleitoral, permitindo, 
assim, fraude eleitoral. Outra coisa que facilita a fraude: quando do alistamento eleitoral, não se obriga o eleitor levar o 
comprovante de residência. Assim, o alistando declara de próprio punho a sua residência, sob a pena da lei. 
 
 Para que eu modifique meu domicílio eleitoral, eu tenho que sair de um Município para outro. Quando a pessoa quiser 
mudar de domicílio eleitoral, dá-se o nome a isso de transferência. São necessários alguns requisitos para fazer a transferência: 
 i. Requerimento do eleitor, que seguirá a mesma fórmula do RAE. Este RAE deve ser apresentado na zona do novo 
domicílio do eleitor. Também não pode haver transferência de ofício. Não há limite de pagamento de multa ou de justificativas 
por não votar. Agora, se a pessoa deixar de justificar ou de pagar multa por 3 eleições consecutivas, ela terá sua inscrição 
cancelada. 
 
 ii. Necessidade de o eleitor comprovar que possui domicílio eleitoral há, pelo menos, 3 meses. Ele faz isso de próprio 
punho. 
 
 iii. Do alistamento/última transferência se tenha, pelo menos, 1 ano. 
 
 iv. Necessidade de se apresentar a quitação com as obrigações eleitorais. 
 
OBS: pode ocorrer que o eleitor seja servidor público ou familiar de servidor público que foi removido ou transferido. Então, o 
servidor que foi removido ou transferido e a família que o acompanha só precisarão fazer o requerimento e comprovar a 
quitação com as obrigações eleitorais. 
 
OBS: é permitida a transferência até 150 dias antes das eleições. 
 
 O procedimento da transferência é exatamente igual ao do alistamento. 
 
 
 @dicasexconcurseira 
 
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 Não confundir transferência com revisão. Esta serve basicamente para duas situações: 
 i. Retificação de algum dado; 
 ii. Mudança de sessão eleitoral (quando houver mudança de domicílio e a pessoa pede a transferência; e quando a 
pessoa se muda para outro bairro distante da sessão eleitoral ao qual estava vinculado). 
 
 
 A segunda via: os 3 atos anteriores respeitam o prazo de 150 dias anteriores à eleição. A segunda via não respeita esse 
prazo, porque não se está modificando nada, mas apenas reproduzindo o documento. A segunda via pode ser solicitada até 60 
dias antes das eleições, para os eleitores queestão fora do domicílio eleitoral; ou até 10 dias antes das eleições, se a segunda via 
é requerida dentro do domicílio eleitoral, podendo ser entregue até a véspera da eleição. Se a segunda via está sendo requerida 
por dilaceramento do documento, deverá ser entregue, junto ao requerimento, “os restos” do documento. 
 
OBS: O RAE (requerimento de alistamento eleitoral) será utilizado nas hipóteses de alistamento, transferência, da revisão e da 
segunda via, apesar do nome “requerimento de alistamento”. 
 
 
 Título eleitoral é documento que mede 9,5 por 6cm. Impresso nas cores preta e verde, e seu peso é de 120g/m2; ao 
fundo, possui as marcas d’água da arma da República; obrigatoriamente, será emitido por computador. Atrás, a assinatura do 
eleitor; na frente, a assinatura do juiz eleitoral. A data do preenchimento do RAE será a mesma data da emissão do título 
eleitoral. O título eleitoral prova 2 coisas: 1. o próprio alistamento; e 2. a quitação com as obrigações eleitorais, até a data da 
emissão. O título eleitoral só poderá ser fornecido para o próprio eleitor diretamente; assim, não pode ser entregue por 
terceiro, mesmo com procuração. Para que a justiça comprove ter havido a efetiva entrega, o eleitor, ao receber o título, 
assinará o documento chamado de PETE (protocolo de entrega de título eleitoral). 
 
 
 O cadastro eleitoral deve estabelecer quem são os seus eleitores; quais eleitores estão vinculados a determinado 
domicílio eleitoral. Para isso, todos os atos estudados (alistamento, transferência, segunda via e revisão) são fiscalizados. 
Segundo o TSE, são fiscalizados pelos partidos políticos, bem como pelo Ministério Público Eleitoral. 
 
 Os partidos políticos vão se fazer representar perante a Justiça Eleitoral através de delegados, escolhidos pelo 
próprio partido, para fiscalizar os atos fora do período eleitoral. No período eleitoral, além dos delegados, temos também os 
fiscais, no dia da eleição. Perante o juiz eleitoral, podem funcionar até 3 delegados, os quais não podem trabalhar 
concomitantemente. Os delegados possuem prerrogativas - arts.27 e 28 da Resolução 21.538. 
 
 O cadastro eleitoral vai sendo formado pelas inscrições eleitorais. Admite-se acesso a esse cadastro pelas pessoas 
físicas e jurídicas. O cadastro eleitoral serve para fins estatísticos. O acesso ao cadastro eleitoral para fins estatísticos pode ser 
feito pelo site e por qualquer pessoa. Agora, as informações próprias de eleitores - que são chamadas de “informações 
personalizadas” -, em regra, não podem ser consultadas por qualquer pessoa, para se proteger a intimidade do eleitor. Art.29 
da Resolução 21.538 - leitura. Acrescentando mais uma hipótese ao art.29º: d) Possibilidade de o partido político obter 
informação sobre os seus filiados (Lei 12.034/09). 
 
Resolução 21.538, Art. 27. Os partidos políticos, por seus delegados, poderão: 
I – acompanhar os pedidos de alistamento, transferência, revisão, segunda via e quaisquer outros, até mesmo emissão e entrega 
de títulos eleitorais, previstos nesta resolução; 
II – requerer a exclusão de qualquer eleitor inscrito ilegalmente e assumir a defesa do eleitor cuja exclusão esteja sendo 
promovida; 
III – examinar, sem perturbação dos serviços e na presença dos servidores designados, os documentos relativos aos pedidos de 
alistamento, transferência, revisão, segunda via e revisão de eleitorado, deles podendo requerer, de forma fundamentada, cópia, 
sem ônus para a Justiça Eleitoral. 
Parágrafo único. Qualquer irregularidade determinante de cancelamento de inscrição deverá ser comunicada por escrito ao juiz 
eleitoral, que observará o procedimento estabelecido nos arts. 77 a 80 do Código Eleitoral. 
 
Art. 28. Para os fins do art. 27, os partidos políticos poderão manter até 2 delegados perante o Tribunal Regional Eleitoral e até 3 
delegados em cada zona eleitoral, que se revezarão, não sendo permitida a atuação simultânea de mais de um delegado de cada 
partido. 
§1º Na zona eleitoral, os delegados serão credenciados pelo juiz eleitoral. 
§2º Os delegados credenciados no Tribunal Regional Eleitoral poderão representar o partido, na circunscrição, perante qualquer 
juízo eleitoral. 
 
 
 @dicasexconcurseira 
 
17 
 Do cancelamento e a exclusão de inscrições eleitorais. O cadastro eleitoral é formado por eleitores. Só que esse 
cadastro não permanecerá para sempre o mesmo, sendo modificado com o tempo. Então, o cadastro vive em constante 
mutação. Por isso, temos situações de cancelamento e exclusão. O Código eleitoral trata o cancelamento e a exclusão como se 
fossem sinônimos. Para a Resolução 21.538, o cancelamento torna uma inscrição inativa, mas continua presente no cadastro 
eleitoral; enquanto que a exclusão ocorrerá 6 anos após o cancelamento e, assim, na exclusão, a inscrição é tirada do sistema. 
As hipóteses de cancelamento e exclusão estão previstas no art.71 do Código Eleitoral - leitura. 
 
CE, Art. 71. São causas de cancelamento: 
I - a infração dos artigos. 5º e 42; 
II - a suspensão ou perda dos direitos políticos; 
III - a pluralidade de inscrição; 
IV - o falecimento do eleitor; 
V - deixar de votar em 3 eleições consecutivas. 
 
 Leitura dos arts.51, 52 e 53 da Resolução 21.538. 
 Leitura dos arts.48 e 49 da Resolução 21.538. 
 Leitura do art.80, §6º da Resolução 21.538, que foi modificado pelo Acórdão 649 do TSE, após representação do MP 
Eleitoral: este observou a redação anterior desde parágrafo, que dizia que seriam excluídos do cancelamento aqueles eleitores 
que, por determinação constitucional ou legal, não estariam obrigados a votar. Então, se o voto é facultativo, não posso cancelar 
sua inscrição. E, ainda, o §6º trazia: ressalvado os maiores de 80 anos. Criou-se uma presunção absurda: se o maior de 80 anos 
não votar, justificar ou pagar a multa, presume-se que ele faleceu e, assim, cancela-se sua inscrição. O MP Eleitoral, então, 
arguiu que esta norma cria uma obrigação que não está presente no ordenamento jurídico, pois, aos maiores de 70 anos, o 
alistamento e o voto são facultativos. O TSE, então, entendeu que não se poderia criar uma obrigação através de resolução, e 
retirou do §6º do art.80 da Resolução a referência aos maiores de 80 anos, de modo que, como o alistamento e o voto para os 
maiores de 70 anos são facultativos, não se pode cancelar sua inscrição. 
 
 
 Procedimento de cancelamento: cancelamento individual à para cada inscrição que deva ser cancelada, deve ser 
instaurado um processo de cancelamento (não há litisconsórcio). O cancelamento individual é iniciado de ofício ou a pedido 
(§1º, art.71, CE). 
 O cancelamento a pedido pode ser feito por partido político, pelo MP Eleitoral e por qualquer eleitor. Realizada a 
instauração, publica-se um edital com prazo de 10 dias para que o eleitor apresente sua defesa dentro de 5 dias. A defesa 
poderá ser apresentada pelo próprio excluendo, por partido político ou por qualquer eleitor. 
 Se for necessária dilação probatória, ela deverá ser realizada no prazo de 5 a 10 dias. Da dilação probatória, temos a 
prolatação da decisão, a ser apresentada no prazo de 5 dias. Dessa decisão, cabe recurso ao TRE, no prazo de 3 dias. (O eleitor, 
enquanto o processo não for decidido, poderá continuar votando validamente. Mas, quando vem a decisão, ele deixa de 
votar, porque os recursos eleitorais, em regra, não possuem efeito suspensivo - art.257, CE) O recurso pode ser apresentado 
pelo próprio excluendo, pelo MP Eleitoral ou por partido político. 
 
 Ocorrendo indício de fraude, haverá uma correição. Se esta fraude for uma fraude comprometedora, aí deverá haver 
revisão do eleitorado. Mas, qual é a diferença entre a revisão do eleitorado e o cancelamento? Para cada cancelamento, há um 
processo diferente. E, na revisão do eleitorado, há um processo coletivo de cancelamento, pois irei cancelar todas as inscrições 
que estejam irregulares. A revisão do eleitorado pode ser determinada pelo TRE ou pelo TSE.O TRE inicia a revisão do 
eleitorado levando em consideração aspectos subjetivos, que dizem respeito ao conceito de “fraude comprometedora”, que é 
um conceito indeterminado e, para tanto, deve-se analisar o caso concreto. O TSE determina a revisão do eleitorado tendo 
em vista a ocorrência de aspectos objetivos - são as hipóteses do §1º do art.58 da Resolução 21.538. A revisão do eleitorado, 
tanto pelo TRE quanto pelo TSE, será sempre presidida pelo juiz eleitoral. 
 
Resolução 21.538, Art.58, § 1º O Tribunal Superior Eleitoral determinará, de ofício, a revisão ou correição das zonas eleitorais 
sempre que: 
I – o total de transferências de eleitores ocorridas no ano em curso seja 10% superior ao do ano anterior; 
II – o eleitorado for superior ao dobro da população entre 10 e 15 anos, somada à de idade superior a 70 anos do território 
daquele município; 
III – o eleitorado for superior a 65% da população projetada para aquele ano pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
(IBGE) (Lei nº 9.504/1997, art. 92). 
 
 
 
 @dicasexconcurseira 
 
18 
OBS: A revisão do eleitorado não pode ocorrer em ano de eleição, via de regra. De forma muito excepcional, se se constatar com 
muitas evidências que as eleições não irão ocorrer de forma legítima, o TSE poderá permitir a realização de revisão do 
eleitorado no local. 
 
 A revisão do eleitorado deve ser iniciada no prazo máximo de 30 dias a contar da determinação do Tribunal (TSE ou 
TER), e sua duração será de, no mínimo, 30 dias. Na revisão do eleitorado, há um requisito de que os eleitores se apresentem 
aos cartórios eleitorais ou se apresentam aos postos de revisão dentro do prazo estabelecido pelo TRE, que será de no mínimo 
30 dias. O juiz eleitoral que preside a revisão poderá estender tal prazo, mas, para tanto, o juiz deve requerer antes do término 
do prazo inicialmente fixado. A Resolução 21.538 diz que esses postos de revisão irão funcionar todos os dias, bem como nos 
domingos e nos feriados, se isso se fizer necessário. Devem funcionar por, no mínimo, 6h por dia. No último dia, o posto deve 
funcionar até às 18h. 
 É necessário fazer uma ampla publicidade da revisão do eleitorado, com antecedência mínima de 5 dias para sua 
realização. 
 
 A ausência do eleitor à revisão acarretará o cancelamento de sua inscrição. A revisão também é personalíssima. 
 
 O eleitor deverá comparecer à revisão munido de 3 documentos: 
 1. carteira de identidade; 
 2. título eleitoral; 
 3. comprovante de residência. 
 
 O cartório de revisão eleitoral deve ter: a relação de eleitores que estarão submetidos à revisão e o caderno de 
revisão. 
 
 Ao final do período, será feita a oitiva do MP Eleitoral e será proferida a sentença pelo juiz, que irá cancelar todas as 
inscrições que não foram revisadas. Dessa sentença, cabe recurso ao TRE (em autos apartados), no prazo de 3 dias. Só cabe 
recurso em relação ao cancelamento da inscrição, e não do não cancelamento. Nesta hipótese (de recurso em relação ao não 
cancelamento), caberia uma ação individual de cancelamento. Um relatório é enviado ao Corregedor Regional e será julgado 
pelo TRE, ainda que a determinação de revisão venha do TSE. O corregedor geral pode: i. determinar a retificação de algum ato; 
ii. remeter ao Pleno do TRE para que ocorra a homologação. Na revisão do eleitorado, enquanto o TRE não homologar a 
decisão, os cancelamentos não produzem qualquer efeito. 
 
 
DE OLHO NA JURIS! É válido o cancelamento do título do eleitor que não comparecer à revisão eleitoral 
É válido o cancelamento do título do eleitor que, convocado por edital, não comparecer ao processo de revisão eleitoral, em 
virtude do que dispõe o art. 14, caput, e § 1º da CF/88. São válidos o art. 3º, § 4º, da Lei nº 7.444/85 e as Resoluções do TSE que 
preveem o cancelamento do título dos eleitores que não comparecerem à revisão eleitoral. STF. Plenário. ADPF 541 MC/DF, Rel. 
Min. Roberto Barroso, julgado em 26/9/2018 (Info 917) 
 
 
 
Aula 04 
 
ELEGIBILIDADE 
 
 O direito ao sufrágio se subdivide em capacidade eleitoral ativa (direito de votar) e capacidade eleitoral passiva 
(direito de ser votado). Com o alistamento eleitoral, o nacional adquire cidadania e, com ela, adquire também a capacidade 
eleitoral ativa. Mas, para que se tenha a capacidade eleitoral passiva, além do alistamento eleitoral, faz-se necessário outros 
requisitos, chamados de elegibilidade. As condições de elegibilidade podem ser trazidas pela CF, por lei ordinária e, até mesmo, 
segundo parte da doutrina, por Resolução do TSE. 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONDIÇÕES DE 
ELEGIBILIDADE 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
LEI ORDINÁRIA 
RESOLUÇÃO DO TSE 
(parte da doutrina) 
 
 
 
 @dicasexconcurseira 
 
19 
 O art.14, §3º da CF traz como requisitos à elegibilidade: 
i. Nacionalidade brasileira; - nata ou naturalizada (lembrando dos cargos privativos de natos à BIZU: MP3.COM) 
ii. Pleno exercício/gozo dos direitos políticos (não pode incidir em uma das situações do art.15 da CF) 
iii. Alistamento eleitoral; 
iv. Domicílio eleitoral na circunscrição; - circunscrição é o local onde vai ser realizada a eleição. Segundo a Lei das Eleições (Lei 
9.504/97), é necessário se pleitear a transferência do domicílio eleitoral com pelo menos 6 meses antes do pleito. 
v. Filiação partidária. Não se admite a chamada candidatura avulsa. Segundo a lei das eleições, a filiação partidária deve existir 
desde 6 meses antes do pleito. 
 
Lei 9.504/97, Art. 9º Para concorrer às eleições, o candidato deverá possuir domicílio eleitoral na respectiva circunscrição pelo 
prazo de 6 meses e estar com a filiação deferida pelo partido no mesmo prazo. 
Parágrafo único. Havendo fusão ou incorporação de partidos após o prazo estipulado no caput, será considerada, para efeito de 
filiação partidária, a data de filiação do candidato ao partido de origem. 
 
 
 EXCEÇÕES quanto à filiação partidária: 
 a. Magistrados, membros do MP e membros do TC: a filiação partidária para estes agentes públicos é proibida. 
Entende o STF e o TSE que para que eles se filiem, eles têm que renunciar o seu cargo. Agora a LC 64 estabelece prazos em que 
algumas pessoas precisam se afastar de certos cargos ou funções. Esse afastamento é chamado de desincompatibilização. 
Assim: 
 O magistrado, membro do MP e membros do TC devem se afastar definitivamente de seus cargos no prazo de 
desincompatibilização, que é, em regra, de 6 meses. O art.366 do CE fala que aos servidores da justiça eleitoral é proibida a 
filiação à partido político, bem como a qualquer atividade político-partidário. 
 
 b. Os militares que possuem MENOS de 10 anos de serviço terão que se afastar definitivamente para que possam se 
filiar. O militar que tem menos de 10 anos de serviço pode participar de Convenção Partidária, que é uma reunião onde 
ocorrem deliberações, de acordo com a forma indicada no Estatuto do partido, sobre as pessoas que deverão concorrer pelo 
partido político e se o partido entra ou não em coligação partidária. Então, quando se fala em Convenção Partidária também 
está se falando em condição de elegibilidade, porque a pessoa tem que ser aprovada em Convenção Partidária para que possa 
concorrer ao mandato eletivo. O militar com menos de 10 anos de serviço pode participar de Convenção Partidária, mesmo que 
ainda não esteja filiado à partido político. Se o partido político decidir adotar sua candidatura, o partido vai requerer o registro 
de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral. Mas acontece que, quando a Justiça Eleitoral defere sua candidatura - o que já é 
feito bem próximo às eleições (até 20 dias antes da data da eleição, segundo art.16 da Lei 9.504) -, o militar deverá se afastar 
definitivamente do serviço militar e aí se filiar a partido político. Agora, se o militar decidir se afastar antes do seu serviço, 
depois de 2 dias do seu afastamento, deverá se filiar. Assim, a exceção em relação ao militar é quanto ao prazo de filiação: o 
militar poderá se filiar depois que seu pedidode candidatura for deferido (não seguindo a regra de que a filiação deve ocorrer 
em até 6 meses antes das eleições). 
 O militar com MAIS de 10 anos de serviço será AGREGADO pela autoridade militar competente. Mas o que é ser 
agregado? Agregamento é um afastamento pelo qual o militar, apesar de não estar naquele momento servindo ao exército, 
continua como militar. Continuando como militar, ele não pode se filiar à partido político. Ele só passa à inatividade caso eleito 
com a diplomação. Então, ele só vai poder fazer parte de partido político na inatividade. Esta, então, é a única hipótese no 
direito brasileiro em que se admite que a pessoa concorra a mandato eletivo sem estar filiado a partido político algum. Agora, 
isso não significa que o militar com mais de 10 anos de serviço configura hipótese de candidatura avulsa, pois esta é realizada 
sem o intermédio de partido político. O militar com mais de 10 anos de serviço, por sua vez, participa de Convenção Partidária, 
vai ter o registro de candidatura pleiteado pelo partido político, mas não vai estar filiado à partido político. Ele concorre por 
aquele partido político sem estar filiado. 
 
Lei 9.504/97, Art.11, §14. É vedado o registro de candidatura avulsa, ainda que o requerente tenha filiação partidária. 
 
CF, Art.14, § 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições: 
I - se contar menos de 10 anos de serviço, deverá afastar-se da atividade; 
II - se contar mais de 10 anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato 
da diplomação, para a inatividade. 
 
vi. Necessidade de idade mínima, a ser verificada na data da posse: 
 * Presidente, Vice-Presidente e Senador à 35 anos. 
 * Governador e Vice-Governador à 30 anos. 
 * Deputado (federal e estadual), Prefeito, Vice-Prefeito e Juiz de Paz à 21 anos. 
 
 
 @dicasexconcurseira 
 
20 
 * Vereador à 18 anos. O mais curioso aqui é que o candidato a vereador poderá ser menor de idade, na data da 
eleição. Tendo menos de 18 anos na data da eleição, o candidato ainda não alcançou a maioridade penal, e aqui se cria um 
problema, pois ele pode ter cometido um ato infracional que corresponda a um crime eleitoral, que não será julgado pela 
Justiça Eleitoral, pois esta não tem competência para julgar atos infracionais, mesmo em âmbito eleitoral, cometidos por 
menores. Neste caso, a competência será do juízo da infância e da juventude. 
 
CF, Art.14, §3º São condições de elegibilidade, na forma da lei: 
I - a nacionalidade brasileira; 
II - o pleno exercício dos direitos políticos; 
III - o alistamento eleitoral; 
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; 
V - a filiação partidária; 
VI - a idade mínima de: 
a) 35 anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador; 
b) 30 anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal; 
c) 21 anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz; 
d) 18 anos para Vereador. 
 
Lei 9.504/97, Art.11, §2o A idade mínima constitucionalmente estabelecida como condição de elegibilidade é verificada tendo por 
referência a data da posse, salvo quando fixada em 18 anos, hipótese em que será aferida na data-limite para o pedido de 
registro (= 15 DE AGOSTO). 
 
Lei 9.504/97, Art. 11. Os partidos e coligações solicitarão à Justiça Eleitoral o registro de seus candidatos até as 19h do dia 15 de 
agosto do ano em que se realizarem as eleições. 
 
 
 
Aula 05 
 
INELEGIBILIDADE (LC 64/90) 
 
 Inelegibilidade é o conjunto de causas que impedem o exercício da capacidade eleitoral passiva. Há duas teorias, 
apontadas pela doutrina, acerca da inelegibilidade: 
 
 i. Teoria Tradicionalista da Inelegibilidade (adotada pelo TSE): o TSE faz a divisão entre a elegibilidade e a 
inelegibilidade. Ora, ao dividir, ele diz que uma não se confunde com a outra à a elegibilidade é um conjunto de requisitos para 
o exercício da capacidade eleitoral passiva, enquanto que a inelegibilidade é um conjunto de causas que impedem o exercício da 
capacidade eleitoral passiva. Por isso que José Afonso da Silva, ao definir inelegibilidade, diz que não basta que o cidadão tenha 
as condições de elegibilidade, sendo necessário também que ele não incida em qualquer das causas de inelegibilidade. Exemplo 
de aplicação da teoria tradicionalista: não cabe ação rescisória nas causas em que se discute as condições de elegibilidade, pois 
o Código eleitoral diz que só cabe ação rescisória das causas que versem sobre inelegibilidade (art.22, I, j, CE); e o recurso contra 
expedição de diploma não cabe nas hipóteses de elegibilidade, pois o art.262, I, do CE diz que somente cabe nos casos de 
inelegibilidade. 
 
 ii. Teoria do Fato Jurídico: a inelegibilidade é a ausência das causas de elegibilidade. O TSE não entende assim. Ele 
entende que você pode ser elegível, mas incidir em uma das causas de inelegibilidade e, assim, não poderá candidatar-se. Para a 
prova, marca-se a teoria tradicionalista. Mas, numa questão dissertativa pode-se falar da teoria do fato jurídico. 
 
 A inelegibilidade tem como fontes a CF e a Lei Complementar 64/1990 (Lei das Inelegibilidades, que foi modificada pela 
Lei da Ficha Limpa – LC 135/2010). 
 
 A doutrina divide a inelegibilidade em: 
 a. Inelegibilidade relativa: proibição de se concorrer para alguns mandatos eletivos. Ex: regras acerca da reeleição. 
 b. Inelegibilidade absoluta: proibição de se concorrer a qualquer mandato eletivo. Ex: analfabeto. 
 
 
 
 
 @dicasexconcurseira 
 
21 
ATENÇÃO! Lei 9.504/97, Art.11, §10. As condições de elegibilidade e as causas de inelegibilidade devem ser aferidas no 
momento da formalização do pedido de registro da candidatura, ressalvadas as alterações, fáticas ou jurídicas, supervenientes 
ao registro que afastem a inelegibilidade. 
 
 Estudo do art.14 da CF e da LC 64/90. 
 
CF, Art.14, § 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. à INELEGIBILIDADE ABSOLUTA 
§5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou 
substituído no curso dos mandatos (CHEFES DO PODER EXECUTIVO) poderão ser reeleitos para um único período subseqüente. 
à INELEGIBILIDADE RELATIVA 
§6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos 
devem renunciar aos respectivos mandatos até 6 meses antes do pleito. à DESINCOMPATIBILIZAÇÃO 
§7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o 2º grau ou por 
adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja 
substituído dentro dos 6 meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo E candidato à reeleição. à 
INELEGIBILIDADE REFLEXA 
 1. Reeleição para cargos do Poder Executivo (OBS: Não há limite para reeleição de mandatos do Poder Legislativo): é 
possível apenas uma única reeleição para o período subsequente (apenas dois mandatos consecutivos). 
CF, Art.14, §5º, CF: O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver 
sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subseqüente. 
 
 Entendimento do STF e do TSE: nessa hipótese, o vice-presidente, vice-governador e vice-prefeito também estão 
limitados em sua reeleição. Também não se pode concorrer a um terceiro mandato consecutivo de vice. 
 
 Caso prático: prefeito e vice-prefeito. O prefeito é reeleito e o vice também. Isso significa que eles não poderão 
concorrer a uma terceira vez consecutiva ao mesmo mandato. Agora, cuidado com um detalhe: para o TSE, para fins eleitorais, 
considera-se sucessão ou substituição quando elas ocorrem 6 meses antes das eleições. Assim, se o vice, 6 meses antes das 
eleições, substituiu ou sucedeu o prefeito, para fins eleitorais, é como

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