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Reflexão sobre a tragédia grega Antígona - Danilo José

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DANILO JOSÉ SANTANA SILVA – UNIVÉRTIX – TRÊS RIOS 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno(s): Danilo José Santana Silva. 
Professor: Sérgio Souza. 
Data de entrega: 11/09/2020. 
Período: Primeiro. 
 
DANILO JOSÉ SANTANA SILVA – UNIVÉRTIX – TRÊS RIOS 2 
 
 
Introdução 
 
A tragédia grega “Antígona” se inicia com a morte dos dois irmãos Polinice e 
Etéocles, que, após lutarem entre si, e se ferirem gravemente, ambos 
sucumbem à morte. O novo rei, Creonte, ordena um sepultamento digno e 
honroso para Etéocles e para Polinice, amaldiçoa-o, ordenando que seu 
corpo fique e pereça no campo de batalha para ser devorado por pássaros e 
cães. 
Antígona que é irmã de Polinice e Etéocles fica indignada com tal ordenação 
e decide por si só enterrar e honrar os restos mortais de seu irmão, convida 
sua irmã Ismênia para auxiliá-la nesta proeza, mas, Ismênia teme a morte e 
recusa-se a ajudar, Antígona segue em seu plano sozinha e consegue 
concluí-lo. 
O rei Creonte, descobre que, Antígona sobrepujou suas ordens e sentencia 
ela à morte. Ela ao ser descoberta confessa seu suposto crime ao rei, ele, 
indignado, questiona Antígona de forma furiosa o porquê de seus atos. 
A argumentação de Antígona 
Após o questionamento de Creonte sobre a desobediência de sua ordem, 
Antígona, em um primeiro momento, para defender-se, utiliza a seguinte 
argumentação contra a lei do rei: 
“Porque não foi Júpiter, que a promulgou” - (referindo-se a lei 
de Creonte) 
“e a Justiça, a deusa que habita com as divindades 
subterrâneas jamais estabeleceu tal decreto entre os 
humanos; nem eu creio que teu édito tenha força bastante para 
conferir um mortal o poder de infringir as leis divinas, que 
nunca foram escritas, mas são irrevogáveis; não existem 
a partir de ontem, ou de hoje, são eternas, sim! E ninguém 
sabe desde quando vigoram – Tais decretos, eu que não 
temo poder de homem algum, posso violar sem que por isso 
me venham a punir os deuses! 
 
 
DANILO JOSÉ SANTANA SILVA – UNIVÉRTIX – TRÊS RIOS 3 
 
Conclusão 
Após terminar a leitura da tragédia, pontuei as falas que mais me chamaram a 
atenção e com certeza esta primeira argumentação de Antígona é uma delas. 
Em seguida fiz uma reflexão com base no que me foi ensinado sobre o 
Direito Natural do homem e a partir disso consegui pontuar os seguintes 
pensamentos com base na defesa de Antígona. 
Antes de mesclar a personagem com o conceito, é preciso explica-lo de 
maneira simples; Os Direitos Naturais são os costumes passados de geração 
em geração, não são escritos, mas todos os homens e mulheres nascem com 
ele em seu subconsciente, todos os humanos ao longo da vida tem a plena 
certeza de que tem direito a vida, a dignidade, a liberdade de expressão, e 
uma morte digna. 
Antígona não conhecia o conceito de Direito Natural que nos é ensinado na 
atualidade, não com esse nome, mas a partir da sua teologia e religião que foi 
passada através de seus ancestrais, a mesma conseguia discernir e 
encontrar o que há em todos os homens, de forma inconsciente, ela chega à 
conclusão de que autoridade nenhuma pode tirar de alguém os conceitos 
citados acima. O Direito Natural é imutável, vem de Deus e nós é colocado a 
partir do nascimento, mesmo que alguém siga uma religião que cultue deuses 
pagãos, esta pessoa terá em si o mesmo conceito de quem cultua o 
verdadeiro Deus, pois é dEle que emana o conceito de moral, justiça, 
equidade, pois fomos criados para ser semelhantes a Ele. 
Creonte, por sua vez, representa um direito pseudo-positivado, o Direito 
Positivo, resumidamente, é o conjunto de princípios e regras que regem a 
vida social de determinado povo em determinada época. O rei que teve seu 
ego ferido, ego esse que demonstra ser elevadíssimo, e com isso cria um 
novo decreto baseado em vingança por ter sido ferido em sua alma. A nova 
lei não estava escrita em lugar algum, não era também bom costume do povo 
tirar a honra de um morto, este era um costume de ódio e vingança. 
Levando isso em consideração nota-se que Creonte agia por seus interesses 
individuais, óbvio que ele tinha “direito” e poder para fazer isso, afinal, ele era 
 
DANILO JOSÉ SANTANA SILVA – UNIVÉRTIX – TRÊS RIOS 4 
 
o rei, mas, a questão a ser discutida não envolve seus privilégios 
monárquicos e sim o que seria a verdadeira justiça naquela situação. 
Meu ponto final é que, Antígona estava correta em buscar direito e honra ao 
cadáver de seu irmão, pois nenhum homem ou mulher em vida gostaria de 
ser desonrado na morte, acredito que se fosse perguntado ao rei Creonte se 
ele estivesse na situação de Polinice e tivesse sido morto, o rei com certeza 
gostaria de ser honrado, isto é perceptível pelo perfil psicológico de Creonte, 
seu ego jamais negaria uma morte digna a si mesmo por mais que ele fosse 
Polinice ou Etéocles. 
Então chego na conclusão de que o Direito Natural não pode ser ferido e há 
sempre de ser respeitado, pois deste direito se originam todos os outros para 
que a sociedade viva e conviva em harmonia. 
A justiça imposta por Creonte, é, de fato, falha! Pois quando a justiça tira a 
dignidade de alguém ela deixa de ser válida e moral. 
 
 
"O fim do Direito é a paz; o meio de atingi-lo, a luta." 
 
 Rudolf Von Ihering

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