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ANTÍGONA - Polacchini

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CENTRO UNIVERSITÁRIO PADRE ALBINO 
Mantenedora: FUNDAÇÃO PADRE ALBINO 
Portaria MEC nº 1519, de 05/12/2017 
 
 
 
Curso de Direito – Disciplina: Filosofia do Direito I – Docente: Ana Paula Polacchini de Oliveira 
Alunas: Heloise Beatriz Ferrarezzi – DIR1800015 
Rebeca Caparrós Vizentini – DIR1800094 
1º semestre de 2022. 
 
Folha de atividade - ATIVIDADE 
APLICADA I 
Considere o livro “Antígona” (SÓFOCLES. (Trad. MELLO e SOUZA, J.B). Rio de Janeiro: Ediouro, 
1984, p. 204. 
Texto I. Há diversas tensões e estratos no livro, bem como leituras e interpretações possíveis, para além 
daquele dilema principal. Há, por exemplo, o debate sobre a ética, sobre as diversas concepções de 
direito, sobre a imperatividade normativa, racionalidade, desobediência civil e, ainda, diversos conflitos 
tais quais entre amor e dever, Estado e família, homens e mulheres, natureza e cultura. Com efeito, 
Antígona “fala aos aspectos trágicos e contraditórios da existência humana” (Morrison, 2012, p. 29)1. 
Texto II. O principal problema na polêmica acerca do conceito de direito é a relação entre direito e moral. 
Apesar de uma discussão de mais de dois mil anos, duas posições fundamentais continuam se 
contrapondo: a positivista e a não positivista. Todas as teorias positivistas defendem a tese da separação. 
Esta determina que o conceito de direito deve ser definido de modo que não inclua elementos morais. A 
tese da separação postula que não existe nenhuma conexão conceitualmente necessária entre o direito e a 
moral, entre aquilo que o direito ordena e aquilo que a justiça exige, ou entre o direito como ele é e como 
ele deve ser”. (Alexy, 2009, p. 3)2. 
Texto III. Também a nomenclatura direito natural, para os modernos, tem sentido bastante diverso da 
tradição. Já nos gregos – desde Antígona de Sófocles, passando por Sócrates, Platão e Aristóteles -, a 
noção de direito natural era muito importante, tomada noutro sentido, o de busca da natureza das coisas. 
Ocorre, no entanto, que seu uso moderno diferencia-se do antigo e também de seu sentido medieval. [...]. 
Tomás de Aquino, entre os medievais, aristotelizando a filosofia cristã, inscreverá o direito natural entre 
as leis divinas dadas ao conhecimento racional humano. [...]. Em quais pontos podem se resumir os 
princípios filosóficos jusnaturais dos modernos? Na ideia de um direito saído da razão, e não da fé 
nem do costume ou da natureza das coisas - ... [...]. O jusnaturalismo moderno é tipicamente um 
jusracionalismo. ” (Mascaro, 2006, pp. 40-41)3. 
 
QUESTÕES: 
1. Indique e descreva as principais personagens do livro. Ao fazê-lo, cite trechos do livro. 
1º Antígona: Esta personagem é a qual da nome ao livro, filha de Édipo, qual é o antigo rei, sobrina de 
Creonte e irmã de Ismênia, Polinece e Etéocles, estes dois, antigos reis de Tebas que matam um ao outro em 
batalha. No livro é relatado que Antígona vai contra as ordens de Creonte, novo rei, e sepulta seu irmão, 
seguindo as crenças. Por tal desobediencia ela é condenada à morte. 
 
Antígona- “Faze tu o que quiseres; quanto ao meu irmão, eu o 
supultarei! Será um belo fim se eu morrer, tendo cumprido esse 
dever. Querida, como sempre fui, por ele, com ele repousarei no 
túmulo...”(SÓFOCLES, Antígona, p. 09) 
 
2º Ismênia: Esta é irmã de Antígona, qual tenta convencer a irmã de não desobedecer o rei, deixando o 
irmão apodrecer ao relento e fosse comido pelos animais. Em relação a sua irmã, Ismênia era mais frágil, 
tinha medo das consequências que viriam pelas atitudes da irmã. 
 
ISMENIA: Ai de mim! Pensa, ó minha irmã, no nosso pai, como ele 
pereceu odioso e sem glória, ferindo os olhos por suas próprias mãos, 
assim que descobriu os seus crimes. Depois, a mãe e esposa dele - que 
de ambas tinha o nome – destrói a sua vida no laço de uma corda. Em 
terceiro lugar, os nossos dois irmãos, num só dia, morreram às mãos 
um do outro, cumprindo, desgraçados, um destino fatal. E agora, que 
só restamos nós as duas, vê la de que maneira ainda pior acabaremos, 
se, contra a lei, vamos transgredir o édito dos soberanos ou o seu 
poder. Pelo contrário, é preciso lembrarmo-nos de que nascemos para 
ser mulheres, e não para combater com os homens; e, em seguida, que 
somos governadas pelos mais poderosos, de modo que nos submetemos 
a isso, e a coisas ainda mais dolorosas. Por isso eu rogo aos que estão 
debaixo da terra que tenham mercê, visto que sou constrangida, e 
obedeço aos que caminham na senda do poder. Atuar em vão é coisa 
que não faz sentido (p.31, ANTIGONA). 
 
3º Creonte: Este é conhecido por não voltar atrás em suas decisões, por ser implacável, porquanto, por tal 
comportamento, teve seu destino manchado pelo sangue de sua família, levando a óbito Antígona. Para 
alguns, como para Polinice, ele era traidor enquanto o outro irmão de Antígona era o único que possuía 
honra. Ele era cunhado de Édipo que se torna um rei tirano depois que os filhos de Oediups se matam, tendo 
um governo extremamente autoritário qual não admitia que enfrentassem ele e suas ordens. 
 
Creonte: “Que não tenhais piedade para com aqueles que infringirem 
minhas ordens!” (p.17, ANTÍGONA). 
 
4º Hémon: Filho de Creonte e Eurídice, noivo de Antígona, não se cansa ao lutar para mudar a situação de 
sua noiva e acaba se suicidando por amor a ela, quando a encontra morta. Ao saber da decisão do pai de 
sentenciar a amada a morte tentou argumentar com ele para que mude sua decisão, mas foi em vão. 
 
Hémon- “Tu nunca me viste, nem me verás jamais, ceder a prazeres 
indignos! 
Creonte- Seja como for, toda as tuas palavras são em favor dela! 
Hémon- São por ela, sim! Como são por ti, por mim, e pelos deuses 
imortais!” (SÓFOCLES, Antígona, p. 50) 
 
2. Identifique duas ou mais normas jurídicas contidas no livro. Em seguida explique as fontes do 
direito que serviram de referência para as normas indicadas. (máx. 15 linhas) 
É certo de que há duas normas jurídicas no livro: o direito ao exercício de atividades e crenças 
culturais, bem como difusão das manifestações culturais e, o direito ao sepultamento. Em Antígona resta 
claro que a fonte do direito é o utilizado na Grécia antiga, sendo clara a necessidade de se obedecer aos 
reis/nomos e a certeza de que haverá consequências àqueles que não o fizerem, bem como, à própria 
sociedade como um todo. Destacando essas características tanto a dimensão moral quanto a jurídica são 
vinculadas à dimensão que, no período da Grécia Clássica, conjuga todas as demais e as coloca a serviço da 
Cidade-Estado: a Política. Direito e Moral consagram-se como forças normativas imprescindíveis à vida da 
pólis, na medida em que demarcam e protegem o espaço público e o campo de ação dos indivíduos. 
Como no livro podemos verificar em seguintes trechos as normas: o rei Creonte que decreta como 
será sepultado os antigos reis, um será sepultado e o outro, será deixado ao léu para ser devorado pelas aves 
de rapina e, a quem desobedecer, incorrerá em crime de lapidação pública. Tal édito provém de uma lei 
determinada pelo rei, manifestada por sua vontade. Bem como, todo aquele que fosse morto deveria ser 
sepultado e apresentado sacrifícios e oferendas aos deuses. Tal norma, era um costume da época, que 
provinha das crenças daquele período. 
 
3. Explique, a partir do livro e do texto abaixo, o principal dilema de Antígona. (máx. 15 linhas) 
 
– “Poderei ser acusada de traição para com o meu dever” (1984, p. 204). 
 
Antígona queria dar paz a seu irmão, mas também ficava entre obedecer a lei que tinha sido 
determinada pelo homem ou obedecer às leis divinas determinadas pelos deuses. Há uma fala de Antígona 
que representa exatamente seu dilema: 
 
“É que essas não foi Zeus que as promulgou, nem a Justiça, 
que coabita com os deuses infernais, estabeleceu tais leis para 
os homens. E eu entendi que os teus éditos não tinham tal 
poder, que um mortal pudesse sobrelevar os preceitos,não 
escritos, mas imutáveis dos deuses.” (p.45, ANTIGONA). 
 
 
4. Considere os textos acima transcritos e analise o livro a partir: 
a. Das exigências do direito natural versus o positivismo. (máx. 15 linhas) 
 
Para Antigona é tudo assegurado na dicotomia do direito natural X direito positivo. 
As Escolas defensoras do Direito Natural, apresentam uma doutrina fundamentada na crença da 
existência de princípios superiores, advindos de leis naturais, eternas e imutáveis, que não possuem um 
caráter histórico e não resultam de um fenômeno político, sendo aplicáveis a todos os homens, disciplinando 
e fundamentando o Direito Positivo. 
Já para as Escolas Juspositivistas, que atingiu seu ápice em Hans Kelsen, o Direito é concebido 
como expressão de sua própria materialidade, considerando-o como um conjunto de leis postas, 
hierarquicamente organizadas, pleno e emanado do Estado decorrente da vontade política mutável, sendo o 
produto histórico de uma específica sociedade; obrigatório e válido, independentemente de seu conteúdo 
moral. 
Diante disso, o édito de Creonte, é pautado no Direito positivo, já que foi emanado por uma 
autoridade estatal e a justificativa de Antigona pautada no direito natural que se originou nas crenças das leis 
divinas. O livro se apega ao direito natural, tendo em vista que até o profeta da época, vai a Creonte alertá-lo 
de que ele errou, criando uma lei que não se baseou nos princípios divinos. 
 
b. De um dos debates ou conflitos apontados no texto I acima, à sua escolha. (máx. 15 linhas) 
 
Em antigona, conseguimos, no plano da experiência imediata, identificar vários temas de grande 
amplitude, com implicações de cariz religioso, politico, cultural, humano e social, tocando domínios como: o 
destino, o poder, a justiça, o amor, a autodeterminação, as relações interpessoais, a vida em comunidade, a 
diversidade, os costumes, entre muitos outros. 
Conforme lemos o livro, podemos notar um conflito entre amor e dever, estado e familia , a qual se 
refere da relação entre Antígona e Creonte.Um dos aspectos que podemos observar, tambem, é que as duas 
posições (Antígona X Creonte), se colocam em mútua exclusão, não admitindo a possibilidade de 
coexistência de duas realidades: a realidade que Creonte propõe para a continuação exclui a possibilidade de 
existência da realidade de Antígona, e a realidade que Antígona propõe implicaria, no mínimo, que Creonte 
tivesse que alterar a sua proposta de realidade. 
Sendo assim, vemos um conflito entre homem e mulher ou Estado e familia, em que Antígona 
defende o seu ponto de vista e põe em evidência todos os conceitos que identifiquem e admitam esse 
raciocínio. Como sugere Aristóteles, ela utiliza essa estratégia dialética “como um meio para alcançar um 
fim” A lei que ela defende é anterior ao próprio Zeus e à Dike, superior, portanto, aos decretos de qualquer 
homem e incontestável 
 
Observação. Fundamente suas repostas e indique o trecho do livro que serve de referência para sua análise. Ao citar trechos, 
utilizes as “aspas” e indique a página com o trecho do livro que serve de referência para sua análise. 
 
 
 
1 MORRISON, Wayne. Filosofia do direito.: dos gregos ao pós-modernismo. 2ed. São Paulo: Martins Fontes, 2012. 
2 ALEXY, Robert. Conceito e Validade do Direito. São Paulo: Martins Fontes, 2009 
3 MASCARO, Alysson. Introdução à Filosofia do Direito: dos modernos aos contemporâneos. 2a edição. São Paulo: Atlas, 2006 
 
 
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