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Filosofia

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FILOSOFIA DA EDUCAÇÂO 
AULA 1 
Do Mito à Razão 
Na Grécia Antiga, a religião e o mito eram as fontes originárias de conhecimento. 
Através deles, os gregos tinham as respostas fundamentais para as grandes questões da 
existência. 
 
A partir do século VI a.C., no entanto, surgiram alguns sábios que propuseram uma outra 
forma de pensar e de explicar o mundo. Eles passaram a utilizar os argumentos racionais 
(não mais os religiosos ou míticos) para teorizar a realidade a partir de elementos 
presentes no próprio mundo natural, sem que precisassem apelar a um mundo 
sobrenatural. 
Nesse contexto, nasce a Filosofia. A seguir, você entenderá melhor esses 
acontecimentos. 
O nascimento da polis (cidade), no século VIII a.C., provocou grandes transformações na 
Grécia Antiga. 
1. O saber deixou de ser sagrado e tornou-se objeto de discussão. Os cidadãos da 
polis, passaram a ir à agora (praça pública) para debaterem os problemas de 
interesse comum e para decidirem os rumos da cidade. 
2. Tal mentalidade libertou os homens das ideias de predeterminação e dos 
desígnios divinos que lhes impunham o destino do qual não poderiam escapar. 
3. A política, por sua vez, permitiu aos cidadãos debaterem e traçarem o seu próprio 
destino em praça pública. 
 
Como você viu na página anterior, a passagem de uma visão mágica, mítica e religiosa do 
mundo para uma interpretação racional, humana, marca o nascimento da Filosofia no 
Ocidente e o início do período chamado Filosofia Antiga. 
 
O nascimento da Filosofia ocorreu no século VI a.C., nas colônias gregas da Magna 
Grécia (sul da Itália) e Jônia (atual Turquia). 
A Filosofia, tendo como fundamento a razão (logus), estabeleceu uma nova forma de 
interpretação da realidade. (Se antes os fenômenos eram governados por leis divinas, 
quase inacessíveis aos humanos, com o pensamento racional, foi possível conhecer as 
causas ou princípios que explicavam o mundo e, com isso, conferir previsibilidade e 
controle sobre os fenômenos da natureza e da sociedade humana. Já não eram mais os 
deuses que governam o mundo e os humanos, mas sim leis intrínsecas às coisas. Tais 
leis davam-se a conhecer ao espírito humano que se utilizava da razão para trazê-las à 
luz. ) 
 A Filosofia nasceu fincada no chão da sociedade grega, sob condições políticas, 
econômicas e culturais que determinaram todo o edifício racional que fora construído 
pelos inúmeros pensadores. 
 
Fatores políticos, religiosos e econômicos contribuíram para o surgimento da Filosofia na 
Grécia Antiga. Inicialmente, conheça os fatores políticos. 
 
1. As origens da Filosofia vinculam-se ao processo de consolidação da democracia 
grega em torno da polis. 
2. A cidade-estado grega era o espaço legítimo e legitimador de sua liberdade, a 
ponto de o Estado tornar-se horizonte ético do homem grego. 
3. Esta era a base da cidadania grega: os cidadãos são a finalidade última do Estado, 
o bem do Estado é seu próprio bem, sua liberdade, sua grandeza. 
4. A democracia grega se apoiava em uma concepção de cidadania excludente. Eram 
considerados cidadãos, apenas os homens (varões) que possuíam bens ou 
riquezas. Portanto, estavam excluídos da cidadania as mulheres, os estrangeiros, 
os escravos e os homens pobres. 
 
Conheça, agora, os fatores religiosos que contribuíram para o surgimento da Filosofia na 
Grécia Antiga. 
Os gregos conseguiram alcançar um patamar de liberdade religiosa muito elevado em 
relação a outros povos da Ásia Menor e do Oriente Próximo. 
Enquanto em outras nações o poder religioso, aliado às monarquias de cunho tributário, 
servia para legitimar o Estado absoluto e o poder do rei, algumas cidades-estado da 
Grécia construíram uma relativa liberdade, baseada na autoridade do Pater Familias (Pai 
de Família). 
A religião grega não se baseava em um livro Sagrado. Portanto, os gregos não tinham 
dogmas a serem defendidos, ortodoxia, nem heresias, ou uma casta sacerdotal. Estava 
aberto o caminho para o livre pensar. 
 
Veja abaixo os fatores econômicos que contribuíram para o surgimento da Filosofia na 
Grécia Antiga. 
O florescimento das cidades-estado gregas deveu-se principalmente ao 
desenvolvimento da indústria artesanal e do comércio. Antes disso, a Grécia era 
predominantemente agrária, sendo dominada politicamente por grandes proprietários de 
terras. Neste contexto, é mais compreensível que cultivasse uma visão mítica do mundo, 
mais ligada aos ciclos do clima. 
O crescimento industrial e comercial fez florescerem as cidades-estado, fazendo 
surgir novos atores sociais, que começavam a dominar o cenário político e ameaçar o 
poder da nobreza fundiária. É nessas circunstâncias que a Filosofia nasce, fazendo 
justificar o poder emergente de comerciantes e artesãos. 
 
Vale notar que essas mudanças ocorreram primeiro nas colônias gregas da Ásia Menor 
(em Mileto, principalmente), expandido-se, depois, para a região da Itália Meridional, 
chegando, então, ao centro da Grécia, em Atenas. Isto, porque, estando longe do controle 
central, puderam desenvolver instituições políticas autônomas e desenvolver um comércio 
próprio. 
 
Entenda melhor o discurso mítico religioso na Grécia Antiga. 
 
1. Os gregos cultuavam muitos deuses. Estes múltiplos deuses estavam no mundo e 
faziam parte dele. 
Diferente dos judeus ou dos cristãos, os gregos não desenvolveram a ideia de um 
Deus criador, transcendente, absolutamente separado do mundo criado, cuja 
existência deriva e depende inteiramente dele. 
2. Os deuses gregos nasceram no mundo. A geração dos deuses deu-se ao mesmo 
tempo da geração do universo. Os deuses e o mundo, a partir de uma espécie de 
caos primordial, foram diferenciando-se, ordenando-se, até tomarem a sua forma 
definitiva de cosmo organizado. 
3. A gênese dos deuses e do mundo operou-se a partir de potências primordiais, 
como o Caos e a Gaia (terra), donde saíram, ao mesmo tempo e no mesmo 
movimento, o mundo, tal como pode ser contemplado pelos humanos, e os deuses 
que presidem a ele invisíveis na sua morada celeste. 
4. Há, portanto, o divino no mundo, assim como o mundano nas divindades. O 
homem grego vive num mundo cheio de deuses e, por isso, não separa natureza e 
sobrenatureza, como dois domínios opostos. 
 
Como você viu anteriormente, a religião dos gregos não se apoiava em um Livro 
sagrado, fonte da revelação divina para os humanos, e não havia uma verdade que se 
encontrasse, de uma vez por todas, vertida em texto. Como consequência, também não 
havia dogma ou ortodoxia, nem profetas ou messias, tampouco uma casta sacerdotal. 
Talvez, por causa destas características da religião dos gregos, vigorava grande liberdade 
para pensar e para divergir, o que é fundamental para a Filosofia. 
Ora, então, qual era a fonte de conhecimento sobre os deuses: seus nomes, suas 
genealogias, seus atributos, suas aventuras, seus respectivos poderes, seu modo de agir, 
as honras que lhes eram devidas etc.? 
Tais saberes sobre os deuses eram veiculados por narrativas eminentemente 
orais. Ou seja, por histórias que eram transmitidas de boca a ouvido, e que passavam 
adiante, de boca em boca, através das fábulas contadas pelas mulheres às crianças nos 
lares e das vozes e dos cantos dos poetas ao público em geral. Mais tarde, no século VII 
a.C., esta tradição oral foi escrita por Hesíodo em textos que ficaram conhecidos como 
Teogonia e Cosmogonia (respectivamente, a origem dos deuses e a origem do mundo). 
Esta tradição de base oral constitui o que chamamos de mito. 
 
Compreenda, agora, o discurso filosófico na Grécia Antiga: 
 
A princípio, os filósofos pré-socráticos, também chamados de "naturalistas" ou 
filósofos da physis, tinham como escopo especulativo o problema cosmológico, ou cosmo 
ontológico, e buscavam o princípio (ou arché) das coisas. 
Cada um dos filósofos pré-socráticos sugeriu um elemento primordial (princípio) ou 
causa de todas as coisas que compõem a realidade física. 
Em um segundo momento, surgea sofística e o foco da filosofia muda do cosmo 
para o homem e o problema moral. 
 
Exemplos de elementos primordiais sugeridos pelos filósofos pré-socráticos 
 ​Tales de Mileto - a água 
 Anaximandro de Mileto - o apeíron 
 Anaxímenes de Mileto - o ar 
 Xenófanes de Cólofon - a terra 
 Heraclito de Éfeso - o fogo 
 Pitágoras de Samos - o número 
 Demócrito de Abdera - o átomo 
 Empédocles de Agrigento - os quatro elementos (terra, água, fogo e ar) 
 
Como você deve ter percebido, o pensamento filosófico rompeu com a 
tradição mítico religiosa na Grécia Antiga. 
 
A grande ``sacação´´ dos gregos pré socráticos foi a compreensão de que as 
causas explicativas do próprio mundo. Portanto, através dos elementos primordiais (aguá, 
terra, fogo, ar, etc) era possível explicar a realidade, sem a necessidade de apelo às 
forças divinas, sobrenaturais, extramundanas. 
 
OBS: ​A partir do século VI a.C. os filósofos passaram a utilizar argumentos racionais (não 
mais os religiosos ou míticos) para teorizar a realidade a partir de elementos presentes no 
próprio mundo natural, sem que precisassem apelar a um mundo sobrenatural. 
 
Exercicios da aula 1 
philosophia quer dizer: ​ amor à sabedoria. 
 
Sócrates é considerado o patrono da Filosofia por diversas razões. Observe as razões 
abaixo: 
 
1 Porque jamais se contentou com as opiniões estabelecidas, com os preconceitos de sua 
sociedade, com as crenças inquestionáveis de seus conterrâneos. 
2 Porque costumava dizer que era impelido por um espírito interior que o levava a 
desconfiar das aparências e procurar a realidade verdadeira de todas as coisas. 
3 ​ ​Porque era filho de uma parteira e dizia que sua mãe ajudava o nascimento dos corpos 
e que ele também era um parteiro, mas não de corpos e sim de almas. 
 
Uma evidência do senso comum é:​ Que horas são 
 
Aristóteles, para o homem se tornar virtuoso, ele deveria realizar suas escolhas de: ​forma 
Equilibrada 
AULA 2 
 
Sócrates, Platão e Aristóteles -​ são os mais importantes expoentes da Filosofia grega. 
As doutrinas desses filósofos compõem o período clássico da Filosofia grega, tendo longa 
vigência nos séculos seguintes. 
Ao longo dessa aula, você conhecerá a transformação filosófica provocada por 
Sócrates, com ênfase nos temas humanísticos; compreenderá o pensamento metafísico 
de Platão e a sua repercussão para a história do pensamento ocidental; e entenderá a 
solução metafísica dada por Aristóteles ao problema do conhecimento. 
Sócrates deu uma nova direção à Filosofia. Enquanto o interesse dos filósofos 
pré-socráticos recaiu sobre os estudos da natureza (physis), Sócrates interessou-se pelas 
questões humanas, a ética, a política, o conhecimento, a educação, entre outros 
problemas que afetam o homem. 
As fontes mais importantes de informações sobre Sócrates são as escritas por Platão, 
Xenofonte e Aristóteles. Sócrates foi mestre de Platão. 
Alguns historiadores afirmam que só se poder falar de Sócrates como um 
personagem de Platão, por ele nunca ter deixado nada escrito de sua própria autoria. 
 
A principal preocupação de Sócrates era a de levar os seus concidadãos a pensarem. 
Nós diálogos de Platão, Sócrates é apresentado como homem dotado de uma 
mente rigorosa, racional e inquisitiva, que questionava continuamente as crenças 
fundamentais das pessoas. O Método Socrático consistia em fazer perguntas e desvendar 
o que estava oculto em cada uma delas, num processo denominado maiêutica. 
 A filosofia Sócrates exprima-se por meio de diálogos. Na sua doutrina, a confiança 
na razão assumia um papel central: ``ninguém é mal voluntariamente´´, sendo o mal 
consequência da ignorância. O grande princípio socrático era o conhecimento de si 
próprio. 
Sócrates desempenhou um papel importante no Estado ateniense, fazendo parte 
do governo da cidade. Porém, em 403 a.C., foi acusado e culpado de corromper a 
juventude ao ensinar doutrinas que feriam as doutrinas religiosas da cidade de Atenas, 
tendo sido condenado a morte por ingestão de cicuta. Embora pudesse se exilar, 
Sócrates optou por beber tranquilamente o veneno e submeter-se a um fim doloroso. 
 
 Platão nasceu em uma família aristocrata de Atenas. Foi brilhante escritor e 
filósofo e se destacou entre os pensadores mais influentes da civilização ocidental. 
 
1. Desde jovem, Platão tinha ambições políticas, mas logo se decepcionou com a 
liderança política de Atenas. Ele se tornou discípulo de Sócrates, seguindo sua 
filosofia e aderindo ao método por ele utilizado: a busca da verdade através de 
perguntas, respostas e mais perguntas. 
2. Após a morte de Sócrates, Platão abandonou a cidade. As suas viagens 
levaram-no a lugares como Egito, Cirene e Sicília. Quando regressou a Atenas, 
cofundou uma escola que ficou conhecida por Academia, situada no Jardim de 
Academos, onde se ensinavam os mais diversos assuntos, desde a Matemática à 
Biologia, da Filosofia à Astronomia. 
3. Os ensinamentos de Platão foram escritos em forma de diálogo (aproximadamente 
trinta), de uma conversa ou um debate entre várias pessoas. Seus diálogos são 
divididos em ​três fases. 
A primeira fase é representada com Platão tentando comunicar a filosofia de 
Sócrates. Os diálogos da segunda e terceira fase relatam as próprias ideias de 
Platão, por mais que ele continue a utilizar Sócrates como personagem em seus 
diálogos. 
4. Em oposição aos sofistas, Platão propõe um novo método: a dialética (ou arte de 
pensar), que vai das palavras às ideias. Estas constituem a própria essência, 
fundamento e modelo das coisas sensíveis e individuais. 
 
Platão foi o responsável pela formulação de uma nova maneira de pensar e de 
perceber o mundo. Este ponto fundamental consiste na descoberta de uma realidade 
causal suprassensível, não-material, eterna e imutável. Tal realidade subsistiria num 
mundo separado do mundo sensível e material: o mundo das formas ou das ideias. 
 Platão, portanto, divide o existente em duas partes: o mundo das ideias e o mundo 
físico em que vivemos. No mundo das ideias, tudo é constante e real. Já no mundo físico 
(ou mundo sensível), tudo está sujeito ao fluxo, à mudança, daí seu caráter relativo e 
aparente. De um lado, o mundo das ideias ou das formas puras e imutáveis, e de outro, o 
mundo das coisas mutáveis. 
O mundo sensível é uma pálida reprodução do mundo inteligível. Trata-se de um mundo 
de cópias imperfeitas das ideias ou formas, constituindo um mundo de sombras, conforme 
a famosa Alegoria da Caverna. Segundo Platão, os sentidos físicos não nos revelam a 
verdadeira natureza das coisas. Por exemplo, ao observarmos algo branco ou belo, 
jamais chegaremos a ver a brancura ou a beleza plena, embora tragamos, dentro de nós, 
uma ideia do que elas são. 
Assim, as únicas coisas, de fato, permanentes e verdadeiras para Platão, seriam 
as ideias. Observar o mundo físico (tal como a ciência faz hoje em dia) pouco serviria, 
portanto, para alcançarmos uma compreensão da realidade, embora servisse para 
reconhecermos, ou recordarmos, as ideias perfeitas que traríamos dentro de nós. 
Ideias ou formas são arquétipos imutáveis. De acordo com Platão, só essas 
ideias/formas são o fundamento do verdadeiro conhecimento. Platão distinguiu dois níveis 
de saber: opinião e conhecimento. 
Segundo Platão, o conhecimento é derivado da razão e não da experiência. Ele pregava 
que somente através da razão atingimos o conhecimento das formas 
 
A República é a maior e mais reconhecida obra política de Platão. A obra se foca 
na questão de justiça: Como é um Estado justo? Quem é um individuo justo? 
 
Segundo Platão, a melhor forma de governo é a aristocracia por mérito. Ele divide o 
estado ideal em três classes: a classe dos comerciantes, a classe dos militares e a classe 
dos filósofos reis. 
As classes não são hereditárias, elas são determinadas pelo tipo de educação obtida pela 
pessoa. Com maior nível de educação, a pessoa pertence à classe dos filósofos reis, que 
são os encarregadosde governar o país. 
A República aborda diversos temas sobre justiça, governo e apresenta um governo 
utópico. Essa obra vem sendo amplamente lida através dos séculos, por mais que suas 
propostas nunca tenham sido adotas como uma forma de governo concreta. 
 Na República, também encontramos o famoso Mito da Caverna (ou Alegoria da 
Caverna). Trata-se de uma metáfora da condição humana perante o mundo, no que diz 
respeito à importância do conhecimento filosófico e à educação como forma de superação 
da ignorância. 
Em outras palavras, podemos dizer que a Alegoria da Caverna trata da passagem 
gradativa do senso comum, enquanto visão de mundo e explicação da realidade, para o 
conhecimento filosófico. 
 
Aristóteles​ é considerado um dos mais fecundos pensadores de todos os tempos. 
 
1. Aristóteles nasceu em Estagira, na península macedônica da Calcídica (por isso, 
ele também é chamado de o Estagirita). Era filho de Nicômano, amigo e médico 
pessoal do rei Amintas 2º, pai de Filipe e avô de Alexandre, o Grande. 
2. Aos 16 ou 17 anos, Aristóteles mudou-se para Atenas (centro intelectual e artístico 
da Grécia) e estudou na Academia de Platão até a morte do mestre, no ano 347 
a.C. 
3. Após a morte de Platão, Aristóteles passou algum tempo em Assos, no litoral da 
Ásia Menor (atual Turquia), onde casou-se com Pítias, a sobrinha do tirano local. 
Sendo este assassinado, o filósofo fugiu para Mitilene, na ilha de Lesbos. Foi 
depois convidado para a Corte da Macedônia onde, durante três anos, exerceu o 
cargo de tutor de Alexandre, mais tarde “o Grande”. 
4. Em 355 a.C., Aristóteles voltou a Atenas e fundou uma escola próxima ao templo 
de Apolo Lício, que recebeu o nome de Liceu. O caminho coberto ("peripatos") por 
onde costumava caminhar enquanto ensinava deu à escola um outro nome: 
Peripatética. A escola se tornaria a rival e ao mesmo tempo a verdadeira herdeira 
da Academia platônica. 
5. Com a morte de Alexandre, em 323 a.C., o imenso império erguido por ele 
esfacelou-se. Em Atenas eclodiu um movimento que visava a restaurar a 
independência da cidade-estado. Malvisto pelos atenienses por causa da sua 
origem macedônica, Aristóteles foi acusado de “ateísmo” ou “impiedade”. Para não 
ter o mesmo fim de Sócrates, condenado ao suicídio, exilou-se voluntariamente em 
Cálcida, na ilha da Eubéia, onde morreu um ano depois. 
6. As investigações filosóficas de Aristóteles consideraram várias áreas do 
conhecimento. Podemos citar a Biologia, a Zoologia, a Física, a História Natural, a 
Poética, a Psicologia, sem falar em disciplinas propriamente filosóficas como a 
Ética, a Teoria Política, a Estética e a Metafísica. 
 
A ​metafísica aristotélica​ é a ciência que estuda “o ser enquanto ser”, ou os 
princípios e as causas do ser e de seus atributos essenciais. Podemos sintetizar a 
metafísica aristotélica em quatro questões gerais: potência e ato; matéria e forma; 
particular e universal; e movido e motor. Conheça, inicialmente, duas dessas questões. 
A metafísica aristotélica abrange ainda o ser imóvel e incorpóreo, o princípio dos 
movimentos e das formas do mundo, bem como o mundo mutável e material em seus 
aspectos universais e necessários. 
 
A doutrina da potência e do ato é fundamental na metafísica aristotélica. 
Todo ser, que não seja o Ser perfeitíssimo (Deus), é uma síntese (um sínolo), um 
composto de potência e de ato, em diversas proporções, conforme o grau de perfeição, 
de realidade dos vários seres. 
Um ser desenvolve-se, aperfeiçoa-se, passando da potência ao ato. Esta 
passagem da potência ao ato é a atualização de uma possibilidade, de uma 
potencialidade anterior. Por exemplo, um ovo está em ato, mas é potência de uma ave. 
Esta doutrina é aplicada e desenvolvida por Aristóteles, especialmente, quando 
este trata da doutrina da matéria e da forma, que representam a potência e o ato no 
mundo, na natureza em que vivemos. 
 
Segundo Aristóteles, o indivíduo é composto por dois elementos: a matéria e a 
forma. 
O composto de matéria e forma (o sínolo) constitui a substância. 
A matéria aristotélica, porém, não é o puro não-ser de Platão (mero princípio de 
decadência), pois esta é também condição indispensável para concretizar a forma. 
Então, não existe a forma sem a matéria, ainda que a primeira seja princípio de 
atuação e determinação da segunda. Com respeito à matéria, a forma é, portanto, 
princípio de ordem e finalidade, racional, inteligível. 
Diversamente da ideia platônica, a forma aristotélica não é separada da matéria, e 
sim imanente e operante nela. Ao contrário, as formas aristotélicas são universais, 
imutáveis, eternas, como as ideias platônicas. 
A substância é o substrato imutável, em que se sucedem os acidentes, as 
qualidades acidentais. Dando um exemplo prático, a matéria seria o bronze, e a forma 
seria o formato da estátua de bronze. A matéria sem forma, a pura matéria, chamada 
matéria-prima, é um mero possível, não existe por si, é um absolutamente interminável, 
em que a forma introduz as determinações. 
Os elementos constitutivos da realidade são, portanto, a forma e a matéria. A 
realidade, porém, é composta de indivíduos, substâncias, que são um composto (um 
sínolo) de matéria e forma. 
Por consequência, estes dois princípios não são suficientes para explicar o surgir 
das substâncias e dos indivíduos que não podem ser atuados, a não ser por um outro 
indivíduo, isto é, por uma substância em ato. 
Com isso, existe a necessidade de um terceiro princípio, a causa eficiente, para 
poder explicar a realidade efetiva das coisas. 
A causa eficiente, por sua vez, deve operar para um fim, que é precisamente a 
síntese da forma e da matéria, produzindo esta síntese o indivíduo. 
Daí uma quarta causa, a causa final, que dirige a causa eficiente para a 
atualização da matéria mediante a forma. 
 
Conheça, agora, as outras duas questões gerais que sintetizam a metafísica 
aristotélica. 
 
Particular e universal 
 
Mediante a doutrina da matéria e da forma, Aristóteles explica o indivíduo, a 
substância física, a única realidade efetiva no mundo, que é precisamente o composto 
(sínolo) de matéria e de forma. 
A essência, que é igual em todos os indivíduos de uma mesma espécie, deriva da forma. 
Já a individualidade, pela qual toda substância é original e se diferencia de todas as 
demais, depende da matéria. 
O indivíduo é, portanto, potência realizada, matéria enformada, universal particularizado. 
Mediante a doutrina da matéria e da forma é explicado o problema do universal e do 
particular, que tanto atormenta Platão. Aristóteles faz o primeiro (a ideia) imanente no 
segundo (a matéria), depois de ter eficazmente criticado o dualismo platônico, que fazia 
os dois elementos transcendentes e exteriores um ao outro. 
 
Movido e motor 
 
Da relação entre a potência e o ato, entre a matéria e a forma, surge o movimento, 
a mudança, o vir-a-ser, a que é submetido tudo que tem matéria, potência. A mudança é, 
portanto, a realização do possível. 
Esta realização do possível, porém, pode ser levada a efeito unicamente por um ser que 
já está em ato, que possui já o que a coisa movida deve vir-a-ser, visto ser impossível que 
o menos produza o mais, o imperfeito o perfeito, a potência o ato, mas vice-versa. 
Mesmo que um ser se mova a si mesmo, aquilo que move deve ser diverso daquilo que é 
movido, deve ser composto de um motor e de uma coisa movida. Por exemplo, a alma é 
que move o corpo. 
O motor pode ser unicamente ato, forma. A coisa movida, enquanto tal, pode ser 
unicamente potência, matéria. 
Eis a grande doutrina aristotélica do motor e da coisa movida, doutrina que culmina no 
motor primeiro, absolutamente imóvel, ato puro, isto é, Deus. 
 
Como todo pensamento e todo juízo, a proposição aristotélica está submetida aos três 
princípios lógicos fundamentais, condições de toda verdade 
 
Princípio da identidade ​ - Um ser é sempre idêntico a si mesmo: A é A. 
Princípio da não-contradição​ -É impossível que um ser seja e não seja idêntico a si 
mesmo ao mesmo tempo e na mesma relação. É impossível que A seja A e não-A. 
Princípio excluído ​ - Dadas duas proposições com o mesmo sujeito e o mesmo predicado, 
uma afirmativa e outra negativa, uma delas é necessariamente verdadeira e a outra 
necessariamente falsa. A é x ou não-x, não havendo terceira possibilidade. 
Relembre os principais pontos estudados sobre Aristóteles. 
Como você pôde perceber, o sistema aristotélico invalida o dualismo platônico, 
representado pela teoria das ideias. 
Ora, a forma aristotélica não existe separada, num mundo inteligível e apartado do 
mundo das coisas sensíveis e materiais. 
A forma, junto com a matéria, constituiria os indivíduos, as substâncias. Portanto, a 
forma é parte constitutiva das coisas e faz parte do único mundo existente. 
Aristóteles, diferente de Platão, valoriza o conhecimento sensível, desvalorizado 
por Platão, como fonte de erro e de engano. 
Ao contrário de Platão, Aristóteles entende que todo o conhecimento possível 
inicia-se com os sentidos ou a sensação. 
Os sentidos, entretanto, são insuficientes, e precisam ser superados por outros 
graus mais elevados de abstração, passando pela memória, a experiência, a arte (téchne) 
e chegando à teoria (epistemé), grau mais perfeito do conhecimento. 
Apesar de Aristóteles ter sido discípulo da Acadêmica de Platão, após a morte do 
mestre (o Estagirita), ele invalidou a doutrina platônica dos dois mundos e apresentou 
nova doutrina sobre o ser das coisas. 
Sócrates​ deu uma nova direção à Filosofia. Enquanto o interesse dos filósofos 
pré-socráticos recaiu sobre os estudos da natureza (physis), Sócrates interessou-se pelas 
questões humanas, a ética, a política, o conhecimento, a educação, entre outros 
problemas que afetam o homem. Desenvolveu o método maiêutico deixando clara a sua 
concepção inatista do conhecimento. 
 
Platão​ foi o responsável pela formulação de uma nova maneira de pensar e de 
perceber o mundo. Este ponto fundamental consiste na descoberta de uma realidade 
causal supra-sensível, não-material, eterna e imutável. Tal realidade subsistiria num 
mundo separado do mundo sensível e material: o mundo das formas ou das ideias. A 
alegoria da caverna nos ajuda a entender a sua concepção de mundo. 
 
A metafísica ​aristotélica​ é a ciência que estuda “o ser enquanto ser”, ou os 
princípios e as causas do ser e de seus atributos essenciais. Podemos sintetizar a 
metafísica aristotélica em alguns conceitos gerais: movido e motor; matéria e forma; 
potência e ato. 
Teoria do Conhecimento 
Platão, ao considerar que o mundo das formas puras é a verdadeira realidade, despreza o 
conhecimento sensível, fonte de erro e de engano, pois tem por base as cópias 
imperfeitas, materiais e mutáveis. 
Aristóteles, ao considerar que apenas a substância individual é real, valoriza o 
conhecimento da experiência. A sensibilidade é o primeiro grau do conhecimento que 
evolui até o conhecimento teórico, o mais afastado das coisas sensíveis. 
 
EXERCICIOS 
 
Várias diferenças marcam o Pensamento Mitológico do Pensamento Filosófico. 
Marque a ÚNICA alternativa ERRADA: 
 
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Sócrates é considerado o pai da Filosofia por ter rompido com o modelo explicativo 
dos filósofos pré-socráticos e por ter inaugurado questões relativas a natureza 
humana. 
Tais questões abarcavam as seguintes áreas: ​A ética, a política, o conhecimento e a 
educação. 
O método socrático pressupõe que a verdade está latente em todo ser humano, podendo 
aflorar aos poucos na medida em que se responde a uma série de perguntas simples, 
quase ingênuas, porém perspicazes. O momento do método denominado ¿ironia¿ pode 
ser assim compreendido: 
Sócrates levava o interlocutor a duvidar de seu próprio saber sobre determinado assunto, 
revelando as contradições presentes em sua atual forma de pensar, normalmente 
baseadas em valores e preconceitos sociais. 
Segundo Marilena Chauí Sócrates é considerado o patrono da Filosofia por diversas 
razões. Observe as razões abaixo: I ¿ Porque jamais se contentou com as opiniões 
estabelecidas, com os preconceitos de sua sociedade, com as crenças inquestionadas de 
seus conterrâneos. II ¿ Porque costumava dizer que era impelido por um espírito interior 
que o levava a desconfiar das aparências e procurar a realidade verdadeira de todas as 
coisas. III ¿ Porque era filho de uma parteira e dizia que sua mãe ajudava o nascimento 
dos corpos e que ele também era um parteiro, mas não de corpos e sim de almas. IV ¿ 
Porque ele vivia numa caverna de ilusões, como vivem todos os filósofos, até se libertar 
dela e enxergar claramente a realidade.​ Estão corretas as razões I, II e III. 
 
conceitos socrático platônicos: 
1- sei que nada sei 2-cuidado de si 3 - conhece-te a ti mesmo 
 A palavra democracia vem do grego "demos" e "Kratia" povo e governo 
 
Aula 03 – Filosofia Medieval – Parte I 
 
A Filosofia Medieval compreende um período histórico que vai do final do helenismo 
(séculos IV e V) até o Renascimento (final do século XV e início do século XVI). É a maior 
parte da produção filosófica da Idade Média. 
 
Possivelmente, você já ouviu falar que a Idade Média apresenta uma imagem negativa. 
Você sabe o porquê disso? 
A imagem negativa da Idade Média é entendida pela transição entre os clássicos e os 
novos tempos, movimento que culmina no humanismo renascentista, procurando 
recuperar as glórias da antiguidade greco-romana. 
 
 A fase final da Filosofia Medieval (séculos XI e XV) equivale ao desenvolvimento da 
escolástica e a criação das universidades. 
 
1 - O termo escolástica designa todos aqueles que pertencem a uma escola ou que se 
vinculam a uma determinada escola de pensamento de ensino. 
2- Posições controvertidas que foram assumidas na Filosofia, na Teologia e na Política. 
3 - A presença da tradição aristotélica na Europa ocidental. 
4 - O levantamento de questões que aproximavam a Teologia da Filosofia, investigando 
racionalmente os fundamentos da fé cristã. 
5 - O pensamento de Santo Agostinho. 
6 - A transição do helenismo para o cristianismo. 
 
Como você viu é no período final da Idade Média que ocorre a transição do helenismo 
para o cristianismo. 
 
1. A religião cristã originária do judaísmo surge e se desenvolve no contexto do 
helenismo. A cultura ocidental da qual somos herdeiros até hoje é a síntese entre o 
judaísmo, o cristianismo e a cultura grega. 
2. O helenismo permitiu a aproximação entre a cultura judaica e a filosofia grega, que 
tornou possível, mais tarde, o surgimento de uma filosofia cristã. Em Alexandria, 
essas culturas conviveram e se integraram, de forma que se falavam várias línguas 
na região. Nessa época, foi possível encontrar uma aproximação entre a 
cosmologia platônica e a narrativa da criação do mundo. 
3. Inicialmente, o cristianismo não se distinguia claramente do judaísmo. Ele era visto 
como uma seita reformista dentro da religião da cultura judaica. 
4. Para os gregos, o príncipe divino operava no mundo, essa visão influenciou 
fortemente o desenvolvimento da filosofia cristã. 
5. É em São Paulo que encontramos a concepção de uma religião universal. Ele 
defendia a necessidade de pregar a todos.Esta é uma diferença básica em relação 
ao judaísmo e as demais religiões da época. 
 
Podemos dizer que a cultura de língua grega hegemônica permitiu a concepção de 
uma religião universal, que corresponde, no plano espiritual e religioso, a concepção de 
império no plano político e militar. Essa concepção foi consolidada com o batismo do 
imperador Constantino, em 337, e com a institucionalização do cristianismo como religião 
oficial. Entretanto, não havia ainda uma unidade no cristianismo. 
 
A filosofia grega teve uma importância fundamental no processo de unificação do 
cristianismo, quando as discussões levaram a formulação de uma unidade doutrinária 
hegemônica, ortodoxa. Os primeiros representantes dessa filosofia cristã pertenceram a, 
assim, chamada escola neoplatônica cristã Alexandria. 
 Uma questão que acompanhou todo o pensamento medieval foi o conflito entre 
razão e fé, que era foco de tensão permanente. Diversos concílios fixaram a doutrina 
considerada legitima e condenaram os que não aceitavam esses dogmas expulsando-os 
da Igreja. 
 Podemos dizer que a filosofia grega se incorporou de maneira definitiva à tradição 
cristã: a lógica e retórica forneceram meios de argumentação; e a metafísica de Platão e 
de Aristóteles forneceu conceitos chaves (substâncias, essências e etc.), em função dos 
quais questões teológicas eram discutidas. 
 
Um dos grandes pensadores cristãos foi ​Santo Agostinho​. A sua influência filosófica e 
teológica se estendeu até o período moderno. Veja abaixo os três aspectos fundamentais 
da contribuição desse pensador para o desenvolvimento da Filosofia. 
 A formulação das relações entre Teologia 
e Filosofia, entre razão e fé. 
A criação da teoria do conhecimento com ênfase na questão da subjetividade e da 
interioridade. 
A elaboração da teoria da história que foi desenvolvida na monumental cidade de 
Deus. 
 
Santo Agostinho pode ser considerado o primeiro pensador a desenvolver uma 
noção de uma interioridade que prenuncia o conceito de subjetividade do pensamento 
moderno. 
Encontramos no pensamento de Santo Agostinho a oposição interior/exterior e a 
concepção de que a interioridade é o lugar da verdade: é olhando para a sua interioridade 
que o homem descobre a verdade pela iluminação divina. 
A teoria da iluminação divina vem substituir a teoria platônica, explicando o ponto 
de partida do processo de conhecimento e abrindo o caminho para a fé. 
A concepção agostiniana teve uma grande influência no desenvolvimento da noção 
ocidental de tempo histórico, raiz da visão hegeliana. 
Santo Agostinho viveu em tempos conturbados: a ruína do mundo antigo, a 
decadência do Império Romano, as invasões dos bárbaros pagãos. Ele mostrou que os 
eventos históricos devem ser interpretados à luz da revelação, que a cidade divina 
prevalecerá, já que a história tem uma direção. 
 
Além de Santo Agostinho, é necessário mencionar Boécio (470-525), como um 
pensador fundamental para a mediação entre na filosofia antiga e a filosofia cristã 
medieval. 
 
Você já estudou que o termo escolástica designa todos aqueles que pertencem a uma 
escola ou que se vinculam a uma determinada escola de pensamento e de ensino. 
Conheça, agora, os fatores históricos que contribuíram para o seu desenvolvimento. 
 
1. As culturas bárbaras que se estabelecem na Europa Ocidental não tinham 
conhecimento e, nem tampouco, interesse pela Filosofia. Só a partir do século IX, cinco 
séculos após a morte de Santo Agostinho, a situação começa a mudar. 
2. Em 529, São Bento fundou, na Itália, a ordem monástica beneditina, diferente 
das ordens monásticas das igrejas orientais, que eram exclusivamente contemplativas. 
Graça aos monges copistas foram preservados os textos da antiguidade clássica grego 
romana, nas bibliotecas. 
3. Progressivamente, o mundo europeu ocidental começava a se reestruturar. A 
primeira grande tentativa de reestruturação aconteceu no natal do ano 800, quando o 
papa Leão III, convidou Carlos Magno para ir à Roma e lá o consagrou imperador do 
sacro império romano-germânico. Após a morte de Carlos Magno, seu império foi dividido 
entre o seu filho e os sucessores deste, levando a uma nova fragmentação política, que 
gerou grandes conflitos. 
4. É, portanto, em torno dos séculos XI e XII que vamos assistir o surgimento da 
chamada escolástica. Neste contexto, aparece a famosa querela entre a razão e a fé que 
percorre toda a Filosofia Medieval. No entanto, o desenvolvimento da Filosofia torna-se 
possível devido à difusão de consolidação das escolas nos mosteiros e catedrais. 
 
Santo Anselmo ​é considerado o primeiro grande pensador da escolástica. Ele 
elaborou sua filosofia buscando articular a razão e a revelação, a fé e o entendimento. 
Santo Anselmo deu a sua principal contribuição à Filosofia na formulação do 
famoso argumento ou prova ontológica, como ficou conhecido posteriormente (desde 
Kant). Trata-se de um dos argumentos mais clássicos da tradição filosófica, tendo sido 
questionado por outros filósofos na Idade Média, dentre eles São Tomás de Aquino. 
Prova ontológica -​ Essa prova concilia razão e fé, aquilo que a fé nos ensina pode 
ser entendido pela razão e a Filosofia nos ajuda a argumentar em favor disso. Esses 
aspectos caracterizam bem o estilo da escolástica em utilizar a Filosofia. 
A conclusão de Santo Anselmo é que não se pode pensar a inexistência de um ser 
do qual nada maior pode ser pensado sem contradição. Desse modo, fica provada a 
existência de Deus. 
 
O Império Macedônio e o Helenismo 
 
1. Após as conquistas de Alexandre, o Grande, rei da Macedônia, que criou um dos 
maiores impérios da Antiguidade, a cultura grega foi disseminada por vastas 
regiões do mundo antigo (do Egito à Índia), originando o que foi chamado de 
helenismo. Apesar da brevidade do império alexandrino, o impacto cultural das 
suas conquistas durou séculos. 
 
Diálogos entre helenismo e cristianismo 
 
1. Vocação universal do cristianismo, judaísmo e helenismo: de Yeshua a Iesus Christós. 
2. Linguagem bíblica e língua grega (koiné). 
3. Dogmática, heresia, ortodoxia cristã e filosofia grega pagã. 
4. Fé e razão cooperam no entendimento do cristianismo como verdadeira filosofia. 
 
Santo Agostinho 
Agostinho (354-430 d.C.) foi um dos grandes pensadores cristãos e a sua influência 
filosófica e teológica se estendeu até o período moderno. Em seu pensamento, são 
marcantes: 
1) A formulação das relações entre Teologia e Filosofia, entre razão e fé; 
2) A criação da teoria do conhecimento com ênfase na questão da subjetividade e da 
interioridade; 
3) A elaboração da teoria da história que foi desenvolvida na monumental cidade de 
Deus. 
 
Queda do Império Romano e bases da cristandade 
Fim da civilização romana e novo panorama político, econômico e cultural do mundo 
europeu: 
 o feudalismo; 
 Cristianização dos povos bárbaros: o monasticismo; 
 
 Carlos Magno e o Sacro Império Romano (800 d.C.); 
 
 O surgimento da escolástica (séculos XI e XII). 
EXERCÍCIOS 3 
Na Europa no século XVIII havia o conflito entre a fé e a razão. O Estado português, ainda 
centralizado nas práticas mercantilistas e no absolutismo monárquico, vai entrar em 
choque com a Igreja Católica. Isso resultou na: 
 expulsão dos Jesuítas de Portugal e Colônias; 
 
A longa administração pombalina (1750-1777) causou controvérsias ao expulsar os 
jesuítas de Portugal e de todos seus domínios, em 1759. Tal expulsão, que implicava o 
confisco dos bens dos religiosos, pode ser atribuída:​ ao processo de centralização 
administrativa que exigia a eliminação da Companhia de Jesus, acusada de formar um 
estado à parte. 
 
Após a morte de D. João V, em 1750, ascendeu como ministro Sebastião José de 
Carvalho Melo, futuro Marquês de Pombal. A administração pombalina destacou-se pela: 
redefinição da estrutura do ensino português, implementando o financiamento estatal. 
 
As Aulas Régias foram criadas devido ao desmantelamentoda estrutura administrativa 
escola portuguesa baseada na educação religiosa jesuítica em1759. Tal proposta, 
capitaneada pelo Marques de Pombal, inseriu as reformas da instrução pública e teve 
suas bases estruturadas: ​no pertencimento das mesmas ao Estado. 
 
Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal (Primeiro-Ministro de 
Portugal), pensava em reerguer Portugal da decadência que se encontrava diante de 
outras potências europeias da época. Para tanto expulsou os padres jesuítas e tentou 
organizar a educação no Brasil sob a supervisão do seu governo, promovendo o início da 
educação pública brasileira. Podemos avaliar que o objetivo do Marquês de Pombal era: 
Utilizar a escola para servir aos interesses do Estado, no caso, a Coroa Portuguesa, e 
não mais da igreja. 
 
 
Os jesuítas foram expulsos das colônias portuguesas por Sebastião 
Marquês de Pombal, primeiro-ministro de Portugal de 1750 a 1777. P
Portugal da decadência que se encontrava diante de outras potência
educação jesuítica não convinha aos interesses comerciais emanado
como objetivo organizar educação para servir aos interesses do Esta
Marque, dentre as alternativas abaixo, aquela que NÂO se relaciona
implantadas por Pombal em relação à educação: 
 
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Aula 04 – Filosofia Medieval – Parte II 
A Filosofia Medieval contou com a valiosa contribuição do pensamento árabe. 
Conheça os fatores históricos que contribuíram para a fusão entre a cultura árabe, a 
filosofia grega e o pensamento cristão. 
 
A fusão começa a partir do momento em que Alexandre (século IV a.C.) 
inicia a expansão do seu Império, levando e difundindo a cultura grega pelo Oriente 
Médio, conquistando a Índia. 
A partir desse momento, não restou mais dúvida a mistura entre a língua local e a grega 
com suas ricas tradições, formando os principais núcleos de cultura 
No período cristão (IV e V d.C.), outro marco se dará aprofundando essa fusão. 
Vários cristãos foram condenados e buscaram exílio no Oriente, principalmente na Síria e 
na Mesopotâmia. Esses cristãos, além de conhecedores da filosofia e da ciência grega, 
usavam a língua grega. 
A fusão também foi influenciada pelo profeta Maomé (570-632), quando este 
assumiu a liderança religiosa do povo árabe, fundando a religião islâmica. Esse contexto, 
sem dúvida, favoreceu o encontro dos árabes com os núcleos de cultura de origem grega 
e cristã. Portanto, os cristãos da escolástica tiveram o primeiro contato com o pensamento 
de Aristóteles através desses núcleos de cultura. 
 
Logo, podemos concluir que o grande desenvolvimento da filosofia escolástica, a partir do 
século XIII, foi devido à influência do pensamento árabe. 
1- Com o desenvolvimento de uma intensa atividade artesanal e comercial, no século XIII, 
surgiram núcleos urbanos importantes que tiveram grande influência no enriquecimento 
de uma pequena parte da população. 
2 - Consequentemente, houve o rompimento com a ordem econômica (política feudal), 
dando lugar a um mundo em que as relações sociais permitiam a mobilidade social. Além 
disso, os artesões passaram a se organizar em ligas nas cidades, fazendo nascer um 
novo tipo de convívio social. 
3 - As obras de Aristóteles, com as suas preocupações científicas e empíricas, foram 
adequadas a esse novo contexto, devido a dois fatores fundamentais que são 
característicos do século XIII: o surgimento das universidades e a criação das ordens 
religiosas (franciscanos e dominicanos). 
 
São Tomás foi um dos grandes pensadores da alta escolástica. 
- ​teve uma profunda ligação com as universidades do século XIII, sobretudo a de Paris. 
- Tornou-se um grande pensador com criatividade e originalidade. 
- Desenvolveu uma filosofia própria, tratando praticamente de todas as grandes questões 
da Filosofia e da Teologia de sua época. 
- Teve grande interesse pelas obras de Aristóteles e dos pensadores árabes. 
- Mostrou que a filosofia de Aristóteles era compatível com o cristianismo. 
O tomismo tornou-se uma espécie de representante de “uma filosofia cristã oficial”, isto se 
deu devido à grandeza da obra de São Tomás e da complexidade das questões tratadas. 
Como exemplo disso, ele desenvolveu as cinco vias da prova da existência de Deus. 
 
Guilherme de Ockham foi o maior dos lógicos escolásticos. Ele combinou o 
racionalismo do pensamento aristotélico com a fé revelada do cristianismo. 
Pelas posições que assumiu na Filosofia, na Teologia e na Política, e pelos constantes 
enfrentamentos com as autoridades, Ockham foi perseguido pelo Papa. 
Foi graças as suas ideias, que foram lançadas as sementes que levaram o sistema 
filosófico medieval à ruína, dando lugar ao novo senso de investigação crítica inspirado 
diretamente dos gregos. 
 As bases da filosofia e da ciência moderna foram lançadas nos séculos XV e XVI, 
levando ao Renascimento e à Reforma 
Nesse período, em oposição à escolásticas, é defendida a separação radical entre os 
campos da razão e da fé, da Filosofia e da Teologia. 
No final do século XIV, a escolástica e o tomismo sobrevivem no período moderno, e até 
hoje encontram adeptos. 
 AULA ON LINE 4 
Nova ordem medieval a partir do ano mil 
* Na baixa Idade Média, o incremento da atividade artesanal e comercial favoreceu a 
reconstituição dos núcleos urbanos, livres dos laços feudais, de modo a se constituírem 
autonomamente. É neste contexto que aparece um novo personagem social, o mercador, 
protótipo do homem burguês. 
* As transformações econômicas dão lugar a um mundo em que as relações sociais 
permitiam a mobilidade social. Além disso, os artesões passaram a se organizar em ligas 
nas cidades, fazendo nascer um novo tipo de convívio social. 
* As obras de Aristóteles, com as suas preocupações científicas e empíricas, foram 
adequadas a esse novo contexto, devido a dois fatores fundamentais que são 
característicos do século XIII: o surgimento das universidades e a criação das ordens 
religiosas medicantes (franciscanos e dominicanos). 
 
São Tomás de Aquino 
São Tomás foi um dos grandes pensadores da alta escolástica e teve uma profunda 
ligação com as universidades recém criadas no século XIII, em especial, a de Paris. 
Desenvolveu uma filosofiaprópria, tratando praticamente de todas as grandes questões 
da Filosofia e da Teologia de sua época. Destacamos as cinco vias ou provas da 
existência de Deus. 
Teve grande interesse pelas obras de Aristóteles que se tornaram acessíveis através das 
traduções latinas feitas pelos árabes, com destaque para Averróis e Avicena. 
 O tomismo tornou-se, a partir do Concílio de Trento, uma espécie de “filosofia cristã 
oficial” e uma alternativa ao agostinismo platônico. 
 
Guilherme de Ockham 
Guilherme de Ockham, o maior dos lógicos escolásticos, defendeu o nominalismo ou 
conceitualismo. Suas posições polêmicas nos campos da Filosofia, da Teologia e da 
Política ocasionaram constantes enfrentamentos com as autoridades e a perseguição do 
Papa. 
Graças as suas ideias, foram lançadas as sementes da modernidade, à medida que 
propõe a separação entre os âmbitos da razão e da fé, da Filosofia e da Teologia. 
As bases da filosofia e da ciências modernas foram lançadas a partir do século XIV 
levando ao Renascimento e à Reforma. 
A escolástica entrou em crise, porém, isso não significou o seu fim. A filosofia escolástica 
e o tomismo sobrevivem no período moderno e, até hoje, possuem adeptos. 
 
Nessa aula, você conheceu os fatores fundamentais que permitiram o encontro da 
filosofia árabe com a filosofia do ocidente. 
 
Conheceu a importância de São Tomás de Aquino, seu papel na escolástica e como a 
sua teoria tornou a filosofia de Aristóteles compatível com o cristianismo. 
 
Entendeu que as ideias de Guilherme de Ockham contribuíram para a crise do grande 
sistema filosófico medieval, culminando com o Renascimento. 
 
Compreendeu que a separação entre razão e fé, filosofia e teologia abriram campo para o 
surgimento do pensamento moderno, em especial para o humanismo e uma ciência nova. 
 
EXERCÍCIOS 4 
 
É comum fazer referência à Idade Média como um período de poucos avanços, devido à 
monopolização do conhecimento formal pela igreja católica. Porém, nesse período houve 
o surgimento das: ​ ​Universidades 
O termo ​escolástico ​designa todos aqueles que pertencem a uma escola ou que se 
vinculam a uma determinada escola de pensamento e de ensino. Os fatores históricos 
que contribuíram para o seu desenvolvimento foram, exceto: 
 
 As culturas bárbaras que se estabelecem na Europa Ocidental não tinham 
conhecimento e, nem tampouco, interesse pela Filosofia. Só a partir do 
século IX, cinco séculos após a morte de Santo Agostinho, a situação 
começa a mudar. 
 Em torno dos séculos XI e XII, que vamos assistir o surgimento da chamada 
escolástica. Neste contexto, aparece a famosa querela entre a razão e a fé 
que percorre toda a Filosofia Medieval. O desenvolvimento da Filosofia 
torna-se possível devido à difusão de consolidação das escolas nos 
mosteiros e catedrais. 
 Em 529, São Bento fundou, na Itália, a ordem monástica beneditina, diferente 
das ordens monásticas das igrejas orientais, que eram exclusivamente 
contemplativas. 
 Foi graça aos monges copistas que foram preservados os textos da 
antiguidade clássica greco-romana, nas bibliotecas. 
 
 x 
Progressivamente, o mundo europeu ocidental começava a se reestruturar. A 
primeira grande tentativa de reestruturação surgiu com o papa Bento III, que 
consagrou imperador Carlos Magno ocasionando uma nova fragmentação 
política, que gerou grandes conflitos 
Analise o texto: Uma das características .............................. foi o método inventado pelos 
seus pensadores para expor as ideias filosóficas, conhecido como disputa, isto é, 
apresentava-se uma tese e esta deveria ser refutada ou defendida com argumentos 
retirados .............................. , de Aristóteles, de Platão ou de Padres da Igreja. Assinale a 
alternativa que completa corretamente as lacunas do texto​: ​da escolástica - da bíblia 
Segundo Marcondes (2008, p. 126-127), para entendermos o desenvolvimento do 
pensamento escolástico no século XIII, dois fatores, característicos dessa época, devem 
ser considerados: ​ ​O surgimento das universidades e a criação das ordens religiosas. 
A crise da escolástica no século XIV traz um pensamento inovador que, por sua vez, 
prenuncia o período moderno com suas novas teorias filosóficas e científicas, além de 
profundas transformações no mundo europeu denominado de ​: Humanismo renascentista; 
Indique o filósofo que teve grande influência no pensamento de Santo Tomás de Aquino: 
Aristóteles 
Aula 05 – Filosofia Moderna – Parte I 
A ideia de modernidade foi sendo construída com o passar dos tempos. 
O termo moderno já era usado na Filosofia Medieval, mas o conceito de modernidade 
veio de duas noções fundamentais relacionadas - a ideia de progresso e a valorização do 
indivíduo, que são decorrentes de fatores históricos como: ​o Humanismo Renascentista 
(século XV);a Reforma Protestante (século XVI); a Revolução Científica (século XVII); a 
redescoberta do ceticismo. 
 
O primeiro fator histórico que você conhecerá é o Humanismo Renascentista do século 
XV. A obra faz parte da Capela Sistina de Michelangelo e retrata o início da vida em 
Adão. 
O conceito de Renascimento abrange os séculos: XV e XVI, que foi o período histórico 
intermediário entre o medieval e o moderno. Podemos dizer que o traço mais 
característico desse período foi o humanismo. 
O humanismo teve também uma grande importância na política. As partes centrais 
do ideário humanista tratam da rejeição da tradição escolástica em favor de uma 
recuperação da natureza humana individual, ponto de partida de uma nova ordem. O 
principal pensador político mais original desse período foi sem dúvida Nicolau Maquiavel 
(autor de O Príncipe, publicado em 1532). 
 
A Reforma Protestante do século XVI também contribuiu para o conceito de modernidade. 
Em uma visita a Roma (1510), Lutero ficou chocado com a corrupção da sede da 
Igreja e começou a defender a necessidade de uma reforma. 
Portanto, o marco do início da Reforma Protestante foi a pregação por Lutero das suas 95 
teses contra os teólogos católicos da universidade e contra o papa Leão X (1517). 
 A ideia de reforma foi bastante comum no desenvolvimento do cristianismo. 
A ruptura provocada pela Reforma é um dos fatores propulsores da modernidade, embora 
Lutero se aproxime mais da filosofia medieval agostiniana. 
O protestantismo, o movimento de oposição a Roma, difundiu-se por outros países, 
a exemplo de Calvino na Suíça, em Genebra. 
Com isso, a Igreja Católica inicia uma ofensiva contra o protestantismo. O Concílio de 
Trento estabeleceu as bases doutrinárias e litúrgicas. A Inquisição ganhou nova força e, 
assim, surgiram novas ordens religiosas como a Companhia de Jesus, de caráter 
militante. 
No século seguinte, a Guerra dos Trinta Anos opõe católicos e protestantes por 
toda Europa. 
A ética protestante, principalmente calvinista, proporcionou grande desenvolvimento 
econômico da Europa, permitindo a acumulação do capital. 
Lutero combateu a escolástica, sua concepção teológica é uma interpretação da doutrina 
de santo Agostinho sobre a luz natural que todo o indivíduo tem em si e que permite 
entender e aceitar a revelação, não necessitando da intermediação da igreja, dos 
teólogos, da doutrina dos concílios, a fé é suficiente. 
Se a discussão em torno da “regra da fé” abre caminho acerca do livre arbítrio e da 
salvação. Essa discussão levanta questões de natureza moral. 
 
Para Lutero, a salvação só é possível pela graça divina, dom de Deus que independe do 
saber adquirido, ou da obediência da autoridade eclesiástica, assim rejeita a doutrina 
ética da escolástica tomista e o esforço humano não desempenha nenhum papel na 
salvação. 
 
Além do Humanismo Renascentista e da Reforma Protestante, a Revolução Científica 
também contribuiu para o conceito de modernidade. 
* A Revolução Cientifica moderna teve seu ponto de partida na obra de Nicolau 
Copérnico, através de cálculos dos movimentos por meio dos corpos celestes. 
* Aobra de Nicolau Copérnico rompeu com o sistema geocêntrico, em que a terra se 
encontra imóvel no lugar central do universo, indo contra uma teoria estabelecida a 
praticamente vinte séculos. 
* Copérnico sacudiu a visão de mundo medieval estática imaginando a terra girando em 
torno do sol, desenvolvendo sua pesquisa propondo a hipótese heliocêntrica. Ele 
conserva uma concepção de um cosmo fechado, tendo como limite a esfera das estrelas 
fixas, típica da visão antiga. A ideia de um universo infinito foi incorporada 
progressivamente à ciência moderna. 
* A revolução científica moderna inspirou-se em Platão, que já havia antecipado o modelo 
heliocêntrico. 
* Em 1609, o astrônomo alemão Johannes Kepler defendeu a ideia de que o universo é 
regido por leis matemáticas. 
* Porém, é na verdade Galileu quem diz “a natureza é um livro escrito em linguagem 
geométrica”. Esse é o ponto de partida do mecanicismo que vê a natureza como um 
mecanismo, como as engrenagens de um relógio impulsionado por uma força externa. 
* Galileu ainda postulava a ideia de órbitas circulares. Podemos considerá-lo como ponto 
de chegada de um processo da antiga visão de mundo e de ciência. 
* São duas as grandes transformações científicas: 
do ponto de vista da cosmologia​ - o modelo empreendido por Galileu - universo infinito 
e movimento dos corpos celestes, principalmente da terra; 
do ponto de vista da ideia de ciência​ - a valorização da observação do método 
experimental que se opõe à ciência contemplativa dos antigos. 
 
1. Outro fator histórico que contribuiu para o conceito de modernidade foi a 
redescoberta do ceticismo. 
1) O interesse pelo ceticismo antigo é retomado no Renascimento como parte do 
movimento de volta aos clássicos. 
A Idade Média havia sido, em grande parte, ignorada pelos céticos devido à refutação do 
ceticismo por santo Agostinho. 
 
2) Possivelmente, os céticos foram os primeiros filósofos a questionar a possibilidade do 
conhecimento e a levantar a questão sobre os limites da natureza humana do ponto de 
vista cognitivo, o que será uma das grandes temáticas do pensamento moderno até Kant. 
Um dos primeiros a tratar dessa temática argumentou que os limites do nosso 
entendimento só podem ser superados pela fé. A revelação e a fé são as únicas 
possibilidades de superar a incerteza de uma ciência incapaz de alcançar o verdadeiro 
saber. 
 
3) Podemos considerar Michele de Montaigne o filósofo mais importante desse período, 
quanto à retomada e ao desenvolvimento do ceticismo, inclusive devido a sua influência 
em Descartes. 
A visão cética de Montaigne pode ser considerada um dos pontos de partida do 
subjetivismo e do individualismo. Diante de um mundo de incerteza, mergulhado em 
guerras e conflitos religiosos e políticos o homem refugia-se dentro de si. 
 
AULA 5 ON LINE 
A arte renascentista; Grécia e Roma como ideal estético 
O homem no centro do mundo – Leonardo Da Vinci (Séc. XV) 
A Reforma de Lutero, através do livre exame da escritura sagrada, e da justificação pela 
fé e não pelas obras, abala a autoridade da Igreja e questiona a tradição. A reação 
contra-reformista da Igreja é organizada pelo Concílio de Trento. 
 
1)Efervescência artística e cultural na Itália pós-bizântina. 
2)O termo Renascimento ​ (renascitá​); 
3)A valorização do homem como medida de todas as coisas (Protágoras); 
4)O individualismo; 
5)A secularização da cultura. 
 
Nessa aula, você identificou as mudanças profundas que trouxeram a ideia de progresso 
e valorização do indivíduo na modernidade. 
 
Entendeu como a Reforma e a Revolução Científica questionam a tradição e a autoridade 
da Igreja e provoca mudanças no panorama político e religioso europeu, alterando 
profundamente as discussões filosóficas, teológicas e doutrinárias como propulsoras da 
modernidade. 
 
Analisou a reação da Igreja Católica à Reforma, identificando as suas consequências, 
assim como os diferentes fatores que permitiram a revolução científica e a redescoberta 
do ceticismo no contexto do início da modernidade. 
 
EXERCÍCIOS ON LINE 5 
O ideário humanista do Renascimento trata da rejeição da tradição escolástica, em favor 
de uma recuperação da natureza humana individual. Esses questionamentos estão 
presentes, também, no campo político, especialmente na obra "O Príncipe", publicado em 
1532. 
Escolha, entre os pensadores abaixo, o autor de "O príncipe" ​ Nicolau Maquiavel 
A Ética protestante, principalmente calvinista, ao considerar os protestantes 
predestinados, valoriza determinados posicionamentos. Escolha a alternativa que NÃO 
está relacionada com a Ética protestante: 
valorização da livre iniciativa e austeridade 
valorização do acúmulo do capital 
surgimento de uma classe burguesa detentora de riqueza e 
poder político 
 valorização da pobreza para alcançar a graça de Deus 
valorização da liberdade individual 
 
Na luta contra a Reforma Protestante, na Igreja Católica do século XVI, surgem novas 
ordens religiosas de caráter militante, fazendo parte da Contra-Reforma. Uma de entre as 
 
apresentadas abaixo surge nesta época. Escolha a alternativa correta: ​ Companhia de 
Jesus de santo Inácio de Loyola 
A Reforma Protestante de Lutero é um dos fatores propulsores da Modernidade, pois 
destaca uma das suas características mais importantes. Escolha a alternativa correta:​ a 
defesa do individualismo contra a autoridade externa 
O contexto do Renascimento e do início da modernidade é propício à retomada do 
ceticismo antigo. Quem é o representante mais importante do ceticismo no início da 
modernidade? Escolha a alternativa correta: ​ Montaigne 
Qual filósofo escolástico escreveu as ¿Cinco Vias¿ da prova da existência de Deus? ​ São 
Tomás de Aquino 
EXERCÍCIOS DE 1 A 5 
Uma característica marcante da filosofia socrática é a ideia de não sabedoria, traduzida 
na frase: "sei que nada sei". Sócrates fazia esta afirmação porque: ​ ​percebia, realmente, 
que não sabia acerca do que indagava. 
A respeito do tema filosofia grega, faça relação entre números e parênteses. 
1 ¿ Ato e potência. 
2 ¿ Arché. ( origem ou princípio) 
3 ¿ Physis 
4 ¿ Matéria e forma. 
5 ¿ Logos. 
( ) Significa literalmente discurso e difere fundamentalmente do mythos. 
( ) Causa ou princípio primordial que permeia toda a realidade natural. 
( ) Princípios metafísicos indissociáveis que compõem a substância individual. 
( ) Conceitos que permitem explicar a mudança e a transformação. 
( ) Objeto de investigação dos primeiros filósofos que buscam uma explicação causal dos 
fenômenos naturais. 
5, 2, 4, 1, 3 
Sócrates é considerado o pai da Filosofia por ter rompido com o modelo explicativo dos 
filósofos pré-socráticos e por ter inaugurado questões relativas a natureza humana. 
Tais questões abarcavam as seguintes áreas: ​A ética, a política, o conhecimento e a 
educação. 
 
Caso seja levado em consideração que o termo filósofo não designa uma identidade ¿ 
 
aquele que possui o conhecimento ¿ mas uma distinção, o amigo do sábio, e levando em 
conta a célebre frase socrática: ¿só sei que nada sei¿, que demonstra a busca incessante 
do conhecimento sem nunca alcançá-lo por completo, podemos afirmar que: I. o mestre é 
o detentor último dos conhecimentos possíveis. II. o mestre é aquele que mostra o 
caminho do conhecimento, mas que não o tem consigo. III. o mestre é o exemplo de que a 
aquisição do conhecimento é algo em permanente construção. IV. neste processo do 
conhecimento é importante a confluência da doação do mestre em mostrar o caminho e a 
vontade do discípulo em buscar a verdade. Assinale a alternativa CORRETA. 
 
 Todas as afirmativas são corretas. 
 Somente as afirmativas I, II e III são corretas. 
 Somente as afirmativas III e IV são corretas. 
 Somente as afirmativas I, II e IV são corretas. 
 Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 
 
A Escolástica (ou Escolasticismo) é uma linha dentro da filosofia medieval, de acentos 
notadamentecristãos, surgida da necessidade de responder às exigências da fé, 
ensinada pela Igreja, considerada então como a guardiã dos valores espirituais e morais 
de toda a Cristandade. A questão chave que vai atravessar todo o pensamento 
escolástico é a harmonização de duas esferas. Assinale a alternativa que corresponde às 
esferas responsáveis pela harmonia do pensamento escolástico.​ Fé e Razão. 
Como denominamos a filosofia cristã dos primeiros sete séculos, elaborada pelos Padres 
ou Pais da Igreja, os primeiros teóricos,e consiste na elaboração doutrinal das verdades 
de fé do Cristianismo e na sua defesa contra os ataques dos "pagãos" e contra as 
heresias? ​ Patrística. 
As ideias de Guilherme de Ockham, contribuíram para o desmantelamento do grande 
sistema filosófico medieval, culminando com o: ​ Renascimento. 
Foi considerado o primeiro grande pensador da escolástica. Ele elaborou sua filosofia 
buscando articular a razão e a revelação, a fé e o entendimento. Este pensador 
denomina-se: ​ Santo Anselmo; 
A Ética protestante, principalmente calvinista, ao considerar os protestantes 
predestinados, valoriza determinados posicionamentos. Escolha a alternativa que NÃO 
está relacionada com a Ética protestante: 
 
 valorização da livre iniciativa e austeridade 
 valorização do acúmulo do capital 
 surgimento de uma classe burguesa detentora de riqueza e poder 
político 
 valorização da liberdade individual 
 valorização da pobreza para alcançar a graça de Deus 
 
Escolha a alternativa correta. O conceito de Renascimento abrange os séculos XV e XVI, 
período intermediário entre o medieval e o moderno, mas com identidade própria. 
Podemos dizer que o traço mais característico desse período é: ​ o humanismo 
Leia com atenção os conceitos relacionados com o pensamento de Santo Agostinho, um 
deles está errado. Escolha a alternativa que NÃO está correta: 
É profundamente influenciado pela filosofia de Aristóteles, mais do que pela filosofia de 
Platão. 
A religião cristã, originária do judaísmo, surge e se desenvolve no contexto do helenismo. 
É precisamente da síntese entre o judaísmo, o cristianismo e a cultura grega que se 
origina a tradição cultural ocidental de que somos herdeiros até hoje. 
Assinale a única alternativaF ALSA. 
De acordo com a tradição cristã, os filósofos gregos são vistos, em grande parte, 
principalmente Sócrates, Platão e alguns estoicos, como graves entraves ao 
desenvolvimento da filosofia cristã. 
Dentro do cristianismo, um dos nomes mais importantes é o de Santo Agostinho. A 
importância de Santo Agostinho tem diversas explicações, pois este pensador deixou uma 
vasta obra que foi capaz de atravessar os tempos sem se tornar ultrapassada. 
I. Dentre os argumentos de Santo Agostinho em defesa do cristianismo cristão 
está a defesa de que a capacidade de conhecer é inata, porque concessão divina 
II. Com base na tese de Platão que defende que a virtude é um atributo inato, 
Santo Agostinho formula a tese de que a possibilidade de conhecer pressupõe a 
existência de Deus como ser que ensina. 
III. Embora tenha desenvolvido uma concepção de interioridade, que pode ser o 
prenúncio da subjetividade, Santo Agostinho não pode ser citado como inaugurador 
do pensamento moderno, porque sua filosofia é cristã. 
IV. Aconcepção de história desenvolvida por Santo Agostinho traz em sua 
essência o sentido materialista da dialética marxista, por isto, embora cristão, é um 
autor materialista. 
 Assinale a opção que apresenta as afirmações corretas:​ são verdadeiros I e II. 
A possibilidade de pensar e defender o cristianismo como uma religião universal, nas 
suas origens (s. I e II d. C.), está relacionada com um determinado contexto cultural. 
Escolha a alternativa correta:​ ​contexto cultural do helenismo 
A filosofia que se produziu durante toda a Idade Média está intimamente ligada, em suas 
origens, a expansão do cristianismo. O período que vai do século III ao século V é 
chamado de: ​Patrística; 
Sobre a questão da fé para o homem medieval: I - O maior medo do homem medieval não 
seria a morte e sim a perda do sentido da fé. II - A fé não é uma simples crença, mas uma 
entrega a Deus. III - Nos dias atuais a fé para a sociedade seria uma loucura. IV - A fé é 
uma abertura para o divino, para Deus. Quais afirmativas são verdadeiras? Marque a 
resposta correta: ​ I, II, III e IV 
AULA 06 – FILOSOFIA MODERNA – PARTE II 
Entenderá o pensamento e a contribuição de Descartes, que foi considerado o “pai” da 
Filosofia Moderna, assim como a modernidade da qual somos herdeiros até hoje. 
Descartes (1596 – 1650) viveu em um tempo de profunda crise da sociedade, tempo de 
transição entre uma tradição que sobrevivia e outra que estava surgindo, resultando em 
uma nova visão de mundo. Ele acompanhou as grandes transformações da sua época. 
O início das grandes navegações e a descoberta das Américas. 
 As teorias científicas de Copérnico e Galileu, que revolucionaram a 
maneira de se considerar o mundo físico. 
A escolástica medieval, que estava longe de desaparecer. 
A decadência do sistema feudal, substituído por uma nova ordem econômica baseada no 
comércio livre e no individualismo.
 ​A Reforma de Lutero, que abalou a autoridade universal da Igreja 
Católica no Ocidente, e a Contra Reforma, reação ao Protestantismo, que teve como 
consequência a Guerra dos Trinta Anos, na qual o próprio Descartes participou. 
 A arte retomando os valores da 
antiguidade clássica, impondo uma cultura leiga, às vezes, de inspiração pagã. 
A obra de Descartes é uma longa reflexão e tomada de posição sobre o seu tempo. A 
crença no poder crítico da razão humana individual é traço fundamental da modernidade 
de Descartes. 
O homem da época de Descartes viveu uma grande diversidade de experiências. 
Devemos compreender o pensamento filosófico de Descartes como o resultado da 
reflexão sobre a experiência de vida. 
 
É possível considerar Descartes como um dos iniciadores da modernidade, doravante, 
influenciará o desenvolvimento do pensamento filosófico. Com Descartes, a necessidade 
de contextualização do pensamento e o sujeito pensante entram em cena: “terei a 
satisfação de mostrar os caminhos que segui e apresentar minha vida como em um 
quadro”. Descartes sempre escreveu na primeira pessoa do singular. 
Descartes foi excelente aluno, sobretudo interessado pela Matemática; viajou por diversos 
países da Europa; descobriu sua vocação filosófica decidindo dedicar-se a “descobrir os 
fundamentos dessa ciência admirável”. 
Ele considerou a Matemática como modelo de sua reflexão filosófica e, com isso, 
pretendia elaborar uma matemática universal para todos os assuntos. 
 
Nesse tempo de conflitos, crises e incertezas, Galileu foi proibido de lecionar. Ao tomar 
conhecimento da condenação de Galileu, Descartes desistiu de publicar a sua obra - O 
tratado do mundo. 
Em 1637, Descartes publicou, em francês, seus tratados científicos que têm como 
introdução o discurso do método. Descarte adquiriu fama e sua obra foi condenada. 
Segundo Descartes, se no início do discurso do método, o bom senso (isto é, a 
racionalidade) é natural ao homem, o erro resulta na realidade de mau uso da razão. 
A finalidade do método é: por a razão no bom caminho. Portanto, o método visa o 
conhecimento, a elaboração de uma teoria científica. Este é o sentido das regras que 
Descartes formula. 
Utilizando esse método saberemos como usar da intuição. 
As regras de Descartes se inspiram na geometria, são simples, mas devem ser seguidas 
à risca. Jamais devemos deixar de observá-las. 
Regra 01- Jamais aceitar como exata coisa alguma que eu não conheça evidentemente. 
Regra 02- Dividir cada dificuldade a ser examinada em tantas partes quantas possíveis e 
necessárias para resolvê-las. 
Regra 03- Impor ordem nos meus pensamentos, começando pelosassuntos mais simples 
de serem conhecidos. 
Regra 04- Fazer para cada caso enumerações tão exatas que esteja certo de não ter 
esquecido nada, assim nunca se confundirá o falso com o verdadeiro, chegando ao 
verdadeiro conhecimento. 
 
O conflito entre os dois modelos de ciência, o antigo e o moderno, fazia com que alguns 
pensadores céticos se perguntassem se as futuras gerações não descobririam as teorias 
da ciência nova também de forma errônea. 
 
Na época de Descartes, havia uma crise generalizada da autoridade. 
Descartes deixa bem claro que não se pode confiar na tradição, nos ensinamentos do 
saber adquirido, e constata que a tradição, ao contrário do que pretendia, estava muito 
longe de ter encontrado a verdade e de ter constituído um sistema sólido e coerente que 
lhe desse autoridade. 
A única alternativa possível parecia ser a interioridade, a própria razão humana, a luz 
natural que o homem possui em si mesmo, a sua racionalidade. Portanto, o homem traz 
dentro de si a possibilidade do conhecimento. 
 
Conheça também o argumento do cogito de Descartes. 
“Penso logo existo”, uma das mais célebres expressões filosóficas que existe. Com esse 
argumento, Descartes busca uma certeza imune ao questionamento cético. 
 
A etapa inicial da argumentação cartesiana é a formulação de uma dúvida metódica, 
colocando tudo em questão. Começa-se duvidando de tudo: senso comum, argumento de 
autoridade, testemunho dos sentidos, das informações da consciência, da realidade do 
exterior e do próprio corpo. A cadeia de dúvidas se interrompe diante do seu próprio ser 
que duvida. Se duvido, penso: “Penso logo existo”. 
Assim, Descartes introduz uma grande modificação no pensamento moderno: “ a crença 
na autonomia do pensamento, a ideia de que a razão bem dirigida basta para encontrar a 
verdade sem precisar dos livros e dos “dogmas”. 
Para Descartes, o espírito humano tem em si os meios de alcançar a verdade, se souber 
cultivar sua independência e conduzir-se com método. A certeza é possível porque o 
espírito humano já possui ideias gerais, claras e distintas que são inatas (inerentes à 
capacidade de pensar), portanto, não estão sujeitas ao erro. A primeira ideia inata é o 
cogito pelo qual nos descobrimos como seres pensantes. 
 
Enquanto o racionalismo de Descartes prioriza a razão, o filósofo Francis Bacon insiste na 
necessidade da experiência. 
 
Mesmo hoje, o argumento do cogito e suas consequências suscitam grandes interesses. 
 
O objetivo de Descartes, contudo, é fundamental para a possibilidade do conhecimento 
científico. É necessário, portanto, encontrar um caminho de superação desse idealismo 
radical, no qual a única realidade certa é a existência do puro pensamento. 
No entanto, é fundamental encontrar uma ponte entre o pensamento subjetivo e a 
realidade objetiva. 
 
AULA ON LINE 6 
O contexto do surgimento do racionalismo cartesiano 
Descartes (1596 ​–1650) viveu em um tempo de profunda crise da sociedade, tempo de 
transição entre uma tradição que sobrevivia e outra que estava surgindo, resultando em 
uma nova visão de mundo. 
 As teorias científicas de Copérnico e Galileu 
revolucionaram a maneira de se considerar o mundo físico. 
 A decadência do 
sistema feudal propiciou o surgimento de uma nova ordem econômica baseada no 
comércio livre e no individualismo.A Reforma de Lutero abalou a autoridade universal da 
Igreja Católica no Ocidente, e a Contra Reforma, reação ao Protestantismo, teve como 
consequência a Guerra dos Trinta Anos, na qual o próprio Descartes participou. 
A arte retomando os valores da antiguidade clássica impôs uma cultura laica, às vezes, 
de inspiração pagã. 
A concepção mecanicista do mundo 
O mundo é concebido ao modo de uma máquina e Deus era o criador; mas como a 
natureza era perfeita, não precisaria de seu criador para continuar funcionando. 
A dúvida metódica 
A etapa inicial da argumentação cartesiana é a formulação de uma dúvida metódica, 
colocando tudo em questão. Começa-se duvidando de tudo: senso comum, argumento de 
autoridade, testemunho dos sentidos, das informações da consciência, da realidade do 
exterior e do próprio corpo. Descartes lança as hipóteses do sonho enganador, do erro 
dos sentidos e do gênio malvado. 
Cogito, ergo sum ( penso logo existo) 
Para Descartes, a cadeia de dúvidas se interrompe diante do seu próprio ser que duvida. 
Se duvido, penso: e, se, penso, logo existo. Assim, Descartes introduz uma grande 
modificação no pensamento moderno: a crença na autonomia do pensamento, a ideia de 
que a razão bem dirigida basta para encontrar a verdade sem precisar dos livros e dos 
“dogmas”. 
O espírito humano tem em si os meios de alcançar a verdade, se souber cultivar sua 
independência e conduzir-se com método. A certeza é possível porque o espírito humano 
já possui ideias gerais, claras e distintas que são inatas (inerentes à capacidade de 
pensar), e não estão sujeitas ao erro. A primeira ideia inata é o cogito pelo qual nos 
descobrimos como seres pensantes. 
As regras do método 
De acordo com Descartes, se no início do discurso do método, o bom senso (isto é, a 
racionalidade) é natural ao homem, o erro resulta na realidade de mau uso da razão. Daí 
a necessidade do método. 
 ​1 - A primeira consistia em nunca aceitar algo como verdadeiro sem conhecê-lo 
evidentemente como tal: isto é, evitar cuidadosamente a precipitação e a prevenção; não 
incluir nos meus juízos nada que não se apresentasse tão clara e distintamente à minha 
inteligência a ponto de excluir qualquer possibilidade de dúvida; 
2 - A segunda era dividir o problema em tantas partes quantas fossem necessárias para 
melhor poder resolvê-lo. 
3 - A terceira, conduzir por ordem os meus pensamentos, começando pelos objetos mais 
simples e mais fáceis de conhecer, para subir pouco a pouco, gradualmente, até o 
conhecimento dos mais compostos; e admitindo uma ordem mesmo entre aqueles que 
não apresentam nenhuma ligação natural entre si. 
4 - Por último, a quarta, sempre fazer enumerações tão completas, revisões tão gerais, 
que tivesse certeza de nada ter omitido. 
AULA 7 – FILOSOFIA MODERNA – PARTE III 
O empirismo e o racionalismo (pensamento cartesiano) constituíram conjuntamente 
algumas das principais correntes do pensamento moderno na sua fase inicial. 
A palavra empirismo, deriva da palavra grega “empeiria”, que significa basicamente 
uma forma de saber derivado da experiência sensível, e de informações acumuladas com 
base nesta experiência, permitindo a realização de fins práticos 
Podemos dizer que o empirismo é a posição filosófica que toma a experiência 
como guia e critério de validade de suas afirmações, especialmente nos campos da teoria 
do conhecimento e da filosofia da ciência. 
O grito de guerra do empirismo é a frase de inspiração aristotélica: “Nada está no 
intelecto que não tenha passado antes pelos sentidos”. Ou seja, todo conhecimento 
resulta de uma base empírica, de percepções ou impressões sensíveis sobre o real, 
elaborando-se e desenvolvendo-se a partir desses dados da realidade sensorial. Os 
empiristas, portanto, rejeitam a noção de ideias inatas ou de um conhecimento anterior à 
experiência ou independente desta. 
A seguir, você conhecerá os três principais pensadores do empirismo clássico: Francis 
Bacon (1561-1626), John Locke (1632-1704), e David Hume (1711-1776). 
 
BACON E O MÉTODO EXPERIMENTAL 
Podemos distinguir dois aspectos inter-relacionados da contribuição de filosófica de 
Bacon: 
1) a concepção de pensamento crítico contida na teoria dos ídolos; 
A filosofia de Bacon, assim como a de Descartes, caracteriza-se por uma ruptura bastante 
explícita em relação à tradição anterior, sobretudo a escolástica de inspiração aristotélica. 
A preocupação fundamental de Bacon é com formulação de um método que evite o erro e 
coloque o homem no caminho do conhecimento correto. É

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