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Corrosão Pablo Altoé Amorim Unid. I - Introdução à Corrosão Apresentação Conteúdo Unidade 1 – INTRODUÇÃO À CORROSÃO: 1.1. Introdução 1.2. Oxidação-Redução Unidade 2 – ASPECTOS DA CORROSÃO 2.1. Potencial do eletrodo 2.2. Pilhas eletroquímicas 2.3. Formas de corrosão Unidade 3 – MEIOS CORROSIVOS 3.1. Atmosfera 3.2. Águas Naturais 3.3. Solos 3.4. Produtos Químicos 3.5. Alimentos 3.6. Substâncias Fundidas 3.7. Solventes Orgânicos 7.8. Madeira e plásticos (polímeros) Unidade 4 – MÉTODO DE COMBATE A CORROÃO 4.1. Introdução 4.2. Proteção Galvânica 4.3. Proteção Eletrolítica 4.4. Inibidores de Natureza Química 4.5. Inibidores de Natureza Física – Revestimentos Metálicos 4.6. Inibidores de Natureza Física – Revestimentos Não Metálicos Inorgânicos 4.7. Inibidores de Natureza Física – Revestimentos Não Metálicos Orgânicos – Pintura Industrial 4.8. Inibidores de Natureza Física – Metais de Sacrifício 4.9. Proteção Catódica 4.10. Proteção Anódica Conteúdo Unidade I – Introdução à Corrosão 1.1. Introdução 1.1.1. Introdução à Corrosão 1.1.2. Problemas causados pela Corrosão 1.1.3. Problemas causados pela Corrosão nas propriedades do materiais 1.1.4. Conceitos 1.1.5. Mecanismos da Corrosão 1.1.6. Características das Películas Protetoras 1.2. Oxidação-Redução 1.2.1. Considerações Gerais 1.2.2. Conceitos 1.2.3. Reações de Oxirredução (REDOX) 1.2.4. Balanceamento de equações de oxirredução 1.2.5. Importância para a Engenharia Resumo 1.1. Introdução 1.1.1. Introdução à Corrosão Um determinado tipo de deterioração dos metais, não se aplicando a materiais não metálicos. A degradação sofrida pelo material ou modificações de suas propriedades através de reação com o meio ambiente. Reação: eletroquímica, química ou estas duas associadas a uma ação física. 1.1.1. Introdução à Corrosão Federação Europeia de Corrosão, ISO 8044-1986 Definição: “Interação físico-química entre um metal e o meio envolvente, da qual resultam mudanças nas propriedades do metal, levando frequentemente à sua inutilização ou do sistema técnico do qual faz parte ou ainda à alteração do meio” 1.1.1. Introdução à Corrosão Como ocorre a corrosão? 1.1.1. Introdução à Corrosão Processos que determinam o “fim” dos materiais Corrosão e degradação Corrosão de metais Corrosão de materiais cerâmicos Degradação de polímeros Desgaste mecânico (estudado pela Tribologia) Desgaste abrasivo Erosão Cavitação Figura - Corrosão em um sistema de solda Figura - Corrosão em um sistema de solda Corrosão por alta temp. em bico queimador Corrosão por fadiga em junta de expansão Corrosão atmosférica em estátua Corrosão localizada causada pelo solo Corrosão atmosférica Corrosão localizada e generalizada em duto de petróleo enterrado 1.1.2. Problemas causados pela Corrosão Econômico Perdas Diretas São perdas em que os seus custos de substituição de peças e de manutenção estão incluídos no projeto (como mão de obra, energia, custo de manutenção do processo). Exemplo: Proteção Catódica, revestimentos orgânicos e etc. 1.1.2. Problemas causados pela Corrosão Econômico Perdas Indiretas São perdas em que os seus custos não estão incluídos no projeto. Exemplos: como paralisação acidental, perda de produto, contratação de terceiros e etc. 1.1.2. Problemas causados pela Corrosão Econômico La corrosion représente la perte de 100 millions de tonne d’acier par an (5 fois la production totale française, 15% de la production mondiale). 1.1.2. Problemas causados pela Corrosão Ecológico Preservação das reservas minerais. Produção adicional destes metais para a reposição do que está sendo deteriorado. Contaminação com produto de corrosão os efluentes. 1.1.2. Problemas causados pela Corrosão Mecanismos causadores de falha em plantas industriais (Ferrante- 2004) Mecanismo % Corrosão 29 Corrosão em alta temperatura 7 Cor. sob tensão/ fadiga combinada com cor./ fragilização por H2 6 Fadiga 25 Fratura frágil 16 Sobrecarga 11 Fluência 3 Desgaste, abrasão e erosão 3 1.1.2. Problemas causados pela Corrosão 1.1.2. Problemas causados pela Corrosão Um estudo encomendado pelo Congresso Americano, realizado entre 1999 e 2001 estimou o custo total (direto e indireto) da corrosão na ordem de US$ 276 bilhões (3,1% do PIB EUA). Este estudo também estimou os custos associados aos diversos meios de combate à corrosão, e o valor encontrado foi de US$ 121 bilhões (1,38% do PIB EUA). 1.1.2. Problemas causados pela Corrosão No caso do Brasil, considerando o PIB na ordem de US$ 880 bilhões (em 2005), podemos estimar o custo anual da corrosão em US$ 26,4 bilhões (3,0% do PIB) e o custo direto anual dos meios de combate à corrosão de US$ 12 bilhões (1,38% do PIB). Adotando-se as práticas já conhecidas de combate à corrosão, a economia anual pode chegar a US$ 8 bilhões (1,0% do PIB). PIB 2016 - 1,796 trilhão USD Exemplo: Explosão de Caldeira, Curitiba – PR. Data: 27/10/2000 Mortes: 02 Feridos: 08 Perdas: U$ 100 mil Corrosão em tubos de caldeiras Vazamentos de Petróleo Oleoduto rompido por corrosão em Campinas, 1990. Contaminação provocada por postos de gasolina 1.1.2. Problemas causados pela Corrosão Fonte: SILVA TELES 1.1.3. Problemas causados pela Corrosão nas propriedades do materiais Resistência Mecânica Propriedade que depende fortemente da estrutura. Elasticidade Propriedade intrínseca do material e depende de 2 parâmetros. *rigidez das ligações atômicas e *densidade das ligações 1.1.3. Problemas causados pela Corrosão nas propriedades do materiais Ductilidade É a quantidade de deformação( ) que um material pode sofrer através de tensões ( ) até a sua ruptura. 1.1.4. Conceitos CORROSÃO QUÍMICA CORROSÃO ELETROLÍTICA CORROSÃO ELETROQUÍMICA EROSÃO EFEITOS MECÂNICOS 1.1.4. Conceitos CORROSÃO QUÍMICA QUALQUER MATERIAL CORROSÃO ELETROQUÍMICA CORROSÃO ELETROLÍTICA METAL OU LIGA METAL OU LIGA QUALQUER MEIO ELETRÓLITO ELETRÓLITO INDIFERENTE LIGAÇÃO ELÉTRICA LIGAÇÃO ELÉTRICA PROCESSO ESPONTÂNEO PROCESSO NÃO-ESPONTÂNEO 1.1.4. Conceitos Mecanismos Básicos da Corrosão Por que Corrói? Interação: Metal x Meio x Condições Operacionais O mecanismo eletroquímico (ou úmida ou galvânica): Em água ou soluções aquosas; Corrosão Atmosférica, no Solo, em Sais fundidos. O mecanismo químico (seca): Em alta temperatura, gases em ausência de umidade; Em solventes orgânicos isentos de água; Corrosão de materiais não metálicos. 1.1.5. Mecanismos da Corrosão Corrosão pode ser classificada por dois mecanismos Corrosão seca (não aquosa) Corrosão química é um processo que se realiza na ausência de água em geral em temperaturas elevadas (temperatura acima do ponto de orvalho da água), devido a interação direta entre o metal e o meio corrosivo. 1.1.5. Mecanismos da Corrosão Corrosão seca (não aquosa) Os processos corrosivos de natureza química ocorrem, normalmente, em temperaturas elevadas. Porque na temperatura ambiente o sistema não possui energia para reação. Pelo fato destes processos serem acompanhados de temperaturas elevadas, são comumente conhecidos por processos de corrosão ou oxidação em altas temperaturas. A corrosão química é um produto da era industrial e ocorre em equipamentos que trabalham aquecidos, tais como: fornos, caldeiras, unidades de processo, etc. 1.1.5. Mecanismos da Corrosão Exemplos: Aço atacado por gases em alto forno; Escapamento de gases; Motores de foguetes Processos petroquímicos Escapamento de gases 1.1.5. Mecanismos da Corrosão Bicos injetores 1.1.5. Mecanismos da Corrosão Qual o mecanismo? É caracterizado pela ocorrência de uma reaçãoquímica do metal com o agente corrosivo, sem que haja deslocamento dos elétrons envolvidos em direção a outras áreas. 1.1.5. Mecanismos da Corrosão METAL FERRO CORROSÃO QUÍMICA (Oxidação) H2S H2S FeS H2 H2 Fe + H2S FeS + H2 H2S H2S H2 Placa de ferro, reagindo com sulfeto de hidrogênio (H2S), na forma gasosa e na a ausência de umidade. Inicialmente, ocorre a adsorção do gás (H2S) na superfície do ferro e, posteriormente, o ataque, formando uma película de sulfeto ferroso (FeS). 1.1.5. Mecanismos da Corrosão Ferro, cobre, cobalto, manganês – apresentam vários estados de oxidação, formando camadas de óxidos com diferentes composições. Exemplo: Fe ( T = 700ºC, p = 1atm ) Forma 3 óxidos diferentes Camada 1: Fe2O3 Camada 2: Fe3O4 Camada 3: FeO Camada 4: Fe 1.1.5. Mecanismos da Corrosão Crescimento da Película de Oxidação A fixação do oxigênio à superfície de um metal exposto a uma atmosfera de oxigênio molecular resulta da competição de 3 processos: 1.1.5. Mecanismos da Corrosão 1) Absorção de um filme de oxigênio atômico sobre a superfície metálica; 2) Absorção de oxigênio molecular sobre a face externa do filme anterior; 3) Película de óxido proveniente da reação de oxidação (mais acentuado em temperaturas elevadas). É necessário que haja o fenômeno de difusão através da película de óxido para que o crescimento da película possa ocorrer. 1.1.5. Mecanismos da Corrosão Difusão Zonas de crescimento das películas: Difusão simultânea; Difusão através do metal; Difusão através da película. 1.1.5. Mecanismos da Corrosão Características da Difusão no Estado Sólido 1) Os produtos da corrosão nos processos químicos formam-se por difusão no estado sólido. A difusão constitui-se do deslocamento de ânions do meio corrosivo, por exemplo O2-, e cátions do metal, por exemplo Fe2+. 2) A movimentação dos íons se dá através da película de produto de corrosão e a sua velocidade cresce com o aumento da temperatura. 3) O deslocamento pode ser dos ânions no sentido do metal, dos cátions no sentido do meio ou simultânea. 1.1.5. Mecanismos da Corrosão 4) A difusão catiônica (cátions no sentido do meio) é mais frequente porque os íons metálicos são, em geral, menores que os ânions (especialmente o O-2), tornando a passagem dos mesmos pela rede cristalina do óxido mais facilitada e mais provável. 5) Como se trata de difusão no estado sólido, a corrosão é influenciada fundamentalmente pela temperatura, pelo gradiente de concentração do metal e pelas leis de migração em face das imperfeições reticulares e nos semicondutores. 1.1.5. Mecanismos da Corrosão A formação de uma película quase impermeável sobre a superfície metálica pode inibir ou impedir a continuação do processo corrosivo, a qual é denominada de passivação. Outros metais como cádmio, cobre, prata e zinco também estão sujeitos aos mesmos mecanismos sendo representados pelas reações: Cd + H2S (g) CdS + H2 Cu + H2S (g) CuS + H2 Zn + H2S (g) ZnS + H2 2 Ag + H2S (g) Ag2S + H2 1.1.5. Mecanismos da Corrosão Velocidade de crescimento destas películas As películas de produto de corrosão química podem crescer segundo três leis de formação 1.1.5. Mecanismos da Corrosão 1- Crescimento linear: o crescimento linear é observado quando a espessura da película é diretamente proporcional ao tempo, ou seja: y = K t (1) onde: y = espessura da película t = tempo K = constante OBS: Esta lei é seguida para metais que formam películas porosas ou voláteis como, por exemplo, Na, Ca, Mg e K (películas porosas), Mo e W (películas voláteis); 1.1.5. Mecanismos da Corrosão 2-Crescimento parabólico: O crescimento parabólico é observado quando a velocidade de crescimento é inversamente proporcional a espessura da película, ou seja: y2 = K‘ t (2) derivando tem-se: logo a velocidade de crescimento é inversamente proporcional à espessura da película. onde: y = espessura da película t = tempo K’ e Ki = constantes 1.1.5. Mecanismos da Corrosão OBS1- Esta lei de crescimento é muito comum em metais em altas temperaturas, tais como o Fe, Ni, Cu e Co. OBS2- De modo geral para películas não porosas, o crescimento tende a ser parabólico, com exceção daquelas muito impermeáveis que crescem logaritmicamente e daquelas que fraturam com facilidade, que crescem linearmente. 1.1.5. Mecanismos da Corrosão 3-Crescimento logaritmo: o crescimento logarítmico é observado quando a espessura da película é uma função logarítmica do tempo, ou seja: y = K”lnt (3) onde: y = espessura da película t = tempo K”= constante 1.1.5. Mecanismos da Corrosão OBS1- Esta lei de crescimento é muito comum em metais em temperatura não muito elevadas, tais como o Fe, Zn, Ni e Al. A película neste caso tem um crescimento grande inicialmente e, sofre acréscimos muito pequenos com o tempo mantendo-se praticamente constante a espessura da película de corrosão. OBS2- De modo geral, este tipo de crescimento é observado em películas muito impermeáveis como as formadas sobre o Al e o Cr. Metal Logarítmica Parabólica Linear Al < 300ºC 300...475ºC >475ºC Cu <100ºC >550ºC Ti <360ºC 360...850ºC >850ºC Zn <360ºC >360ºC Fe <180ºC 400...1000ºC 1.1.6. Características das Películas Protetoras Características das Películas Protetoras As películas formadas em corrosão química poderão ser protetoras ou não, dependendo das seguintes características: Volatilidade: as protetoras devem ser não voláteis; Resistividade elétrica: as películas de maior resistividade elétrica oferecem maior dificuldade à difusão iônica e logicamente são mais protetoras por imporem maior restrição à passagem destes íons; 1.1.6. Características das Películas Protetoras Impermeabilidade da rede cristalina: quanto mais compacta a rede cristalina maior será a dificuldade para a difusão e, portanto, mais protetora; Aderência: as películas mais finas são, de modo geral, mais aderentes quando a rede cristalina do produto de corrosão é semelhante a do metal tem-se normalmente maior aderência da película. Películas mais aderentes são mais protetoras; 1.1.6. Características das Películas Protetoras Refratariedade: as películas para serem protetoras não devem fundir a baixas temperaturas; Plasticidade: as películas muito duras fraturam com facilidade, tendendo a ser menos protetoras; Porosidade: está intimamente ligada à impermeabilidade da rede cristalina. Quanto menos porosa mais protetora é a película; 1.1.6. Características das Películas Protetoras Relação entre o volume do óxido e do metal que originou o óxido: a película é formada sob compressão podendo ser protetora. a película é formada sob tração, é porosa e não protetora. 1.1.6. Características das Películas Protetoras Estas relações foram estabelecidas por Pilling e Bedworth (1923) para alguns metais e estão citados na tabela. 1.1.6. Características das Películas Protetoras Das propriedades mencionadas e da relação de Pilling e Bedworth podem ser tiradas as seguintes conclusões relacionadas às películas protetoras: K, Na, Ca e Mg formam películas porosas e, não protetoras, que apresentam crescimento linear; Fe, Ni e Cu formam películas compactas, porém fraturam e perdem aderência com facilidade apresentando um crescimento parabólico; Al e Cr formam películas compactas, aderentes, plásticas, impermeáveis, logo são muito protetoras apresentando um crescimento logarítmico; O, W e Mo formam películas compactas porém são voláteis e apresentam um crescimento linear. 1.2. Oxidação-Redução 1.2.1. Considerações Gerais A corrosão é em geral um processo espontâneo, se não houvesse proteção ter-se-ia a destruição completa dos materiais metálicos. Já que são reações químicas e eletroquímicas que se passam no meio ambiente. Todos os metais estão sujeitos a ataques corrosivos, se o meio for suficientemente agressivo: O ouro e a platina são praticamente inatacáveis nos meios comuns, mas não são resistentes à mistura de ácido clorídrico e ácido nítrico; 1.2.1. Considerações Gerais Aço inoxidável sofre corrosão localizada em presença de íon cloreto; Titânio sofre corrosão em ácido fluorídrico, embora seja resistente a outros meios ácidos. Desta forma, é de suma importância o estudo do material metálico, meio corrosivo e condições operacionais. 1.2.2. Conceitos Alguns conceitos são utilizados para explicar o fenômeno da oxirredução, são eles: Em termos de Oxigênio (Conceito Antigo) Em termos de elétrons Em termos de número de oxidação 1.2.2. Conceitos Em termos de Oxigênio (Conceito Antigo) Oxidação é o ganho de oxigênio por uma substância e Redução é a retirada de oxigênio de uma substância. Onde Δ significa aquecimento 1.2.2. Conceitos Em termos de elétrons Oxidação é a perda de elétrons por uma espécie química e Redução é o ganho de elétrons por uma espécie química. Essa perda e ganho de elétrons modifica totalmente as propriedades das substâncias. 1.2.2. Conceitos Em termos de número de oxidação Oxidação é aumento algébrico do número de oxidação e Redução é a diminuição algébrica do número de oxidação. 1.2.2. Conceitos Número de Oxidação: Indica a tendência que o elemento tem de se oxidar ou reduzir, pois quando ocorre a oxidação (perda de elétrons), o Nox aumenta. Já no caso da redução (ganho de elétrons), ocorre o contrário, o Nox diminui. 1.2.3. Reações de Oxirredução (REDOX) Reações REDOX São reações em que há variação de número de oxidação e, em alguns casos perda e ganho de elétrons. O fenômeno de oxirredução é simultâneo, isto é, sempre que há oxidação (perda de elétrons) há também redução (ganho de elétrons). Exemplo: o ferro quando é atacado pelo ácido clorídrico desprende hidrogênio, segundo a equação química Fe + 2HCl → FeCl2 + H2 1.2.3. Reações de Oxirredução (REDOX) Fe + 2HCl → FeCl2 + H2 Esta equação é de oxirredução, pois: Fe → Fe2+ + 2e (equação parcial de oxidação) 2H+ + 2e → H2 (equação parcial de redução) E a soma dessas duas equações dará a equação iônica total de oxirredução. Fe + 2H+ → Fe2+ + H2 1.2.3. Reações de Oxirredução (REDOX) Agente Redutor – Agente Oxidante Em uma reação de oxirredução, observa-se que: O elemento oxidado perde elétrons, age como redutor; O elemento reduzido ganha elétrons, age como oxidante. Ou ainda: Agente Redutor é a substância ou íon que contém elemento redutor. ( Quem sofre a Oxidação ) Agente Oxidante é a substância ou íon que contém elemento oxidante. ( Quem sofre a Redução ) 1.2.3. Reações de Oxirredução (REDOX) 1.2.3. Reações de Oxirredução (REDOX) Agente Redutor - Agente Oxidante A espécie que provoca a oxidação em uma reação redox é chamada de agente oxidante (ou simplesmente, oxidante). Ao agir, o oxidante aceita os elétrons liberados pelas espécies que se oxidam. Em outras palavras, o oxidante contém um elemento no qual o número de oxidação diminui. Em outras palavras, o oxidante em uma reação redox é a espécie que é reduzida. 1.2.3. Reações de Oxirredução (REDOX) Assim, dizemos que a substância que contém o átomo que ganhou os elétrons ou reduziu é o agente oxidante, porque ela causou a oxidação do átomo ou íon da outra substância reagente. Por outro lado, a substância que contém o átomo que forneceu os elétrons, isto é, que oxidou, é o agente redutor, porque ele causou a redução da outra espécie química. 1.2.3. Reações de Oxirredução (REDOX) Reações Redox As reações de oxirredução ocorrem, geralmente, por intermédio da transferência de elétrons. Pode-se verificar essa transferência através de algumas experiências, sendo uma das mais simples a que se baseia na reação entre magnésio e solução de ácido sulfúrico. Mg + H2SO4 → MgSO4 + H2 1.2.3. Reações de Oxirredução (REDOX) Experiência 1: Ao se colocar em um tubo de ensaio solução de ácido sulfúrico e em seguida adicionar um pedaço de fita ou fio de magnésio, verifica-se o desprendimento do hidrogênio gasoso, seguido do consumo da fita de magnésio. 1.2.3. Reações de Oxirredução (REDOX) A experiência anterior demonstrara que há a transferência de elétrons na reação Redox, porém é de fundamental importância conhecer o sentido da transferência. Como o redutor é quem perde elétrons deduz-se que o fluxo se dá do redutor para o oxidante: 1.2.3. Reações de Oxirredução (REDOX) Equações Iônicas de Redução e Oxidação Nos processos químicos de oxirredução associados à transferência de elétrons, para se obter a equação final da reação redox é necessário combinar as duas equações de tal maneira que, na soma das duas, não apareça elétrons livres. Isso se dá porque o processo de oxirredução é simultâneo. O número de elétrons perdidos pelo redutor deve ser igual ao número de elétrons ganhos pelo oxidante. 1.2.3. Reações de Oxirredução (REDOX) Equações Iônicas de Redução e Oxidação Um Metal M, o Zinco neste caso, sofre ataque do meio corrosivo constituído de solução diluída de H2SO4 ou HCl de acordo com as equações: Zn → Zn2+ + 2e (equação geral de oxidação do Zn) 2H+ + 2e → H2 (equação geral da redução de um íon H+ proveniente da dissociação do H2SO4) Zn + 2H+ → ZnSO4 + H2 1.2.3. Reações de Oxirredução (REDOX) Equações Iônicas de Redução e Oxidação Um Metal M imerso numa solução de ácido oxigenado que tenha ânion oxidante, como HNO3, não provoca o desprendimento de hidrogênio, ocorrendo a oxidação do metal e a redução da parte iônica, NO3 - , do ácido. Assim, com o zinco observa-se que: Zn → Zn2+ + 2e (oxidação do Zn) NO3 - + 2H+ + 1e → NO2 + H2O (redução) Zn + 4HNO3 → Zn(NO3)2 + 2NO2 + 2H2O 1.2.3. Reações de Oxirredução (REDOX) Equações Iônicas de Redução e Oxidação Um metal M sob ação de oxigênio provoca, em geral, a formação dos óxidos: Zn → Zn2+ + 2e (oxidação do Zn) 1/2 O2 + 2e → O 2- (redução) 2Zn + O2 → Zn2O2 1.2.5. Importância para a Engenharia Medidas de proteção anticorrosivos: 1. Pintura 2. Plastificação 3. Anodização 4. Galvanoplastia 5. Proteção Catódica 1.2.5. Importância para a Engenharia Pintura: Cobrir a superfície metálica com uma camada de tinta para evitar o contato do ar e da umidade com o metal. Esse tipo de procedimento é utilizado em carros, aviões, portões etc. 1.2.5. Importância para a Engenharia Plastificação: É o método de proteção de um metal no qual se utiliza um revestimento de polímero orgânico (plástico duro) para recobrir uma peça metálica. Esse tipo de procedimento é utilizado, por exemplo, em: Tanques para armazenamento de água ou combustíveis; Filtros de embarcações; Válvulas para a condução de água potável. 1.2.5. Importância para a Engenharia Anodização: A anodização, também chamada de proteção por filme de óxido, é um processo de proteção de metais no qual um óxido (composto por átomos do próprio metal) é formado e recobre o metal, protegendo-o. 1.2.5. Importância para a Engenharia Galvanoplastia: A galvanoplastia é uma técnica que consiste em cobrir uma peça de metal com outro metal diferente por meio do processo da eletrólise. Trata-se de uma técnica muito utilizada em: Revestimento com estanho de latas de ferro; Revestimento de chaves com níquel ou crômio; Revestimento de um anel de latão com ouro; 1.2.5. Importância para a Engenharia Proteção Catódica: É um método de proteção de metais no qual um metal é colocado em contato com aquele que se deseja proteger. É uma técnica muito utilizada para a proteção de metais em: Oleodutos (tubulação de grosso calibre); Navios (revestimento do casco do navio); 1.2.5. Importância para a Engenharia Um exemplo de empresa que atuam no controle e prevenção da corrosãoé a DeepWater. A empresa emprega o método de proteção catódica, em que esta impede a corrosão convertendo todos os locais anódicos (ativos) da superfície do metal em locais catódicos (passivos) fornecendo uma corrente elétrica (ou elétrons livres) de uma fonte alternativa. 1.2.5. Importância para a Engenharia Desde que a corrente (elétrons livres) esteja chegando no cátodo (aço) mais rápido do que o oxigênio está chegando, não ocorre corrosão. Resumo A transferência de elétrons de uma espécie para outra é um dos processos fundamentais que permitem a vida, a fotossíntese, às células a combustível e a purificação de metais. Compreender como os elétrons são transferidos permite determinar modos de usar as reações químicas. As reações de oxirredução (redox) estão entre as reações químicas mais comuns e importantes. Elas estão envolvidas em uma grande variedade de processos importantes incluindo a ferrugem do ferro, a fabricação e a ação de alvejantes e a respiração de animais. A oxidação refere-se à perda de elétrons. Contrariamente, a redução refere-se ao ganho de elétrons. Portanto, as reações redox ocorrem quando os elétrons são transferidos do átomo oxidado para o átomo reduzido.
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