Buscar

Estudo_Dirigido_Direito_e_Legislacao_Aplicada

Prévia do material em texto

Direito e Legislação Aplicada 
Estudo Dirigido 
 
Referência: Aulas da disciplina e obra: 
VENERAL, Débora; ALCANTARA, Silvano 
Alves. Direito Aplicado. 2. ed. Curitiba: 
InterSaberes, 2017. 
 
Olá, prezado aluno. O estudo dirigido é um 
pequeno resumo de alguns dos temas que 
podem ser cobrados nas avaliações da 
disciplina. Por se tratar de um resumo, ele 
é apenas um complemento. Estude pelas 
videoaulas, textos e demais materiais 
disponibilizados a você, de acordo com a 
Rotina de Estudos entregue na fase. 
- Estudo originalmente elaborado pela Profa. Andréa Benetti 
- Citações (entre aspas) são trechos do livro-base, salvo outra indicação na passagem. 
 
Sumário 
( 1 ) Direito .......................................................................................... 2 
( 2 ) Direito Público e Direito Privado .................................................. 2 
( 3 ) Ramos do Direito ......................................................................... 3 
( 4 ) Direito Civil .................................................................................. 5 
( 5 ) Direitos e Garantias Fundamentais ............................................. 7 
( 6 ) Direito Administrativo................................................................... 8 
( 7 ) Direito Tributário ........................................................................ 11 
( 8 ) Direito do Trabalho .................................................................... 12 
( 9 ) Seguridade Social ..................................................................... 14 
( 10 ) Direito do Consumidor ............................................................... 16 
( 11 ) Direito Ambiental ....................................................................... 17 
( 12 ) Direito Empresarial .................................................................... 18 
 
2 
( 1 ) Direito 
“O Direito nasceu junto com a civilização. Sua história é a história da 
própria vida dos seres humanos que, obrigados a conviver, labutando uns ao 
lado dos outros, carecem de certas regras de conduta, de um mínimo de 
ordem e direção”. 
Podemos compreender que a finalidade do Direito consiste em 
regular as relações humanas, a fim de que haja paz e prosperidade no meio 
social, impedindo a desordem e o crime. Sem o Direito, a sociedade estaria 
em um constante processo de contestação, com a lei do mais forte sempre 
imperando, o que causaria um verdadeiro caos. 
O Direito "é um complexo de normas reguladoras da conduta 
humana, com força coativa". Ele é essencial, pois todos reconhecemos que 
a vida em sociedade seria impossível sem a existência de certo número de 
normas obrigatórias, reguladoras do procedimento dos seres humanos, 
acompanhadas de punições para os transgressores. 
A punição é o que torna a norma respeitada. De nada adiantaria a lei 
dizer, por exemplo, que matar é crime, se, paralelamente, não impusesse 
uma sanção à pessoa que matasse. 
A coação ou possibilidade de constranger o 
indivíduo à observância da norma torna-se 
inseparável do Direito. 
Por isso, como mostra a conhecida imagem da 
deusa grega da justiça, Diké (à esquerda), a justiça 
sustenta, em uma das mãos, a balança, em que pesa 
o direito, e, na outra, a espada, de que se serve para 
defendê-lo. A espada sem a balança se constitui na 
força brutal, enquanto a balança sem a espada 
representa a impotência do Direito. 
( 2 ) Direito Público e Direito Privado 
A diversidade de atores e sítios em que o Direito 
Administrativo deita raiz demonstra a necessidade de 
reconhecimento, em maior ou menor grau, da interseção de 
regimes de Direito Público e de Direito Privado, 
especialmente quando se admitem movimentos de 
“contratualização” da administração pública e engajamento 
evolutivo de protagonistas ou coadjuvantes privados no 
desempenho de tarefas públicas (por exemplo, concessões, 
3 
PPP, parcerias com o terceiro setor, delegação de atribuições 
estatais a particulares).1 
 
Sobre essa diferença entre direito público e privado, podemos 
perceber que Direito Público é o direito que regula as relações do Estado com 
o próprio Estado, bem como as relações deste com os cidadãos. Direito 
privado, por sua vez, é o que disciplina as relações entre os indivíduos como 
tais, nas quais predomina imediatamente o interesse de ordem particular. 
Caracteriza-se pela imperatividade de suas normas, que nunca podem ser 
negligenciadas por convenção dos particulares. Assim, ninguém pode firmar 
qualquer acordo ou convenção que afronte as normas de direito público. 
As normas de ordem pública são as cogentes, ou seja, de aplicação 
obrigatória. Já as normas de ordem privada ou dispositivos são as que 
vigoram enquanto a vontade dos interessados não convencionar de forma 
diversa, tendo, pois, caráter supletivo. 
No Direito Civil, predominam as normas de ordem privada, embora 
existam também normas cogentes, de ordem pública, como a maioria das 
que integram o Direito de Família. 
( 3 ) Ramos do Direito 
Estudamos na disciplina de Direito e Legislação Aplicada que existem 
vários ramos do direito, sendo que no livro base da disciplina estão elencados 
o Direito Constitucional, o Direito Administrativo, o Direito Civil, o Direito 
Empresarial, o Direito Tributário, o Direito do Trabalho, o Direito à Seguridade 
Social, o Direito Ambiental e o Direito do Consumidor. 
O Direito Constitucional pode ser conceituado como o ramo do 
direito público interno que se dedica ao estudo das normas constitucionais. 
Conforme ensinamento do Professor José Afonso da Silva, esse ramo 
configura-se como direito público fundamental, por se referir diretamente à 
organização e funcionamento do Estado, à articulação dos elementos 
primários dele e ao estabelecimento das bases da estrutura política. 
 
Podemos conceituar Direito Civil como o conjunto de normas que 
regulamentam as relações entre as pessoas em geral, definindo desde a 
 
1 FERRAZ, Luciano. Regime jurídico aplicável aos conselhos profissionais está nas 
mãos do Supremo. In: Revista Consultor Jurídico, 2 de março de 2017. Disponível em 
<http://www.conjur.com.br/2017-mar-02/interesse-publico-regime-juridico-conselhos-
profissionais-maos-stf>. Acesso em: 26 set. 2018. 
4 
personalidade jurídica até os direitos e obrigações de cada uma delas. No 
Direito Civil, há o Código Civil (CC) brasileiro — regulamentado pela Lei n. 
10.406, de 10 de janeiro de 2002, uma parte geral que trata das pessoas, dos 
bens, dos fatos e dos atos jurídicos. Há também uma parte especial, que trata 
do direito de família, do direito das coisas, do direito das obrigações e do 
direito das sucessões. 
 
Dos diversos ramos do Direito, também é importante conhecer o 
Direito Tributário. Trata-se do ramo do Direito voltado a fornecer as diretivas 
das relações entre o Estado e os particulares na esfera tributária, ou seja, em 
definir, na relação entre o sujeito ativo (fisco) e o sujeito passivo (contribuinte, 
genericamente), seus direitos e suas obrigações, por meio da legislação que 
lhe é pertinente. O Direito Tributário foi criado especialmente para demarcar 
os limites do poder de tributar do Estado, evitando assim os abusos no 
exercício desse poder. Salientamos que a arrecadação tributária realizada 
pelo Estado é de essencial importância, sendo indiscutivelmente a sua maior 
fonte de financiamento. Essa importância se mostra clara, visto que o Estado 
tem a obrigação de satisfazer as necessidades coletivas, que são inúmeras, 
como educação, segurança, transporte, saúde, entre outras. Ao mesmo 
tempo em que tem a obrigação de satisfazer as necessidades da coletividade, 
o Estado "convida" a própria sociedade para "ajudá-lo a ajudá-la". É assim 
que a maior parceira do Estado, nesse sentido, é a sociedade, na forma de 
contribuinte, pois é a fonte da receita tributária, nas mais diversasações que 
pratica. 
 
O Direito do Trabalho regulamenta as relações individuais e coletivas 
entre empregados e empregadores, alicerçadas pelas regras e princípios 
implícitos ou explícitos na Constituição Federal (CF) de 1988, na 
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e na legislação infraconstitucional. 
 
O Direito Administrativo é o conjunto de princípios jurídicos que 
regem a atividade administrativa, as entidades, os órgãos e os agentes 
públicos e tem como objetivo o perfeito atendimento das necessidades da 
coletividade e dos fins desejados pelo Estado. 
Em outros termos, como nos ensina Celso Antonio Bandeira de Mello, 
"Direito Administrativo é o ramo autônomo do direito público que disciplina a 
função administrativa e os órgãos que a exercem". 
Já para Maria Sylvia Zanella Di Pietro, Direito Administrativo é o "ramo 
do direito público que tem por objeto os órgãos, agentes e pessoas jurídicas 
5 
administrativas que integram a Administração Pública, a atividade não 
contenciosa que esta exerce e os bens de que se utiliza para consecução de 
seus fins, de natureza pública". 
Analisando esses dois conceitos, entendemos que esse ramo do 
Direito existe para determinar quem são os integrantes da Administração 
Pública, sejam órgãos ou agentes, sejam pessoas físicas ou jurídicas, bem 
como para regular e regulamentar todas as suas funções e atribuições. 
 
O Direito Ambiental "é o ramo do direito público em que são 
determinadas as normas destinadas a prevenir, evitar, impedir e sancionar os 
atos prejudiciais à natureza" 
As normas do Direito Ambiental são determinadas pela Constituição 
Federal (CF) de 1988, bem como pela legislação infraconstitucional, 
especialmente pela Lei it. 6.938, de 31 de agosto de 1981, que instituiu a 
Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), por meio de princípios e regras. 
( 4 ) Direito Civil 
“Pessoa natural é o ser humano capaz de direitos e obrigações na 
esfera civil. Todo ser humano, assim, recebe a denominação 
de pessoa - natural ou física - para ser denominada como sujeito do direito, 
ente único, do qual e para o qual decorrem normas”.2 
Toda pessoa natural é passível de possuir personalidade jurídica. 
Sendo assim, a personalidade civil começa a partir do nascimento com vida, 
embora a lei resguarde os direitos do nascituro, desde a concepção. 
O Direito Civil é regulamentado no Brasil pelo Código Civil Brasileiro 
(CCB), o qual possui uma parte geral que trata das pessoas, dos bens, dos 
fatos e dos atos jurídicos. Além dessa parte geral há uma parte especial. Essa 
parte especial é a subdivisão do Direito Civil em 4 (quatro) outras áreas 
(dentro do Direito Civil). 
Em relação à parte especial, destacamos algumas disposições 
constantes no Código Civil: 
 Direito das Obrigações, rege a relação dos sujeitos que, 
entre si, contratam obrigações de fazer, de não fazer ou de 
 
2 WIKIVERSIDADE. Direito Civil I - Das Pessoas. Disponível em: 
<https://pt.wikiversity.org/wiki/Direito_Civil_I_-_Das_Pessoas>. Acesso em: 26 set. 2018. 
6 
dar, o que os torna credores ou devedores dessas mesmas 
obrigações, determinando seus direitos e deveres. 
 Direito das Coisas, diz respeito à relação das pessoas e seu 
patrimônio, estabelecendo direitos e deveres relacionados à 
propriedade, à posse e à habitação, entre outros. 
 Direito de Família, determina os direitos e deveres daqueles 
que formam a estrutura familiar, como também os institutos 
que os compõem, como o casamento, o poder familiar, o 
patrimônio, o regime de bens etc. 
 Direito de Sucessões, esclarece em termos legais como deve 
ser o procedimento de transmissão do patrimônio das 
pessoas que falecem aos seus sucessores e herdeiros. 
 
Um dos pontos altos do novo Código Civil está em seu Art. 
421, segundo o qual “a liberdade de contratar será exercida 
em razão e nos limites da função social do contrato”. 
Um dos motivos determinantes desse mandamento resulta da 
Constituição de 1988, a qual, nos incisos XXII e XXIII do Art. 
5º, salvaguarda o direito de propriedade que “atenderá a sua 
função social”. Ora, a realização da função social da 
propriedade somente se dará se igual princípio for estendido 
aos contratos, cuja conclusão e exercício não interessa 
somente às partes contratantes, mas a toda a coletividade.3 
 
Sobre os contratos, conforme aprendemos nas aulas da disciplina e 
no livro-base, eles possuem três requisitos essenciais. Contrato é fonte de 
obrigação e deve conter alguns requisitos obrigatórios e legais, que são: as 
partes, o objeto e a manifestação de vontade. Ou seja, as partes devem 
possuir capacidade jurídica plena, o objeto deve ser lícito e possível e a 
manifestação de vontade deve ser livre e desimpedida de vício. 
O Código Civil também regulamenta o direito das obrigações. O 
direito das obrigações tem por objeto determinadas relações jurídicas que 
alguns determinam direitos de crédito e outros chamam direitos pessoais ou 
obrigacionais. 
Dentre as modalidades trazidas pelo Código Civil, encontram-se as 
obrigações de dar, de fazer e de não fazer, entre outras, cada qual com suas 
características. 
 
3 REALE, Miguel. Função social do contrato. Disponível em: 
<http://www.miguelreale.com.br/artigos/funsoccont.htm>. Acesso em: 26 set. 2018. 
7 
Conhecendo o significado de obrigação, pode ocorrer a transmissão 
das obrigações e a extinção das obrigações, e bem como o inadimplemento 
das obrigações e a mora. 
 
Quanto ao direito das obrigações, é importante sabermos que há a 
transmissão das obrigações (pela cessão de crédito e pela assunção de 
dívida) e há a extinção das obrigações (que pode ocorrer pelo adimplemento, 
pagamento, ação de consignação em pagamento, pagamento com sub-
rogação, imputação do pagamento, novação, compensação, transação, 
confusão ou remissão). Ocorrendo também, face ao direito das obrigações o 
inadimplemento e também a mora. 
Sobre o inadimplemento, inadimplir consiste em não cumprir uma 
obrigação. O inadimplemento pode ser absoluto (impossibilidade total) ou 
relativo (impossibilidade parcial) de cumprir a obrigação. Pode caracterizar-
se também pela mora. Além dos acréscimos legais que possam ser gerados 
da obrigação principal, o seu descumpridor também pode ser condenado a 
indenizar por perdas e danos os prejuízos que tenha causado por seu ato 
culposo. 
Sobre a mora, o sujeito da obrigação estará em mora quanto atrasar 
culposamente o cumprimento do compromisso assumido, ou até mesmo 
quando cumpri-lo de modo deficiente. A mora, que poderá ser tanto do 
devedor, quanto do credor, pode ocorrer em várias situações, como a partir 
do vencimento da obrigação ou pela interpelação, que se faz nos casos em 
que não há vencimento estipulado. Além dos acréscimos legais que possam 
ser gerados da obrigação principal, o seu descumpridor também pode ser 
condenado a indenizar por perdas e danos os prejuízos que tenha causado 
por seu ato culposo. 
( 5 ) Direitos e Garantias Fundamentais 
O artigo 5º da Constituição estabelece que todos os brasileiros e 
estrangeiros no país são iguais, e possuem uma série de direitos e garantias 
que lhe são fundamentais, os quais devem ser integralmente observados pelo 
Estado e por quaisquer outros indivíduos. O mesmo artigo, além desses 
direitos, estabelece também algumas proibições constitucionais. 
A CF de 1988 descreve, também, em seu artigo 5º, algumas 
proibições, dentre elas: tortura, pena de morte, trabalhos forçados, penas de 
caráter perpétuo, penas cruéis, extradição de nacionais, assim como a prática 
de racismo. 
8 
A proibição da tortura se encontra no artigo 5º, inciso III, da CF, e foi 
regulamentada pela Lei 9.455/1997. O artigo define os atos considerados 
como crime de tortura, os quais são considerados como hediondos, não 
comportando anistia, graça, indulto,fiança ou liberdade provisória. A pena 
desses crimes deve ser cumprida integralmente em regime fechado. 
Também são proibidos pela Constituição a pena de morte (salvo em 
caso de guerra), os trabalhos forçados, as penas de caráter perpétuo e as 
penas cruéis. 
Além disso, a CF veda a extradição de nacionais seus, salvo se 
naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou 
de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas 
afins. 
Conforme abordado no livro base da disciplina, no que diz respeito 
aos direitos e garantias individuais, temos o seguinte: “diz­se que os direitos 
são declarados pela Constituição, enquanto que as garantias são 
asseguradas por esta. As garantias são instrumentais em relação aos 
direitos: são previstas para protegê-los e defendê-los na sua hipótese de 
ameaça de lesão ou lesão propriamente dita. Os direitos e garantias 
fundamentais estão abordados na Constituição Federal de 1988”. 
Os tipos de direitos fundamentais indicados na Constituição Federal 
de 1988 são os seguintes: 
1. Direitos e Deveres individuais e coletivos; 
2. Direitos Sociais; 
3. Direitos de nacionalidade; 
4. Direitos políticos; 
5. Partidos Políticos. 
( 6 ) Direito Administrativo 
Analisando-se o Direito Administrativo, em especial em relação à 
Administração Pública, encontramos princípios fundamentais, os quais são 
observados de forma rigorosa pelo Direito Administrativo, sendo que todos 
esses princípios são tratados pela doutrina como basilares à inteligência 
deste ramo do direito. Os princípios elencados no artigo 37 da Constituição 
brasileira, de forma expressa, são: 
1. Supremacia do interesse público; 
2. Legalidade; 
9 
3. Impessoalidade; 
4. Moralidade; 
5. Publicidade; 
6. Eficiência. 
 
“Os poderes de que é dotada a Administração Pública são 
necessários e proporcionais às funções à mesma determinados. Em outras 
palavras, a Administração Pública é dotada de poderes que se constituem em 
instrumentos de trabalho”.4 
“Os chamados poderes administrativos são, na verdade, poderes-
deveres, pois são instrumentos colocados à disposição da Administração 
Pública para que esta realize suas funções com o intuito de satisfazer as 
necessidades coletivas, atendendo, por conseguinte, o interesse público”. 
“Dessa forma, esses poderes são obrigatórios e irrenunciáveis, pois 
são deveres a serem exercidos dentro dos parâmetros legais, sob pena de 
responsabilização. 
Dentre os poderes da Administração Pública, destacamos os 
seguintes: poder vinculado, poder discricionário, poder hierárquico, poder 
disciplinar, poder regulamentar, poder de polícia. 
Segundo concepção clássica do Direito Administrativo, o Estado 
moderno é dotado de poderes políticos e administrativos. Os poderes 
políticos são exercidos pelo Legislativo, pelo Judiciário e pelo Executivo, no 
desempenho de suas funções constitucionais. Diversamente dos poderes 
políticos que compõem a estrutura do Estado e integram a organização 
constitucional, os poderes administrativos efetivam-se com as exigências do 
serviço público e com os interesses da comunidade. 
A Administração Pública possui diversos poderes-deveres, também 
conhecidos como poderes administrativos. Dentre os poderes da 
Administração Pública, destacamos os seguintes: poder vinculado, poder 
discricionário, poder hierárquico, poder disciplinar, poder regulamentar, poder 
de polícia. 
“Os chamados poderes administrativos são, na verdade, poderes-
deveres, pois são instrumentos colocados à disposição da Administração 
 
4 MAFRA, Francisco. Poderes da Administração: hierárquico, disciplinar, regulamentar, 
e de polícia. Poder de polícia: conceito. Polícia judiciária e polícia administrativa. In: Revista 
Âmbito Jurídico. Disponível em: <http://www.ambito-
juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=803>. Acesso em 15 
mar. 2017. 
10 
Pública para que esta realize suas funções com o intuito de satisfazer as 
necessidades coletivas, atendendo, por conseguinte, o interesse público”. 
Dessa forma, esses poderes são obrigatórios e irrenunciáveis, pois 
são deveres a serem exercidos dentro dos parâmetros legais, sob pena de 
responsabilização. 
 Poder vinculado: também conhecido como poder regrado, 
vincula todas as decisões do administrador à lei, ou seja, a 
Administração deve fazer apenas o que previsto em lei. 
 Poder discricionário: também deve observação à lei, porém 
com certa liberalidade (regulamentada pela lei). Nesse caso, o 
administrador deve atuar de acordo com os critérios de 
oportunidade e de conveniência. 
 Poder hierárquico: é o poder de escalonar e de distribuir as 
funções nos órgãos da Administração Pública, ordenando suas 
tarefas. 
 Poder disciplinar: é a permissão ao administrador de punir os 
atos dos agentes da administração que não obedecerem às 
normas legais de atuação da Administração Pública. 
 Poder regulamentar: poder para editar portarias, decretos, 
regulamentos e outras normas legais de interesse da 
Administração Pública. 
 Poder de polícia: faculdade que a Administração Pública possui 
de condicionar e restringir o uso e o gozo de bens, atividades 
e direitos individuais, em benefício da coletividade ou do 
próprio Estado. 
 
O Estado, como Poder Público, tem como maior obrigação a 
satisfação das necessidades coletivas, ou seja, zelar pelo interesse coletivo. 
Acontece que o Estado não se basta para cumprir essa obrigação, 
necessitando, no mais das vezes, da colaboração de terceiros para o 
fornecimento de serviços e de bens, firmando com aqueles os chamados 
contratos administrativos, regidos e determinados pela legislação em vigor. 
Tais contratos, para que possam ser pactuados, devem se submeter 
a um procedimento administrativo de disputa entre os concorrentes, 
denominado Licitação, por meio do qual a Administração Pública selecionará, 
entre todas as propostas apresentadas, aquela que melhor atender ao 
interesse público, baseando-se nos princípios gerais do Direito Administrativo 
e nos princípios especiais das licitações públicas. 
11 
Atualmente há sete modalidades de licitação na legislação brasileira, 
quais sejam: 
1. Concorrência; 
2. Tomada de Preços; 
3. Convite; 
4. Concurso; 
5. Leilão; 
6. Pregão; 
7. Regime Diferenciado de contratação. 
( 7 ) Direito Tributário 
De acordo com o artigo 3º do Código Tributário Nacional, “Tributo é 
toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se 
possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e 
cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”. 
A hipótese de incidência tributária será sempre descrição legal de 
situação lícita, e deve haver previsão legal prévia. Ou seja, somente pode ser 
instituído mediante autorização legal, por meio de lei. Conforme o artigo 150, 
I da Constituição, nenhum tributo pode ser exigido ou aumentado sem lei 
prévia que o estabeleça. 
“O complexo sistema tributário brasileiro, que faz 95% das empresas 
pagarem impostos a mais do que o devido por lei, acaba gerando inúmeras 
situações passíveis de recuperação dos valores pagos a maior aos fiscos 
municipal, estadual e federal”.5 
O Direito Tributário divide os tributos em 5 espécies, quais sejam: 
 Imposto; 
 Taxa; 
 Contribuição de melhoria; 
 Empréstimo compulsório; 
 Contribuições especiais. 
 
 
5 BRUGNARA, Wander. Planejamento tributário pode resultar em menos impostos para 
empresa pagar. In: Revista Consultor Jurídico, 5 de março de 2017. Disponível em: 
<https://www.conjur.com.br/2017-mar-05/wander-brugnara-planejamento-tributario-resultar-
impostos>. Acesso em: 26 set. 2018. 
12 
Conforme abordado no livro-base da disciplina, no capítulo VI, em 
relação ao Direito Tributário, estudamos sobre a prescrição e a decadênciaaplicáveis no Direito Tributário. 
A prescrição é a perda do direito de ação em relação à cobrança do 
crédito tributário, em vista do transcurso do prazo de 5 (cinco) anos, contados 
da data do lançamento válido (constituição definitiva do crédito), segundo 
previsão legal. 
Há previsão legal no art. 174 do CTN: 
Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário 
prescreve em cinco anos, contados da data da sua 
constituição definitiva. 
Parágrafo único. A prescrição se interrompe: 
I – pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução 
fiscal; 
II - pelo protesto judicial; 
III - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; 
IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que 
importe em reconhecimento do débito pelo devedor. 
 
Machado posiciona-se da seguinte maneira acerca da prescrição no 
Direito Tributário: o CTN diz expressamente que a prescrição extingue o 
crédito tributário (art. 156, V). Assim, nos termos do Código, a prescrição não 
atinge apenas a ação para cobrança do crédito tributário, mas o próprio 
crédito, vale dizer, a relação material tributária. 
( 8 ) Direito do Trabalho 
No Direito do Trabalho, a legislação exige o vínculo empregatício para 
que se caracterize a relação de emprego. E, para que exista o vínculo 
empregatício, quatro requisitos devem obrigatoriamente estar presentes, 
sendo eles: a pessoalidade, a habitualidade, a subordinação e a onerosidade. 
 Pessoalidade: resume-se no fato de que o empregado não 
pode se fazer substituir por outra pessoa, pois o serviço deve 
ser prestado por ele mesmo, pessoalmente. Se outra pessoa 
desempenhar suas tarefas constantemente, outro vínculo 
empregatício estará sendo criado. 
 Habitualidade: os serviços, além de serem prestados 
habitualmente e de forma contínua, devem ter natureza não 
13 
eventual, pois a não eventualidade e a continuidade não são 
conceitos idênticos. Essa habitualidade é motivo de sérias 
discussões doutrinárias e jurisprudenciais, em virtude, 
principalmente, do número de dias trabalhados nu semana que 
a caracterizam. A jurisprudência majoritária do TST entende, 
conforme acórdão a seguir, principalmente nas decisões 
acerca do vínculo empregatício do trabalhador diarista — 
aquele que trabalha e recebe por dia e ao final do seu labor — 
que, normalmente, sua remuneração é superior àquela que 
receberia se trabalhasse continuamente para seu empregador. 
Entende que a habitualidade não se caracteriza, pois não há a 
garantia de continuidade da relação, mesmo tendo o 
empregado trabalhado duas ou lies vezes por semana. 
 Subordinação: a subordinação é genérica, ou seja, o 
empregado encontra-se sob a dependência social, econômica, 
técnica e jurídica do empregador. Sendo assim, o funcionário 
está hierarquicamente subordinado ao patrão, pois é este que 
assume todos os riscos do negócio. A subordinação pode ser 
entendida, para Martins, como "a obrigação que o empregado 
tem de cumprir as ordens determinadas pelo empregador em 
decorrência do contrato de trabalho''. 
 Onerosidade: Se o empregado presta os seus serviços, deve 
ser remunerado. A onerosidade é, assim, a contrapartida do 
empregador, ou seja, o pagamento pelos serviços prestados 
pelo empregado. Sendo assim, nos casos em que o 
empregador deixa de pagar o salário ao empregado 
poderíamos pensar que estaria descaracterizada a relação de 
emprego pela inexistência da onerosidade, mas não é bem isso 
o que ocorre. A onerosidade se caracteriza pelo pacto firmado, 
pelo acordo anterior, no qual se estabeleceu a obrigação do 
empregador de remunerar o empregado pelos serviços 
prestados. Se o empregador não cumprir com suas obrigações, 
poderá ser penalizado de outras maneiras, mas o vínculo 
empregatício não é quebrado por essa falta. 
 
O empregador tem alguns poderes de que pode fazer uso dentro da 
relação de emprego. Porém, ao exercê-los, não poderá, é claro, ultrapassar 
os ditames legais, muito menos prejudicar o empregado, em qualquer 
situação. 
14 
Alguns desses poderes do empregador são os chamados poder de 
direção, de organização, de controle e disciplinar. 
 Poder de direção: O empregador tem a prerrogativa de definir 
de que forma deseja que o empregado desempenhe o serviço, 
direcionando-o e dirigindo-o para tal intuito. 
 Poder de organização: O empregador organizado possui 
organogramas funcionais, incluindo um regulamento interno, 
com normas disciplinares e peculiares à empresa, contendo os 
direitos e os deveres dos trabalhadores. Ao mesmo tempo, a 
empresa pode ser dividida em setores — às vezes, com um 
setor dependendo do outro —, pois sua produção é em escala 
e em série. Assim sendo, o empregador exercerá esse poder, 
organizando todas as tarefas a serem desenvolvidas por seus 
funcionários. 
 Poder de controle: Se o empregador define de que modo o 
empregado deve trabalhar, também organiza o trabalho e, por 
conseguinte, verifica se tudo está sendo realizado dentro do 
que foi determinado, exercendo seu poder de controle. 
 Poder disciplinar: Se aquilo que foi previamente determinado 
não estiver sendo cumprido, o empregador poderá, exercendo 
seu poder disciplinar, impor certas sanções aos empregados, 
como uma advertência, a suspensão e até mesmo a dispensa 
por justa causa. 
( 9 ) Seguridade Social 
O Direito à Seguridade Social é “um conjunto integrado de ações que 
são de todos, ou seja, do Estado e da sociedade de forma geral. A sociedade 
a custeia direta ou indiretamente, incluindo-se os recursos advindos dos 
orçamentos de todas as pessoas políticas de direito público (União, estados. 
Distrito Federal e municípios), e tais ações visam assegurar à população os 
direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social". 
A nossa sociedade é dinâmica e, por isso, exige, com o passar do 
tempo, que o Estado também se modernize, passando a ter uma 
responsabilidade pela assistência às pessoas desprovidas de renda e, por 
fim, criando una sistema securitário, coletivo e compulsório. Entendemos, 
pois, que o direito à seguridade social é mais amplo e está alicerçado sobre 
três grandes pilares, estabelecidos pela CF de 1988: saúde, previdência 
social e assistência social. 
15 
O Direito à Seguridade Social concede benefícios previdenciários aos 
seus segurados desde que sejam cumpridos os requisitos exigidos pela 
legislação. 
Elencamos benefícios conforme a lei 8.213/91: 
1. aposentadoria por idade; 
2. aposentadoria por invalidez; 
3. aposentadoria por tempo de contribuição; 
4. aposentadoria especial; 
5. auxílio-doença; 
6. auxilio-acidente; 
7. salário-maternidade; 
8. salário-família; 
9. benefício de prestação continuada da assistência social; 
10. auxílio-reclusão; 
11. pensão por morte. 
 
Segundo a Constituição brasileira, “a previdência social será 
organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação 
obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e 
atuarial, e atenderá, nos termos da lei”. 
A respeito do Direito Previdenciário, há segurados que são 
obrigatórios. O segurado obrigatório é aquele que não tem como se eximir da 
responsabilidade de ser contribuinte da previdência social. Como segurados 
obrigatórios a Constituição elenca algumas categorias, dentre as quais o 
empregado, o empregado doméstico, o contribuinte individual, o trabalhador 
avulso e o segurado especial. 
"A seguridade social abrange e é entendida como um conjunto 
integrado de ações que são de todos, ou seja, do Estado e da sociedade de 
forma geral. Esse direito contempla os benefícios previdenciários, dentre os 
quais temos o auxílio-reclusão”. 
O auxílio-reclusão pode ser concedido aos dependentes do 
segurado que se encontra preso por qualquer motivo e será pago durante 
todo o período da reclusão. Alguns requisitos, porém, devem estar presentes 
para a concessão e a manutenção dessebenefício: 
16 
 O salário de contribuição deve ser igual ou inferior ao 
determinado pela legislação, sendo o seu valor reajustado todo 
ano. 
 O segurado preso não pode estar recebendo salário de seu 
empregador, auxílio-doença, aposentadoria ou abono de 
permanência em serviço. 
 Definida a concessão do benefício, os dependentes devem 
apresentar a previdência social, a cada 3 (três) meses, 
atestado emitido por autoridade competente, confirmando que 
o trabalhador continua preso. 
( 10 ) Direito do Consumidor 
“Em 11 de setembro de 1990, por meio da Lei nº 8.078/90, surgiu o 
Código de Defesa do Consumidor - CDC, que assegura o reconhecimento da 
vulnerabilidade do consumidor e estabelece o princípio da boa-fé como 
basilar das relações de consumo”.6 
O Direito do Consumidor nada mais é do que uma relação de 
consumo que estabelece um negócio jurídico entre duas partes, conhecidas 
como Consumidor e Fornecedor. 
Com base no material da disciplina, podemos entender fornecedor 
como a pessoa física ou jurídica que desenvolve atividade econômica, 
direcionada para o público em geral, nas áreas de produção, montagem, 
criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou 
comercialização de produtos ou prestação de serviços. 
Entendemos, por conseguinte, que fornecedor pode ser qualquer 
pessoa, física ou jurídica, mesmo que não tenha registro de seu ato 
constitutivo no órgão competente, e até um ente despersonalizado. Assim são 
classificados os fornecedores: 
 Reais — São aqueles que participam da cadeia produtiva. 
 Presumidos — São aqueles que aplicam sua logomarca no 
produto, mesmo sem produzi-lo. 
 Aparentes — São os comerciantes, os importadores, ou seja, 
as intermediários ou intermediantes. 
 
6 BESSA Leonardo Roscoe; FAIAD DE MOURA, Walter José. Manual de direito do 
consumidor. Coordenação de Juliana Pereira da Silva. 4. ed. Brasília: Escola Nacional de Defesa 
do Consumidor, 2014. 
17 
 
Já o Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza 
um produto ou serviço como destinatário final, conforme artigo 2º do Código 
de Defesa do Consumidor. 
Considera-se destinatário final quem não revende o produto para 
outrem nem o aplica ria produção de outros produtos, ou seja, é quem compra 
para uso próprio. 
Assim, se o consumidor pode ser tanto pessoa física quanto pessoa 
jurídica, desde que compre para uso próprio, deduzimos que seria 
redundância — ou, de certa forma, erro — se falar em consumidor final, pois 
o consumidor é, efetivamente o destinatário final. Também as pessoas 
jurídicas, sociedades empresárias ou não, podem ser consideradas 
consumidoras, mas apenas nas situações em que o produto ou serviço 
comprado não tiver relação direta com a sua atividade: que elas não comprem 
para revender os produtos adquiridos ou mesmo para os aplicarem na 
produção de outros produtos. 
( 11 ) Direito Ambiental 
Segundo o artigo 225 da Constituição brasileira, “todos têm direito ao 
meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e 
essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à 
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras 
gerações”. 
O Direito Ambiental, conforme previsto na Constituição brasileira e na 
legislação infraconstitucional, possui diversos princípios que sustentam seu 
conteúdo normativo. Um deles é o princípio do Poluidor-Pagador. Pelo 
princípio do poluidor pagador quem explora o meio ambiente deve responder 
pela emissão de dejetos ou quaisquer outros materiais prejudiciais à 
natureza. Se caracterizado o dano ambiental, o poluidor será punido na forma 
da lei, podendo até ser proibido de realizar a atividade para a qual já possua 
autorização. 
Conforme abordado no livro-base da disciplina em relação ao Direito 
Ambiental, foi estudado sobre a responsabilidade administrativa ambiental, 
segundo a qual a Administração Pública e seus agentes têm o dever de 
cumprir com as normas administrativas vigentes e relativas ao Direito 
Ambiental. 
A responsabilidade administrativa ambiental se fundamenta na 
capacidade que têm as pessoas jurídicas de direito público de impor condutas 
18 
aos administrados. O agente público, exercendo seu poder de polícia 
administrativo, tem a obrigação de fiscalizar, junto à sociedade, se o bem 
público abrangido no meio ambiente está sendo tratado com o zelo e a 
atenção que merece por parte de todos. 
Se assim não fizer, estará falhando no cumprindo de suas funções e 
pode responder processo administrativo. O art. 70 da Lei n. 9.605/98 é 
determinante nesse aspecto ao estabelecer: "Considera-se infração 
administrativa ambiental toda e ação ou omissão que viole as regras jurídicas 
de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente". 
Quanto às sanções aplicáveis: dependendo da conduta praticada, o 
agente pode ser sancionado administrativamente, sem prejuízo das sanções 
civis e penais, quando seu comportamento não for o esperado dentro das 
normas administrativas determinadas pelo Direito Ambiental e/ou cometer 
excessos ou desvios na proteção e na tutela do interesse público. Nesses 
casos, podem ser penalizados tanto o agente público como o particular 
envolvido no ato praticado. A Lei n. 9.605/98 define, no seu art. 70, o que 
considera infração administrativa ambiental: "toda ação ou omissão que viole 
as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação. 
Conforme abordado no livro base da disciplina, em relação ao Direito 
Ambiental, sabemos que vários são os princípios relativos a esse ramo do 
direito. 
Esses princípios podem ser elencados como: 
 Princípio da precaução; 
 Princípio da prevenção; 
 Princípio do usuário pagador; 
 Princípio do poluidor-pagador; 
 Princípio do desenvolvimento sustentável; 
 Princípio da reparação; 
 Princípio da informação. 
( 12 ) Direito Empresarial 
O artigo 170 da Constituição estabelece que “a ordem econômica, 
fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim 
assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social”, 
de acordo com alguns princípios: 
 Princípio da propriedade privada; 
19 
 Princípio da função social da propriedade; 
 Princípio da livre concorrência; 
 Princípio da defesa do consumidor; 
 Princípio da defesa do meio ambiente; 
 Princípio da redução das desigualdades regionais e sociais; 
 Princípio da busca do pleno emprego; 
 Princípio do tratamento favorecido para empresas que 
cumpram certos requisitos; 
 Princípio da liberdade de exercício de atividade econômica. 
 
 
Estudamos no livro-base e nos materiais da disciplina o Direito 
Empresarial e as sociedades empresariais. Nesses estudos, verificou-se que 
a sociedade limitada é composta por apenas uma categoria de sócios, os 
denominados quotistas. 
O capital social desse tipo de sociedade é constituído somando-se os 
valores das quotas sociais, ou seja, é formado pelo aporte que cada sócio 
faz, retirando-o de seu patrimônio pessoal para integrar o patrimônio social. 
Esse aporte pode ser feito em dinheiro ou em bens, conferindo, assim, 
direitos e deveres a cada um dos sócios, especialmente o direito–dever de 
participar do resultado da sociedade, sendo este positivo ou negativo. Uma 
das características mais marcantes desse tipo de sociedade é a limitação da 
responsabilidade de cada um dos sócios ao que nela tenha de quotas. 
Mesmo assim, todos eles respondem solidariamente pela integralização do 
capital social, por isso, ela é também chamada de sociedade por quotas de 
responsabilidade limitada. 
 
De acordo com os estudos realizados no livro-base da disciplina, no 
que se refere ao Direito Empresarial, sobre os bens incorpóreos do 
estabelecimento, por mais que eles não ocupem espaço físico, sendo tão 
somente direitos adquiridosno exercício da atividade, às vezes representam 
o maior percentual do patrimônio do empresário. Dentre os bens incorpóreos 
temos o ponto comercial, os créditos, o aviamento e a propriedade industrial. 
Sobre esses conceitos, importante saber que o Ponto Comercial é o 
local, propriamente, onde o empresário desempenha sua atividade. Contudo, 
20 
não é em qualquer situação que o empresário pode adquirir o direito ao ponto 
comercial, pois, para adquiri-lo, deverão estar presentes os requisitos 
previstos no art. 51 da Lei n. 8.245, de 18 de outubro de 1991. Ou seja: 
 que o empresário tenha firmado um contrato de locação por 5 
(cinco) anos ou vários contratas ininterruptos que somem 5 
(cinco) anos, sempre por prazo determinado; 
 que tenha explorado o mesmo ramo de atividade, com fins 
lucrativos, nos últimas 3 (três) anos, ininterruptamente; 
 que o locatário comprove sua condição de empresário, 
legalmente constituído; 
 que promova a ação judicial para renovação da locação, no 
prazo de 1 (um) ano a 6 (seis) meses antes do término do 
contrato. 
 
Outro conceito importante em Direito Empresarial é o de Propriedade 
Industrial. Propriedade industrial é também um bem incorpóreo do 
estabelecimento empresarial, desta feita produzido pelo intelecto de 
determinadas pessoas, para que seja aplicado na indústria. Ele pode ter uma 
proteção distinta dos outros bens do estabelecimento empresarial, 
respaldada em lei. A Lei n. 9.279, de 14 de maio de 1996 — o Código de 
Propriedade Industrial (CPI) — regula a propriedade industrial, determinando 
os direitos e os deveres aos envolvidos. 
O mesmo diploma legal elenca como propriedade industrial a 
invenção, o modelo de utilidade, o desenho industrial e a marca, cada qual 
com suas particularidades, conferindo também ao seu criador e/ou detentor 
direitas e proteções. 
O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) é o órgão federal 
encarregado de realizar tais proteções e conceder tais direitos. Por meio de 
um rigoroso processo, esse órgão poderá conceder patente aos autores de 
invenção e modelo de utilidade, e certificado de registro aos autores de 
desenho industrial e marca. 
 
Considerando o Direito Empresarial, todas as pessoas, físicas e 
jurídicas, empresárias ou não, têm responsabilidades comuns, que são a 
defesa do meio ambiente, o pagamento de seus tributos, a defesa da parte 
mais frágil em qualquer relação em que estejam presentes. Porém, de forma 
particular, o art. 1.179 do Código Civil apresenta três obrigações específicas 
ao empresário. 
21 
Essas obrigações específicas do empresário são: 
 Obrigação de seguir um sistema de contabilidade, mecanizado 
ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em 
correspondência com a documentação respectiva; 
 Obrigação de levantar anualmente o balanço patrimonial e o de 
resultado econômico; 
 Obrigação de manter o livro diário, tendo-o como 
indispensável. 
Outros livros ou documentos, dependendo de cada caso, podem ser 
exigidos pela lei ao empresário. 
 
Desejamos bom estudo! 
Antoine Youssef Kamel 
Coordenador adjunto

Continue navegando