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FICHAMENTO: O DIREITO E CIÊNCIAS AFINS (CAPÍTULO 2) REALE, Miguel. Lições preliminares de direito. 27ª Edição. São Paulo:Saraiva,2002. INTRODUÇÃO O Direito surge e se consolida como produto e realidade cultural, portanto, não é possível compreender sua existência isolada na sociedade. Ao contrário, o Direito sofre influência de comportamentos, valores, costumes e da cultura em geral de uma civilização, constituindo-se de um fenômeno histórico-social com mutabilidade frequente. Logo, as ciências afins atuam como um sitema auxiliar e preparatório de conceitos que nos ajudam na interpretação, aplicação e até mesmo na própria criação do Direito. Nesse sentido, convém fazer uma breve introdução as principais ciências afins. FILOSOFIA DO DIREITO A Filosofia do Direito possui uma função principal e destacável - Problematizar. Ou seja, transformar tudo que se tornou cômodo em questionamento. Portanto, de forma geral, essa ciência auxiliar constitui uma série de indagações indispensáveis para a compreensão do sentido da experiência jurídica. Nesse aspecto, o estudo da Filosofia do Direito, ao indagar sobre os princípios éticos, lógicos e históricos-culturais do Direito, volta-se para as seguintes ordens de pesquisa: a) O que é Direito? b) Em que se legitima o Direito? c) Qual o sentido da experiência jurídica? CIÊNCIA DO DIREITO (JURISPRUDÊNCIA) A Ciência do Direito possui em seu vértice a concretude e objetividade. Ou seja, ela não se materializa em um campo de abstração, sem referência direta da experiência social. Portanto, é a Ciência do Direito Positivo1, isto é, relaciona-se com uma experiência efetiva(real) passada ou atual. Logo, tem como objeto de estudo o fenômeno jurídico historicamente realizado, servindo como forma de conhecimento positivo da realidade social segundo normas e regras tornadas objetivas com o processo histórico. Em suma, cabe a ela a estruturação de particularidades normativas em conceitos gerais unificadores. Todavia, quando se prioriza o estudo sistemático das normas jurídicas e sua ordenação segundo princípios, com finalidade de aplicação, a Jurisprudência pode ser denominada de Dogmática Jurídica. Em linhas gerais, a Dogmática seria o apogeu da aplicação da Ciência do Direito, encarregando-se de realizar o estudo sistemático dos preceitos jurídicos, deixando as indagações de caráter sociológico, moral, econômico etc. em segundo plano. Destarte, ciência pressupõe método e pesquisa. Logo, a pesquisa jurídica tem finalidade prática, preocupando-se na sua aplicação (objetividade). Nesse sentido, ao cientista do direito, o jurista, cabe interpretar e tirar conclusões de um texto jurídico, sistematizando-as, em observância a princípios gerais, com finalidade de aplicação. TEORIA GERAL DO DIREITO Estabelece, de forma sistemática, conceitos básicos e fundamentais do conhecimento positivo do Direito, diferentemente da Jurisprudência, importa-se com a análise de outras ciências, como a Sociologia Jurídica, História do Direito e até mesmo a própria Ciência do Direito. Outras atribuições da Teoria Geral do Direito é estruturar o Estudo do Direito em conceitos gerais unificadores e fixar diretrizes capazes de elucidar a estrutura das regras jurídicas e sua razão lógica. 1 Direito Positivo ou positivado é aquele que, em algum momento histórico, entrou em vigor e, portanto, teve ou continua tendo eficácia e vigência. DIREITO E SOCIOLOGIA (SOCIOLOGIA JURÍDICA) A Sociologia Jurídica possui finalidade compreensiva, não normativa. Para isso, visa obervar a efetividade da norma jurídica no plano do fato social, bem como o contraste entre o resultado esperado pelo legislador e o resultado real. Com essa finalidade, faz uso de rigorosos dados estátisticos. DIREITO E ECONOMIA Na concepção do Materialismo Histórico Marxista, o Direito (superestrutura ideológica) seria apenas uma “roupagem ideológica”, afinal, a sociedade era modelada pela infraestrutura econômica e, consequentemente, em função da classe burguesa- detentora dos meios produtivos. Todavia, prevalece a ideia da doutrina atual que, em termos históricos, o Direito antecede a Economia, estando presente independentemente da ordenação da força econômica vigente. Portanto, Direito e Economia encontram-se em constante relação.
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