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Forças dissipativas Dissipative forces Guilherme Vilela Ribeiro Neves 2019006817 Igor Silva do Espírito Santo 2018017754 Paulo Lourenço 2019006942 Pedro Dias Vilas Boas 2019011880 Universidade Federal de Itajubá – UNIFEI Resumo: Este experimento teve por objetivo realizar a análise da interferência das forças dissipativas tendo como base as medições de massa, deslocamento e t empo. Através do trilho metálico ligado ao compressor de ar para a locomoção do carrinho, obteve-se o mínimo de atrito possível, com o deslocamento nos mesmos intervalos de tempo entre os sensores ópticos. Fez-se, ainda, os mesmos deslocamentos, porém com uma vela de papelão alocada ao carrinho, simulando a ação do atrito sobre o carrinho, no caso, a resistência do ar. A interferência dessa força permitiu traçar gráficos e desenvolver equações referentes ao movimento realizado pelo carrinho influenciado pelas forças dissipativas. Palavras-chave: Arrasto, movimento, aceleração, velocidade. Abstract: This experiment aimed to analyze the dissipative forces interference based on mass, displacement and t time measurements. Through the metal rail connected to the air compressor to move the trolley, the minimum friction possible was achieved, with displacement in the same time intervals between the optical sensors. The same displacements were made, but with a cardboard candle allocated to the cart, simulating the action of friction on the cart, in this case, the air resistance. The interference of this force allowed to draw graphs and develop equations related to the movement made by the cart influenced by the dissipative forces. Keywords: Drag, movement, acceleration, velocity. 1. Introdução Na física, definimos forças dissipativas, que também podem ser denominadas forças não conservativas, como sendo as forças que transformam a energia mecânica em outras formas de energia, como por exemplo, o som, calor e deformação. Como exemplo de força dissipativa temos o arrasto hidrodinâmico, na dinâmica dos fluidos, arrasto é a força que faz resistência ao movimento de um objeto sólido através de um fluido (um líquido ou gás). O arrasto é feito de forças de fricção (atrito), que agem em direção paralela à superfície do objeto (primariamente pelos seus lados, já que as forças de fricção da frente e de trás se anulam), e de forças de pressão, que atuam em uma direção perpendicular à superfície do objeto (primariamente na frente e atrás, já que as forças de pressão se cancelam nas laterais do objeto). Ao contrário de outras forças resistivas, como o atrito, que é quase independente da velocidade, forças de arrasto dependem da velocidade. Partindo deste ponto, desenvolvemos este trabalho com a finalidade de verificar a ação desta da força de arrasto, realizando medições no Laboratório de Física Experimental 1 da Universidade Federal de Itajubá, e comparando os resultados obtidos com os modelos já conhecidos. 2. Materiais utilizados - Trilho de ar metálico; - Compressor de ar com 5 níveis de força; - Carrinho metálico para o trilho; - Quatro massas para lastro do carrinho; - Cronômetro Multifuncional digital, com aquisição de dados; - Dois Sensores ópticos de passagem com suportes; - Um anteparo de papelão que funcionará como “vela” do carrinho; - Calço de madeira; - Régua comum; - Balança Digital com erro de 0,1g; - Calculadora da marca CASIO modelo FX-82MS. Figura 1: Materiais utilizados sobre a bancada. 3. Obtenção de dados Para iniciar, medidos o comprimento da menor aresta do calço de madeira, h = (35±2) mm, e a distância entre os pés de apoio do trilho, L = (1000±2) mm. Em seguida colocamos o calço sob um pé do trilho de ar para causar uma inclinação, e através da Eq. (1) calculamos o seno para ela, obtendo 𝑠𝑒𝑛(𝑖) = 0,035. 𝑠𝑒𝑛(𝑖) = ℎ 𝐿 Equação (1). Após, medimos a massa do carrinho apenas com a placa de metal que corta a luz dos sensores, 𝑚𝑐 = (197,1 ± 0,1) g. Medimos também a massa com o anteparo de papelão, 𝑚𝑐𝑣 = (232,0 ± 0,1) g. Com as duas medidas, recolocamos a placa de metal e utilizando as massas disponíveis como lastros igualamos o 𝑚𝑐 ao 𝑚𝑐𝑣 , para a realização do experimento. Em seguida, começamos o primeiro procedimento, nele posicionamos os dois sensores em 20 e 35 cm, o carrinho na extremidade elevada, ligamos o compressor no nível 3, e apenas soltamos o carrinho após 10 segundos. A cada medição feita pelo cronômetro, variamos as posições dos sensores, porém mantendo a distância de 15 cm entres os dois, por fim, calculamos o 𝑡𝑚𝑒𝑑 e a 𝑣𝑚𝑒𝑑, pelas Eq. (2) e Eq. (3) respectivamente. 𝑡𝑚𝑒𝑑, 𝑖 = ∆𝑡𝑖 2 + ∑ ∆𝑡𝑘 𝑖−1 𝑘=1 Equação (2). 𝑣𝑚𝑒𝑑 = ∆𝑠 ∆𝑡 Equação (3). Com os dados obtidos construímos a seguinte tabela: Tabela 1: medidas de tempo, deslocamento e velocidade do carrinho sem anteparo de papelão. Para iniciarmos o segundo procedimento, retiramos a placa de metal e os lastros, e no lugar colocamos o anteparo de papelão. Nele realizamos os mesmos passos do primeiro procedimento, e com os novos dados montamos uma outra tabela: Tabela 2: medidas de tempo, deslocamento e velocidade do carrinho com anteparo. 4. Discussão e análise dos dados Partindo dos dados obtidos no primeiro procedimento e organizados na Tabela 1 anteriormente foi possível plotar o seguinte gráfico: Gráfico 1: gráfico da velocidade média em função do tempo médio. Neste gráfico, como é possível observar, foi plotado utilizando as medidas de 𝑡𝑚𝑒𝑑 𝑒 𝑣𝑚𝑒𝑑, e os pontos obtidos comportaram de forma linear, possibilitando traçar uma reta de ajuste descrita pela Eq. (4). E ao traçar esta reta, o programa SciDAVis disponibilizou os coeficientes angular e linear que regem a função. 𝑓(𝑥) = 𝑎0 + 𝑎1𝑥 Equação (4). 𝑎0 = 0,271 ± 0,011 Coef. Linear (1). 𝑎1 = 0,336 ± 0,008 Coef. Angular (1). Baseando-se no modelo do Movimento Retilíneo Uniformemente Variado, comparamos a Eq. (4) com a função horária da velocidade [Eq. (5)]. 𝑉 = 𝑉0 + 𝑎𝑡 Equação (5). Para: a = aceleração; 𝑉0 = velocidade inicial; 𝑡 = 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜; V = velocidade final. E através dessa comparação podemos dizer que 𝑎0 = 𝑉0 e 𝑎1 = 𝑎. Em seguida, desenhamos o diagrama de forças para o primeiro procedimento: Figura 2: diagrama de forças do primeiro procedimento. Usando o diagrama e a Eq. (6) calculamos a aceleração teórica do carrinho, obtendo 𝑎 = 0,343. 𝑎 = 𝑔. 𝑠𝑒𝑛(𝑖) Equação (6). Para: g = 9,78520 𝑚/𝑠2 sendo a aceleração da gravidade. Agora, analisaremos o segundo procedimento, começando com o diagrama de forças: Figura 3: diagrama de forças do segundo procedimento. 𝑓 = −𝑏. 𝑣 Equação (7). Onde 𝑓 é a força de arrasto que age sobre a vela. Utilizando o diagrama de forças (somatório das forças) pudemos observar que a velocidade obedece a equação diferencial a seguir: 𝑑𝑣 𝑑𝑡 + 𝑏 𝑚 . 𝑣 = 𝑔. 𝑠𝑒𝑛(𝑖) (Equação diferencial). Em seguida plotamos um segundo gráfico com os dados da segunda tabela: Gráfico 2: velocidade média em função do tempo médio. Com a construção deste gráfico, o SciDAVis nos deu os seguintes coeficientes, a função de ajuste: 𝑓(𝑥) = 𝐴 + 𝐵. exp (𝐶. 𝑥) A = 47,233; B = -47,233; C = 4,376. E através das Eqs. (7), (8) e de tais coeficientes, achamos 𝑉∞ = 47,233 𝑚 𝑠2 , 𝑉0 = 0 𝑒 𝑏 = −1,015. 𝑉(𝑡) = 𝑉∞ + (𝑉0 − 𝑉∞). exp ( −𝑏.𝑡 𝑚 ) Equação (7). 𝑉∞ = [𝑚.𝑔.𝑠𝑒𝑛(𝑖)] 𝑏 Equação (8). Por fim, plotamos um gráfico que compara os dados dos dois procedimentos: Gráfico 3: comparação entra a velocidade e tempo médios dos dois procedimentos. 5.Considerações finais Partindo da análise das tabelas e do Gráfico 3, começamos a notar que o segundo procedimento, em que a força de arrasto estava presente, os tempos para o mesmo deslocamento são maiores do que no primeiro procedimento. Assim como a velocidade era menor, já que o tempo é inversamente proporcional a velocidade. Em um segundo momento, observamos através do Gráfico 1, que descreve a velocidade pelo tempo do primeiro procedimento, podemos observar que a velocidade varia de forma constante, e comparando esses resultados com o modelo conhecido para a energia mecânica (𝐸𝑚𝑒𝑐) em um sistema conservativo, onde 𝐸𝑚𝑒𝑐 = ∑ 𝐸𝑝𝑜𝑡 + 𝐸𝑐𝑖𝑛, podemos concluir, que neste procedimento este modelo conservativo está sendo demonstrado, já que com a variação constante da velocidade, a energia cinética (𝐸𝑐𝑖𝑛) também irá variar de forma constante, assim mostrando que não ação de forças dissipativas. Por fim, comparando a função de ajuste do Gráfico 2 com as equações da velocidade com influência do arrasto fornecidas pelo roteiro, podemos concluir que o arrasto atua no movimento de forma a diminuir a aceleração do corpo até que ela seja nula, atingindo assim a velocidade limite (𝑣∞), a qual é constante. Comparando esses resultados com o modelo de energia mecânica descrito a cima, podemos chegar à conclusão, de que o segundo procedimento não se trata de um sistema como este, afinal, as energias potenciais, não são totalmente transformadas em energia cinética, porque a velocidade tendendo a constante mostra que a variação da energia cinética diminui com o tempo, portanto, o modelo conservativo não é apropriado para este sistema e a força de arrasto é uma força dissipativa.
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