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Universidade Estácio de Sá Disciplina: Eletrônica Digital – ARA0096 Unidade 1 – Parte 1 Prof. Ricardo Toscano Unidade 1 – Introdução. Representações Numéricas. Na ciência, na tecnologia, nos negócios e em muitos outros campos de trabalho, estamos constantemente tratando com quantidades, que são medidas, monitoradas, guardadas, manipuladas aritmeticamente, observadas ou utilizadas de alguma outra maneira na maioria dos sistemas físicos. Quando manipulamos quantidades diversas, é importante que saibamos representar seus valores de modo eficiente e preciso. Existem basicamente duas formas de representação dos valores das quantidades: a analógica e a digital. Na representação analógica, uma quantidade é representada por um indicador proporcional continuamente variável. Na representação digital, as quantidades não são representadas por quantidades proporcionais, mas por símbolos denominados dígitos. Prof. Ricardo Toscano Analógica = pode variar continuamente ao longo de uma faixa de valores; Digital = varia de maneira discreta (passo a passo). Portanto, pode-se dizer que a maior diferença entre quantidades analógicas e digitais é que: Exemplo: Dentre as quantidades a seguir, quais são as que estão relacionadas a quantidades analógicas e quais estão relacionadas a quantidades digitais? (a) Chave de dez posições; (b) A corrente que flui de uma tomada elétrica; (c) A temperatura de um ambiente; (d) Grãos de areia em uma praia; (e) O velocímetro (convencional) de um automóvel. Digital; Analógica; Analógica; Digital; Analógico. Prof. Ricardo Toscano Sistemas Analógicos e Digitais. Um sistema digital é uma combinação de dispositivos projetados para manipular informação lógica ou quantidades físicas que são representadas no formato digital, ou seja, as quantidades podem assumir apenas valores discretos. Esses dispositivos são, na maioria das vezes, eletrônicos, mas podem ser também mecânicos, magnéticos ou pneumáticos. Alguns sistemas digitais mais conhecidos são os computadores digitais e as calculadoras, os equipamentos digitais de áudio e vídeo, e o sistema de telefonia. Um sistema analógico contém dispositivos que manipulam quantidades físicas que são representadas na forma analógica. Nesses sistemas, as quantidades físicas podem variar continuamente ao longo de uma faixa de valores. Por exemplo, a amplitude do sinal de saída de um alto-falante em um receptor de rádio pode apresentar qualquer valor entre zero e seu valor máximo (limite). Prof. Ricardo Toscano Há poucas desvantagens quando se usam técnicas digitais. Os dois principais problemas são: O mundo real é quase totalmente analógico, processar sinais digitalizados leva algum tempo. Para obter as vantagens das técnicas digitais quando lidamos com entradas e saídas analógicas, normalmente, quatro passos devem ser seguidos: Converter a variável física em um sinal elétrico (analógico); Converter as entradas elétricas (analógicas) do mundo real no formato digital (Conversor Analógico-Digital); Realizar o processamento (operação) da informação digital; Converter as saídas digitais de volta ao formato analógico (o formato do mundo real) – (Conversor Digital-Analógico). O futuro é digital. Prof. Ricardo Toscano Em sistemas digitais, a informação processada é normalmente é apresentada na forma binária. As quantidades binárias podem ser representadas por qualquer dispositivo que tenha apenas dois estados: aberta ou fechada. Podemos, conforme a escolha, representar uma chave aberta pelo binário 0, e uma fechada pelo binário 1. Com essas considerações, podemos representar qualquer número binário. Representação de Quantidades Binárias. Em sistemas eletrônicos digitais, uma informação binária é representada por tensões (ou correntes) que estão presentes nas entradas e saídas de diversos circuitos. Prof. Ricardo Toscano Por exemplo, zero volt (0 V) pode ser representar o bit 0, e 5 V pode representar o binário 1. Na realidade, devido a variações nos circuitos, o 0 e o 1 são representados por faixas de tensão. O modo como um circuito digital responde a uma entrada é denominado lógica do circuito. Cada tipo de circuito digital obedece a um determinado conjunto de regras lógicas. Por essa razão, os circuitos digitais são chamados também de circuitos lógicos. Prof. Ricardo Toscano Sistema de Numeração Digital. Sistema decimal. O sistema decimal é composto de 10 números ou símbolos. Esses símbolos são 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9. É também chamado de sistema de base 10, pois tem 10 dígitos, sendo desenvolvido, naturalmente, porque as pessoas tem 10 dedos. É um sistema de valor posicional, no qual o valor de cada dígito depende da sua posição no número. Por exemplo, o número 734. O dígito 7 representa, na verdade, 7 centenas, o dígito 3 representa três dezenas e o dígito 4 representa 4 unidades. 734 = 700 + 30 + 4 = (7 x 102)+ (3 x 101)+ (4 x 100) abcde = (a x 104) + (b x 103) + (c x 102)+ (d x 101)+ (e x 100) 7 = Most Significant Digit – MSD – Dígito Mais Significativo 4 = Least Significant Digit – LSD – Dígito Menos Significativo Prof. Ricardo Toscano Contagem decimal. Quando contamos no sistema decimal, começamos com o 0 na posição de unidades e passamos, progressivamente, pelos símbolos (dígitos) até chegarmos ao 9. Então, somamos 1 à próxima posição de maior peso e recomeçamos com 0 na primeira posição. Esse processo continua até atingir a contagem 99. Então, somamos 1 à terceira posição e recomeçamos com 0s (zeros) nas duas primeiras posições. O mesmo procedimento é seguido até atingir a contagem que desejamos. Usando apenas duas posições decimais 102 = 100, podemos contar 100 números diferentes (0 a 99); Usando três posições decimais 103 = 1.000, podemos contar 1.000 números diferentes (0 a 999); E, assim, sucessivamente. Em geral, com N posições ou dígitos decimais, podemos contar 10N números diferentes, começando pelo zero e incluindo-o na contagem. O maior número sempre será 10N – 1. Prof. Ricardo Toscano Sistema binário O sistema de numeração decimal não é conveniente para ser implementado em sistemas digitais. Por exemplo, é mais difícil projetar um equipamento eletrônico para que ele opere com dez níveis diferentes de tensão (cada um representando um caractere decimal, 0 a 9). Por outro lado, é muito mais fácil projetar um circuito eletrônico simples e preciso que opere com apenas dois níveis de tensão. No sistema binário há apenas dois símbolos ou valores possíveis para os dígitos: 0 e 1. O que foi mencionado anteriormente sobre o sistema decimal é igualmente aplicável ao sistema binário, sendo, portanto, também um sistema de valor posicional. Prof. Ricardo Toscano 10112 = (1 x 2 3) + (0 x 22) + (1 x 21) + (1 x 20) = 8 + 0 + 2 + 1 = 1110 abcde = (a x 24) + (b x 23) + (c x 22)+ (d x 21)+ (e x 20) 1 = Most Significant Digit – MSD – Dígito Mais Significativo 1 = Least Significant Digit – LSD – Dígito Menos Significativo A palavra bit é derivada das palavras binary digit (dígito binário). Um bit pode representar um de dois estados possíveis. Em eletrônica, estes estados podem ser obtidos, por exemplo, através de um capacitor (carregado ou descarregado) e de um transistor (cortado ou saturado). Pela combinação de séries de bits, é possível representar um grande numero de estados. Por exemplo, se houver dois bits, é possível representar quatro estados diferentes: 00, 01, 10 e 11. Com três bits podemos representar oito estados e, assim, sucessivamente. Prof. Ricardo Toscano Contagem binária. Quando operamos com números binários, normalmente, estamos restritos a um número específico de bits. Usando N bits, podemos contar 2N números. Por exemplo, com 2 bits podemos contar 22 = 4 contagens (00, 01, 10, 11). Com 3 bits podemos contar 23 = 8 contagens (000, 001, 010, 011, 100, 101, 110, 111). Com 4 bits podemos contar 24 = 16 contagens (0000, 0001, 0010,0011, 0100, 0101, 0110, 0111, 1000, 1001, 1010, 1011, 1100, 1101, 1110, 1111) e, assim, por diante. A última contagem será sempre com todos os bits em 1, que é igual a 2N – 1 no sistema decimal. Por exemplo, usando 4 bits, a última contagem é 11112 = 2 4 – 1 = 1510. Prof. Ricardo Toscano No sistema hexadecimal são necessários 16 símbolos para representar os dígitos, para isto são utilizados os 10 símbolos do sistema decimal (0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9) acrescidos de outros 6 símbolos, que foram escolhidos como as primeiras letras do alfabeto. A figura abaixo, ilustra essa condição, inclusive, fazendo a relação com os sistemas decimal e binário. Sistema hexadecimal Prof. Ricardo Toscano As posições dos dígitos recebem pesos como potências de 16. 2AF16 = (2 x 16 2) + (10 x 161) + (15 x 160) = 512 + 160 + 15 = 68710 2 = Most Significant Digit – MSD – Dígito Mais Significativo F = Least Significant Digit – LSD – Dígito Menos Significativo abcde = (a x 164) + (b x 163) + (c x 162)+ (d x 161)+ (e x 160) Prof. Ricardo Toscano Quando contamos em hexadecimal, cada posição de dígito pode ser incrementada (aumentada de 1) de 0 até F. Uma vez que uma posição de dígito alcance o valor F, ela volta a 0, e a próxima posição de dígito é incrementada. Essa condição está ilustrada abaixo: Contagem hexadecimal. (a) 38, 39, 3A, 3B, 3C, 3D, 3E, 3F, 40, 41, 42. (b) 6F8, 6F9, 6FA, 6FB, 6FC, 6FD, 6FE, 6FF, 700. Note que quando existe um 9 numa posição de dígito, ele se torna um A quando é incrementado. Com N posições de dígitos hexadecimal podemos contar de 0 a 16N – 1 em decimal, para um total de 16N valores diferentes. Por exemplo, com três dígitos hexadecimal podemos contar de 00016 até FFF16, que é de 010 até 409510, para um total de 4096 = 16 3 valores diferentes. Prof. Ricardo Toscano Note que: Dando sequência, a relação entre Decimal e Hexadecimal: • 26 = 1A; • 31 = 1F; • 32 = 20; • 41 = 29; • 42 = 2A; • 47 = 2F; • 48 = 30; • 57 = 39; • 58 = 3A; • 63 = 3F. Prof. Ricardo Toscano Sistema octal. Um sistema octal tem base 8, o que significa que ele tem 8 dígitos possíveis (0, 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7). = (3 x 82) + (7 x 81) + (2 x 80) = 192 + 56 + 2 = 250103728 2 = Least Significant Digit – LSD – Dígito Menos Significativo 3 = Most Significant Digit – MSD – Dígito Mais Significativo abcde = (a x 84) + (b x 83) + (c x 82)+ (d x 81)+ (e x 80) Contagem octal. O maior dígito octal é 7, portanto na contagem em octal cada posição de dígito é incrementada de 0 a 7. Uma vez alcançado o 7, ele retorna para 0 na próxima contagem e causa o incremento da próxima posição de dígito mais alta. Essa condição está ilustrado abaixo. (a) 65, 66, 67, 70, 71... (b) 275, 276, 277, 300... Prof. Ricardo Toscano Com N posições de dígitos octais, podemos contar de 0 até 8N – 1, para um total de 8N valores diferentes. Por exemplo, com três dígitos octais podemos contar de 0008 até 7778, ou seja, de 010 até 51110 para um total de 8 3 = 51210 números octais diferentes. Note que: Dando sequência, a relação entre Decimal e Octal: • 23 = 27; • 24 = 30; • 31 = 37; • 32 = 40; • 39 = 47; • 40 = 50; • 48 = 60; • 55 = 67; • 56 = 70; • 63 = 77. 008 até 778 . 8 2 = 6410 números octais diferentes Prof. Ricardo Toscano Prof. Ricardo Toscano Prof. Ricardo Toscano Prof. Ricardo Toscano Prof. Ricardo Toscano Prof. Ricardo Toscano Tabela disponível no website: http://conversor-de- medidas.com/matematica/binario- decimal/Converter_hexadecimal__B1_para_binario_, em 01/03/2018 Prof. Ricardo Toscano http://conversor-de-medidas.com/matematica/binario-decimal/Converter_hexadecimal__B1_para_binario_ Bibliografia Básica: • Capuano, Francisco Gabriel. Sistemas Digitais: circuitos combinacionais e sequenciais. 1.a ed. São Paulo: Érica, 2014. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536520322/cfi/2!/4/4@0.00:0.00 • Dachi, Édison Pereira. Eletrônica digital. São Paulo: Blucher, 2018. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788521210092/cfi/4!/4/4@0.00:54.3 • Idoeta, Ivan Valeije. Elementos de Eletrônica Digital. 41.ed rev. e atual.. São Paulo: Érica, 2012. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536518428/cfi/4!/4/4@0.00:0.00 https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536520322/cfi/2!/4/4@0.00:0.00 https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788521210092/cfi/4!/4/4@0.00:54.3 https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536518428/cfi/4!/4/4@0.00:0.00 Bibliografia Complementar: • Bignell, James. Eletrônica digital. São Paulo: Cengage, 2009. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522128242/cfi/2!/4/4@0.00:47.7 • Floyd, Thomas L. Sistemas digitais: fundamentos e aplicações. 9. ed.. Porto Alegre: Bookman, 2007. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788577801077/cfi/2!/4/4@0.00:67.2 • Garcia, Paulo Alves. Eletrônica Digital: Teoria e Laboratório. 2. ed.. São Paulo: Érica, 2008. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536518497/cfi/4!/4/4@0.00:5.43 • Tokheim, Roger. Fundamentos de eletrônica digital: sistemas combinacionais. 7. ed.. Porto Alegre: Bookman, 2013. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580551938/cfi/1!/4/4@0.00:64.4 • Tokheim, Roger. Fundamentos de eletrônica digital: sistemas sequenciais. 7. ed.. Porto Alegre: Bookman, 2013. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580551952/cfi/1!/4/4@0.00:64.4 • Vahid, Frank. Sistemas digitais: projeto, otimização e HDLs. Porto Alegre: Bookman, 2008. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788577802371/cfi/1!/4/4@0.00:64.4
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