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FÍS M AT QU Í BIO LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O GE O FIL HI S SO C RE S Lín gu a P or tu gu es a 251 252 253 Capítulo 15 .................. 8 Módulo 43 .............. 13 Módulo 44 .............. 19 Módulo 45 ..............23 "1 23 RF .C OM " 1. Orações coordenadas 10 2. Orações subordinadas substantivas 10 3. Orações subordinadas adjetivas 10 4. Organizador gráfico 12 Módulo 43 – Orações coordenadas 13 Módulo 44 – Orações subordinadas substantivas 19 Módulo 45 – Orações subordinadas adjetivas 23 • Identifi car aspectos linguísticos e discursivos nas construções da variedade culta da língua. • Reconhecer as concepções referentes à formação de orações e períodos compostos, predicados e complementos verbais. • Traduzir o que se compreende por construções sintáticas, semânticas e pragmáticas, presentes em diversas situações discursivas, considerando a variedade culta e outras variedades da língua. "1 23 RF .C OM " 9 “As ideias verdes incolores dormem furiosamente.” Com essa frase, Noam Chomsky demonstrou que um texto, mesmo parecendo absurdo e sem sentido, continua sendo um texto, gramaticalmente correto. São ideias (verdes ou não) que desafiam e despertam nossa capacidade de compreender a linguagem e, por ex- tensão, a realidade que tentamos definir por meio de palavras. Como as orações se relacionam – Parte II 15 15 25 1 Lí n gu a Po rt u gu es a 10 Li ng ua ge ns , C ód ig os e s ua s Te cn ol og ia s EM I-1 6- 15 0 1. Orações coordenadas Quando um período é composto por ora ções coordena- das, uma oração não exerce fun ção sintática em relação à ou- tra, e elas podem se unir de duas formas distintas: utilizando conectivo ou não. As orações coordenadas assindéticas não possuem ele- mento de ligação, o síndeto (conjunção coordenativa). Exemplo Toca o sinal, todos saem cor rendo. As orações coordenadas sindéticas apre sentam o co- nectivo explícito. Exemplo Olhei em volta e compreendi tudo. A. Classificação das orações coordenadas sindéticas Em um período composto por coordenação, não há uma oração principal, pois todas têm o mesmo valor, todas são coordenadas, e aquela que é introduzida por conectivo (sin- dética) recebe um nome de acordo com a relação de sentido que se estabelece entre as duas, por meio da conjunção. • Aditiva: relação de soma de ideias, pensamentos em sequência. Exemplo Ela chegou à tarde e foi embora à noite. • Adversativa: relação de oposição de ideias. Exemplo Deixei recado, mas não obtive resposta. • Alternativa: relação de alternância de ideias ou exclu- são mútua. Exemplo Ou a empresa se moderniza ou não acompanhará a concorrência. • Conclusiva: relação de conclusão ló gica. Exemplo Seu nome está na lista, logo ele foi aprovado. • Explicativa: relação de explicação. Exemplo Demorei a responder, porque não sabia ao certo a res- posta. 2. Orações subordinadas substantivas As orações subordinadas substantivas, com verbo no in- dicativo ou no subjuntivo, vêm introduzidas pelas conjun ções integrantes que ou se; por pronomes indefinidos: que, quem, qual, quanto; ou por advérbios: como, quando, onde, por que, quão. A. Classificação das orações subordinadas substantivas Quanto a seu valor sintático, a oração subordinada subs- tantiva pode ser: • Subjetiva – tem função de sujeito da ora ção principal. Exemplos É fundamental que você compareça à reunião. É preciso que se adotem providências eficazes. Sabe-se que o país carece de sistema de saúde digno. Convém que você fique. • Objetiva direta – tem função de objeto direto da ora- ção principal. Exemplos Todos querem que você compareça. Ele me disse que tudo era mentira. Sei que você voltará. Ninguém sabe quando entra em vigor a lei. • Objetiva indireta – tem função de obje to indireto da oração principal. Exemplos Lembrou-se de que ela o esperava ainda. Meu pai insiste em que eu saia para me divertir. • Completiva nominal – tem função de complemento nominal da oração principal. Exemplos Tenho a impressão de que irá chover ainda hoje. Preparo estas palestras certo de que terão algum efeito sobre o público. • Predicativa – tem função de predicativo do sujeito da oração principal. Exemplos A verdade é que não posso tê-lo longe de mim. Minha conclusão é que a vida e a morte são heterogê- neas. • Apositiva – tem função de aposto da ora ção principal. Exemplos De você espero apenas uma coisa: que me apoie nes- te momento. Era estranho que não percebesse isto, que a resposta estava à sua frente. 3. Orações subordinadas adjetivas As orações subordinadas adjetivas, com ver bo no indica- tivo ou no subjuntivo, vêm introdu zidas por pronome relativo (que, o qual, a qual, onde, cujo etc.). Essas orações funcio- nam como qualifica doras de algum termo da oração principal. Exemplos A cidade onde nasci é muito acolhedora. O médico por quem fomos assistidos é muito simpático. No domingo, visitei meu primo, que mora em Taubaté. É importante diferenciar o pronome relativo que da con- junção integrante que. Observe o exemplo. Diga às pessoas que me procuraram que estarei aqui de- pois do almoço. O primeiro “que” é um pronome relativo e faz referência ao termo antecedente, “pessoas”, introduzindo uma ora ção adjetiva que lhe fornece uma característi ca. O segundo “que” é uma conjunção integrante, pois introduz uma oração subs- tantiva que complementa o sentido do verbo “diga”. 15 25 1 Lí n gu a Po rt u gu es a 11 Li ng ua ge ns , C ód ig os e s ua s Te cn ol og ia s EM I-1 6- 15 0 A. Classificação das orações subordinadas adjetivas A oração subordinada adjetiva pode ser: • Restritiva Fui informado por uma mulher que gentilmente me orientou. A característica que se dá à palavra “mulher” é de caráter delimitador, particularizante. Trata-se de uma mulher específica. É uma informação importante que não se isola por vírgulas. • Explicativa A mulher, que é a geradora de vida, tem sido relegada a segundo plano ao longo da História. A característica que se dá à palavra “mulher” exprime seu sentido geral, tem o valor de um aposto explicativo. É uma infor- mação que, se eliminada, não apresentaria prejuízo lógico, por isso é separada por vírgulas. 01. FGV-RJ Leia o texto e responda à questão. Lar do desperdício De acordocom as Nações Unidas, crianças nascidas no mundo desenvolvido consomem de 30 a 50 vezes mais água que as dos países pobres. Mas as camadas mais ricas da população brasileira têm índices de desperdício semelhantes, associados a hábitos como longos banhos ou lavagem de quintais, calçadas e carros com mangueiras. O banheiro é onde há mais desperdício. A simples descarga de um vaso sanitário pode gastar até 30 litros de água, dependendo da tecnologia adotada. Uma das mais econômicas consiste em uma caixa d’água com capacidade para apenas seis litros, acoplada ao vaso sanitário. Sua vantagem é tanta que a prefeitura da Cidade do México lançou um programa de conservação hídrica que substituiu 350 mil vasos por modelos mais econômicos. As substituições reduziram de tal forma o consumo que seria possível abastecer 250 mil pessoas a mais. No entanto, muitas casas no Brasil têm descargas embutidas na parede, que costuma ter um altíssimo nível de consumo. O ideal é substituí-las por outros modelos. O banho é outro problema. Quem opta por uma ducha gasta até 3 vezes mais do que quem usa um chuveiro convencional. São gastos, em média, 30 litros a cada cinco minutos de banho. O consumidor – doméstico, industrial ou agrícola – não é o único esbanjador. De acordo com a Agência Nacional de Águas, cerca de 40% da água captada e tratada para distribuição se perde no caminho até as torneiras, pela falta de manutenção das redes, pela falta de gestão adequada do recurso e pelo roubo. Esse desperdício não é uma exclusividade nacional. Perdas acima de 30% são registradas em inú- meros países. Há estimativas de que as perdas registradas na Cidade do México poderiam abastecer a cidade de Roma tranquilamente. Disponível em: http://ambientes.ambientebrasil.com.br/agua/artigos_agua_doce/desperdicio_de_agua.html. Acesso em: out. 2014. Fragmento. No primeiro parágrafo, no início do segundo período do texto, ocorre a presença da conjunção mas; trata-se de uma con- junção adversativa, e o ponto que serve de elemento de oposição é: a. a situação de desperdício detectada pela ONU e a situação de desperdício no Brasil. b. o consumo de água nos países desenvolvidos e o consumo de água das classes mais ricas do Brasil. c. o descuido com a água nos países ricos e o cuidado com a água nos países pobres. d. o consumo de água nos países mais ricos e o consumo de água em países pobres, como o México. e. o cuidado com a água nos países desenvolvidos e o descuido com o consumo nos países subdesenvolvidos. Resolução A conjunção mas estabelece uma relação de oposição entre o consumo de água nos países desenvolvidos e o consumo de água nas camadas mais ricas do Brasil (país ainda em desenvolvimento). Alternativa correta: B APRENDER SEMPRE 1 15 25 1 Lí n gu a Po rt u gu es a 12 Li ng ua ge ns , C ód ig os e s ua s Te cn ol og ia s EM I-1 6- 15 0 4. Organizador gráfico Aditiva Adversativa Alternativa Explicativa Conclusiva Subjetiva Objetiva direta Objetiva indireta Predicativa Apositiva Restritiva Explicativa Orações coordenadas Orações subordinadas substantivas Orações subordinadas adjetivas Tópico tema Completiva nominal Características Apenas textoTema Tópico Subtópico destaqueSubtópico 12 3R F.C OM 15 25 1 Lí n gu a Po rt u gu es a 13 Li ng ua ge ns , C ód ig os e s ua s Te cn ol og ia s EM I-1 6- 15 0 Leia o texto e responda às questões 01 e 02. Essas minhas interessantes viagens hão de ser uma obra-prima, erudita, brilhante, de pen- samentos novos, uma coisa digna do século. Preciso de o dizer ao leitor, para que ele esteja prevenido; não cuide que são quaisquer dessas rabiscaduras da moda que, com o título de Im- pressões de Viagem, ou outro que tal, fatigam as imprensas da Europa sem nenhum provei- to da ciência e do adiantamento da espécie. Primeiro que tudo, a minha obra é um símbolo... é um mito, palavra grega, e de moda germânica, que se mete hoje em tudo e com que se explica tudo... quanto se não sabe explicar. É um mito porque – porque... Já agora rasgo o véu e declaro abertamente ao benévolo leitor a profunda ideia que está oculta debaixo desta ligeira aparência de uma viagenzinha que parece feita a brincar, e no fim de contas é uma coisa séria, grave, pensa- da como um livro novo da feira de Leipzig, não das tais brochurinhas dos boulevards de Paris. GARRETT, Almeida. Viagens na minha terra. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/ texto/bv000012.pdf>. Acesso em: set. 2015. 01. Classifique o primeiro período do texto. 03. Insper-SP Leia o poema de Adélia Prado e responda à questão. Solar Minha mãe cozinhava exatamente: arroz, feijão-roxinho, molho de batatinhas. Mas cantava. Considerando-se os elementos sintáticos e semânticos relacionados ao conector mas, presente no último verso, é correto afirmar que ele evidencia uma oposição cujo objetivo é sugerir o/a: a. convocação à luta contra a opressão feminina impos- ta às mulheres, que têm a vida restrita às tarefas do- mésticas. b. reconhecimento de que a felicidade da mãe provinha de uma satisfação gratuita em relação à vida. c. dramaticidade, ao expressar uma denúncia às injus- tiças sociais num ambiente de escassez de comida. d. tom nostálgico que reflete saudosismo em relação à infância feliz e idealizada do eu lírico. e. atitude de descaso da mãe com a família, uma vez que sua principal atividade era cantar. Módulo 43 Orações coordenadas Exercícios de Aplicação 02. Indique o número de orações presentes no período se- guinte e como elas se relacionam. “Primeiro que tudo, a mi- nha obra é um símbolo... é um mito, palavra grega, e de moda germânica”. Resolução O período “Essas minhas interessantes viagens hão de ser uma obra-prima, erudita, brilhante, de pensamentos no- vos, uma coisa digna do século.” é simples, visto que apre- senta apenas uma oração, construída em torno da locução verbal “hão de ser”. Resolução Há, no período, duas orações: “Primeiro que tudo, a minha obra é um símbolo... / é um mito, palavra grega, e de moda ger- mânica”. Trata-se de um período composto por coordenação, e as orações são coordenadas assindéticas. A palavra “que” exerce a função de preposição. Resolução A conjunção mas indica que as ações rotineiras e as pos- síveis limitações não traziam infelicidade. Alternativa correta: B Habilidade Identificar aspectos linguísticos e discursivos nas cons- truções da variedade culta da língua. 15 25 1 Lí n gu a Po rt u gu es a 14 Li ng ua ge ns , C ód ig os e s ua s Te cn ol og ia s EM I-1 6- 15 0 Exercícios Extras 04. ESPM-SP Leia o trecho de Quincas Borba, de Machado de Assis, e responda à questão. Não há morte. O encontro de duas expan- sões, ou a expansão de duas formas, pode determinar a supressão de uma delas; mas, ri- gorosamente, não há morte, há vida, porque a supressão de uma é a condição da sobrevivên- cia da outra e a destruição não atinge o princí- pio universal e comum. Daí o caráter conserva- dor e benéfico da guerra. Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para alimentar uma das tribos, que assim adquire forças para transpor a mon- tanha e ir à outra vertente, onde há batatas em abundância; mas, se as duas tribos dividirem em paz as batatas do campo, não chegam a nu- trir-se suficientemente e morrem de inanição. A paz, nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. Daí a alegria da vitória, os hinos, aclamações, recompensas públicas e todos os demais efeitos das ações bélicas. [...] Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas. Em relação às orações anteriores, a frase “Daí o caráter conservador e benéfico da guerra.” traduz ideia de: a. concessão. b. comparação. c. causa. d. oposição. e. conclusão. 05. Sobre o período “Acordei suando, felizmente era ape- nas um pesadelo.”, transcrito de uma crônica deJoão Ubal- do Ribeiro, considere as afirmações e assinale a alternativa correta. I. O período é composto por subordinação. A primeira oração (“Acordei suando”) é principal em relação à se- gunda (“felizmente era apenas um pesadelo.”). II. O período é composto por orações coordenadas assin- déticas. III. O vocábulo “felizmente”, iniciando a segunda oração, é uma conjunção coordenativa e funciona como co- nectivo. a. Somente a I está correta. b. Somente a II está correta. c. Somente I e II estão corretas. d. Somente I e III estão corretas. e. Somente II e III estão corretas. Seu espaço Sobre o módulo Salientar que as orações coordenadas predominam em textos narrativos. Estante SALVADOR, Arlete. Como escrever para o Enem: roteiro para uma redação nota 1 000. São Paulo: Contexto, 2013. Produzir uma redação correta não basta. É preciso escrever de forma adequada, apresentar bem os argumentos e caprichar na coerência para conseguir uma boa pontuação no Enem. É o que esperam fazer os milhões de estudantes que prestam o exa- me todos os anos. Além de responder às questões de múltipla escolha, os alunos encaram a temida redação. Poucos, porém, conseguem a almejada nota máxima. Arlete Salvador mostra que, por trás do complicado nome “dissertação argumentativa” – exigida na prova –, há um caminho possível de se percorrer pelos alunos para alcançar a sonhada redação nota dez. 15 25 1 Lí n gu a Po rt u gu es a 15 Li ng ua ge ns , C ód ig os e s ua s Te cn ol og ia s EM I-1 6- 15 0 Exercícios Propostos Da teoria, leia o tópico 1. Exercícios de tarefa reforço aprofundamento 06. Com relação ao período “Suponho que para isto sirva o si- lêncio, para ouvirmos o que não nos querem dizer.”, considere as afirmações e assinale a alternativa correta. I. Trata-se de um período composto por coordenação, pois as orações se complementam de maneira inde- pendente. II. Há duas orações principais servindo como referência às demais, que são subordinadas adverbiais finais. III. Trata-se de um período composto por subordinação, contendo quatro orações. a. Estão corretas I, II e III. b. Somente I está correta. c. Somente II está correta. d. Somente III está correta. e. Somente II e III estão corretas. 07. UFRJ Leia a crônica de Fabrício Carpinejar e responda à questão. O que sonhei ser e não fui Aos sete anos, projetava que minha vida es- taria resolvida aos 37. Administraria somente a felicidade. Dei o prazo de três décadas para não me preocupar. Talvez o paraíso naquela época fosse cabular temas, não ir à escola, muito me- nos ser submetido às provas. Não mirabolava encargos, superações e dificuldades. Até por- que a vida adulta é distante, uma velhice para criança. Recordo a atmosfera do que imaginava. A sensação de alívio do futuro. A felicidade seria estável e permanente. Era uma fórmula que de- veria encontrar e adotá-la no restante dos dias. Algo como a receita de galinha recheada da avó. Uma vez feito o prato, ele se repetiria eter- namente. Não enxergava o estado provisório e fugaz do sentimento, um clarão que nos ajuda a suportar depois o escuro. Hoje entendo que a felicidade é rara, relampeia, olhamos onde estão nossas coisas e seguimos tateando com mais fa- cilidade. Não sou sinônimo de sucesso. Moro provi- soriamente na residência materna, tenho duas separações, sequer possuo algum imóvel. Dei- xei duas vidas, duas casas, tudo que construí e acumulei ficou para trás. Caso não tivesse me divorciado, estaria confortável e poderia investir na Bolsa de Valores. Guardo a biblioteca em cen- tenas de caixas na garagem, não há como con- sultar os livros. Os rendimentos são subjetivos, provados pelos extratos bancários. Mas não pretendo ser diferente, não entrarei no apartamento de amigos ricos e fingirei igual- dade. Não peço emprestados outros mundos para aliviar o meu. Estou contaminado das ma- nias para mudar. Apesar da fragilidade, não me coloco como um coitado, uma vítima de decisões erradas. A cada mês, sou obrigado a inventar um salário. É assustador e delicioso. Eu perco meu empre- go todos os dias. Enviúvo compromissos e caso com expectativas. A rotina não é interrompida por finais de semana. Domingo e terça-feira são iguais. Não me formei em medicina para justifi- car plantões, ocupo a família com minhas deso- cupações. Espumo águas paradas. Qualquer desastre não é trágico. Qualquer desmemória não é o fim. Sou rápido o suficiente para me digitar de novo. Desde o início. Não desmereço as frases porque já foram escritas. Os filhos não se acostumaram com a atmos- fera instável, acham que sofro à toa e que me alegro ainda mais à toa. A namorada tenta es- clarecer as extravagâncias. Na casa dela, não consigo relaxar. Passo aspirador, lustro mesas, lavo a louça e dobro as roupas para brincar que é minha casa. Ela enlouquece, mas sua ternura atrapalha a raiva. Sinto saudade de varrer a rua. Saudade não é arrependimento. Há gente que se gaba em dizer que cumpriu o sonho dos sete anos. Seguiram à risca a ambição de pequenos. Eu fico com dó da coerência. Desse jogador de futebol que não admitiu a confusão vocacio- nal. Dessa bailarina que não desobedeceu ao contexto. Desse cantor que não reparou na en- cruzilhada. Nossa cultura valoriza demais o planejamen- to. Como se a linha reta fosse uma virtude. Eu não fui o que minha infância traçou. Aqui- lo era fantasia. O que sei fazer é recomeçar e frustrar condicionamentos. Para um escritor, seria uma enorme falta de criatividade ser o que imaginei quando criança. Na elaboração de um texto, é possível explorar os meca- nismos da coordenação e da subordinação na estruturação discursiva com o intuito de conferir vigor à expressão. Expli- que de que modo a estruturação do sétimo e do décimo pará- grafos da crônica está em sintonia com o conteúdo. 08. UFRJ Leia o texto de João Gilberto Noll e responda à questão. O ex-cineclubista Aquele homem meio estrábico, ostentando um mau humor maior do que realmente poderia dedicar a quem lhe cruzasse o caminho e que agora entrava no cinema, numa segunda-feira à tarde, para assistir a um filme nem tão esperado, a não ser entre pingados amantes de cinemato- grafias de cantões os mais exóticos, aquele ho- 15 25 1 Lí n gu a Po rt u gu es a 16 Li ng ua ge ns , C ód ig os e s ua s Te cn ol og ia s EM I-1 6- 15 0 mem, sim, sentou-se na sala de espera e chorou, simplesmente isso: chorou. Vieram lhe trazer um copo d’água logo afastado, alguém sentou- -se ao lado e lhe perguntou se não passava bem, mas ele nada disse, rosnou, passou as narinas pela manga, levantou-se num ímpeto e assistiu ao melhor filme em muitos meses, só isso. Ao sair do cinema, chovia. Ficou sob a marquise, à espera da estiagem. Tão absorto no filme que se esqueceu de si. E não soube mais voltar. O texto procura reproduzir na escrita uma característica da linguagem cinematográfica: “o filme, sob o ponto de vista formal, pode ser considerado como uma sequência de espa- ços e tempos concretamente apresentados pela imagem.” (Enciclopédia Mirador-Internacional) Justifique a afirmativa, tomando por base a organização do plano sintático do texto. 09. Insper-SP Leia o texto e responda à questão. ESPORTE Juiz anula gol e Corinthians passa para a semifinal Folha de S.Paulo, 12 abr. 2015. Na chamada, a manchete é construída por um período composto, no qual a segunda oração, introduzida pela con- junção e, coordena-se à anterior, expressando sentido de: a. consequência, já que “passar para a semifinal” decor- re da ação de “anular o gol”. b. oposição, já que “anulação de gol” e “passar para a se- mifinal” se opõem contextualmente. c. causa, já que a informação “passar para a semifinal” é motivo de “anular o gol”. d. explicação, já que se justifica a classificação do time em razão da atitude do juiz. e. alternância, já que as ações se alternam para o juiz e para o Corinthians. Leia o fragmento da crônica deMachado de Assis e res- ponda às questões 10 e 11. [...] A lição é que não peçais nunca dinheiro gros- so aos deuses, senão com a cláusula expressa de saber que é dinheiro grosso. Sem ela, os bens são menos que as flores de um dia. Tudo vale pela consciência. [...] Passai das riquezas materiais às intelectuais: é a mesma coisa. Se o mestre-esco- la da tua rua imaginar que não sabe vernáculo nem latim, em vão lhe provarás que ele escreve como Vieira ou Cícero, ele perderá as noites e os sonos em cima dos livros, comerá as unhas em vez de pão, encanecerá ou encalvecerá, e morre- rá crendo que mal distingue o verbo do advérbio. [...] 10. Na passagem “em vão lhe provarás que ele escreve como Vieira ou Cícero, ele perderá as noites e os sonos em cima dos livros”, entre o nome “Cícero” e o pronome pessoal seguinte, “ele”, pode-se incluir, sem alterar o sentido original do perío- do, qual conjunção coordenativa? 11. Indique que conjunção coordenativa pode substituir os dois-pontos, sem alteração de sentido, na passagem “Passai das riquezas materiais às intelectuais: é a mesma coisa”. 12. FGV-RJ Leia o trecho do que ficou conhecido como “O último dis- curso”, monólogo ao final do filme O grande ditador, de Char- les Chaplin, e responda à questão. Todos desejamos ajudar uns aos outros. Os seres humanos são assim. Desejamos viver para a felicidade do próximo – não para o seu infor- túnio. Por que havemos de odiar e desprezar uns aos outros? Neste mundo há espaço para todos. A terra, que é boa e rica, pode prover a todas as nossas necessidades. O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos deixamos extraviar. A cobiça envenenou a alma dos homens, levan- tou no mundo as muralhas do ódio e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empe- dernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sen- timos bem pouco. Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido. A aviação e o rádio nos aproximaram. A própria natureza dessas coisas é um apelo elo- quente à bondade do homem, um apelo à fra- ternidade universal, a união de todos nós. Neste mesmo instante, a minha voz chega a milhares de pessoas pelo mundo afora. Milhões de deses- perados: homens, mulheres, criancinhas, vítimas de um sistema que tortura seres humanos e en- carcera inocentes. Aos que podem me ouvir eu digo: não desespereis! A desgraça que tem caído sobre nós não é mais do que o produto da cobiça em agonia, da amargura de homens que temem o avanço do progresso humano. Os homens que odeiam desaparecerão, os ditadores sucumbirão e o poder que do povo arrebataram há de retor- 15 25 1 Lí n gu a Po rt u gu es a 17 Li ng ua ge ns , C ód ig os e s ua s Te cn ol og ia s EM I-1 6- 15 0 nar ao povo. Sei que os homens morrem, mas a liberdade não perecerá jamais. Assinale a alternativa que indica a frase em que a con- junção e mostra valor adversativo. a. “Por que havemos de odiar e desprezar uns aos ou- tros?” b. “A terra, que é boa e rica, pode prover a todas as nos- sas necessidades.” c. “O caminho da vida pode ser o da liberdade e da be- leza.” d. “[...] tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios.” e. “Pensamos em demasia e sentimos bem pouco.” 13. FGV-SP Leia o texto e responda à questão. Cobrar responsabilidade No início do mês, um assaltante matou um jo- vem em São Paulo com um tiro na cabeça, mes- mo depois de a vítima ter lhe passado o celular. Identificado por câmeras do sistema de seguran- ça do prédio do rapaz, o criminoso foi localizado pela polícia, mas – apesar de todos os registros que não deixam dúvidas sobre a autoria do as- sassinato – não ficará um dia preso. Menor de idade, foi “apreendido” e levado a um centro de recolhimento. O máximo de punição a que está sujeito é submeter-se, por três anos, à aplicação de medidas “socioeducativas”. Não é um caso isolado na crônica de cri- mes cometidos por menores de idade no país. Mas houve, nesse episódio de São Paulo, uma circunstância que o transformou em mais um exemplo emblemático do equivocado abrigo le- gal que o Estatuto da Criança e do Adolescente confere a criminosos que estão longe de pode- rem justificar suas ações com o argumento da imaturidade: ao disparar friamente contra o es- tudante paulista, o assaltante estava a três dias de completar 18 anos. Pela selvageria do assassi- nato, o caso remete à barbárie de que foi vítima, no Rio, o menino João Hélio, em 2007. Também nesse episódio, um dos bandidos que participa- ram do martírio do garoto estava a pouco tempo de atingir a maioridade. Nos dois casos, convencionou-se, ao anteparo do ECA, que a diferença de alguns dias – ou, ain- da que o fosse, de alguns meses – teria modifica- do os padrões de discernimento dos assassinos. Eles não saberiam o que estavam fazendo. É um tipo de interpretação que anaboliza espertezas da criminalidade, como o emprego de menores em ações – inclusive armadas – de quadrilhas organizadas, ou serve de salvo-conduto a jovens criminosos para afrontar a lei. O raciocínio, nesses casos, é tão cristalino quanto perverso: colocam-se jovens, muitos dos quais mal entraram na adolescência, na linha de frente de ações criminosas porque, protegidos pelo ECA, e diante da generalizada ruína admi- nistrativa dos órgãos encarregados de aplicar as medidas socioeducativas, na prática eles são inimputáveis. Tornam-se, assim, personagens de vestibulares para a entrada em definitivo, sem chances de recuperação, numa vida de crimes. É dever do Estado (em atendimento a um di- reito inalienável) prover crianças e adolescentes com cuidados, segurança, oportunidades, inclu- sive de recuperação diante de deslizes sociais. Nesse sentido, o ECA mantém dispositivos im- portantes, que asseguram proteção a uma par- cela da população em geral incapaz de discernir entre o certo e o errado à luz das regras sociais. Mas, se esses são aspectos consideráveis, por outro lado é condenável o viés paternalista de uma lei orgânica que mais contempla direitos do que cobra obrigações daqueles a quem pretende proteger. O país precisa rever o ECA, principalmente no que se refere ao limite de idade para efeitos de responsabilidade criminal. É uma atitude que implica coragem (de enfrentar tabus que não se sustentam no confronto com a realidade) e o abandono da hipocrisia (que tem cercado esse imprescindível debate). O Globo, 22 abr. 2013. Assinale a alternativa cuja oração destacada exemplifi- ca o processo de coordenação. a. “É dever do Estado (em atendimento a um direito ina- lienável) prover crianças e adolescentes com cuida- dos, segurança, oportunidades, inclusive de recupe- ração diante de deslizes sociais.” b. “Nesse sentido, o ECA mantém dispositivos importan- tes, que asseguram proteção a uma parcela da popu- lação em geral incapaz de discernir entre o certo e o errado à luz das regras sociais.” c. “Mas, se esses são aspectos consideráveis, por outro lado, é condenável o viés paternalista de uma lei orgâ- nica que mais contempla direitos do que cobra obriga- ções daqueles a quem pretende proteger.” d. “É um tipo de interpretação que anaboliza espertezas da criminalidade, como o emprego de menores em ações – inclusive armadas – de quadrilhas organi- zadas, ou serve de salvo-conduto a jovens criminosos para afrontar a lei.” e. “É um tipo de interpretação que anaboliza espertezas da criminalidade, como o emprego de menores em ações – inclusive armadas – de quadrilhas organiza- das, ou serve de salvo-conduto a jovens criminosos para afrontar a lei.” Leia o texto e responda às questões de 14 a 16. O princípio,o meio e o fim “De quanta terra precisa o homem?” A per- gunta é o título de um conto de Leon Tolstoi. Nele, um sujeito faz pacto com o diabo. Recebe- rá toda a terra que conseguir percorrer a pé, du- rante um dia, do nascer ao pôr do sol. O homem atravessa as horas sem descanso. Quando o sol 15 25 1 Lí n gu a Po rt u gu es a 18 Li ng ua ge ns , C ód ig os e s ua s Te cn ol og ia s EM I-1 6- 15 0 já se aproxima do horizonte, não se dá por satis- feito. Corre. Falta-lhe fôlego, mas ele não para. Quer ainda possuir aquele vale, aquele bosque. Quando cai morto de fadiga, o conto explica de quanta terra precisa um homem: se ele não tem consciência de limites, apenas um par de metros lhe basta. Uma cova não requer mais do que isso. A trágica moral contida no conto sintetiza um mito-chave para a compreensão da crise que nossa civilização enfrenta. O mito do único pecado que os gregos consideravam capital: a arrogância, entendida sobretudo como falta de consciência de limites, como ambição desme- dida, como desejo incontrolável de posse e de poder. Para os gregos antigos, a arrogância era o maior de todos os pecados. Era a falha que não tinha perdão. Eles a chamavam hýbris, e acredi- tavam que incorrer nessa falha acarretava a da- nação eterna. Não é assim, desse modo arrogante – feito de destruição, poluição e exploração insustentável dos recursos naturais – que tratamos nosso pla- neta-mãe, a Terra? Convencidos de que todas as coisas foram criadas para satisfazer nossos de- sejos e necessidades, inventamos uma cultura inteiramente destituída de bom senso: a cultura da produtividade e do consumismo insustentá- veis. Como no conto de Tolstoi, não consegui- mos parar. Derrubamos e queimamos florestas, matamos lagos e rios, poluímos os mares e a at- mosfera, extinguimos espécies de plantas e de animais. Sem falar nas mazelas que produzimos para nós mesmos, como perturbações da saúde física, psíquica e mental, ao nos impormos um ritmo e uma carga insustentáveis de trabalho, de produção e de consumismo. Embriagados pelo desejo de posse e de po- der, cada vez mais distantes da sabedoria ances- tral da qual somos herdeiros, esquecemos que a arrogância constitui um desequilíbrio maior. Não lembramos que, por uma lei natural, toda ação que leva à perda do equilíbrio gera uma for- ça igual e contrária que procura restabelecê-lo. Essa força, que os gregos chamavam Nêmesis, era simbolizada por uma deusa implacável, aves- sa a qualquer compromisso, a qualquer oferenda, a qualquer intervenção apaziguadora. Para os gregos, o aquecimento global nada mais seria do que uma das tantas manifestações de Nêmesis: a consequência nefasta de uma ação errônea. Gaia vive esse tipo de raciocínio, por sinal, há muito deixou de ser formulado no âmbito estri- to da filosofia e da religião. Hoje, ele invade o território pragmático da ciência. Cita-se como exemplo a Hipótese Gaia, do cientista inglês James Lovelock. Para ele, a Terra não é uma simples bola mineral a rodopiar pelo espaço afora. Lovelock e seus seguidores entendem nosso planeta como um ser vivo, pulsante, do- tado não apenas de um corpo físico, mas tam- bém de psique. Um macrosser, em tudo análo- go a seu filho, o homem. “Até quando a Terra suportará sem reagir to- dos os arranhões que estamos produzindo em sua superfície?” A célebre questão de Lovelock, formulada há cerca de três décadas, não preci- sou esperar muito pela resposta. Ela está aí: o planeta reage às agressões de múltiplas formas e, no momento, a mais ameaçadora delas cha- ma-se aquecimento global. PELLEGRINI, Luis. In: IstoÉ, 18 dez. 2009. 14. UFU-MG No fragmento “Falta-lhe fôlego, mas ele não para. Quer ainda possuir aquele vale, aquele bosque.”, o trecho em des- taque expressa uma: a. conclusão para o que foi expresso anteriormente. b. comprovação para o que foi expresso anteriormente. c. explicação para o que foi expresso anteriormente. d. ressalva para o que foi expresso anteriormente. 15. UFU-MG Releia o excerto. Lovelock e seus seguidores entendem nos- so planeta como um ser vivo, pulsante, dotado não apenas de um corpo físico, mas tam- bém de psique. Assinale a alternativa que não pode substituir o trecho em destaque. a. dotado de um corpo físico e também de psique. b. dotado de um corpo físico e de psique. c. dotado não de um corpo físico, mas de psique. d. dotado tanto de um corpo físico quanto de psique. 16. UFU-MG Assinale a alternativa que não expressa a temática do texto. a. A Terra não resistirá ao aquecimento global. b. A falta de limites e a ambição desmedida da humani- dade conduziram o planeta à beira do abismo. c. A Terra suportará sem reagir a todos os arranhões que estamos produzindo em sua superfície? d. A mais recente criação humana: a cultura da produtivi- dade e do consumismo insustentáveis. 15 25 1 Lí n gu a Po rt u gu es a 19 Li ng ua ge ns , C ód ig os e s ua s Te cn ol og ia s EM I-1 6- 15 0 Leia a tira e responda às questões 01 e 02. FERNANDO GONSALES Módulo 44 Orações subordinadas substantivas Exercícios de Aplicação 02. Explique o que causa o humor na tira. 03. UFAL Leia o texto e responda à questão. Testa de ferro é o indivíduo que aparece como responsável por um negócio, firma ou transação que os interessados reais controlam dissimula- damente, mantendo-se no anonimato. Em outras palavras, alguém que assume uma posição no- minal de liderança, mas não tem o poder efetivo. Língua portuguesa, 2010. Assinale a opção falsa quanto às informações referentes ao texto. a. A classificação da palavra que é de pronome relativo. b. A expressão “por um negócio, firma ou transação” é complemento nominal. c. No último trecho, há um período composto por coorde- nação e subordinação. d. A expressão “de ferro” é complemento nominal. e. O verbo “controlar” é transitivo direto. 01. No primeiro quadrinho, na fala do beija-flor, há uma ora- ção subordinada substantiva. Transcreva-a. Resolução A expressão “de ferro” é adjunto adnominal porque se liga a um substantivo concreto (testa). Alternativa correta: D Habilidade Reconhecer as concepções referentes à formação de orações e períodos compostos, predicados e complementos verbais. Resolução O humor na tira é construído por meio da quebra de ex- pectativa provocada pela resposta do ratinho. Resolução A oração “que o beija-flor bate a asa setenta vezes por se- gundo?” é subordinada substantiva objetiva direta. 15 25 1 Lí n gu a Po rt u gu es a 20 Li ng ua ge ns , C ód ig os e s ua s Te cn ol og ia s EM I-1 6- 15 0 Exercícios Extras Seu espaço 04. Vunesp Leia o texto e responda à questão. Zelosa com sua imagem, a empresa multina- cional Gillette retirou a bola da mão, em uma das suas publicidades, do atacante francês Thierry Henry, garoto-propaganda da marca com quem tem um contrato de 8,4 milhões de dólares anuais. A jogada previne os efeitos desastrosos para ven- das de seus produtos, depois que o jogador trapa- ceou, tocando e controlando a bola com a mão, para ajudar no gol que classificou a França para a Copa do Mundo de 2010. [...] Na França, onde 8 em cada dez franceses re- provam o gesto irregular, Thierry aparece com a mão no bolso. Os publicitários franceses acham que o gato subiu no telhado. A Gillette prepara o rompimento do contrato. O serviço de comuni- cação da gigante Procter & Gamble, proprietária da Gillette, diz que não. Em todo caso, a empre- sa gostaria que o jogo fosse refeito, que a trapaça não tivesse acontecido. Na impossibilidade, refez o que está ao seu alcance, sua publicidade. Segundo lista da revista Forbes, Thierry Henry é o terceiro jogador de futebol que mais lucra com a publicidade – seus contratos somam 28 milhões de dólares anuais. [...] Veja, 2 nov. 2009. Adaptado. No trecho “[...] a empresa gostaria que o jogo fosse re- feito, que a trapaça não tivesse acontecido.”, tem-se, além de uma oração principal:a. duas orações coordenadas e três subordinadas. b. três orações coordenadas e uma subordinada. c. três orações subordinadas. d. três orações coordenadas. e. duas orações subordinadas coordenadas entre si. 05. UFAL Assinale o período que possui uma oração subordinada substantiva objetiva direta. a. “O levantamento, cujo público-alvo é de classe mé- dia e alta e está concentrado na região Sudeste do Brasil, foi realizado com 28 mil usuários cadastrados no site.” b. “O novato Esmir Filho indica que pode vir a ter uma carreira das mais promissoras.” c. “Quando surgiram, os seriados precisavam ser pala- táveis para filhos, pais e avós.” d. “Nos sites de relacionamento, milhões de pessoas que moram na cidade e nunca encostaram o pé na terra passam dia e noite plantando, colhendo e até roubando o gado do vizinho.” e. “Basta instalar um conector externo ou embutido, como as tomadas comuns.” Exercícios Propostos Da teoria, leia o tópico 2. Exercícios de tarefa reforço aprofundamento 06. Leia o texto e responda à questão. Parece que para as colônias inglesas o critério de importação de escravos da África foi quase ex- clusivamente agrícola. O de energia bruta, animal, preferindo-se, portanto, o negro resistente, forte e barato. Para o Brasil, a importação de africanos fe- z-se atendendo-se a outras necessidades e interes- ses. À falta de mulheres brancas; às necessidades de técnicos em trabalhos de metal, ao surgirem as minas. Duas poderosas forças de seleção. FREYRE, Gilberto. Casa-grande & senzala. Brasília: Editora da UNB, 1963. Sobre o módulo Salientar que as orações subordinadas em geral e as substantivas em particular predominam em textos dissertativos e argumentativos. Estante VANOYE, Francis. Usos da linguagem: problemas e técnicas na produção oral e escrita. São Paulo: Martins Fontes, 2007. Nesse trabalho, serão encontrados conselhos práticos, diretamente utilizáveis, e também os meios de tomar uma cons- ciência clara dos mecanismos da linguagem. E aqui não são os “modelos” culturais que conduzirão à compreensão dos fatores da expressão; ao contrário, é a reflexão sobre tais fatores que permitirá analisar e interpretar os sistemas contemporâneos de expressão. Ensinar a ler, escrever, entender (ouvir+compreender), falar: esses foram os objetivos almejados na elaboração do presente livro. 15 25 1 Lí n gu a Po rt u gu es a 21 Li ng ua ge ns , C ód ig os e s ua s Te cn ol og ia s EM I-1 6- 15 0 e da linguagem simbólica, que coexiste com o campo do pensamento e da linguagem con- ceituais. CHAUI, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 1999. Na leitura de textos dissertativos, é possível observar o predomínio da subordinação, em especial, o uso de ora- ções subordinadas substantivas. Transcreva do texto duas orações desse tipo. 08. UFSCar-SP Assinale a opção que contém oração subordinada substantiva completiva nominal. a. “Tanto eu como Pascoal tínhamos medo de que o patrão topasse Pedro Barqueiro nas ruas da cidade.” b. “Era preciso que ninguém desconfiasse do nosso conluio para prendermos o Pedro Barqueiro.” c. “Para encurtar a história, patrãozinho, achamos Pe- dro Barqueiro no rancho, que só tinha três divisões: a sala, o quarto dele e a cozinha.” d. “Quando chegamos, Pedro estava no terreiro debu- lhando milho, que havia colhido em sua rocinha, ali perto.” e. “Pascoal me fez um sinalzinho, eu dei a volta e en- trei pela porta do fundo para agarrar o Barqueiro pelas costas.” Considere as afirmações e faça a soma das corretas. 01. “Duas poderosas forças de seleção.” é frase nomi- nal. 02. “[...] preferindo-se, portanto, o negro resistente, forte e barato.” é oração coordenada em relação à anterior. 04. Em “Parece que para as colônias inglesas o critério de importação de escravos da África foi quase ex- clusivamente agrícola.”, o que introduz uma subor- dinada subjetiva. 08. “[...] a outras necessidades e interesses.” é objeto indireto. 07. Leia o texto e responda à questão. A tradição filosófica [...] afirmava que do mito à lógica havia uma evolução do espírito humano, isto é, o mito era uma fase ou etapa do espírito humano e da civilização que ante- cedia o advento da lógica ou do pensamento lógico, considerado a etapa posterior e evoluí- da do pensamento e da civilização. [...] Hoje, porém, sabe-se que a concepção evo- lutiva está equivocada. O pensamento mítico pertence ao campo do pensamento simbólico 09. Leia a tira e responda à questão. F ERNANDO GONSALES Sabendo que a oração subordinada subjetiva exerce a função de sujeito da oração principal, pode-se afirmar que: a. “se você é feio ou bonito!” é sujeito de “Não importa”. b. “Não importa” é sujeito de “se você é feio ou bonito”. c. “Importa” é sujeito de “o que você tem por dentro”. d. “o que você tem por dentro” é oração principal. e. “Importa é o” é oração subordinada. 10. Leia o texto e faça o que se pede. Educação para o machismo Tenho ouvido várias histórias de garotas em idade escolar relatando o mesmo fato. Parece ter se torna- do uma tendência generalizada a proibição do uso de certas peças de roupa nas escolas: shorts, minissaias, bermudas curtas e tudo o que possa “evidenciar” o corpo das meninas. As jovens andam estarrecidas e se questionam sobre o absurdo dessas decisões. Várias vezes querem “manifestar”. Já perceberam o poder do ativismo. Pensam em “manifestar”, pois sua geração pegou o sentido da política enquanto coisa que se faz tomando as ruas. Essas jovens despertaram para o básico elemento da política já na infância. Vivem nos tempos de Malala Youzafzai e sabem muito bem quem ela é. Sabem que o poder precisa da voz. E que é preciso dizer o que se pensa. [...] As garotas não se deixam subalternizar e vitimar e, com a roupa que quiserem, vão à luta, sabendo que a luta política das mulheres é feminista, e que não tem fim. Márcia Tiburi. Disponível em: <http://revistacult.uol.com.br/home/2015/09/educacao-para-o-machismo/>. Acesso em: set. 2015. 15 25 1 Lí n gu a Po rt u gu es a 22 Li ng ua ge ns , C ód ig os e s ua s Te cn ol og ia s EM I-1 6- 15 0 No período “Sabem que o poder precisa da voz”: a. identifique o sujeito da oração principal; b. indique a função sintática exercida pela oração des- tacada. 11. Em: “A chuva que caiu à tarde antecipou nossa partida em um dia.”, há uma oração subordinada: a. adverbial temporal. b. adjetiva restritiva. c. adverbial consecutiva. d. substantiva objetiva direta. e. substantiva completiva nominal. 12. Unicid-SP Leia a frase e responda à questão. Consta que está de namoro sério com uma jovem. O período cuja oração destacada tem a mesma classifica- ção da oração em destaque no enunciado é: a. Quando visita alguém, aceita logo um comprimido. b. Os médicos lhe asseguram que não há nada. c. Até parece que andei comendo fogo. d. Dizem que eu estou doido? e. Minha alma não tem segredos para ninguém arrancar. 13. Leia a tira e responda à questão. FE RN AN DO G ON SA LE S De acordo com o diálogo entre as personagens da tira, pode-se encontrar uma oração subordinada substantiva completiva nominal em: a. “dos filhotes dos outros”. b. “Tenho medo”. c. “que aconteça alguma coisa”. d. “Digam alô para o titio”. e. “de tomar conta”. 14. PUC-SP Nos trechos “... não é possível que a notícia da morte me deixasse alguma tranquilidade, alívio, e um ou dois minutos de prazer” e “Digo-vos que as lágrimas eram verdadeiras”, a palavra que está introduzindo, respectivamente, orações: a. subordinada substantiva subjetiva e subordinada substantiva objetiva direta. b. subordinada substantiva objetiva direta e subordina- da substantiva objetiva direta. c. subordinada substantiva subjetiva e subordinada substantiva subjetiva. d. subordinada substantiva completiva nominal e subor- dinada adjetiva explicativa. e. subordinada adjetiva explicativa e subordinada subs- tantiva predicativa. 15. Mackenzie-SP Leiaos trechos e responda à questão. I. “Também te aconselho a que o faças.” (Camilo Castelo Branco) II. “A ambição e o egoísmo se opõem a que a paz reine sobre a terra.” (Nélson Custódio de Oliveira) III. “Tenho a horrível sensação de que me furam os tímpa- nos com pontas de ferro.” (Graciliano Ramos) Sobre as orações destacadas nos períodos, é correto di- zer que: a. I e II são substantivas completivas nominais. b. II e III são substantivas objetivas indiretas. c. somente II é substantiva objetiva indireta. d. somente III é substantiva completiva nominal. e. somente I é substantiva completiva nominal. 16. FMABC-SP Sabendo que a oração subordinada substantiva apositiva exerce a função de aposto e que este “é um termo de natu- reza substantiva que se refere a outro, também de natureza substantiva”, assinale a alternativa que apresenta uma ora- ção apositiva. a. Disse-me: vá embora. b. Cometeu dois erros, aliás, três. c. Havia apenas um meio de ajudá-la: contar-lhe a ver- dade. d. “Como Sofia falasse das bonitas rosas que possuía, Rubião pediu para ir vê-las: era doido por flores.” (Ma- chado de Assis) e. Não preciso de ajuda: sei arrumar-me sozinho. 15 25 1 Lí n gu a Po rt u gu es a 23 Li ng ua ge ns , C ód ig os e s ua s Te cn ol og ia s EM I-1 6- 15 0 Módulo 45 Orações subordinadas adjetivas Exercícios de Aplicação 01. Junte os períodos simples por meio de um pronome rela- tivo, formando um período composto por subordinação. a. Conheci a cidade. Você nasceu na cidade. b. Meu pai será operado pelo dr. Rui. Nós confiamos na perícia do dr. Rui. c. Esta é a flor de seis pétalas. Ignoro o nome desta flor. d. Aquele era o advogado. Nós confiávamos no advo- gado. e. A pessoa não merece suas lágrimas. Você chora pela pessoa. Leia o texto de Italo Calvino e responda às questões 02 e 03. As cidades e as trocas Em Cloé, cidade grande, as pessoas que pas- sam pelas ruas não se reconhecem. Quando se veem, imaginam mil coisas a respeito umas das outras, os encontros que poderiam ocorrer en- tre elas, as conversas, as surpresas, as carícias, as mordidas. Mas ninguém se cumprimenta, os olhares se cruzam por um segundo e depois se desviam, procuram outros olhares, não se fixam. [...] Existe uma contínua vibração luxuriosa em Cloé, a mais casta das cidades. Se os homens e as mulheres começassem a viver os seus sonhos efêmeros, todos os fantasmas se tornariam reais e começaria uma história de perseguições, de ficções, de desentendimentos, de choques, de opressões, e o carrossel das fantasias teria fim. 02. Faap-SP Na descrição da cidade ficcional de Cloé, notamos algu- mas similaridades com a vida urbana de nossas grandes ci- dades, entre elas: a. a procura alucinada por pessoas com as quais tenha- mos afinidade, mas que é impossibilitada pela nossa timidez. b. a busca contínua e sempre frustrada de uma apro- ximação com o outro, o diferente, aquele com quem cruzamos nas ruas. c. a desconfiança de que o outro está querendo se apro- ximar de nós com uma conversa informal, mas acima de tudo buscando descobrir nossos sonhos. d. o distanciamento entre as pessoas que se cruzam nas ruas, apesar da proximidade física nas calçadas, nos se- máforos e no metrô. e. o voltar-se para a nossa interioridade como se o ou- tro não existisse ou fosse um inimigo perigoso, com o qual teríamos que nos defrontar em uma luta de vida ou morte. Resolução a. Conheci a cidade onde (na qual) você nasceu. b. Meu pai será operado pelo dr. Rui, em cuja perícia nós confiamos. c. Esta é a flor de seis pétalas, cujo nome ignoro. d. Aquele era o advogado em quem (no qual) nós confiá- vamos. e. A pessoa pela qual você chora não merece suas lágri- mas. Resolução A passagem “Em Cloé, cidade grande, as pessoas que passam pelas ruas não se reconhecem” confirma a alterna- tiva correta. Alternativa correta: D 15 25 1 Lí n gu a Po rt u gu es a 24 Li ng ua ge ns , C ód ig os e s ua s Te cn ol og ia s EM I-1 6- 15 0 03. Faap-SP Na primeira linha do texto, encontramos “as pessoas que passam pelas ruas não se reconhecem”. A oração destacada pode ser classificada, sintaticamente, como: a. subordinada substantiva subjetiva. b. subordinada adjetiva restritiva. c. coordenada assindética. d. coordenada sindética aditiva. e. subordinada adjetiva explicativa. Exercícios Extras 04. Insper-SP Leia o texto e responda à questão. Fotos, macacos e deuses Segundo a Wikipédia, o direito autoral do autorretrato, o selfie para usar o termo da moda, que uma macaca fez com o equipamento que furtara de um fotógrafo pertence ao animal. A discussão surgiu porque David Slater, o dono da máquina, pedira aos editores da enciclopé- dia que retirassem a imagem por violação de direitos autorais. Como piada, a argumentação da Wikipédia funciona bem. Receio, porém, que essa linha de raciocínio deixe uma fronteira ju- rídica desguarnecida. Se os direitos pertencem à macaca, por que instrumento legal ela os ce- deu à enciclopédia? Não são, entretanto, ques- tiúnculas jurídicas que eu gostaria de discutir aqui, mas sim a noção de autoria. Obviamente ela transcende à propriedade do equipamento. Se a foto não tivesse sido tirada por uma ma- caca, mas por outro fotógrafo com a máquina de Slater, ninguém hesitaria em creditar a ima- gem a esse outro profissional. Só que não é tão simples. Imaginemos agora que Slater está an- dando pela trilha e, sem querer, deixa seu apa- relho cair no chão, de modo que o disparador é acionado. Como que por milagre, a máquina registra uma imagem maravilhosa, que ganha inúmeros prêmios. Nesse caso, atribuir a foto a Slater não viola nossa intuição de autoria, ain- da que o episódio possa ser descrito como uma obra do acaso e não o resultado de uma ação voluntária. A questão prática aqui é saber se o selfie da macaca está mais para o caso do fotó- grafo que usa a máquina de outro profis- sional ou para o golpe de sorte. E é aqui que as coisas vão ficando complicadas. Fazê-lo implica não só decidir quanta consciência devemos atri- buir à símia, mas também até que ponto esta- mos dispostos a admitir que nossas vidas são determinadas pelo aleatório. E humanos, por razões evolutivas, temos verdadeira alergia ao fortuito. Não foi por outro motivo que inventa- mos tantos panteões de deuses. SCHWARTSMAN, Hélio. In: Folha de S.Paulo 9 ago. 2014. No texto, as orações subordinadas destacadas “que ga- nha inúmeros prêmios” e, “que usa a máquina de outro profis- sional” têm, respectivamente, sentido de: a. consequência e restrição. b. causa e explicação. c. explicação e restrição. d. restrição e consequência. e. realce e comparação. 05. No período apresentado, existe um pressuposto que pode causar confusão de entendimento. Meu pai que mora na França veio visitar-nos. a. Qual é esse pressuposto? b. Reescreva o período eliminando-o. Resolução No contexto, apenas as pessoas que passam pelas ruas não se reconhecem. Alternativa correta: B Habilidade Reconhecer as concepções referentes à formação de orações e períodos compostos, predicados e complementos verbais. 15 25 1 Lí n gu a Po rt u gu es a 25 Li ng ua ge ns , C ód ig os e s ua s Te cn ol og ia s EM I-1 6- 15 0 Seu espaço Exercícios Propostos Da teoria, leia o tópico 3. Exercícios de tarefa reforço aprofundamento 06. Leia o fragmento de texto e responda à questão. O século XX inicia-se ampliando as conquis- tas técnicas e o progresso industrial do século anterior. Na sociedade, acentuam-se as dife- renças entre a alta burguesia e o proletariado. O capitalismo organiza-se e surgem os primei- ros movimentos sindicais que passam a interferir nas sociedades industrializadas. [...] É nesse contexto complexo, rico em contra- dições e muitas vezes angustiante, que se desen- volve a arte do nosso tempo. SANTOS, Maria das Graças; V. Proença dos. História da arte. São Paulo: Ática, 2004. Reescreva o último período do fragmento,colocando-o na ordem direta e retirando o pronome relativo. Faça as altera- ções necessárias. 07. PUC-SP Leia o poema de Carlos Drummond de Andrade e respon- da à questão. João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que [amava Lili que não amava ninguém. João foi para os Estados Unidos, Teresa para [o convento, Raimundo morreu de desastre, Maria ficou [para tia, Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto [Fernandes que não tinha entrado na história. Os dois primeiros versos são marcados, sintaticamente, pela presença de orações _________ cujo termo introdutor atua como _________. Completa corretamente as lacunas: a. adjetivas restritivas – conectivo / sujeito b. sindéticas explicativas – simples / conectivo c. adverbiais comparativas – simples / conectivo d. adjetivas explicativas – conectivo / sujeito e. sindéticas aditivas – simples / conectivo 08. Leia o texto e responda à questão. João José, o Professor, desde o dia em que furtara um livro de histórias numa estante de uma casa na Barra, se tornara perito nesses fur- tos. Nunca, porém, vendia os livros, que ia empi- lhando num canto do trapiche, sob tijolos, para que os ratos não os roessem. Lia-os todos numa ânsia que era quase febre. Jorge Amado, Capitães da Areia. Em relação à passagem destacada no trecho “Nunca, po- rém, vendia os livros, que ia empilhando num canto do trapi- che”, podemos afirmar que o Professor: a. empilhava todos os livros furtados num canto do trapiche. b. empilhava apenas os livros que comprava num canto do trapiche. c. empilhava apenas os livros que não lia num canto do trapiche. d. empilhava todos os livros que não lia num canto do trapiche. e. empilhava alguns livros furtados num canto do trapi- che e lia os outros. Sobre o módulo Salientar que as orações subordinadas adjetivas predominam tanto em textos narrativos quanto dissertativos. Estante AZEREDO, José Carlos de. Fundamentos de gramática do português. Rio de Janeiro: Zahar, 2008. A obra procura retratar a língua escrita viva, ou seja, aquela em que geralmente são escritos os textos de jornais e revistas dos grandes centros urbanos, assim como de obras técnicas, científicas e ensaísticas. Trata-se de um padrão de uso razoavel- mente uniforme em nosso país, cujo domínio é útil aos que necessitam da língua escrita como instrumento de comunicação e como meio de acesso aos bens da cultura dita letrada. 15 25 1 Lí n gu a Po rt u gu es a 26 Li ng ua ge ns , C ód ig os e s ua s Te cn ol og ia s EM I-1 6- 15 0 09. UFPA No trecho extraído de O guarani, de José de Alencar, “Cecí- lia [...] viu do lado oposto do rochedo Peri, que a olhava com uma admiração ardente”, a oração destacada expressa uma: a. causa. b. oposição. c. condição. d. lugar. e. explicação. 10. Leia o trecho do prefácio de Lisbela e o prisioneiro, peça teatral de Osman Lins, e responda à questão. Lisbela, filha do Tenente Guedes, delegado da Cadeia de Santo Antão, forma par amoroso com o funâmbulo Leléu, um Don Juan nordes- tino. Esse casal anticonvencional assume riscos em nome de sentimentos intensos. Lisbela foge com Leléu, no dia de seu casamento com Dr. Noêmio, advogado vegetariano, por isso mes- mo personagem destoante do meio em que se encontra, prestando-se a alvo de muitas tiradas cômicas. Ao marido, doutor, representante do estabelecido e da segurança, a jovem prefere Leléu, o artista de circo preso, com tudo o que este significa de risco e subversão dos valores vigentes em seu meio. Vocabulário Funâmbulo: equilibrista que anda na corda bamba ou arame. Na passagem “Lisbela foge com Leléu, no dia de seu ca- samento com Dr. Noêmio, advogado vegetariano, por isso mesmo personagem destoante”, o termo destacado é um aposto. Reescreva o trecho, transformando o aposto em ora- ção subordinada adjetiva explicativa. 11. Leia a manchete e faça o que se pede. Todos os brasileiros, que moram no Paraguai, participaram dos festejos. a. Explique qual é o erro de sentido expresso na manchete. b. Reescreva a manchete corretamente. 12. IFPA Leia o texto e responda à questão. Letramentos e educação Com as novas tecnologias, a comunicação mudou e muitos são os desafios colocados para a escola. Os principais são tornar o aluno um produtor de conteúdo (considerando toda a di- versidade de linguagem) e um ser crítico. Vídeos que mostram um acontecimento, como a queda de um meteorito na Terra, ou que transmitem em tempo real uma posse presidencial. Fotos que revelam a cultura de um povo. Áudios que contam as notícias mais importantes da sema- na. A sociedade contemporânea está imersa nas novas linguagens (algumas não tão novas assim). As informações deixaram de chegar úni- ca e exclusivamente por texto. Tabelas, gráficos, infográficos, ensaios fotográficos, reportagens visuais e tantas outras maneiras de comunicar estão disponíveis a um novo leitor. O objetivo maior da informação, seja para fins educacio- nais, informativos ou mesmo de entretenimento, é atingir de maneira eficaz o interlocutor. Às práticas letradas que fazem uso dessas di- ferentes mídias e, consequentemente, de diver- sas linguagens, incluindo aquelas que circulam nas mais variadas culturas, deu-se o nome de multiletramentos. Segundo a professora Roxane Rojo, esses recursos são “interativos e colabora- tivos; fraturam e transgridem as relações de po- der estabelecidas, em especial as de propriedade (das máquinas, das ferramentas, das ideias, dos textos), sejam eles verbais ou não; são híbridos, fronteiriços e mestiços (de linguagens, modos, mídias e culturas)”. Assim como na sociedade, os multiletramen- tos também estão presentes nas salas de aula. O papel da instituição escolar, diante do contexto, é abrir espaços para que os alunos possam ex- perimentar essas variadas práticas de letramento como consumidores e produtores de informa- ção, além de discuti-la criticamente. “Vivemos em um mundo em que se espera (empregadores, professores, cidadãos, dirigentes) que as pessoas saibam guiar suas próprias aprendizagens na dire- ção do possível, do necessário e do desejável, que tenham autonomia e saibam buscar como e o que aprender, que tenham flexibilidade e consigam colaborar com a urbanidade”, enfatiza Roxane. No trecho: “Vivemos em um mundo em que se espera (empregadores, professores, cidadãos, dirigentes) que as pessoas saibam guiar suas próprias aprendizagens na direção do possível, do necessário e do desejável”, podemos substi- tuir a expressão destacada, sem prejuízo de sentido, por: a. no qual. b. porque. c. quando. d. conforme. e. aonde. 13. Unirio-RJ Leia o trecho do romance A escrava Isaura, de Bernardo Guimarães, e responda à questão. Malvina aproximou-se de manso e sem ser pressentida para junto da cantora, colocando-se por detrás dela esperou que terminasse a última copla. — Isaura!... disse ela pousando de leve a deli- cada mãozinha sobre o ombro da cantora. 15 25 1 Lí n gu a Po rt u gu es a 27 Li ng ua ge ns , C ód ig os e s ua s Te cn ol og ia s EM I-1 6- 15 0 — Ah! é a senhora?! — respondeu Isaura vol- tando-se sobressaltada. — Não sabia que estava aí me escutando. — Pois que tem isso?.., continua a cantar... tens a voz tão bonita!... mas eu antes quisera que cantasses outra coisa; por que é que você gosta tanto dessa cantiga tão triste, que você aprendeu não sei onde?... — Gosto dela, porque acho-a bonita e por- que... ah! não devo falar... — Fala, Isaura. Já não te disse que nada me deves esconder, e nada recear de mim?... — Porque me faz lembrar de minha mãe, que eu não conheci, coitada!... Mas se a se- nhora não gosta dessa cantiga, não a cantarei mais. — Não gosto que a cantes, não, Isaura. Hão de pensar que és maltratada, que és uma escra- va infeliz, vítima de senhores bárbaros e cruéis. Entretanto passas aqui uma vida que faria inve- ja a muita gente livre. Gozas da estima de teus senhores. Deram-teuma educação, como não tiveram muitas ricas e ilustres damas que eu co- nheço. És formosa, e tens uma cor linda, que nin- guém dirá que gira em tuas veias uma só gota de sangue africano. Bem sabes quanto minha boa sogra antes de expirar te recomendava a mim e a meu marido. Hei de respeitar sempre as reco- mendações daquela santa mulher, e tu bem vês, sou mais tua amiga do que tua senhora. Oh! não; não cabe em tua boca essa cantiga lastimosa, que tanto gostas de cantar. Não quero, – conti- nuou em tom de branda repreensão, – não quero que a cantes mais, ouviste, Isaura?... se não, fe- cho-te o meu piano. — Mas, senhora, apesar de tudo isso, que sou eu mais do que uma simples escrava? Essa educação, que me deram, e essa beleza, que tanto me gabam, de que me servem?... São trastes de luxo colocados na senzala do africa- no. A senzala nem por isso deixa de ser o que é: uma senzala. — Queixas-te da tua sorte, Isaura?... — Eu não, senhora; não tenho motivo... o que quero dizer com isto é que, apesar de todos es- ses dotes e vantagens, que me atribuem, sei co- nhecer o meu lugar. Vocabulário Copla: estrofe de poesia ou canção popular espanhola. Na última fala da personagem Isaura, o uso de vírgulas limitando a oração adjetiva produz um efeito semântico que pode ser descrito da seguinte maneira: a. Embora saiba o que dizem a respeito dela, Isaura con- tinua se considerando uma escrava. b. Se Isaura não se queixa, é porque reconhece o valor de seus dotes e vantagens no tipo de sociedade da época. c. Ainda que Isaura seja uma escrava, os atributos e as vantagens tornaram-na grata pelo que lhe deram. d. Mesmo conhecendo o que dizem a respeito dela, Isau- ra não compartilha do valor que a sociedade dá aos seus dotes e às suas vantagens. e. À medida que considera seus dotes e atributos, Isaura se sente impedida de reclamar, porque conhece seu lugar de escrava. 14. Farias Brito-SP Leia o período e responda à questão. O homem que cala e ouve não dissipa o que sabe e aprende o que ignora. Marquês de Maricá, Máximas. Separando por barras (/) as orações desse período, teremos: a. O homem que cala / e ouve / não dissipa o que sabe / e aprende o que ignora. b. O homem / que cala e ouve / não dissipa / o que sabe e aprende / o que ignora. c. O homem que / cala e ouve / não dissipa o que sabe / e aprende o que ignora. d. O homem que cala e ouve / não dissipa o que sabe / e aprende o que ignora. e. O homem / que cala / e ouve / não dissipa o / que sabe / e aprende o / que ignora. 15. Leia o fragmento do conto “A cartomante”, de Machado de Assis, e responda à questão. Hamlet observa a Horácio que há mais coi- sas no céu e na terra do que sonha a nossa filosofia. Era a mesma explicação que dava a bela Rita ao moço Camilo [...] quando este ria dela, por ter ido na véspera consultar uma car- tomante; a diferença é que o fazia por outras palavras. — Ria, ria. Os homens são assim; não acre- ditam em nada. Pois saiba que fui, e que ela adivinhou o motivo da consulta, antes mesmo que eu lhe dissesse o que era. Apenas come- çou a botar as cartas, disse-me: “A senhora gosta de uma pessoa...” Confessei que sim, e então ela continuou a botar as cartas, com- binou-as, e no fim declarou-me que eu tinha medo de que você me esquecesse, mas que não era verdade... — Errou! Interrompeu Camilo, rindo. — Não diga isso, Camilo. Se você soubesse como eu tenho andado, por sua causa. Você sabe; já lhe disse. Não ria de mim, não ria... [...] Cuido que ele ia falar, mas reprimiu-se. Não queria arrancar-lhe as ilusões. Também ele, em criança, e ainda depois, foi supersticioso, teve um arsenal inteiro de crendices, que a mãe lhe incutiu e que aos vinte anos desapa- receram. No dia em que deixou cair toda essa vegetação parasita, e ficou só o tronco da reli- gião, ele, como tivesse recebido da mãe ambos 15 25 1 Lí n gu a Po rt u gu es a 28 Li ng ua ge ns , C ód ig os e s ua s Te cn ol og ia s EM I-1 6- 15 0 os ensinos, envolveu-os na mesma dúvida, e logo depois em uma só negação total. Camilo não acreditava em nada. Por quê? Não poderia dizê-lo, não possuía um só argumento; limita- va-se a negar tudo. Assinale a alternativa que contém uma oração subor- dinada adjetiva. a. “... do que sonha a nossa filosofia.” b. “... adivinhou o motivo da consulta, antes mesmo que eu lhe dissesse...” c. “... declarou-me que eu tinha medo...” d. “... de que você me esquecesse...” e. “... um arsenal inteiro de crendices, que a mãe lhe incutiu...” 16. Em qual das alternativas se apresenta uma oração su- bordinada adjetiva explicativa? a. Fui buscar minha filha que estuda à noite. b. A água que brota dessa nascente é realmente pura. c. Conversei com meu primo que mora no interior do estado. d. O leão, que é um predador das savanas, corre risco de extinção. e. As imagens recentes que nos chegaram via satélite estavam perfeitas. FÍS M AT QU Í BIO LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O LP O GE O FIL HI S SO C RE S Lín gu a P or tu gu es a 252 251 253 Capítulo 36 ................30 Módulo 85 .............. 35 Módulo 86 ..............38 Capítulo 37 ................42 Módulo 87 ..............48 Módulo 88 .............. 52 Módulo 89 ..............57 Módulo 90 .............. 61 FU ND AÇ ÃO P OR TI NA RI / M US EU N AC IO NA L DE B EL AS A RT ES , R IO D E JA NE IR O • Observar as relações entre as características discursivas e ideológicas de obras do Modernismo brasileiro e o contexto histórico de sua produção, circulação e recepção. Reconhecer e caracterizar a contribuição dos principais autores do Modernismo brasileiro para a literatura nacional. • Justifi car a presença, em um texto, de marcas de variação linguística, no que diz respeito aos fatores geográfi cos, históricos, sociológicos ou técnicos, do ponto de vista da fonética, do léxico, da morfologia ou da sintaxe. • Compreender valores, ideologias e propostas estéticas representados em obras literárias do Modernismo brasileiro. 1. Semana de Arte Moderna 32 2. Primeira geração do Modernismo: carac- terísticas 32 3. Organizador gráfico 34 Módulo 85 – Semana de Arte Moderna 35 Módulo 86 – Primeira geração do Modernismo: características 38 31 FU ND AÇ ÃO P OR TI NA RI / M US EU N AC IO NA L DE B EL AS A RT ES , R IO D E JA NE IR O Com a tela O café, Portinari obteve seu primeiro reconhecimento no exte- rior. Ele participou ativamente da elite intelectual brasileira em um período de significativa mudança cultural e estética, e a temática social permeou toda a sua obra. Em meio a muitas dificuldades, artistas como ele conseguiram nos deixar como herança uma arte tipicamente brasileira. A consciência da arte brasileira 36 Candido Portinari, O café, 1935. 36 25 2 Lí n gu a Po rt u gu es a 32 Li ng ua ge ns , C ód ig os e s ua s Te cn ol og ia s EM I-1 6- 15 0 1. Semana de Arte Moderna A Semana de Arte Moderna de 1922 é considerada o mar- co inicial do Modernismo no Brasil. Esse movimento, conhecido não só por seu ideal artístico, mas também pelo político e social, aconteceu em um momen- to de contraste no cenário do País: de um lado, os proprietários rurais de São Paulo e Minas Gerais, fortalecidos pela economia cafeeira, e, de outro, a burguesia industrial, que tinha interes- ses urbanos, em particular na cidade de São Paulo. Ao mesmo tempo, o número de imigrantes europeus au- mentava nas regiões prósperas do Brasil, tanto na rural ca- feeira quanto na urbana industrial. Nesse contexto, surgiu o Modernismo, motivado pela in- satisfação com a cultura vigente, que se submetia aos mode- los estrangeiros, e pela necessidade de uma arte “com a cara” brasileira. Para os modernistas, era necessário, também, romper com o academicismo literário, isto é, com a perfeição formal e com o lirismo exagerado. A forma poética passou a aceitar versos livres e brancos,que saíam dos moldes tradi- cionais acadêmicos. Apesar de Lasar Segall e Anita Malfatti terem realizado exposições expressionistas antes de 1917, foi apenas nesse ano, com outra exposição de Anita, que a inovação da arte teve espaço, propiciando o reconhecimento das novas tendências. Foi por iniciativa do empresário Paulo Prado e de Di Cavalcanti que se começou a pregar a nova arte e a temática nativista. Desse movimento de três dias, no Teatro Municipal de São Paulo, participaram pintores, escultores, literatos, arquitetos e intelectuais em geral. Graça Aranha teve a iniciativa, e apre- sentaram-se com ele os artistas Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Manuel Bandeira e Tarsila do Amaral. Havia exposi- ção de pinturas de Anita Malfatti, Di Cavalcanti, John Graz e Vicente do Rego Monteiro e esculturas de Victor Brecheret, além das músicas de Villa-Lobos e Ernani Braga. Essa mani- festação artística causou impacto e foi mal recebida pela elite paulista, mas possibilitou a abertura de um debate a respeito da difusão de novas ideias para a arte nacional. M US EU D E AR TE C ON TE M PO RÂ NE A DA U NI VE RS ID AD E DE S ÃO P AU LO (M AC -U SP ) Anita Malfatti, A boba, 1916. 2. Primeira geração do Modernismo: características A primeira fase do movimento modernista no Brasil ocor- reu de 1922 até 1930, tendo início logo após a Semana de Arte Moderna. O Modernismo traz propostas inovadoras para a arte e para a sociedade em geral, como reconstruir a cultura brasileira sobre bases nacionais, revisar de forma crítica o passado histórico e as tradições, eliminar a ideia fixa de colonizados, apegados aos valores estrangeiros. Com essa nova tendência, surgiram quatro movimen- tos: Pau-Brasil e Antropofágico, criados por Oswald de Andrade com intuito de um nacionalismo crítico; Verde- -Amarelo e Grupo da Anta, criados por Plínio Salgado, que propunha um nacionalismo fascista e ufanista, contrário ao de Oswald. O Manifesto da Poesia Pau-Brasil, publicado por Oswald de Andrade no jornal Correio da manhã, propunha uma revi- são crítica do passado histórico e cultural, valorizando as ri- quezas e os contrastes existentes na realidade e na cultura brasileira. Com o Manifesto Antropofágico, Oswald de Andrade faz referência ao ritual indígena de se alimentar do inimigo para lhe extrair força, pois mostra a devoração simbólica da cultura do colonizador europeu, cuidando para não perder a identida- de brasileira. De acordo com o manifesto publicado por Oswald de An- drade na Revista de antropofagia: Só a antropofagia nos une. Socialmente. Eco- nomicamente. Filosoficamente. Única lei do mundo. Expressão mascarada de todos os individualismos, de todos os coleti- vismos. De todas as religiões. De todos os tra- tados de paz. Tupi, or not tupi that is the question. Contra todas as catequeses. E contra a mãe dos Gracos. Só me interessa o que não é meu. Lei do ho- mem. Lei do antropófago. Estamos fatigados de todos os maridos cató- licos suspeitos postos em drama. Freud acabou com o enigma mulher e com os sustos da psico- logia impressa. O que atropelava a verdade era a roupa, o impermeável entre o mundo interior e o mundo exterior. A reação contra o homem vestido. O ci- nema americano informará. Filhos do sol, mãe dos viventes. Encontra- dos e amados ferozmente, com toda a hipocri- sia da saudade, pelos imigrados, pelos trafica- dos e pelos touristes. No país da cobra grande. Foi porque nunca tivemos gramáticas, nem coleções de velhos vegetais. E nunca soube- mos o que era urbano, suburbano, fronteiriço e continental. Preguiçosos no mapa-múndi do Brasil. […] 36 25 2 Lí n gu a Po rt u gu es a 33 Li ng ua ge ns , C ód ig os e s ua s Te cn ol og ia s EM I-1 6- 15 0 TA RS IL A DO A M AR AL E M PR EE ND IM EN TO S/ C OL EC CÍ ON CO NT AN TÍN . M AL BA / M US EO D E AR TE L AT IN OA M ER IC AN O DE B UE NO S AI RE S, A RG EN TIN A Abaporu, 1928. Manifesto Antropofágico expresso na pintura de Tarsila do Amaral, na época esposa de Oswald de Andrade. Opondo-se a esses dois movimentos, o Verde-Amarelo e o Grupo da Anta propunham um nacionalismo ufanista, em reação ao nacionalismo crítico de Oswald de Andrade. Foram liderados, principalmente, por Plínio Salgado e Menotti Del Picchia. Dentre vários escritores da primeira geração do Moder- nismo, destacam-se Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Manuel Bandeira, Alcântara Machado, Raul Bopp, Ronald de Carvalho e Guilherme de Almeida. Conheça a minissérie Um só coração, baseada na biografia da artista plástica Anita Malfatti (interpretada por Betty Gofman) e de outros integrantes do movimen- to modernista brasileiro, como Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Tarsila do Amaral. A obra mostra os eventos significativos que transformaram o painel cultural de São Paulo e, consequentemente, do Brasil, como a Semana de Arte Moderna. 01. FCMSC-SP Leia o texto e responda à questão. 3 de maio Aprendi com meu filho de dez anos Que a poesia é a descoberta Das coisas que eu nunca vi. Oswald de Andrade As cinco alternativas apresentam afirmações extraídas do Manifesto da Poesia Pau-Brasil. Assinale a que está relacionada com o poema “3 de maio”. a. “Só não se inventou uma máquina de fazer versos – já havia o poeta parnasiano.” b. “... contra a morbidez romântica – pelo equilíbrio geômetro e pelo acabamento técnico.” c. “Nenhuma fórmula para a contemporânea expressão do mundo. Ver com os olhos livres.” d. “A poesia Pau-Brasil é uma sala de jantar domingueira, com passarinhos cantando na mata resumida das gaiolas...” e. “Temos a base dupla e presente – a floresta e a escola.” Resolução O último verso, “Das coisas que eu nunca vi.”, associa-se à citação “Nenhuma fórmula para a contemporânea ex- pressão do mundo. Ver com os olhos livres.”, o que pressupõe uma nova visão da realidade, partindo de um novo come- ço, sem o ranço dos conceitos estabelecidos. Alternativa correta: C APRENDER SEMPRE 2 36 25 2 Lí n gu a Po rt u gu es a 34 Li ng ua ge ns , C ód ig os e s ua s Te cn ol og ia s EM I-1 6- 15 0 3. Organizador gráfico Apenas texto Oswald de Andrade Mário de Andrade Manuel Bandeira CaracterísticasTema Tópico Subtópico destaqueSubtópico Principais autores Primeira geração do Modernismo: movimentos Pau-Brasil, Verde-Amarelo, Antropofágico e Grupo da Anta. Semana de Arte Moderna – 1922 Marco inicial do Modernismo no Brasil FU ND AÇ ÃO P OR TI NA RI / M US EU N AC IO NA L DE B EL AS A RT ES , R IO D E JA NE IR O ; T AR SI LA D O AM AR AL E M PR EE ND IM EN TO S/ C OL EC CÍ ON CO NT AN TÍN . M AL BA / M US EO D E AR TE L AT IN OA M ER IC AN O DE B UE NO S AI RE S, A RG EN TIN A 36 25 2 Lí n gu a Po rt u gu es a 35 Li ng ua ge ns , C ód ig os e s ua s Te cn ol og ia s EM I-1 6- 15 0 Módulo 85 Semana de Arte Moderna Exercícios de Aplicação 01. PUC-RJ O movimento artístico-literário que mobilizou parcela sig- nificativa da intelectualidade brasileira durante a década de 1920 e procurou romper com os padrões europeus da criação tinha como proposta: I. a tentativa de buscar um conteúdo mais popular para a problemática presente nas diferentes formas de ma- nifestação artística; II. a tentativa de recuperação das idealizações românti- cas ligadas à temática do índio brasileiro; III. a valorização do passado colonial, ressaltada a in- fluência portuguesa sobre a sintaxe; IV. a tentativa de constituição, no campo das artes, da problemática da nacionalidade, ressaltadas as pecu- liaridades do povo brasileiro; V. a desvalorização da problemática regionalista, conti- da nas lendas e mitos brasileiros. a. Somente I e IV estão corretas. b. Somente I e V estão corretas. c. Somente II e III estão corretas. d. Somente III e IV estão corretas. e. Somente II e V estão corretas. ( ) O escritor Graça
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