Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
INSTITUTO SUPERIOR MUTASA-ISMU MANICA Cadeira de: História económica 1 Tema: Características Económicas do Feudalismo no Reino Franco Localização geográfica e figuras políticas do Reino Franco Transição do Reino Franco para Império Carolíngio Estudantes: Fernando Languitone Ossifo Nomeado Fazenda Patrícia Carimo Pedro Cuboia Matinhane Docente: dr Danilo Manica, Julho de 2020 Índice I. Introdução..................................................................................................................................... 3 1.1. Objectivos ................................................................................................................................. 3 1.1.2. Geral: ..................................................................................................................................... 3 1.2.3. Específicos: ............................................................................................................................ 3 1.3. METODOLOGIA DE PESQUISA .......................................................................................... 3 2. Fundamentação teórica ................................................................................................................ 4 2.1. Reino franco ............................................................................................................................. 4 2.1.1. Características Económicas do Feudalismo no Reino Franco ............................................... 5 2.1.1.1. Localização geográfica e figuras políticas do Reino Franco .............................................. 5 2.1.2. Transição do Reino Franco para Império Carolíngio ............................................................ 6 2.1.3. Reformas económicas adoptadas por Carlos Magno ............................................................. 7 3. Conclusão .................................................................................................................................... 8 4. Bibliografia .................................................................................................................................. 9 I. Introdução O presente trabalho de História Económica fala das Características Económicas do Feudalismo no Reino Franco, sua Localização geográfica e figuras políticas do Reino Franco e da Transição do Reino Franco para Império Carolíngio. No entanto, de todos os povos bárbaros, o que teve mais sucesso em criar e consolidar um reino foram os francos. As razões para isso têm a ver, entre outros factores, com a conversão dos francos ao cristianismo católico, que facilitou a sua aceitação pelas populações galo-romanas. 1.1. Objectivos 1.1.2. Geral: Descrever as Características Económicas do Feudalismo no Reino Franco 1.2.3. Específicos: Identificar a Localização geográfica; Mencionar as figuras políticas que impulsionaram o crescimento económico no Reino Franco. 1.3. METODOLOGIA DE PESQUISA A pesquisa bibliográfica foi a técnica de pesquisa usada neste estudo. Segundo Tozoni-Reis (2007:30), a pesquisa bibliográfica tem como principal característica o facto de que o espaço onde será a colecta de dados é a própria bibliografia sobre o tema ou objecto que se intenta estudar, buscando autores e obras seleccionadas ou dados para a produção do conhecimento pretendido. Portanto, a técnica de pesquisa bibliográfica materializou-se neste estudo na busca da literatura, obras, monografias, dissertações, jornais e artigos científicos que versam sobre o tema. 2. Fundamentação teórica 2.1. Reino franco Os francos eram uma confederação de tribos, nem todas etnicamente aparentadas, que viviam nos limites do Império Romano pelo menos desde o século III. No final do século V, Clóvis, o primeiro rei franco, adotou o cristianismo católico e tornou os francos aliados naturais da Igreja de Roma. Clóvis ampliou os domínios francos e, após sua morte, os domínios foram divididos em dois reinos, Nêustria e Austrásia. O costume franco de dividir o reino entre todos os herdeiros enfraqueceu aos poucos os reinos e permitiu o fortalecimento político dos prefeitos do palácio (ou mordomos, do latim major domus) (ANDERSON, 2004). De meros administradores do palácio, com o tempo passaram a cobrar os impostos, administrar o exército e nomear os condes e duques; eram inclusive os tutores dos herdeiros do trono. O cargo terminou por se tornar hereditário. Os reis merovíngios dessa época, sem poder, ficaram conhecidos como os reis indolentes (ANDERSON, 2004). Em 732, o prefeito do palácio Carlos Martel derrotou os muçulmanos que, após destruírem o reino visigodo e ocuparem quase toda a Península Ibérica, avançaram sobre os francos. A vitória em Poitiers deu a Martel um enorme prestígio, que lhe permitiu centralizar o poder sobre todos os reinos francos. Seu filho, Pepino, o Breve, venceu os lombardos e doou terras à Igreja, que viriam a se tornar os Estados Pontifícios. Em 751, ele destronou Childerico III, o último rei merovíngio, e criou a nova dinastia Carolíngia (BARK, 1979). Com a morte de Pepino, o Breve, seu filho Carlos assumiu o trono. Seu reinado foi caracterizado por uma grande ampliação nos domínios francos (ver mapa a seguir) e por uma valorização da cultura. Carlos Magno, como ficou conhecido, consolidou a aliança entre os francos e a Igreja e, como um prêmio à sua lealdade e às suas conquistas e forma de garantir a predominância do papado sobre o governante mais poderoso do Ocidente na época, o Papa Leão III coroou- o“imperador romano” no Natal de 800 (PIRENNE, 2010). A coroação foi controversa, porque o papa ignorou a existência do Império Bizantino, formalmente era o legítimo continuador do Império Romano. No entanto, o papa alegou que o trono bizantino encontrava-se vago (pois era ocupado por uma mulher), para consolidar seu poder no Ocidente (PIRENNE, 2010). É claro que a explicação para a atitude do papa vai muito além do“machismo” e da“prepotência ocidental”. A coroação de Carlos Magno que atendia a um duplo propósito: o desejo dos governantes francos de expandir seu poder e a intenção dos papas de consolidar sua versão de religiosidade cristã como hegemónica (BARK, 1979). E os adversários eram os mesmos: internamente, os povos bárbaros com seus reinos rivais e seu cristianismo ariano, e externamente, muçulmanos. Depois, os próprios bizantinos, com seu desejo de expandir seus domínios e suas divergências político-religiosas com Roma. A coroação de Carlos Magno consolidou uma vinculação muito próxima entre a autoridade papal e o poder no Ocidente e separou irreversivelmente os domínios e os rituais religiosos de cristãos católicos e ortodoxos. 2.1.1. Características Económicas do Feudalismo no Reino Franco 2.1.1.1. Localização geográfica e figuras políticas do Reino Franco HODGETT 1975, Diz que o reino Franco desenvolveu-se nos actuais territórios franceses, até então Gália, e Bélgica. Os francos prosperaram rapidamente devido os recursos energéticos que o território possuía. Em termos políticos, os francos adoptaram o sistema monárquico e confiaram o poder a rei Clóvis. A cidade capital era Paris, a que se tornou uma das mais importantes do Ocidente. A destruição do domínio mundial dos Romanos manifestou-se nas chamadas invasões bárbaras. No Império Romano do Ocidente estabeleceram-se algumas nações germânicas orientais, mais ou menos controladas pelo Bizânciao – o Império Romano do Oriente, a partir de 395. O Império Bizantino ou Império Romano do Oriente dispunha-se a recuperar em todas a área do Mediterrâneo a sua preponderância. No entanto, opunha-se a estas pretensões o Papado e os Francos. Porém, por volta do ano 500, os francos tornaram-se o único povo germânico querealizou a expansão, entrando em contacto permanente com as áreas germânicas ocidentais (HODGETT, 1975). Segundo BLOCH 1982, os francos foram empurrados para o Ocidente no decurso do séc. IV e em meados do seguinte, tinham atingido a Gália, actual França. A infiltração dos francos na zona onde actualmente se situam a Bélgica e o norte da França fez surgir uma população gelo- românico-germânica, com a sua respectiva cultura. Os francos adoptaram a sua primeira capital, a ocidente, primeiro Doornik e em seguida, no reinado de Clodoveu, Paris. Ora, o que se pretende perceber aqui são as transformações económicas e políticas neste reino que concorreram para o desequilíbrio da Europa Ocidental. Assim, podemos dizer que a Europa Ocidental, depois da invasão dos bárbaros, e encontrava em depressão económica, tendo-se verificado mudanças fundamentais na estrutura social. A Economia Monetária romana deu lugar à Economia Natural germânica. Interessa aqui fazermos a distinção dos conceitos acima destacados. Entende-se por Economia Monetária quando o mercado de circulação de moeda, compra e venda de produtos é feita via moeda, ao passo que Economia Natural é a troca directa de produtos (HODGETT, 1975). Com esta crise económica, as unidades rurais básicas encaminhavam-se no sentido da auto- suficiência. O comércio interno enfraqueceu consideravelmente. As cidades romanas tomaram um carácter rural: cultivavam-se campos e apascentava-se gado. Os comerciantes e artistas viram-se obrigados a dedicarem-se a actividades agrícolas para o seu sustento. A agricultura era a actividade do solo a mais frequente forma fundiária conhecida. 2.1.2. Transição do Reino Franco para Império Carolíngio O reino Franco que posteriormente ficou conhecido por Império Carolíngio, designação derivada de Carlos Magno (754). Com este imperador, a política do reino franco atingiu a sua maior amplitude (BARK, 1979). Carlos Magno levou a cabo acções políticas cujas repercussões se mantiveram, durante séculos, na vida política, cultural e económica do Ocidente. É sobre este último aspecto, económico, que aqui se pretende tratar. A este aspecto, a política económica, social e interna, Carlos Magno não pôde alterar o curso das mudanças gerais, já verificadas na época merovíngia, embora, em todo o caso, tivesse conseguido introduzir algumas melhorias. Uma economia quase de auto-bastecimento constituía a base principal de todas as camadas sociais. O padrão ouro, que os antigos aceitavam universalmente representava algo de inatingível no seio do reino dos francos, guardando-se o ouro para raras trocas sumptuárias (PIRENNE, 2010). 2.1.3. Reformas económicas adoptadas por Carlos Magno Em termos de reformas económicas, Carlos Magno aplicou de maneira coerente uma reforma monetária, que partia da moeda de prata: uma libra de prata equivalia a 240 penins de prata, cada um dos quais continha dois gramas de prata pura (denários). Com esta reforma, Carlos Magno só atendeu à procura do mercado interno. E o mesmo fez quando empreendeu a unidade dos pesos e medidas. Mediante a concessão de privilégios mercantis, Carlos Magno melhorou também as receitas da Coroa. A conservação das estradas tinha, antes de mais, objectivos militares (BLOCH, 1982). O reino dos francos não realizava um comércio muito activo com países longínquos. Manteve-se a tendência, iniciada na época dos Merovíngios (450-550, representada por Clodoveu I, rei de 482 a 511), para acumular extensões cada vez maiores de terra nas mãos dos dignitários políticos e religiosos (BARK, 1979). Perante a vasta superfície de terreno cultivável e o escasso número de habitantes, ninguém pensava na racionalização e na exploração intensiva da agricultura; manteve-se a „‟Economia das Três Folhas‟‟, isto é, em ano cultivava-se cereal de inverno, outro ano o cereal de verão e num terceiro ano a terra ficava em pousio (PIRENNE, 2010). Para o controle das actividades económicas neste reino, estavam os monges, pessoas que se dedicavam apenas nos estudos, ou seja, sabiam ler e escrever, que faziam registos da produção e contas e controlavam receitas e despesas, conseguindo mais receitas que despesas. No que toca à gastos com a manutenção da corte e ao pagamento dos funcionários, Carlos Magno tinha o cuidado de fiscalizar minuciosamente os bens da sua casa e da sua coroa. Os rendimentos das valiosas propriedades dispersas pelo império eram empregues nas viagens ou campanhas bélicas (PIRENNE, 2010). ANDERSON, 2004 diz que no âmbito político-administrativo, inclusive económico, Carlos Magno impediu a autonomia do sector administrativo. Para o efeito, adoptou diversas medidas. Assim, por exemplo, não autorizava que fossem hereditários os cargos dos funcionários e do respectivo feudo. Dividiu os Condados demasiado grandes. Para a inspecção do desempenho das funções dos condes, enviava duas vezes por ano „‟mensageiros reais itinerantes‟‟ denominados missi dominici, que nunca eram os mesmos. Deste modo, Carlos Magno conseguiu manter em permanente contacto sobre os seus condes. 3. Conclusão Conclui-se que os francos foram empurrados para o Ocidente no decurso do séc. IV e em meados do seguinte, tinham atingido a Gália, actual França. A infiltração dos francos na zona onde actualmente se situam a Bélgica e o norte da França fez surgir uma população gelo-românico- germânica, com a sua respectiva cultura. Os francos adoptaram a sua primeira capital, a ocidente, primeiro Doornik e em seguida, no reinado de Clodoveu, Paris. 4. Bibliografia ANDERSON, P. (2004). Passagens da antiguidade ao feudalismo. São Paulo: Brasilience. BARK, W. C. (1979). Origens da Idade Média. Rio de Janeiro: Zahar. BLOCH, M. (1982). A sociedade feudal (Vol. 70). Lisboa. DAUWE, Fabiano; SAYÃO, Thiago Juliano; SIEBERT, Itamar (2007). História Medieval. Indaial: UNIASSELVI. DOBB, Maurice; SWEEZY, Paul; TAKAHASHI, Kohachiro (2004). A Transição do Feudalismo para Capitalismo. 5. ed. São Paulo: Paz e Terra. HODGETT, Gerald A.J (1975). História social e econômica da Idade Média. Rio de Janeiro: Zahar. PIRENNE, Henri (2010). Maomé e Carlos Magno. O impacto do Islã sobre a civilizaçãob europeia. Rio de Janeiro: PUC-RIO/Contraponto.
Compartilhar