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Economia_U5

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Economia
1ª edição
2017
Economia
5
3
Unidade 5
Contabilidade nacional
Para iniciar seus estudos
Como já vimos na unidade anterior, a macroeconomia estuda os agrega-
dos econômicos, e a medição desses agregados é realizada pela contabi-
lidade nacional, conhecida também como contabilidade social. 
Nesta unidade, estudaremos como os agregados econômicos são medi-
dos a partir de valores já realizados, ou seja, ex post, ou já ocorridos. Como 
observam Vasconcellos e Garcia (2014), na macroeconomia, os valores 
são teóricos, previstos ou planejados, isto é, trabalha-se com o conceito 
ex ante, ou antes de ocorrerem. 
A contabilidade nacional trata o país como se fosse uma grande empresa 
que produz um único produto, o Produto Nacional Bruto, ou seja, o agre-
gado de tudo o que é produzido no país. 
Objetivos de Aprendizagem
• Entender os princípios básicos das contas nacionais. 
• Compreender os fluxos pela ótica da renda, do produto e da des-
pesa.
• Conhecer as principais formas de medir os agregados macroeco-
nômicos. 
• Identificar conceitos importantes, como Produto Nacional, Con-
sumo, Investimento, Poupança e PIB.
5
4
Tópicos de estudo
A contabilidade social ou contabilidade nacional registra a atividade eco-
nômica global de um país num período determinado. É realizada pelo 
método das partidas dobradas (um crédito pede um débito), e os países 
seguem um modelo determinado pela Organização das Nações Unidas 
(ONU).
Para que possamos entender melhor a contabilidade nacional, é necessá-
rio que alguns conceitos sejam esclarecidos.
5
Economia | Unidade 5 - Contabilidade nacional
5.1. Setores da economia e agentes econômicos
Os setores da economia podem ser divididos em: setor primário, setor secundário e setor terciário.
• Primário: abrange a produção da agricultura, pecuária, pesca e extração vegetal.
• Secundário: faz parte desse setor a produção da indústria e da extração mineral.
• Terciário: serviços, comércio, transportes, comunicações e serviços públicos.
Já os agentes econômicos podem ser definidos como as entidades que realizam as transações econômicas. Estão 
classificados em empresas, famílias, governo e o resto do mundo.
• Empresas: como já foi visto, são os agentes produtores de bens e serviços. Para produzir bens e serviços, 
compram os fatores de produção das famílias (terra, capital e trabalho), pagando a estas uma remune-
ração. 
• Famílias: são as entidades que fornecem os fatores de produção às empresas e, numa economia com-
pleta, também ao governo.
• Governo: é constituído pelos órgãos da Administração Direta, de nível federal, estadual e municipal, que 
prestam serviços que são consumidos pela coletividade, como a defesa nacional, a administração da jus-
tiça, a educação etc. O governo não tem o objetivo de obter lucro, e suas empresas públicas e de socie-
dade mista estão incluídas como empresas.
• Resto do mundo: são todas as entidades que praticam atos econômicos com o país em que se elabora a 
contabilidade social e que tenham a sua residência fora das fronteiras geográficas deste. Se estivermos 
trabalhando com a contabilidade social do Brasil, o resto do mundo são os agentes dos outros países.
Todos esses participantes levam ao fluxo circular da renda, como já foi abordado anteriormente. 
5.2. Fluxo circular do produto, da renda e do dispêndio
A macroeconomia utiliza o fluxo circular da renda para estudar como são formados o produto e a renda gerados 
pela atividade econômica. 
Como foi abordado resumidamente na Unidade 1, o fluxo circular da renda se dá pela interação entre os agentes 
econômicos: famílias, empresas, governo e setor externo (VASCONCELLOS, 2007).
Podemos medir o resultado da atividade econômica do país por três óticas: 
• a ótica da produção e venda de bens e serviços finais na economia, conhecida como ótica do produto 
(que observa os bens e serviços produzidos) e do dispêndio (que observa a economia pelas despesas 
para a produção dos bens e serviços). A ótica do produto e a do dispêndio são medidas pelo mercado de 
bens e serviços
• a ótica da renda gerada no processo de produção é chamada de ótica da renda. É medida pelos fatores de 
produção, ou seja, salários, juros, aluguéis e lucros. 
Para compreender melhor essa questão pense numa família que representa o conjunto de famílias existentes na 
economia. Vamos avaliar o fluxo circular dessa família pela ótica do produto e do dispêndio. 
6
Economia | Unidade 5 - Contabilidade nacional
A família trabalha na empresa A, ou seja, fornece seu serviço de mão de obra para a empresa A. Por sua vez, a 
empresa A utiliza essa mão de obra e os insumos que vai adquirir na produção do produto AB. Com o produto 
pronto, a empresa A oferece o produto AB ao mercado de bens e serviços, os quais serão comprados pela família. 
Este é o fluxo circular do produto e do dispêndio, o qual pode ser visualizado na Figura 5.1..
Figura 5.1 – Fluxo circular do produto e dispêndio
Fonte: Adaptada de Vasconcellos (2007).
Agora que você já visualizou o funcionamento do fluxo circular do produto e do dispêndio, veja como funciona o 
fluxo circular pela ótica da renda.
A empresa A, do exemplo anterior, paga um salário para a família fornecer sua mão de obra. Assim, para essa 
família, o salário é a sua renda e será gasto na compra do produto AB. Por seu turno, o salário gasto para o con-
sumo do produto AB será a receita da empresa A. Visualize melhor o fluxo circular da renda na Figura 5.2, a seguir.
Figura 5.2 – Fluxo circular da renda
Fonte: Adaptada de Vasconcellos (2007).
Agora que já você pôde compreender como funcionam os fluxos circulares pelas duas óticas, veja a seguir como 
o consumo das famílias e as outras despesas são incorporados aos agregados nacionais.
7
Economia | Unidade 5 - Contabilidade nacional
5.3. Produto Nacional
O produto de uma economia é representado pelo valor de todos os bens e serviços finais produzidos em deter-
minado período de tempo. 
Bens finais porque não se consideram os bens e serviços intermediários, como matéria-prima e componentes, 
para que não haja múltipla contagem. 
O produto é definido por um período de tempo, ou seja, o produto brasileiro de 2016 são todos os bens e serviços 
produzidos e realizados em 2016. Os estoques anteriores a esse ano não contam como produto de 2016, e sim 
numa conta de variação de estoques. O produto de uma economia é a soma dos produtos do setor primário, 
secundário e terciário.
Onde:
• PN= Produto Nacional
• psp= preço unitário dos bens do setor primário
• pss = preço unitário dos bens do setor secundário
• pst = preço unitário dos serviços do setor terciário
• qsp = quantidades produzidas dos bens no setor primário
• qss = quantidades produzidas dos bens no setor secundário
• qst = quantidades produzidas serviços do setor terciário
O setor primário corresponde à agricultura, pecuária, pesca e extração vegetal; o setor secundário abrange a 
indústria e a extração mineral; já o setor terciário engloba os serviços, comércio, transportes e comunicação.
O Produto Nacional, por seu turno, engloba todos os setores e pode ser representado por: 
Onde:
• i = bens e serviços finais
• pi = preço unitário dos bens e serviços finais
• qi = quantidade dos bens e serviços finais
8
Economia | Unidade 5 - Contabilidade nacional
5.4. Despesa Nacional
A Despesa Nacional (DN) revela quais são os setores compradores do Produto Nacional, ou seja, representa os 
gastos dos agentes econômicos ou quais os setores compradores do Produto Nacional. 
Suponha que o país produza apenas soja e trigo e que as famílias, as empresas, o governo e alguns países de fora 
comprem o que nossa simples economia produziu. 
Esta seria a Despesa Nacional, que é o gasto dos agentes econômicos com o Produto Nacional. Mais especifica-
mente:
Despesa Nacional = despesas das famílias (c) + despesas das empresas (i) + despesas do governo (g) + despesas 
líquidas do setor externo (X – M)
DN = C + I + G + X – M
Onde:• C = despesas ou consumo das famílias (bens que as famílias compram)
• I = despesas das empresas, ou simplesmente, investimento. 
• G = despesas ou gastos do governo para sua manutenção e para a coletividade.
• (X – M) = despesas do setor externo, onde X = exportações e M= importações. 
(*) Deveria ser computado somente os gastos que o resto do mundo teve comprando a mercadoria do nosso país, 
mas as nossas empresas também gastaram – compraram (importaram) – mercadorias ou serviços dos outros 
países, os quais devem ser excluídos da equação.
5.5. Renda Nacional
Como mencionado anteriormente, o consumo das famílias ocorre a partir da renda obtida das empresas. Assim, 
podemos afirmar que a renda das famílias, também chamada de Renda Nacional, representa a soma dos rendi-
mentos pagos aos fatores de produção no período analisado. Ou seja, é o total de pagamentos feitos aos fatores 
de produção que foram utilizados para a obtenção do produto da economia. Assim, as remunerações dos fatores 
de produção são pagas às famílias.
Os rendimentos que compõem essa equação são os salários (w), os aluguéis (a), os juros pagos (j) e o lucro das 
empresas (l). 
Definidas as variáveis, podemos representar a equação da Renda Nacional da seguinte maneira:
9
Economia | Unidade 5 - Contabilidade nacional
Vejamos um exemplo do envolvimento entre produto e renda. Supondo uma economia que seja composta ape-
nas de uma empresa agrícola que use trabalho, terra, máquinas e equipamentos e capital de giro emprestado 
para produzir soja e trigo. O produto e a renda dessa economia seriam, por exemplo:
Quadro 5.1 – Produto e renda
PRODUÇÃO RENDA
Valor total da produção de soja = 600.000
Valor total da produção de trigo = 400.000
1.000.000
Total dos pagamentos de salários= 800.000
Aluguel da terra = 80.000
Juros pagos = 20.000
Lucros = 100.000
 1.000.000
Fonte: Adaptado de Vasconcellos e Garcia (2014)
O Produto Nacional, a renda e a despesa representam as três óticas para medir o resultado 
da atividade econômica de um país, em um determinado período. É importante lembrar que 
PRODUTO = RENDA = DESPESA. 
Outra forma de medir o resultado das atividades econômicas de um país é o Valor Adicionado. Essa forma é a 
mais usada por estatísticos e caracteriza-se por ser mais prática, mais operacional. 
5.6. Valor Adicionado
De acordo com Vasconcellos e Garcia (2014), o Valor Adicionado, ou valor agregado, é aquele que se adiciona ao 
produto em cada estágio da sua produção.
O método do Valor Adicionado (VN) consiste em calcular o que cada ramo de atividade adicionou ao valor do 
produto final, em cada etapa do processo produtivo.
VALOR ADICIONADO = VALOR BRUTO DA PRODUÇÃO (receita de vendas) – CONSUMO 
DE PRODUTOS INTERMEDIÁRIOS (MATÉRIA-PRIMA E COMPONENTES)
O Valor Bruto da Produção (VBP) é o faturamento, a receita de vendas de cada setor produtivo. É a renda gerada 
por cada setor de atividade na cadeia de produção. Retirando da receita de vendas os gastos com a compra de 
bens intermediários, o que sobra é a remuneração dos fatores de produção de cada setor. Vamos ver um exemplo:
10
Economia | Unidade 5 - Contabilidade nacional
Quadro 5.2 – Fator de produção
TRIGO FARINHA PÃO
a) Receita de vendas
b) Compras 
intermediárias
Valor Adicionado 
(a – b)
100.000
0
100.000 +
renda paga pelo 
setor de trigo 
aos fatores de 
produção (VA 
trigo)
400.000
100.000
300.000 +
renda paga 
pelo setor de 
farinha aos 
fatores de 
produção (VA 
farinha)
1.000.000
400.000
600.000 =
renda paga 
pelo setor de 
panificação 
aos fatores 
de produção 
(VA pão)
PN = DN = 1.000.000
1.000.000 = RN
Fonte: Adaptado de Vasconcellos e Garcia (2014)
Portanto:
PN = DN = RN = VA = 1.000.000
Mais um exemplo pela ótica do produto:
Quadro 5.3 – Fator de produção
Unidades 
Produtoras
Valor da 
Produção
Compra de bens 
intermediários
Valor Adicionado
(1) (2) (3) (4) = (2) – (3)
A
B
C
200
380
520
-
200
220
200
180
300
TOTAL 1.100 420 680
Fonte: Adaptado de Vasconcellos e Garcia (2014)
11
Economia | Unidade 5 - Contabilidade nacional
E pela ótica da renda:
Quadro 5.4 – Fator de produção
Remunerações Empresa A Empresa B Empresa C Total
Salários
Juros
Aluguéis
Lucros
100
30
20
50
90
10
15
65
160
20
5
115
350
60
40
230
Total = Valor 
Adicionado
200 180 300 680
Fonte: Adaptado de Vasconcellos e Garcia (2014)
Você pode estar se perguntando o que acontece se parte da produção não for vendida. 
Nesse caso, a produção não vendida faz parte do produto, pois foi fabricada no período em 
questão. Mas, como Produto Nacional e Despesa Nacional são iguais, os bens que não foram 
vendidos deverão ser comprados pelos próprios fabricantes e tidos como estoques. Isso não 
é absurdo. Mais tarde, no outro ano, se as despesas forem maiores que o produto (contrário) 
haverá uma variação de estoques negativa, consumindo os estoques iniciais. Há um item 
especial na contabilidade social voltado apenas para essa situação, chamado variação de 
estoques..
12
Economia | Unidade 5 - Contabilidade nacional
5.7. Formação de Capital: Poupança, Investimento e 
Depreciação
Como é destacado por Vasconcellos e Garcia (2014), vamos admitir que as famílias não gastem toda a sua renda 
em bens de consumo. Ou seja, elas também guardam recursos sob a forma de poupança, para que possam 
consumir no futuro. Por outro lado, as empresas também não produzem apenas bens de consumo, mas também 
bens de capital, os quais elevarão a capacidade produtiva daquela economia. 
Assim, devemos introduzir em nossa análise os conceitos de Poupança, Investimento e Depreciação, em nível 
agregado.
5.7.1. Poupança agregada
A poupança agregada (S) representa a parte da renda, ou do Produto Nacional, não utilizada para consumo no 
período de análise. Ou seja, ela representa a poupança que fazemos para cobrir imprevistos ou para gastos futu-
ros de maior valor. Sua formulação matemática é representada por:
S = PN – C
Onde:
• S= Poupança agregada
• RN = Produto Nacional
• C = Consumo agregado
5.7.2. Investimento agregado
Investimento é o gasto com bens de capital novos (representam aumento na capacidade produtiva) pelas 
empresas com o objetivo de ampliar ou melhorar a sua capacidade produtiva. Além dos gastos com bens de capi-
tal (máquinas e equipamentos novos) na economia, quando as famílias compram imóveis novos, estes também 
são considerados investimentos porque aumentam a capacidade de consumo da economia. Esses dois tipos de 
investimento também são chamados de Formação Bruta de Capital Fixo. 
Quando há variação de estoques na economia, ou seja, quando não foi consumido tudo o que foi produzido, 
essas variações são consideradas também investimentos, sendo contabilizadas, conforme já dissemos como 
Variação de Estoques. A soma da Formação Bruta de Capital Fixo mais a Variação de Estoques é igual ao 
Investimento Total. 
Investimento Total = Investimento em Bens de Capital + Variação de Estoques
Com a introdução do conceito de Investimento (I), o Produto Nacional (PN) fica: 
PN = C + I
Ou seja, as empresas produzem bens de consumo (C) e bens de capital (I).
13
Economia | Unidade 5 - Contabilidade nacional
Não confunda o investimento em ações – CDB ou Poupança em bancos comerciais – com o 
investimento econômico explicado anteriormente! Os investimentos em produtos financei-
ros representam transferências financeiras, pois não estão impactando diretamente a capa-
cidade produtiva da economia. No caso, por exemplo, do investimento em ações de empre-
sas, estas poderão usar os recursos das vendas de suas ações para comprar equipamentos 
e elevar sua capacidade produtiva. Porém, o conceito de investimento, no sentido macro-
econômico, acontece quando há compra dos equipamentos,e não a compra das ações 
por parte do investidor da Bolsa. Além disso, o investimento em equipamentos de segunda 
mão também não entra no investimento agregado, pois não se trata da produção de novas 
máquinas, estas apenas trocaram de mãos.
5.7.3. Depreciação
Depreciação é o consumo do estoque de capital físico em dado período. Note que as máquinas e equipamentos 
também sofrem desgaste, mas as empresas computam esse desgaste (Depreciação) em parcelas, as quais são 
abatidas do lucro das empresas.
Então, o Investimento é contabilizado de duas maneiras diferentes, incluindo ou não a Depreciação:
Investimento Bruto = Investimento sem descontar a Depreciação;
Investimento Líquido, ou Formação Líquida de Capital ou Acumulação Líquida de Capital, é o investimento 
total, ou bruto, menos a depreciação:
Investimento Líquido (IL) = Investimento Total ou Bruto (IB) – Depreciação
IL = IB – D
Sendo assim, podemos também dizer que Produto Nacional Bruto menos a Depreciação é igual ao Produto 
Nacional Líquido.
PNL = PNB – D
Ou seja, pode-se considerar no produto apenas o aumento da capacidade produtiva em termos brutos, ou então 
considerar o seu desgaste (Depreciação).
14
Economia | Unidade 5 - Contabilidade nacional
5.7.4. Identidade contábil entre Poupança e Investimento
Esta é uma das principais identidades macroeconômicas. Então se Produto Nacional (PN) é igual a Consumo (C) 
mais Investimento (I):
PN = C + I
E Produto Nacional (PN) é igual a Consumo (C) mais Poupança (S),
PN = C + S
Pode-se concluir que Consumo mais Investimento é igual a Consumo mais Poupança:
C + I = C + S 
Portanto, Investimento deve ser igual à Poupança:
I = S
Então, como você deve estar concluindo, são as poupanças das famílias que financiam os investimentos das 
empresas, e a ponte entre ambos é feita pelo mercado financeiro. A renda não consumida pelas famílias é apli-
cada na aquisição de ativos financeiros, como depósitos, títulos, fundos de investimento, que rendem juros. 
Assim, as instituições financeiras colocam esse dinheiro à disposição das empresas, que realizam os seus inves-
timentos. Além disso, os lucros que as empresas não distribuem por algum motivo e os gastos em Depreciação 
também são investimentos. 
Entenda qual o papel do mercado financeiro na economia, clicando aqui: <https://visaoeco-
nomica.wordpress.com/2010/03/24/o-que-e-intermediacao-financeira/>. 
15
Economia | Unidade 5 - Contabilidade nacional
5.8. Os agregados relacionados ao setor público
Vamos agora incluir mais um participante no nosso modelo que contava apenas com as famílias e as empresas. 
Com a inclusão do governo, poderemos introduzir os conceitos de Receita Fiscal e gastos do governo.
5.8.1. Receita Fiscal
A receita do governo é composta principalmente pela arrecadação de impostos, mas, também por algumas 
outras receitas:
• impostos indiretos: incidem sobre as transações com bens e serviços, como o Imposto sobre Produtos 
Industrializados (IPI), Imposto sobre Circulação de Mercadorias e prestação de Serviços (ICMS); 
• impostos diretos: incidem sobre pessoas físicas e jurídicas. Por exemplo, Imposto de Renda;
• contribuições à previdência social: tanto por parte de empregados como por parte de empregadores;
• outras receitas: por exemplo, taxas, multas, pedágios, aluguéis. 
5.8.2. Gastos do governo
Os gastos do governo dividem-se em três categorias (Vasconcellos e Garcia, 2014):
• gastos de ministérios e autarquias;
• Gastos das empresas públicas e sociedades de economia mista;
• gastos com transferências e subsídios.
5.8.3. Superávit ou déficit público
Quando o governo tem um total de arrecadação maior do que os gastos públicos, consideramos que ocorreu 
superávit das contas públicas; quando ocorre o oposto temos déficit das contas públicas. Ao descontarmos do 
total arrecadado dos gastos públicos e excluirmos os juros da dívida pública (interna e externa), temos o conceito 
de superávit primário ou déficit primário.
Se forem incluídos os juros nominais sobre a dívida, tem-se o conceito de superávit ou déficit total ou nominal. 
Porém, se forem considerados apenas os juros reais (ou seja, sem a taxa de inflação e a variação cambial), chega-
-se ao conceito de superávit ou déficit operacional (VASCONCELLOS; GARCIA, 2014). 
16
Economia | Unidade 5 - Contabilidade nacional
 O déficit ocorre quando o governo gasta mais do que arrecada, e o superávit ocorre quando 
o governo arrecada mais do que aquilo que gasta. .
Glossário
O conceito de déficit ou superávit primário é relevante, pois faz parte das metas negociadas entre os países e o 
Fundo Monetário Internacional (FMI). Para o FMI, um país que tem superávit primário está com as contas nacio-
nais equilibradas e pode honrar seus compromissos, assim, pode negociar sua dívida externa com juros maiores 
e prazos menores (VASCONCELLOS, 2007).
Os gastos do governo representam um retorno de recursos deste para a população, pois, ao pagarmos os impos-
tos, estamos financiando as atividades do governo, que, ao gastar esses valores em atividades com serviços 
essenciais, como saúde, educação, com transferência de renda ou até mesmo com as empresas mistas, gera um 
aumento da atividade econômica. Por isso, no que se refere à demanda agregada, consideramos os gastos do 
governo como um acréscimo.
Após conhecermos a participação do governo resta conhecermos o setor externo, composto pelas exportações 
e importações. 
5.9. Os agregados relacionados ao setor externo
Para que se complete o esquema da contabilidade social, faz-se necessário considerar os conceitos relacionados 
à economia aberta. São eles: exportações, importações e renda líquida do exterior. Ao considerarmos a economia 
aberta, é possível introduzir ainda a diferença entre produto interno e Produto Nacional. 
5.9.1. Exportações e importações
Os conceitos de exportações e importações são bastante simples: as exportações representam as vendas, para 
estrangeiros, de mercadorias produzidas no país; as importações são as compras que fazemos de produtos 
estrangeiros.
Assim, as exportações trazem renda para o país, enquanto as importações levam a Renda Nacional para o exte-
rior. Portanto, somamos as exportações na demanda agregada e subtraímos as importações.
17
Economia | Unidade 5 - Contabilidade nacional
5.10. Produto Interno Bruto, Produto Nacional Bruto e Renda 
Líquida do exterior. 
O principal indicador de crescimento econômico de um país é o seu Produto Interno Bruto (PIB). 
O PIB é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos dentro do território nacional, num dado período, a 
preço de mercado. 
Em termos matemáticos, o PIB nada mais é do que uma identidade da oferta agregada. Podemos representá-lo 
a partir da seguinte expressão:
PIB = C + I + G + (X – M)
Onde:
• PIB = Produto Interno Bruto
• C= Consumo agregado
• G = gastos do governo
• X = exportações
• M = importações realizadas no período de análise 
Você poderá se deparar também com a expressão “PIB per capita”, o qual consiste no PIB de um país dividido por 
seu número de habitantes. Esse conceito deve ser analisado com cuidado, pois ele não pode ser tomado como 
um indicador da renda média efetivamente recebida por habitante, uma vez que a renda gerada é distribuída de 
forma desigual.
Na produção desses bens e serviços podem ter sido utilizados fatores de produção que são de propriedade de 
residentes ou de não residentes. Dessa forma, o PIB engloba a remuneração de fatores de produção do exterior, 
os quais são remunerados por juros, royalties e lucros. Porém, também existem residentes que possuem fatores de 
produção fora do país e recebem por isso renda do exterior (VASCONCELLOS; GARCIA, 2014).
Observe que nem toda a renda fica retida no país, pois parte dela retorna ao país de origem 
através do lucro das empresas multinacionais instaladas no país; pagamento de royalties 
para utilização de tecnologia estrangeira e pagamento de juros pela utilização de dinheiro 
obtido no exterior (dívidaexterna). 
18
Economia | Unidade 5 - Contabilidade nacional
Ao descontarmos a Renda Enviada ao Exterior (REE) da Renda Recebida do Exterior (RRE), temos a Renda Líquida 
Enviada ao exterior (RLE). Podemos representá-la por:
RLE = RRE – REE
Ao somarmos a Renda Líquida Enviada ao exterior ao PIB, temos o Produto Nacional Bruto (PNB), que representa 
a renda que efetivamente pertence aos residentes do país (VASCONCELLOS; GARCIA, 2014).
PNB = PIB + RLE
 O PIB pode ser calculado tanto do ponto de vista da oferta como da demanda agregada. 
Para saber mais, clique aqui: <http://economia.estadao.com.br/noticias/negocios,entenda-
o-que-e-o-pib-e-como-ele-e-calculado,82627e>. .
Todos os agregados macroeconômicos estudados nesta unidade vão ajudá-lo a analisar melhor a economia e 
perceber como as alterações de política econômica afetarão sua vida e sua empresa.
19
Considerações finais
Nesta unidade, entendemos que o fluxo circular da economia mostra a 
interação entre os agentes econômicos e que o fluxo circular da renda 
observa como as empresas e as famílias interagem a partir da renda 
gerada durante as trocas.
Estudamos também como o consumo das famílias demonstra a relação 
com a variável Despesa Nacional, que mede os gastos dos agentes eco-
nômicos na economia. 
Compreendemos que a Renda Nacional representa a soma dos rendi-
mentos pagos aos fatores de produção; a poupança agregada representa 
a parte da renda não utilizada para consumo; e o investimento agregado 
é a soma dos investimentos das empresas em estoque e bens de capital. 
Também aprendemos que o investimento agregado representa o acrés-
cimo ao estoque de capital que leva ao crescimento da capacidade pro-
dutiva.
Os gastos do governo, por sua vez, ocorrem para a manutenção de seus 
ministérios, das empresas públicas e das transferências de renda.
Estudamos também o PIB, que representa a soma de todos os bens e ser-
viços finais produzidos dentro do território nacional, num dado período, a 
preço de mercado.
O PNB, por sua vez, representa a renda que efetivamente pertence aos 
residentes do país.
Referências bibliográficas
20
VASCONCELLOS, M. A. S. de. Manual de economia. 6. ed. São Paulo: 
Saraiva, 2007. Disponível em: <http://integrada.minhabiblioteca.com.br/
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