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Aula 6 Farmacologia 09022017

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AULA 06: FÁRMACOS DE ATUAÇÃO NO SISTEMA NERVOSO CENTRAL
FARMACOLOGIA PARA ENFERMAGEM
Farmacologia para Enfermagem
AULA 02: PROLIFERAÇÃO CELULAR E APOPTOSE
AVANCE PARA FINALIZAR A APRESENTAÇÃO. 
Conteúdo Desta Aula
Nesta aula vamos estudar:
Sinalização química no SNC;
Transmissão neuronal;
Moléculas transmissoras;
 Distúrbios neurodegenerativos e fármacos;
 Depressão, 	ansiedade, manias e fármacos utilizados nos distúrbios afetivos;
 Distúrbios neuropsiquiátricos e medicamentos. 
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A função cerebral define a diferença entre os seres humanos e as outras espécies; 
Alterações da função cerebral, sejam primárias ou secundárias, levam a disfunções de outros sistemas e, muitas vezes, exigem intervenções farmacológicas;
O cérebro controla as principais funções em escalas de tempo que variam de milissegundos através da liberação de mediadores; 
Os processos básicos da transmissão sináptica, no sistema nervoso central, são similares aos que operam na periferia. 
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Neurotransmissores e neuromoduladores
Neurotransmissores rápidos, como o glutamato e o GABA, agem através de canais iônicos operados por voltagem;
Neurotransmissores lentos e os neuromoduladores, como dopamina, neuropeptídeos e prostanoides operam, principalmente, através dos receptores acoplados à proteína G;
0 mesmo agente, como o glutamato, a 5-hidroxitriptanina e a acetilcolina, pode agir tanto através dos canais controlados por voltagem quanto por receptores acoplados à proteína G, e funcionar tanto como neurotransmissor quanto como neuromodulador. 
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Tipos de mediadores químicos
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Esquema das interconexões neuronais no SNC
Neurônios 1, 2, e 3 são mostrados liberando os transmissores a, b, e c, respectivamente, que podem ser excitatórios ou inibitórios e fazem diferentes conexões;
Mesmo com essa simples rede, os efeitos da interferência induzida pelo fármaco nos sistemas transmissores específicos podem ser difíceis de prever.
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Fármacos que atuam o SNC
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Doenças neurodegenerativas
Erros no dobramento (misfolding) e agregação proteicas são a primeira etapa em muitas doenças degenerativas; 
O dobramento significa a adoção de conformações anômalas por certas proteínas normalmente expressas, de maneira que elas tendem a formar grandes agregados insolúveis. 
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Doenças neurodegenerativas e dobramentos
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Doença de Alzheimer (DA)
Degeneração de neurônios hipocampais e do prosencéfalo basal, circuitos que apresentam a acetilcolina como molécula transmissora e é responsável pela formação de memória de curta duração. A perda de neurônios colinérgicos é responsável pela redução progressiva da memória de curta duração, maior sintoma da patologia.
Dois aspectos microscópicos são característicos da doença:
Placas amiloides, que são depósitos extracelulares amorfos da proteína Beta-amiloide;
Aglomerados Tau, que são neurofibrilares intraneuronais de filamentos de uma forma fosforilada da proteína associada ao microtúbulo. 
Esses dois depósitos resultam da enoveladura errada das proteínas nativas que
aparecem em cérebros normais, porém em menor número. 
O aparecimento precoce da proteína amiloide pressagia o desenvolvimento da DA, embora os sintomas possam não se desenvolver por muitos anos. 
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Inibidores da colinesterase
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Medicamentos Anticolinesterásicos
Atuam inibindo a enzima de degradação da acetilcolina (acetilcolinesterase), aumentando a quantidade deacetilcolina disponível na sinapse colinérgica. 
Exemplos:
Tacrina – Fisiostignina, melhora de 40% na memória de curta duração e cognição;
Não melhora as alterações funcionais que afetam a qualidade de vida;
Apresentam efeitos indesejáveis com náuseas, cólicas abdominais e hepatoxicidade;
Donepezil – apresenta menor hepatotoxicidade;
Rivastignina – duração mais longa e seletivo para SNC, menos efeitos periféricos;
Galantamina – alcaloide de plantas, promove também ativação alostérica dos receptores colinérgicos
nicotínicos cerebrais.
Efeitos colaterais:
Efeitos periféricos, midríase, boca seca, aumento da frequência cardíaca, inibição de peristalse e retenção urinária.
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Medicamentos que reduzem a formação das placas amiloides:
Ibuprofeno e indometacina – promovem um efeito não relacionado com o bloqueio da COX;
Vasodilatadores como a hidroergotamina, agonistas muscarínicos como a pilocarpina e arecolina;
Agentes como quelantes de metais (amebecida clioquinol) como zinco e chumbo também são utilizados, experimentalmente, para reduzir a neurodegeneração.
Efeitos indesejáveis:
Alterações mentais como alucinações e delírios, com duração de 48 horas;
Alterações na percepção de cores/sons;
Sensações de estranheza, medo, confusão mental, ideias de perseguição, dificuldades de memória, síndrome que adota a forma de um surto psicótico agudo; 
Os delírios e as alucinações dependem bastante da personalidade da pessoa e de sua condição.
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DOENÇA DE PARKINSON
Alteração progressiva dos movimentos que ocorre, principalmente, em idosos. 
Sintomas:
Supressão dos movimentos voluntários (hipocinesia), devida parcialmente à rigidez muscular e à inércia inerente do sistema motor, que dificultam o início e o término dos movimentos;
Tremor em repouso, com início nas mãos (tremor do tipo “contar dinheiro”), que tende a diminuir durante a atividade voluntária;
Rigidez muscular, detectável como o aumento na resistência passiva ao movimento do membro;
Grau variável de comprometimento cognitivo.
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Defeitos que ocorrem nas doenças Parkinson e HuntingtonNo Parkinson: há comprometimento da atividade dos neurônios gabaérgicos na substância nigra (parte comparada) até o estriato. Normalmente, a atividade dos neurônios dopaminérgicos nigraoestriatais provoca excitação destes neurônios e inibição dos neurônios do estrito, que se projetam para o globo pálido.  
Na doença de Huntington: a via gabaérgica estriatopálida está comprometida, produzindo efeitos opostos às alterações do Parkinson. A via dopaminérgica inibitória da substância nigra ao estriatum é prejudicada, resultando em um aumentando da atividade gabaérgica, inibindo a atividade da substancia nigra, reduzindo a resposta talâmica e cortical causando rigidez. A atividade excitatória muscarínica está relacionada aos sintomas da doença de Huntington.
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Neurotoxinas na doença Parkinson
O uso de 1-metil-4-fenil-1,2,3,6-tetra-hidro-piridina (MPTP), uma preparação substituta da heroína, gera os sintomas do Parkinson pois a MPTP destrói neurônios dopaminérgicos nigroestriatais seletivamente;
A selegelina, um inibidor da MAO-B, inibe o processo de neurotoxicidade.
Processos oxidativos também estão envolvidos com os danos neuronais.
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MEDICAMENTOS MAIS UTILIZADOS
Fármacos que substituem a dopamina: Levodopa;
Fármacos inibidores da dopa-descarboxilase: Carbidopa, benzerazida;
Fármacos agonistas dopaminérgicos D2 e D3: Bromocriptina, pergolida, lisurida, pramipexol;
Fármacos inibidores da MAO-B: Selegilina;
Fármacos que liberam dopamina: Amantidina;
Fármacos antagonistas muscarínicos: Bezatropina.
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Tratamento de primeira escolha
Levodopa (L-dopa) — precursor da dopamina e sintetizada pela ação da enzima dopa descarboxilase.
Drogas associadas:
Inibidores da dopa descarboxilase — não penetram a barreira hematoencefálica e reduzem os efeitos indesejáveis periféricos;
Inibidores da degradação da dopamina — meia vida curta, melhora inicial de 80% dos pacientes, reduz rigidez e hipocinesia;
Carbidopa — eficácia se reduz com tempo (média de 10 anos de uso), com o tempo, ocorre dessensibilização do receptor e down regulation de sua síntese; pode estar envolvida na aceleração do processo de degeneração, mas aumenta a expectativa de vida dos pacientes.
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Efeitos indesejáveis
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Efeitos indesejáveis
Discinesia, movimentos corporais não habituais e incontrolados;
Redução da eficácia;
Aumento da dose com aumento de efeitos indesejáveis;
Hipocinesia e a rigidez potente e inesperada que impossibilita a marcha e o movimento com causa desconhecida, talvez relacionada à dificuldade de armazenar ou liberar dopamina na fenda sináptica;
Náuseas e anorexia, revertidos com domperidona, antagonista periférico;
Hipotensão postural em associação com anti-hipertensivos;
Efeitos psicológicos como produzir síndrome semelhante à esquizofrenia, com alucinações, confusão mental, desorientação insônia ou pesadelos.
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OUTROS MEDICAMENTOS
Selegilina — fármaco inibidor seletivo da MAO-B, enzima que predomina na região nigroestriatal, cortical e límbica. Também utilizada no tratamento da depressão interagindo com outros fármacos, protege a degradação da dopamina neural, por isso utilizada em associação à levodopa. Entretanto, estudos recentes não demonstraram efeitos conjuntos tão promissores.
Bromocriptina - potente agonista dos receptores dopaminérgicos D2, no sistema nervoso central, criado para tratar ginecomastia e galactorreia, mas também eficaz no Parkinson. Duração plasmática maior que a levodopa (6 a 8 horas), indicada na substituição da levodopa quando há refratariedade, efeito não comprovado.
Apomorfina - agonista dopaminérgico inespecífico atuando nos receptores D1 e D2 assim como em outros subtipos, além de receptores serotoninérgicos e adrenérgicos.
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OUTROS MEDICAMENTOS
Amantadina — criada como antiviral, utilizada no tratamento da doença de Parkinson, acidentalmente, em 1969, seu mecanismo atua aumentando a liberação de dopamina e inibindo a recaptação de aminas biogênicas. Apresenta menor eficácia que a levodopa ou bromocriptina e seu efeito declina com o tempo. Efeitos indesejáveis menos severos, porém parecidos.
Antagonistas da Ach (Benzatropina) — antes da descoberta da levodopa, a atropina (antagonista muscarínico) era a prescrição indicada, os receptores colinérgicos muscarínicos geram efeitos excitatórios opostos à atividade dopaminérgica. Sua ação reduz o tremor mais do que a rigidez ou hipocinesia. Seus efeitos indesejáveis são severos como boca seca, constipação, visão prejudicada e retenção urinária.
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Transplante neuronal
A primeira tentativa foi realizada em 1982 pela injeção de células fetais dissociadas. Primeiros testes positivos, pois os neurônios foram capazes de sobreviver e gerar conexões. Mas alguns pacientes desenvolveram mais discinesias graves, devido ao excesso de dopamina. Novas técnicas têm se desenvolvido através de preparações com células precursoras que poderiam se multiplicar após o transplante. Estes esforços podem auxiliar no tratamento de diversas patologias, como doença de Huntington, derrame cerebral, epilepsia entre outras.
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Distúrbios afetivos
Ansiedade — evento normal, em determinados episódios como resposta reflexa a momentos de stress, medo, espera (vigília), perigo iminente, entre outras possíveis situações de tensão. Entretanto, a ansiedade, deve ser um evento passageiro, relacionado à gravidade da situação. Posteriormente, temos que voltar a nosso estado de normalidade, equilíbrio neuroafetivo e fisiológico;
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Distúrbios afetivos
Ansiedade crônica — permanece exacerbada, gera complicações de somação afetiva (psicossomáticas), alterando sentimentos, e leva à perda de controle emocional, manias e alucinações. Afeta o sistema límbico, SNA simpático, sistema motor, entre outras áreas encefálicas.
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Distúrbios afetivos
Ansiedade crônica
Sintomas: Modificação do ciclo circadiano gerando insônia ou mesmo dormindo por todo o dia, inquietação, alterações no apetite, pânico, fobias, manias, alucinações e convulsões; Aumento da atividade simpática, efeitos cardiovasculares,como taquicardia, hipertensão, palpitações, hiperglicemia, sudorese, tremores, vômitos entre outros distúrbios gástricos; Distúrbios maníacos, fobias, transtornos compulsivos ,alucinações, táteis, visuais e auditivas.
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Fármacos ansiolíticos
Os medicamentos procuram reduzir a hiperatividade cerebral através da hiperpolarização, gerada pelo aumento do influxo de cloro ou alterações no sódio e potássio. 
Os mecanismos inibitórios são:
aumento no influxo do cloro; 
redução da entrada de sódio; 
aumento da polaridade intracelular.
Efeitos desejados:
induzem o sono;
geram sedação e acalmam;
minimizam processos convulsivos.
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Fármacos benzodiazepínicos (BZD)
Eles podem gerar quatro atividades fundamentais: 
Ansiolítico; 
Hipnótico; 
Anticonvulsivante e;
Relaxante muscular.
Alguns também apresentam um efeito de amnésia anterógrada;
Essa classe apresenta efeito de indução do sono e do coma sendo indicado em pacientes em UTIs;
O clordiazepan foi sintetizado na década de 1960, tornou-se o ansiolítico mais utilizado clinicamente.
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Fármacos benzodiazepínicos (BZD)
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Mecanismo dos benzodiazepínicos
Atuam em receptores GABA A, que apresentam vários sítios alostéricos para diferentes moléculas, além do ácido gama aminobutírico (GABA), como sítios para barbitúricos, benzodiazepínicos, etanol, esteroides entre outros possíveis ligantes, fato que leva a interação medicamentosa com diferentes fármacos e drogas. Gera um efeito inibitório, aumentando a frequência e no tempo de abertura do canal/receptor gabaérgico, permitindo assim, uma elevação no influxo do íon cloreto, nas células neuronais. O influxo de cloro, gera uma hiperpolarização, inibindo ou reduzindo, a liberação de outros neurotransmissores modulando assim a atividade neurológica.
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Amnésia anterógrada
Esse efeito parece estar relacionado com a redução da atividade neurológica hipocampal, devido a processo hiperpolarizante, que reduz a formação da memória de curto prazo.
 
Dormonid/Midazolan promovem esses efeito que ocorrem quando o paciente ainda está sobre o efeito do fármaco. Os efeitos indesejáveis são muito pouco observados, quando utilizados devidamente. Os mais comuns são resultantes de superdosagem e interação medicamentosa com etanol, tolerância e dependência.
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OUTROS ANSIOLÍTICOS
Buspirona — potente agonista dos receptores 5-HT1A não seletivo, pois também se liga a receptores
dopaminérgicos, sua ação sobre os receptores para serotonina geram um efeito inibitório reduzindo a liberação de outros neurotransmissores, como noradrenalina. Efeitos colaterais: Tonteira, náuseas, cefaleia; não afeta a coordenação motora e não gera efeitos hipnóticos
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OUTROS ANSIOLÍTICOS
Barbitúricos — potentes depressores do sistema nervoso central, que atuam reduzindo a ansiedade, gerando sedação. Atua exacerbando a atividade do receptor gabaérgico, através de uma ligação de difícil reversibilidade, o que torna o fármaco muito perigoso em dose elevada, gerando inconsciência e morte por falência respiratória, seguida de parada cardíaca.
Atualmente, os barbitúricos só são utilizados em processos anestésicos, no tratamento de epilepsia, não sendo mais indicados no tratamento da ansiedade.
Exemplos:
Fenobarbital (Gardenal) – anticonvulsivante;
Tiopental – pré-anestésico;
Pentobarbital (Hypnol) – hipnótico.
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Depressão
É um evento que acontece com a perda de um objeto ou pessoa, entretanto quando isso ocorre, por longo tempo ou sem uma causa aparente, torna-se uma patologia que deve ser tratada. 
Causas:
Envolvem fatores genéticos que provocam alterações na transmissão sináptica, podendo ser ativados por eventos traumáticos; stress; consumo de drogas lícitas e ilícitas; doenças como hipotireoidismo, também podem ser um fator desencadeador;
As mulheres parecem ser mais vulneráveis aos distúrbios afetivos em virtude de alterações hormonais.
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Sintomas da depressão
Emocionais: alterações de humor, infelicidade, tristeza, apatia, pessimismo, baixa autoestima, sentimento de culpa, inadequação, sentimento de feiura, indecisão, perda de motivação, autodesvalorização, culpa excessiva ou inapropriada, desesperança, amargura;
Biológicos: retardo do pensamento e ação, perda de libido, distúrbio do sono, perda ou ganho de peso, agitação ou retardo psicomotor, fadiga ou perda de energia.
Teoria das monoaminas:
Deficiência na transmissão monoaminérgica, responsável pelos distúrbios depressivos, pode ter um fundo genético ou ocorrer por outros fatores;
A teoria indica que ocorre uma diminuição na sinalização gerada pela noradrenalina, serotonina e trabalhos mais recentes à dopamina, as similaridades entre estas moléculas levam à falta de especificidade do mecanismo sinalizador afetivo.
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Sintomas da depressão
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Tipos de Antidepressivos
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Fármacos antidepressivos
As monoaminas são recaptadas por proteínas de membrana, que não possuem especificidade efetiva por cada uma das monoaminas. Estes recaptadores têm uma maior preferência por uma delas, noradrenalina, serotonina e dopamina, mas não quer dizer que não transportem as outras. 
Tipos de antidepressivos:
Tricíclicos — TCA;
Inibidores da Seletivo de Recaptação de Serotonina – ISRS;
Inibidores da Monoamina Oxidase — IMAO.
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ADT – antidepressivos tricíclicos
São medicamentos de primeira escolha no controle da depressão. 
Os principais exemplos desta família são:
Imipramina (Imipra);
Amitriptilina (Amitril);
Nortriptilina (Pamelor).
Seletividade dos TCA
Alguns fármacos bloqueiam mais a recaptação de uma ou outra monoamina. 
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Inibidores seletivos da recaptação da serotonina
São fármacos que apresentam uma maior seletividade pelas proteínas recaptadoras da serotonina. Estas proteínas apresentam preferência na recaptação da serotonina, mas também possuem certa afinidade por outras monoaminas; 
Estes medicamentos são considerados, clinicamente, reguladores do humor, pois melhoram o humor gerando sensações de prazer e, dessa forma, o paciente sente mais vontade de viver e realizar tarefas diárias, procurar momentos de laser, ações que lhe tragam alegria e bem-estar. 
Os principais membros desta família são:
Fluoxetina (Prosac);
Paroxetina (Aropax);
Sertralina (Zoloft);
Fluvoxamina (Fluvox).
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Inibidores seletivos da recaptação da serotonina
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Inibidores seletivos da receptação
da serotina
Ocorre aumento da atividade serotoninérgica devido inibição de sua recaptação (ISRS), aumentando a disponibilidade da molécula transmissora na fenda;
Importante notar que esse medicamento gera um acréscimo na atividade de todos os receptores 5-HT indiscriminadamente. A função de grande parte destes receptores ainda não é conhecida.
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Inibidores da monoamino-oxidase – MAO
Muito utilizados em distúrbios de depressão, entretanto, foram superados pelos TCAs e outros medicamentos com menos efeitos indesejáveis.
Os principais membros dessa família são:
Fenelzina;
Tranilcipromina;
Iproniazida.
Têm uma ligação irreversível com a monoamino-oxidase, uma enzima de degradação de todas as monoaminas.
Os principais efeitos indesejáveis observados são: hipotensão, estimulação neural excessiva podendo causar tremores, insônia, convulsões, aumento da atividade anticolinérgica e
“Reação do queijo”.
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NOVOS MEDICAMENTOS
Estes são mais jovens e não apresentam melhores efeitos como antidepressivos que os TCAs, mas demonstram menos efeitos indesejáveis, como toxicidade, sedação e anticolinérgicos.
Os principais membros dessa família são:
Trazodona;
Mitarzapina;
Burpropiona.
São medicamentos sem mecanismo de ação comum, atuando como antagonistas não seletivos dos receptores pré-sinápticos, possivelmente, potencializando a liberação das monoaminas. Entretanto, 
todos eles apresentam-se como fracos inibidores da recaptação de monoaminas. 
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FÁRMACOS ANTIMANÍACOS
Fazem parte de fármacos estabilizantes do humor, indicados para controlar as oscilações de humor em pacientes bipolares ou maníacos depressivos, sendo muito eficazes em processos maníacos não interferindo na depressão. O principal membro profilático dessa categoria é o lítio. Sua utilização depende de um exame prévio de concentração sérica, para sua administração e posologia.
Mecanismo de ação:
Muito complexo e ainda obscuro, mas estudos recentes demonstram que o lítio inibe a formação do segundo mensageiro inositol trifosfato (Ip3).
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FÁRMACOS ANTIMANÍACOS
Principais indicações:
Mania, transtorno de humor bipolar, depressão maior recorrente, transtorno esquizoafetivo, transtornos de personalidade, impulsividade e agressividade.
Principais medicamentos: 
Carbonato de lítio;
Carbolim;
Carbolitium;
Lithane;
Eskalith.
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Processos convulsivos
A epilepsia é um distúrbio que acomete desde crianças recém-nascidas até adultos em todas as idades. Ela ocorre por diversas causas, podendo surgir sintomas congênitos, além da exacerbação de distúrbios ansiolíticos, de traumas ou mesmo uso de drogas
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Processos convulsivos
São várias as causas que podem levar à convulsão, sendo as principais:
Acidentes de carro, quedas e outros traumas (TCE);
Meningite, desidratação grave, intoxicações;
Hipoxemia perinatal, hipoglicemia;
Epilepsias, convulsão febril, tumores.
A epilepsia é um transtorno neurológico crônico, caracterizado por crises súbitas e espontâneas associadas a descargas anormais, excessivas e transitórias de células nervosas. 
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Distúrbios convulsivos
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Crises de ausência
Esses ataques ocorrem principalmente em crianças, apresentam, algumas vezes, muitas convulsões ao dia (ataques).
Durante a crise; o paciente para o que estava fazendo inesperadamente, deixa de falar no meio da frase e fica paralisado olhando o infinito por alguns segundos. 
Em alguns casos; observamos um movimento rítmico de membros, batendo mãos ou movimentos de cabeça lentos e compassados.
O padrão de EEG demonstra também descargas rítmicas durante o período do ataque, que parecem ser causadas por um feedback entre o córtex e o tálamo. 
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Tipos de ataques epilépticos
 
Crises parciais – a consciência não é afetada, apresenta sinais motores, sintomas sensoriais ou somatossensitivos, afetando atividade do sistema autonômico e sintomas psíquicos;
Crises parciais complexas – têm como início crises parciais simples, progredindo posteriormente para comprometimento da consciência;
Crises generalizadas – sintomas de ausência, perda da consciência, crises mioclônicas, clônicas, tônicas, tônico/clônicas, atônicas ou mesmo formas combinadas.
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Transmissão glutamatérgica
Parece estar intimamente ligada ao processo convulsivo; Ocorre uma alteração no potencial de membrana de células que disparam em episódios epiléticos;
As células neuronais alteram seu potencial de repouso para 30mv gerando despolarizações de alta frequência;
 
Entretanto, esforços para desenvolver antagonistas do glutamato parecem não apresentar grande sucesso; 
Os receptores NMDA, AMPA e cainato para glutamato parecem estar envolvidos neste processo, mas nenhuma conclusão ainda é precisa sobre o assunto. 
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Fármacos anticonvulsivantes
São drogas que bloqueiam canais de sódio e cálcio ou ativam a transmissão gabaérgica. 
Principais classes de anticonvulsivantes:Potencialização do GABA
Benzodiazepínicos (Rivotril);
Barbitúricos (Gardenal);
Inibição de canais de sódio:
Carbamazepina (Tegretol);
Oxcarbazepina (Trileptal);
Fenitoína (Hidantal);
Inibição de canais de cálcio:
Gabapentina
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Benzodiazepínicos e barbitúricos
Atuam potencializando a transmissão gabaérgica; 
São medicamentos que geram perigosos efeitos indesejáveis, sendo por isso, utilizados quase exclusivamente, em unidades de tratamento intensivo, ou em pequenas dosagens com acompanhamento médico.
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Bloqueadores de canais de sódio
Utilizados para prevenir convulsões e coadjuvantes no tratamento de epilepsias.
Exemplos:
fenitoina, carbamazepina, valproato, etosuximida e lamotrigina. 
Todos agem sobre a corrente despolarizante de sódio inibindo a ocorrência de potenciais elétricos que vão aumentando e se distribuindo pelo encéfalo.
 
O bloqueio atua, preferencialmente, em células que disparam de forma repetitiva, quanto maior for a frequência de disparo, maior será o bloqueio produzido. 
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Esquizofrenia
Distúrbio psicopatológico com alterações neurológicas que distorcem a realidade; psicose; transtorno psíquico severo com sintomas que acometem o paciente; cerca de 10% dos pacientes tentam suicídio.
Principais sintomas:
Positivos
Delírios, alucinações sinestésicas (visões, vozes, odores, sabores, sensações somestésicas), distúrbios do pensamento (sequências de pensamentos turbulentos, sentenças truncadas, conclusões irracionais), comportamentos anormais, bipolaridade, agressividade, alucinação, ansiedade, problemas de dicção, com fala modificada, desordenada e incompreensível;
Negativos
Afastamento dos contatos sociais, nivelamento das respostas emocionais, distúrbios depressivos clássicos como baixa no humor, catatonia, entre outros eventos comuns nos processos depressivos.
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Esquizofrenia
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Teoria Neuroquímica
TEORIA DOPAMINÉRGICA
Hiperatividade dopaminérgica com aumento de dopamina e de receptores dopaminérgicos. Os efeitos patológicos estão diretamente ligados à atuação dos receptores D2, mas parece que o receptor D4 também está envolvido, pois medicamentos, como a clozapina, têm alta afinidade sobre esse receptor. 
Dra. Carlsson, agraciada com Prêmio Nobel em 2000, utilizou anfetaminas para gerar episódios esquizofrênicos. Agonistas do receptor D2, como apomorfina e bromocriptina, produzem efeitos semelhantes em animais, comparáveis com pacientes esquizofrênicos. Antagonistas dopaminérgicos como a reserpina são eficazes no combate aos sintomas positivos da esquizofrenia e na prevenção de comportamentos induzidos pelas anfetaminas. 
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Outras teorias neuroquímicas
TEORIA GLUTAMATÉRGICA
Alterações na densidade dos receptores glutamatérgicos e nas concentrações do glutamato foram observadas em cérebros pós-morten de esquizofrênicos;
Fortalecida pelo uso de antagonistas do receptor NMDA (N-metil-D-aspartato) como fenciclidina, quetamina e dizocilpina, que produzem sintomas psicóticos como alucinações e distúrbios do pensamento em seres humanos.
TEORIA SEROTONINÉRGICA
 Fortalecida pela pesquisa da ação do LSD, droga que atua sobre receptores serotoninérgicos e produz efeitos semelhantes às alucinações esquizofrênicas.
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Fármacos antipsicóticos (neurolépticos)
Antipsicóticos típicos (clássicos) – clorpromazina, haloperidol, flufenazina, tioridazina, lupentixol e clopentixol.
Antipsicóticos atípicos (recentes) – clozapina, risperidona, sertindol, olanzapina e quetiapina.
A distinção entre os grupos típicos e atípicos não é claramente definida, mas repousa sobre: perfil do receptor; incidência dos efeitos colaterais extrapiramidais (menos no grupo atípico); eficácia no grupo de pacientes resistentes ao tratamento; eficácia contra os sintomas negativos.
Entre os medicamentos mais prescritos temos os que bloqueiam receptores dopaminérgicos e também inibem receptores serotonina, pois geram menos efeitos extrapiramidais indesejáveis, como pakinsonismo .
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Mecanismo de ação de antipsicóticos
São conhecidos cinco subtipos de receptores dopaminérgico, uma classe inclui D1 e D5 e outra inclui o subtipo D2, D3 e D4; Os efeitos antipsicóticos ocorrem principalmente (80%) sobre antagonismo dos receptores D2; Substâncias como as fenotiazinas, tioxantinas e butirofenonas têm preferência pelo receptor D2 sobre o D1; Os medicamentos mais recentes têm mais afinidade pelo D2 e não pelo D1, entretanto também apresentam afinidade pelo receptor D4; São necessárias várias semanas (mínimo de 3) de uso para atingir efeito máximo; Seu uso crônico leva a um aumento na síntese de receptores dopaminérgicos, em um efeito rebote, que ocorre pelo seu bloqueio crônico; Assim como o retardo no efeito máximo, o mecanismo ainda não é bem compreendido. 
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Efeitos indesejados de antipsicóticos
Sintomas agudos: movimentos involuntários, tremor e rigidez, consequências diretas do bloqueio dopaminérgico nigroestriatal;
Síndrome extrapiramidal;
Discinesia tardia: movimentos involuntários de face e dos membros que surgem após meses de tratamento. Pode estar associada a uma up-regulation, na síntese de receptores, devido ao bloqueio farmacológico. Obs.: As distonias agudas e discinesias tardias são menores com fármacos atípicos como clozapina, isso talvez devido a interações com outras vias.
Aumento da concentração de prolactina plasmática, turgência das mamas, dor e lactação, devido ao bloqueio D2 pelos antipsicóticos; 
Redução na secreção de hormônios do crescimento.
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Referências
KATSUNG, B. G. Farmacologia básica e clínica. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.
RANG, H. P.; DALE, M. M. Farmacologia. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.
SILVA, Penildon. Farmacologia. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.
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VAMOS AOS PRÓXIMOS PASSOS?
 
Farmacologia da dor;
Anestésicos;
Fármacos opioides;
Anti-inflamatórios.
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