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Elementos de Máquinas Prof. Dr. Rafael A. C. Laranja 2013 2 Sumário Introdução 3 Capítulo 1 - Projeto Mecânico - Estática 4 Capítulo 2 - Projeto Mecânico - Dinâmico 12 Capítulo 3 - Eixos e Árvores 29 Capítulo 4 - Mancais 44 Capítulo 5 - Acoplamentos 66 Capítulo 6 - Engrenagens 71 Capítulo 7 - Transmissões Flexíveis - Correias, Correntes e Cabos 111 Capítulo 8 - Parafusos, Rebites e Outros Dispositivos de Ligação 126 Capítulo 9 - Uniões Permanentes 153 Capítulo 10 - Molas 177 Capítulo 11 - Embreagens 190 Capítulo 12 - Freios 203 Capítulo 13 - Revisão de Resistência dos Materiais 226 Bibliografia 231 Considerações Finais 232 3 Introdução Elementos de Máquinas é o estudo dos elementos constituintes de uma máquina ou estrutura em movimento (dinâmica) ou em repouso (estática) e dos efeitos que os mesmos estão submetidos. Na mecânica, os elementos de uma máquina são os esteios de qualquer mecanismo, componente, ou sistema que se move. Desnecessário dizer que o conhecimento do comportamento estático e dinâmico desses elementos que compõem uma máquina são imprescindíveis. O texto a seguir é um resumo de aplicações, conceitos e esforços de vários livros que compõem o universo de projeto mecânico, em hipótese alguma este texto visa substituir os livros mestres mas apenas simplificar e apresentar de forma muito resumida os principais elementos de máquinas e mecanismos de transmissão. 4 Capítulo 1 Projeto Mecânico - Estática Uma vez conhecidas as tensões ou deformações a que um corpo está submetido, deve-se aplicar uma das várias teorias de falhas para materiais sob carregamento estático. Tais teorias resultam nas tensões equivalentes. Entretanto antes disso deve-se tem em mente os fatores de concentração de tensões. Fator de Concentração de Tensões Geométrico, kt (ou Teórico) 0 max. t σ σ =k ou 0 max. ts τ τ =k Em que os valores do fator de concentração de tensões pode ser obtido as seguintes figuras: k t k t 5 k t k t k t k t k t k t 6 k t k t k t k t “Visualização” da Concentração de Tensões: kt varia com : • O tipo de carga aplicada • A geometria da peça kt é independente do material da peça ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )da ca ba kk kk kk tt tt tt > > > 7 Aplicação de kt ao Projeto Material Dútil – possibilidade do material se deformar plasticamente no local onde as tensões são máximas ⇒ não é, em geral, necessário aplicar kt ao Projeto Estático. Material Frágil – Há que considerar a influência do efeito de entalhe: 100% de influência para material ideal, sem defeitos; 0% de influência para material intrinsecamente defeituoso. Utilizar quando: • Solicitações de caráter estático (estacionárias) o Grandes permanências a carga constante; o Pequena variação de carga; o Pequeno nº de ciclos. • Primeira aproximação para solicitações mais complexas. Não se deve utilizar quando: • Solicitações de caráter variável; • Solicitações de aplicação brusca: o Choques; o Vibrações. Critérios de Falha Teorias ou Critérios de Falha : Equacionamento das variáveis que determinam a falha de um material (ou peça) que permita, por meio do cálculo, proceder ao adequado dimensionamento ou verificação a esse modo de falha. Alguns dos critérios apresentados: Critério da Tensão Normal Máxima (MNS) Critério da Tensão de Corte Máxima (MSS ou de Tresca) Critério da Energia de Distorção (DET ou de Von Mises) Critério de Coulomb-Mohr 8 Critério da Tensão de Corte Máxima (Tresca) Aplica-se apenas à falha por cedência. A cedência ocorre quando é atingida a tensão de corte máxima . 22 31 .max yS≥−= σστ Critério da Energia de Distorção (von Mises) Aplica-se apenas à falha por cedência. A cedência ocorre quando é atingida a energia de distorção máxima. ( ) ( ) ( ) σ−σ+σ−σ+σ−συ+ = 2E3 1U 2 32 2 31 2 21 D ( ) ( ) ( ) 2 y 2 32 2 31 2 21 S 2 ≥ σ−σ+σ−σ+σ−σ ( ) ( ) ( ) ( ) 2 y 2 xz 2 yz 2 xy 2 zx 2 zy 2 yx S 2 6 ≥ τ+τ+τ+σ−σ+σ−σ+σ−σ ou 9 Critério de Coulomb-Mohr – Materiais Dúteis yc ycyt yt S SS S −≥⇒≥≥ =−⇒≥≥ ≥⇒≥≥ 331 31 31 131 0 10 0 σσσ σσσσ σσσ Critério da Tensão Normal Máxima Maximum-Normal-Stress Theory A falha ocorre sempre que a maior das tensões principais aplicadas atinja a tensão de resistência: ( ) ( ) 1 3 ut uc S Falha à Tração S Falha à Compressão σ σ ≥ ≥ 10 Critério de Coulomb-Mohr – Material Frágil uc ucut ut S SS S −≥⇒≥≥ =−⇒≥≥ ≥⇒≥≥ 331 31 31 131 0 10 0 σσσ σσσσ σσσ Coulomb-Mohr Theory for Bitter Materials Modified I Mohr Theory And Modified II Mohr Theory ( ) 313 1 3 31 2 31 1 3 31 31 1 3 311 0 .mod101 .mod101 10 σσσ σ σ σσ σσ σ σ σσ σσ σ σ σσσ ≥≥⇒−≥ −>≥≥⇒= − − − −≤≥≥⇒=− − ≤≥≥⇒≥ uc ucut ut ut ucutuc utuc ut S MohrIIe SS Sn S n MohrIe SSS SS eS Comparação dos Critérios de Falha com dados Experimentais p 11 (a) Falha Frágil. (b) Falha Dúctil. Escolha do Critério de Falha 12 Capítulo 2 Projeto Mecânico - Dinâmico Após a realização do projeto estático, deve-se ajustar esse, tendo-se em mente a teoria de fadiga. Em linhas gerais, a teoria é explicada da seguinte forma: Fadiga A falha por fadiga tem aparência similar a uma fratura frágil, uma vez que as superfícies de fratura são planas e perpendiculares ao eixo de tensão, com a ausência de estricção. As características de fratura de uma falha por fadiga, contudo, são bem diferentes daquelas de uma falha frágil estática, surgindo de três estágios de desenvolvimento [SHIGLEY, 2005]. O estágio I corresponde ao início de uma ou mais microtrincas, causadas por deformação plástica cíclica. As trincas de estágio I não são normalmente discerníveis a olho nu. O estágio II compreende a progressão de micro e macrotrincas formando superfícies de fratura com platôs paralelos, separados por sulcos também paralelos. O estágio III ocorre no ciclo de carga final, quando o material remanescente não pode suportar cargas, resultando em fraturas rápidas e repentinas [SHIGLEY, 2005]. A falha por fadiga deve-se a formação de trinca e propagação. Uma trinca de fadiga terá início tipicamente em uma falha do material em que a tensão cíclica é máxima. As descontinuidades devem surgir devido aos seguintes fatores [SHIGLEY, 2005]: • Projeto de mudanças rápidas na secção transversal, chavetas, furos, etc... em que as concentrações de tensão ocorrem [SHIGLEY, 2005]; • Elementos que rolam e/ou deslizam contra outros (mancais, engrenagens, cames, etc.) sob altas pressões de contato, desenvolvendo tensões de contato subsuperficiais concentradas [SHIGLEY, 2005]; • Descuido com a localização de marcas de identificação, marcas de ferramenta, riscos e rebarbas, projetode juntas malfeito, montagem inadequada e outras falhas de fabricação [SHIGLEY, 2005]; • Composição do material. Surgem descontinuidades microscópicas e submicroscópicas superficiais e subsuperficiais, tais como inclusão de material estranho, segregação de liga, vazios e descontinuidade cristalina [SHIGLEY, 2005]. Método da Vida Sob Tensão Para determinar a resistência de materiais sob a ação de cargas de fadiga, espécimes são sujeitos a forças repetidas ou variáveis de magnitudes especificadas, ao passo que ciclos ou 13 inversões de tensão são contados até sua destruição. O dispositivo de ensaio de fadiga mais amplamente utilizado é a máquina de viga rotativa de alta velocidade de R.R. Moore para testar corpos de provas, cujo esquema é dado a seguir: Provoca-se um momento constante ao longo do comprimento L, e conseqüentemente uma tensão conhecida na menor seção do corpo de prova. Quando vários corpos de prova idênticos são testados para diferentes cargas P (diferentes tensões na seção crítica), o número de ciclos ou vida para cada um deles é diferente. A representação gráfica tem a configuração mostrada na figura. 14 No gráfico anterior, pode-se observar que, para um nível de tensão do corpo de prova não rompe, tendo uma vida infinita ou número de ciclos (N) muito grande, maior que 106 (um milhão de ciclos). Por outro lado, para um número de ciclos menor ou igual a 103 (mil ciclos), a tensão de ruptura é praticamente o mesmo valor do limite de resistência Srt encontrado para os testes estáticos, sendo o valor mais recomendado 0,95 Srt. Assim pode-se dizer: "A mesma tensão S encontrada nos testes de Moore, que provoca a ruptura do corpo de prova, é chamada de limite de resistência a fadiga e é representado por Sn". O valor do limite de resistência a fadiga varia para os diferentes tipos de aço, apesar do número de ciclos que leva o corpo de prova a permanecer constante em torno de 106 ciclos. Numa tentativa de relacionar Sn de um aço com o seu respectivo limite de resistência Srt, estes valores foram graficados para diferentes tipos de aços. Estes valores são mostrados na figura a seguir. Diagrama Sut x Se’ O limite de resistência a fadiga (Se') é a metade do limite de resistência (Sut) para o mesmo aço. Tem-se então que, para traçar o diagrama S-N de um aço (do corpo de prova), não é necessário realizar inúmeros testes na máquina de Moore. A comprovação experimental mostra que a construção do diagrama S-N pode ser feita assumindo: Para traçar o diagrama S-N, usando-se valores na escala log-log, adota-se a seqüência a seguir: Marcar os pontos A e B, respectivamente 0,9 Sut e 0,5 Sut. Marcar o ponto C a 106, na posição de 0,5 Sut. 15 Resistência à Fadiga. Curva S-N (cont.) Aços Ligas de Alumínio Resistência à Fadiga. Curva S-N (cont.) 16 Tensão Limite de Fadiga S’e > ≤ = MPaSMPa MPaSS S ut utut e 1460740 1460504,0 ' Tensão Limite de Fadiga S’e (cont.) Material Number of Cycles Relation Magnesium alloys 108 S’e=0.35Su Copper alloys 108 0.25Su< S’e <0.5 Su Nickel alloys 108 0.35 S u < S’e <0.65 Su Titanium 107 0.45 S u < S’e <0.65 Su Aluminum alloys 5 x 108 S’e =0.45 Su (Su <48ksi) S’e =19 ksi (Su 48ksi) Tensão limite de fadiga (endurance limit) para vários materiais [De Juvinall (1991)]. 17 Curva S-N 0.770.820.860.93f 1378827620413Sut [MPa] ( ) 3log f f ut NSS ≥ baNS =f 63 10N10 ≤≤para NlogbalogSlog +=f b1 a a N σ= == == 6 3 10 10 NparaSS NparaSfS ef utf ou ( ) −= = e ut e ut S Sfb S Sfa log 3 1 2 31010 ≤≤ Npara É frequente o valor de f ser de 0.9 Fatores modificadores do limite de resistência É irreal esperar que o limite de resistência de um sistema mecânico se iguale aos valores obtidos em laboratório. Joseph Marin identificou fatores que qualificam os efeitos das condições de superfície, tamanho, carregamento, temperatura e itens variados. Os fatores modificadores do limite de resistência à fadiga do eixo, devem ser calculados através da equação 9: (9) Sendo Ka é o fator de modificação de condição de superfície; Kb é o fator de modificação de tamanho; Kc é o fator de modificação de carga; Kd é o fator de modificação de temperatura; Ke é o fator de confiabilidade; Kf é fator de modificação por efeitos variados; Se é o limite de resistência à fadiga de um determinado componente de máquina em condições de uso; e Se’ é o limite de resistência à fadiga de um corpo de prova submetido ao teste rotativo de fadiga [SHIGLEY, 2005]. A seguir são mostradas algumas estimativas para a resistência à fadiga não-corrigida para alguns materiais. [NORTON, 2004]: Aços: e e S ´ 0,5 1.400 S ´ 700 1.400 ut ut ut S para S MPa MPa para S MPa ≅ < ≅ ≥ Ferros: e e S ´ 0,4 400 S ´ 160 400 ut ut ut S para S MPa MPa para S MPa ≅ < ≅ ≥ e a b c d e f eS S 'K K K K K K= × × × × × × 18 Alumínios: f em 5E8 f em 5E8 S ´ 0,4 330 S ´ 130 330 ut ut ut S para S MPa MPa para S MPa ≅ < ≅ ≥ Ligas de cobre: f em 5E8 f em 5E8 S ´ 0,4 280 S ´ 100 280 ut ut ut S para S MPa MPa para S MPa ≅ < ≅ ≥ Sendo que Sf’ significa a resistência à fadiga teórica e Sf ´ é o limite de fadiga estimado. Fator de superfície Ka O fator de modificação depende da qualidade do acabamento da superfície da peça real e da resistência à tração do material que a constitui. Utiliza-se a equação 11 para cálculo do fator de superfície [SHIGLEY, 2005]: (11) Em que Srt é a resistência tração mínima e a e b são tabelados pelo acabamento superficial do eixo. Fator de tamanho Kb O fator de tamanho é calculado pelo diâmetro externo (d) de eixos de aço e utiliza-se a equação 12 [NORTON, 2004]: 0,097 8 1 8 250 1,189 250 0,6 b b b para d mm K para mm d mm K d para d mm K − ≤ = ≤ ≤ = > = (1.1) Fator de carregamento Kc: Uma vez que as relações de fadiga são de dados de resistência à fadiga em ensaios de flexão rotativa, um fator de redução da resistência para forças normais deve ser aplicado [NORTON, 2004]: b rta SaK )(×= 19 1 0,7 c c K para flexão K para força normal = = (1.2) Fator de temperatura Kd: Quando as temperaturas operacionais são mais altas que a temperatura ambiente, o escoamento deve ser investigado a princípio, pois a resistência a ele cai muito rapidamente com a temperatura [SHIGLEY, 2005]. ( ) 450 1 450 550 1 0,0058 450 d d para T C K para T C K T ≤ ° = < ≤ ° = − − (1.3) Fator de confiabilidade Ke: O fator Ke expressa a confiança esperada no limite de resistência à fadiga da peça. Para uma confiabilidade baixa de 50%, o fator de confiabilidade é igual a 1, não alterando o Sn'. A tabela a seguir mostra os valores mais usados. Fator de efeitos diversos Kf: Embora o fator de efeitos diversos destina-se a levar em conta a redução no limite de resistência devido a todos os outros efeitos, ele realmente é tido como um lembrete de que estes devem ser considerados. Os valores reais dos efeitos diversos não estão sempre disponíveis e podem ser calculados através da equação a seguir [SHIGLEY, 2005]. 1 ( 1)fs cisal tsK q K= + − (1.4) Onde Kf é o fator de concentração de tensões, o qcisalhamento é a sensibilidade ao entalhe e Kts é o fatorgeométrico das concentrações de tensões [SHIGLEY, 2005]. 20 Tensões em eixos As tensões que atuam no cubo elementar são as tensões máximas e mínimas e podem ser terminadas pela equação [BEER, 2006]: ( ) 2x yx y 2 máx, min xy σ σσ σ τ 2 2 σ −+ = ± + (1.5) Sendo σx a tensão tangencial, σx a tensão radial e τxy a tensão de cisalhamento no plano xy. Tensões sem interferência: A tensão máxima sem interferência é a tensão máxima encontrada no cubo elementar, sendo determinada pela equação (1.5) [BEER, 2006]. Tensões com interferência: Tensões com interferência são as tensões máximas e mínimas que atuam no cubo elementar e podem ser determinadas pela equação anterior. Na Figura a seguir será representado a atuação das tensões de cisalhamento, radial e tangencial no eixo [BEER, 2006]: Figura 3: Representação dos esforços no eixo [BEER, 2006]. Como o eixo fêmea está submetido a uma combinação de tensões, será utilizado a Equação 20 de von Mises, para encontrar a tensão máxima no eixo. Sendo que σ1 é a tensão normal máxima e σ3 é a tensão normal mínima calculada através da equação anterior. 21 ( ) ( ) ( )2 2 2' 1 2 2 3 1 3 1 σ σ σ σ σ σ σ 2 = × − + − + − (1.6) Fator de segurança O fator de segurança que deve ser maior igual a um é encontrado através da tensão de cisalhamento máxima (τmáx), tensão de escoamento (Se) considerando o fator de serviço (fadiga). Assim, através da Equação 18 consegue-se obter o valor do fator de segurança (FS) [NORTON, 2004]: e máx SFS τ = (1.7) Entalhes e Concentração de tensões Entalhe é um termo genérico que neste contexto e refere-se a qualquer contorno geométrico que interrompe o “fluxo de forças” pela peça. Os materiais apresentam diferentes sensibilidades a concentrações de tensão, denominadas de sensibilidade ao entalhe do material. Em geral, quanto mais dúctil o material, menor a sua sensibilidade ao entalhe. Materiais frágeis são mais sensíveis a descontinuidades. A ductilidade e a fragilidade dos metais estão fortemente relacionados à resistência e à dureza, além disso, a sensibilidade ao entalhe depende também do raio de arredondamento. Um dos primeiros estudos dos efeitos de descontinuidades foi realizado por Neuber, e posteriormente foi refinado por Peterson, de onde: 1 1 f t K q K − = − (1.8) Onde Kf é o fator de concentração de tensões à fadiga e Kt é o fator de concentração de tensões teórico para um geometria em particular. A sensibilidade ao entalhe q varia entre 0 e 1 e pode ser reescrita para determinar Kf: ( )1 1f tK q K= + − (1.9) O procedimento consiste em primeiro determinar a concentração de tensões teóricas Kt para a geometria e o carregamento particular, então estabelecer a sensibilidade ao entalhe apropriada para o material escolhido e usá-la na equação anterior para encontrar o fator dinâmico de concentração de tensões Kf. a tensão nominal dinâmica pra qualquer situação é então multiplicada pelo fator Kf da mesma maneira que foi feito para o estático: 22 f nom fs nom K K σ σ τ τ = = (1.10) A sensibilidade ao entalhe pode ser obtida pelos dados das curvas a seguir: E os valores de Kt, dados pelos gráficos x a x do capítulo 1: Para a aplicação dos efeitos de concentração de tensão às tensões variadas pode-se utilizar as seguintes relações: : : 2 : 0 norm nom norm nom norm norm f máx y fm f y f a f máx y fm m f máx mín y fm se K S então K K S K se K S então K se K S então K σ σ σ σ σ σ < = − > = − > = 23 Tensões Variáveis. Definições minσ maxσ 2 minmax a σ−σ =σ 2 minmax m σ+σ =σ minmaxr σ−σ=σ - Tensão Máxima - Tensão Alternada (stress amplitude) - Tensão Mínima - Tensão Média (mean stress) - Gama de Tensões (stress range) Resistência à Fadiga com Tensão Média Diferente de Zero 24 Critérios de Falha à Fadiga 1 S S S S yt m e a =+ n 1 SS yt m e a = σ + σ 1 S S S S ut m e a =+ 1 S S S S 2 ut m e a = + 1 S S S S yt m yt a =+ n 1 SS ut m e a = σ + σ 1 S n S n 2 ut m e a = σ + σ n 1 Se ma = σ+σ Critério de Soderberg Critério de Goodman Critério de Gerber Critério de Cedência aa nS σ= mm nS σ= 1 S S S S 2 y m 2 e a = + 1 S n S n 2 y m 2 e a = σ + σ Critério de ASME Diagrama de Goodman Modificado 25 Fadiga De Torção Aplica-se o diagrama de Goodman com as seguintes condições: •Se (Tensão Limite de Fadiga Corrigido) é corrigido pelo factor de carga adequado (Kc = 0,577) ; •Ssu = 0,67 Sut •Ssy = 0,577 Sy Diagrama (τa, τm) ou seja, (Ssa, Ssm) Fadiga de Solicitações Combinadas O método é o seguinte: 1. Usar Se corrigido para flexão; 2. Aplicar os fatores de concentração de tensões, Kf, às componentes alternadas de torção, flexão e tração; 3. Multiplicar a tensão alternada te tracção pelo factor (Kc,ax)-1; 4. Determinar as tensões principais (circulo de Mohr) 5. Determinar σ’a e σ’m pelo critério de Von Misses 6. σ’a e σ’m terão o mesmo tratamento que as simples σa e σm nos cálculos à fadiga, nomeadamente no Diagrama de Goodman. ( ) ( ) ( ) ( ) 2 6 ' 2 zxa 2 yza 2 xya 2 xaza 2 zaya 2 yaxa a τ+τ+τ+σ−σ+σ−σ+σ−σ =σ ( ) ( ) ( ) ( ) 2 6 ' 2 zxm 2 yzm 2 xym 2 xmzm 2 zmym 2 ymxm m τ+τ+τ+σ−σ+σ−σ+σ−σ =σ 26 Fadiga Acumulada As peças são submetidas a blocos de carregamento de amplitude constantes Lei de Miner ni – número de ciclos com a tensão σi Ni – vida da peça em ciclos com a tensão σi 1C.... N n N n N n N n 3 3 2 2 1 1 i i i ==+++=∑ 2,2C7,0 ≤≤Experimentalmente: Devido: •Pela lei, um bloco com σi < Se não produz dano (σi < Se ⇒ Ni = ∞ ⇒ ni/Ni = 0) •A lei não conta com os efeitos de interacção dos sucessivos blocos, independente da sequência que apresentam. Método de Mason resolve estes problemas considerando que todas as curvas S-N do material “virgem” e danificado convergem para o ponto 0,9Sut a 103 ciclos Fadiga Acumulada (Exemplo Lei de Miner) 27 Fadiga Acumulada (Exemplo Método de Mason) Dimensionamento à Fadiga σmax σmin σa σm τmax τmin σ+a σ+m τa τm τ +a τ +m σ’a σ’m Critério DET Critério de Resistência à Fadiga Goodman σ’a /σ’m Kt q Kf Se K S’eSut Sy Sut N nSf Curva S-N d 28 Verificar à Fadiga σmax σmin σa σm τmax τmin σ+a σ+m τa τm τ +a τ +m σ’a σ’m Critério DET Critério de Resistência à Fadiga Goodman σ’a /σ’m Kt q Kf Se K S’eSut Sy Sut N nSf Curva S-N d Verificação da Duração à Fadiga σmax σmin σa σm τmax τmin σ+a σ+m τa τm τ +a τ +m σ’a σ’m Critério DET Critério de Resistência à Fadiga Goodman σ’a /σ’m Kt q Kf Se K S’eSut Sy Sut N nSf Curva S-N d 29 Capítulo 3 Eixos e Árvores Definições: - Eixos • Fixos ou em rotação, servem apenas para apoiar peças de máquinas fixas, móveis ou oscilantes. • Não estão sujeitos a momentos torsores. - Árvores • Elemento rotativo ou estacionário, geralmente de seção circular, que tem montadosobre si elementos como engrenagens, polias, volantes, manivelas, rodas dentadas e outros elementos de transmissão. • Podem ser submetidas a esforços de flexão, tração, compressão ou torção, atuando isoladamente ou de forma combinada. • Exemplo, componentes da caixa de mudança de veículos. Tipos de Eixos/Árvores Os eixos ou árvores podem apresentar diferentes configurações geométricas, descritas a seguir. Eixos maciços: A maioria dos eixos apresentam seção circular maciça, com “degraus” (rebaixos) ou apoios das peças montadas sobre eles. As arestas devem ser arredondadas para evitas pontos de concentração de tensões. Eixos vazados: Os eixos vazados são muito utilizados em máquinas ferramentas e motores aeronáuticos. 30 Árvores cônicas: As árvores cônicas devem ser ajustadas a componentes que possuam um furo de encaixe cônico. Árvores roscadas: As árvores roscadas podem ser utilizadas como elementos de transmissão ou elementos prolongadores. Árvores ranhuradas: As árvores ranhuradas apresentam ranhuras longitudinais radiais. São utilizadas quando na transmissão de grandes potências. Árvores estriadas: Um dos principais fatores para o uso de uma árvore estriada é que essa garante uma boa concentricidade associada à fixação. Árvores flexíveis: As árvores flexíveis possuem uma série de camadas de arame de aço enroladas alternadamente em sentidos opostos e fixadas firmementes. Essas são protegidas geralmente por uma tubulação flexível feita de algum polímero. 31 Projeto de Árvores Como regras gerais deve-se ter em mente que: 1 – Deflexão lateral ou torcional dentro de limites estreitos; 2 – Elementos de transmissão devem estar localizados junto aos mancais; 3 – Os materiais mais recomendados são: Projeto para Cargas Estáticas: Em projetos para carregamento estático, as tensões na superfície de um eixo ou de uma árvores de seção circular, sujeitos a esforços combinados de torção e flexão, são: 32 Projeto para Flexão Alternada e Torção Constante: Para qualquer árvore submetida a momentos fletores e torçores constantes, essa sofrerá ações de tensões alternadas causadas pela combinação entre momento fletor e a rotação da árvore. Esse tipo de carregamento é a situação mais comum em aplicações práticas, logo para uma árvore circular: Já para árvores tubulares, expressões similares podem ser escritas. A resistência à fadiga provocada pela flexão não é afetada pela existência da tensão média causada pela torção, até que se exceda a resistência ao escoamento por torção em aproximadamente 50% Se. 33 Diagrama de Soderberg: O diagrama de soderberg, estabelece uma outra metodologia para a determinação das dimensões necessárias para uma árvores submetida a torção constante e flexão alternada combinados. (a) Elemento de tensão de profundidade unitária na superfície de uma árvore de seção circular, com velocidade de rotação angular. (b) Seção do elemento por um plano que forma um ângulo α com o plano da base. Adotando a teoria da tensão cisalhante máxima, pode-se escrever uma equação de equilíbrio para todas as forças na direção de τα, ou seja: ( ) ( ) ( ) ( )2 2sen cos sen cos 0x xy xyατ σ α α τ α τ α+ + − = (1.1) Ou ( ) ( ) ( ) ( )( )2 2sen cos cos senx xyατ σ α α τ α α= − + − (1.2) Substituindo-se os valores de σx e τxy na equação anterior e utilizando-se as identidades geométricas, chega-se a: ( ) ( ) ( )3 3 16 16cos 2 sen 2 cosT M t d dα τ α α ω π π = − (1.3) A tensão cisalhante apresenta então um valore médio e uma componente alternada com amplitude de, respectivamente: ( ) ( ) 3 3 16 cos 2 16 sen 2 m a T d M d α α τ α π τ α π = = (1.4) As tensões alternadas cisalhantes encontram-se no eixo vertical, enquanto que as tensões constantes ou médias encontram-se no eixo horizontal. Como é mostrado, a linha de Soderberg é uma linha reta que une o limite de resistência à fadiga completamente corrigido para esforços cisalhantes, Ssn’ e a resistência ao escoamento por cisalhamento, Sse’. 34 35 Exercício: 36 TENSÕES ADMISSÍVEIS Nos projetos em geral encontra-se a tensão admissível partindo-se da carga considerada perigosa; neste caso decide-se primeiro se o material é “comercial” para eixo ou árvore, de propriedades mecânicas diferentes e incertas, ou materiais “especificados”, com as especificações cobrindo as propriedades físicas ou mecânicas (FAIRES, 1982). Aço comercial. A Norma ASME para o projeto de eixos de transmissão dão as tensões admissíveis básicas: Cisalhamento, τ = 8000 psi ~ 55 MPa Normal, σ = 16 000 psi ~ 110 MPa Material especificado. Se o material for adquirido de acordo com as especificações que limitam a variação das propriedades mecânicas, as tensões admissíveis básicas serão: Tensão admissível para cisalhamento : τ = (0,3) x (tensão de escoamento à tração), ou, τ = (0,18) x (tensão máxima à tração), tomando a que for menor; e para um eixo em flexão somente; Tensão admissível para esforço normal: σ = (0,6) x (tensão de escoamento à tração) ou, σ = (0,36) x (tensão máxima à tração), De onde se adota a que for menor. A tensão admissível ao cisalhamento e a teoria da tensão de cisalhamento máxima são usadas para tensões combinadas (FAIRES, 1982). Se a resistência ao escoamento por cisalhamento for tomada 0,6 vezes a resistência ao escoamento na tração (τe = 0,6 σe), encontra-se uma tensão de 0,3 σe = 0,3 τe/0,6 = τe /2. Isso mostra que o fator de segurança para o dimensionamento de árvores, baseado na carga de escoamento ao cisalhamento é em torno de 2 sem o rasgo de chavêta. No entanto, os fatores de fadiga e choque Ks e Km (3.3) são utilizados para aumentar o fator de segurança efetivo, quando as condições de funcionamento tornam-se mais rigorosas (FAIRES, 1982). FATORES DE CHOQUE E FADIGA Do mesmo modo que a tensão admissível, o efeito da variação de carga é considerado no projeto de eixos-árvore usando-se fatores. Assim: Ks = Fator numérico combinado devido ao choque e à fadiga para ser aplicado, em todos os casos, ao momento de torção calculado ou à potência. Km = Fator numérico combinado a choques e fadiga para ser aplicado, em todos os casos, ao momento de flexão calculado. 37 Mesmo esses fatores não sendo fatores de concentração de tensão, eles são aplicados da mesma maneira. Seus valores são governados pelo julgamento que o projetista faz da carga e são tomados da Tabela 1, onde observamos que o menor valor de Km para um eixo giratório é 1,5, o que se presume dizer respeito à maior violência da carga, devida à inversão da tensão durante cada rotação do eixo (FAIRES,1982). Torção em eixos Peças submetidas à torção são encontradas em muitas aplicações. O caso mais comum de aplicação é o de eixos de transmissão, que são utilizados para transmitir potência e torque de um ponto para o outro [BEER, 2006]. Torque em eixos de transmissão Expressando o torque (T) em N.m a potência (P) em watts (W) e a rotação (n) em rpm, tem- se o torque no eixo conforme equação [BEER, 2006]: Potência na aplicação Para cálculo da potência (kW) na aplicação deve saber-se a pressão máxima de trabalho (MPa), a potência (kW) e a pressão máxima de projeto (MPa). Através da Equação 2 calcula-se a potência utilizada na aplicação [PALMIERI, 1997]: πn P30T × × = ( ) Projeto de Pressão Projeto PotênciaTrabalho PressãoP ×= 38 Momentode inércia de eixos circulares No caso de um eixo de seção vazada, com maior diâmetro interno (di) e diâmetro externo (de) expresso em metros, o momento polar de inércia (J) será dado em m4 conforme a Equação 3 [BEER, 2006]: Tensões no eixo A seguir serão ilustradas as equações para cálculo da tensão de cisalhamento máxima e mínima: Tensão de cisalhamento máxima A expressão da tensão de cisalhamento máxima na superfície do eixo vazado pode ser encontrada através da equação, sendo Torque (T) em N.m, raio externo (re) em metros e momento de inércia (J) em m4 [BEER, 2006]. Tensão de cisalhamento mínima O menor valor da tensão de cisalhamento ocorre na face interna do eixo circular e pode ser obtida através da Equação 5, que relaciona tensão de cisalhamento mínima (τmin) e tensão de cisalhamento máxima (τmáx) que são respectivamente proporcionais ao diâmetro interno (di) e ao diâmetro externo (de) [BEER, 2006]. Ajuste de interferência Um meio comum de acoplamento de um cubo a um eixo é usar um ajuste a pressão ou de encolhimento, também chamado de ajuste de interferência. As duas partes são forçadas lentamente em uma prensa, de preferência com óleo lubrificante. A deflexão elástica do eixo e do cubo atua no sentido de criar grandes forças normais e de atrito entre as partes [FRENCO, 2001]. 32 )d(dπ J 4 i 4 e −×= J rT τ emax × = máx e i mín τd d τ ×= 39 Tensões nos ajustes por interferência Um ajuste de interferência cria o mesmo estado de tensão no eixo que uma pressão uniforme externa criaria na sua superfície. O cubo experimenta as mesmas tensões que um cilindro de parede grossa sujeita a pressão interna. A pressão p em MPa, criada pelo ajuste a pressão pode ser encontrada pela deformação dos materiais causada pela interferência, conforme equação 6 [NORTON, 2004]: Onde δ é a interferência no raio em milímetros, r é o raio nominal da interface entre as peças em milímetros, ri é o raio interno (se houver) de um eixo vazado em milímetros e ro é o raio externo do cubo em milímetros. E & υ são o módulo de elasticidade em GPa e o coeficiente de Poisson das duas partes sendo a sua unidade adimensional [NORTON, 2004]. A pressão p é usada nas equações a seguir para encontrar as tensões radiais (equação 7) e tangenciais (Equação 8) na parede do eixo estriado [NORTON, 2004]: Cargas de flexão produzidas pela transmissão de potência A força útil, F, necessária para transmitir determinada potência a uma certa rotação, pode ser calculada por intermédio das equações da potência. no caso geral das correias, esta força constitui-se na diferença entre as forças que atuam nos ramos tenso e “frouxo”, isto é, entre F1 e F2. Como indicação prática, pode-se fazer: ( )1 2 1 2F F C F F+ = ⋅ − Sendo C um valor que varia com o tipo de transmissão da potência. Em função disso, têm-se: Polias e correias planas: C = 2 a 2,5. Polias e correias trapezoidais: C = 1,5. Correntes e engrenagens: C = 1,0. Saliente-se que o valor C = 1 conduz a F2 =0, isto é, a força no ramo “frouxo” é nula. De fato, as correntes trabalham com o ramo “frouxo” praticamente sem força; as engrenagens simplesmente não têm ramos, uma vez que o contato é direto, dente com dente. + − + + + − + × = i2 i 2 2 i 2 i o22 o 22 o O rr rr E r rr rr E r δ 0,50p νυ pσ r −= 22 o 22 o t rr rrpσ − + ×= 40 CÁLCULO DE DIÂMETROS DE EIXOS Finalmente, o cálculo do diâmetro de eixos/árvores levando em conta o carregamento estático e o carregamento dinâmico será: Método para Flexão Alternada e Torção Fixa 1 1 3 2 2 232 3 4 f a m f fsm f y N M Td K K S Sπ = + Sendo Nf o coeficiente de segurança. Em termos de tensões de flexão média e alternantes máximas em eixos, elas podem ser encontradas a partir de: a a f M cK I σ = e mm fm M cK I σ = Como um eixo típico possui uma seção transversal sólida circular, pode-se substituir o c e I por: 2 dc r= = e 4 64 dI π= Assim: 3 32 a a f MK d σ π = e 3 32 m m fm MK d σ π = As tensões torcionais de cisalhamento média e alternante são dadas por: a a fs T rK J τ = e mm fsm T rK J τ = Como J é o momento polar de inércia, e em uma seção circular é igual a 4 32 dJ π= , logo 3 16 a a fs TK d τ π = e 3 16 m m fsm TK d τ π = Em casos onde um carregamento de tração estiver presente, se terá apenas o componente média, e pode ser encontrada por: 2 4 axial z z m fm fm F FK K A d σ π = = 41 Método para Flexão Alternada e Torção Alternada ( ) ( ) ( ) ( ) 1 32 2 2 23 3 32 4 4f a fs a fm m fsm mf f ut K M K T K M K TN d S Sπ + + = + Sendo 2 2' 3a a aσ σ τ= + , ( ) 2 2' 3 axialm m m m σ σ σ τ= + + e finalmente ' '1 a m f f utN S S σ σ = + Exercício: Projete um eixo para suportar os complementos mostrados na figura, com um coeficiente de segurança no projeto de no mínimo 2,5. O eixo deve transmitir 2 hp a 1725 rpm. O torque e a força na engrenagem são constantes com o tempo, não há cargas axiais e o material é aço. Pressuponha um fator de concentração de tensão de 3,5 para o degrau nos raios de flexão, 2 para o degrau nos raios de torção e 4 nas chavetas. 42 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS BEER, Ferdinand P.; Resistência dos Materiais; Makron Books; 3ª Edição; 2006 – São Paulo (Brasil); BOSCH, Robert GmbH; Hidráulica Teoria e aplicações da Bosch; Departamento de Publicações Técnicas; Alemanha; 1991; CETLIM, Paulo Roberto; Paulo Sérgio Pereira da Silva; ABM (Associação Brasileira dos Materiais); Análise de Fraturas; 1978 - São Paulo (Brasil); FRENCO, Apostila de Treinamento da Frenco – Conceitos, Terminologia, Tipos, Características e Tolerâncias de eixos estriados (Splines); Edição 07/01; 1991 – Alemanha. NORTON, Robert L.; Bookman; Projeto de Máquinas – Uma abordagem Integrada; 2ª edição; 2004 - Porto Alegre (Brasil); PALMIERI, Antonio Carlos; Manual de Hidráulica Básica; Albarus Sistema Hidráulicos; 10ª Edição; 1997 – Porto Alegre (Brasil); SHIGLEY, Joseph E.; Mischke, Charles; Bookman; Projeto de Engenharia Mecânica; 2005 - Porto Alegre (Brasil). Referencias da Internet GERDAU. Disponível em http:// www.gerdau.com.br. Acesso em 10 março 2006. 43 Fonte: Site da Gerdau www.gerdau.com.br 44 Capítulo 4 Mancais MANCAIS DE ESCORREGAMENTO Os mancais servem para apoiar um eixo/árvore permitindo um movimento relativo, impondo, entretanto uma restrição em alguns graus de liberdade. Os mancais de escorregamento podem ser classificados como: • Função; • Forma; • Construção; • Lubrificação. 45 Quanto à Função Radiais ou cilíndricas: impedem os deslocamentos radiais. Axiais ou de impulso: impedem os deslocamentos axiais. Angulares: impedem simultaneamente os deslocamentos radiais e axiais. De Guia: destinam-se a permitir e controlar o deslocamento de um elemento com movimento retilíneo e evitam o movimento de rotação. Quanto à Forma De Escorregamento: o movimento entre o eixo/árvore e o apoio é de escorregamento, sendo o contato entre os dois elementos impedido pela formação de uma película de lubrificante. De Rolamento:o movimento entre os dois elementos é feito por rolamento. Misto: existem simultaneamente os movimentos de escorregamento e rolamento. Quanto à Construção Autocompensadoras: os eixos após a montagem e a entrada de funcionamento são automaticamente centrados. Rígidas: após a montagem mantém a posição invariável não permitindo qualquer alinhamento. 46 De segmento: uma das superfícies ativas é segmentada permitindo a formação automática de uma película lubrificante. Elásticas: um dos apoios é elástico ou elasticamente suportado permitindo as deformações necessárias ao bom alinhamento e à formação da película lubrificante. Quanto à Lubrificação Automática: a rotação do eixo provoca a formação de uma película lubrificante que é interrompida quando deixa de haver movimento relativo. Intermitente: o lubrificante é introduzido periodicamente, por um sistema gota a gota. Por Imersão: as superfícies em movimento relativo estão imersas em um reservatório lubrificante. Por Chapinhagem: parte do elemento móvel mergulha no lubrificante transportando-o. Sob Pressão: a alimentação do lubrificante para o munhão é feita sob pressão através de uma bomba. Por Sistema Mecânico Centrado: o mesmo sistema alimenta vários postos da lubrificação da máquina. Seleção de Mancais Parâmetros Importantes: • Tipo de aplicação da carga e seu valor; • Velocidades de funcionamento; • Dimensões admissíveis; • Características particulares de projeto. 47 Curvas de Desempenho de vários tipos de mancais: 48 Valores das regiões típicas para mancais (na figura – mancais) radiais. Desempenho dos mancais de atrito seco. Intervalo de cargas para mancais de escorregamento: 49 Materiais para mancais de escorregamento: Materiais para mancais de atrito: Mancais Radiais e Axiais: 50 Equações e relações para projeto: Estabilidade na Lubrificação: Formação do Filme Lubrificante: A formação do filme lubrificante se dá de dois modos: 51 a) O eixo no início da rotação no sentido horário. Nas condições iniciais o mancal está seco, subindo em seguida para o lado direito do mancal. b) A lubrificação é introduzida no topo do mancal e força o eixo a se deslocar para o lado oposto. Ocorre então um filme com espessura h0. Variáveis de Projeto em um Mancal de Escorregamento: Nomenclatura de um mancal de escorregamento. Relações entre as Variáveis de Projeto: 1 – Efeito da viscosidade dinâmica dos óleos lubrificantes SAE à pressão atmosférica com relação a temperatura. 52 2- Espessura mínima do filme lubrificante, pode ser obtido pela tabela, que mostra o diagrama paa determinação da posição de espessura mínima h0. 53 3- Coeficiente de Fricção: o diagrama da fricção, que tem a variável de fricção (r/c) f traçada contra o número de Sommerfeld S, com contornos para vários valores da razão l/d. 54 4- Fluxo de lubrificante: as figuras são utilizadas paa determinar o fluxo lubrificante e o fluxo lateral. O vazamento lateral Q origina-se da parte inferior do mancal, onde a pressão interna está acima da pressão atmosférica. Tal vazamento forma um filete na junção externa da bucha e do munhão e é levado pelo movimento deste último para o topo da bucha para ser “sugado” e retornar ao reservatório de lubrificante. Tal porção do vazamento lateral que vaza para longe do mancal deve ser completada com a adição de óleo ao reservatório do mancal, periodicamente. 55 5- Pressão do filme: a pressão máxima desenvolvida no filme pode ser estimada encontrando-se a razão de pressão P/pmáx a partir do diagrama. As localizações nas quais as pressões de término e máxima ocorrem, são determinadas a partir do segundo diagrama dessa seção. 56 Folga: Ao se projetar um mancal para a lubrificação deve-se levar em consideração a folga. A figura a seguir mostra os resultados obtidos quando o desempenho de um determinado mancal para um intervalo completo de folgas radiais e traçado com a folga como variável independente. 57 MANCAIS DE ROLAMENTOS A seguir veja as vantagens e desvantagens que os rolamentos possuem em relação aos mancais de deslizamento. 58 Vantagens • Menor atrito e aquecimento • Coeficiente de atrito de partida (estático) não superior ao de operação (dinâmico) • Pouca variação do coeficiente de atrito com carga e velocidade • Baixa exigência de lubrificação • Intercambialidade internacional • Mantém a forma de eixo • Pequeno aumento da folga durante a vida útil Desvantagens • Maior sensibilidade aos choques • Maiores custos de fabricação • Tolerância pequena para carcaça e alojamento do eixo • Não suporta cargas tão elevadas como os mancais de deslizamento • Ocupa maior espaço radial Classificação dos rolamentos Quanto ao tipo de carga que suportam, os rolamentos podem ser: • Radiais - suportam cargas radiais e leves cargas axiais. • Axiais - não podem ser submetidos a cargas radiais. • Mistos - suportam tanto carga axial quanto radial. Tipos de rolamentos Rolamento fixo de uma carreira de esferas É o mais comum dos rolamentos. Suporta cargas radiais e pequenas cargas axiais e é propriado para rotações mais elevadas. Sua capacidade de ajustagem angular é limitada, por conseguinte, é necessário um perfeito alinhamento entre o eixo e os furos da caixa. Rolamento de contato angular de uma carreira de esferas Admite cargas axiais somente em um sentido, portanto, devebsempre ser montado contraposto a um outro rolamento que possa receber a carga axial no sentido contrário. 59 Rolamento autocompensador de esferas É um rolamento de duas carreiras de esferas com pista esférica no anel externo, o que lhe confere a propriedade de ajustagem angular, ou seja, compensar possíveis desalinhamentos ou flexões do eixo. Resumindo os rolamentos esféricos: 60 Rolamento de rolo cilíndrico É apropriado para cargas radiais elevadas e seus componentes são separáveis, o que facilita a montagem e desmontagem. Rolamento autocompensador de uma carreira de rolos Seu emprego é particularmente indicado para construções em que se exige uma grande capacidade de suportar carga radial e a compensação de falhas de alinhamento. Rolamento autocompensador com duas carreiras de rolos É um rolamento para os mais pesados serviços. Os rolos são de grande diâmetro e comprimento. Devido ao alto grau de oscilação entre rolos e pistas, existe uma distribuição uniforme de carga. Rolamento de rolos cônicos Além de cargas radiais, os rolamentos de rolos cônicos também suportam cargas axiais em um sentido. Os anéis são separáveis. O anel interno e o externo podem ser montados separadamente. Como só admitem cargas axiais em um sentido, de modo geral torna-se necessário montar os anéis aos pares, um contra o outro. 61 Resumindo os rolamentos cônicos: Rolamento axial de esfera Ambos os tipo de rolamento axial de esfera (escora simples e escora dupla) admitem elevadas cargas axiais, porém, não podem ser submetidos a cargas radiais. Para que as esferas sejam guiadas firmemente em suas pistas, é necessária a atuação permanente de uma determinada carga axial mínima. 62 Rolamento axial autocompensador de rolos Possui grande capacidade de carga axial e,devido à disposição inclinada dos rolos, também pode suportar consideráveis cargas radiais. A pista esférica do anel da caixa confere ao rolamento a propriedade de alinhamento angular, compensando possíveis desalinhamentos ou flexões do eixo. Rolamento de agulhas Possui uma secção transversal muito fina, em comparação com os rolamento de rolos comuns. É utilizado especialmente quando o espaço radial é limitado. Alguns tipos de rolamentos de agulha: 63 Designação dos rolamentos Cada rolamento métrico padronizado tem uma designação básica específica que indica o tipo de rolamento e a correlação entre suas dimensões principais. Essas designações básicas compreendem 3, 4 ou 5 algarismos, ou uma combinação de letras e algarismos, que indicam o tipo de rolamento, as séries de dimensões e o diâmetro do furo, nesta ordem. Os símbolos para os tipos de rolamento e as séries de dimensões, junto com os possíveis sufixos indicando uma alteração na construção interna, designam uma série de rolamentos. A tabela mostra esquematicamente como o sistema de designação é constituído. Os algarismos entre parênteses, indicam que embora eles possam ser incluídos na designação básica, são omitidos por razões práticas. Como no caso do rolamento de duas carreiras de esferas de contato angular onde o zero é omitido. Convém salientar que, para a aquisição de um rolamento, é necessário conhecer apenas as seguintes dimensões: o diâmetro externo, o diâmetro interno e a largura ou altura. Com esses dados, consulta-se o catálogo do fabricante para obter a designação e informações como capacidade de carga, peso, etc. 64 Seleção de rolamentos: Cada tipo de rolamento possui uma propriedade característica que o torna particularmente apropriado para certas aplicações. Vida do Mancal: Quando a esfera ou o rolo de mancais de contato rolante rola, as tensões de contato ocorrem no anel interno, o elemento rolante, e no anel externo. Em razão da curvatura dos elementos contatantes ser diferentes entre a direção axial e radial, as equações tornam-se um tanto complexas. Em geral as equações utilizadas para a determinação da vida útil (nominal) são diferentes de fabricante para fabricante, sendo recomendável a verificação em seus respectivos catálogos. Como exemplo, são mostradas as equações relativas ao fabricante SKF. 65 Em termos de cargas aplicadas, cada tipo de rolamento possuirá um comportamento diferente para cada tipo de carregamento, sendo assim recomendável à consulta à catálogos de fabricantes. Como exemplo, apresenta-se a carga dinâmica típica de um rolamento esférico. 66 Capítulo 5 Acoplamentos Acoplamento de Mandíbula, mostrando a mandíbula e o separador elastométrico. Acoplamento de engrenagem flexível 67 Acoplamento de espiral Acoplamento de metal 68 Acoplamento de Schmidt Acoplamento de Hooke (Cardam) 69 Acoplamento de Disco Acoplamento Rígidos 70 Acoplamento de Junta Homocinética Acoplamento Elástico 71 Capítulo 6 Engrenagens TRANSMISSÃO POR ENGRENAGENS As engrenagens, também chamadas rodas dentadas, são elementos básicos na transmissão de potência entre árvores. Elas permitem a redução ou aumento do momento torsor, com mínimas perdas de energia, e aumento ou redução de velocidades, sem perda nenhuma de energia, por não deslizarem. A mudança de velocidade e torção é feita na razão dos diâmetros primitivos. Aumentando a rotação, o momento torsor diminui e vice-versa. Assim, num par de engrenagens, a maior delas terá sempre rotação menor e transmitirá momento torsor maior. A engrenagem menor tem sempre rotação mais alta e momento torsor menor. O movimento dos dentes entre si processa-se de tal modo que no diâmetro primitivo não há deslizamento, havendo apenas aproximação e afastamento. Nas demais partes do flanco, existe ação de deslizamento e rolamento. Daí conclui-se que as velocidades periféricas (tangenciais) dos círculos primitivos de ambas as rodas são iguais (lei fundamental do dentado). A figura a seguir mostra o tipo mais comum de engrenagem, chamada de engrenagem cilíndrica de dentes retos, em inglês “spur gear”. O termo engrenagem, embora possa ser empregado para designar apenas um dos elementos, normalmente é empregado para designar a transmissão. Uma transmissão por engrenagens é composta de dois elementos ou mais. Quando duas engrenagens estão em contato, chamamos de pinhão a menor delas e de coroa a maior. A denominação não tem relação com o fato de que um elemento é o motor e outro é o movido, mas somente com as dimensões. Engrenagem Cilíndrica de Dentes Retos A figura mostra uma transmissão por engrenagens cilíndricas de dentes retos. Trata-se apenas de um arranjo demonstrativo, mas serve para mostrar a forma como os dentes entram em contato. Quando as manivelas ao fundo giram, o elemento da direita transmite potência para o da esquerda. 72 Transmissão por Engrenagens Cilíndricas de Dentes Retos A expressão “transmite potência” é uma generalização para a lei de conservação de energia. Significa que um dos elementos executa trabalho sobre o outro, em uma determinada taxa. Aparentemente, toda a potência é transmitida, mas a realidade mostra que parte dela é perdida pelo deslizamento entre os dentes. Transmitir potência pode não descrever o objetivo de uma transmissão por engrenagens na maioria das aplicações de engenharia. O que se deseja é transmitir um determinado torque, ou seja, a capacidade de realizar um esforço na saída da transmissão. Classificação das Engrenagens As engrenagens podem ser classificadas de acordo com a posição relativa dos eixos de revolução. Esses eixos podem estar: • Paralelos; • Intersecionados; • Nem paralelo nem intersecionados. 73 a- Engrenagens para conexão de eixos paralelos: 1. Engrenagens de dentes retos Contato Interno Contato Externo Engrenagem de dentes retos Contato Interno (Fonte: Mabie e Ocvirk, 1980). 74 2. Engrenagem helicoidal paralela 3. Engrenagem helicoidal dupla 4. Pinhão e cremalheira de entes retos evolventes 5. Engrenagem cilíndrica com dentes em V 75 b- Engrenagens para conexão de eixos intersecionados: 1. Engrenagem cônica de dente reto 2. Engrenagem cônica espiral c- Eixos nem paralelos ou intersecionados: 1. Engrenagens helicoidais cruzadas 76 2. Par coroa e sem-fim Terminologia de Engrenagens de Dentes Retos A figura a seguir mostra alguns dos termos utilizados em engrenagens de dentes retos. 77 a. Superfície primitiva: a superfície de um cilindro (cone, etc.) imaginário, girante que o dente de engrenagem pode ser substituído. b. Circunferência primitiva: uma seção da superfície primitiva. c. Circunferência de cabeça: um círculo que recobre o topo dos dentes. d. Circunferência de pé: círculo que passa pela base dos dentes. e. Altura de cabeça: distância radial entre a circunferência primitiva e a circunferência de cabeça. f. Profundidade ou altura de pé: distância radial entre a circunferência primitiva e a circunferência de pé. g. Vão ou folga: diferença entre a altura de pé de uma engrenagem e a altura da cabeça da outra. h. Face do dente: parte da superfície do dente que se encontra fora da superfície primitiva. i. Flanco do dente: parteda superfície do dente que se encontra dentro da superfície primitiva. j. Espessura do dente: espessura do dente medida na circunferência primitiva. É o comprimento de um arco e não co comprimento de uma linha reta. k. Espaço do dente: distância entre dentes medida na circunferência primitiva. l. Passo frontal (p): comprimento de um dente e um espaço medido na circunferência primitiva (veja a figura a seguir). 78 Fonte: Mabie e Ocvirk, 1980. m. “Diametral pitch” (P): é o número de dentes dividido pelo diâmetro primitivo. (A norma brasileira ABNT TB 81, indica o módulo frontal como sendo o quociente do diâmetro primitivo pelo número de dentes, expresso em milímetros: Dm N = ). Dp N π = E NP D = Assim: .p P π= Sendo: p o passo frontal; P o “diametral picth”; N o úmero de dentes e D o diâmetro primitivo. n. Módulo frontal (m): inverso do “diametral picth”, diâmetro primitivo dividido pelo número de dentes. 79 o. Filete ou Arredondamento: pequeno raio que conecta o perfil do dente com a circunferência de pé. p. Pinhão: a menor engrenagem de qualquer para. A engrenagem maior é chamada apenas de engrenagem ou coroa. q. Relação de velocidade: relação dada pelo número de revoluções da engrenagem motora pelo número de revoluções da engrenagem movida, em uma unidade de tempo. 80 r. Ponto primitivo: o ponto que tangencia as circunferências rimitivas de um para de engrenagens (veja o ponto P da figura). Fonte: Mabie e Ocvirk, 1980. s. Tangente comum: a linha tangente da circunferência primitiva no ponto primitivo. t. Linha de ação: linha normal ao par de dentes no seu ponto de contato. u. Trajetória de contato: trajetória traçada pelo ponto de contato de um para de dentes. v. Ângulo de pressão ( )α : ângulo entre a normal comum no ponto de contato dos dentes e a tangente comum à circunferência primitiva. É também o ângulo entre a linha de ação e a tangente comum. w. Circunferência base: circunferência imaginária usada na engrenagem evolvente para gerar a evolvente que forma o perfil dos dentes. 81 Alguns Dados Lista padrão do sistema de dentes pa engrenagens de dentes retos (Shigley e Uicker, 2003). Sistema de Dente Ângulo de Pressão ( )α Altura de Cabeça Profundidade Profundidade Total 20° 1 P ou 1 m⋅ 1, 25 P ou 1,25 m⋅ Profundidade Total 22,5° 1 P ou 1 m⋅ 1, 25 P ou 1,25 m⋅ Profundidade Total 25° 1 P ou 1 m⋅ 1, 25 P ou 1,25 m⋅ Ponta do Dente 20° 0,8 P ou 0,8 m⋅ 1 P ou 1 m⋅ Lista dos valores mais usados para o “diametral pitch”: Pitch Expresso 2 2,25 2,5 3 4 6 8 10 12 16 Pitch Fino 20 24 32 40 48 64 96 120 150 200 NOTE: que ao invés de usar a circunferência primitiva teórica como um índice do tamanho do dente, a circunferência base pode ser usada. O resultado é chamado de base primitiva ( )bP , e está relacionada com a circunferência base pela equação: cosbP p α= ⋅ Ação do Dente da Engrenagem Lei Fundamental da Ação do Dente da Engrenagem A figura a seguir mostra o contato de dois dentes de engrenagens, em que: • O perfil do dente 1 aciona o perfil 2 pelo ponto de atuação de contato instantâneo K. • N1N2 são as normais dos dois perfis. • N1 é o pé da perpendicular de O1 a N1N2. • N2 é o pé da perpendicular de O2 a N1N2. 82 Apesar dos dois perfis possuírem velocidade V1 e V2 diferentes no ponto K, suas velocidades ao longo de N1N2 são iguais tanto em magnitude como em direção. Caso contrário, os dois perfis se separariam, sendo assim tem-se: 1 1 1 2 2 2O N O Nω ω= Ou 1 2 2 2 1 1 O N O N ω ω = Observa-se que a interseção da tangente N1N2 é a linha de centro O1O2 é o ponto P, e: 1 1 2 2O N P O N P∆ ∆ Assim, a relação entre as velocidades angulares e a engrenagem de acionamento, ou relação de velocidades de um para de dentes em contato é: 1 2 2 1 O P O P ω ω = O ponto P é muito importante para a relação de velocidades e é chamado de ponto primitivo. Tal ponto divide a linha de centros e sua posição define a relação de velocidades entre dois dentes. Dessa forma, a expressão é a lei fundamental da ação do dente da engrenagem. 83 Relação de Velocidade Constante Para uma relação de velocidade constante, a posição de P deve permanecer imutável. Nesse caso, o movimento transmitido entre as duas engrenagens é equivalente ao movimento transmitido entre dois cilindros imaginários sem escorregamento dom raios R1 e R2 ou diâmetros D1 e D2. Assim têm-se dois círculos cujos centros estão em O1 e O2 e passam pelo ponto primitivo P. Esses dois círculos são chamados de circunferência primária, e a relação de velocidade é igual ao inverso da relação do diâmetro das circunferências primárias. Perfil Conjugado Para obter a esperada relação de velocidades, de dois pares de dentes, a linha normal de seus perfis deve passar através do correspondente ponto primitivo, que é definido pela razão de velocidade. Os dois perfis que satisfazem esse requerimento são chamados de perfis conjugados. Apesar das muitas formas de dentes que são possíveis, apenas duas satisfazem a lei fundamental, e essas são de uso geral: perfil cicloidal e evolvental. A evolvente possui vantagens importantes, são fáceis de confeccionar e a distância central entre um par de engrenagens evolventes pode variar sem mudar a relação de velocidade. Assim, uma tolerância estreita entre a posição dos eixos não é exigida, o que faz com que a curva conjugada mais usada seja a evolvental. Curva Evolvente Os seguintes exemplos são para engrenagens de dentes retos evolventes. Usa-se a palavra evolvente devido ao contorno da curva interna do dente de engrenagem. Engrenagens possuem muitos termos, parâmetros e princípios e um dos conceitos mais importantes é a relação de velocidade, que é a relação da velocidade de giro da engrenagem motora e a engrenagem movida. O número de dentes no exemplo mostrado na figura são 15 e 30 respectivamente. Se a engrenagem de 15 dentes é a motora e a engrenagem movida possui 30, a relação de velocidade é 2. 84 Geração da Curva Evolvente A curva mais utilizada para o perfil de dentes de engrenagens é a evolvente de um círculo. Essa curva é o caminho traçado por um ponto em uma linha a medida que a linha gira sem escorregamento na circunferência de um círculo. Também pode ser definido como o caminho traçado pelo fim de uma corda que originalmente envolve um círculo quando a corda é desenrolada do círculo. O círculo cuja evolvente é gerada é chamado de circunferência de base. Observe a figura a seguir: Fazendo a linha MN girar no sentido anti-horário da circunferência de um círculo sem deslizar, quando a linha alcança a posição M’N’, a tangente original A alcança a posição K, traçando a curva evolvente AK durante o movimento. A medida que o movimento continua, o ponto A irá traçar a curva evolvente AKC. Quanto menor for o diâmetro primitivo, mais acentuada será a evolvente. Quanto maior for o diâmetro primitivo, menos acentuada será a evolvente, até que, em uma engrenagem de diâmetro primitivo infinito (cremalheira) a evolvente será uma reta. Neste caso, o perfil do dente será trapezoidal, tendo como inclinação apenas o ângulo de pressão. 85 Imagine a cremalheira citada no item anterior como sendo uma ferramenta de corte que trabalha em plaina vertical, e que a cada golpe se desloca juntamente com a engrenagem a ser usinada (sempre mantendo a mesma distância do diâmetro primitivo). É por meio desse processocontínuo que é gerada, passo a passo, a evolvente. O ângulo de inclinação do perfil (ângulo de pressão) sempre é indicado nas ferramentas e deve ser o mesmo para o par de engrenagens que trabalham juntas. Propriedades da Curva Evolvente 1- A distância BK é igual ao arco AB, pois a linha MN rola sobre o círculo sem escorregar. 2- Para qualquer instante, o centro instantâneo do movimento da linha é o ponto tangente com o círculo. NOTE: não foi definido o termo centro instantâneo anteriormente. O centro instantâneo é definido de duas formas: i. Quando dois corpos possuem um movimento relativo plano, o centro instantâneo é um ponto sobre um dos corpos em que o outro gira no instante considerado; ii. Quando dois corpos possuem movimento relativo plano, o centro instantâneo é o ponto em que os corpos estão relativamente parados no instante considerado. 3- A normal em qualquer ponto de uma evolvente é a tangente à circunferência base, Devido a propriedade (2) da curva evolvente, o movimento do ponto que está traçando a evolvente é perpendicular a linha em qualquer instante, e assim a curva traçada também será perpendicular à linha em qualquer instante. 4- Não há curva evolvente junto ao círculo base. 86 Condição para o Correto Engrenamento A figura a seguir mostra o engrenamento de duas engrenagens com contato nos pontos K1 e K2. Para obter o engrenamento correto, a distância K1K2 na engrenagem 1 deve ser a mesma que a distância K1K2 na engrenagem 2. Como K1K2 em ambas engrenagens são iguais à base primitiva de suas engrenagens, têm-se: 1 2b bP P= Uma vez: 1 1 1 1 1 cos cosbP p P πα α= ⋅ = E 2 2 2 2 2 cos cosbP p P πα α= ⋅ = Assim: Para satisfazer tal equação, o par de engrenagens engrenadas deve satisfazer a seguinte condição: 1 2 1 2 P P α α = = 87 Trem de Engrenagens Comuns Trem de engrenagens consiste em duas ou mais engrenagens com o propósito de transmitir o movimento de um dos eixos para o outro. Um trem de engrenagem comum possui os eixos alinhados. Esses podem ser simples como mostra a figura (a) ou composta como a figura (b). Relação de Velocidade Sabe-se que a relação de velocidade de um par de engrenagens é a porção inversa dos diâmetros de suas circunferências primitivas, e o diâmetro da circunferência base igualado ao número de entes dividido pelo “diametral pitch” (P). Também sabe-se que é necessário pra o engrenamento que as engrenagens possuam o mesmo “diametral pitch”. Assim, tem-se que para a relação de velocidade de um par de engrenagens é dada pelo inverso de seu número de dentes. 88 1 2 2 1 N N ω ω = ; 32 3 2 N N ω ω = ; 3 4 4 3 N N ω ω = Combinando as equações de forma a fornecer a relação entre a primeira e última engrenagem: 2 3 41 4 4 1 2 3 1 N N N N N N N N ω ω = = NOTE: Existem duas formas de determinar o sentido de giro. A primeira é desenhar flechas para cada engrenagem. A segunda é multiplicar a enésima potência de “-1” à relação geral de velocidades onde “n” é o número de pares de contato externo (engrenagem com contato interno não muda o sentido de rotação). Assim no caso da figura anterior (b): ( )21 2 4 4 1 3 1 N N N N ω ω = − Trens de Engrenagens Planetários O conjunto epicicloidal ou planetário é formado por uma engrenagem central (planetário) instalada no mesmo eixo de uma coroa dentada interna, ao qual estão ligadas algumas engrenagens "satélites", que rodam em eixos de uma carcaça própria. Normalmente esta é soldada com um eixo coaxial ao do planetário. Esse grupo de engrenagens é muito utilizado em câmbios automáticos e alguns diferenciais para transmitir o movimento com diferentes relações de redução entre dois eixos coaxiais, mas sem inverter a direção de rotação. 89 Fonte: Shigley, 2005; Mabie e Ocvirk, 1980. Com esse movimento, uma engrenagem não só gira em torno de seu centro, como esse gira em torno de um outro. A figura a seguir mostra o arranjo que pode ser usado só ou como parte de um sistema mais complexo. A engrenagem 1 é chamada de solar e a 2 de planetária, ambas são ligadas por uma barra. Relação de velocidade A determinação da relação de velocidades de um trem planetário é ligeiramente mais complexa que um trem comum. Seguindo os seguintes processos: 1. Invertendo o mecanismo, imaginando a aplicação do movimento rotatório com uma velocidade angular bω do mecanismo. Fazendo a análise do movimento antes e depois da inversão com a tabela: Antes da Inversão (mecanismo original) Depois da Inversão (mecanismo imaginário) Barra (eixo móvel) bω 0b bω ω− = Estrutura (eixo fixo) 0 0 b bω ω− = − Sol 1ω 11 b bω ω ω− = 90 Planeta 2ω 22 b bω ω ω− = NOTE: que no mecanismo imaginário a barra permanece parada e funciona como uma estrutura, assim nenhum eixo das engrenagens se move e o mecanismo imaginário torna-se um trem de engrenagens comum. 2. Aplicando-se a equação da relação de velocidades de um trem comum para o mecanismo imaginário, tem-se: 1 2 2 1 b b N N ω ω = − Ou 1 2 2 1 b b N N ω ω ω ω − = − − EXEMPLO: Seja o sistema planetário da figura, determine o valor de bω . Dados 1 0ω = e 2 30ω = r.p.m.. Aplicando a equação da relação de velocidades para um trem planetário, têm-se: 1 2 2 1 b b N N ω ω ω ω − = − − 0 18 0,5 30 36 b b ω ω − = − = − − ( )0,5 30b bω ω− = − − 10bω = r.p.m. Principais Diferenças entre Engrenagem Dentada e Engrenagem Planetária Engrenagem dentada: • Baixa perda de fricção; • Estrutura simples; 91 • Velocidades diversas de transmissão para transmissões de múltiplas velocidades; • Dimensões mais longas Engrenagem planetária: • Dimensões curtas; • Alta transferência de potência; • Maior perda de fricção; • Montagem estrutural complexa; • Transmissão possível apenas em três etapas para múltiplas velocidades das caixas de transmissão. Principais Usos Diferenciais: Devido à diferença de raios de curva, as rodas externas do carro em uma curva, vão percorrer uma distância maior que as internas. Para que a força do motor seja distribuída com esta diferença de rotação às rodas motrizes, existe o diferencial. Cada semi-eixo motriz é ligado a uma engrenagem planetária, que por sua vez são interligadas por duas engrenagens satélites formando o conjunto diferencial. O motor gira todo este conjunto por uma coroa e um pinhão. Em linha reta o conjunto diferencial gira solidário e em curvas a diferença de rotação é absorvida pela movimentação dos satélites em relação às planetárias. Câmbio Automático: Em sua configuração clássica é formado por alguns grupos epicicloidais dispostos em série e alojados dentro de uma caixa de liga de alumínio. A entrada e a saída do 92 movimento ocorrem, portanto, ao longo do mesmo eixo. Entre o motor e o câmbio automático é colocado um conversor de torque, que substitui a embreagem tradicional e diminui o número de relações. O engate das marchas é obtido por meio de fricções multi disco comandado hidraulicamente e que, de acordo com a necessidade, agem sobre vários elementos de cada grupo epicicloidal. Estes podem tanto serem bloqueados como receber ou transmitir movimento – o funcionamento ocorre segundo as necessidades de rodagem. Nas construções mais modernas, os câmbios automáticos são controlados por central eletrônica. Caixa “Overdrive”: A caixa overdrivemais comum é de engrenagem epicicloidal, do mesmo tipo usado amplamente nas transmissões automáticas até hoje. A engrenagem epicicloidal compõe-se basicamente de uma coroa com dentes internos e uma engrenagem solar no centro, que transmite movimento para a coroa por meio de três engrenagens planetárias. No caso do overdrive, a coroa está ligada à saída da caixa e a engrenagem solar à árvore de transmissão (cardam). Dependendo do número de dentes da coroa e da engrenagem solar, produz-se uma multiplicação entre 20% e 40%. Um acionamento elétrico, por solenóide, engata e desengata o sistema, conforme o comando do motorista. O sistema incorpora ainda uma roda-livre, que funciona quando a função overdrive está ativada. Roda-livre, como se sabe, anula o freio-motor, permitindo ao veículo perder velocidade gradualmente enquanto o motor se encontra em marcha - lenta (o DKW-Vemag possuía tal dispositivo, mas nada tinha a ver com overdrive). Caixas de Direção: Características do Designe das Engrenagens Planetárias da Caixa de Direção: 1. Menos folga no movimento 2. Aumento de eficiência 3. Maior segurança 4. Maior longevidade de sistema 5. Operação macia 6. Menos esforço de retorno 7. Seis pontos de contato Caixa de direção planetária: diferença entre TELEFLEX x UFLEX x MORSE Elevadores de Carros: Os elevadores construídos com sistema de correia necessitam de constantes ajustes. O “elevacar” é o único com sistema de acionamento através de engrenagem planetária que além de reduzir o consumo de energia elétrica, alinha o motor com a coluna. 93 Análise de Tensões em Dentes de Engrenagens Engrenagens podem falhar basicamente por dois tipos de solicitação: a que ocorre no contato, devido à tensão normal, e a que ocorre no pé do dente, devido a flexão causada pela carga transmitida. A fadiga no pé do dente causa a quebra do dente, o que não é comum em conjuntos de transmissão bem projetados. Geralmente, a falha que ocorre primeiro é a por fadiga de contato. A figura a seguir, mostra um modelo por elementos finitos das tensões no contato. A parte que tende ao vermelho mostra as maiores tensões em magnitude (von Mises) e a parte em azul as menores. Esse modelo corresponde exatamente ao resultado obtido por outras técnicas, como a fotoelasticidade, e mostra as tensões que levam às falhas citadas. Modelagem Numérica das Tensões no Dentes de Engrenagens Cilíndricas de Dentes Retos 94 A próxima figura mostra duas engrenagens com falha por fadiga de contato. Esse tipo de falha pode ser avaliada pelo que convencionou-se chamar de critério de durabilidade superficial. A figura da esquerda mostra o estágio inicial da falha. Esses pequenos sulcos, chamados pites segundo nomenclatura brasileira recente, são formados na região próximo a linha primitiva do dente, que é definida pelo diâmetro primitivo. Surgem nessa região porque a velocidade de deslizamento entre os dentes anula-se no ponto primitivo. Será verdade? Novamente, será necessário um pouco de imaginação, para que não seja necessária a comprovação analítica. Suponha que, na figura anterior, as engrenagens estejam trabalhando com o pinhão (superior) movendo a coroa, da esquerda para a direita, lentamente. Quando os dentes entram em contato, é fácil notar que existe uma compressão na direção radial devido ao deslizamento. Quando os dentes estão deixando o contato, a tensão se inverte e passa a tração na direção radial. Como os elementos são rígidos, existe um pequeno deslizamento entre as superfícies dos dentes, tanto na entrada quanto na saída dos dentes em contato. Com existe a inversão no sentido do deslizamento, existe um ponto no qual esse deslizamento será zero e isso ocorre quando o contato é na linha primitiva. Já que o lubrificante depende do movimento relativo entre as superfícies para atuar (efeito elasto-hidrodinâmico), nessa região a separação dos elementos em contato não é adequada. Por isso, os pites ocorrem ao longo dessa linha. A figura a seguir, mostra ainda o mesmo tipo de falha após a progressão. Nesse caso, a falha de fadiga por contato aumenta de tamanho e partes maiores são arrancadas da superfície. O termo em inglês para o que ocorre é “spalling”, cuja melhor tradução para o português é cavitação, o que não descreve adequadamente o fenômeno. Falha por Fadiga de Contato em Dentes de Engrenagens Cilíndricas de Dentes Retos Forças Transmitidas no Engrenamento A primeira definição necessária ao projeto de um sistema de redução é a carga que se deseja transmitir. Essa definição permite estimar a potência necessária para a fonte (motor, turbina, ...) e, em muitos casos, a própria fonte. Surgem então as questões básicas de projeto, tais como: Dada a rotação de entrada e saída do redutor, quantos pares de engrenagens devo usar? Definido o número de pares, qual a relação de redução devo utilizar em cada par? Engrenagens cilíndricas de dentes retos normalmente são empregadas com relações de redução de até 3 por par. É sempre importante lembrar que a potência dissipada pelo atrito 95 aumenta proporcionalmente ao número de pares em contato em uma redução. O calor gerado dessa perda deve ser retirado do sistema, sob pena de que um aumento significativo na temperatura comprometa o lubrificante e causa falhas prematuras. A potência a ser transmitida é a força tangencial Ft vezes a velocidade V na mesma direção, ou o torque T vezes a rotação w. Assim, como a potência e a velocidade são dados de entrada dos problemas comuns de projeto, é necessário primeiro obter a força tangencial e depois a força total no contato. A figura 10 mostra as forças agindo em um dente. A força no contato F é a razão entre a força tangencial e o co-seno do ângulo de pressão. A força Fr é o produto entre a força Ft e a tangente do ângulo de pressão. As forças estão mostradas no centro do dente apenas para ilustração do modelo utilizado para a avaliação da flexão no pé do dente. Também estão mostradas num ponto próximo à cabeça com a mesma finalidade. Esquema de forças em Engrenagens Cilíndricas de Dentes Retos Que resumidamente: 96 Aproveitando o tema, resumidamente as forças nos outros tipos de engrenagens são: Tensões de Flexão no Pé do Dente As tensões no pé do dente podem ser de tração ou compressão. Das figuras anteriores, nota- se que para a força aplicada, a tensão será de tração no filete da direita e de compressão no da esquerda. Para engrenagens trabalhando em um só sentido, um dos lados do dente estará sempre em tração quando os dentes estiverem em contato. O outro lado estará sempre em compressão. Quando o sentido de trabalho é invertido, a tensão de flexão também muda de sinal. Em engrenagens intermediárias ou loucas, que transmitem potência entre outras engrenagens, os dentes sofrem tração e compressão em cada rotação do elemento. O modelo atual para avaliação das tensões no pé do dente baseia-se nos estudos de Lewis (1892), que propôs um modelo simplificado considerando a carga aplicada na ponta do dente, com distribuição uniforme na largura do denteado, sem concentração de tensões, desprezando a carga radial e as forças de deslizamento. Em sua equação para o cálculo das tensões, Lewis propôs um modelo baseado num fator de forma Y, posteriormente batizado com o seu nome e é dado por: 97 Com base na proposição de Lewis, a Associação Americana de Fabricantes de Engrenagens (AGMA),
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