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Anatomia Básica Renata de Mattos Duarte 1ª E di çã o DIREÇÃO SUPERIOR Chanceler Joaquim de Oliveira Reitora Marlene Salgado de Oliveira Presidente da Mantenedora Wellington Salgado de Oliveira Pró-Reitor de Planejamento e Finanças Wellington Salgado de Oliveira Pró-Reitor de Organização e Desenvolvimento Jefferson Salgado de Oliveira Pró-Reitor Administrativo Wallace Salgado de Oliveira Pró-Reitora Acadêmica Jaina dos Santos Mello Ferreira Pró-Reitor de Extensão Manuel de Souza Esteves DEPARTAMENTO DE ENSINO A DISTÂNCIA Gerência Nacional do EAD Bruno Mello Ferreira Gestor Acadêmico Diogo Pereira da Silva FICHA TÉCNICA Texto: Renata Mattos Duarte Revisão Ortográfica: Marcus Vinicius da Silva e Rafael Dias de Carvalho Projeto Gráfico: Andreza Nacif, Antonia Machado, Eduardo Bordoni, Fabrício Ramos, Marcos Antonio Lima da Silva e Ruan Carlos Vieira Fausto Editoração: Dynamo Ideias e Tecnologia Supervisão de Materiais Instrucionais: Antonia Machado Ilustração: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos Capa: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos COORDENAÇÃO GERAL: Departamento de Ensino a Distância Rua Marechal Deodoro 217, Centro, Niterói, RJ, CEP 24020-420 www.universo.edu.br Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universo – Campus Niterói. Bibliotecária responsável: Ana Marta Toledo Piza Viana - CRB 7/2224 D812a Duarte, Renata de Mattos. Anatomia básica / Renata de Mattos Duarte ; revisão Rafael Dias de Carvalho Moraes. – Niterói, RJ: EAD/UNIVERSO, 2014. 147 p. : il. 1. Anatomia. 2. Corpo Humano. 3. Ensino à distância. I. Moraes, Rafael Dias de Carvalho. II. Título CDD 611 Informamos que é de única exlcusiva responsabilidade do autor a originalidade desta obra, não se responsabilizando a ASOEC pelo conteúdo do texto formulado. © Departamento de Ensino à Distancia - Universidade Salgado de Oliveira Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, arquivada ou transmitida de nenhuma forma ou por nenhum meio sem permissão expressa e por escrito da Associação Salgado de Oliveira de Educação e Cultura, mantenedora da Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO). 3 Anatomia Básica Palavra da Reitora Acompanhando as necessidades de um mundo cada vez mais complexo, exigente e necessitado de aprendizagem contínua, a Universidade Salgado de Oliveira (UNI- VERSO) apresenta a UNIVERSOEAD, que reúne os diferentes segmentos do ensino a distância na universidade. Nosso programa foi desenvolvido segundo as diretrizes do MEC e baseado em experiências do gênero bem-sucedidas mundialmente. São inúmeras as vantagens de se estudar a distância e somente por meio dessa modalidade de ensino são sanadas as dificuldades de tempo e espaço presentes nos dias de hoje. O aluno tem a possibilidade de administrar seu próprio tempo e gerenciar seu estudo de acordo com sua disponibilidade, tornando-se responsável pela própria aprendizagem. O ensino a distância complementa os estudos presenciais à medida que permite que alunos e professores, fisicamente distanciados, possam estar a todo o momento, liga- dos por ferramentas de interação presentes na Internet através de nossa plataforma. Além disso, nosso material didático foi desenvolvido por professores especializados nessa modalidade de ensino, em que a clareza e objetividade são fundamentais para a perfeita compreensão dos conteúdos. A UNIVERSO tem uma história de sucesso no que diz respeito à educação a dis- tância. Nossa experiência nos remete ao final da década de 80, com o bem-su- cedido projeto Novo Saber. Hoje, oferece uma estrutura em constante processo de atualização, ampliando as possibilidades de acesso a cursos de atualização, graduação ou pós-graduação. Reafirmando seu compromisso com a excelência no ensino e compartilhando as novas tendências em educação, a UNIVERSO convida seu alunado a conhecer o pro- grama e usufruir das vantagens que o estudar a distância proporciona. Seja bem-vindo à UNIVERSOEAD! Professora Marlene Salgado de Oliveira Reitora. 4 Anatomia Básica Apresentação da Disciplina ..................................................................................................... Plano da Disciplina ..................................................................................................................... Unidade 1 | Introdução ao estudo da Anatomia Humana ........................................... Unidade 2 | Sistema Nervoso ................................................................................................ Unidade 3 | Sistema Cardiorrespiratório ............................................................................. Unidade 4 | Sistema Digestório ............................................................................................ Unidade 5 | Sistema Urogenital ............................................................................................ Unidade 6 | Sistema Regulador (Endócrino e Tegumentar)l ................................. Considerações Finais .................................................................................................................. Conhecendo o Autor a ................................................................................................................ Referências .................................................................................................................................... Anexos ........................................................................................................................................... Sumário 05 06 11 33 55 75 95 121 140 141 142 143 5 Anatomia Básica Apresentação da Disciplina Caro aluno, Seja bem-vindo à disciplina de Anatomia Básica. O estudo da Anatomia Humana é fundamental para a formação de profissionais que atuam na área das ciências biológicas. A partir da compreensão de como é constituído o corpo humano, pode-se construir novos saberes para melhor entender o seu funcionamento, bem como as suas relações intrínsecas e extrínsecas. Desde os primeiros estudos acerca da anatomia humana, as estruturas anatômicas não sofreram grandes alterações. Entretanto, o conhecimento sobre elas é dinâmico, baseado no trabalho de pesquisa permanente que se moderniza por meio de novas tecnologias, a fim de aprofundar e ampliar os conceitos acerca do corpo humano. A partir das análises propostas por esta disciplina, o aluno perceberá que os conhecimentos sobre anatomia ocorrem de maneira gradual. São muitos termos novos, alguns exclusivos para o estudo na área das ciências biológicas. Por isso, é necessário se aprofundar aos poucos, em níveis sucessivos de conhecimento, adequando o aprendizado às necessidades da sua realidade acadêmica e profissional. Acredita-se que este será o pontapé inicial para o constante estudo sobre o corpo humano. Estaremos à disposição para contribuir, facilitando o processo de ensino- aprendizagem, tornando-o cada vez mais dinâmico e prazeroso. Bons Estudos. 6 Anatomia Básica Plano da Disciplina Cada vez mais, as ciências da área biológica trazem informações que visam melhorar a qualidade de vida das pessoas. Este resultado decorre de vários conhecimentos, sobretudo acerca do aprimoramento das condições de saúde e também sobre os mecanismos que regem a vida. A anatomia humana é a ciência que estuda a forma e a estrutura do corpo humano e de suas partes. Sua compreensão fornecerá condições para entender melhor o homem e suas relações. O objetivo da disciplina é conhecer as estruturas anatômicas dos sistemas locomotor, nervoso, cardiorrespiratório, digestório, urogenital regulador (endócrino e tegumentar), bem como suas localizações, suas funções e suas relações no corpo humano. A disciplina foi dividida em seis unidades, que se encontram subdividida em tópicos, a fim de facilitar a compreensãodos conteúdos. A seguir são apresentadas as unidades com os respectivos objetivos. Unidade 1 – Introdução ao estudo da Anatomia Humana Nessa primeira unidade serão abordados alguns conceitos básicos sobre Anatomia Humana e sobre o Sistema locomotor. Objetivos da unidade: • Conhecer os principais termos utilizados na nomina anatômica; • Identificar as principais características das estruturas ósseas, articulares e musculares do corpo humano; Anatomia Básica 7 • Correlacionar estruturas anatômicas às suas principais funções; • Descrever as estruturas anatômicas; • Contribuir para o desenvolvimento de novos conhecimentos acerca da anatomia humana. Unidade 2 – Sistema Nervoso Nessa segunda unidade serão abordadas generalidades sobre o Sistema Nervoso, essenciais para uma compreensão objetiva e básica sobre sua anatomia. Objetivos da unidade: • Conhecer as estruturas anatômicas do Sistema Nervoso; • Identificar as características anatômicas e funcionais das estruturas nervosas; • Localizar e posicionar as estruturas nervosas no corpo humano; • Descrever o sistema nervoso e suas estruturas. Unidade 3 – Sistema Cardiorrespiratório Na terceira unidade, serão tratados os conhecimentos acerca das estruturas anatômicas que compõem os sistemas cardiovascular e respiratório. Objetivos da unidade: • Descrever a organização básica do sistema circulatório; • Identificar, nomear e descrever as estruturas anatômicas do coração; • Elencar as etapas do ciclo cardíaco; • Diferenciar os tipos de vasos sanguíneos; Anatomia Básica 8 • Conhecer o Sistema Linfático e suas estruturas, bem como suas funções; • Descrever o trato respiratório; • Explicar a relação entre a anatomia e a função respiratória. Unidade 4 – Sistema Digestório Nessa unidade serão explorados os conhecimentos anatômicos e funcionais do sistema digestório. Objetivos da unidade: • Descrever os componentes do canal alimentar e os órgãos a ele anexos; • Enumerar e explicar os eventos do processo digestório; • Correlacionar as estruturas anatômicas e suas funções durante o processo digestório. Unidade 5 – Sistema Urogenital Na unidade cinco serão tratados conhecimentos anatômicos acerca dos Sistemas Urinário, Reprodutor Feminino e Reprodutor Masculino. Objetivos da unidade: •Descrev er as estruturas anatômicas dos Sistemas Urinário, Reprodutor Feminino e Reprodutor Masculino; • Identificar as estruturas anatômicas internas do rim, bem como suas funções; •Descr ever o trato urinário; • Conhecer e descrever os componentes anatômicos internos e externos dos Sistemas Reprodutor Feminino e Reprodutor Masculino, bem como suas respectivas funções. Anatomia Básica 9 Unidade 6 – Sistema Regulador (Endócrino e Tegumentar) Na unidade seis serão estudados os componentes dos Sistemas Endócrino e Tegumentar. Objetivos da unidade: • Identificar e localizar as glândulas endócrinas; • Descrever as glândulas endócrinas e explicar suas funções; • Descrever a pele e seus anexos; • Enunciar as funções da pele e de seus anexos. 1 Introdução ao estudo de anatomia humana Considerações gerais sobre anatomia humana. Divisão do corpo e posição anatômica. Nômina anatômica. Sistema Locomotor – Sistemas esquelético, articular e muscular: características gerais e específicas. Anatomia Básica 12 Caro aluno, Iniciam-se aqui os estudos de Anatomia Humana, importante disciplina para a formação de um alicerce sólido na construção da sua carreira nas ciências biológicas. Ao término deste curso, espera-se que você tenha apreendido as informações de maneira a oportunizar a construção de novos conhecimentos a fim de desenvolver- se na área biológica. Nessa primeira unidade, serão abordados conceitos básicos sobre Anatomia Humana e sobre o Sistema locomotor. Objetivos da Unidade: • Conhecer os principais termos utilizados na nomina anatômica; • Identificar as principais características das estruturas ósseas, articulares e musculares do corpo humano; • Correlacionar estruturas anatômicas às suas principais funções; • Descrever as estruturas anatômicas; • Contribuir para o desenvolvimento de novos conhecimentos acerca da anatomia humana. Plano da Unidade: • Considerações gerais sobre anatomia humana. • Divisão do corpo e posição anatômica. • Nômina anatômica. • Sistema Locomotor – Sistemas esquelético, articular e muscular: características gerais e específicas. Bons Estudos! renata Realce Anatomia Básica 13 Anatomia é uma palavra de origem grega que significa cortar ou dissecar. O estudo da anatomia é parte da morfologia que estuda macroscopicamente a constituição dos seres organizados. A anatomia humana é uma ciência descritiva. A utilização de termos anatômicos específicos é essencial para prevenir confusão. Há uma nomenclatura internacional baseada no latim. Esta lista de termos é conhecida como nomina anatômica que constitui a terminologia oficial. Ao nomear uma estrutura, utilizam-se termos que tragam informação ou descrição acerca da mesma. Seguindo este princípio, foram abolidos epônimos (nomes de pessoas para designar algo). Os termos indicam forma, posição, trajeto, inter-relação, função. Entretanto, alguns nomes se mantiveram, pois foram consagrados pelo uso. O corpo humano é dividido em cabeça, pescoço, tronco e membros. O tronco pode ser subdividido em tórax, abdome e pelve. Os membros apresentam-se dois superiormente e dois inferiormente. O membro superior é segmentado em braço, antebraço e mão. Já no membro inferior distinguem-se coxa, perna e pé. Considerações gerais sobre anatomia humana Divisão do corpo e posição anatômica 14 Anatomia Básica O estudo de anatomia humana tem por base a posição anatômica. Esta posição é representada a seguir na Figura 1 e descrita com o indivíduo em posição ereta, apresentando a face voltada para frente e com o olhar ao horizonte. Os membros superiores encontram-se estendidos, junto ao tronco e com as palmas voltadas para frente. Os membros inferiores encontram-se estendidos, unidos e com as pontas dos dedos dos pés voltadas para frente. Figura 1 - Posição anatômica. Fonte: DANGELO, J. G. & FATTINI, C. A. Anatomia humana sistêmica e segmentar. 3ª ed. SP: Ed. Atheneu, 2007, p. 9. Posição anatômica Anatomia Básica 15 Na posição anatômica, o corpo é delimitado por planos tangenciais à sua superfície. As intersecções destes planos determinam um paralelepípedo (Figura 2), cujas faces denominam-se como plano: Anterior = tangencia o corpo desde face até a ponta dos dedos dos pés; Posterior = tangencia o corpo da nuca até o calcanhar; Superior = tangencia o topo da cabeça; Inferior = tangencia a planta; Lateral = tangencia o corpo lateralmente à direita e a esquerda. Além dos planos tangenciais, o corpo é atravessado longitudinalmente, exatamente no seu centro pela Linha Mediana. Tomando por base a posição anatômica, os planos tangenciais e a linha mediana, designam-se termos específicos na nomina anatômica para descrever a anatomia do corpo humano. Por exemplo, ao estudar o tronco observa-se que o tórax é o segmento localizado superiormente, enquanto que o abdome é o segmento inferior. No abdome situam-se na face anterior os músculos abdominais e na parte posterior as vértebras lombares. Na cabeça encontra-se na face lateral a orelha e medialmente a ela localiza-se o olho. Os termos superior e inferior são usados no eixo do corpo, ou seja cabeça, pescoço e tronco. Nos membros estes termos são substituídos por proximal, quando a estrutura do membro localiza-se próxima do tronco e por distal, quando a estrutura do membro apresenta-se distante do tronco. Por exemplo, o braço é o segmento proximal do membro superior, enquanto que a mão é o segmento distal. Figura 2 - Indivíduo em posição anatômica den- tro do paralelepípedo. Fonte: DANGELO, J. G. & FATTINI, C. A. Anatomia humana sistêmica e segmentar. 3ª ed. SP: Ed. Atheneu, 2007,p. 10. Anatomia Básica 16 Planos de secção: Para o estudo da anatomia humana, o corpo é dividido em partes utilizando-se planos de secção, demonstrados na Figura 3. Estes planos são paralelos aos planos tangenciais, dividindo as partes do corpo da seguinte forma: Plano Frontal = divide o corpo em uma parte anterior e outra posterior; Plano Sagital = divide o corpo em uma parte direita e outra esquerda; Plano Transversal ou Horizontal = divide o corpo em uma parte superior e outra inferior. Figura 3 - Planos de secção: frontal, sagital e transversal. Fonte: DANGELO, J. G. & FATTINI, C. A. Anatomia humana sistêmica e segmentar. 3ª ed. SP: Ed. Atheneu, 2007, p. 11. Anatomia Básica 17 Cada plano de secção é atravessado perpendicularmente por uma linha denominada de Eixo de Movimento. Como elencado na tabela a seguir. Sistema locomotor Sistema Esquelético: O esqueleto é o conjunto de 206 ossos articulados para formar o arcabouço do corpo e desempenhar funções. Estes ossos encontram-se agrupados em duas categorias principais que distinguem o esqueleto axial e o esqueleto apendicular. O esqueleto axial constitui o eixo do corpo. É formado pelos ossos da cabeça, do pescoço e do tronco. O esqueleto apendicular conecta-se ao tronco, contendo os ossos dos membros superiores e inferiores. Como observado na Figura 4. O tecido ósseo é composto por dois tipos de substâncias ósseas: a compacta e a esponjosa. A substância compacta não possui espaços livres interpostos às lamínulas ósseas, ocupa a camada externa do osso, apresentando-se densa e rija. Anatomia Básica 18 A substância esponjosa encontra-se na camada interna do osso. Suas lamínulas ósseas arranjam-se na forma de trabéculas ósseas permitindo a presença de espaços entre si. Este arranjo confere aspecto poroso à substância esponjosa, cujos espaços são preenchidos pela medula óssea. Este padrão de disposição das trabéculas favorece a resistência às forças de tensão exercidas sobre o osso. A disposição das substâncias compacta e esponjosa pode variar no mesmo osso e também entre os ossos que compõem o esqueleto, como demonstrado a seguir na Figura 5. Figura 4 – Esqueleto. Adaptada de imagens disponíveis em: <http://commons.wikimedia. org/wiki/File:Human_skeleton_front_en.svg> e <http://commons.wikimedia.org/wiki/ File:Human_skeleton_back_en.svg>. Acesso em: 25/08/2014 às 17h30. Anatomia Básica 19 Os ossos são revestidos por tecido conjuntivo denominado periósteo, exceto nas superfícies articulares. O periósteo possui dois folhetos: um superficial que se apresenta inervado e outro profundo, altamente vascularizado. Isto propicia melhor fornecimento de nutrientes, favorecendo o seu desenvolvimento e reparo. Os ossos podem ser classificados de acordo com a sua forma, com a predominância de uma de suas dimensões (comprimento, largura ou espessura) e com as suas especificidades (Figuras 6 e 7). Assim, podem ser: Longo: apresenta o comprimento consideravelmente maior do que a largura e a espessura. São exemplos os ossos Fêmur, Rádio ou Tíbia. Curto: possui equivalência entre as três dimensões. Os ossos do carpo e do tarso são exemplos típicos. Plano: tem superfície ampla, entretanto não são espessos. Os ossos do crânio como o Parietal ou o Frontal exemplificam esta categoria de classificação. Figura 5 – Estrutura óssea. Adaptada de imagem disponível em: <http://commons.wikimedia. org/wiki/File:Bone_structure.jpg>. Acesso em 25/08/2014 às 17h30. Anatomia Básica 20 Irregular: apresenta formatos variados com morfologia complexa não correspondente a formas conhecidas. São exemplos as vértebras e o osso Temporal. Pneumático: possui cavidade aerífera no seu interior. Estas cavidades denominam-se seios. Este tipo de osso é encontrado na face, são eles: Frontal, Maxila, Temporal, Etmoide e Esfenoide. Sesamoide: desenvolve-se no interior de tendões ou de cápsula articular. O osso Patela é exemplo típico. Figura 6 – Ossos longo, curto, plano, irregular, pneumático e sesamóide. Adaptada de ima- gens disponíveis em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Sobo_1909_139.png>, <http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Sobo_1909_130.png>, <http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Sobo_1909_40.png>, <http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Sobo_1909_11.png>, <http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Skull_-_midsaggital_section_P.2005.jpg>, <http:// commons.wikimedia.org/wiki/File:Sobo_1909_222.png>. Acesso em: 26/08/2014 às 10:35h. Anatomia Básica 21 Sistema Articular Articulação é a conexão entre ossos. Esta união coloca os ossos em contato, permitindo mobilidade. Entretanto, as articulações ocorrem de maneiras diferentes, conferindo maior ou menor movimentação. Embora apresentem variações, podem-se classificar as articulações em três categorias: fibrosas, cartilaginosas e sinoviais, levando em conta a natureza do elemento que se interpõe as extremidades articulares. As articulações fibrosas caracterizam-se pela presença de tecido conjuntivo fibroso interposto as peças que se unem. Sua mobilidade é extremamente reduzida. Nesta categoria há dois tipos de articulações, como se observa na Figura 7. Nesta subdivisão considera-se a quantidade de tecido fibroso interposto. Portanto, denomina-se sindesmose, quando existe grande quantidade de tecido fibroso entre as superfícies de contato articular, como, por exemplo, a articulação tibiofibular localizada na perna. Intitula-se sutura quando há pouco tecido fibroso entre os ossos articulados, como na sutura coronal situada na cabeça. Figura 7 – Articulações fibrosas. Adaptada de imagens disponíveis em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Sobo_1909_223.png> e <http://commons.wikime- dia.org/wiki/File:Sobo_1909_46.png>. Acesso em: 26/08/2014 às 12h55. renata Realce Anatomia Básica 22 As articulações cartilaginosas ocorrem pela interposição de cartilagem entre os ossos, como se observa na Figura 8. A mobilidade nestas articulações é reduzida. Quando há cartilagem do tipo hialina, designa-se como sincondrose. A articulação esternocostal situada no tórax exemplifica esta categoria. Entretanto, quando há fibrocartilagem entre as estruturas articulares classifica-se a articulação como sínfise. A articulação chamada de sínfise púbica que ocorre na pelve é exemplo deste tipo de articulação. As articulações sinoviais são caracterizadas pela presença do líquido sinovial entre as extremidades de contato articular. Isto favorece o deslizamento entre as superfícies articulares, permitindo maior mobilidade. Neste tipo de articulação, o principal meio de união entre os ossos é a cápsula articular, tecido fibroso denso, localizado externamente, que delimita a cavidade articular. Na camada interna da cápsula encontra-se a membrana sinovial, tecido altamente vascularizado e inervado, responsável pela produção do líquido sinovial. Este líquido apresenta-se viscoso, minimizando o atrito entre as estruturas articulares. As extremidades articulares nas articulações sinoviais são revestidas por cartilagem articular, observado na Figura 9. Em virtude deste revestimento, estas superfícies são lisas e esbranquiçadas por serem avasculares. Quando lubrificadas pelo líquido sinovial permitem maior amplitude de movimento nestas articulações. renata Realce Realce renata Realce victor.narciso Typewritten Text Figura 8 Articulações cartilaginosas victor.narciso Typewritten Text victor.narciso Realce Anatomia Básica 23 As articulações sinoviais não são tão estáveis quanto aos outros tipos de articulação garantindo maior mobilidade. Entretanto, há a presença de estruturas fibrosas denominadas ligamentos que podem ser capsulares, extracapsulares ou mesmo intra-articulares, para limitar a amplitude de movimento articular. Algumas articulações sinoviais apresentam, também, estruturas fibrocartilaginosas chamadas meniscos e discos com a função de melhorara congruência articular e também de amortecer impactos. Os meniscos possuem a forma semilunar, sendo encontrados na articulação do joelho. Os discos situam-se no interior de articulações como a temporomandibular (ATM), esternoclavicular e punho. As articulações sinoviais são subdivididas de acordo com o formato das superfícies articulares e com o número de eixos de movimento que permitem. A seguir observa-se a classificação destas articulações na Tabela 2. Figura 9 – Articulações cartilaginosas. Adaptada de imagens disponíveis em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Sobo_1909_34.png>, <http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Sobo_1909_181.png> e <http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Human-Skeleton.jpg>. Acesso em: 26/08/2014 às 16h18. renata Realce victor.narciso Typewritten Text Anatomia Básica 24 Na Figura 9 observam-se exemplos de articulações plana, gínglimo e trocoidea, respectivamente. Figura 10– Articulações sinoviais plana, gínglimo e trocóidea. Adaptada de imagens disponíveis em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Sobo_1909_34.png>. Acesso em: 26/08/2014 às 16h18. <http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Sobo_1909_196.png>. Acesso em: 27/08/2014 às 10h. <http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Grant_1962_58.png>. Acesso em: 27/08/2014 às 11h. renata Realce renata Realce Anatomia Básica 25 A seguir, na Figura 11 são exemplificados os tipos de articulações sinoviais selar, elipsoide e condilar. A Figura 12 mostra os exemplos de articulação esferoide. Figura 11 – Articulações sinoviais selar, elipsoide e condilar. Adaptada de imagens disponíveis em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Bones_in_Hand.jpg>. Acesso em: 27/08/2014 às 11h25. <http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Sobo_1909_40.png>. Acesso em: 26/08/2014 às 10h35. Figura 12 – Articulações esferoides. Adaptada de imagens disponíveis em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Human-Skeleton.jpg> e <http://commons.wikimedia. org/wiki/File:Figure_1._Basic_anatomy_of_the_hip_joint.png>. Acesso em: 27/08/2014 às 12h02. renata Realce renata Realce Anatomia Básica 26 Sistema Muscular Músculo é envolto por tecido conjuntivo denominado epimísio. Constitui-se por feixes musculares delimitados por bainha conjuntiva chamada perimísio. Estes feixes são formados pelo agrupamento de fibras musculares envolvidas por delgado tecido conjuntivo nomeado endomísio (Figura 13). Estas fibras são especializadas em realizar contração e relaxamento. Os músculos podem apresentar fibras lisas ou estriadas, como se observa na Figura 12. As fibras lisas são encontradas nas vísceras. Já as estriadas são subdivididas em cardíaca, encontrada no coração e em esquelética, fixada aos ossos. Figura 13 – Tipos de fibra muscular. Adaptada de imagens disponíveis em: < http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Arm_muscles_front_deep.png>, <http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Sobo_1906_373.png> e <http://commons.wikimedia. org/wiki/File:Sobo_1906_518.png>. Acesso em: 27/08/2014 às 14h35. Anatomia Básica 27 Os músculos esqueléticos (Figura 14) apresentam nas suas extremidades os tendões. Estas estruturas são muito resistentes e caracterizadas pelo aspecto esbranquiçado e brilhante. Sua função é fixar o músculo ao osso para produzir os movimentos corporais. A parte média dos músculos esqueléticos é denominada ventre muscular. Apresenta-se na cor vermelha por ser altamente vascularizada e composta principalmente por fibras musculares. O ventre muscular é a parte contrátil do músculo esquelético. Figura 14 – Estrutura do músculo esquelético. Adaptada de imagem disponível em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Skeletal_muscle.png>. Acesso em: 27/08/2014 às 12h38. renata Realce renata Realce Anatomia Básica 28 Leitura Complementar: Aprofunde seus conhecimentos sobre os assuntos abordados nesta unidade lendo: TWIETMEYER, T. A. & McCRACKEN, T. Sistema Esquelético. In: Manual de anatomia para colorir. 3. ed. Rio de Janeiro: Ed. Guanabara Koogan, 2006. Cap. 1, p. 1-36. ______________. Sistema Articular. In: Manual de anatomia para colorir. 3. ed. Rio de Janeiro: Ed. Guanabara Koogan, 2006. Cap. 2, p. 37-52. ______________. Sistema Muscular. In: Manual de anatomia para colorir. 3. ed. Rio de Janeiro: Ed. Guanabara Koogan, 2006. Cap. 3, p. 53-94. Nesta obra o autor descreve os conceitos acerca dos assuntos mencionados unidade estudada e também dispõem de imagens para colorir, como exercício de fixação do conteúdo. Finaliza-se a primeira unidade de estudo. Agora você pode descrever o corpo humano e o sistema locomotor por meio da nômina utilizada internacionalmente. Na próxima unidade será objeto de estudo o sistema nervoso, com suas características anatômicas e funcionais. É HORA DE SE AVALIAR! Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino- aprendizagem. Anatomia Básica 29 Exercícios da Unidade 1 1. Qual dos planos listados a seguir divide o corpo em partes superior e inferior? a) Frontal. b) Sagital. c) Transversal. d) Anterior. e) Posterior. 2. Observe a afirmativa e marque a alternativa que preenche corretamente a lacuna. O osso Frontal, situado na cabeça, é classificado como ______, pois apresenta no seu interior cavidade aerífera. a) Longo. b) Sesamoide. c) Pneumático. d) Curto. e) Irregular. Anatomia Básica 30 3. As articulações sinoviais são caracterizadas pela presença do líquido sinovial. Marque a alternativa que representa corretamente a estrutura anatômica responsável pela sua produção. a) Cápsula articular. b) Membrana sinovial. c) Ligamento. d) Cartilagem articular. e) Menisco. 4. Os músculos do corpo podem ser compostos por fibras lisas ou por fibras estriadas. Onde pode ser encontrado o músculo estriado? a) Intestino delgado. b) Útero. c) Vesícula biliar. d) Coração. e) Artéria. 5. Cite a classificação anatômica das articulações do corpo, justificando sua resposta. Anatomia Básica 31 6. Descreva o músculo esquelético. Anatomia Básica 33 Objetivos: Conhecer as ligações químicas, identificar os vários tipos de substâncias químicas e e aprender como funciona as reações químicas. Unidade 3 – Conceitos de Solução e Cinética Química. Em nossa terceira unidade, veremos o que é uma Solução, suas concentrações e o uso desses conceitos no nosso cotidiano, veremos ainda a velocidade das reações química e o que fazer para acelerar ou retardar a sua ocorrência. Objetivo: Entender o que é uma Solução e suas concentrações. Aprender a Calcular a velocidade de uma reação química. Unidade 4 – Termoquímica e Equilíbrio químico Nesta unidade, estudaremos o calor liberado ou absorvido nas reações químicas compreenderemos porque alguns alimentos são chamados de calóricos e outros não, veremos ainda que várias reações ocorrem em dois sentidos mantendo certo equilíbrio e estudaremos o que é pH e como este termo está tão presente em nosso dia a dia. Objetivo: Identificar conceitos como: entalpia, caloria e Ph. Unidade 5 – Eletroquímica e seus fenômenos. Nesta unidade, estudaremos a energia elétrica liberada em certas reações químicas e o seu aproveitamento, veremos ainda o que é corrosão e as maneiras de evitar e seus malefícios. Objetivo: Entender o que a oxi-redução, compreender o que é uma pilha, aprender o que é corrosão e como evitá-la. 2Sistema Nervoso Composição do tecido nervoso. Divisão do sistema nervoso. Características anatômicas e funcionais das estruturas nervosas Anatomia Básica 34 Nesta segunda unidade, serão abordadas generalidades sobre o Sistema Nervoso, essenciais para uma compreensão objetiva e básica sobre sua anatomia. Objetivos da unidade: • Conhecer as estruturas anatômicas do Sistema Nervoso; • Identificar as características anatômicas e funcionais das estruturas nervosas;• Localizar e posicionar as estruturas nervosas no corpo humano; • Descrever o sistema nervoso e suas estruturas. Plano da unidade: • Composição do tecido nervoso. • Divisão do sistema nervoso. • Características anatômicas e funcionais das estruturas nervosas: Meninges e Líquor; Medula espinhal; Nervos espinhais e cranianos; Tronco encefálico; Cerebelo; Diencéfalo; Cérebro. Bons Estudos. 35 Anatomia Básica Tecido nervoso O tecido nervoso é constituído por dois tipos de células: neurônio e neuróglia. O neurônio é responsável por receber, processar e enviar informações. É célula altamente especializada, entretanto, após o nascimento perde a capacidade de se reproduzir. A neuróglia situa-se nos espaços entre os neurônios a fim de sustentar, revestir, isolar, modular a atividade neuronal e defender. Esta célula conserva a propriedade reprodutiva. Os neurônios são células amplamente excitáveis, que utilizam as modificações do potencial elétrico de sua membrana para propagar as informações. A maioria dos neurônios apresenta três regiões especializadas: corpo celular, dendrito e axônio, esquematizado a seguir na Figura 15. Sistema Nervoso Figura 15 – Esquema do neurônio. Fonte: http://www.infoescola.com/, acessado em 16/08/2014 às 17:45 h. Anatomia Básica 36 O corpo celular possui o núcleo e o citoplasma com as organelas citoplasmáticas. Os dendritos são geralmente curtos e ramificados, servindo como receptores de estímulos, traduzindo-os em alterações do potencial de repouso da membrana. A maioria dos neurônios apresenta um axônio longo e delgado, envolvido, parcialmente, por bainha de mielina. O axônio é especializado em gerar e conduzir o potencial de ação ou impulso nervoso. A bainha de mielina é rica em lipídios e proteínas, apresentando-se como isolante o que permite maior velocidade na condução do impulso nervoso. A parte do axônio que não é revestida pela bainha de mielina é chamada de nodo de Ranvier, local onde ocorre a alteração do potencial de ação da membrana. Portanto, a condução do impulso nervoso é saltatória e veloz. No estudo macroscópico do sistema nervoso é possível distinguir dois tipos de substâncias a branca e a cinzenta. Em geral, a substância branca é caracterizada pela presença de mielina, enquanto que a substância cinzenta não apresenta mielina. Divisão do Sistema Nervoso: O Sistema Nervoso pode ser dividido de acordo com a anatomia ou por critérios funcionais, entretanto, estas partes relacionam-se intimamente do ponto de vista morfológico e funcional. A divisão anatômica do Sistema Nervoso, esquematizada na Tabela 3, separa a parte localizada no esqueleto axial denominada Sistema Nervoso Central do segmento situado fora deste arcabouço chamado de Sistema Nervoso Periférico. O Sistema Nervoso Central é subdividido em Encéfalo, parte situada no interior do crânio e em Medula Espinhal, alojada no canal vertebral. No Encéfalo distingue-se o Cérebro, o Cerebelo e o Tronco Encefálico. O Sistema Nervoso Periférico é constituído por Nervos Cranianos, ligados ao Encéfalo, por Nervos Espinhais, unidos à Medula Espinhal, além de gânglios e terminações nervosas. Anatomia Básica 37 O Sistema Nervoso é divido funcionalmente, como mostrado a seguir na Tabela 4, em Sistema Nervoso Somático ou da vida de relação e em Sistema Nervoso Visceral ou da vida vegetativa. O Sistema Nervoso Somático relaciona o organismo com o meio ambiente por meio de duas vias. A via aferente é composta por fibras sensitivas que conduz aos centros nervosos impulsos originados em receptores periféricos. A via eferente é formada por fibras motoras que levam aos músculos esqueléticos o comando dos centros nervosos, resultando em movimentos voluntários. O Sistema Nervoso Visceral atua sobre as estruturas viscerais. Também apresenta duas vias. A via aferente conduz os impulsos originados nos visceroreceptores aos centros nervosos. A via eferente leva os impulsos dos centros nervosos até as vísceras, atuando sobre glândulas, músculos lisos ou músculos cardíacos. O componente eferente do Sistema Nervoso Visceral é denominado Sistema Nervoso Autônomo, encontrando-se subdividido em Simpático e Parassimpático. Anatomia Básica 38 Meninges e Líquor Meninges são membranas fibrosas que envolvem o Sistema Nervoso Central, como ilustra a Figura 16. A Dura-máter é a mais superficial, espessa e resistente, apresentando-se rica em fibras colágenas e também possui vasos e nervos. A Aracnoide é muito delicada, justaposta à Dura-máter, da qual se encontra separada pelo espaço subdural. A Pia-máter é a mais interna das meninges, relacionando-se intimamente com a superfície do Sistema Nervoso Central. Entre a Pia-máter e a Aracnoide há o espaço subaracnoideo que contém o Líquor. O Líquor caracteriza-se por ser aquoso, incolor e inodoro. É produzido pelo Plexo Corioide no interior dos ventrículos situados no Encéfalo. O volume de Líquor no espaço subaracnóideo é de 100 a 150 cm3, renovados totalmente a cada oito horas. Atua na proteção mecânica e biológica do Sistema Nervoso Central. Figura 16 – Meninges. Adaptada de imagens disponíveis em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Sobo_1909_681.png>, <http://commons. wikimedia.org/wiki/File:Sobo_1909_37.png> e <http://commons.wikimedia.org/wiki/ File:Gray769-pt.svg>. Acesso em 08/09/2014 às 11h35. Anatomia Básica 39 Medula Espinhal Medula Espinhal é a parte do Sistema Nervoso Central alojado no interior do canal vertebral. No adulto mede aproximadamente 45 cm, relacionando-se superiormente com o bulbo, ao nível do forame magno do osso occipital. O limite inferior situa- se próximo à 2ª vértebra lombar (L2). A Medula Espinhal termina inferiormente afilando-se em uma região denominada Cone Medular. Apresenta formato cilíndrico, porém levemente achatada antero-posteriormente, como se observa na Figura 17. Seu calibre não é uniforme, destacando-se duas intumescências cervical e lombar, de onde partem as raízes nervosas para formar o plexo braquial e o plexo lombossacral destinados a inervação dos membros superiores e inferiores, respectivamente. Figura 17 – Medula Espinhal. Adaptada de imagem disponível em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Sobo_1909_611.png>. Acesso em 08/09/2014 às 10h50. Anatomia Básica 40 A substância cinzenta na Medula Espinhal se distribui na parte central, se apresentado em forma de H. No centro há o canal central da medula ou canal do epêndima. A substância branca situa-se perifericamente, sendo composta principalmente por fibras mielínicas (Figura 18). Os 31 pares de nervos espinhais são constituídos, cada um, por duas raízes conectadas à substância cinzenta da Medula Espinhal. A raiz ventral ou anterior do nervo espinhal é formada por fibras motoras e a raiz dorsal ou posterior por fibras sensitivas, caracterizando o nervo espinhal (Figura 19) funcionalmente como misto. Figura 18 - Distribuição das substâncias branca e cinzenta na Medula Espinhal. Adaptada de imagem disponível em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Gray666. png>. Acesso em 08/09/2014 às 11h10. Figura 19 – Nervo espinhal. Adaptada de imagem disponível em: <http://commons. wikimedia.org/wiki/File:Sobo_1909_612. png>. Acesso em 08/09/2014 às 11h55. Anatomia Básica 41 Tronco Encefálico: O Tronco Encefálico encontra-se no interior do crânio, anteriormente ao cerebelo, entre a Medula Espinhal e o Diencéfalo (Figura 20). Pode ser dividido em três partes: Bulbo, Ponte e Mesencéfalo. O Bulbo é a parte inferior do Tronco Encefálico. Apresenta a forma de cone, cujo limite inferior com a Medula Espinhal é o forame magno do osso occipital e o limite superior com a Ponte é o sulco bulbopontino. Na sua superfície anterior observa-se a fissura mediana anterior. De cada lado da fissura há projeção alongada denominada Pirâmide. Lateralmente as pirâmides localizam-seas Olivas (Figura 21). Internamente, a substância cinzenta do Bulbo é composta por núcleos de nervos cranianos e pelos centros respiratório, vasomotor e do vômito. Figura 20 – Tronco Encefálico. Adaptada de imagem disponível em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Sobo_1909_624.png>. Acesso em 08/09/2014 às 12h10. Anatomia Básica 42 A Ponte situa-se entre o Bulbo e o Mesencéfalo (Figura 21), anteriormente ao cerebelo. O sulco basilar percorre longitudinalmente a face anterior da Ponte e aloja a artéria basilar. A substância cinzenta apresenta núcleos dos nervos cranianos. O Mesencéfalo localiza-se na parte superior do Tronco Encefálico, entre a Ponte e o Diencéfalo (Figura 22). Na superfície posterior encontram-se quatro eminências arredondadas chamadas colículos. Os colículos superiores relacionam-se à visão e os colículos inferiores à audição. Sua substância cinzenta possui núcleos de nervos cranianos. Ele é atravessado pelo aqueduto cerebral, canal que une o 3º ao 4º ventrículos. Figura 21 – Bulbo e Ponte. Adaptada de imagem disponível em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Sobo_1909_647.png>. Acesso em 08/09/2014 às 12h50. Anatomia Básica 43 Nervos Cranianos: Os 12 pares de Nervos Cranianos fazem conexão com o Encéfalo, como observa-se na Figura 23. A maior parte se liga ao Tronco Encefálico, exceto os nervos olfatório (I) e óptico (II), que relacionam com o cérebro e com o diencéfalo, respectivamente. Os nervos cranianos apresentam maior complexidade funcional se comparados aos nervos espinhais e serão elencados a seguir. Par I - Nervo Olfatório: é formado exclusivamente por fibras sensitivas que conduzem impulsos olfatórios classificados como aferentes viscerais especiais. Figura 22 – Mesencéfalo. Adaptada de imagem disponível em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Sobo_1909_661.png>. Acesso em 08/09/2014 às 12h45. Anatomia Básica 44 Par II – Nervo Óptico: é constituído exclusivamente por fibras sensitivas que conduzem impulsos visuais classificados como aferentes somáticos especiais. Par III – Nervo Oculomotor: é formado por fibras motoras que penetram na órbita, distribuindo-se aos músculos extrínsecos do bulbo ocular. Suas fibras são classifi- cadas como eferentes somáticas. Além disso, este nervo possui fibras responsáveis pela inervação pré-ganglionar dos músculos intrínsecos do bulbo ocular. Estas fibras são classificadas como eferentes viscerais gerais. Par IV – Nervo Troclear: é composto por fibras motoras classificadas como eferen- tes somáticas, responsáveis pela inervação do músculo extrínseco do bulbo ocular denominado oblíquo superior. Par V – Nervo Trigêmeo: é um nervo misto, pois possui uma raiz sensitiva e ou- tra motora. Entretanto, seu componente sensitivo é maior, sendo responsável pela sensibilidade geral de grande parte da cabeça. As fibras sensitivas são classificadas como aferentes somáticas gerais. A raiz motora inerva os músculos mastigadores e são classificadas como fibras eferentes viscerais especiais. Par VI – Nervo Abducente: é formado por fibras motoras classificadas como eferen- tes somáticas, responsáveis pela inervação do músculo extrínseco do bulbo ocular chamado reto lateral. Par VII – Nervo Facial: apresenta uma raiz motora, considerada como o nervo facial propriamente dito. Esta raiz apresenta fibras classificadas como eferentes viscerais especiais, responsáveis pela inervação dos músculos faciais. A outra raiz é sensiti- va e visceral, possui fibras classificadas como aferentes viscerais especiais, aferentes viscerais gerais e aferentes somáticas gerais, chamada de nervo intermédio. A raiz sensitiva se une ao VIII par (n. vestíbulo-coclear). Anatomia Básica 45 Par VIII – Nervo Vestíbulo-coclear: é exclusivamente constituído por fibras sensitivas classificadas como aferentes somáticas especiais. Apresenta duas partes. A parte vestibular conduzem impulsos nervosos relacionados ao equi- líbrio. A parte coclear é composta por fibras que conduzem impulsos nervo- sos relacionados à audição. Par IX – Nervo Glossofaríngeo: é um nervo misto inervando a língua e a faringe. Suas fibras sensitivas são classificadas como aferentes viscerais gerais. A parte motora é composta por fibras eferentes viscerais gerais que inervam a glândula Parótida. Par X – Nervo Vago: considerado o maior dos nervos cranianos, pois emerge do crânio pelo forame jugular, percorre o pescoço e o tórax, terminando no ab- dome. É misto e essencialmente visceral, inervando a faringe e a laringe, além de participar dos plexos que inervam as vísceras torácicas e abdominais. Suas fibras são classificadas como aferentes viscerais gerais, eferentes viscerais gerais e eferentes viscerais especiais. Par XI – Nervo Acessório: é formado por uma raiz craniana que se une ao nervo vago e distribui-se com ele. Esta raiz é formada por fibras eferentes viscerais espe- ciais e eferentes viscerais gerais. A raiz espinhal tem trajeto próprio, dirigindo-se aos músculos trapézio e esternocleidomastóideo, sendo composta por fibras efe- rentes viscerais especiais. Par XII – Nervo Hipoglosso: é exclusivamente motor, sendo responsável pala inervação dos músculos intrínsecos e extrínsecos da língua. Suas fibras são con- sideradas eferentes somáticas. Anatomia Básica 46 Figura 23 – Nervos cranianos. Adaptada de imagens disponíveis em: <http://commons.wikimedia.org> Anatomia Básica 47 Cerebelo O Cerebelo encontra-se situado posteriormente ao Bulbo e a Ponte. Atua principalmente nas funções de equilíbrio e coordenação motora. Apresenta uma porção ímpar e mediana chamada Vérmis. Lateralmente localizam-se os hemisférios cerebelares direito e esquerdo. Na sua superfície há sulcos predo- minantemente transversais, delimitando as folhas cerebelares. Existem tam- bém sulcos profundos que separam os lóbulos. A seguir, a Figura 24 apresenta a anatomia do Cerebelo. Figura 24 – Cerebelo. Adaptada de imagens disponíveis em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Sobo_1909_653.png> e <http://commons. wikimedia.org/wiki/File:Sobo_1909_655.png>. Acesso em 09/09/2014 às 11h00. Anatomia Básica 48 No centro do Cerebelo encontra-se a substância branca denominada corpo medular que é revestida externamente pelo córtex cerebelar constituído por substância cinzenta. Diencéfalo Ao Diencéfalo pertencem o tálamo, hipotálamo, subtálamo e epitálamo. Todos se relacionam ao 3º ventrículo, como observado na Figura 25. O Tálamo compreende duas massas ovoides dispostas látero-posteriormente no diencéfalo. É constituído basicamente por substância cinzenta, na qual se distinguem vários núcleos. As principais funções do Tálamo relacionam-se com a sensibilidade, Figura 25 – Cerebelo e Diencéfalo. Adaptada de imagens disponíveis em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Sobo_1909_648.png>. Acesso em 09/09/2014 às 11h08. Anatomia Básica 49 com a motricidade, com o comportamento emocional e com a ativação do córtex. O Hipotálamo situa-se inferiormente ao Tálamo. Compreende pequena dimensão, entretanto desempenha importantes funções relacionadas ao controle de atividades viscerais. Pertencem ao Hipotálamo os corpos mamilares, quiasma óptico, túber cinéreo e infundíbulo. O túber cinéreo prede-se a glândula hipófise por meio do infundíbulo. As funções do Hipotálamo são numerosas e importantes, quase todas relacionadas com a manutenção do meio interno para o funcionamento adequado dos órgãos. Para isto, o Hipotálamo atua como regulador do Sistema Nervoso Autônomo e o Sistema Endócrino, além de controlar processos que incluem fome, sede e sexo. O Subtálamo é uma pequena área localizada na transição com o mesencéfalo. Nele encontra-se o núcleo subtalâmico que desempenha papel importante na regulação da motricidade somática. O Epitálamo forma o limite posterior do 3º ventrículo e contém formações endócrinas e não endócrinas. A formaçãoendócrina mais importante é a glândula pineal que tem ação inibidora sobre as gônadas e nos ritmos circadianos. A maior parte das formações não endócrinas do Epitálamo pertence ao Sistema Límbico, relacionado fundamentalmente a regulação das emoções e do sistema nervoso autônomo. Cérebro O Cérebro compreende dois hemisférios cerebrais, direito e esquerdo. Sua superfície externa é formada por substância cinzenta, o Córtex Cerebral apresenta relevo caracterizado pela presença de giros e sulcos. Os hemisférios são separados parcialmente pela fissura longitudinal, cujo assoalho é composto por fibras comissurais que forma o Corpo Caloso, principal meio de união entre os hemisférios. No interior dos hemisférios há cavidades, os Ventrículos Laterais direito e esquerdo, ligados ao 3º Ventrículo pelos forames interventriculares. Anatomia Básica 50 Cada hemisfério apresenta-se dividido, por meio dos sulcos, em lobos cerebrais que são nomeados de acordo com a sua relação com os ossos do crânio. Assim, identificam-se os lobos: Frontal, Parietal, Temporal e Occipital. Além destes, existe um quinto lobo situado profundamente ao sulco lateral, denominado Ínsula. A Figura 26 ilustra as informações sobre esta parte do Encéfalo. Figura 26 – Cérebro. Adaptada de imagens disponíveis em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Sobo_1909_626.png> e <http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Sobo_1909_633.png>. Acesso em 09/09/2014 às 11h22. Anatomia Básica 51 Leitura Complementar: Aprofunde seus conhecimentos sobre os assuntos abordados nesta unidade lendo o livro: MACHADO, A. Neuroanatomia Funcional. 2. ed. São Paulo: Ed. Atheneu, 2006. Na próxima unidade será estudado o sistema cardiorrespiratório. É HORA DE SE AVALIAR! Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino- aprendizagem. Anatomia Básica 52 Exercícios da Unidade 2 1. Leia atentamente as afirmativas e marque apenas a CORRETA: a) A Dura-máter é a meninge mais interna, cobrindo toda a superfície do tecido nervoso. b) Os nervos cranianos são todos mistos, pois apresentam as raízes sensitiva e motora. c) O centro respiratório localiza-se no Bulbo, parte inferior do Tronco Encefálico. d) O IV ventrículo é delimitado pelas porções do Diencéfalo. e) Os hemisférios cerebrais são unidos por meio da fissura longitudinal. 2. O Tronco Encefálico é parte importante do Encéfalo, pois atua sobre atividades vitais. Na sua anatomia destacam-se alguns acidentes anatômicos. Qual é o canal que atravessa o Mesencéfalo, ligando o ventrículo III ao IV? a) Aqueduto Cerebral. b) Canal do Epêndima. c) Plexo Corioide. d) Espaço Subaracnóideo. e) Espaço Subdural. Anatomia Básica 53 3. A glândula Hipófise aloja-se no interior da cabeça e relaciona-se com parte do Encéfalo. Qual é a parte do Encéfalo ligada a esta glândula por meio da estrutura anatômica chamada Infundíbulo? a) Tálamo. b) Hipotálamo. c) Subtálamo. d) Epitálamo. e) Mesencéfalo. 4. A Medula Espinhal localiza-se no interior do canal vertebral. Nesta região do Sistema Nervoso Central observa-se a interligação com os nervos espinhais que compõem o Sistema Nervoso Periférico. Em duas partes distintas, a Medula Espinhal apresenta diâmetro maior, de onde são formados os plexos nervosos responsáveis pela inervação dos membros. Quais os nomes destas duas partes? a) Intumescência Cervical e Intumescência Lombossacral. b) Protuberância Cervical e Protuberância Lombar. c) Proeminência Braquial e Proeminência Lombossacral. d) Intumescência Braquial e Intumescência Lombar. e) Processo braquial e processo Lombar. Anatomia Básica 54 5. Descreva a anatomia externa do Cérebro. 6. Explique a importância da presença do Líquor para o Sistema Nervoso Central. 3SistemaCardiorrespiratório Conceito de Sistema Circulatório Coração Circulação Sanguínea Vasos Sanguíneos Sistema Linfático Trato Respiratório Anatomia Básica 56 Nesta terceira unidade serão tratados os conhecimentos acerca das estruturas anatômicas que compõem os sistemas cardiovascular e respiratório. Objetivos da unidade: • Descrever a organização básica do sistema circulatório; • Identificar, nomear e descrever as estruturas anatômicas do coração; • Elencar as etapas do ciclo cardíaco; • Diferenciar os tipos de vasos sanguíneos; • Conhecer o Sistema Linfático e suas estruturas, bem como suas funções; • Descrever o trato respiratório; • Explicar a relação entre a anatomia e a função respiratória. Plano da unidade: • Conceito de Sistema Circulatório. • Coração. • Circulação Sanguínea. • Vasos Sanguíneos. • Sistema Linfático. • Trato Respiratório. Bons Estudos. 57 Anatomia Básica Sistema Circulatório Conceito O Sistema Circulatório abrange dois tipos de transporte: o sanguíneo e o linfático. A parte conhecida como Sistema Cardiovascular inclui o coração e os vasos sanguí- neos em um sistema fechado a fim de transportar o sangue para todo o corpo. Já o Sistema Linfático é constituído por vasos e órgãos linfáticos que se relacionam ao Sistema Cardiovascular e à imunidade. Coração O Coração é o principal órgão do sistema circulatório, essencialmente muscular, exercendo papel de bomba contrátil-propulsora. Ocupa o Mediastino, espaço torá- cico colocado entre os pulmões, anteriormente a coluna vertebral, posteriormente ao osso esterno e superiormente ao músculo diafragma. Este órgão apresenta-se com a forma de pirâmide e dispõe-se obliquamente, cujo ápice localiza-se inferior e lateral para a esquerda e a base situa-se superior e medial. Externamente identificam-se três faces: esternocostal situada anteriormente, dia- fragmática localizada inferiormente e pulmonar posicionada posteriormente. O Coração encontra-se envolvido pelo Pericárdio, membrana fibrosserosa que o se- parando dos outros órgãos do mediastino. Sendo considerado como órgão oco, pos- sui parede compreendida por três camadas. A camada externa que o reveste é sero- sa e denomina-se Epicárdio. A camada média é constituída pelo músculo cardíaco, o Miocárdio. Internamente o coração é forrado por endotélio, chamado Endocárdio. Como observado na Figura 27. Anatomia Básica 58 Internamente a cavidade cardíaca é dividida por três septos em quatro câmaras. O Septo Atrioventricular divide o coração em partes superior e inferior. A parte supe- rior é separada em duas câmaras: os Átrios Direito e Esquerdo pelo Septo Interatrial. A parte inferior é dividida nos Ventrículos Direito e Esquerdo por meio do Septo In- terventricular. O Septo Atrioventricular possui duas aberturas denominadas Óstios atrioven- triculares um direito e outro esquerdo que servem para comunicar Átrio e Ven- trículo homolaterais. Estes óstios são providos de valvas atrioventriculares que permitem a passagem do sangue apenas no sentido do átrio para o ventrículo, conforme a Figura 28. Figura 27 – Localização do Coração envolvido por Pericárdio. Adaptada de imagem dis- ponível em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Sobo_1906_451.png>. Acesso 23/09/2014 às 16h58. Anatomia Básica 59 A valva é constituída por tecido conjun- tivo denso revestido pelo endocárdio e apresenta subdivisões chamadas de válvulas ou cúspides. Do lado direito a valva atrioventricular possui três válvu- las, sendo denominada Valva Tricúspide. A valva atrioventricular esquerda apre- senta duas válvulas e é conhecida como Valva Mitral. Durante a contração dos ventrículos, a tensão aumenta consideravelmente. Para evitar a eversão das valvas e conse- quente refluxo sanguíneo para os átrios, dentro dos ventrículos há a presença de Músculos Papilares. Estes músculos são projeções do miocárdio nas paredes in- ternas dos ventrículos que se fixam nas valvas por meio das Cordas Tendíneas. Assim, quando ocorre a contração ven- tricular, os músculos papilarestambém se contraem tracionando as valvas no sentido contrário ao da pressão sanguí- nea. As câmaras cardíacas se comunicam com vasos sanguíneos conhecidos como Vasos da Base do Coração (Figura 29). No Átrio Direito desembocam a Veia Cava Superior e a Veia Cava Inferior. No Figura 28 – Valvas cardíacas na vista supe- rior. Fonte: NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 2ª ed. New Jersey: East Hanover, 2000, p. 210. Anatomia Básica 60 Átrio Esquerdo chegam quatro Veias Pulmonares. Do Ventrículo Direito sai o Tronco Pulmonar que após um curto trajeto se bifurca nas Artérias Pulmonares Direita e Esquerda. Do Ventrículo Esquerdo sai a Artéria Aorta. Ao nível dos orifícios de comunicação entre o ventrículo e a respectiva artéria encon- tra-se um dispositivo valvar para evitar o retorno do sangue para as câmaras cardía- cas. Cada uma das valvas é formada por três válvulas semilunares, lâminas de tecido conjuntivo revestidas por endotélio com a forma de bolso. Do lado direito situa-se a Valva Pulmonar e do lado esquerdo encontra-se a Valva Aórtica. O Coração é irrigado por duas Artérias Coronárias direita e esquerda. A drenagem cardíaca ocorre principalmente pelo Seio Coronário, tronco curto e calibroso que desemboca no átrio direito. Figura 29 – Esquema do Coração e seus Vasos da Base. Adaptada de imagem disponível em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Anatomy_Heart_Portuguese_Tiesworks. png>. Acesso 24/09/2014 às 10h47. Anatomia Básica 61 Para realizar o trabalho cardíaco, o Coração possui um complexo estimulante, sis- tema capaz de estimular rapidamente as células do miocárdio e esquematizado na Figura 30. O Nó Sinoatrial, considerado o marca-passo cardíaco, consiste de fibras musculares especializadas e circundadas por fibras nervosas autônomas. Este nó localiza-se na parte superior do átrio direito, próximo a entrada da Veia Cava Supe- rior. A partir do Nó Sinoatrial, o estímulo é propagado aos átrios direito e esquerdo. E chegam ao Nó Atrioventricular por feixes internodais. O Nó Atrioventricular é outro grupo de células especializadas de onde partem das fibras de Purkinje. Estas fibras se reúnem no Fascículo Atrioventricular que seguem a margem do septo interventricular por um curto trajeto até se dividirem em Ramos Direito e Esquerdo, responsáveis pela distribuição dos estímulos às células muscula- res dos respectivos ventrículos. Figura 30 – Complexo Estimulante do Coração. Adaptada de imagem disponível em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Bundleofhis.png>. Acesso 24/09/2014 às 12h27. Anatomia Básica 62 Circulação Sanguínea O transporte de sangue pelos vasos por meio da contração do Coração, é conhecido como circulação sanguínea. Pode-se dividir a circulação em duas partes, entretanto, estas ocorrem simultaneamente. Na Pequena Circulação ou Circulação Pulmonar o ventrículo direito se contrai para expulsar o sangue venoso, que se direciona aos capilares dos pulmões através do Tronco Pulmonar. Nos pulmões processa-se a hematose, ou seja, a troca de CO2 por O2. O sangue oxigenado ou arterial é conduzido dos pulmões ao átrio esquerdo do coração por quatro Veias Pulmonares. Durante a Grande Circulação ou Circulação Sistêmica, o sangue arterial que chega ao átrio esquerdo passa para o ventrículo esquerdo. Quando há contração deste ven- trículo, o sangue é impulsionado para a Artéria Aorta que, após sucessivas ramifica- ções, distribui o sangue nutritivo para os tecidos do organismo. Nas redes capilares dos tecidos corporais ocorre hematose. O sangue carregado de resíduos e de CO2 retorna ao Coração por várias veias que se unem para formar a Veia Cava Superior e a Veia Cava Inferior. O sangue venoso é lançado no átrio di- reito por estas veias e segue para o ventrí- culo direito. Figura 31 – Circulação sanguinea. Fonte: YOCOCHI, C.; ROHEN, J. W. & WEINREB, E. L. Atlas fo- tográfico de anatomia del cuerpo humano.3ª ed. SP: Interamaricana – McGraw Hill, 1989, p.60. Anatomia Básica 63 Vasos sanguíneos As artérias são vasos cilíndricos, elásticos que recebem o sangue oriundo do coração. Podem apresentar diversos calibres como grande, médio, pequeno e também arte- ríolas. A maior parte das artérias localiza-se no plano profundo, próximo aos ossos, e na face de flexão das articulações. As veias são vasos cuja forma varia com a quantidade de sangue que transpor- ta. Quando cheias de sangue apresentam-se cilíndricas e quando pouco cheias ou até mesmo vazias tornam-se achatadas. Como conduzem o sangue da pe- riferia para o coração, possuem válvulas no seu interior. Podem apresentar vá- rios calibres como as artérias: grande, médio, pequeno e vênulas. O número de veias é maior do que o de artérias. Situam-se nos planos superficial e profundo. Os capilares são vasos microscópicos, interpostos entre artérias e veias. Neles ocor- rem as trocas entre o sangue e os tecidos. Sistema Linfático O Sistema Linfático inicia-se em fundo cego, no espaço intersticial. Este sistema auxilia a drenagem dos tecidos. Moléculas do líquido tecidual de grande tama- nho que não passam para os capilares são recolhidas por vasos linfáticos. Estes vasos conduzem a linfa para troncos linfáticos de maior calibre que se unem a veias de médio ou de grande calibre onde a linfa é lançada. Os vasos linfáticos são abundantes e possuem válvulas que asseguram o fluxo único da periferia para o centro do corpo. O maior tronco linfático denomina-se Ducto Torácico, e geralmente desemboca na interseção entre a veia Jugular interna com a veia Subclávia, à esquerda. Não se encontra vasos linfáticos no sistema nervoso cen- Anatomia Básica 64 tral, na medula óssea, nos músculos esqueléticos, exceto no tecido conjuntivo que o reveste, e em estruturas avasculares. Os vasos linfáticos associam-se aos Linfonodos. O linfonodo típico apresenta-se ovoide, revestido com uma cápsula fibrosa. Estas estruturas anatômicas locali- zam-se no trajeto dos vasos linfáticos e atuam como barreira contra a penetração de micro-organismos, toxinas ou substâncias estranhas ao organismo na corren- te sanguínea. Portanto, atuam na defesa do organismo produzindo linfócitos. O Baço é um órgão do Sistema Linfático (Figura 32), localizado do lado es- querdo da cavidade abdo- minal, na porção superior, relacionando-se com a 9ª, 10ª e 11ª costelas. Este órgão retira da circulação sanguínea as hemácias e plaquetas que perderam seu período se vida útil, produz bilirrubina, parti- cipa na hematopoiese. O Timo é outro órgão lin- fático situado anterior- mente à traqueia, como se observa na Figura 33. O Timo desenvolve-se após o nascimento até a puberdade, desempenhando papel fundamental na infância com a produção de linfócitos. A seguir regride sendo grande parte do seu tecido substituído por tecido adiposo e conjuntivo fibroso. Figura 32 – Baço. Adaptada de imagem dis- ponível em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/ File:Sobo_1906_393.png>. Acesso 24/09/2014 às 12h34. Anatomia Básica 65 Sistema Respiratório A respiração é fundamental para a vida. No ser humano, o sangue é o veículo que conduz gases entre as células e o meio ambiente. Pode-se dividir o sistema respiratório em duas partes: condutora e respiratória. Da primeira pertencem os órgãos tubulares que levam e trazem o ar até a segunda por- ção respiratória, representada pelo pulmão. O nariz externo situa-se medialmente na face, apresentando-se na forma de pirâmide. Na sua base, encontram-se duas aberturas denominadas de narinas que comunicam o meio externo com a cavidade nasal. Esta cavidade é dividida em metades direita e esquerda por meio do septo nasal. O septo nasal é formado anteriormente pela carti- lagem nasal, posteriormente é ósseo, constituído pela lâmina perpendicular do osso etmoide e também pelo osso vômer. Como se observa na Figura 34 a seguir. Figura 33 – Timo. Adaptada de imagemdisponível em: <http://commons.wikimedia. org/wiki/File:Sobo_1906_451.png>. Acesso 24/09/2014 às 12h44. Anatomia Básica 66 Toda cavidade nasal é revestida por mucosa nasal, caracterizada pela cor avermelhada, por ser altamente vascu- larizada, e por sua umidade, pois é res- ponsável pela produção de muco. Esta secreção é viscosa, propriedade que fa- vorece a limpeza do ar inspirado. A cavidade nasal apresenta projeções como lâminas ósseas recurvadas co- nhecidas como conchas nasais (Figura 34) que delimitam espaços chamados de meatos nasais. Este relevo é revestido pela mucosa, aumentado a sua superfí- cie de contato com o ar inspirado. Assim, o ar é condicionado, sendo umedecido e regulado a sua temperatura para que seja mais bem aproveitado nos pulmões. A cavidade nasal também recebe termi- nações nervosas do nervo olfatório, sendo um dos órgãos dos sentidos. O ar inspirado segue em direção a Fa- ringe, tubo muscular relacionado a dois sistemas: respiratório e digestório, como se observa na Figura 35. Localiza-se pos- teriormente a cavidade nasal, a cavidade oral e também a Laringe. Devido a sua posição pode-se dividi-la em três partes: nasofaringe, orofaringe e laringofaringe. Figura 34 – Septo nasal e conchas nasais. Adaptada de imagens disponíveis em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/ File:Sobo_1906_421.png>, <http://commons. wikimedia.org/wiki/File:Sobo_1906_422. png> e <http://commons.wikimedia.org/ wiki/File:Sobo_1909_545.png>. Acesso 24/09/2014 às 12h59. Anatomia Básica 67 A Laringe é o tubo que segue a faringe no trato respiratório. Situa- -se na região anterior do pescoço, medialmente. Além de via aérea, também atua na fonação. Externa- mente este tubo possui um esque- leto cartilaginoso (Figura 36). Ante- riormente encontra-se a maior das cartilagens, a tireoidea. Inferior- mente a esta cartilagem localiza-se a cartilagem cricoidea. Na parede posterior da laringe situam-se duas cartilagens com a forma de peque- na pirâmide chamada cartilagem aritenoidea. A cartilagem epiglóti- ca é ímpar e mediana, com aspecto de folha. Localiza-se posteriormente a raiz da língua e a cartilagem tireoidea. Seu movimento fecha o adito da laringe durante a deglutição. Figura 36 – Cartilagens da Laringe. Adaptada de imagens disponíveis em: <http://com- mons.wikimedia.org/wiki/File:Sobo_1906_433.png> e <http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Sobo_1906_434.png>. Acesso 24/09/2014 às Figura 35 – Faringe e Laringe. Adaptada de imagem disponível em: <http://commons. wikimedia.org/wiki/File:Sobo_1906_328.png>. Acesso 24/09/2014 às 13h05. Anatomia Básica 68 A superfície interna da Laringe apresenta uma fenda anteroposterior, delimitada por dois pares de pregas (Figura 35). O par superior formado pelas pregas vestibulares e o par inferior pelas pregas vocais. A Glote abrange as pregas e os processos vocais. O espaço entre eles denomina-se rima da glote. O trato respiratório continua-se com a Traqueia, estrutura cilíndrica constituída anteriormente por anéis cartilaginosos incompletos, sobrepostos e unidos por li- gamento anular. A parede posterior é formada por musculatura lisa, o músculo tra- queal. Este tubo inicia-se no pescoço e segue inferiormente ao mediastino, onde sofre um desvio para a direita, antes da sua bifurcação nos brônquios principais. Os brônquios principais direito e esquerdo conduzem o ar para os respectivos pul- mões. Cada brônquio sofre sucessivas divisões originando os brônquios lombares, que por sua vez também se dividem em brônquios segmentares. Estes Também se dividem em bronquíolos antes de terminarem nos alvéolos. A estas ramificações brônquicas que ocorrem dentro dos pulmões denomina-se árvore brônquica. A Figura 37 ilustra as vias aéreas inferiores. Figura 37 – Traqueia, brônquios, bronquío- los e alvéolos. Fonte: NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 2ª ed. New Jersey: East Hanover, 2000, p. 190, 191 e 192. Anatomia Básica 69 Os pulmões são os principais órgãos da respiração, localizados no mediastino, junto ao coração. Apresentam forma de cone cujo ápice é superior, a base inferior e três faces: costal, medial e diafragmática. Eles se subdividem em lobos, sendo três no pulmão direito e dois no pulmão esquerdo. No pulmão direito, os lobos superior, médio e inferior são separados por fendas pro- fundas, chamadas de fissuras oblíqua e horizontal. No pulmão esquerdo há apenas a fissura oblíqua separando os lobos superior e inferior. Entretanto, na parte inferior do lobo superior do pulmão esquerdo forma-se um prolongamento denominado língula. Internamente os pulmões são subdivididos em segmentos broncopulmonares. Cada pulmão possui envoltório seroso completamente fechado chamado Pleura, que apresenta dois folhetos. O folheto Pulmonar é interno e reveste a superfície do pulmão. O folheto Parietal recobre a parede interna da cavidade torácica. En- tre os folhetos há o espaço pleural contendo líquido pleural que permite desli- zamento entre si durante os movimentos respiratórios. A pressão dentro deste espaço é subatmosférica, importante para a mecânica respiratória, pois cai du- rante a inspiração para a entrada do ar. A Figura 38 demonstra a anatomia dos pulmões e da pleura. Figura 38 – Pulmões e Pleura. Adaptada de imagens disponíveis em: <http://commons. wikimedia.org/wiki/File:Asbestos_effect.jpg>. Acesso 24/09/2014 às 17h14. Anatomia Básica 70 Leitura Complementar: Aprofunde seus conhecimentos sobre os assuntos abordados nesta unidade lendo o livro: DANGELO, J. G. & FATTINI, C. A. Anatomia Humana Sistêmica e Segmentar. 3. ed. São Paulo: Editora Atheneu, 2007, cap.21, p.541-596. A próxima unidade abordará o sistema digestório. É HORA DE SE AVALIAR! Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo, elas irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino- aprendizagem. Caso prefira, redija as respostas no caderno e depois às envie através do nosso ambiente virtual de aprendizagem (AVA). Interaja conosco! Anatomia Básica 71 Exercícios da Unidade 3 1. Leia a afirmativa e marque a alternativa que preenche corretamente as lacunas: As valvas cardíacas são estruturas anatômicas que mantêm o fluxo sanguíneo no mesmo sentido. Cada valva impede o refluxo do sangue para uma das câmaras cardíacas, sendo assim a valva _______ impede o refluxo sanguíneo para o átrio direito, a valva ______ para o átrio esquerdo, a valva ______ para o ventrículo direito e a valva ______ para o ventrículo esquerdo. a) Mitral – Tricúspide – Aórtica – Pulmonar. b) Tricúspide - Mitral – Aórtica – Pulmonar. c) Tricúspide – Mitral – Pulmonar - Aórtica. d) Mitral – Tricúspide – Pulmonar – Aórtica. e) Aórtica – Pulmonar - Mitral – Tricúspide. 2. O sistema linfático age como auxiliar do circulatório. No seu trajeto possui órgãos linfáticos que contribuem também para a defesa do organismo. Quais são os órgãos linfáticos? a) Timo, baço e linfonodo. b) Pâncreas, baço e linfonodo. c) Pâncreas, timo e linfonodo. d) Timo, baço e fígado. e) Linfonodo, fígado e pâncreas. Anatomia Básica 72 3. Qual dos órgãos que compõem o trato respiratório atua em dois sistemas: respiratório e digestório? a) Laringe. b) Traqueia. c) Faringe. d) Brônquio. e) Bronquíolo. 4. Qual das cartilagens da laringe fecha o seu adito durante a deglutição? a) Tireóidea. b) Cricoidea. c) Aritenoidea. d) Epiglótica. e) Glote. 5. Descreva a parte da circulação sanguínea responsável pela oxigenação do sangue. Anatomia Básica 73 6. Explique a importância para a respiração da presença de conchas e meatos nasais. 4SistemaDigestório Canal alimentar. Órgãos anexos Anatomia Básica 76 Nesta unidade, serão explorados os conhecimentos anatômicos e funcionais do sistema digestório. Objetivos da unidade: • Descrever os componentes do canal alimentar e os órgãos a ele anexos;• Enumerar e explicar os eventos do processo digestório; • Correlacionar as estruturas anatômicas e suas funções durante o processo digestório. Plano da unidade: • Canal alimentar. • Órgãos anexos Bons Estudos. 77 Anatomia Básica Canal alimentar O sistema digestório é composto por órgãos especializados na transformação do ali- mento ingerido em substâncias possíveis de serem utilizadas pelo organismo humano. O canal alimentar compreende a cavidade oral, a faringe, o esôfago, o estômago e os intestinos delgado e grosso. Como ilustrado na Figura 39. Apresentam-se abertos nas duas extremidades, boca e ânus, por onde o alimento transita. Anexas a este canal encontram-se as glândulas salivares, o pâncreas e o fígado. Figura 39 – Canal Alimentar. Adaptada de imagem disponível em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Digestive_system_diagram_pt.svg>. Acesso 01/10/2014 às 12h55. Anatomia Básica 78 Cavidade Oral A cavidade oral (Figura 40) é delimitada anteriormente pela fenda que há entre os lábios superior e inferior, denominada Rima Bucal. Lateralmente encontram- -se as bochechas. Superiormente é constituída pelo palato, nele reconhecem- -se duas regiões: uma anterior composta por osso e chamada de palato duro e outra posterior e muscular inominada palato mole. Inferiormente encontram-se estruturas musculares que servem para sustentar a língua, dentre as quais se destacam os músculos milohióideos que formam o diafragma da boca. No limite posterior da boca há a região das Fauces, este termo indica estreita transição entre a cavidade oral e a faringe. A entrada desta região é chamada de Istmo das Fauces que limitada supe- riormente por projeção cô- nica conhecida como Úvu- la e lateralmente por dois arcos. O arco palatoglosso, situado anteriormente, e o arco palatofaríngeo poste- riormente. Entre os arcos existe o espaço ocupado pela Tonsila Palatina, cha- mado de Fossa Tonsilar. No interior da cavidade oral encontram estruturas importantes para o pro- cesso digestório. São elas a língua e os dentes. Figura 40 – Cavidade Oral. Adaptada de imagem disponível em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/ File:Sobo_1906_326.png>. Acesso 01/10/2014 às 14h37. Anatomia Básica 79 Língua É composta por músculos e revestida por mucosa, como observado na Figura 41. Atua na mastigação, na deglutição, como órgão gustativo e na articulação da palavra fa- lada. Encontra-se fixada posteriormente por sua raiz e no seu corpo distinguem-se o dorso e o ápice. O ápice corresponde à extremidade anterior, arredondada. No dorso observam-se as papilas gustativas. Inferiormente há o frênulo da língua, mediano e de cada lado as pregas franjadas. Dentes São estruturas rijas, esbranquiçadas, articuladas aos ossos maxila e mandíbula, na face, por meio dos alvéolos dentais. Desempenham função na mastigação, no desenvolvi- mento e na proteção de estruturas adjacentes e na articulação da palavra falada. Cada dente apresenta três partes: raiz, implantada no alvéolo, colo, parte estrita circundada pela gengiva e coroa, porção livre, exposta na cavidade oral (Figura 42). Figura 41 – Língua. Adaptada de imagem disponível em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Sobo_1906_351.png>. Acesso 01/10/2014 às 14h47. Anatomia Básica 80 O homem apresenta duas dentições. A pri- meira é denominada primária ou “de leite”, com 20 dentes que surgem próximo aos 7 meses de idade. A segunda dentição cha- ma-se secundária ou permanente, com 32 dentes. A substituição destas dentições ocor- re a partir dos 7 anos de idade. No adulto, os 32 dentes apresentam características morfológicas distintas e encontram-se distribuídos em oito incisivos (Figura 43 – 1 e 2), quatro caninos (Figura 43 – 3), oito pré-molares (Figura 43 – 4 e 5) e doze molares (Figura 43 – 6, 7 e 8). Estes dentes permanentes são compostos por uma camada ex- terna de tecido calcificado chamado de esmalte que cobre a coroa e cemento que cobre a raiz. A dentina compõe a camada média do dente. Internamente o dente apresenta tecido conjuntivo especializado que produz e nutre a dentina, chamado polpa do dente. Figura 43 – Tipos de dentes permanentes. Adaptada de ima- gem disponível em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/ File:Sobo_1906_333.png>. Acesso 01/10/2014 às 15h45. Figura 42 - Dentes. Adaptada de imagens disponíveis em: <http://commons.wikimedia. org/wiki/File:Sobo_1906_347. png> e <http://commons.wikimedia. org/wiki/File:Sobo_1906_332. png>. Acesso 01/10/2014 às 15h35. Anatomia Básica 81 Faringe Esta parte do canal alimentar tam- bém atua no sistema respiratório. Encontra-se dividida em três par- tes: nasofaringe, orofaringe e la- ringofaringe, como já descrita na Unidade 3. Esôfago: O esôfago é um tubo muscular que une a faringe ao estômago. Inicia-se no pescoço, atravessa o tórax terminando no abdome.Dis- tinguem-se três porções: cervical, torácica e abdominal. Sua maior porção é a torácica, situando-se anteriormente à coluna vertebral e à artéria aorta e posteriormente à traqueia. Estômago O estômago localiza-se no abdome, logo abaixo do músculo diafragma. Sua maior parte voltada à esquerda, como observado na Figura 44. Superiormen- te apresenta o orifício denominado Óstio Cárdico. Ao seu redor encontram-se fibras musculares que compõem a Cárdia, na junção do esôfago com o estô- mago. Lateralmente a este orifício observa-se o fundo gástrico. Continuando inferiormente, situa-se o corpo do estômago que apresenta duas curvaturas: uma maior voltada à esquerda e outra menor à direita. Seguindo para a parte Figura 44 – Projeção do Estômago e da parte inferior do esôfago na superfície do corpo. Fonte: DRAKE, R. L., VOGL, A. W., MITCHELL, A. W. M., TIBBITTS,R. M. & RICHARDSON, P. E. Gray’s Atlas de anatomia. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011, p. 148. Anatomia Básica 82 terminal do estômago, chamada região pilórica, encontra-se outro orifício, o Óstio Pilórico que possui musculatura na transição com o duodeno, denominada Piloro. A parede do estômago é formada por túnica serosa que o reveste externamente. Logo abaixo se encontra a túnica muscular, seguida pela tela submucosa que se apresenta altamente vascularizada e inervada e também permite a formação de pre- gas na túnica mucosa que o reveste internamente. O estômago produz o suco gástrico, secreção ácida que realiza a transformação química dos alimentos ingeridos. A Figura 45 demonstra a anatomia do estômago. Figura 45 – Estômago. Adaptada de imagens disponíveis em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Sobo_1906_370.png> e <http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Sobo_1906_375.png>. Acesso 01/10/2014 às 15h54. Anatomia Básica 83 Intestino Delgado O Intestino Delgado é composto por três partes: duodeno, jejuno e íleo. Nele ocorre o final da di- gestão e principalmente a absor- ção dos nutrientes. Como ilustra a Figura 46. O Duodeno é a parte inicial do intestino delgado. Estende-se do óstio pilórico até a flexura duodenojejunal. Nesta parte de- sembocam dois ductos. O ducto colédoco conduz a bile e o ducto pancreático carrega o suco pancreático. Geralmente estes ductos unem-se na ampola hepatopancreática antes de chegarem ao duodeno. Figura 46a – Intestino Delgado. Adaptada de imagem disponível em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/ File:Sobo_1909_566.png>. Acesso 02/10/2014 às 12h13. Figura 46b – Intestino Delgado. Fonte: DRAKE, R. L., VOGL, A. W., MITCHELL, A. W. M., TIBBITTS,R. M. & RICHARDSON, P. E. Gray’s Atlas de anatomia. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011, p. 154. Anatomia Básica 84 O jejuno inicia-se na flexura duodenojejunal constituindo 2/5 proximais. Conti- nua-se pelo íleo que compõe 3/5 distais e termina na junção ileocecocólica. Estas partes compreendem a região móvel do intestino delgado com numerosas alças intestinais. Sua mucosa apresenta muitas pregas circulares, aumentando
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