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Síndromes Pulmonares II PROF: ASTRIDE RODRIGUES LINHARES SINDROMES RESPIRATÓRIAS BRÔNQUICAS PARENQUIMATOSAS PLEURAIS SÍNDROMES BRÔNQUICAS Decorrem de obstrução, infecção e/ou dilatação dos brônquios (bronquites e bronquiectasias). Envolvimento da árvore traqueobrônquica, com sinais e sintomas relacionados ao comprometimento funcional e estrutural da mesma SÍNDROMES PARENQUIMATOSAS Síndrome de consolidação (condensação) Síndrome hiperaeração Atelectasia Consolidação pulmonar Caracteriza-se pela ocupação dos espaços alveolares por células e exsudato. Consolidação pulmonar é um sinal de doenças respiratórias caracterizada por substituição do ar alveolar por líquido prejudicial (como transudato, exsudato ou tecido conjuntivo), lesionando a área. Condensação pulmonar Causas: Pneumonia Tuberculose Infarto pulmonar/ Embolia pulmonar Edema pulmonar Síndrome de consolidação pulmonar Sintomas e exame físico na síndrome de consolidação pulmonar: • Sintomas: - tosse produtiva - dispneia - dor torácica. - expectoração (hialina, purulenta, rósea, sanguinolenta) dependendo do fator etiológico - febre Síndrome de consolidação pulmonar EXAME FÍSICO: Taquipneia, esforço respiratório Inspeção: expansibilidade diminuída Palpação: expansibilidade diminuída e FTV aumentado (única situação) Percussão: submacicez ou macicez Ausculta: respiração brônquica substituindo o MV , sopro tubário, broncofonia ou egofonia, pectorilóquia e estertores finos. PNEUMONIAS Doença inflamatória aguda causada por agente infeccioso que acomete as vias aéreas terminais, espaços alveolares e interstício Nos indivíduos normais, a árvore brônquica, abaixo da Carina, é isenta de germes. Os agentes agressores podem atingir o pulmão por via hematogênica ou inalatória. Partículas, quando inaladas, são removidas pelo tapete mucociliar que recobre a superfície brônquica. Quando alcançam os alvéolos são removidos pelos macrófagos. Pneumonias primárias: as que atingem primitivamente o pulmão como doença autônoma. Pneumonias secundárias: surgem na vigência de outra enfermidade preexistente, pulmonar ou não. PNEUMONIAS FISIOPATOLOGIA/CLASSIFICAÇÃO LOCAL DE AQUISIÇÃO: - comunitária ou hospitalar TEMPO DE EVOLUÇÃO: - aguda, subaguda e crônica TIPO DE COMPROMETIMENTO: - lobar (com infiltrado intersticial), broncopneumonia, abscesso, derrame pleural AGENTE CAUSAL: - infecciosa, não infecciosa AGENTES ETIOLÓGICOS PNEUMONIAS Sintomas: Dor torácica Tosse geralmente com expectoração Dispneia , taquipneia Calafrios, fadiga, febre, mal-estar, pele fria e úmida ou suor PNEUMONIAS Exame físico: - Inspeção: Redução da mobilidade do hemitórax comprometido - Palpação: expansibilidade diminuída. FT aumentado na zona de condensação - Percussão: as áreas de condensação com submacicez ou maciças - Ausculta: Estertores finos audíveis desde o início da doença, seguido pelo desaparecimento dos mesmos para o surgimento da respiração brônquica. Radiografia de tórax em PA demonstrando um envolvimento intersticial difuso periférico e bilateral Pneumonia basal direita INFARTO PULMONAR O infarto pulmonar se origina de um tromboembolismo pulmonar (TEP) e é caracterizado histologicamente por hemorragia intralveolar e destruição das paredes dos alvéolos. A embolia pulmonar, também chamada de embolismo pulmonar ou tromboembolismo pulmonar (TEP), é um quadro grave que ocorre quando um trombo (coágulo) localizado em uma das veias das pernas ou da pelve se solta, viaja pelo organismo e se aloja em uma das artérias do pulmão, obstruindo o fluxo de sangue Infarto pulmonar Achados clínicos nas embolias pequenas (submaciças): dor torácica, dor pleurítica, dispnéia, taquipnéia, tosse, hemoptise / hemoptóicos, taquicardia, febre, cianose. Achados clínicos nas embolias grandes (maciças): Síncope, hipotensão arterial / choque, taquicardia, tosse, dispnéia, cianose. EMBOLIA PULMONAR Sinal de Palla é uma dilatação da artéria pulmonar descendente à direita. Corcova de Hampton é uma área isquêmica na periferia do pulmão, porque ali não está chegando sangue adequadamente Congestão passiva dos pulmões As principais causas da congestão passiva dos pulmões são a insuficiência ventricular esquerda e a estenose mitral. O líquido se acumula no interstício e alveolares provenientes dos capilares pulmonares após ultrapassarem a capacidade de drenagem dos vasos linfáticos, comprometendo a adequada troca gasosa, causando dispneia de esforço, dispneia de decúbito e dispneia paroxística noturna. Pode ocorrer de forma aguda (EAP) ou insidiosa. Sintomas: - dispneia (de esforço, de decúbito e paroxística noturna) - dor torácica - tosse seca ou com expectoração rósea Congestão passiva dos pulmões EXAME FÍSICO: Inspeção: expansibilidade normal ou diminuída Palpação: expansibilidade e frêmito toracovocal normal ou aumentado Percussão: submacicez nas bases pulmonares Ausculta: estertores finos nas bases dos pulmões (principal achado). Prolongamento do componente expiratório quando há broncospasmo. Ressonância vocal normal. EDEMA AGUDO DE PULMÃO Escavação ou caverna pulmonar As cavernas pulmonares são consequência de eliminação de parênquima em uma área que sofreu necrobiose. Isso pode ocorrer nos abscessos, neoplasias, micoses, mas a causa principal ainda é a tuberculose. Sintomas: - tosse seca com expectoração purulenta ou hemoptóica - vômica - dependendo da patologia de base pode haver febre, emagrecimento. Escavação ou caverna pulmonar EXAME FÍSICO: Para ser detectada ao exame físico, é necessário que a caverna esteja próxima à periferia do pulmão e que tenha diâmetro mínimo de mais ou menos 4 cm. Inspeção: expansibilidade diminuída na região afetada • Palpação: expansibilidade diminuída e FTV aumentado (se houver secreção) • Percussão: sonoridade normal ou som timpânico • Ausculta: som broncovesicular ou brônquico no lugar do MV, ressonância vocal aumentada ou pectorilóquia. TUBERCULOSE PULMONAR Pneumonia bilateral por tuberculose TUBERCULOSE PULMONAR SINDROMES PLEURAIS SÍNDROMES PLEURAIS A pleura é uma pequena camada de tecido fino que reveste os pulmões (pleura visceral) e a parede interna do tórax (pleura parietal). Em indivíduos sadios existe um fluxo constante de líquido entre essas duas camadas finas, contudo, as doenças pleurais podem causar um acúmulo de líquido entre as pleuras, o chamado derrame pleural. Dentre as causas mais comuns de derrame pleural estão a tuberculose, o câncer e a pneumonia. O líquido pleural é formado, principalmente pela pleura parietal, que produz 0,1ml/kg/h, sendo absorvido na superfície da pleura visceral, mantendo-se o espaço pleural apenas com uma fina camada líquida. A pleura parietal também tem parte na absorção do líquido, o qual está presente na quantidade de 25ml, que não é detectada ao RX. SÍNDROMES PLEURAIS PLEURITES DERRAMES PLEURAIS PNEUMOTORAX PLEURITES Conceito: Inflamação dos folhetos pleurais Causas: - infecções pulmonares (viroses, inf. bacteriana, Tb, ) - colagenoses - embolia pulmonar - traumatismos torácicos - bronquiectasias - neoplasias PLEURITES AGUDA Pleurite Seca Aguda: Inflamação dos folhetos sem produção de liquidos Manifestações clínicas: dor localizada em um dos hemitórax, com características de dor pleurítica. Tosse, dispneia, febre, etc. CRÔNICA Com o espessamento dos folhetos pleurais, a dor não é tão acentuada como na pleurite aguda, podendo ter caráter surdo ou inexistir. Manifestações clínicas: dispneia aos grandes esforços. Geralmente é assintomática.DOR PLEURÍTICA A dor torácica pleurítica é o sintoma mais comum no derrame pleural. Ela indica acometimento da pleura parietal, visto que a visceral não é inervada, e geralmente ocorre nos exsudatos. A dor costuma ser aguda, intensa e em pontada. Localizada com precisão. Não se irradia. Aumenta com a tosse e com movimentos do tórax. PLEURITES AGUDA Exame físico: Inspeção: Expansibilidade diminuída. Palpação: Expansibilidade e FT diminuídos. Percussão: Sonoridade normal ou submacicez. Ausculta: Atrito pleural (*principal dado semiológico). CRÔNICA Exame físico Inspeção: Retração torácica e expansibilidade diminuída. Palpação: Expansibilidade e FT diminuídos. Percussão: Submacicez ou macicez. Ausculta: Murmúrio vesicular diminuído. Ressonância vocal (RV) diminuída. DERRAME PLEURAL LÍQUIDO ENTRE OS FOLHETOS PLEURAIS O derrame pleural forma-se principalmente: • Livre no espaço pleural; • Septado na cavidade ou nos interlobos; • Localizado abaixo do pulmão, simulando elevação do diafragma (derrame subpulmonar). Classificação dos derrames pleurais Líquidos : - quanto à etiologia (tuberculose, pneumonia, neoplasia) - quanto ao caráter (serofibrinoso, hemorrágico, purulento, quiliforme) - quanto à localização (grande cavidade, interlobar, mediastínico) • Gasosos : - pneumotórax • Mistos : - hidropneumotórax, hemopneumotórax, piopneumotórax. DERRAME PLEURAL Exsudato (do latim exsūdāre significa fluir pra fora) se refere a saída de líquidos orgânicos através das paredes e membranas celulares, por lesão ou por inflamação. No caso de exsudação sanguínea por ferimento há passagem de proteínas do plasma, leucócitos, plaquetas e hemácias. Transudato é caracterizado pela baixa quantidade proteínas. Sua causa é pelo aumento da pressão hidrostática ou redução das proteínas plasmáticas. As possíveis causas são insuficiência cardíaca, renal e hepática. Ele é o oposto do exsudato por não ser decorrente de um processo inflamatório. Causas mais freqüentes de exsudatos pleurais . Tuberculose . Pneumonias bacterianas • Neoplasias • Colagenoses • Septicemia • Embolia pulmonar • Infecção por vírus ou fungos • Pancreatite • Uremia • Síndrome de Meigs • Quilotórax Causas mais freqüentes de transudatos pleurais ICC • Cirrose com ascite • Síndrome Nefrótica • Diálise peritoneal • Mixedema • Atelectasia aguda • Pericardite constritiva • Obstrução da veia cava superior • Embolismo pulmonar DERRAME PLEURAL Sintomas: dispneia, tosse, dor torácica. Variam com a patologia de base. • Inspeção: expansibilidade diminuída • Palpação: expansibilidade diminuída e frêmito toracovocal abolido na área do derrame e aumentado na área do pulmão em contato com o líquido pleural • Percussão: macicez • Ausculta: murmúrio vesicular abolido na área do derrame, egofonia (ressonância aumentada da voz com som anasalado quando os pulmões são auscultados) e estertores finos na área do pulmão em contato com o líquido pleural na parte mais alta do derrame. PRINCIPAIS SINAIS NAS ALTERAÇÕES PULMONARES Sinal de Lemos - Torres- Indica: Derrame pleural:- é um abaulamento expiratório intercostal localizado nas bases pulmonares na face lateral do hemitórax Sinal de Ramond: - Contratura da musculatura paravertebral torácica unilateral. - Indica comprometimento pleural inflamatório homolateral Sinal de Hoover: - aproximação das costelas na inspiração. - hiperinsuflação Sinal de Signorelli: diferencia um derrame pleural de uma atelectasia. - maciço na percussão do 7-11º espaço intervertebral -> derrame pleural. DERRAME PLEURAL Sinal do menisco ou da parábola: um dos sinais radiológicos mais comum no derrame pleural. PNEUMOTÓRAX Há acúmulo de ar no espaço pleural, que penetra através de lesão traumática, ruptura de bolha subpleural, ou em certas afecções pulmonares (pneumonia, neoplasias) que põem em comunicação um ducto com espaço pleural. PNEUMOTÓRAX Manifestações clínicas: dor no hemitórax comprometido, tosse seca e dispnéia. A intensidade da dispnéia depende da quantidade de ar e de outros mecanismos que podem acompanhar o pneumotórax. Exame físico: - Inspeção: Normal ou abaulamento dos espaços intercostais quando a quantidade de ar é grande - Palpação: Expansibilidade e FT diminuídos - Percussão: Hipersonoridade ou som timpânico, sendo este o dado que mais chama a atenção. - Ausculta: Murmúrio vesicular diminuído. Ressonância vocal diminuída. Síndrome pulmonar pleurítica seca Síndrome de derrame pleural Síndrome pleural aérea (pneumotórax) Síndrome pulmonar de consolidação Síndrome pulmonar de hiperaeração Síndrome pulmonar de atelectasia Síndrome brônquica COVID Anamnese : A maioria dos indivíduos infectados pelo SARS-CoV-2 não apresentam sintomas e correspondem a aproximadamente 80% dos indivíduos infectados. Os outros 20% se dividem em casos leves, oligossintomáticos, e casos de maior gravidade. Sintomas mais comuns: - febre - tosse seca - cansaço Sintomas menos comuns: - dores e desconfortos - dor de garganta - diarreia - conjuntivite - dor de cabeça - ageusia (perda de paladar) - anosmia(perda do olfato) - erupção cutânea na pele ou descoloração dos dedos das mãos ou dos pés Sintomas graves: - dispneia - dor ou pressão no peito - perda de fala ou movimento COVID 19 Exame físico: pode-se observar alguns pontos para determinar a gravidade da doença: - dispneia - cianose - batimento de asa de nariz - tiragem intercostal - alterações na ausculta respiratória: roncos e crepitações podem estar presentes, bem como outros sinais de gravidade em quadros respiratórios agudos, como, saturação de oxigênio menor que 95%, COVID 19 EXAMES RADIOLÓGICOS: A radiografia de tórax não tem sido recomendada como diagnóstico de padrão ouro diante da suspeita de COVID-19, visto que se caracteriza por apresentar uma limitada sensibilidade na detecção de opacidades em vidro fosco, um dos principais achados indicadores de lesão por tal agente viral e de outros achados pulmonares sugestivos da infecção. Estima-se que até 50% dos pacientes infectados por COVID-19 possam apresentar TC de tórax normal nos dois primeiros dias após o aparecimento dos sintomas. A TC de tórax não deve ser usada na triagem de COVID-19 em pacientes assintomáticos, devendo ser considerada em pacientes hospitalizados, sintomáticos ou em situações clínicas específicas. COVID 19 ALTERAÇÕES MAIS COMUNS NA TC Os estudos até então publicados têm apresentado achados tomográficos semelhantes, em que se evidenciam alterações alveolares, como opacidades em vidro fosco, consolidações focais e opacidades mistas, geralmente com acometimento bilateral e multifocal, distribuição periférica e predomínio nos campos pulmonares médios, inferiores e posteriores. RX DE COVID FASE INICIAL TC DE TÓRAX COVID 19
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