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Livro Eletrônico
Aula 00
Legislação Institucional Defensoria Pública p/ DPE-PR (Defensor Público)
Professor: Renan Araujo
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Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 45 
LEGISLAÇÃO DA DP – DPE-PR - DEFENSOR PÚBLICO 
Teoria e questões 
Aula 00 – Prof. Renan Araujo 
 
 
AULA DEMONSTRATIVA 
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO ACESSO À JUSTIÇA NO BRASIL E 
NO MUNDO. MODELOS TEÓRICOS DE ACESSO À JUSTIÇA. A 
DEFENSORIA PÚBLICA NA CONSTITUIÇÃO DE 1988. 
RESOLUÇÃO 2.656/11 DA OEA. 
SUMÁRIO 
1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO ACESSO À JUSTIÇA NO BRASIL E NO MUNDO. MODELOS 
TEÓRICOS ................................................................................................................... 6 
1.1 O acesso à Justiça como direito fundamental do Homem ............................... 6 
1.2 Evolução histórica do acesso à Justiça no Brasil e no mundo ......................... 7 
1.3 Modelos teóricos de assistência jurídica ........................................................ 9 
2 A DEFENSORIA PÚBLICA NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL ....................................... 10 
2.1 Defensoria Pública e sua posição no Sistema de Justiça ............................... 10 
2.2 Defensoria Pública e advocacia .................................................................... 13 
2.3 Garantias e vedações aos membros da Defensoria Pública .......................... 14 
2.4 Princípios Institucionais da Defensoria Pública ............................................ 15 
2.4.1 Unidade ...................................................................................................... 16 
2.4.2 Indivisibilidade ............................................................................................ 16 
2.4.3 Independência funcional ............................................................................... 17 
2.5 Organização da Defensoria Pública no Brasil ................................................ 18 
2.5.1 A EC 80/14 e a necessidade de expansão da Defensoria Pública ......................... 20 
3 DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES ............................................................... 21 
4 JURISPRUDÊNCIA CORRELATA ........................................................................... 23 
5 RESUMO .............................................................................................................. 24 
6 EXERCÍCIOS DA AULA ......................................................................................... 28 
7 EXERCÍCIOS COMENTADOS ................................................................................. 33 
8 GABARITO .......................................................................................................... 45 
 
Olá, meus amigos! 
 
É com imenso prazer que estou aqui, mais uma vez, pelo ESTRATÉGIA 
CONCURSOS – CARREIRAS JURÍDICAS, tendo a oportunidade de poder 
contribuir para a aprovação de vocês no concurso da DEFENSORIA PÚBLICA 
DO PARANÁ. Nós vamos estudar teoria e comentar exercícios sobre 
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL, para o cargo de DEFENSOR PÚBLICO. 
E aí, povo, preparados para a maratona? 
O edital acabou de ser publicado, e as provas estão agendadas para 
o dia 09.04.17. 
Bom, está na hora de me apresentar a vocês, não é? 
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LEGISLAÇÃO DA DP – DPE-PR - DEFENSOR PÚBLICO 
Teoria e questões 
Aula 00 – Prof. Renan Araujo 
 Meu nome é Renan Araujo, tenho 29 anos, sou Defensor Público 
Federal desde 2010, atuando na Defensoria Pública da União no Rio de Janeiro, 
e mestre em Direito Penal pela Faculdade de Direito da UERJ. Antes, 
porém, fui servidor da Justiça Eleitoral (TRE-RJ), onde exerci o cargo de 
Técnico Judiciário, por dois anos. Sou Bacharel em Direito pela UNESA e pós-
graduado em Direito Público pela Universidade Gama Filho. 
Minha trajetória de vida está intimamente ligada aos Concursos Públicos. 
Desde o começo da Faculdade eu sabia que era isso que eu queria para a minha 
vida! E querem saber? Isso faz toda a diferença! Algumas pessoas me perguntam 
como consegui sucesso nos concursos em tão pouco tempo. Simples: Foco + 
Força de vontade + Disciplina. Não há fórmula mágica, não há ingrediente 
secreto! Basta querer e correr atrás do seu sonho! Acreditem em mim, isso 
funciona! 
É muito gratificante, depois de ter vivido minha jornada de concurseiro, 
poder colaborar para a aprovação de outros tantos concurseiros, como um dia eu 
fui! E quando eu falo em “colaborar para a aprovação”, não estou falando apenas 
por falar. O Estratégia Concursos possui índices altíssimos de aprovação 
em todos os concursos! 
Neste curso vocês receberão todas as informações necessárias para que 
possam ter sucesso na prova da DPE-PR. Acreditem, vocês não vão se 
arrepender! O Estratégia Concursos está comprometido com sua 
aprovação, com sua vaga, ou seja, com você! 
Mas é possível que, mesmo diante de tudo isso que eu disse, você ainda 
não esteja plenamente convencido de que o Estratégia Concursos é a melhor 
escolha. Eu entendo você, já estive deste lado do computador. Às vezes é difícil 
escolher o melhor material para sua preparação. Contudo, alguns colegas de 
caminhada podem te ajudar a resolver este impasse: 
 
 
Esse print screen acima foi retirado da página de avaliação do curso. De 
um curso elaborado para um concurso bastante concorrido (Defensor 
Público Federal), só que ministrado em 2015. Vejam que, dos 16 alunos 
que avaliaram o curso, todos aprovaram. 
Ainda não está convencido? Continuo te entendendo. Você acha que 
pode estar dentro daqueles 6,67% que não gostaram tanto assim. Em razão 
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LEGISLAÇÃO DA DP – DPE-PR - DEFENSOR PÚBLICO 
Teoria e questões 
Aula 00 – Prof. Renan Araujo 
 disso, disponibilizamos gratuitamente esta aula DEMONSTRATIVA, a fim de que 
você possa analisar o material, ver se a abordagem te agrada, etc. 
Acha que a aula demonstrativa é pouco para testar o material? Pois 
bem, o Estratégia concursos dá a você o prazo de 30 DIAS para testar o 
material. Isso mesmo, você pode baixar as aulas, estudar, analisar detidamente 
o material e, se não gostar, devolvemos seu dinheiro. 
Sabem porque o Estratégia Concursos dá ao aluno 30 dias para 
pedir o dinheiro de volta? Porque sabemos que isso não vai acontecer! Não 
temos medo de dar a você essa liberdade. 
Neste curso estudaremos todo o conteúdo de Legislação Institucional 
previsto no Edital. Estudaremos teoria e vamos trabalhar também com 
exercícios comentados. 
Abaixo segue o plano de aulas do curso todo: 
!
AULA CONTEÚDO DATA 
Aula 00 
Direito à assistência jurídica gratuita. 
Evolução da prestação da assistência 
jurídica no Brasil. Modelos teóricos de 
prestação de assistência jurídica. A 
Defensoria Pública na Constituição 
Federal (princípios, organização, relação 
com as demais funções essenciais à 
Justiça, etc.). A resolução 2656/11 da 
Organizac!ão dos Estados Americanos – 
OEA. 
10/11 
Aula 01 Lei Orgânica Nacional da Defensoria Pública (LC 80/94) – Parte I 20/11 
Aula 02 Lei Orgânica Nacional da Defensoria Pública (LC 80/94) – Parte II 30/11 
Aula 03 
Atuação funcional da Defensoria Pública 
(parte I) - Tutela coletiva no âmbito da 
Defensoria Pública. Legitimidade da 
Defensoria Pública para a tutela dos 
direitos difusos, coletivos, individuais e 
homogêneos. Legitimidade da DP para 
firmar TAC (Termo de Ajustamento de 
Conduta). Solução extrajudicial de 
conflitos pela Defensoria Pública. 
10/12 
Aula 04 
Atuação funcional da Defensoria Pública 
(parte ii) - Curadoria especial. Atuação 
em prol de pessoas jurídicas. Lei 
1.060/50. Assistência jurídica, 
20/12 
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LEGISLAÇÃO DA DP – DPE-PR - DEFENSOR PÚBLICO 
Teoria e questões 
Aula 00 – Prof. Renan Araujo 
 assistência judiciária e gratuidade de 
Justiça: Distinção. Advocacia Dativa. 
Aula 05 
Normas relativas à Defensoria Pública do 
Estado do Paraná. DP na Constituição do 
estado do Paraná (parte i) 
08/03 
Aula 06 
Normas relativas à Defensoria Pública do 
Estado do Paraná. (parte ii) 15/03 
Aula 07 
Normas relativas à Defensoria Pública do 
Estado do Paraná. (parte iii) Sistema de 
Justic!a e sociedade civil. Os mecanismos 
de transparência, participação e controle 
social nas instituições públicas 
brasileiras. 
22/03 
 
 
As aulas serão disponibilizadas no site conforme o cronograma 
apresentado. Em cada aula eu trarei algumas questões que foram cobradas 
em concursos públicos, para fixarmos o entendimento sobre a matéria. 
Com relação às questões, vamos dar preferência àquelas que tenham 
sido cobradas em concursos de nível superior na área jurídica (Juiz, 
Defensoria Pública, MP, etc.). 
Além da teoria e das questões, vocês terão acesso a duas ferramentas 
muito importantes: 
•! RESUMOS – Cada aula terá um resumo daquilo que foi estudado, 
variando de 02 a 10 páginas (a depender do tema), indo direto ao 
ponto daquilo que é mais relevante! Ideal para quem está sem 
muito tempo. 
•! FÓRUM DE DÚVIDAS – Não entendeu alguma coisa? Simples: basta 
perguntar ao professor Vinicius Silva, no fórum de dúvidas exclusivo 
para os alunos do curso. 
 
No mais, desejo a todos uma boa maratona de estudos! 
Prof. Renan Araujo 
profrenanaraujo@gmail.com 
 PERISCOPE: @profrenanaraujo 
 
 
 
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Teoria e questões 
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 Observação importante: este curso é protegido por direitos autorais 
(copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a 
legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. 
 
Grupos de rateio e pirataria são clandestinos, violam a lei e prejudicam os 
professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe 
adquirindo os cursos honestamente através do site Estratégia Concursos. ;-) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1! EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO ACESSO À JUSTIÇA NO 
BRASIL E NO MUNDO. MODELOS TEÓRICOS 
 
1.1!O acesso à Justiça como direito fundamental do Homem 
A consolidação da Democracia em boa parte dos Estados soberanos no 
mundo contemporâneo conduziu o mundo à verificação do surgimento de Estados 
calcados no respeito à Lei (pelo menos a princípio), grosso modo considerados 
“Estados Democráticos de Direito”, assim compreendidos aqueles que se 
submetem às Leis, materialização da vontade do povo. 
Em tais circunstâncias, cabe ao Estado intervir para que os indivíduos 
possam se desenvolver livremente e, ao mesmo tempo, abster-se de intervir 
quando esta intervenção não se mostrar necessária ou se afigurar como limitação 
indevida da liberdade individual. 
Seja como for, um Estado que se pretenda democrático de Direito 
deve não apenas respeitar a Lei, mas assegurar Direitos. Para tanto, a 
existência de um sistema jurídico bem organizado e eficiente é, naturalmente, de 
fundamental importância. 
Mais que isso: Não basta organizar um sistema jurídico e impedir ou 
dificultar o acesso a este sistema criado para “fazer Justiça”. Assim, surge a 
necessidade de que o Estado, atuando positivamente, crie mecanismos 
que possibilitem aos indivíduos o acesso a este bem supremo: A Justiça. 
O direito de “Acesso à Justiça” pode ser compreendido como um 
direito “instrumental”, eis que visa, ao fim e ao cabo, permitir aos 
indivíduos a garantia de seus demais direitos. 
A própria OEA (Organização dos Estados Americanos) publicou 
resolução1 reconhecendo a importância do serviço de assistência jurídica 
 
1 RESOLUÇÃO 2656 DA OEA 
A ASSEMBLÉIA GERAL RESOLVE: 
1. Afirmar que o acesso à justic !a, como direito humano fundamental, é, ao mesmo tempo, o meio que 
possibilita que se restabelec !a o exercício dos direitos que tenham sido ignorados ou violados. 
2. Apoiar o trabalho que ve ∀m desenvolvendo os defensores públicos oficiais dos Estados do Hemisfério, que 
constitui um aspecto essencial para o fortalecimento do acesso à justic !a e à consolidac !ão da democracia. 
3. Afirmar a importa ∀ncia fundamental do servic !o de assiste ∀ncia jurídica gratuita para a promoc !ão e a 
protec !ão do direito ao acesso à justic !a de todas as pessoas, em especial daquelas que se encontram em 
situac !ão especial de vulnerabilidade. 
4. Recomendar aos Estados membros que já disponham do servic !o de assiste ∀ncia jurídica gratuita que 
adotem medidas que garantam que os defensores públicos oficiais gozem de independe ∀ncia e autonomia 
funcional. 
5. Incentivar os Estados membros que ainda não disponham da instituic !ão da defensoria pública que 
considerem a possibilidade de criá-la em seus ordenamentos jurídicos. 
6. Instar os Estados a que promovam oportunidades de cooperac !ão internacional para o interca ∀mbio de 
experie ∀ncias e boas práticas na matéria. 
7. Incentivar os Estados e os órgãos do Sistema Interamericano a que promovam a celebrac!ão de conve ∀nios 
para a oferta de capacitac !ão e formac !ão dos defensores públicos oficiais. 
8 Apoiar o trabalho da Associac !ão Interamericana de Defensorias Públicas (AIDEF), no fortalecimento da 
defesa pública nos Estados membros. 
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LEGISLAÇÃO DA DP – DPE-PR - DEFENSOR PÚBLICO 
Teoria e questões 
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 integral e gratuita prestado pelo Estado, inclusive recomendando aos Estados-
membros, dentre outras coisas: 
⇒!Que fortaleçam tais serviços (conferindo estrutura e independência 
funcional aos membros das DPs), caso já possuam; 
⇒!Que instituam serviço de assistência jurídica integral e gratuita, 
caso ainda não o tenham feito. 
⇒!Que promovam a cooperaç!o internacional para o intercâmbio de 
experi#∃cias e boas práticas na matéria, bem como celebraç!o de 
convênios para a oferta de capacitação e formação dos defensores 
públicos oficiais. 
 
1.2!Evolução histórica do acesso à Justiça no Brasil e no mundo 
Na Grécia antiga, conforme assevera ALVES2, todos os indivíduos que 
possuíam o status de cidadão eram considerados aptos não só a participar do 
processo político mas, também postular perante o sistema Judiciário então 
vigente, não só na defesa de seus interesses, mas na defesa dos interesses dos 
indivíduos a eles vinculados (servos ou familiares). 
 Posteriormente, com as Revoluções liberais dos séculos XVII e XVIII, 
desenvolveu-se um conceito bipartido de cidadania: 
•! Direitos Civis – Atribuíveis a todos os seres humanos 
•! Direitos Políticos – Atribuíveis apenas aos “cidadãos”, assim 
compreendidos aqueles que eram admitidos a participar da vida 
política do Estado. 
 
Mais à frente, o sociólogo THOMAS MARSHALL asseverou que o conceito de 
cidadania deveria ser composto por três aspectos: civil, político e social. 
Nessa conjuntura, o “direito à Justiça” era concebido como direito civil, de 
liberdade individual, ou seja, o homem deve ser livre para “obter Justiça” (junto 
ao Estado, claro). 
Entretanto, o grande problema desta ideia (um avanço, à época) era o de 
reduzir o papel do Estado, concebendo o “direito de acesso à Justiça” como o 
dever imposto ao Estado de se abster de criar entraves ao acesso dos indivíduos 
ao sistema Judiciário.9. Solicitar ao Conselho Permanente que informe o Quadragésimo Segundo Período Ordinário de Sessões da 
Assembléia Geral sobre a implementac !ão desta resoluc !ão, cuja execuc !ão estará sujeita à disponibilidade de 
recursos financeiros no orc !amento-programa da Organizac !ão e de outros recursos. 
2 ALVES. Cleber Francisco. JUSTIÇA PARA TODOS: Assistência jurídica nos Estados Unidos, na 
França e no Brasil. Ed. Lumen Juris. 2006, pág. 28 
 
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 Nessa fase, ainda não havia o amadurecimento da ideia de criação 
de um aparato estatal voltado especificamente a promover o acesso à 
Justiça para os necessitados, promovendo, assim, a isonomia material. 
Os serviços de assistência jurídica gratuita aos pobres eram 
desenvolvidos por caridade por alguns profissionais jurídicos, ou seja, atuação 
pro bono. Em alguns casos, o máximo que o Estado faria seria dispensar o 
necessitado de pagar as taxas judiciárias. 
Ao final do século XIX e início do século XX muitos Estados passaram a 
adotar leis que instituíam o dever jurídico de patrocinar a causa dos pobres. Este 
dever, contudo, não era direcionado ao próprio Estado, mas aos profissionais da 
área, substituindo o então vigente sistema caritativo. Exemplo disso é o Code de 
L’assistance Judiciaire francês, de 1851. Em 1883, a Inglaterra adotou leis 
com conteúdo semelhante, substituindo a vigente legislação que previa a mera 
dispensa de taxas judiciárias aos pobres (Conhecido como In forma pauperis act). 
Os Estados Unidos aderiram à “nova onda mundial” em 1892, ano em que 
fora aprovada uma Lei que possibilitava aos Tribunais Federais designar, de forma 
compulsória, advogados para patrocinarem as causas dos pobres, quando se 
tratasse de casos mais sérios.3 
O Brasil somente adotou sistema semelhante em 1930, 
transformando a atuação caritativa em obrigação, nos termos da 
legislação de regência. 
De toda sorte, todos estes sistemas estavam fundamentados na 
necessidade de designação de um particular (advogado) para a defesa dos 
necessitados. 
Passando a falar especificamente do Brasil, pode-se concluir que, a despeito 
dos problemas enfrentados e do reconhecimento tardio, o país se encontra em 
situação avançada na promoção do acesso à Justiça, em comparação com outros 
países. 
Em 1934, a própria Constituição Federal estabeleceu a 
obrigatoriedade de fornecimento de assistência judiciária pela União e 
pelos Estados. Tal previsão se repetiu nas Constituições de 1946 e 1967. 
Porém, só com a Constituição Federal de 1988 foi delimitado, de 
forma precisa, como o Estado deverá prestar assistência jurídica integral 
e gratuita: através da Defensoria Pública. 
No plano dos Diplomas internacionais, a despeito de se poder inferir a 
assistência jurídica gratuita em diversos diplomas, o reconhecimento expresso 
pode ser verificado no Pacto de San José da Costa Rica (Convenção 
Americana de Direitos Humanos), de 1992, no art. 8º, 2, e. Vejamos: 
Artigo 8º - Garantias judiciais 
 
3 ALVES. Cleber Francisco. JUSTIÇA PARA TODOS: Assistência jurídica nos Estados Unidos, na 
França e no Brasil. Ed. Lumen Juris. 2006, página 34 
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LEGISLAÇÃO DA DP – DPE-PR - DEFENSOR PÚBLICO 
Teoria e questões 
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 (...) 2. Toda pessoa acusada de um delito tem direito a que se presuma sua inocência, 
enquanto não for legalmente comprovada sua culpa. Durante o processo, toda pessoa 
tem direito, em plena igualdade, às seguintes garantias mínimas: 
(...) e) direito irrenunciável de ser assistido por um defensor proporcionado 
pelo Estado, remunerado ou não, segundo a legislação interna, se o acusado 
não se defender ele próprio, nem nomear defensor dentro do prazo estabelecido pela 
lei; 
 
Embora o dispositivo se refira apenas às garantias conferidas aos 
“acusados” em processo criminal, não se pode deixar de considerar como um 
avanço considerável. 
 
1.3! Modelos teóricos de assistência jurídica 
Finalizando a análise da assistência jurídica, podemos resumir os diferentes 
modelos de assistência jurídica aos pobres da seguinte forma4: 
 
MODELO CARACTERÍSTICA 
ASSISTENCIAL-
CARITATIVO 
Advogados particulares atuam de forma caridosa, sem 
receber contraprestação dos cofres públicos, no que se 
chama de atuação pro bono. 
STAFF MODEL Sistema em que o Estado mantém um quadro de 
profissionais habilitados, em regra com dedicação 
exclusiva, com remuneração pelos cofres públicos. É o 
adotado no Brasil. 
JUDICAIRE Sistema em que advogados autônomos (profissionais 
liberais, sem vínculo permanente com o Estado) atuam 
casuisticamente, sendo remunerados pelo Estado de acordo 
com cada participação (cada caso gera uma remuneração). 
Importante frisar que o Brasil não adotou este sistema como 
regra. Contudo, como a Defensoria Pública ainda não está 
devidamente instalada em todas as comarcas, em alguns 
locais (em que não há Defensoria Pública) os Juízes 
“nomeiam” advogados dativos para patrocinarem 
determinadas causas específicas. Por esta atuação específica 
estes profissionais recebem seus honorários. 
MISTOS OU 
HÍBRIDOS 
São aqueles que adotam mais de um dos sistemas 
anteriores, como regra. 
 
4 ALVES. Cleber Francisco. JUSTIÇA PARA TODOS: Assistência jurídica nos Estados Unidos, na 
França e no Brasil. Ed. Lumen Juris. 2006, página 46 
 
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Contudo, nem só de “assistência jurídica gratuita” se resume o direito de 
“Acesso à Justiça”. Outro fator pode ser considerado como fundamental para a 
garantia do verdadeiro “Acesso à Justiça”: celeridade processual. 
A exigência de que o Estado fornecesse ao cidadão a prestação jurisdicional 
em prazo razoável pode ser encontrada já na Convenção Europeia de Direitos 
Humanos, de 1950, em seu art. 6º, I. 
O já citado Pacto de San José da Cota Rica também traz disposição 
semelhante. Vejamos: 
Artigo 8º - Garantias judiciais 
1. Toda pessoa terá o direito de ser ouvida, com as devidas garantias e dentro de 
um prazo razoável, por um juiz ou Tribunal competente, independente e imparcial, 
estabelecido anteriormente por lei, na apuração de qualquer acusação penal formulada 
contra ela, ou na determinação de seus direitos e obrigações de caráter civil, 
trabalhista, fiscal ou de qualquer outra natureza. 
 
No plano interno, a Constituição Federal estabeleceu a duração razoável do 
processo como um dos direitos fundamentais: 
Art. 5º (...) 
LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável 
duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. 
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
 
Como se pode perceber, tal dispositivo somente fora inserido em 2004, por 
meio da EC 45. 
Vejamos, agora, como se dá a estruturação da Defensoria Pública no Brasil. 
 
2! A DEFENSORIA PÚBLICA NA CONSTITUIÇÃO 
FEDERAL 
 
2.1!Defensoria Pública e sua posição no Sistema de Justiça 
A Defensoria Pública é uma Instituição essencial à Função Jurisdicional do 
Estado, incumbindo-lhe a orientação e defesa dos interesses dos 
necessitados em TODOS OS GRAUS. Essa é a norma prevista no art. 134 da 
Constituição da República. 
Vejamos: 
Art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à função 
jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do regime 
democrático, fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dosdireitos 
humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais 
e coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados, na forma do inciso LXXIV 
do art. 5º desta Constituição Federal. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 80, de 2014) 
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Teoria e questões 
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⇒! Mas, professor, o que seria uma Instituição essencial à função 
Jurisdicional do Estado? Primeiro, precisamos entender o que é função 
jurisdicional do Estado. 
O Estado (em sentido amplo) possui três funções básicas (legislativa, 
administrativa e jurisdicional). A última delas, que é a que nos interessa, é a 
função de dirimir conflitos sociais, através do Poder Judiciário (em regra), dizendo 
quem, no caso concreto, tem o direito. 
Como nós sabemos, o acesso à Justiça (e não apenas ao Judiciário) é, por 
vezes, difícil. Fatores de ordem econômica, política e social contribuem para que 
grande parcela da população se veja privada do exercício de seus direitos. 
Assim, a Defensoria Pública é a Instituição constitucionalmente 
prevista, cuja finalidade é promover o acesso à Justiça a todos os 
necessitados. 
 
⇒! Ah, então quer dizer que a Defensoria Pública faz parte do Poder 
Judiciário? Não! A Defensoria Pública não faz parte do Judiciário. Ela é 
uma Instituição autônoma. 
Vejam o esquema sobre as Funções essenciais à Justiça e o Judiciário: 
 
Vejam que o Poder Judiciário é o centro porque ele é quem deve resolver 
os conflitos, é ele quem desempenha a FUNÇÃO JURISDICIONAL. Os demais 
(Advocacia, MP e Defensoria Pública) são funções essenciais à Justiça porque 
atuam de forma fundamental para que o Poder Judiciário possa exercer sua 
tarefa. 
O acesso à Justiça é um princípio basilar em qualquer Estado 
verdadeiramente democrático de Direito. No nosso caso, está previsto, dentre 
outros artigos, no art. 5º, LXXIV da Constituição. Vejamos: 
Advocacia 
(Pública e 
Privada) 
Defensoria 
Pública 
 Ministério 
 Público 
 Poder 
Judiciário 
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 Art. 5º (...) LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que 
comprovarem insuficiência de recursos; 
 
Assim, a Defensoria Pública é uma Instituição cuja finalidade é, em resumo, 
promover a cidadania, através da orientação jurídica aos necessitados e, se 
necessário, a defesa de seus interesses em Juízo. 
Isso mesmo: à Defensoria Pública não cabe apenas a defesa judicial dos 
interesses dos necessitados, mas também, e primordialmente, a orientação 
jurídica aos necessitados, para que possam conhecer seus direitos. Além disso, a 
Defensoria Pública também deve tentar a resolução extrajudicial dos conflitos, 
sempre que possível, contribuindo para a resolução célere dos problemas e para 
o desafogamento do Judiciário. 
Como vocês podem perceber, eu grifei a parte final do texto, onde consta 
que a redação ali presente foi dada pela EC 80/14. Fiz isto porque é importante 
que vocês saibam que nem tudo que está escrito ali estava na redação original 
da Constituição. 
Vejamos a redação antiga e a atual, comparativamente: 
 
DIFERENÇAS ENTRE A ANTIGA E A NOVA REDAÇÃO DO ART. 134 DA 
CRFB/88 
REDAÇÃO ANTIGA REDAÇÃO NOVA 
Art. 134. A Defensoria Pública é 
instituição essencial à função 
jurisdicional do Estado, incumbindo-
lhe a orientação jurídica e a defesa, em 
todos os graus, dos necessitados, na 
forma do art. 5º, LXXIV.) 
Art. 134. A Defensoria Pública é instituição 
permanente, essencial à função jurisdicional 
do Estado, incumbindo-lhe, como expressão e 
instrumento do regime democrático, 
fundamentalmente, a orientação jurídica, a 
promoção dos direitos humanos e a defesa, 
em todos os graus, judicial e extrajudicial, 
dos direitos individuais e coletivos, de 
forma integral e gratuita, aos necessitados, 
na forma do inciso LXXIV do art. 5º desta 
Constituição Federal. (Redação dada 
pela Emenda Constitucional nº 80, de 
2014) 
Do ponto de vista prático, não mudou muita coisa, pois esta redação nova, 
apesar de ser “nova” na Constituição, já estava prevista na Lei Complementar 
80/94: 
Art. 1º A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à função jurisdicional 
do Estado, incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do regime democrático, 
fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a 
defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, 
de forma integral e gratuita, aos necessitados, assim considerados na forma do inciso 
LXXIV do art. 5º da Constituição Federal. (Redação dada pela Lei Complementar 
nº 132, de 2009). 
 
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 Contudo, fazer com que este texto, mais amplo e significativo, passasse a 
constar na Constituição Federal foi um grande avanço, uma grande conquista! 
 
2.2!Defensoria Pública e advocacia 
 
A Defensoria Pública NÃO ESTÁ VINCULADA À OAB. Que isso fique 
BEM CLARO! 
A advocacia privada é uma Função essencial à Justiça, assim como a 
Defensoria Pública. Contudo, são Instituições diferentes, reguladas por diplomas 
normativos diferentes. 
A Defensoria Pública é uma Instituição regida por Lei Complementar, a LC 
80/94. Já a advocacia privada é Instituição regida por lei ordinária, a Lei 
8.906/94, que é mais conhecida como Estatuto da OAB. 
 
 
CUIDADO: Embora o art. 3º, §1º da Lei 8.906/94 estabeleça que o Estatuto da 
OAB se aplica aos membros da Defensoria Pública, este artigo é inconstitucional, 
pois regulamenta tema cuja regulamentação só pode se dar por Lei 
Complementar (que, no caso, é a LC 80/94), de forma que os Defensores 
Públicos não estão vinculados à OAB, respondendo em caso de infração 
disciplinar perante a Corregedoria da Defensoria Pública a que estejam 
vinculados. Além disso, a capacidade postulatória dos Defensores Públicos 
independe de sua inscrição na OAB, pois decorre EXCLUSIVAMENTE de 
sua posse no cargo de Defensor Público, nos termos da LC 80/94, conforme 
veremos mais adiante. 
 
ATENÇÃO! Ainda no que se refere à desvinculação entre Defensoria Pública e 
OAB, a recente emenda constitucional de nº 80/14, contribuiu sensivelmente 
para colocar fim à discussão. Isto porque, na redação original da CRFB/88, a DP 
e a advocacia estavam reunidas na mesma “seção” do capítulo referente às 
“Funções Essenciais À Justiça”. Atualmente, com a nova disposição trazida pela 
EC 80/14, a Defensoria Pública saiu da “seção III” do Capítulo destinado às 
“Funções Essenciais À Justiça” e passou a integrar uma seção própria, a “seção 
IV”, sem a companhia da advocacia. Vejamos: 
Seção IV 
Da Defensoria Pública 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014) 
Art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à função 
jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do regime 
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 democrático, fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos 
humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos 
individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados, na forma do 
inciso LXXIV do art. 5º desta Constituição Federal. 
(Redaçãodada pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014) 
Portanto, atenção, pois se trata de novidade e pode cair na prova! 
 
Essa determinação de regulamentação por LC está prevista na própria 
Constituição Federal, no §1º do art. 134. Vejamos: 
Art. 134 (...) 
§ 1º Lei complementar organizará a Defensoria Pública da União e do Distrito Federal 
e dos Territórios e prescreverá normas gerais para sua organização nos Estados, em 
cargos de carreira, providos, na classe inicial, mediante concurso público de provas e 
títulos, assegurada a seus integrantes a garantia da inamovibilidade e vedado o 
exercício da advocacia fora das atribuições institucionais. (Renumerado pela Emenda 
Constitucional nº 45, de 2004) 
 
2.3!Garantias e vedações aos membros da Defensoria Pública 
Como vocês podem ver, o §1º do art. 134 também contém três outras 
previsões, além da previsão de necessidade de LC: 
•! Inamovibilidade dos membros da Defensoria Pública 
•! Ingresso dos membros mediante concurso de provas E títulos 
•! Vedação de exercício da advocacia fora das atribuições funcionais 
 
A primeira das previsões (inamovibilidade) refere-se à prerrogativa 
conferida aos membros da Defensoria Pública (os Defensores Públicos) de não 
serem removidos compulsoriamente de suas respectivas Unidades de atuação. 
EXEMPLO: Imagine que um Defensor Público esteja ajuizando diversas ações 
civis públicas (a Defensoria Pública tem legitimidade para o ajuizamento destas 
ações) em face do Governo do estado. O Governador liga para o Defensor 
Público-Geral do Estado e exige a remoção deste Defensor para outra comarca. 
Essa remoção, chamada “ex officio”, não será possível de ser efetivada, pois 
desde a posse os membros da Defensoria Pública são inamovíveis. 
Trata-se de uma garantia para que os Defensores possam desempenhar bem e 
fielmente sua função. 
 
A segunda previsão se refere à necessidade de ingresso na carreira 
mediante concurso público de provas e títulos. O que isso significa? Que 
nos concursos para a seleção de Defensores Públicos, deverão ser aplicadas 
provas (de diversos tipos) e avaliados os títulos do candidato (se possui Mestrado, 
Doutorado, se leciona, etc.). 
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CUIDADO! Isso se aplica nos concursos para ingresso na carreira da Defensoria 
Pública, ou seja, somente nos concursos para MEMBROS da Defensoria 
Pública, não se aplicando aos concursos para servidores. 
 
A terceira e última previsão diz respeito à impossibilidade de os 
Defensores Públicos advogarem. Embora os Defensores Públicos não estejam 
vinculados à OAB, eles não estão proibidos de estar inscritos nos quadros da OAB, 
mas não podem advogar. 
Ainda com relação aos membros da Defensoria Pública, o art. 135 estabelece 
que eles devam ser remunerados mediante subsídio. Vejamos: 
Art. 135. Os servidores integrantes das carreiras disciplinadas nas Seções II e III deste 
Capítulo serão remunerados na forma do art. 39, § 4º. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 19, de 1998) 
(...) Art. 39 (...) 
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os 
Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio 
fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, 
abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, obedecido, 
em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI. (Incluído pela Emenda Constitucional 
nº 19, de 1998) 
 
⇒!Mas o que seria remuneração mediante subsídio? O subsídio é uma 
espécie remuneratória que é adotada para o pagamento de determinados 
agentes públicos, e tem como característica principal o fato de que se 
constitui em parcela única. Assim, quem recebe subsídio recebe apenas 
uma rubrica em seu contracheque, referente ao valor do seu subsídio, não 
podendo haver pagamento de abonos, gratificações, etc. (os chamados 
“penduricalhos”). 
 
Embora a remuneração por subsídio deva ser feita em parcela única, isso 
não impede o pagamento de parcelas de natureza indenizatória, como 
auxílio-alimentação, auxílio-saúde, etc. 
 
2.4!Princípios Institucionais da Defensoria Pública 
O art. 134 da CF/88 assim dispõe: 
Art. 134 (...) 
§ 4º São princípios institucionais da Defensoria Pública a unidade, a indivisibilidade 
e a independência funcional, aplicando-se também, no que couber, o disposto no 
art. 93 e no inciso II do art. 96 desta Constituição Federal. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 80, de 2014) 
 
Vemos, portanto, que três são os princípios institucionais da Defensoria 
Pública: 
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!! Unidade 
!! Indivisibilidade 
!! Independência funcional 
 
Veremos, agora, cada um deles. 
 
2.4.1!Unidade 
A UNIDADE significa que os membros da Defensoria Pública integram uma 
Instituição única, um todo orgânico, sob a mesma direção administrativa 
(Defensor-Geral). Não há, contudo, Unidade entre as diversas “Defensorias 
Públicas” entre si, apenas dentro de cada uma delas. Assim, os Defensores 
Públicos Federais compõem, entre si, um todo orgânico (unidade da DPU). Da 
mesma forma, exemplificativamente, os Defensores Públicos do Mato Grosso 
compõem, entre si, um todo orgânico (unidade da DPE-MT). 
Decorre ainda deste princípio, que os membros da Defensoria Pública, 
quando atuam, não “representam a Defensoria Pública”, eles presentam a 
Defensoria Pública, ou seja, os membros da Defensoria Pública são “a própria 
Defensoria Pública”. 
 
O princípio da Unidade possui duas vertentes: 
!! Administrativa – Cada DP compõe uma Unidade administrativa própria. 
Assim, sob este prisma, a Unidade deve ser entendida dentro de cada DP! 
Não podemos falar em Unidade (no plano administrativo) entre DPs 
diferentes! Não existe Unidade (administrativa), por exemplo, entre a DPU 
e uma DP estadual. 
!! Funcional – A atuação funcional (atividade-fim) da DP é uma só, embora 
existam “várias DPs”. Assim, existe Unidade funcional entre DPs 
diferentes. Ex.: Na primeira instância estadual quem atua são os Defensores 
da DP estadual, membros das DPEs. No STF, porém, quem atua é a DPU (há 
possibilidade de atuação das DPEs, mas geralmente é a DPU quem atua). 
Percebam que, aqui, não temos “duas DPs” atuando. Do ponto de vista 
administrativo sim (duas Unidades administrativas diferentes), mas do ponto 
de vista FUNCIONAL não. Quem atuou, desde o início, foi a Defensoria 
Pública. 
 
2.4.2!Indivisibilidade 
O princípio da INDIVISIBILIDADE significa que os membros da DP 
podem se substituir uns aos outros, sem que haja prejuízo à atuação da 
Instituição. Assim, como quem atua é a Instituição Defensoria Pública, e não o 
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 Defensor Público “fulano”, o Defensor não está vinculado ao processo, e quando 
sair de férias, por exemplo, o seu substituto atuará no caso. 
⇒! Mas, e a procuração, professor? Não há procuração. Os membros da 
Defensoria Pública não precisam de mandato (que é instrumentalizado através 
da procuração) para atuarem. O assistido apenas assina uma outorga de poderes 
afirmando que pleiteia os serviços da Defensoria Pública, de forma que o Defensor 
Público que elaborar a petição inicial pode não ser aquele que estará presente na 
audiência, ou que interporá o recurso, isto porque quem atua não é o Defensor 
Público, quem atua é a DEFENSORIA PÚBLICA (através do seu membro). 
Vejamos: 
Art.128. São prerrogativas dos membros da Defensoria Pública do Estado, dentre 
outras que a lei local estabelecer: 
(...) XI - representar a parte, em feito administrativo ou judicial, independentemente 
de mandato, ressalvados os casos para os quais a lei exija poderes especiais; 
 
Assim, quando o Juiz tem de intimar a Defensoria Pública, ele intima a 
Instituição e não o Defensor Público. Desta forma, não é necessário que o 
Defensor Público que atua no caso assine a intimação, basta que qualquer 
Defensor Público (pertencente à mesma “Defensoria”, entre aspas porque a DP é 
UNA) assine o mandado em nome da DP e a intimação é considerada realizada. 
 
2.4.3!Independência funcional 
Por fim, mas não menos importante, a INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL 
consiste no fato de que a DP atua com total independência, sem estar vinculada, 
no exercício de suas funções, a qualquer órgão5. Assim, nada impede que a 
Defensoria Pública da União ajuíze uma ação contra a União (aliás, é o que mais 
acontece), ou que a Defensoria Pública do Estado, por exemplo, ajuíze uma ação, 
em prol de um candidato, impugnando um ato da Banca do concurso público 
realizado pela própria Defensoria Pública do Estado (autonomia funcional da 
DP). Vejamos o que diz o art. 4º, em seu §2º, da LC 80/94: 
Art. 4º (...) § 2º As funções institucionais da Defensoria Pública serão exercidas 
inclusive contra as Pessoas Jurídicas de Direito Público. 
 
O §4º do mesmo artigo também corrobora o que aqui é dito: 
Art. 4º (...) 
§ 4º O instrumento de transação, mediação ou conciliação referendado pelo Defensor 
Público valerá como título executivo extrajudicial, inclusive quando celebrado com 
a pessoa jurídica de direito público. (Incluído pela Lei Complementar nº 132, de 
2009). 
 
 
5 Este aspecto da independência funcional também é chamado, por vezes, de AUTONOMIA 
FUNCIONAL da Defensoria Pública, em contraponto à “independência funcional” do Defensor 
Público. 
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 Em razão disso, a DP atua quando, onde e como entender que deve 
atuar, respeitando apenas o que manda a Lei. Se um Juiz, por exemplo, remete 
os autos de um processo à DP e diz que ela deve atuar, o Defensor não irá atuar 
“só porque o Juiz mandou”, o Defensor analisará o caso e decidirá se é ou não 
hipótese de atuação da DP. 
Existe ainda um aspecto interno da Independência Funcional, que é a 
independência funcional de cada Defensor Público. O que isso significa? 
Significa que as decisões acerca da atuação funcional (quando, como e onde 
atuar) serão tomadas pelo Defensor Público, conforme as suas convicções. Assim, 
se o Defensor analisar o caso e verificar que a parte não tem direito, 
poderá deixar de ajuizar a ação, e não pode o Defensor Público-Geral o 
mandar atuar, pois o Defensor tem independência para atuar apenas quando 
entender cabível sua atuação. 
Vejamos o que diz o §8º do art. 4º da LC 80/94: 
Art. 4º (...) § 8º Se o Defensor Público entender inexistir hipótese de atuação 
institucional, dará imediata ciência ao Defensor Público-Geral, que decidirá a 
controvérsia, indicando, se for o caso, outro Defensor Público para atuar. (Incluído 
pela Lei Complementar nº 132, de 2009). 
 
ATENÇÃO: Isso não impede a edição de normas genéricas e abstratas para a 
padronização de procedimentos dentro da Defensoria Pública, como normas que 
estabeleçam um limite de renda para que se presuma a hipossuficiência 
econômica do assistido, etc.6 
Além disso, sempre que o Defensor Público entender que não é caso de atuação, 
por ausência de viabilidade jurídica da demanda, deverá dar ciência desta 
decisão (arquivamento) ao Defensor Público-Geral, que poderá homologar, ou 
não, a decisão. Caso não homologue, poderá indicar outro Defensor Público para 
atuar no caso. 
 
Estas são as principais considerações acerca dos princípios institucionais da 
Defensoria Pública. 
 
2.5!Organização da Defensoria Pública no Brasil 
Finalizando o estudo da Defensoria Pública na Constituição Federal, vamos 
analisar alguns aspectos referentes à sua Organização. 
A Defensoria Pública brasileira compreende: 
!! A Defensoria Pública da União 
!! A Defensoria Pública do DF e Territórios 
!! As Defensorias Públicas estaduais 
 
6 Na DPU, por exemplo, temos a Resolução nº 85/2014, do CSDPU, que regulamenta a concessão 
de assistência jurídica em razão da renda, fixando os parâmetros para seu deferimento pelo 
Defensor Público Federal, embora haja boa margem de discricionariedade. 
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Nos termos do art. 134, §2º da CRFB/88, as Defensorias Públicas estaduais 
possuem autonomia funcional e administrativa, e também possuem a 
iniciativa de sua proposta orçamentária, nos limites da LDO. Vejamos: 
Art. 134 (...) 
§ 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autonomia funcional e 
administrativa e a iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos limites 
estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias e subordinação ao disposto no art. 99, 
§ 2º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
 
Essa autonomia funcional e administrativa refere-se ao poder de se 
autogovernar, administrar seus próprios recursos, e estabelecer determinadas 
regulamentações internas, quando não se trate de matérias reservadas à Lei. 
 
CUIDADO MASTER! Recentemente, no final de 2013, fora aprovada a EC nº 
74/2013, que introduziu o §3º do art. 134 da CRFB. Vejamos: 
Art. 134 (...) 
§ 3º Aplica-se o disposto no § 2º às Defensorias Públicas da União e do Distrito 
Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 74, de 2013) 
Podemos perceber que, antes de tal emenda constitucional, as Defensorias 
Públicas da União e do DF haviam sido “deixadas de lado”, pois não possuíam 
autonomia plena (financeira e orçamentária, com iniciativa de sua proposta de 
lei orçamentária). 
Atualmente, com o advento desta nova emenda constitucional, tanto a DPU 
como a DPDF passaram a ter, assim como as DPEs, autonomia 
financeira e orçamentária7, se desvinculando de forma completa do Poder 
Executivo. 
 
Ainda no que tange à Organização da Defensoria Pública, é importante que 
vocês saibam que compete à União, aos estados e ao DF legislarem 
concorrentemente sobre a Defensoria Pública e a assistência jurídica. 
Vejamos o art. 24, XIII da Constituição: 
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente 
sobre: 
(...) XIII - assistência jurídica e Defensoria pública; 
 
 
7 Sobre a autonomia orçamentária da DPU, recomendo a Leitura da decisão liminar proferida pela. 
Min. Rosa Weber, no MS 33193, impetrado pela DPU em face da União. O Poder Executivo havia 
cortado em mais de 95% a verba destinada ao pagamento de pessoal, conforme apontado na 
DPU em sua proposta orçamentária. A DPU questionou a legitimidade constitucional da ingerência 
do Poder Executivo, tendo obtido decisão liminar favorável. 
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 Além disso, todas as Leis que digam respeito à organização da DPU, 
bem como estabeleçam normas gerais sobre a organização das 
Defensorias Públicas estaduais são de iniciativa privativa do Presidente 
da República. Vejamos: 
Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou 
Comissão da Câmara dos Deputados, do SenadoFederal ou do Congresso Nacional, 
ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, 
ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta 
Constituição. 
§ 1º - São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que: 
(...) II - disponham sobre: 
(...) d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem como 
normas gerais para a organização do Ministério Público e da Defensoria Pública dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Territórios; 
 
Mas e os Municípios, não podem legislar sobre Defensoria Pública? 
Não! Os municípios não possuem competência constitucional para legislar sobre 
Defensoria Pública, até porque não existe Defensoria Pública municipal. 
CUIDADO! O fato de não existir Defensoria Pública municipal não quer dizer 
que não exista Defensoria Pública nos municípios. Assim, é plenamente possível 
que existam NÚCLEOS da Defensoria Pública nos mais diversos municípios que 
estejam dentro de sua esfera de atuação. Assim, haverá Defensoria Pública em 
Petrópolis/RJ, mas não estaremos diante de uma Instituição própria, e sim de 
um Núcleo da DPGE-RJ (esta sim é a Instituição) na cidade de Petrópolis. 
Da mesma forma, poderemos ter (e temos!) Unidade da DPU no município de 
Volta Redonda. Contudo, não estaremos diante de “Defensoria Pública 
Municipal de Volta Redonda”. 
 
2.5.1!A EC 80/14 e a necessidade de expansão da Defensoria Pública 
Por fim, a EC 80/14 alterou, ainda, o ADCT (Ato das Disposições 
Constitucionais Transitórias). Vejamos: 
Art. 98. O número de defensores públicos na unidade jurisdicional será proporcional à 
efetiva demanda pelo serviço da Defensoria Pública e à respectiva 
população. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014) 
§ 1º No prazo de 8 (oito) anos, a União, os Estados e o Distrito Federal deverão contar 
com defensores públicos em todas as unidades jurisdicionais, observado o disposto no 
caput deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014) 
§ 2º Durante o decurso do prazo previsto no § 1º deste artigo, a lotação dos 
defensores públicos ocorrerá, prioritariamente, atendendo as regiões com maiores 
índices de exclusão social e adensamento populacional. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 80, de 2014) 
 
Vejam que tal disposição tem por finalidade garantir que a Defensoria Pública 
seja devidamente aparelhada pelo Estado, notadamente no que se refere à 
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 necessidade de que haja Defensoria Pública em todos os lugares em que haja 
órgãos do Poder Judiciário, de forma a garantir a todos o acesso à Justiça. 
O prazo conferido pela EC 80/14 aos Entes federados (União, 
estados e DF) foi de 08 anos (a contar da promulgação da EC). Enquanto isso 
(enquanto não há defensores públicos para atuar em todos os locais), a 
Defensoria Pública deverá priorizar áreas mais pobres, com maior nível de 
exclusão social e adensamento populacional (pois são as que mais necessitam da 
Defensoria Pública). 
 
3! DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES 
 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 
"Arts. 134 e 135 da CRFB/88 – Regulamenta a DP, sua natureza, posição no 
sistema de Justiça e autonomia: 
Art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à função 
jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do regime 
democrático, fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos 
humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais 
e coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados, na forma do inciso LXXIV 
do art. 5º desta Constituição Federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 80, de 2014) 
§ 1º Lei complementar organizará a Defensoria Pública da União e do Distrito Federal 
e dos Territórios e prescreverá normas gerais para sua organização nos Estados, em 
cargos de carreira, providos, na classe inicial, mediante concurso público de provas e 
títulos, assegurada a seus integrantes a garantia da inamovibilidade e vedado o 
exercício da advocacia fora das atribuições institucionais. (Renumerado do parágrafo 
único pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
§ 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autonomia funcional e 
administrativa e a iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos limites 
estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias e subordinação ao disposto no art. 99, 
§ 2º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
§ 3º Aplica-se o disposto no § 2º às Defensorias Públicas da União e do Distrito Federal. 
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 74, de 2013) 
§ 4º São princípios institucionais da Defensoria Pública a unidade, a indivisibilidade e 
a independência funcional, aplicando-se também, no que couber, o disposto no art. 
93 e no inciso II do art. 96 desta Constituição Federal. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 80, de 2014) 
Art. 135. Os servidores integrantes das carreiras disciplinadas nas Seções II e III deste 
Capítulo serão remunerados na forma do art. 39, § 4º. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 19, de 1998) 
 
"Arts. 21, XIII da CRFB/88 – Trata da competência da União para organizar 
e manter a DP dos Territórios: 
Art. 21. Compete à União: 
XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do Distrito Federal e 
dos Territórios e a Defensoria Pública dos Territórios; (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 69, de 2012) (Produção de efeito) 
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"Arts. 22, XVII da CRFB/88 – Trata da competência LEGISLATIVA da União 
para legislar sobre a organização da DP dos Territórios: 
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: 
XVII - organização judiciária, do Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios 
e da Defensoria Pública dos Territórios, bem como organização administrativa destes; 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 69, de 2012) (Produção de efeito) 
 
"Arts. 24, XIII da CRFB/88 – Trata da competência LEGISLATIVA concorrente 
entre União, estados e DF para LEGISLAR sobre Defensoria Pública e assistência 
jurídica: 
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente 
sobre: (...) 
XIII - assistência jurídica e Defensoria pública; 
 
"Arts. 61, §1º, III, “d” da CRFB/88 – Trata da iniciativa privativa do 
Presidente da República em relação aos Projetos de Lei que tratem da 
organização da Defensoria Pública da União, bem como normas gerais para a 
organização da Defensoria Pública dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Territórios: 
Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou 
Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, 
ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, 
ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta 
Constituição. 
§ 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que: 
(...) 
II - disponham sobre: 
d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem como 
normas gerais para a organização do Ministério Público e da Defensoria Pública dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Territórios; 
 
"Arts. 168 da CRFB/88 – Trata do repasse mensal das dotações orçamentárias 
aos órgãos do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e da 
Defensoria Pública, que devem ser feitos na fração de 1/12 a cada mês: 
Art. 168. Os recursos correspondentesàs dotações orçamentárias, compreendidos os 
créditos suplementares e especiais, destinados aos órgãos dos Poderes Legislativo e 
Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública, ser-lhes-ão entregues 
até o dia 20 de cada mês, em duodécimos, na forma da lei complementar a 
que se refere o art. 165, § 9º. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 
2004) 
 
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 4! JURISPRUDÊNCIA CORRELATA 
" STF - ADI 4270 – O STF firmou entendimento no sentido de que a criação de 
quaisquer outros mecanismos de assistência jurídica, remunerados pelo Estado 
(diverso do staff model), é inconstitucional: 
Ementa: Art. 104 da constituição do Estado de Santa Catarina. Lei complementar 
estadual 155/1997. Convênio com a seccional da Ordem dos Advogados do 
Brasil (OAB/SC) para prestação de serviço de “defensoria pública dativa”. 
Inexistência, no Estado de Santa Catarina, de órgão estatal destinado à 
orientação jurídica e à defesa dos necessitados. Situação institucional que 
configura severo ataque à dignidade do ser humano. Violação do inc. LXXIV do 
art. 5º e do art. 134, caput, da redação originária da Constituição de 1988. Ações 
diretas julgadas procedentes para declarar a inconstitucionalidade do art. 104 da 
constituição do Estado de Santa Catarina e da lei complementar estadual 
155/1997 e admitir a continuidade dos serviços atualmente prestados pelo 
Estado de Santa Catarina mediante convênio com a OAB/SC pelo prazo 
máximo de 1 (um) ano da data do julgamento da presente ação, ao fim do 
qual deverá estar em funcionamento órgão estadual de defensoria pública 
estruturado de acordo com a Constituição de 1988 e em estrita observância à 
legislação complementar nacional (LC 80/1994). 
(ADI 4270, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Tribunal Pleno, julgado em 
14/03/2012, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-188 DIVULG 24-09-2012 PUBLIC 25-09-
2012) 
 
" STF – ADI 4163 – Ainda no que tange ao modelo teórico de assistência 
jurídica no Brasil, o STF não só reconheceu que o modelo constitucionalmente 
previsto é o staff model como também entendeu como inconstitucional 
qualquer norma que limite a autonomia da DP ao impor que a assistência 
jurídica seja realizada pela DP em convênio com a OAB ou qualquer outra 
Instituição. O STF reconheceu que a DP pode (faculdade) celebrar convênios 
com a OAB, mas não pode ser obrigada a isso: 
Ação de descumprimento de preceito fundamental – ADPF. Art. 109 da Constituição 
do Estado de São Paulo e art. 234 da Lei Complementar estadual nº 988/2006. 
Defensoria Pública. Assistência jurídica integral e gratuita aos necessitados. Previsões 
de obrigatoriedade de celebração de convênio exclusivo com a seção local da Ordem 
dos Advogados do Brasil – OAB-SP. Inadmissibilidade. Desnaturação do conceito de 
convênio. Mutilação da autonomia funcional, administrativa e financeira da 
Defensoria. Ofensa consequente ao art. 134, § 2º, cc. art. 5º, LXXIV, da CF. 
Inconstitucionalidade reconhecida à norma da lei complementar, ulterior à EC nº 
45/2004, que introduziu o § 2º do art. 134 da CF, e interpretação conforme atribuída 
ao dispositivo constitucional estadual, anterior à emenda. Ação direta de 
inconstitucionalidade conhecida como ADPF e julgada, em parte, procedente, para 
esses fins. Voto parcialmente vencido, que acolhia o pedido da ação direta. É 
inconstitucional toda norma que, impondo a Defensoria Pública Estadual, 
para prestação de serviço jurídico integral e gratuito aos necessitados, a 
obrigatoriedade de assinatura de convênio exclusivo com a Ordem dos 
Advogados do Brasil, ou com qualquer outra entidade, viola, por conseguinte, 
a autonomia funcional, administrativa e financeira daquele órgão público. 
(ADI 4163, Relator(a): Min. CEZAR PELUSO, Tribunal Pleno, julgado em 29/02/2012, 
ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-040 DIVULG 28-02-2013 PUBLIC 01-03-2013) 
 
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" STF – ADPF 307 – Baseado na autonomia financeira e orçamentária da DP, o 
STF firmou entendimento no sentido de que sua proposta orçamentária não pode 
ser inserida na proposta do executivo, como se se tratasse de mais uma 
secretaria (ou Ministério), pois isso configuraria odiosa ingerência do Executivo: 
(...) A arguição dirige-se contra ato do chefe do Poder Executivo estadual praticado 
no exercício da atribuição conferida constitucionalmente a esse agente político de 
reunir as propostas orçamentárias dos órgãos dotados de autonomia para 
consolidação e de encaminhá-las para a análise do Poder Legislativo. Não se cuida de 
controle preventivo de constitucionalidade de ato do Poder Legislativo, ma, sim, de 
controle repressivo de constitucionalidade de ato concreto do chefe do Poder 
Executivo. 4. São inconstitucionais as medidas que resultem em subordinação 
da Defensoria Pública ao Poder Executivo, por implicarem violação da 
autonomia funcional e administrativa da instituição. Precedentes: ADI nº 
3965/MG, Tribunal Pleno, Relator a Ministra Cármen Lúcia, DJ de 30/3/12; ADI nº 
4056/MA, Tribunal Pleno, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, DJ de 1/8/12; ADI 
nº 3569/PE, Tribunal Pleno, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence, DJ de 11/5/07. 
Nos termos do art. 134, § 2º, da Constituição Federal, não é dado ao chefe do 
Poder Executivo estadual, de forma unilateral, reduzir a proposta 
orçamentária da Defensoria Pública quando essa é compatível com a Lei de 
Diretrizes Orçamentárias. Caberia ao Governador do Estado incorporar ao PLOA a 
proposta nos exatos termos definidos pela Defensoria, podendo, contudo, pleitear à 
Assembleia Legislativa a redução pretendida, visto ser o Poder Legislativo a seara 
adequada para o debate de possíveis alterações no PLOA. A inserção da Defensoria 
Pública em capítulo destinado à proposta orçamentária do Poder Executivo, 
juntamente com as Secretarias de Estado, constitui desrespeito à autonomia 
administrativa da instituição, além de ingerência indevida no 
estabelecimento de sua programação administrativa e financeira. 5. Medida 
cautelar referendada. 
(ADPF 307 MC-Ref, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em 
19/12/2013, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-060 DIVULG 26-03-2014 PUBLIC 27-03-
2014) 
 
5! RESUMO 
Para finalizar o estudo da matéria, trazemos um resumo dos 
principais aspectos estudados ao longo da aula. Nossa 
sugestão é a de que esse resumo seja estudado sempre 
previamente ao início da aula seguinte, como forma de 
“refrescar” a memória. Além disso, segundo a organização 
de estudos de vocês, a cada ciclo de estudos é fundamental 
retomar esses resumos. Caso encontrem dificuldade em 
compreender alguma informação, não deixem de retornar à 
aula. 
RESUMO 
Acesso à Justiça – Direito Fundamental do Homem. Decorrência do Estado 
Social e Democrático de Direito, competindo ao Estado um “atuar positivo”, ao 
invés de mera abstenção. 
 
Evolução histórica do acesso à Justiça no Brasil e no mundo 
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 Antiguidade (Grécia) - Todos os indivíduos que possuíam o status de cidadão 
eram considerados aptos a postular perante o sistema Judiciário então vigente, 
não só na defesa de seus interesses, mas na defesa dos interesses dos indivíduos 
a eles vinculados (servos ou familiares). 
Estado contemporâneo iluminista – O “direito à Justiça” era concebido como 
direito civil, de liberdade individual, ou seja, o homem deve ser livre para “obter 
Justiça”(junto ao Estado, claro). OBS.: Não havia o amadurecimento da ideia de 
criação de um aparato estatal voltado especificamente a promover o acesso à 
Justiça para os necessitados. Assistência jurídica meramente por atuação pro 
bono. Em alguns casos, o máximo que o Estado faria seria dispensar o 
necessitado de pagar as taxas judiciárias. 
Final do século XIX e início do século XX - Muitos Estados passaram a adotar 
leis que instituíam o dever jurídico de patrocinar a causa dos pobres. Este dever, 
contudo, não era direcionado ao próprio Estado, mas aos profissionais da área, 
substituindo o então vigente sistema caritativo. Exemplos: 
⇒! Code de L’assistance Judiciaire francês, de 1851 (França) 
⇒! In forma pauperis act (Inglaterra) 
 
Assistência jurídica no Brasil 
⇒! CF/1934 - Obrigatoriedade de fornecimento de assistência judiciária pela 
União e pelos Estados. Tal previsão se repetiu nas Constituições de 
1946 e 1967. 
⇒! Constituição Federal de 1988 - Delimitado, de forma precisa, como o 
Estado deverá prestar assistência jurídica integral e gratuita: através da 
Defensoria Pública. 
 
Diplomas internacionais - Reconhecimento expresso pode ser verificado, 
dentre outros, no Pacto de San José da Costa Rica. 
 
Modelos teóricos de assistência jurídica 
MODELO CARACTERÍSTICA 
ASSISTENCIAL-
CARITATIVO 
Advogados particulares atuam de forma caridosa, sem 
receber contraprestação dos cofres públicos, no que se 
chama de atuação pro bono. 
STAFF MODEL Sistema em que o Estado mantém um quadro de 
profissionais habilitados, em regra com dedicação 
exclusiva, com remuneração pelos cofres públicos. É o 
adotado no Brasil. 
JUDICAIRE Sistema em que advogados autônomos (profissionais 
liberais, sem vínculo permanente com o Estado) atuam 
casuisticamente, sendo remunerados pelo Estado de acordo 
com cada participação (cada caso gera uma remuneração). 
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 Importante frisar que o Brasil não adotou este sistema como 
regra. Contudo, como a Defensoria Pública ainda não está 
devidamente instalada em todas as comarcas, em alguns 
locais (em que não há Defensoria Pública) os Juízes 
“nomeiam” advogados dativos para patrocinarem 
determinadas causas específicas. Por esta atuação 
específica estes profissionais recebem seus honorários. 
MISTOS OU 
HÍBRIDOS 
São aqueles que adotam mais de um dos sistemas 
anteriores, como regra. 
 
A DEFENSORIA PÚBLICA NA CF/88 
Natureza – Instituição PERMANENTE e essencial à Função Jurisdicional do 
Estado, incumbindo-lhe a orientação e defesa dos interesses dos 
necessitados em TODOS OS GRAUS. 
Posição no Sistema de Justiça – Função essencial à Justiça (como o MP, por 
exemplo), mas desvinculada do Judiciário. 
Finalidade – Resumidamente, promover a cidadania, através da orientação 
jurídica aos necessitados e, se necessário, a defesa de seus interesses em Juízo. 
 
Defensoria Pública e advocacia - A Defensoria Pública NÃO ESTÁ 
VINCULADA À OAB. A advocacia privada é uma Função essencial à Justiça, 
assim como a Defensoria Pública. A Defensoria Pública é uma Instituição regida 
por Lei Complementar, a LC 80/94. Já a advocacia privada é Instituição regida 
por lei ordinária, a Lei 8.906/94, que é mais conhecida como Estatuto da OAB. 
 
Disposições relativas aos membros da Defensoria Pública 
•! Inamovibilidade dos membros da Defensoria Pública - 
Prerrogativa conferida aos membros da Defensoria Pública (os 
Defensores Públicos) de não serem removidos compulsoriamente de 
suas respectivas Unidades de atuação. 
•! Ingresso dos membros mediante concurso de provas E títulos 
- Nos concursos para a seleção de Defensores Públicos, deverão ser 
aplicadas provas (de diversos tipos) e avaliados os títulos do 
candidato (se possui Mestrado, Doutorado, se leciona, etc.). 
•! Vedação de exercício da advocacia fora das atribuições 
funcionais - Embora os Defensores Públicos não estejam vinculados 
à OAB, eles não estão proibidos de estar inscritos nos quadros da 
OAB, mas não podem advogar. 
•! Remuneração mediante subsídio - O subsídio é uma espécie 
remuneratória que é adotada para o pagamento de determinados 
agentes públicos, e tem como característica principal o fato de que 
se constitui em parcela única, não podendo haver pagamento de 
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 abonos, gratificações, etc. (os chamados “penduricalhos”) – Não 
impede o pagamento de verbas de natureza indenizatória. 
 
Princípios Institucionais da Defensoria Pública 
!! Unidade - Significa que os membros da Defensoria Pública integram 
uma Instituição única, um todo orgânico, sob a mesma direção 
administrativa (Defensor-Geral). Não há Unidade entre DPs diversas. 
Essa é a Unidade administrativa. Há a Unidade funcional, relativa 
à atividade-fim da Instituição (aqui há Unidade entre DPs diversas). 
!! Indivisibilidade - Significa que os membros da DP podem se 
substituir uns aos outros, sem que haja prejuízo à atuação da 
Instituição. Assim, como quem atua é a Instituição Defensoria Pública, 
e não o Defensor Público “fulano”, o Defensor não está vinculado ao 
processo, e quando sair de férias, por exemplo, o seu substituto atuará 
no caso. 
!! Independência funcional – Duas vertentes - (a) Externa 
(autonomia funcional): consiste no fato de que a DP atua com total 
independência, sem estar vinculada, no exercício de suas funções, a 
qualquer órgão; (b) interna (independência funcional dos 
membros): as decisões acerca da atuação funcional (quando, como e 
onde atuar) serão tomadas pelo Defensor Público, conforme as suas 
próprias convicções. OBS.: A independência funcional não implica 
ausência de hierarquia ADMINISTRATIVA (apenas funcional). 
 
Organização da Defensoria Pública no Brasil 
Estrutura - A Defensoria Pública brasileira compreende: 
!! A Defensoria Pública da União 
!! A Defensoria Pública do DF e Territórios 
!! As Defensorias Públicas estaduais 
 
Autonomia da DP 
A DP possui autonomia: 
⇒! Funcional – Atuação livre de ingerência externa 
⇒! Administrativa – Autogestão administrativa 
⇒! Financeira e orçamentária – Elaborar sua própria Proposta de Lei 
Orçamentária e decidir como aplicar os recursos. 
 
Competência Legislativa 
Competência legislativa concorrente - Compete à União, aos estados e ao DF 
legislarem concorrentemente sobre a Defensoria Pública e a assistência jurídica. 
Iniciativa do Presidente da República - As Leis que digam respeito à 
organização da DPU, bem como estabeleçam normas gerais sobre a organização 
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 das Defensorias Públicas estaduais são de iniciativa privativa do Presidente da 
República. 
 
A EC 80/14 e a necessidade de expansão da Defensoria Pública – Houve 
alteração do ADCT, com a finalidade de garantir que a Defensoria Pública seja 
devidamente aparelhada pelo Estado, notadamente no que se refere à 
necessidade de que haja Defensoria Pública em todos os lugares em que 
haja órgãos do Poder Judiciário, de forma a garantir a todos o acesso à 
Justiça. O prazo conferido pela EC 80/14 aos Entes federados (União, 
estados e DF) foi de 08 anos (a contar da promulgação da EC). 
___________ 
Bons estudos! 
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6! EXERCÍCIOS DA AULA 
 
01.! (CESPE – 2015 – DPU – DEFENSOR PÚBLICO) 
A independência funcional é um princípio institucional previsto na CF que implica 
a ausência de hierarquia entre os membros da DP tanto no aspectofuncional 
quanto no âmbito administrativo. 
 
02.! (CESPE – 2016 – DPU – ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATIVO) 
Aos defensores investidos na função antes do advento da Constituição Federal de 
1988 foram assegurados o direito de opção pela carreira e o direito ao exercício 
da advocacia. 
 
03.! (CESPE – 2016 – DPU – AGENTE ADMINISTRATIVO) 
Para evitar o conflito de interesses, os defensores são impedidos de atuar contra 
a pessoa jurídica de direito público à qual estão vinculados. 
 
04.! (CESPE – 2013 – MS – ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATIVO) 
São órgãos do Poder Judiciário, entre outros, a Defensoria Pública da União e a 
dos estados. 
 
05.! (CESPE – 2013 – MS – ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATIVO) 
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 A defensoria pública, instituição essencial à função jurisdicional do Estado, tem 
por competência a orientação jurídica e a defesa, em todos os graus, dos 
necessitados. 
 
06.! (CESPE – 2013 – TCU – AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO) 
Diferentemente das defensorias públicas estaduais, a Defensoria Pública da União 
não dispõe de autonomia funcional e administrativa. 
 
07.! (CESPE – 2013 – PC-DF – ESCRIVÃO DE POLÍCIA) 
A respeito do Ministério Público e da defensoria pública, julgue os itens seguintes. 
Organizar e manter a Defensoria Pública do Distrito Federal são competências da 
União. 
 
08.! (CESPE – 2013 – SEGESP/AL – PAPILOSCOPISTA) 
Acerca das funções essenciais à justiça, julgue o próximo item. 
Considere que tenha sido editada lei estadual que estabelecia a subordinação 
administrativa da defensoria pública estadual ao governador do estado. Nessa 
situação, a criação dessa lei é inconstitucional, dado que a defensoria pública é 
dotada de autonomia funcional e administrativa. 
 
09.! (CESPE – 2013 – TRT-ES – ANALISTA JUDICIÁRIO) 
A defensoria pública estadual detém autonomia funcional e administrativa, assim 
como a iniciativa de sua proposta orçamentária. 
 
10.! (CESPE – 2014 – MDIC – AGENTE ADMINISTRATIVO) 
No que se refere aos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, bem como às 
funções essenciais à justiça, julgue os seguintes itens. 
A CF garante autonomia funcional e administrativa à defensoria pública estadual 
e ao Ministério Público. 
 
11.! (CESPE – 2014 – TJ-SE – ANALISTA JUDICIÁRIO) 
A respeito dos Poderes Executivo e Legislativo e das funções essenciais à justiça, 
julgue os itens que se seguem. 
Essencial à justiça, a defensoria pública é competente para a defesa dos 
necessitados, não havendo, porém, óbice a que a legislação infraconstitucional 
amplie essa competência para defesa de sujeitos não hipossuficientes. 
 
12.! (CESPE – 2015 – DPU – DEFENSOR PÚBLICO) 
Segundo entendimento do STF, a proposta orçamentária da DP poderá ser 
inserida na do Poder Executivo, juntamente com as das secretarias de estado ou 
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 com as dos ministérios, no âmbito federal, não constituindo tal inserção 
desrespeito à autonomia administrativa da instituição, nem ingerência no 
estabelecimento de sua programação financeira. 
 
13.! (FCC – 2011 – DPE-RS – DEFENSOR PÚBLICO) 
O direito fundamental à assistência jurídica integral e gratuita, previsto 
constitucionalmente e instrumentalizado pela Defensoria Pública, compreende 
a) prestar orientação jurídica e exercer a defesa dos necessitados, somente no 
segundo grau de jurisdição. 
b) prestar orientação jurídica a todos os beneficiados pela Lei no 1.060/50, assim 
considerados os nacionais ou estrangeiros, residentes no país, que necessitarem 
recorrer à Justiça penal, civil ou do trabalho, excluída a Justiça Militar. 
c) a impossibilidade de denegação ao atendimento do cidadão, tendo em vista a 
universalidade do direito prestado, desimportando que se trata de pessoa com 
elevado poder aquisitivo. 
d) a função institucional da Defensoria Pública para propositura da ação penal 
pública, naqueles casos em que não houver órgão de atuação do Ministério 
Público na Comarca. 
e) promover a mais ampla defesa dos direitos fundamentais dos necessitados, 
abrangendo seus direitos individuais, coletivos, sociais, econômicos, culturais e 
ambientais, sendo admissíveis todas as espécies de ações capazes de propiciar 
sua adequada e efetiva tutela. 
 
14.! (MOVENS - 2010 – PREFEITURA DE MANAUS/AM – ANALISTA 
JURÍDICO) 
Em relação à Defensoria Pública, assinale a opção correta. 
a) Norma estadual que atribui à defensoria pública do estado a defesa judicial de 
servidores públicos estaduais processados civil ou criminalmente em razão do 
regular exercício do cargo é compatível com a CF/88. 
b) Às defensorias públicas, em âmbito federal e estadual são asseguradas 
autonomias funcional e administrativa e a iniciativa de sua proposta orçamentária 
dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias. 
c) Aos integrantes das defensorias públicas é assegurada a garantia da 
inamovibilidade e permitido o exercício da advocacia fora das atribuições 
institucionais, exceto em demandas contra a fazenda pública que os remunera. 
d) Por desempenhar, com exclusividade, um mister estatal genuíno e essencial à 
jurisdição, a defensoria pública não convive com a possibilidade de que seus 
integrantes sejam recrutados em caráter precário. 
 
15.! (CESPE – 2006 – TJ-SE – TITULAR DE SERVIÇOS E NOTAS E DE 
REGISTROS) 
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 O Ministério Público, a advocacia e a defensoria pública constituem funções 
essenciais à justiça. 
 
16.! (CESPE – 2005 – TRT 16 RG – AJAJ) 
São de iniciativa privativa do presidente da República as leis que disponham sobre 
a organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem como 
as normas gerais para a organização do Ministério Público e da Defensoria Pública 
dos estados, do DF e dos territórios. 
 
17.! (CESPE – 2010 – TRT 21 RG – AJAA) 
À Defensoria Pública da União e às defensorias públicas estaduais são 
asseguradas autonomia funcional e administrativa e a iniciativa de sua proposta 
orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias. 
 
18.! (CESPE – 2010 – DPE/BA – DEFENSOR PÚBLICO) 
Com relação à DP, julgue o item subsecutivo. 
De acordo com a CF, são de iniciativa exclusiva do presidente da República as 
leis que disponham sobre a organização da Defensoria Pública da União bem 
como as normas gerais para a organização da DP dos estados, do Distrito Federal, 
dos territórios e dos municípios. 
 
19.! (FCC – 2008 – TRT 8 RG – AJAA) 
A Defensoria Pública da União é organizada por 
a) Lei Delegada. 
b) Decreto Legislativo. 
c) Lei Ordinária. 
d) Lei Complementar. 
e) Resolução. 
 
20.! (FCC – 2010 – BAHIAGÁS – ANALISTA DE PROCESSOS 
ORGANIZACIONAIS – DIREITO) 
As Leis que disponham sobre organização do Ministério Público e da Defensoria 
Pública da União, bem como normas gerais para a organização do Ministério 
Público e da Defensoria Pública dos Estados e do Distrito Federal são de iniciativa 
privativa do Presidente 
a) do Supremo Tribunal Federal. 
b) do Senado Federal. 
c) da Câmara dos Deputados. 
d) da República. 
e) do Superior Tribunal de Justiça. 
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LEGISLAÇÃO DA DP – DPE-PR - DEFENSOR PÚBLICO 
Teoria e questões 
Aula 00 – Prof. Renan

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