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Rideci Farias. Haroldo Paranhos. Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc. CREA/ PA 9736 – D. CREA/DF 9649 – D. Engenharia de Fundações – 2º Semestre de 2014 1 NOTAS DE AULAS DE ENGENHARIA DE FUNDAÇÕES PARTE 1 2º SEMESTRE DE 2014 PROFESSORES: RIDECI FARIAS HAROLDO PARANHOS BRASÍLIA / DF JULHO / 2014 Rideci Farias. Haroldo Paranhos. Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc. CREA/ PA 9736 – D. CREA/DF 9649 – D. Engenharia de Fundações – 2º Semestre de 2014 2 SUMÁRIO 1.0. APRESENTAÇÃO.....................................................................................................9 2.0. INVESTIGAÇÃO DO SUBSOLO – ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DAS SONDAGENS....................................................................................................................10 2.1. SONDAGENS DE SIMPLES RECONHECIMENTO......................................................10 2.1.1. Perfuração acima do nível d’água..............................................................................10 2.1.2. Determinação do nível d’água ...................................................................................10 2.1.3. Perfuração abaixo do nível d’água.............................................................................10 2.1.4. Amostragem de solos .................................................................................................11 2.1.5. Resistência à penetração - SPT ..................................................................................13 2.1.6. Apresentação dos resultados ......................................................................................15 2.1.7. Programação de sondagens ........................................................................................15 2.1.8. Principais Vantagens da Sondagem SPT ...................................................................15 2.2. Sondagem de Penetração Estática – “Cone Penetration Test” (CPT) - NBR 12069 .........20 2.2.1. Relação entre os resultados do CPT e SPT................................................................22 2.3. Programação de Sondagens de Simples Reconhecimento dos Solos para Fundações de Edifícios (Número e Locação das Sondagens) ..............................................................................24 2.4. Sondagem Rotativa (SR)....................................................................................................25 2.4.1. RQD (Rock Quality Designation) ou Índice de Qualidade da Rocha........................28 2.4.2. Percentagem de Recuperação.....................................................................................29 3.0. TIPOS DE FUNDAÇÕES........................................................................................31 3.1. FUNDAÇÃO SUPERFICIAL (RASA OU DIRETA) ......................................................31 3.1.1. Sapata .........................................................................................................................32 3.1.1.1. Sapata isolada.....................................................................................................33 3.1.1.2. Sapata associada.................................................................................................34 3.1.1.3. Sapata corrida.....................................................................................................35 3.1.1.4. Sapata em divisa (Sapata excêntrica) / Sapata alavancada ................................36 3.1.2. Bloco ..........................................................................................................................38 3.1.3. Radier .........................................................................................................................39 3.2. FUNDAÇÃO PROFUNDA...............................................................................................42 3.2.1. Estaca .........................................................................................................................42 3.2.1.1. Estaca pré-moldada ou pré-fabricada de concreto .............................................42 3.2.1.2. Estaca de concreto moldada “in loco” ...............................................................43 3.2.1.3. Estaca mista........................................................................................................59 3.2.1.4. Estaca metálica ou de aço ..................................................................................59 3.2.1.5. Estaca trado vazado segmentado........................................................................59 Rideci Farias. Haroldo Paranhos. Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc. CREA/ PA 9736 – D. CREA/DF 9649 – D. Engenharia de Fundações – 2º Semestre de 2014 3 3.2.2. Tubulão ......................................................................................................................60 3.2.2.1. Tubulão a céu aberto ..........................................................................................60 3.2.2.2. Tubulão a ar comprimido...................................................................................60 4.0. CRITÉRIOS BÁSICOS PARA A ESCOLHA DO TIPO DE FUNDAÇÕES ..............62 4.1. PRINCIPAIS TIPOS DE FUNDAÇÕES E CRITÉRIOS A SEREM CONSIDERADOS NAS ANÁLISES PARA A ESCOLHA DA FUNDAÇÃO ..........................................................62 4.1.1. Fundação rasa.............................................................................................................62 4.1.1.1. Métodos para Estimativa de Tensões Admissíveis ............................................62 4.1.1.2. Resistência à Penetração em Sondagens SPT....................................................63 4.1.2. Fundações profundas..................................................................................................64 5.0. DIMENSIONAMENTO DAS FUNDAÇÕES.............................................................65 5.1. DIMENSIONAMENTO DE BLOCOS DE FUNDAÇÃO ...............................................65 5.2. DIMENSIONAMENTO DE SAPATA ISOLADA...........................................................68 6.0. DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL DE SAPATAS ISOLADAS .........................77 6.1. MÉTODO DAS BIELAS...................................................................................................77 6.1.1. Sapatasisoladas..........................................................................................................77 6.1.1.1. Cálculo do volume de concreto de uma sapata isolada......................................78 7.0. DIMENSIONAMENTO DE TUBULÕES ..................................................................81 7.1. TUBULÕES A CÉU ABERTO.........................................................................................81 7.2. FASES DE EXECUÇÃO DE TUBULÃO A CÉU ABERTO ..........................................82 LISTA DE FOTOS Foto 2.1 – Trépano de lavagem (http://www.contenco.com.br). .......................................................11 Foto 2.2 - Amostrador-padrão de parede grossa “Raymond” (NBR 6.484 / 2001) – Fechado. .......12 Foto 2.3 - Amostrador-padrão de parede grossa “Raymond” (NBR 6.484 / 2001) – Aberto...........12 Foto 2.4 – Execução de sondagem. Avanço por lavagem. ................................................................16 Foto 2.5 – Execução de sondagem SPT.............................................................................................16 Foto 2.6 – Material da lavagem do furo de sondagem.......................................................................17 Foto 2.7 – Limpeza do furo de sondagem com o balde.....................................................................17 Foto 2.8 - Limpeza do furo de sondagem com o balde......................................................................17 Foto 2.9 – Material da lavagem retirado do furo de sondagem. ........................................................17 Foto 2.10 – Solo recuperado no amostrador da sondagem. ...............................................................17 Foto 2.11 – Solo recuperado no amostrador da sondagem. ...............................................................17 Foto 2.12 – Ponteira cônica................................................................................................................22 Foto 2.13 – Cone instrumentado para CPT (CPTU = Piezocone = CPT + poro-pressão).................22 Foto 2.14 – Montagem para execução do ensaio CPT.......................................................................22 Foto 2.15 – Montagem para execução do ensaio CPT.......................................................................22 Rideci Farias. Haroldo Paranhos. Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc. CREA/ PA 9736 – D. CREA/DF 9649 – D. Engenharia de Fundações – 2º Semestre de 2014 4 Foto 2.16 – Coroa com pastilha de vídia. ..........................................................................................25 Foto 2.17 – Barrilete. .........................................................................................................................26 Foto 2.18 – Caixa com testemunhos obtidos em sondagem rotativa. ................................................26 Foto 2.19 – Caixas com testemunhos obtidos em sondagem rotativa. ..............................................26 Foto 2.20 – Sonda rotativa motorizada e Bomba de água (Fabricante Maquesonda). ......................27 Foto 2.21 – Sonda rotativa motorizada (Fabricante Sondeq).............................................................27 Foto 3.1 – Área a ser escavada para execução de sapata. ..................................................................32 Foto 3.2 – Montagem da forma para a execução de sapata. ..............................................................32 Foto 3.3 – Montagem da forma para a execução de sapata. ..............................................................32 Foto 3.4 – Montagem da forma para a execução de sapata. ..............................................................32 Foto 3.5 – Montagem da forma para a execução de sapata. ..............................................................32 Foto 3.6 – Bomba para a concretagem da sapata. ..............................................................................32 Foto 3.7 – Execução de sapata. ..........................................................................................................33 Foto 3.8 – Sapata concretada. ............................................................................................................33 Foto 3.9 – Sapata concretada. ............................................................................................................33 Foto 3.10 – Sapata já executada.........................................................................................................33 Foto 3.11 – Radier armado.................................................................................................................40 Foto 3.12 – Radier armado.................................................................................................................40 Foto 3.13 – Radier armado.................................................................................................................40 Foto 3.14 – Radier armado.................................................................................................................40 Foto 3.15 – Radier armado.................................................................................................................40 Foto 3.16 – Radier protendido. ..........................................................................................................40 Foto 3.17 – Fotos relativas a radier protendido. ................................................................................41 Foto 3.18 – Estaca pré-moldada circular de concreto........................................................................42 Foto 3.19 – Estaca pré-moldada de concreto. Estacas quadradas e circular vazada..........................42 Foto 3.20 – Bate-estaca de gravidade (convencional). ......................................................................42 Foto 3.21 – Bate-estaca hidráulico.....................................................................................................42 Foto 3.22 – Execução de estaca mega em concreto. ..........................................................................43 Foto 3.23 – Estaca mega executada em concreto...............................................................................43 Foto 3.24 – Execução de estaca-raiz em rocha. Obra Ponte Estaiadas – São Paulo/SP. ...................45 Foto 3.25 – Execução de estaca-raiz. .................................................................................................45 Foto 3.26 – Cortina de estaca-raiz. São Paulo. ..................................................................................46 Foto 3.27 – Estaca-raiz em local com pé-direito reduzido – Edifício Núncio Malzoni, Santos/SP. .46 Foto 3.28 – Estaca-raiz com utilização de martelo de fundo. Jurubatuba/SP....................................46 Foto 3.29 – Martelo de fundo utilizado em rocha..............................................................................46 Foto 3.30 – Perfuratriz montada sobre caminhão. .............................................................................48 Foto 3.31 – Perfuratriz montada sobre esteira. ..................................................................................48 Rideci Farias.Haroldo Paranhos. Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc. CREA/ PA 9736 – D. CREA/DF 9649 – D. Engenharia de Fundações – 2º Semestre de 2014 5 Foto 3.32 – Perfuração com trado mecânico......................................................................................48 Foto 3.33 – Perfuração com trado mecânico......................................................................................48 Foto 3.34 – Esquema básico de execução da estaca Strauss..............................................................49 Foto 3.35 – Esquema básico de execução da estaca Strauss..............................................................49 Foto 3.36 – Execução da estaca Strauss.............................................................................................49 Foto 3.37 – Execução da estaca Strauss.............................................................................................49 Foto 3.38 – Execução da estaca Strauss.............................................................................................49 Foto 3.39 – Execução da estaca Strauss.............................................................................................49 Foto 3.40 – Equipamento para execução de parede diafragma e estaca barrete, montado em guindaste Bucyrus (Geyer).................................................................................................................51 Foto 3.41 – Clam Shell hidráulico (Brasfond)...................................................................................51 Foto 3.42 – Equipamento para estaca Franki. ....................................................................................53 Foto 3.43 – Equipamento para estaca Franki. ....................................................................................53 Foto 3.44 – Pilão Franki.....................................................................................................................53 Foto 3.45 – Pilão Franki.....................................................................................................................53 Foto 3.46 – Camisas metálicas Franki. ..............................................................................................54 Foto 3.47 – Brita da bucha. ................................................................................................................54 Foto 3.48 – Concretagem da estaca Franki. .......................................................................................54 Foto 3.49 – Cravação da camisa metálica..........................................................................................54 Foto 3.50 – Concreto da estaca Franki...............................................................................................54 Foto 3.51 – Concretagem da estaca Franki. .......................................................................................54 Foto 3.52 – Concretagem da estaca Franki. .......................................................................................55 Foto 3.53 – Concretagem da estaca franki. ........................................................................................55 Foto 3.54 – Concretagem da estaca franki. ........................................................................................55 Foto 3.55 – Extração da camisa. ........................................................................................................55 Foto 3.56 – Concreto da estaca Franki...............................................................................................55 Foto 3.57 – Concretagem da estaca Franki. .......................................................................................55 Foto 3.58 – Hélice contínua (Modelo EM 1000/32, CZM). ..............................................................56 Foto 3.59 – Hélice contínua (Modelo EM 800/30, CZM). ................................................................56 Foto 3.60 – Equipamento para hélice contínua de deslocamento monitorada...................................58 Foto 3.61 – Equipamento para hélice contínua de deslocamento monitorada...................................58 Foto 3.62 – Processo básico de execução da estaca hélice contínua de deslocamento......................58 Foto 3.63 – Cravação de perfil metálico. ...........................................................................................59 Foto 3.64 – Cravação de perfil metálico. ...........................................................................................59 Foto 3.65 – Escavação de fuste para tubulão. ....................................................................................60 Foto 3.66 – Sarilho para retirada de material do tubulão a céu aberto. .............................................60 Foto 3.67 – Alargamento de base de tubulão a céu aberto. ...............................................................60 Rideci Farias. Haroldo Paranhos. Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc. CREA/ PA 9736 – D. CREA/DF 9649 – D. Engenharia de Fundações – 2º Semestre de 2014 6 Foto 3.68 – Ferragem para tubulão. ...................................................................................................60 Foto 3.69 – Tubulão a ar comprimido................................................................................................61 Foto 3.70 – Tubulão a ar comprimido................................................................................................61 Foto 3.71 – Tubulão a ar comprimido................................................................................................61 Foto 3.72 – Concretagem do tubulão a ar comprimido......................................................................61 LISTA DE TABELAS Tabela 2.1 - Estados de compacidade e de consistência dos solos (NBR 6484 / 2001). ...................14 Tabela 2.2 – Valores sugeridos de k (Danzinger e Velloso, 1986, 1995)..........................................23 Tabela 2.3 – Número mínimo de furos de sondagens........................................................................24 Tabela 2.4 – Diâmetros mais comuns de furos e testemunhos. .........................................................26 Tabela 2.5 – Qualidade do maciço rochoso pelo RQD......................................................................28 Tabela 2.6 – Tipo de rocha em função da recuperação......................................................................29 Tabela 7.1 – Estacas moldadas “in loco”: parâmetros para dimensionamento (Norma ABNT NBR 6122:2010). ........................................................................................................................................85 Tabela 7.2 – Aço CA 50: Características de massa e seção...............................................................86 Tabela 7.3 – Aço CA 60: Características de massa e seção...............................................................86 LISTA DE FIGURAS Figura 2.1 – Trépano de lavagem (NBR 6484 / 2001).......................................................................11 Figura2.2 - Dimensões do corpo do amostrador tipo raymond de 50,8 mm (NBR 6.484 / 2001)....11 Figura 2.3 – Esquema de perfuração por percussão e amostragem. ..................................................13 Figura 2.4 - Perfil de uma sondagem realizada em Brasília/DF com N. A. não encontrado.............18 Figura 2.5 - Perfil de uma sondagem realizada em Brasília/DF com N. A. encontrado....................19 Figura 2.6 – Ensaio CPT (a) princípio de funcionamento e (b) vista de um equipamento (desenvolvido pela COPPE / UFRJ com a GROM – Automação e Sensores) ..................................20 Figura 2.7 – Penetrômetros para CPT (a) Delft, (b) Begemann, (c) cone elétrico (FUGRO, tipo subtração) e (d) piezocone (COPPE / UFRJ, modelo 2), estando indicados: (1) luva de atrito; (2) anel de vedação de solo; (3) anel de vedação de água; (4) célula de carga total; (5) célula de carga de ponta; (8) transdutor (medidor) de poro-pressão; (9) elemento poroso. .......................................21 Figura 2.8 – Ponteira mecânica (Begemann) com luva de atrito lateral (dimensões em mm). .........21 Figura 2.9 – Sugestão de locação de furos de sondagem para edificações........................................25 Figura 2.10 – Exemplo de determinação do RQD (Rock Quality Designation)................................29 Figura 2.11 – Laudo de uma sondagem mista (SPT + Rotativa). ......................................................30 Figura 3.1 – Principais tipos de fundações. .......................................................................................31 Figura 3.2 – Esquema de uma sapata isolada.....................................................................................33 Figura 3.3 – Perspectiva de uma sapata isolada.................................................................................34 Figura 3.4 – Perspectiva de uma sapata associada.............................................................................34 Rideci Farias. Haroldo Paranhos. Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc. CREA/ PA 9736 – D. CREA/DF 9649 – D. Engenharia de Fundações – 2º Semestre de 2014 7 Figura 3.5 – Esquema de uma sapata corrida.....................................................................................35 Figura 3.6 – Perspectiva de uma sapata corrida.................................................................................35 Figura 3.7 – Sapata em divisa. ...........................................................................................................36 Figura 3.8 – Perspectiva de uma sapata alavancada. .........................................................................36 Figura 3.9 – Sapata como viga de equilíbrio. ....................................................................................37 Figura 3.10 – Sapata com viga alavanca............................................................................................37 Figura 3.11 – Sapata com viga alavanca............................................................................................38 Figura 3.12 – Esquema de blocos de fundação..................................................................................38 Figura 3.13 – Perspectiva de bloco de fundação sem escalonamento. ..............................................38 Figura 3.14 – Esquema de radier de fundação. ..................................................................................39 Figura 3.15 – Perspectiva de um radier..............................................................................................39 Figura 3.16 – Fases de execução de estaca-raiz.................................................................................44 Figura 3.17 (a) - (j) – Fases de execução de estaca-raiz. ...................................................................45 Figura 3.18 – Micro estaca. Perfuração, instalação e injeção. ...........................................................47 Figura 3.19 – Detalhe do obturador de injeção..................................................................................47 Figura 3.20 – Sequência executiva de parede-diafragma e estaca barrete moldada in loco (Brasfond). .........................................................................................................................................50 Figura 3.21 – Processo básico da estaca Franki.................................................................................52 Figura 3.22 – Processo básico de execução da estaca hélice contínua. ............................................57 Figura 3.23 – Detalhe do elemento de perfuração. ............................................................................59 Figura 3.24 – Processo básico de execução de tubulão a ar comprimido..........................................61 Figura 4.1 – Estimativa de N médio. .................................................................................................64 Figura 5.1 – Esquema de blocos de fundações. .................................................................................65 Figura 5.2 – Gráfico para retirada do ângulo α. ................................................................................66 Figura 5.3 – Esquema de uma sapata isolada.....................................................................................68 Figura 5.4 – Resposta do Exercício 5.2. ............................................................................................69 Figura 5.5 – Resposta do Exercício 5.3. ............................................................................................72 Figura 5.6 – Pilar em L. .....................................................................................................................72 Figura 5.7 – Resposta do Exercício 5.4. ............................................................................................74 Figura 5.8 – Pilar em C. .....................................................................................................................74 Figura 5.9 – Resposta do Exercício 5.5. ............................................................................................76 Figura 6.1 – Caminhamento da carga do pilar em direção à base da sapata......................................77 Figura 6.2 – Detalhe de sapata isolada...............................................................................................77 Figura 6.3 – Resposta do exercício 6.1. .............................................................................................80 Figura 7.1 – Perspectiva e corte longitudinal de um tubulão.............................................................81 Figura 7.2 – Tubulões com base circular e falsa elipse. ....................................................................82 Figura 7.3 – Fases de execução do tubulão a céu aberto. ..................................................................82 Rideci Farias. Haroldo Paranhos. Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc. CREA/ PA 9736 – D.CREA/DF 9649 – D. Engenharia de Fundações – 2º Semestre de 2014 8 Figura 7.4 – Cálculo do volume da base de tubulão falsa elipse. ......................................................84 Rideci Farias. Haroldo Paranhos. Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc. CREA/ PA 9736 – D. CREA/DF 9649 – D. Engenharia de Fundações – 2º Semestre de 2014 9 1.0. APRESENTAÇÃO Estas Notas de Aulas foram elaboradas para alunos de graduação em Engenharia Civil na disciplina Engenharia de Fundações com o objetivo de familiarizar os futuros Engenheiros com as fundações mais comumente utilizadas no Brasil. Este material pode também ser utilizado por qualquer Faculdade, desde que seja para fins educacionais, sem consulta prévia aos autores. O material que serviu de base para a elaboração desta apostila foi: a) Experiências dos professores Rideci Farias e Haroldo Paranhos na Área Geotécnica; b) Normas ABNT/ NBR; Normas ASTM; Normas DNIT; etc.; c) Livros, apostilas, notas de aulas, entre outros materiais diversos, tais como dos professores: Yopanan C. P. Rebello; Márcio M. Fabrício; João A. Rossignolo. d) “Sites” diversos consultados na “Internet”, tais como: http://www.radierprotendido.com.br/; http://www.estacasipr.com.br/produtos.php; http://www.benaton.com.br/html/estacas-benaton.htm; http://www.perfurac.com.br/reforcos-fundacoes-mega.htm; http://www.solotrat.com.br/; http://www.fundesp.com.br; http://www.brasfond.com.br; http://www.fxsondagens.com.br; http://www.tecgeo.com.br/; http://www.engeconfundacoes.com.br; http://www.franki.com.br; http://www.geofix.com.br; http://www.solossantini.com.br; http://www.geone2010.com.br/download/Palestra_GeoNE_2010.pdf; http://www.acharimoveis.com/blog_imobiliario/?m=201103; http://www.dicionariogeotecnico.com.br; Rideci Farias. Haroldo Paranhos. Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc. CREA/ PA 9736 – D. CREA/DF 9649 – D. Engenharia de Fundações – 2º Semestre de 2014 10 2.0. INVESTIGAÇÃO DO SUBSOLO – ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO D AS SONDAGENS Para os projetos de engenharia, deve ser feito um reconhecimento dos solos envolvidos para sua identificação, avaliação de seu estado e, eventualmente, para amostragem visando à realização de ensaios especiais. Amostragem em taludes, abertura de poços e perfurações no subsolo são os procedimentos empregados com este propósito. 2.1. SONDAGENS DE SIMPLES RECONHECIMENTO O método mais comum de reconhecimento do subsolo é a Sondagem de Simples Reconhecimento, que é objeto de uma norma Brasileira, a NBR – 6484. A sondagem consiste essencialmente em dois tipos de operação: perfuração e amostragem. 2.1.1. Perfuração acima do nível d’água A perfuração do terreno é iniciada com trado tipo cavadeira, com 10 cm de diâmetro. Repetidas operações vão aprofundando o furo e o material recolhido vai sendo classificado quanto a sua composição. O esforço requerido para penetração do trado dá uma primeira indicação de consistência ou compacidade do solo, mas uma melhor informação sobre este aspecto será obtida com a amostragem (relatada adiante) que costuma ser feita de metro em metro de perfuração, ou sempre que ocorre mudança de material. Atingida certa profundidade, introduz-se um tubo de revestimento, com duas e meia polegadas de diâmetro, que é cravado com o martelo que será também usado para a amostragem. Por dentro desse tubo, a penetração progride com o trado espiral. 2.1.2. Determinação do nível d’água A perfuração com o trado é mantida até ser atingido o nível d’água, ou seja, até que se perceba o surgimento de água no interior da perfuração ou no tubo de revestimento. Quando isto ocorre, registra-se a cota do nível d’água e interrompe-se a operação, aguardando-se para determinar se o nível se mantém na cota atingida ou se ele se eleva no tubo de revestimento. Se isto ocorrer, é indicação de que a água estava sob pressão. Aguarda-se o nível d’água ficar em equilíbrio e registra-se a nova cota. A diferença entre esta e a cota em que foi encontrada a água indica a pressão a que está submetido o lençol. Níveis d’água sob pressão são bastante comuns, principalmente em camadas de areias recobertas por argilas que são muitos menos permeáveis. A informação referente à pressão do lençol é bastante importante, pois estas pressões interferem, por exemplo, na estabilidade de escavações que se façam neste solo. Algumas vezes, ocorre mais do que um lençol d’água. São lençóis suspensos em camadas argilosas. Cada um destes lençóis deve ser detectado e registrado. A data em que foi determinado o lençol também deve ser anotada, pois o nível d’água, geralmente varia durante o ano. 2.1.3. Perfuração abaixo do nível d’água Depois de atingido o nível d’água, a perfuração pode prosseguir com a técnica de circulação de água, também conhecida como percussão e lavagem. Uma bomba d’água motorizada injeta água na extremidade inferior do furo, através de uma haste de menor diâmetro, por dentro do tubo de revestimento. Na extremidade deste, existe um trépano com ponta afiada e com dois orifícios pelos quais a água sai com pressão (Figura 2.1 e Foto 2.1). A haste interna é repetidamente levantada e deixada cair de cerca de 30 cm. A sua queda é acompanhada de um movimento de rotação imprimido manualmente pelo operador. Estas ações provocam o destorroamento do solo no fundo da perfuração. Simultaneamente, a água injetada Rideci Farias. Haroldo Paranhos. Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc. CREA/ PA 9736 – D. CREA/DF 9649 – D. Engenharia de Fundações – 2º Semestre de 2014 11 pelos orifícios do trépano ajuda a desagregação e, ao retornar à superfície, pelo espaço entre a haste interna e o tubo de revestimento, transporta as partículas do solo que foram desagregadas. Figura 2.1 – Trépano de lavagem (NBR 6484 / 2001). Foto 2.1 – Trépano de lavagem (http://www.contenco.com.br). De metro em metro, ou sempre que se detectar alteração do solo pelos detritos carreados pela água de circulação, a operação é suspensa e realiza-se uma amostragem. O material em suspensão trazido pela lavagem não permite boa classificação do solo, mas mudanças acentuadas do tipo de solo são detectáveis. A perfuração por lavagem é mais rápida do que pelo trado. Ela é geralmente empregada abaixo do nível d’água porque acima dele estaria alterando a umidade do solo e, conseqüentemente, as condições de amostragem. 2.1.4. Amostragemde solos Para a amostragem, utiliza-se um amostrador padrão, que é constituído de um tubo com 50,8 mm (duas polegadas) de diâmetro externo e 34,9 mm de diâmetro interno, com a extremidade cortante biselada. A outra extremidade, que é fixada à haste que a leva até o fundo da perfuração, deve ter dois orifícios laterais para saída de água e ar, e uma válvula constituída por uma esfera de aço. A Figura 2.2 e Fotos 2.2 e 2.3 ilustram o amostrador. Figura 2.2 - Dimensões do corpo do amostrador tipo raymond de 50,8 mm (NBR 6.484 / 2001). Rideci Farias. Haroldo Paranhos. Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc. CREA/ PA 9736 – D. CREA/DF 9649 – D. Engenharia de Fundações – 2º Semestre de 2014 12 Foto 2.2 - Amostrador-padrão de parede grossa “Raymond” (NBR 6.484 / 2001) – Fechado. Foto 2.3 - Amostrador-padrão de parede grossa “Raymond” (NBR 6.484 / 2001) – Aberto. O amostrador é conectado à haste e apoiado no fundo da perfuração. A seguir, é cravado pela ação de uma massa de ferro fundido (chamada martelo) de 65 kg. Para a cravação, o martelo é elevado a uma altura de 75 cm e deixado cair livremente. O alteamento do martelo é feito manualmente ou por meio de equipamento mecânico, através de uma corda flexível ou cabo de aço que passa por uma roldana existente na parte superior do tripé. A cravação do amostrador no solo é obtida por quedas sucessivas do martelo, até a penetração de 45 cm. Ver Figura 2.3. Rideci Farias. Haroldo Paranhos. Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc. CREA/ PA 9736 – D. CREA/DF 9649 – D. Engenharia de Fundações – 2º Semestre de 2014 13 Roldana Tripé Peso de 65 kg Corda ou cabo de aço Sarilho Operação Manual ou Mecânica Ressalto Haste Furo de 2 1/2" Barrilete A ltu ra d e qu ed a = 75 c m Figura 2.3 – Esquema de perfuração por percussão e amostragem. A mostra colhida é submetida a exame táctil-visual e suas características principais são anotadas. Estas amostras são, então, guardadas em recipientes impermeáveis para análises posteriores. 2.1.5. Resistência à penetração - SPT Ainda que o exame da mostra possa fornecer uma indicação da consistência ou compacidade do solo, geralmente a informação referente ao estado do solo é considerada com base na resistência que ele oferece à penetração do amostrador. Durante a amostragem, são anotados os números de golpes do martelo necessários para cravar cada trecho de 15 cm do amostrador. Desprezam-se os dados referentes ao primeiro trecho de 15 cm e define-se resistência à penetração como sendo o número de golpes necessários para cravar 30 cm do amostrador, após aqueles primeiros 15 cm. A resistência à penetração é também referida como o número N do SPT ou, simplesmente, como SPT do solo, sendo o SPT as iniciais de “Standard Penetration Test”. Quando o solo é tão fraco que a aplicação do primeiro golpe do martelo leva a uma penetração superior a 45 cm, o resultado da cravação deve ser expresso pela relação deste golpe com a respectiva penetração. Por exemplo, 1/58. Em função da resistência à penetração, o estado do solo é classificado pela compacidade, quando areia ou silte arenoso, ou pela consistência, quando argila ou silte argiloso. Estas classificações são apresentadas na Tabela 2.1, de acordo com a norma NBR 6484/2001 e com a proposta original de Terzaghi. As diferenças decorrem do fato da energia de cravação do amostrador ser diferente no Brasil e nos Estados Unidos, em virtude, principalmente, da maneira diferente como o martelo é acionado. Rideci Farias. Haroldo Paranhos. Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc. CREA/ PA 9736 – D. CREA/DF 9649 – D. Engenharia de Fundações – 2º Semestre de 2014 14 Tabela 2.1 - Estados de compacidade e de consistência dos solos (NBR 6484 / 2001). Observação 2.1: Como forma de resumo, tem-se que a sondagem a percussão SPT é um procedimento geotécnico de campo, capaz de amostrar o subsolo. Quando associada ao ensaio de penetração dinâmica (SPT), mede a resistência do solo ao longo da profundidade perfurada de forma que ao se realizar uma sondagem pretende-se conhecer principalmente: a) o tipo de solo atravessado pela retirada de uma amostra deformada, a cada metro perfurado; b) a resistência (N) oferecida pelo solo à cravação do amostrador padrão, a cada metro perfurado; c) a posição do nível ou dos níveis d’água, quando encontrados durante a perfuração. Observação 2.2: São muitas as maneiras de se relacionar os números do SPT, obtidos na sondagem à percussão, com a resistência do solo. Uma maneira bastante rápida de se correlacionar esses valores é usando a fórmula empírica a seguir: 1−= Nadmσ (kgf/cm2) Onde: admσ é a tensão admissível à compressão do solo, também denominada “taxa do solo”; e, N é o número de golpes para cravar os últimos 30 cm, ou SPT. Como exemplo, ao se ter o valor do SPT igual a 10 (N = 10), tem-se para a tensão admissível: 1−= Nadmσ → 110 −=admσ Rideci Farias. Haroldo Paranhos. Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc. CREA/ PA 9736 – D. CREA/DF 9649 – D. Engenharia de Fundações – 2º Semestre de 2014 15 2/)116,3( cmkgfadm −=σ → 2/16,2 cmkgfadm =σ ou 2/6,21 mtonadm =σ Observação 2.3: Outra forma bastante utilizada é dividir o valor do SPT por 3; 4 ou 5, dependendo se o solo for areia, silte ou argila, respectivamente, e assim tem-se a resistência do solo em kgf/cm2. 2.1.6. Apresentação dos resultados Os resultados são apresentados em perfis do subsolo, como se mostra nas Figuras 2.12 e 2.13, onde são apresentadas as descrições de cada solo encontrado, as cotas correspondentes a cada camada, a posição do nível d’água (ou níveis d’água) a sua eventual pressão, a data em que foi determinado o nível d’água e os valores da resistência à penetração do amostrador. Quando não ocorre penetração de todo o amostrador, registra-se o SPT em forma de fração (por exemplo, 30/14, indicando quepara 30 golpes houve penetração de 14 cm). Sondagens feitas com proximidade (por exemplo, a cada 20 m) permitem o traçado de seções do subsolo, que ligam as cotas de materiais semelhantes na hipótese de que as camadas sejam contínuas. 2.1.7. Programação de sondagens A programação das sondagens, número, disposição e profundidade dos furos dependem do conhecimento prévio que se tenha da geologia local, do solo e da obra específica para a qual se está fazendo prospecção. Recomendações sobre a programação de sondagens são feitas na norma NBR 8036/1983. Observação 2.4: Recomenda-se também, além das Normas NBR 6484/2001 e 8036/1983, a leitura das Normas NBR 6122/2010; NBR 9603/1986 e NBR 13441/1995. As Fotos 2.4 a 2.11 mostram execução de sondagens e as Figuras 2.4 e 2.5 mostram boletins resultantes da investigação. 2.1.8. Principais Vantagens da Sondagem SPT a) Custo relativamente baixo; b) Facilidade de execução e possibilidade de trabalho em locais de difícil acesso; c) Permite descrever o subsolo em profundidade e a coleta de amostras; d) Fornece um índice de resistência à penetração correlacionável com a compacidade ou a consistência dos solos; e) Possibilita determinação do nível freático (com ressalvas). Rideci Farias. Haroldo Paranhos. Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc. CREA/ PA 9736 – D. CREA/DF 9649 – D. Engenharia de Fundações – 2º Semestre de 2014 16 Foto 2.4 – Execução de sondagem. Avanço por lavagem. Foto 2.5 – Execução de sondagem SPT. Rideci Farias. Haroldo Paranhos. Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc. CREA/ PA 9736 – D. CREA/DF 9649 – D. Engenharia de Fundações – 2º Semestre de 2014 17 Foto 2.6 – Material da lavagem do furo de sondagem. Foto 2.7 – Limpeza do furo de sondagem com o balde. Foto 2.8 - Limpeza do furo de sondagem com o balde. Foto 2.9 – Material da lavagem retirado do furo de sondagem. Foto 2.10 – Solo recuperado no amostrador da sondagem. Foto 2.11 – Solo recuperado no amostrador da sondagem. Rideci Farias. Haroldo Paranhos. Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc. CREA/ PA 9736 – D. CREA/DF 9649 – D. Engenharia de Fundações – 2º Semestre de 2014 18 Folha n.° 01 Altitude Latitude Longitude Nível do terreno Nível d'água (m) / Data da observacão Inicial: Final: DATA INÍCIO: DATA TÉRMINO: 5 10 15 20 25 30 35 40 45 1 8 5 2 Argila siltosa pouco arenosa vermelha úmida Mole 2 2 3 Argila siltosa pouco arenosa vermelha úmida Muito mole 2 2 4 Argila siltosa pouco arenosa vermelha úmida Muito mole 2 2 5 Argila siltosa pouco arenosa vermelha úmida Muito mole 2 2 6 Argila siltosa pouco arenosa vermelha úmida Muito mole 2 2 7 Argila siltosa pouco arenosa vermelha úmida Muito mole 2 2 8 Argila siltosa pouco arenosa vermelha úmida Muito mole 2 2 9 Argila siltosa pouco arenosa vermelha úmida Muito mole 2 2 10 Argila pouco siltosa pouco arenosa vermelha úmida Muito mole 2 2 11 Argila pouco siltosa pouco arenosa vermelha úmida Muito mole 2 2 12 Argila pouco siltosa pouco arenosa vermelha úmida Muito mole 3 4 13 Argila pouco siltosa pouco arenosa com pedregulho de fino a médio vermelha úmida Mole 4 4 14 Argila pouco siltosa pouco arenosa vermelha úmida Mole 4 7 15 Argila pouco siltosa pouco arenosa vermelha úmida Média(o) 10 16 16 Argila pouco siltosa pouco arenosa vermelha úmida Rija(o) 21 38 17 Areia vermelha à variegada úmida Compacta(o) 41 48 18 Areia vermelha à variegada úmida Muito Compacta(o) 54 58 19 Areia vermelha à variegada úmida Muito Compacta(o) 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 Amostrador: Ø Externo = 50,8 mm e Ø Interno = 34,9 mm MÉTODO DE AVANÇO TC - Trado Concha Rideci Farias, DSc. TH - Trado Helicoidal Engenheiro Civil e Geotécnico CA - Circulação de Água CREA 9736/D PA N A n ão e nc on tr ad o no d ia 5 /8 /2 01 1 (SPT) 30 cm F IN A IS SPT- 01 Referência: P251-08 Engenheiro Civil e Geotécnico CREA 9649/D DF Consistência/ Compacidade S IM B O LO G IA CLASSIFICAÇÃO DAS CAMADAS P R O FU N D ID A D E ( m ) SONDADOR: Elias W% Revestimento: Ø Interno = 2 1/2" Camada Superficial - Argila siltosa vermelha Glanulometria Limite da sondagem = 18,45m (58 golpes / 30 cm) Areia vermelha à variegada, úmida, muito compacta. Haroldo Paranhos, MSc. Cor 4/8/2011 CLIENTE: PENETRAÇÃO GRÁFICO LOCAL: ESCALA: 4/8/2011 N ÍV E L D O L E N Ç O L FR E Á T IC O ÍNDICE DE RESISTÊNCIA À PENETRAÇÃO 30 cm IN IC IA IS 30cm INICIAIS 30cm FINAIS NÚMERO DE GOLPES Figura 2.4 - Perfil de uma sondagem realizada em Brasília/DF com N. A. não encontrado. Rideci Farias. Haroldo Paranhos. Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc. CREA/ PA 9736 – D. CREA/DF 9649 – D. Engenharia de Fundações – 2º Semestre de 2014 19 Folha n.° 01 Altitude Latitude Longitude Nível do terreno Nível d'água (m) / Data da observacão Inicial: Final: DATA INÍCIO: DATA TÉRMINO: 5 10 15 20 25 30 35 40 45 1 4 4 2 Argila pouco siltosa pouco arenoso vermelha úmida Mole 4 4 3 Argila pouco siltosa pouco arenosa vermelha úmida Mole 4 4 4 Argila pouco siltosa pouco arenosa vermelha úmida Mole 4 4 5 Argila pouco siltosa pouco arenosa vermelha úmida Mole 5 6 6 Argila pouco siltosa pouco arenosa vermelha úmida Média(o) 6 6 7 Argila pouco siltosa pouco arenosa vermelha úmida Média(o) 6 7 8 Argila pouco siltosa pouco arenosa vermelha úmida Média(o) 7 7 9 Argila pouco siltosa pouco arenosa vermelha úmida Média(o) 6 7 10 Argila pouco siltosa pouco arenosa vermelha úmida Média(o) 7 7 11 Argila pouco siltosa pouco arenosa vermelha úmida Média(o) 6 6 12 Argila pouco siltosa pouco arenosa vermelha úmida Média(o) 7 7 13 Argila pouco siltosa pouco arenosa vermelha úmida Média(o) 7 8 14 Argila pouco siltosa pouco arenosa vermelhaúmida Média(o) 8 8 15 Argila pouco siltosa pouco arenosa vermelha úmida Média(o) 25 25 16 Silte argiloso pouco arenoso variegado úmido Dura(o) 26 28 17 Silte argiloso pouco arenoso variegado úmido Dura(o) 40 52 18 Silte argiloso pouco arenoso variegado úmido Dura(o) 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 Amostrador: Ø Externo = 50,8 mm e Ø Interno = 34,9 mm MÉTODO DE AVANÇO TC - Trado Concha Rideci Farias, DSc. TH - Trado Helicoidal Engenheiro Civil e Geotécnico CA - Circulação de Água CREA 9736/D PA N A e nc on tra do a 1 3, 70 m d a "b oc a" d o fu ro e m 2 4/ 01 /2 00 9 Limite da sondagem = 17,45 m (52 golpes / 30 cm) CLIENTE: PENETRAÇÃO GRÁFICO LOCAL: ESCALA: 23/1/2009 N ÍV E L D O L E N Ç O L F R E Á T IC O ÍNDICE DE RESISTÊNCIA À PENETRAÇÃO 30 cm IN IC IA IS SPT- 02 T C 30cm INICIAIS 30cm FINAIS Consistência/ Compacidade NÚMERO DE GOLPES Haroldo Paranhos, MSc. Cor W% Revestimento: Ø Interno = 2 1/2" Camada Superficial - Argila vermelha, pouco siltosa, pouco arenosa. 30 cm F IN A IS -13,50m -13,70m 23/1/2009 SONDADOR: Hildeman Referência: P251-08 CLASSIFICAÇÃO DAS CAMADAS Engenheiro Civil e Geotécnico CREA 9649/D DF P R O F U N D ID A D E ( m ) S IM B O LO G IA Glanulometria (SPT) Figura 2.5 - Perfil de uma sondagem realizada em Brasília/DF com N. A. encontrado. Rideci Farias. Haroldo Paranhos. Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc. CREA/ PA 9736 – D. CREA/DF 9649 – D. Engenharia de Fundações – 2º Semestre de 2014 20 2.2. Sondagem de Penetração Estática – “Cone Penetration Test” (CPT) - NBR 12069 Esta sondagem recebe também o nome de sondagem com cone holandês, por ter sido criada, na década de trinta, no Laboratório de Mecânica dos Solos de Delf, na Holanda. O equipamento utilizado consta de hastes emendáveis que apresentam em sua ponta um cone com ângulo de 60º e uma área de 10 cm2. A sondagem é feita usando-se tubo de revestimento. A penetração do cone é contínua, a uma velocidade de 2 cm/s. O esforço necessário para a penetração do cone no solo é registrado continuamente. Os valores registrados medem tanto a resistência de ponta (qc) como o atrito lateral. A grande vantagem deste tipo de sondagem, em relação à de percussão, é que os resultados são apresentados ao longo de toda a profundidade da sondagem, ininterruptamente, ao contrário da percussão que mede o número de golpes em 30 cm de cada metro. Os resultados obtidos na sondagem com cone recebem o nome de CPT (“Cone Penetration Test”). Nos equipamentos mais modernos, o cone é elétrico, permitindo que os resultados sejam registrados em um gráfico simultaneamente à realização da sondagem. Um dos problemas apresentados por este tipo de sondagem é a possibilidade de desvio do cone durante a penetração no solo. Por isso, a Norma Brasileira recomenda o uso de inclinômetro, aparelho que mede ângulos, para profundidades acima de 25 metros. Experiências têm mostrado que não são obtidos resultados satisfatórios quando a sondagem é realizada em argilas muito moles. No Brasil, essa modalidade de sondagem ainda não é muito comum, mas vem se desenvolvendo bastante e não é de duvidar que, em um futuro próximo, substitua a sondagem à percussão. As Figuras 2.6, 2.7 e 2.8 mostram o ensaio e tipos de penetrômetros. Já as Fotos 2.12 a 2.15 mostram o cone, bem como a montagem para execução do ensaio. Figura 2.6 – Ensaio CPT (a) princípio de funcionamento e (b) vista de um equipamento (desenvolvido pela COPPE / UFRJ com a GROM – Automação e Sensores) Rideci Farias. Haroldo Paranhos. Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc. CREA/ PA 9736 – D. CREA/DF 9649 – D. Engenharia de Fundações – 2º Semestre de 2014 21 Figura 2.7 – Penetrômetros para CPT (a) Delft, (b) Begemann, (c) cone elétrico (FUGRO, tipo subtração) e (d) piezocone (COPPE / UFRJ, modelo 2), estando indicados: (1) luva de atrito; (2) anel de vedação de solo; (3) anel de vedação de água; (4) célula de carga total; (5) célula de carga de ponta; (8) transdutor (medidor) de poro-pressão; (9) elemento poroso. Figura 2.8 – Ponteira mecânica (Begemann) com luva de atrito lateral (dimensões em mm). Rideci Farias. Haroldo Paranhos. Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc. CREA/ PA 9736 – D. CREA/DF 9649 – D. Engenharia de Fundações – 2º Semestre de 2014 22 Foto 2.12 – Ponteira cônica. Foto 2.13 – Cone instrumentado para CPT (CPTU = Piezocone = CPT + poro-pressão). Foto 2.14 – Montagem para execução do ensaio CPT. Foto 2.15 – Montagem para execução do ensaio CPT. 2.2.1. Relação entre os resultados do CPT e SPT Na sondagem, se a opção for pelo CPT, deve-se fazer a conversão para o SPT, para se determinar a resistência do solo usando as fórmulas e tabelas usuais. A Tabela 2.2, proposta por Danzinger e Velloso, fornece os valores de k que relaciona o número de golpes do SPT à resistência de ponta (qc) fornecida pela sondagem CPT. Para se fazer a transposição dos valores de qc para N, usa-se a seguinte relação: k q N c= Observar que para entrar nessa relação o valor de qc deverá ser expresso em MPa (Mega Pascal). Rideci Farias. Haroldo Paranhos. Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc. CREA/ PA 9736 – D. CREA/DF 9649 – D. Engenharia de Fundações – 2º Semestre de 2014 23 Tabela 2.2 – Valores sugeridos de k (Danzinger e Velloso, 1986, 1995). Tipo de Solo Valores Sugeridos de k (qc = KN, k em MPa/golpe/0,3m) Areia 0,60 Areia siltosa, areia argilosa, areia com argila e silte 0,53 Silte, silte arenoso, argila arenosa 0,48 Silte com areia e argila, argila com silte e areia 0,38 Silte argiloso 0,30 Argila, argila siltosa 0,25 Exercício 2.1 – Seja qc = 2 MPa o valor da resistência de ponta dada pela sondagem CPT e o solo, um silte argiloso. Determine o valor do SPT. Solução: k q N c= 0,30MPa 2MPaN = MPa7,6N = 6N = Observação 2.5: Caso se deseje determinar a taxa do solo diretamente dos valores de qc, pode-se usar a relação a seguir: 10 qc=admσ (MPa), no caso de fundações diretas em argila 15 qc=admσ (MPa), no caso de fundações diretas em areias Observação 2.6: Lembrar que 1MPa = 10 kgf/cm2. Observação 2.7: Para solos coesivos como as argilas, a partir do conhecimento da taxa do solo, pode-se conhecer, além da sua resistência, o valor da coesão. A coesão e o ângulo de atrito interno do solo servem para a determinação dos empuxos sobre muros de arrimo. O valor da coesão corresponde à metade da taxa do solo: 2 admC σ= Exercício 2.2 – Determine a taxa do solo diretamente dos valores de qc, considerando: a) Fundações diretas em argila: Solução: k q N c= 10 2MPa N = MPa2,0N = 2/2N cmkgf= b) Fundações diretas em areias: Solução: k q N c= 15 2MPa N = MPa13,0N = 2/3,1N cmkgf= Observação 2.8: Para solos coesivos como argilas, a partir do conhecimento da taxa do solo, pode- se conhecer, além da resistência, o valor da coesão. A coesão e o ângulo de atrito interno do solo servem para a determinação dos empuxos sobre muros de arrimo. O valor da coesão corresponde à metade da taxa do solo: 2 C adm σ= Rideci Farias. Haroldo Paranhos. Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc. CREA/ PA 9736 – D. CREA/DF 9649 – D. Engenharia de Fundações – 2º Semestre de 2014 24 2.3. Programação de Sondagens de Simples Reconhecimento dos Solos para Fundações de Edifícios (Número e Locação das Sondagens) O procedimento está explícito na norma NBR 8036/1983: Programação de sondagens de simples reconhecimento dos solos para fundações de edifícios. Também é importante citar a norma NBR 6484/2001: Solo - Sondagens de simples reconhecimento com SPT - Método de ensaio, como referência do método de ensaio. De uma forma geral, o número de sondagens e sua localização em planta dependem do tipo da estrutura, de suas características especiais e das condições geotécnicas do subsolo. O número de sondagens deve ser suficiente para fornecer um quadro, o melhor possível, da provável variação das camadas do subsolo do local em estudo. O item 4.1.1.2 da NBR 8036/1986 diz que As sondagens devem ser, no mínimo, de uma para cada 200 m2 de área da projeção em planta do edifício, até 1200 m2 de área. Entre 1200 m2 e 2400 m2 deve-se fazer uma sondagem para cada 400 m2 que excederem de 1200 m2. Acima de 2400 m2 o número de sondagens deve ser fixado de acordo com o plano particular da construção. Em quaisquer circunstâncias o número mínimo de sondagens deve ser: a) dois para área da projeção em planta do edifício até 200 m2; b) três para área entre 200 m2 e 400 m2. O item 4.1.1.3 diz que Nos casos em que não houver ainda disposição em planta dos edifícios, como nos estudos de viabilidade ou de escolha de local, o número de sondagens deve ser fixado de forma que a distância máxima entre elas seja de 100 m, com um mínimo de três sondagens. Observação 2.9: Para uma residência de pequeno porte recomenda-se que a locação dos furos de sondagem se dê em função da localização/concentração das cargas estruturais de maior magnitude obtidas no projeto estrutural (exemplo: caixa de escada, caixa d’água, grandes vãos, etc). Tabela 2.3 – Número mínimo de furos de sondagens. Área (m2) Nº de Furos < 200 2 200 – 400 3 400 – 600 3 600 – 800 4 800 – 1000 5 1000 – 1200 6 1200 – 1600 7 1600 – 2000 8 2000 – 2400 9 > 2400 A critério do projetista Rideci Farias. Haroldo Paranhos. Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc. CREA/ PA 9736 – D. CREA/DF 9649 – D. Engenharia de Fundações – 2º Semestre de 2014 25 40m 10m 10m 20m 20m 20m 20m 30m 20m 30m 30m 40m Figura 2.9 – Sugestão de locação de furos de sondagem para edificações. Observação 2.10: Recomenda-se cobrir toda a área carregada. Em termos práticos recomenda-se também que a distância entre furos não seja superior a 30 metros. Observação 2.11: Em termos de profundidade recomenda-se que as sondagens devam ser levadas até a profundidade onde o solo não seja mais significativamente solicitado pelas cargas estruturais, fixando-se como critério aquela profundidade onde o acréscimo de pressão no solo, devida às cargas estruturais aplicadas, for menor do que 10% da pressão geostática efetiva. Importante observar também os critérios de paralisação, para o SPT, de acordo com o especificado pela norma NBR 6481 / 2001. 2.4. Sondagem Rotativa (SR) A sondagem rotativa é um tipo de investigação feita com um tubo, denominado barrilhete, dotado de uma peça cortante, feita com um material de alta dureza (coroa) em uma ponta, que perfura o terreno através de um movimento de rotação. Geralmente o barrilete é constituído de uma camisa livre em seu interior para preservar o testemunho do terreno. Para rochas brandas utiliza-se coroa com pastilhas de vídia. Para rochas de média e alta dureza emprega-se coroa com diamante industrial, na forma de pequenos grãos incrustados ou grânulos disseminados numa matriz, formada pela mistura de vários metais, submetidos à sintetização. Existem barriletes e coras de várias dimensões para permitir a execução das perfurações em série telescópica. Com isso é possível manter protegido, com revestimento, parte da parede do furo, constituído por material que pode desmoronar, enquanto a perfuração prossegue com um diâmetro menor. As Fotos 2.16 e 2.17, a seguir, apresentam a coroa com pastilha de vídia e barrilete, e as Fotos 2.18 e 2.19 mostram testemunhos obtidos em sondagens rotativas. Foto 2.16 – Coroa com pastilha de vídia. Rideci Farias. Haroldo Paranhos. Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc. CREA/ PA 9736 – D. CREA/DF 9649 – D. Engenharia de Fundações – 2º Semestre de 2014 26 Foto 2.17 – Barrilete. Foto 2.18 – Caixa com testemunhos obtidos em sondagem rotativa. Foto 2.19 – Caixas com testemunhos obtidos em sondagem rotativa. A série de diâmetros padronizados é denominada com as letras EW, AW, BW, NW, HW, etc. a primeira letra corresponde ao diâmetro do furo e a segunda (W) indica rosca padronizada da composição de perfuração. Os diâmetros mais comuns de furos e testemunhos estão indicados na Tabela 2.4. Tabela 2.4 – Diâmetros mais comuns de furos e testemunhos. DENOMINAÇÃO DIÂMETRO DO FURO (mm) DIÂMETRO DO TESTEMUNHO (mm) EW 37,71 21,46 AW 48,00 30,10 BW 59,94 42,04NW 75,69 54,73 HW 99,23 76,20 Rideci Farias. Haroldo Paranhos. Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc. CREA/ PA 9736 – D. CREA/DF 9649 – D. Engenharia de Fundações – 2º Semestre de 2014 27 O equipamento básico para sondagem rotativa consta de uma sonda motorizada, bomba de água, hastes, barriletes e coroas, apresentadas nas Fotos 2.20 e 2.21. Foto 2.20 – Sonda rotativa motorizada e Bomba de água (Fabricante Maquesonda). Foto 2.21 – Sonda rotativa motorizada (Fabricante Sondeq). As sondas geralmente imprimem o avanço da perfuração pressionando o hasteamento rotatório com macacos hidráulicos. A operação da sondagem rotativa se faz por ciclos sucessivos de corte e retirada dos testemunhos do interior do barrilete, procedimento este denominado manobra. O avanço em cada manobra depende basicamente da qualidade do material que está sendo perfurado. Quando a rocha é de boa qualidade, o comprimento de testemunho obtido em cada manobra pode ser quase igual ao comprimento do barrilete (2 a 5 m). Entretanto, quando ocorre perda ou destruição de material, em terrenos de difícil amostragem, o comprimento de cada manobra deve ser diminuído, até o mínimo necessário. Para que o maciço rochoso seja bem representado pelo testemunho, recomenda-se que em cada manobra o comprimento da amostra não seja inferior a 95% do avanço. Rideci Farias. Haroldo Paranhos. Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc. CREA/ PA 9736 – D. CREA/DF 9649 – D. Engenharia de Fundações – 2º Semestre de 2014 28 Intervalos localizados com baixa recuperação, dentro de um conjunto de boas amostras, podem ter origem em uma porção excepcionalmente ruim do maciço ou em algum problema no funcionamento do barrilete. Os trechos com baixa recuperação devido à deficiência de operação do equipamento devem ser indicados na caixa de testemunho e no boletim de sondagem. Nas perfurações em rochas calcárias e efusivas basálticas ocorrem, por vezes, cavidades com água ou lama, onde o avanço da sonda se faz sem qualquer resistência e também devem ser indicadas. Enfim, todos os fatos ocorridos durante a execução de uma sondagem devem ser criteriosamente registrados para que os resultados da investigação possam ser corretamente interpretados. Os testemunhos obtidos nas sondagens devem ser guardados em caixas de madeira ou de plástico com tampa. Eles devem ser dispostos na seqüência exata de sua posição no furo, da esquerda para a direita e de cima para baixo, tal como a escrita de um texto. Quando, no local da sondagem rotativa, existe uma cobertura de material terroso, acima do maciço rochoso, o procedimento rotativo tem inicio a partir da profundidade em que a resistência do material atinge 50 golpes para 30 cm no ensaio SPT. Neste caso, a sondagem também é denominada sondagem mista e a sigla utilizada é SM. Após o término da sondagem, alguns projetos exigem a realização de ensaios especiais, tais como permeabilidade com a sonda hidráulica multiteste – SHIM, obtenção das direções das estruturas geológicas por meio de obturadores de impressão, ensaios geotécnicos de crosshole e tomografia, etc. Os furos das sondagens rotativas, a menos de quando não aproveitados como piezômetros, devem ser totalmente preenchidos com calda de areia e cimento após sua conclusão, pois, deixados abertos, podem promover a interligação de aqüíferos confinados, alterando as condições hidrogeotécnicas locais. Em várias obras de barragens em basalto e túneis sob rios, furos de investigações, deixados abertos, apresentaram grandes vazões nas escavações. 2.4.1. RQD (Rock Quality Designation) ou Índice de Qualidade da Rocha O RQD foi criado em 1967, por DU Deere. É obtido considerando-se, para o comprimento do testemunho, apenas os fragmentos com 10 cm ou mais. Assim, os pequenos fragmentos, devido à alta fragmentação da rocha, são desprezados. Esta determinação é geralmente utilizada para barriletes duplos com diâmetros maiores que 76 mm. Conforme o Resultado do RQD pode-se classificar o maciço rochoso pela Tabela 2.5. 100 manobra da totaloCompriment cm) 10 que maioresou (igual srecuperado fragmentos de oCompriment (%) RQD x= Tabela 2.5 – Qualidade do maciço rochoso pelo RQD. RQD (%) Qualidade do Maciço Rochoso 0 – 25 Muito fraco 25 - 50 Fraco 50 – 75 Regular 75 – 90 Bom 90 - 100 Excelente Rideci Farias. Haroldo Paranhos. Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc. CREA/ PA 9736 – D. CREA/DF 9649 – D. Engenharia de Fundações – 2º Semestre de 2014 29 2.4.2. Percentagem de Recuperação É obtida dividindo-se o comprimento total dos testemunhos pelo comprimento total da manobra. A Tabela 2.6 mostra o tipo rocha em função da Recuperação. 100 manobra da totaloCompriment os testemunhdos totaloCompriment R(%) x= Observação 2.12 – Este resultado é muitas da vezes mais em função da qualidade da sondagem do que da qualidade da rocha. Tabela 2.6 – Tipo de rocha em função da recuperação. Tipo de Rocha R (%) Boa qualidade > 80 Medianamente alterada 80 – 50 Muito alterada < 50 A seguir, na Figura 2.10, mostra-se um exemplo para a determinação do RQD e a percentagem de recuperação. Testemunho Recuperado (cm) Recuperação Modificada (cm) Recuperação = = 86% RQD = 86 150 15 0 cm 129 150 57%= Figura 2.10 – Exemplo de determinação do RQD (Rock Quality Designation). A Figura 2.11 mostra um laudo de uma sondagem mista (SPT + rotativa). Rideci Farias. Haroldo Paranhos. Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc. CREA/ PA 9736 – D. CREA/DF 9649 – D. Engenharia de Fundações – 1º Semestre de 2014 30 101.83 100.83 99.83 98.83 97.83 96.83 95.83 94.83 93.83 92.83 91.83 90.83 89.83 88.83 87.83 86.83 85.83 84.83 83.83 82.83 . D IÂ M E T R O D O F U R O R E V E S T IM E N T O C O T A S ( m ) & N ÍV E L D 'Á G U A P R O F U N D ID A D E M A N O B R A S P E R F IL G E O LÓ G
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