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Fundações Notas de Aulas 21-09-2020

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Rideci Farias. Haroldo Paranhos. 
Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc. 
CREA/ PA 9736 – D. CREA/DF 9649 – D. 
Engenharia de Fundações – 2º Semestre de 2014 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NOTAS DE AULAS DE ENGENHARIA DE FUNDAÇÕES 
PARTE 1 
2º SEMESTRE DE 2014 
 
 
 
 
 
 
 
PROFESSORES: 
RIDECI FARIAS 
HAROLDO PARANHOS 
 
 
 
 
 
 
 
BRASÍLIA / DF 
JULHO / 2014 
Rideci Farias. Haroldo Paranhos. 
Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc. 
CREA/ PA 9736 – D. CREA/DF 9649 – D. 
Engenharia de Fundações – 2º Semestre de 2014 2 
 
SUMÁRIO 
1.0. APRESENTAÇÃO.....................................................................................................9 
2.0. INVESTIGAÇÃO DO SUBSOLO – ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DAS 
SONDAGENS....................................................................................................................10 
2.1. SONDAGENS DE SIMPLES RECONHECIMENTO......................................................10 
2.1.1. Perfuração acima do nível d’água..............................................................................10 
2.1.2. Determinação do nível d’água ...................................................................................10 
2.1.3. Perfuração abaixo do nível d’água.............................................................................10 
2.1.4. Amostragem de solos .................................................................................................11 
2.1.5. Resistência à penetração - SPT ..................................................................................13 
2.1.6. Apresentação dos resultados ......................................................................................15 
2.1.7. Programação de sondagens ........................................................................................15 
2.1.8. Principais Vantagens da Sondagem SPT ...................................................................15 
2.2. Sondagem de Penetração Estática – “Cone Penetration Test” (CPT) - NBR 12069 .........20 
2.2.1. Relação entre os resultados do CPT e SPT................................................................22 
2.3. Programação de Sondagens de Simples Reconhecimento dos Solos para Fundações de 
Edifícios (Número e Locação das Sondagens) ..............................................................................24 
2.4. Sondagem Rotativa (SR)....................................................................................................25 
2.4.1. RQD (Rock Quality Designation) ou Índice de Qualidade da Rocha........................28 
2.4.2. Percentagem de Recuperação.....................................................................................29 
3.0. TIPOS DE FUNDAÇÕES........................................................................................31 
3.1. FUNDAÇÃO SUPERFICIAL (RASA OU DIRETA) ......................................................31 
3.1.1. Sapata .........................................................................................................................32 
3.1.1.1. Sapata isolada.....................................................................................................33 
3.1.1.2. Sapata associada.................................................................................................34 
3.1.1.3. Sapata corrida.....................................................................................................35 
3.1.1.4. Sapata em divisa (Sapata excêntrica) / Sapata alavancada ................................36 
3.1.2. Bloco ..........................................................................................................................38 
3.1.3. Radier .........................................................................................................................39 
3.2. FUNDAÇÃO PROFUNDA...............................................................................................42 
3.2.1. Estaca .........................................................................................................................42 
3.2.1.1. Estaca pré-moldada ou pré-fabricada de concreto .............................................42 
3.2.1.2. Estaca de concreto moldada “in loco” ...............................................................43 
3.2.1.3. Estaca mista........................................................................................................59 
3.2.1.4. Estaca metálica ou de aço ..................................................................................59 
3.2.1.5. Estaca trado vazado segmentado........................................................................59 
Rideci Farias. Haroldo Paranhos. 
Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc. 
CREA/ PA 9736 – D. CREA/DF 9649 – D. 
Engenharia de Fundações – 2º Semestre de 2014 3 
3.2.2. Tubulão ......................................................................................................................60 
3.2.2.1. Tubulão a céu aberto ..........................................................................................60 
3.2.2.2. Tubulão a ar comprimido...................................................................................60 
4.0. CRITÉRIOS BÁSICOS PARA A ESCOLHA DO TIPO DE FUNDAÇÕES ..............62 
4.1. PRINCIPAIS TIPOS DE FUNDAÇÕES E CRITÉRIOS A SEREM CONSIDERADOS 
NAS ANÁLISES PARA A ESCOLHA DA FUNDAÇÃO ..........................................................62 
4.1.1. Fundação rasa.............................................................................................................62 
4.1.1.1. Métodos para Estimativa de Tensões Admissíveis ............................................62 
4.1.1.2. Resistência à Penetração em Sondagens SPT....................................................63 
4.1.2. Fundações profundas..................................................................................................64 
5.0. DIMENSIONAMENTO DAS FUNDAÇÕES.............................................................65 
5.1. DIMENSIONAMENTO DE BLOCOS DE FUNDAÇÃO ...............................................65 
5.2. DIMENSIONAMENTO DE SAPATA ISOLADA...........................................................68 
6.0. DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL DE SAPATAS ISOLADAS .........................77 
6.1. MÉTODO DAS BIELAS...................................................................................................77 
6.1.1. Sapatasisoladas..........................................................................................................77 
6.1.1.1. Cálculo do volume de concreto de uma sapata isolada......................................78 
7.0. DIMENSIONAMENTO DE TUBULÕES ..................................................................81 
7.1. TUBULÕES A CÉU ABERTO.........................................................................................81 
7.2. FASES DE EXECUÇÃO DE TUBULÃO A CÉU ABERTO ..........................................82 
 
LISTA DE FOTOS 
Foto 2.1 – Trépano de lavagem (http://www.contenco.com.br). .......................................................11 
Foto 2.2 - Amostrador-padrão de parede grossa “Raymond” (NBR 6.484 / 2001) – Fechado. .......12 
Foto 2.3 - Amostrador-padrão de parede grossa “Raymond” (NBR 6.484 / 2001) – Aberto...........12 
Foto 2.4 – Execução de sondagem. Avanço por lavagem. ................................................................16 
Foto 2.5 – Execução de sondagem SPT.............................................................................................16 
Foto 2.6 – Material da lavagem do furo de sondagem.......................................................................17 
Foto 2.7 – Limpeza do furo de sondagem com o balde.....................................................................17 
Foto 2.8 - Limpeza do furo de sondagem com o balde......................................................................17 
Foto 2.9 – Material da lavagem retirado do furo de sondagem. ........................................................17 
Foto 2.10 – Solo recuperado no amostrador da sondagem. ...............................................................17 
Foto 2.11 – Solo recuperado no amostrador da sondagem. ...............................................................17 
Foto 2.12 – Ponteira cônica................................................................................................................22 
Foto 2.13 – Cone instrumentado para CPT (CPTU = Piezocone = CPT + poro-pressão).................22 
Foto 2.14 – Montagem para execução do ensaio CPT.......................................................................22 
Foto 2.15 – Montagem para execução do ensaio CPT.......................................................................22 
Rideci Farias. Haroldo Paranhos. 
Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc. 
CREA/ PA 9736 – D. CREA/DF 9649 – D. 
Engenharia de Fundações – 2º Semestre de 2014 4 
Foto 2.16 – Coroa com pastilha de vídia. ..........................................................................................25 
Foto 2.17 – Barrilete. .........................................................................................................................26 
Foto 2.18 – Caixa com testemunhos obtidos em sondagem rotativa. ................................................26 
Foto 2.19 – Caixas com testemunhos obtidos em sondagem rotativa. ..............................................26 
Foto 2.20 – Sonda rotativa motorizada e Bomba de água (Fabricante Maquesonda). ......................27 
Foto 2.21 – Sonda rotativa motorizada (Fabricante Sondeq).............................................................27 
Foto 3.1 – Área a ser escavada para execução de sapata. ..................................................................32 
Foto 3.2 – Montagem da forma para a execução de sapata. ..............................................................32 
Foto 3.3 – Montagem da forma para a execução de sapata. ..............................................................32 
Foto 3.4 – Montagem da forma para a execução de sapata. ..............................................................32 
Foto 3.5 – Montagem da forma para a execução de sapata. ..............................................................32 
Foto 3.6 – Bomba para a concretagem da sapata. ..............................................................................32 
Foto 3.7 – Execução de sapata. ..........................................................................................................33 
Foto 3.8 – Sapata concretada. ............................................................................................................33 
Foto 3.9 – Sapata concretada. ............................................................................................................33 
Foto 3.10 – Sapata já executada.........................................................................................................33 
Foto 3.11 – Radier armado.................................................................................................................40 
Foto 3.12 – Radier armado.................................................................................................................40 
Foto 3.13 – Radier armado.................................................................................................................40 
Foto 3.14 – Radier armado.................................................................................................................40 
Foto 3.15 – Radier armado.................................................................................................................40 
Foto 3.16 – Radier protendido. ..........................................................................................................40 
Foto 3.17 – Fotos relativas a radier protendido. ................................................................................41 
Foto 3.18 – Estaca pré-moldada circular de concreto........................................................................42 
Foto 3.19 – Estaca pré-moldada de concreto. Estacas quadradas e circular vazada..........................42 
Foto 3.20 – Bate-estaca de gravidade (convencional). ......................................................................42 
Foto 3.21 – Bate-estaca hidráulico.....................................................................................................42 
Foto 3.22 – Execução de estaca mega em concreto. ..........................................................................43 
Foto 3.23 – Estaca mega executada em concreto...............................................................................43 
Foto 3.24 – Execução de estaca-raiz em rocha. Obra Ponte Estaiadas – São Paulo/SP. ...................45 
Foto 3.25 – Execução de estaca-raiz. .................................................................................................45 
Foto 3.26 – Cortina de estaca-raiz. São Paulo. ..................................................................................46 
Foto 3.27 – Estaca-raiz em local com pé-direito reduzido – Edifício Núncio Malzoni, Santos/SP. .46 
Foto 3.28 – Estaca-raiz com utilização de martelo de fundo. Jurubatuba/SP....................................46 
Foto 3.29 – Martelo de fundo utilizado em rocha..............................................................................46 
Foto 3.30 – Perfuratriz montada sobre caminhão. .............................................................................48 
Foto 3.31 – Perfuratriz montada sobre esteira. ..................................................................................48 
Rideci Farias.Haroldo Paranhos. 
Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc. 
CREA/ PA 9736 – D. CREA/DF 9649 – D. 
Engenharia de Fundações – 2º Semestre de 2014 5 
Foto 3.32 – Perfuração com trado mecânico......................................................................................48 
Foto 3.33 – Perfuração com trado mecânico......................................................................................48 
Foto 3.34 – Esquema básico de execução da estaca Strauss..............................................................49 
Foto 3.35 – Esquema básico de execução da estaca Strauss..............................................................49 
Foto 3.36 – Execução da estaca Strauss.............................................................................................49 
Foto 3.37 – Execução da estaca Strauss.............................................................................................49 
Foto 3.38 – Execução da estaca Strauss.............................................................................................49 
Foto 3.39 – Execução da estaca Strauss.............................................................................................49 
Foto 3.40 – Equipamento para execução de parede diafragma e estaca barrete, montado em 
guindaste Bucyrus (Geyer).................................................................................................................51 
Foto 3.41 – Clam Shell hidráulico (Brasfond)...................................................................................51 
Foto 3.42 – Equipamento para estaca Franki. ....................................................................................53 
Foto 3.43 – Equipamento para estaca Franki. ....................................................................................53 
Foto 3.44 – Pilão Franki.....................................................................................................................53 
Foto 3.45 – Pilão Franki.....................................................................................................................53 
Foto 3.46 – Camisas metálicas Franki. ..............................................................................................54 
Foto 3.47 – Brita da bucha. ................................................................................................................54 
Foto 3.48 – Concretagem da estaca Franki. .......................................................................................54 
Foto 3.49 – Cravação da camisa metálica..........................................................................................54 
Foto 3.50 – Concreto da estaca Franki...............................................................................................54 
Foto 3.51 – Concretagem da estaca Franki. .......................................................................................54 
Foto 3.52 – Concretagem da estaca Franki. .......................................................................................55 
Foto 3.53 – Concretagem da estaca franki. ........................................................................................55 
Foto 3.54 – Concretagem da estaca franki. ........................................................................................55 
Foto 3.55 – Extração da camisa. ........................................................................................................55 
Foto 3.56 – Concreto da estaca Franki...............................................................................................55 
Foto 3.57 – Concretagem da estaca Franki. .......................................................................................55 
Foto 3.58 – Hélice contínua (Modelo EM 1000/32, CZM). ..............................................................56 
Foto 3.59 – Hélice contínua (Modelo EM 800/30, CZM). ................................................................56 
Foto 3.60 – Equipamento para hélice contínua de deslocamento monitorada...................................58 
Foto 3.61 – Equipamento para hélice contínua de deslocamento monitorada...................................58 
Foto 3.62 – Processo básico de execução da estaca hélice contínua de deslocamento......................58 
Foto 3.63 – Cravação de perfil metálico. ...........................................................................................59 
Foto 3.64 – Cravação de perfil metálico. ...........................................................................................59 
Foto 3.65 – Escavação de fuste para tubulão. ....................................................................................60 
Foto 3.66 – Sarilho para retirada de material do tubulão a céu aberto. .............................................60 
Foto 3.67 – Alargamento de base de tubulão a céu aberto. ...............................................................60 
Rideci Farias. Haroldo Paranhos. 
Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc. 
CREA/ PA 9736 – D. CREA/DF 9649 – D. 
Engenharia de Fundações – 2º Semestre de 2014 6 
Foto 3.68 – Ferragem para tubulão. ...................................................................................................60 
Foto 3.69 – Tubulão a ar comprimido................................................................................................61 
Foto 3.70 – Tubulão a ar comprimido................................................................................................61 
Foto 3.71 – Tubulão a ar comprimido................................................................................................61 
Foto 3.72 – Concretagem do tubulão a ar comprimido......................................................................61 
 
LISTA DE TABELAS 
Tabela 2.1 - Estados de compacidade e de consistência dos solos (NBR 6484 / 2001). ...................14 
Tabela 2.2 – Valores sugeridos de k (Danzinger e Velloso, 1986, 1995)..........................................23 
Tabela 2.3 – Número mínimo de furos de sondagens........................................................................24 
Tabela 2.4 – Diâmetros mais comuns de furos e testemunhos. .........................................................26 
Tabela 2.5 – Qualidade do maciço rochoso pelo RQD......................................................................28 
Tabela 2.6 – Tipo de rocha em função da recuperação......................................................................29 
Tabela 7.1 – Estacas moldadas “in loco”: parâmetros para dimensionamento (Norma ABNT NBR 
6122:2010). ........................................................................................................................................85 
Tabela 7.2 – Aço CA 50: Características de massa e seção...............................................................86 
Tabela 7.3 – Aço CA 60: Características de massa e seção...............................................................86 
 
LISTA DE FIGURAS 
Figura 2.1 – Trépano de lavagem (NBR 6484 / 2001).......................................................................11 
Figura2.2 - Dimensões do corpo do amostrador tipo raymond de 50,8 mm (NBR 6.484 / 2001)....11 
Figura 2.3 – Esquema de perfuração por percussão e amostragem. ..................................................13 
Figura 2.4 - Perfil de uma sondagem realizada em Brasília/DF com N. A. não encontrado.............18 
Figura 2.5 - Perfil de uma sondagem realizada em Brasília/DF com N. A. encontrado....................19 
Figura 2.6 – Ensaio CPT (a) princípio de funcionamento e (b) vista de um equipamento 
(desenvolvido pela COPPE / UFRJ com a GROM – Automação e Sensores) ..................................20 
Figura 2.7 – Penetrômetros para CPT (a) Delft, (b) Begemann, (c) cone elétrico (FUGRO, tipo 
subtração) e (d) piezocone (COPPE / UFRJ, modelo 2), estando indicados: (1) luva de atrito; (2) 
anel de vedação de solo; (3) anel de vedação de água; (4) célula de carga total; (5) célula de carga 
de ponta; (8) transdutor (medidor) de poro-pressão; (9) elemento poroso. .......................................21 
Figura 2.8 – Ponteira mecânica (Begemann) com luva de atrito lateral (dimensões em mm). .........21 
Figura 2.9 – Sugestão de locação de furos de sondagem para edificações........................................25 
Figura 2.10 – Exemplo de determinação do RQD (Rock Quality Designation)................................29 
Figura 2.11 – Laudo de uma sondagem mista (SPT + Rotativa). ......................................................30 
Figura 3.1 – Principais tipos de fundações. .......................................................................................31 
Figura 3.2 – Esquema de uma sapata isolada.....................................................................................33 
Figura 3.3 – Perspectiva de uma sapata isolada.................................................................................34 
Figura 3.4 – Perspectiva de uma sapata associada.............................................................................34 
Rideci Farias. Haroldo Paranhos. 
Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc. 
CREA/ PA 9736 – D. CREA/DF 9649 – D. 
Engenharia de Fundações – 2º Semestre de 2014 7 
Figura 3.5 – Esquema de uma sapata corrida.....................................................................................35 
Figura 3.6 – Perspectiva de uma sapata corrida.................................................................................35 
Figura 3.7 – Sapata em divisa. ...........................................................................................................36 
Figura 3.8 – Perspectiva de uma sapata alavancada. .........................................................................36 
Figura 3.9 – Sapata como viga de equilíbrio. ....................................................................................37 
Figura 3.10 – Sapata com viga alavanca............................................................................................37 
Figura 3.11 – Sapata com viga alavanca............................................................................................38 
Figura 3.12 – Esquema de blocos de fundação..................................................................................38 
Figura 3.13 – Perspectiva de bloco de fundação sem escalonamento. ..............................................38 
Figura 3.14 – Esquema de radier de fundação. ..................................................................................39 
Figura 3.15 – Perspectiva de um radier..............................................................................................39 
Figura 3.16 – Fases de execução de estaca-raiz.................................................................................44 
Figura 3.17 (a) - (j) – Fases de execução de estaca-raiz. ...................................................................45 
Figura 3.18 – Micro estaca. Perfuração, instalação e injeção. ...........................................................47 
Figura 3.19 – Detalhe do obturador de injeção..................................................................................47 
Figura 3.20 – Sequência executiva de parede-diafragma e estaca barrete moldada in loco 
(Brasfond). .........................................................................................................................................50 
Figura 3.21 – Processo básico da estaca Franki.................................................................................52 
Figura 3.22 – Processo básico de execução da estaca hélice contínua. ............................................57 
Figura 3.23 – Detalhe do elemento de perfuração. ............................................................................59 
Figura 3.24 – Processo básico de execução de tubulão a ar comprimido..........................................61 
Figura 4.1 – Estimativa de N médio. .................................................................................................64 
Figura 5.1 – Esquema de blocos de fundações. .................................................................................65 
Figura 5.2 – Gráfico para retirada do ângulo α. ................................................................................66 
Figura 5.3 – Esquema de uma sapata isolada.....................................................................................68 
Figura 5.4 – Resposta do Exercício 5.2. ............................................................................................69 
Figura 5.5 – Resposta do Exercício 5.3. ............................................................................................72 
Figura 5.6 – Pilar em L. .....................................................................................................................72 
Figura 5.7 – Resposta do Exercício 5.4. ............................................................................................74 
Figura 5.8 – Pilar em C. .....................................................................................................................74 
Figura 5.9 – Resposta do Exercício 5.5. ............................................................................................76 
Figura 6.1 – Caminhamento da carga do pilar em direção à base da sapata......................................77 
Figura 6.2 – Detalhe de sapata isolada...............................................................................................77 
Figura 6.3 – Resposta do exercício 6.1. .............................................................................................80 
Figura 7.1 – Perspectiva e corte longitudinal de um tubulão.............................................................81 
Figura 7.2 – Tubulões com base circular e falsa elipse. ....................................................................82 
Figura 7.3 – Fases de execução do tubulão a céu aberto. ..................................................................82 
Rideci Farias. Haroldo Paranhos. 
Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc. 
CREA/ PA 9736 – D.CREA/DF 9649 – D. 
Engenharia de Fundações – 2º Semestre de 2014 8 
Figura 7.4 – Cálculo do volume da base de tubulão falsa elipse. ......................................................84 
 
Rideci Farias. Haroldo Paranhos. 
Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc. 
CREA/ PA 9736 – D. CREA/DF 9649 – D. 
Engenharia de Fundações – 2º Semestre de 2014 9 
1.0. APRESENTAÇÃO 
Estas Notas de Aulas foram elaboradas para alunos de graduação em Engenharia Civil na disciplina 
Engenharia de Fundações com o objetivo de familiarizar os futuros Engenheiros com as fundações 
mais comumente utilizadas no Brasil. Este material pode também ser utilizado por qualquer 
Faculdade, desde que seja para fins educacionais, sem consulta prévia aos autores. 
O material que serviu de base para a elaboração desta apostila foi: 
a) Experiências dos professores Rideci Farias e Haroldo Paranhos na Área Geotécnica; 
b) Normas ABNT/ NBR; Normas ASTM; Normas DNIT; etc.; 
c) Livros, apostilas, notas de aulas, entre outros materiais diversos, tais como dos professores: 
Yopanan C. P. Rebello; Márcio M. Fabrício; João A. Rossignolo. 
d) “Sites” diversos consultados na “Internet”, tais como: 
http://www.radierprotendido.com.br/; 
http://www.estacasipr.com.br/produtos.php; 
http://www.benaton.com.br/html/estacas-benaton.htm; 
http://www.perfurac.com.br/reforcos-fundacoes-mega.htm; 
http://www.solotrat.com.br/; 
http://www.fundesp.com.br; 
http://www.brasfond.com.br; 
http://www.fxsondagens.com.br; 
http://www.tecgeo.com.br/; 
http://www.engeconfundacoes.com.br; 
http://www.franki.com.br; 
http://www.geofix.com.br; 
http://www.solossantini.com.br; 
http://www.geone2010.com.br/download/Palestra_GeoNE_2010.pdf; 
http://www.acharimoveis.com/blog_imobiliario/?m=201103; 
http://www.dicionariogeotecnico.com.br; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rideci Farias. Haroldo Paranhos. 
Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc. 
CREA/ PA 9736 – D. CREA/DF 9649 – D. 
Engenharia de Fundações – 2º Semestre de 2014 10 
2.0. INVESTIGAÇÃO DO SUBSOLO – ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO D AS 
SONDAGENS 
Para os projetos de engenharia, deve ser feito um reconhecimento dos solos envolvidos para sua 
identificação, avaliação de seu estado e, eventualmente, para amostragem visando à realização de 
ensaios especiais. Amostragem em taludes, abertura de poços e perfurações no subsolo são os 
procedimentos empregados com este propósito. 
2.1. SONDAGENS DE SIMPLES RECONHECIMENTO 
O método mais comum de reconhecimento do subsolo é a Sondagem de Simples Reconhecimento, 
que é objeto de uma norma Brasileira, a NBR – 6484. A sondagem consiste essencialmente em dois 
tipos de operação: perfuração e amostragem. 
2.1.1. Perfuração acima do nível d’água 
A perfuração do terreno é iniciada com trado tipo cavadeira, com 10 cm de diâmetro. Repetidas 
operações vão aprofundando o furo e o material recolhido vai sendo classificado quanto a sua 
composição. O esforço requerido para penetração do trado dá uma primeira indicação de 
consistência ou compacidade do solo, mas uma melhor informação sobre este aspecto será obtida 
com a amostragem (relatada adiante) que costuma ser feita de metro em metro de perfuração, ou 
sempre que ocorre mudança de material. 
Atingida certa profundidade, introduz-se um tubo de revestimento, com duas e meia polegadas de 
diâmetro, que é cravado com o martelo que será também usado para a amostragem. Por dentro desse 
tubo, a penetração progride com o trado espiral. 
2.1.2. Determinação do nível d’água 
A perfuração com o trado é mantida até ser atingido o nível d’água, ou seja, até que se perceba o 
surgimento de água no interior da perfuração ou no tubo de revestimento. Quando isto ocorre, 
registra-se a cota do nível d’água e interrompe-se a operação, aguardando-se para determinar se o 
nível se mantém na cota atingida ou se ele se eleva no tubo de revestimento. Se isto ocorrer, é 
indicação de que a água estava sob pressão. Aguarda-se o nível d’água ficar em equilíbrio e 
registra-se a nova cota. A diferença entre esta e a cota em que foi encontrada a água indica a pressão 
a que está submetido o lençol. 
Níveis d’água sob pressão são bastante comuns, principalmente em camadas de areias recobertas 
por argilas que são muitos menos permeáveis. A informação referente à pressão do lençol é bastante 
importante, pois estas pressões interferem, por exemplo, na estabilidade de escavações que se façam 
neste solo. 
Algumas vezes, ocorre mais do que um lençol d’água. São lençóis suspensos em camadas argilosas. 
Cada um destes lençóis deve ser detectado e registrado. A data em que foi determinado o lençol 
também deve ser anotada, pois o nível d’água, geralmente varia durante o ano. 
2.1.3. Perfuração abaixo do nível d’água 
Depois de atingido o nível d’água, a perfuração pode prosseguir com a técnica de circulação de 
água, também conhecida como percussão e lavagem. Uma bomba d’água motorizada injeta água na 
extremidade inferior do furo, através de uma haste de menor diâmetro, por dentro do tubo de 
revestimento. Na extremidade deste, existe um trépano com ponta afiada e com dois orifícios pelos 
quais a água sai com pressão (Figura 2.1 e Foto 2.1). 
A haste interna é repetidamente levantada e deixada cair de cerca de 30 cm. A sua queda é 
acompanhada de um movimento de rotação imprimido manualmente pelo operador. Estas ações 
provocam o destorroamento do solo no fundo da perfuração. Simultaneamente, a água injetada 
Rideci Farias. Haroldo Paranhos. 
Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc. 
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Engenharia de Fundações – 2º Semestre de 2014 11 
pelos orifícios do trépano ajuda a desagregação e, ao retornar à superfície, pelo espaço entre a haste 
interna e o tubo de revestimento, transporta as partículas do solo que foram desagregadas. 
 
Figura 2.1 – Trépano de lavagem (NBR 6484 / 
2001). 
 
Foto 2.1 – Trépano de lavagem 
(http://www.contenco.com.br). 
 
 
De metro em metro, ou sempre que se detectar alteração do solo pelos detritos carreados pela água 
de circulação, a operação é suspensa e realiza-se uma amostragem. O material em suspensão trazido 
pela lavagem não permite boa classificação do solo, mas mudanças acentuadas do tipo de solo são 
detectáveis. A perfuração por lavagem é mais rápida do que pelo trado. Ela é geralmente empregada 
abaixo do nível d’água porque acima dele estaria alterando a umidade do solo e, conseqüentemente, 
as condições de amostragem. 
2.1.4. Amostragemde solos 
Para a amostragem, utiliza-se um amostrador padrão, que é constituído de um tubo com 50,8 mm 
(duas polegadas) de diâmetro externo e 34,9 mm de diâmetro interno, com a extremidade cortante 
biselada. A outra extremidade, que é fixada à haste que a leva até o fundo da perfuração, deve ter 
dois orifícios laterais para saída de água e ar, e uma válvula constituída por uma esfera de aço. A 
Figura 2.2 e Fotos 2.2 e 2.3 ilustram o amostrador. 
 
 
Figura 2.2 - Dimensões do corpo do amostrador tipo raymond de 50,8 mm (NBR 6.484 / 2001). 
Rideci Farias. Haroldo Paranhos. 
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Foto 2.2 - Amostrador-padrão de parede grossa “Raymond” (NBR 6.484 / 2001) – Fechado. 
 
 
Foto 2.3 - Amostrador-padrão de parede grossa “Raymond” (NBR 6.484 / 2001) – Aberto. 
 
O amostrador é conectado à haste e apoiado no fundo da perfuração. A seguir, é cravado pela ação 
de uma massa de ferro fundido (chamada martelo) de 65 kg. Para a cravação, o martelo é elevado a 
uma altura de 75 cm e deixado cair livremente. O alteamento do martelo é feito manualmente ou 
por meio de equipamento mecânico, através de uma corda flexível ou cabo de aço que passa por 
uma roldana existente na parte superior do tripé. A cravação do amostrador no solo é obtida por 
quedas sucessivas do martelo, até a penetração de 45 cm. Ver Figura 2.3. 
Rideci Farias. Haroldo Paranhos. 
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Roldana
Tripé
Peso de 65 kg
Corda ou cabo de aço
Sarilho
Operação Manual
ou Mecânica
Ressalto
Haste
Furo de 2 1/2"
Barrilete
A
ltu
ra
 d
e 
qu
ed
a 
= 
75
 c
m
 
Figura 2.3 – Esquema de perfuração por percussão e amostragem. 
A mostra colhida é submetida a exame táctil-visual e suas características principais são anotadas. 
Estas amostras são, então, guardadas em recipientes impermeáveis para análises posteriores. 
2.1.5. Resistência à penetração - SPT 
Ainda que o exame da mostra possa fornecer uma indicação da consistência ou compacidade do 
solo, geralmente a informação referente ao estado do solo é considerada com base na resistência que 
ele oferece à penetração do amostrador. 
Durante a amostragem, são anotados os números de golpes do martelo necessários para cravar cada 
trecho de 15 cm do amostrador. Desprezam-se os dados referentes ao primeiro trecho de 15 cm e 
define-se resistência à penetração como sendo o número de golpes necessários para cravar 30 cm do 
amostrador, após aqueles primeiros 15 cm. 
A resistência à penetração é também referida como o número N do SPT ou, simplesmente, como 
SPT do solo, sendo o SPT as iniciais de “Standard Penetration Test”. 
Quando o solo é tão fraco que a aplicação do primeiro golpe do martelo leva a uma penetração 
superior a 45 cm, o resultado da cravação deve ser expresso pela relação deste golpe com a 
respectiva penetração. Por exemplo, 1/58. 
Em função da resistência à penetração, o estado do solo é classificado pela compacidade, quando 
areia ou silte arenoso, ou pela consistência, quando argila ou silte argiloso. Estas classificações são 
apresentadas na Tabela 2.1, de acordo com a norma NBR 6484/2001 e com a proposta original de 
Terzaghi. As diferenças decorrem do fato da energia de cravação do amostrador ser diferente no 
Brasil e nos Estados Unidos, em virtude, principalmente, da maneira diferente como o martelo é 
acionado. 
 
Rideci Farias. Haroldo Paranhos. 
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Tabela 2.1 - Estados de compacidade e de consistência dos solos (NBR 6484 / 2001). 
 
 
Observação 2.1: Como forma de resumo, tem-se que a sondagem a percussão SPT é um 
procedimento geotécnico de campo, capaz de amostrar o subsolo. Quando associada ao ensaio de 
penetração dinâmica (SPT), mede a resistência do solo ao longo da profundidade perfurada de 
forma que ao se realizar uma sondagem pretende-se conhecer principalmente: 
a) o tipo de solo atravessado pela retirada de uma amostra deformada, a cada metro perfurado; 
b) a resistência (N) oferecida pelo solo à cravação do amostrador padrão, a cada metro perfurado; 
c) a posição do nível ou dos níveis d’água, quando encontrados durante a perfuração. 
Observação 2.2: São muitas as maneiras de se relacionar os números do SPT, obtidos na sondagem 
à percussão, com a resistência do solo. Uma maneira bastante rápida de se correlacionar esses 
valores é usando a fórmula empírica a seguir: 
 
1−= Nadmσ (kgf/cm2) 
Onde: 
admσ é a tensão admissível à compressão do solo, também denominada “taxa do solo”; e, 
N é o número de golpes para cravar os últimos 30 cm, ou SPT. 
 
Como exemplo, ao se ter o valor do SPT igual a 10 (N = 10), tem-se para a tensão admissível: 
 
1−= Nadmσ → 110 −=admσ 
Rideci Farias. Haroldo Paranhos. 
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2/)116,3( cmkgfadm −=σ → 
2/16,2 cmkgfadm =σ ou 2/6,21 mtonadm =σ 
 
Observação 2.3: Outra forma bastante utilizada é dividir o valor do SPT por 3; 4 ou 5, dependendo 
se o solo for areia, silte ou argila, respectivamente, e assim tem-se a resistência do solo em kgf/cm2. 
2.1.6. Apresentação dos resultados 
Os resultados são apresentados em perfis do subsolo, como se mostra nas Figuras 2.12 e 2.13, onde 
são apresentadas as descrições de cada solo encontrado, as cotas correspondentes a cada camada, a 
posição do nível d’água (ou níveis d’água) a sua eventual pressão, a data em que foi determinado o 
nível d’água e os valores da resistência à penetração do amostrador. Quando não ocorre penetração 
de todo o amostrador, registra-se o SPT em forma de fração (por exemplo, 30/14, indicando quepara 30 golpes houve penetração de 14 cm). 
Sondagens feitas com proximidade (por exemplo, a cada 20 m) permitem o traçado de seções do 
subsolo, que ligam as cotas de materiais semelhantes na hipótese de que as camadas sejam 
contínuas. 
2.1.7. Programação de sondagens 
A programação das sondagens, número, disposição e profundidade dos furos dependem do 
conhecimento prévio que se tenha da geologia local, do solo e da obra específica para a qual se está 
fazendo prospecção. Recomendações sobre a programação de sondagens são feitas na norma NBR 
8036/1983. 
Observação 2.4: Recomenda-se também, além das Normas NBR 6484/2001 e 8036/1983, a leitura 
das Normas NBR 6122/2010; NBR 9603/1986 e NBR 13441/1995. 
As Fotos 2.4 a 2.11 mostram execução de sondagens e as Figuras 2.4 e 2.5 mostram boletins 
resultantes da investigação. 
2.1.8. Principais Vantagens da Sondagem SPT 
a) Custo relativamente baixo; 
b) Facilidade de execução e possibilidade de trabalho em locais de difícil acesso; 
c) Permite descrever o subsolo em profundidade e a coleta de amostras; 
d) Fornece um índice de resistência à penetração correlacionável com a compacidade ou a 
consistência dos solos; 
e) Possibilita determinação do nível freático (com ressalvas). 
 
Rideci Farias. Haroldo Paranhos. 
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Engenharia de Fundações – 2º Semestre de 2014 16 
 
 
Foto 2.4 – Execução de sondagem. Avanço por lavagem. 
 
 
Foto 2.5 – Execução de sondagem SPT. 
Rideci Farias. Haroldo Paranhos. 
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Engenharia de Fundações – 2º Semestre de 2014 17 
 
Foto 2.6 – Material da lavagem do furo de 
sondagem. 
 
Foto 2.7 – Limpeza do furo de sondagem com 
o balde. 
 
Foto 2.8 - Limpeza do furo de sondagem com 
o balde. 
 
Foto 2.9 – Material da lavagem retirado do 
furo de sondagem. 
 
 
Foto 2.10 – Solo recuperado no amostrador da 
sondagem. 
 
Foto 2.11 – Solo recuperado no amostrador da 
sondagem. 
 
 
Rideci Farias. Haroldo Paranhos. 
Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc. 
CREA/ PA 9736 – D. CREA/DF 9649 – D. 
Engenharia de Fundações – 2º Semestre de 2014 18 
Folha n.° 01
Altitude Latitude
Longitude
Nível do terreno 
Nível d'água (m) / Data da observacão
Inicial: 
Final: 
DATA INÍCIO: DATA TÉRMINO: 
5 10 15 20 25 30 35 40 45
1
8 5
2
Argila siltosa
pouco 
arenosa
vermelha úmida Mole
2 2
3
Argila siltosa
pouco 
arenosa
vermelha úmida Muito mole
2 2
4
Argila siltosa
pouco 
arenosa
vermelha úmida Muito mole
2 2
5
Argila siltosa
pouco 
arenosa
vermelha úmida Muito mole
2 2
6
Argila siltosa
pouco 
arenosa
vermelha úmida Muito mole
2 2
7
Argila siltosa
pouco 
arenosa
vermelha úmida Muito mole
2 2
8
Argila siltosa
pouco 
arenosa
vermelha úmida Muito mole
2 2
9
Argila siltosa
pouco 
arenosa
vermelha úmida Muito mole
2 2
10
Argila
pouco 
siltosa
pouco 
arenosa
vermelha úmida Muito mole
2 2
11
Argila
pouco 
siltosa
pouco 
arenosa
vermelha úmida Muito mole
2 2
12
Argila
pouco 
siltosa
pouco 
arenosa
vermelha úmida Muito mole
3 4
13
Argila
pouco 
siltosa
pouco 
arenosa
com pedregulho de 
fino a médio
vermelha úmida Mole
4 4
14
Argila
pouco 
siltosa
pouco 
arenosa
vermelha úmida Mole
4 7
15
Argila
pouco 
siltosa
pouco 
arenosa
vermelha úmida Média(o)
10 16
16
Argila
pouco 
siltosa
pouco 
arenosa
vermelha úmida Rija(o)
21 38
17
Areia
vermelha à 
variegada úmida Compacta(o)
41 48
18
Areia
vermelha à 
variegada úmida
Muito 
Compacta(o)
54 58
19
Areia
vermelha à 
variegada úmida
Muito 
Compacta(o)
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
Amostrador: Ø Externo = 50,8 mm e Ø Interno = 34,9 mm
MÉTODO DE AVANÇO
TC - Trado Concha Rideci Farias, DSc.
TH - Trado Helicoidal Engenheiro Civil e Geotécnico
CA - Circulação de Água CREA 9736/D PA
N
A
 n
ão
 e
nc
on
tr
ad
o 
no
 d
ia
 5
/8
/2
01
1
(SPT)
30
cm
 F
IN
A
IS
SPT- 01
Referência: P251-08
Engenheiro Civil e Geotécnico
CREA 9649/D DF
Consistência/ 
Compacidade
S
IM
B
O
LO
G
IA
CLASSIFICAÇÃO DAS CAMADAS
P
R
O
FU
N
D
ID
A
D
E
 (
m
)
SONDADOR: Elias
W%
Revestimento: Ø Interno = 2 1/2" 
Camada Superficial - Argila siltosa vermelha
Glanulometria
Limite da sondagem = 18,45m (58 golpes / 30 cm) Areia vermelha à 
variegada, úmida, muito compacta.
Haroldo Paranhos, MSc.
Cor
4/8/2011
CLIENTE:
PENETRAÇÃO GRÁFICO
LOCAL:
ESCALA: 4/8/2011
N
ÍV
E
L 
D
O
 L
E
N
Ç
O
L 
FR
E
Á
T
IC
O
ÍNDICE DE RESISTÊNCIA À PENETRAÇÃO
30
cm
 IN
IC
IA
IS
30cm INICIAIS
30cm FINAIS
NÚMERO DE GOLPES
 
 
Figura 2.4 - Perfil de uma sondagem realizada em Brasília/DF com N. A. não encontrado. 
Rideci Farias. Haroldo Paranhos. 
Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc. 
CREA/ PA 9736 – D. CREA/DF 9649 – D. 
Engenharia de Fundações – 2º Semestre de 2014 19 
Folha n.° 01
Altitude Latitude
Longitude
Nível do terreno 
Nível d'água (m) / Data da observacão
Inicial: 
Final: 
DATA INÍCIO: DATA TÉRMINO: 
5 10 15 20 25 30 35 40 45
1
4 4
2
Argila
pouco 
siltosa
pouco 
arenoso
vermelha úmida Mole
4 4
3
Argila
pouco 
siltosa
pouco 
arenosa
vermelha úmida Mole
4 4
4
Argila
pouco 
siltosa
pouco 
arenosa
vermelha úmida Mole
4 4
5
Argila
pouco 
siltosa
pouco 
arenosa
vermelha úmida Mole
5 6
6
Argila
pouco 
siltosa
pouco 
arenosa
vermelha úmida Média(o)
6 6
7
Argila
pouco 
siltosa
pouco 
arenosa
vermelha úmida Média(o)
6 7
8
Argila
pouco 
siltosa
pouco 
arenosa
vermelha úmida Média(o)
7 7
9
Argila
pouco 
siltosa
pouco 
arenosa
vermelha úmida Média(o)
6 7
10
Argila
pouco 
siltosa
pouco 
arenosa
vermelha úmida Média(o)
7 7
11
Argila
pouco 
siltosa
pouco 
arenosa
vermelha úmida Média(o)
6 6
12
Argila
pouco 
siltosa
pouco 
arenosa
vermelha úmida Média(o)
7 7
13
Argila
pouco 
siltosa
pouco 
arenosa
vermelha úmida Média(o)
7 8
14
Argila
pouco 
siltosa
pouco 
arenosa
vermelhaúmida Média(o)
8 8
15
Argila
pouco 
siltosa
pouco 
arenosa
vermelha úmida Média(o)
25 25
16
Silte argiloso
pouco 
arenoso
variegado úmido Dura(o)
26 28
17
Silte argiloso
pouco 
arenoso
variegado úmido Dura(o)
40 52
18
Silte argiloso
pouco 
arenoso
variegado úmido Dura(o)
19
20
21
22
23
24
25
 
26
 
27
 
28
 
29
 
 
Amostrador: Ø Externo = 50,8 mm e Ø Interno = 34,9 mm
MÉTODO DE AVANÇO
TC - Trado Concha Rideci Farias, DSc.
TH - Trado Helicoidal Engenheiro Civil e Geotécnico
CA - Circulação de Água CREA 9736/D PA
N
A
 e
nc
on
tra
do
 a
 1
3,
70
m
 d
a 
"b
oc
a"
 d
o 
fu
ro
 e
m
 2
4/
01
/2
00
9
Limite da sondagem = 17,45 m (52 golpes / 30 cm)
CLIENTE:
PENETRAÇÃO GRÁFICO
LOCAL:
ESCALA: 23/1/2009
N
ÍV
E
L 
D
O
 L
E
N
Ç
O
L 
F
R
E
Á
T
IC
O
ÍNDICE DE RESISTÊNCIA À PENETRAÇÃO
30
cm
 IN
IC
IA
IS
SPT- 02
T
C
30cm INICIAIS
30cm FINAIS
Consistência/ 
Compacidade
NÚMERO DE GOLPES
Haroldo Paranhos, MSc.
Cor W%
Revestimento: Ø Interno = 2 1/2" 
Camada Superficial - Argila vermelha, pouco siltosa, pouco arenosa.
30
cm
 F
IN
A
IS
-13,50m
-13,70m
23/1/2009 SONDADOR: Hildeman
Referência: P251-08
CLASSIFICAÇÃO DAS CAMADAS
Engenheiro Civil e Geotécnico
CREA 9649/D DF
P
R
O
F
U
N
D
ID
A
D
E
 (
m
)
S
IM
B
O
LO
G
IA
Glanulometria
(SPT)
 
 
Figura 2.5 - Perfil de uma sondagem realizada em Brasília/DF com N. A. encontrado. 
Rideci Farias. Haroldo Paranhos. 
Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc. 
CREA/ PA 9736 – D. CREA/DF 9649 – D. 
Engenharia de Fundações – 2º Semestre de 2014 20 
2.2. Sondagem de Penetração Estática – “Cone Penetration Test” (CPT) - NBR 12069 
Esta sondagem recebe também o nome de sondagem com cone holandês, por ter sido criada, na 
década de trinta, no Laboratório de Mecânica dos Solos de Delf, na Holanda. O equipamento 
utilizado consta de hastes emendáveis que apresentam em sua ponta um cone com ângulo de 60º e 
uma área de 10 cm2. A sondagem é feita usando-se tubo de revestimento. A penetração do cone é 
contínua, a uma velocidade de 2 cm/s. O esforço necessário para a penetração do cone no solo é 
registrado continuamente. Os valores registrados medem tanto a resistência de ponta (qc) como o 
atrito lateral. 
A grande vantagem deste tipo de sondagem, em relação à de percussão, é que os resultados são 
apresentados ao longo de toda a profundidade da sondagem, ininterruptamente, ao contrário da 
percussão que mede o número de golpes em 30 cm de cada metro. 
Os resultados obtidos na sondagem com cone recebem o nome de CPT (“Cone Penetration Test”). 
Nos equipamentos mais modernos, o cone é elétrico, permitindo que os resultados sejam registrados 
em um gráfico simultaneamente à realização da sondagem. 
Um dos problemas apresentados por este tipo de sondagem é a possibilidade de desvio do cone 
durante a penetração no solo. Por isso, a Norma Brasileira recomenda o uso de inclinômetro, 
aparelho que mede ângulos, para profundidades acima de 25 metros. Experiências têm mostrado 
que não são obtidos resultados satisfatórios quando a sondagem é realizada em argilas muito moles. 
No Brasil, essa modalidade de sondagem ainda não é muito comum, mas vem se desenvolvendo 
bastante e não é de duvidar que, em um futuro próximo, substitua a sondagem à percussão. 
As Figuras 2.6, 2.7 e 2.8 mostram o ensaio e tipos de penetrômetros. Já as Fotos 2.12 a 2.15 
mostram o cone, bem como a montagem para execução do ensaio. 
 
 
Figura 2.6 – Ensaio CPT (a) princípio de funcionamento e (b) vista de um equipamento 
(desenvolvido pela COPPE / UFRJ com a GROM – Automação e Sensores) 
 
Rideci Farias. Haroldo Paranhos. 
Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc. 
CREA/ PA 9736 – D. CREA/DF 9649 – D. 
Engenharia de Fundações – 2º Semestre de 2014 21 
 
Figura 2.7 – Penetrômetros para CPT (a) Delft, (b) Begemann, (c) cone elétrico (FUGRO, tipo 
subtração) e (d) piezocone (COPPE / UFRJ, modelo 2), estando indicados: (1) luva de atrito; (2) 
anel de vedação de solo; (3) anel de vedação de água; (4) célula de carga total; (5) célula de carga 
de ponta; (8) transdutor (medidor) de poro-pressão; (9) elemento poroso. 
 
 
 
Figura 2.8 – Ponteira mecânica (Begemann) com luva de atrito lateral (dimensões em mm). 
 
 
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Foto 2.12 – Ponteira cônica. 
 
Foto 2.13 – Cone instrumentado para CPT 
(CPTU = Piezocone = CPT + poro-pressão). 
 
Foto 2.14 – Montagem para execução do 
ensaio CPT. 
 
Foto 2.15 – Montagem para execução do 
ensaio CPT. 
 
2.2.1. Relação entre os resultados do CPT e SPT 
Na sondagem, se a opção for pelo CPT, deve-se fazer a conversão para o SPT, para se determinar a 
resistência do solo usando as fórmulas e tabelas usuais. 
A Tabela 2.2, proposta por Danzinger e Velloso, fornece os valores de k que relaciona o número de 
golpes do SPT à resistência de ponta (qc) fornecida pela sondagem CPT. 
Para se fazer a transposição dos valores de qc para N, usa-se a seguinte relação: 
k
q
N c= 
Observar que para entrar nessa relação o valor de qc deverá ser expresso em MPa (Mega Pascal). 
 
 
 
 
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Tabela 2.2 – Valores sugeridos de k (Danzinger e Velloso, 1986, 1995). 
Tipo de Solo Valores Sugeridos de k (qc = KN, k em 
MPa/golpe/0,3m) 
Areia 0,60 
Areia siltosa, areia argilosa, areia com argila 
e silte 
0,53 
Silte, silte arenoso, argila arenosa 0,48 
Silte com areia e argila, argila com silte e 
areia 
0,38 
Silte argiloso 0,30 
Argila, argila siltosa 0,25 
 
Exercício 2.1 – Seja qc = 2 MPa o valor da resistência de ponta dada pela sondagem CPT e o solo, 
um silte argiloso. Determine o valor do SPT. 
Solução: 
k
q
N c= 
0,30MPa
2MPaN = MPa7,6N = 6N = 
Observação 2.5: Caso se deseje determinar a taxa do solo diretamente dos valores de qc, pode-se 
usar a relação a seguir: 
10
qc=admσ (MPa), no caso de fundações diretas em argila 
15
qc=admσ (MPa), no caso de fundações diretas em areias 
Observação 2.6: Lembrar que 1MPa = 10 kgf/cm2. 
Observação 2.7: Para solos coesivos como as argilas, a partir do conhecimento da taxa do solo, 
pode-se conhecer, além da sua resistência, o valor da coesão. A coesão e o ângulo de atrito interno 
do solo servem para a determinação dos empuxos sobre muros de arrimo. O valor da coesão 
corresponde à metade da taxa do solo: 
2
admC
σ= 
Exercício 2.2 – Determine a taxa do solo diretamente dos valores de qc, considerando: 
a) Fundações diretas em argila: 
Solução: 
k
q
N c= 
10
2MPa
N = MPa2,0N = 2/2N cmkgf= 
 
b) Fundações diretas em areias: 
Solução: 
k
q
N c= 
15
2MPa
N = MPa13,0N = 2/3,1N cmkgf= 
Observação 2.8: Para solos coesivos como argilas, a partir do conhecimento da taxa do solo, pode-
se conhecer, além da resistência, o valor da coesão. A coesão e o ângulo de atrito interno do solo 
servem para a determinação dos empuxos sobre muros de arrimo. O valor da coesão corresponde à 
metade da taxa do solo: 
2
C adm
σ= 
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2.3. Programação de Sondagens de Simples Reconhecimento dos Solos para Fundações de 
Edifícios (Número e Locação das Sondagens) 
O procedimento está explícito na norma NBR 8036/1983: Programação de sondagens de simples 
reconhecimento dos solos para fundações de edifícios. Também é importante citar a norma NBR 
6484/2001: Solo - Sondagens de simples reconhecimento com SPT - Método de ensaio, como 
referência do método de ensaio. 
De uma forma geral, o número de sondagens e sua localização em planta dependem do tipo da 
estrutura, de suas características especiais e das condições geotécnicas do subsolo. O número de 
sondagens deve ser suficiente para fornecer um quadro, o melhor possível, da provável variação das 
camadas do subsolo do local em estudo. 
O item 4.1.1.2 da NBR 8036/1986 diz que As sondagens devem ser, no mínimo, de uma para cada 
200 m2 de área da projeção em planta do edifício, até 1200 m2 de área. Entre 1200 m2 e 2400 m2 
deve-se fazer uma sondagem para cada 400 m2 que excederem de 1200 m2. Acima de 2400 m2 o 
número de sondagens deve ser fixado de acordo com o plano particular da construção. Em 
quaisquer circunstâncias o número mínimo de sondagens deve ser: 
a) dois para área da projeção em planta do edifício até 200 m2; 
b) três para área entre 200 m2 e 400 m2. 
 
O item 4.1.1.3 diz que Nos casos em que não houver ainda disposição em planta dos edifícios, 
como nos estudos de viabilidade ou de escolha de local, o número de sondagens deve ser fixado de 
forma que a distância máxima entre elas seja de 100 m, com um mínimo de três sondagens. 
Observação 2.9: Para uma residência de pequeno porte recomenda-se que a locação dos furos de 
sondagem se dê em função da localização/concentração das cargas estruturais de maior magnitude 
obtidas no projeto estrutural (exemplo: caixa de escada, caixa d’água, grandes vãos, etc). 
Tabela 2.3 – Número mínimo de furos de sondagens. 
Área (m2) Nº de Furos 
< 200 2 
200 – 400 3 
400 – 600 3 
600 – 800 4 
800 – 1000 5 
1000 – 1200 6 
1200 – 1600 7 
1600 – 2000 8 
2000 – 2400 9 
> 2400 A critério do projetista 
 
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40m
10m 10m 20m 20m 20m 20m
30m
20m
30m 30m
40m
 
Figura 2.9 – Sugestão de locação de furos de sondagem para edificações. 
Observação 2.10: Recomenda-se cobrir toda a área carregada. Em termos práticos recomenda-se 
também que a distância entre furos não seja superior a 30 metros. 
Observação 2.11: Em termos de profundidade recomenda-se que as sondagens devam ser levadas 
até a profundidade onde o solo não seja mais significativamente solicitado pelas cargas estruturais, 
fixando-se como critério aquela profundidade onde o acréscimo de pressão no solo, devida às 
cargas estruturais aplicadas, for menor do que 10% da pressão geostática efetiva. Importante 
observar também os critérios de paralisação, para o SPT, de acordo com o especificado pela norma 
NBR 6481 / 2001. 
2.4. Sondagem Rotativa (SR) 
A sondagem rotativa é um tipo de investigação feita com um tubo, denominado barrilhete, dotado 
de uma peça cortante, feita com um material de alta dureza (coroa) em uma ponta, que perfura o 
terreno através de um movimento de rotação. Geralmente o barrilete é constituído de uma camisa 
livre em seu interior para preservar o testemunho do terreno. Para rochas brandas utiliza-se coroa 
com pastilhas de vídia. Para rochas de média e alta dureza emprega-se coroa com diamante 
industrial, na forma de pequenos grãos incrustados ou grânulos disseminados numa matriz, formada 
pela mistura de vários metais, submetidos à sintetização. 
Existem barriletes e coras de várias dimensões para permitir a execução das perfurações em série 
telescópica. Com isso é possível manter protegido, com revestimento, parte da parede do furo, 
constituído por material que pode desmoronar, enquanto a perfuração prossegue com um diâmetro 
menor. 
As Fotos 2.16 e 2.17, a seguir, apresentam a coroa com pastilha de vídia e barrilete, e as Fotos 2.18 
e 2.19 mostram testemunhos obtidos em sondagens rotativas. 
 
Foto 2.16 – Coroa com pastilha de vídia. 
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Foto 2.17 – Barrilete. 
 
Foto 2.18 – Caixa com testemunhos obtidos em sondagem rotativa. 
 
 
Foto 2.19 – Caixas com testemunhos obtidos em sondagem rotativa. 
 
A série de diâmetros padronizados é denominada com as letras EW, AW, BW, NW, HW, etc. a 
primeira letra corresponde ao diâmetro do furo e a segunda (W) indica rosca padronizada da 
composição de perfuração. Os diâmetros mais comuns de furos e testemunhos estão indicados na 
Tabela 2.4. 
 
Tabela 2.4 – Diâmetros mais comuns de furos e testemunhos. 
DENOMINAÇÃO
DIÂMETRO DO 
FURO (mm)
DIÂMETRO DO 
TESTEMUNHO (mm)
EW 37,71 21,46
AW 48,00 30,10
BW 59,94 42,04NW 75,69 54,73
HW 99,23 76,20 
 
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O equipamento básico para sondagem rotativa consta de uma sonda motorizada, bomba de água, 
hastes, barriletes e coroas, apresentadas nas Fotos 2.20 e 2.21. 
 
Foto 2.20 – Sonda rotativa motorizada e Bomba de água (Fabricante Maquesonda). 
 
Foto 2.21 – Sonda rotativa motorizada (Fabricante Sondeq). 
As sondas geralmente imprimem o avanço da perfuração pressionando o hasteamento rotatório com 
macacos hidráulicos. 
A operação da sondagem rotativa se faz por ciclos sucessivos de corte e retirada dos testemunhos do 
interior do barrilete, procedimento este denominado manobra. O avanço em cada manobra depende 
basicamente da qualidade do material que está sendo perfurado. Quando a rocha é de boa qualidade, 
o comprimento de testemunho obtido em cada manobra pode ser quase igual ao comprimento do 
barrilete (2 a 5 m). Entretanto, quando ocorre perda ou destruição de material, em terrenos de difícil 
amostragem, o comprimento de cada manobra deve ser diminuído, até o mínimo necessário. 
Para que o maciço rochoso seja bem representado pelo testemunho, recomenda-se que em cada 
manobra o comprimento da amostra não seja inferior a 95% do avanço. 
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Intervalos localizados com baixa recuperação, dentro de um conjunto de boas amostras, podem ter 
origem em uma porção excepcionalmente ruim do maciço ou em algum problema no 
funcionamento do barrilete. Os trechos com baixa recuperação devido à deficiência de operação do 
equipamento devem ser indicados na caixa de testemunho e no boletim de sondagem. Nas 
perfurações em rochas calcárias e efusivas basálticas ocorrem, por vezes, cavidades com água ou 
lama, onde o avanço da sonda se faz sem qualquer resistência e também devem ser indicadas. 
Enfim, todos os fatos ocorridos durante a execução de uma sondagem devem ser criteriosamente 
registrados para que os resultados da investigação possam ser corretamente interpretados. 
Os testemunhos obtidos nas sondagens devem ser guardados em caixas de madeira ou de plástico 
com tampa. Eles devem ser dispostos na seqüência exata de sua posição no furo, da esquerda para a 
direita e de cima para baixo, tal como a escrita de um texto. 
Quando, no local da sondagem rotativa, existe uma cobertura de material terroso, acima do maciço 
rochoso, o procedimento rotativo tem inicio a partir da profundidade em que a resistência do 
material atinge 50 golpes para 30 cm no ensaio SPT. Neste caso, a sondagem também é denominada 
sondagem mista e a sigla utilizada é SM. 
Após o término da sondagem, alguns projetos exigem a realização de ensaios especiais, tais como 
permeabilidade com a sonda hidráulica multiteste – SHIM, obtenção das direções das estruturas 
geológicas por meio de obturadores de impressão, ensaios geotécnicos de crosshole e tomografia, 
etc. 
Os furos das sondagens rotativas, a menos de quando não aproveitados como piezômetros, devem 
ser totalmente preenchidos com calda de areia e cimento após sua conclusão, pois, deixados abertos, 
podem promover a interligação de aqüíferos confinados, alterando as condições hidrogeotécnicas 
locais. Em várias obras de barragens em basalto e túneis sob rios, furos de investigações, deixados 
abertos, apresentaram grandes vazões nas escavações. 
2.4.1. RQD (Rock Quality Designation) ou Índice de Qualidade da Rocha 
O RQD foi criado em 1967, por DU Deere. É obtido considerando-se, para o comprimento do 
testemunho, apenas os fragmentos com 10 cm ou mais. Assim, os pequenos fragmentos, devido à 
alta fragmentação da rocha, são desprezados. Esta determinação é geralmente utilizada para 
barriletes duplos com diâmetros maiores que 76 mm. Conforme o Resultado do RQD pode-se 
classificar o maciço rochoso pela Tabela 2.5. 
 
100
manobra da totaloCompriment
 cm) 10 que maioresou (igual srecuperado fragmentos de oCompriment
(%) RQD x= 
 
Tabela 2.5 – Qualidade do maciço rochoso pelo RQD. 
RQD (%) Qualidade do Maciço Rochoso 
0 – 25 Muito fraco 
25 - 50 Fraco 
50 – 75 Regular 
75 – 90 Bom 
90 - 100 Excelente 
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2.4.2. Percentagem de Recuperação 
É obtida dividindo-se o comprimento total dos testemunhos pelo comprimento total da manobra. A 
Tabela 2.6 mostra o tipo rocha em função da Recuperação. 
 
100
manobra da totaloCompriment
 os testemunhdos totaloCompriment
R(%) x= 
 
Observação 2.12 – Este resultado é muitas da vezes mais em função da qualidade da sondagem do 
que da qualidade da rocha. 
 
Tabela 2.6 – Tipo de rocha em função da recuperação. 
Tipo de Rocha R (%) 
Boa qualidade > 80 
Medianamente alterada 80 – 50 
Muito alterada < 50 
 
A seguir, na Figura 2.10, mostra-se um exemplo para a determinação do RQD e a percentagem de 
recuperação. 
 
Testemunho Recuperado (cm) Recuperação Modificada (cm)
Recuperação =
= 86% RQD = 
86
150
15
0 
cm
129
150
57%=
 
Figura 2.10 – Exemplo de determinação do RQD (Rock Quality Designation). 
A Figura 2.11 mostra um laudo de uma sondagem mista (SPT + rotativa). 
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30 
101.83
100.83
99.83
98.83
97.83
96.83
95.83
94.83
93.83
92.83
91.83
90.83
89.83
88.83
87.83
86.83
85.83
84.83
83.83
82.83
.
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