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Biologia e replicação de vírus Vírus Na antiguidade, o termo vírus (do latim veneno) foi utilizado como sinônimo de veneno e se referia a agentes da natureza desconhecida que provocavam diversas doenças Histórico Histórico Histórico Histórico 1970-Temi & Baltimore – caracterização do retrovírus 1984- Gallo & Mantagnier- Isolamento do vírus HIV 1989- Vírus da febre hemorrágica – venezuela- trabalhadores abrindo clareiras na floresta. 1995- Vírus da febre hemorrágica Ebola (EHF) Zire- infectou 315 pessoas São os vírus organismos vivos? Reposta ambígua Apresentam dois estados: intracelular e extracelular Partículas extracelulares não têm atividades metabólicas independentes – organismos não vivos. Partículas Intracelulares: se replicam somente – organismos vivos. Também quando causam infecção e doença. São parasitas intracelulares obrigatórios São incapazes de produzir energia ou proteínas independentememte de uma célula hospedeira O que diferencia vírus de outros agentes infecciosos? Características Bactérias típicas vírus Parasita intracelular - + Membrana Plasmática + - Fissão binária + - Passagem através de filtros biológicos - + Possuem ambos DNA e RNA + - Metabolismo de geração de ATP + - Ribossomos + - Sensíveis a antibiótico + - Sensíveis a interferon - + Espectro de hospedeiros Se refere ao espectro de células hospedeiras nas quais um vírus pode- se multiplicar. A maioria dos vírus infecta somente tipos específicos de células em um hospedeiro. É determinado pelo sítio específico de adsorção na superfície da célula hospedeira (membrana celular) e da disponibilidade de fatores celulares. Comparando o tamanho de virus, bactéria e uma célula animal 20 nm to 14000 nm Estrutura viral Virion é uma partícula viral completa Acido nucléico: pode ser DNA ou RNA fita simples ou fita dupla Linear ou circular Segmentado (+ 1 molécula-reovirus) Capsídeo: grupamento de proteínas virais (capsômeros) Nucleocapsídeo Genoma viral Os genomas virais são limitados em tamanho e codificam somente as funções que não podem ser adaptadas a partir de seus hospedeiros. Não possuem enzimas para a síntese protéica e para a geração de ATP. Multiplicam dentro de células vivas usando a maquinaria de síntese das células Os componentes virais são organizados e não sofrem replicação por divisão -induzem a síntese de estruturas especializadas capazes de transferir o ácido nucléico viral para outras células Morfologia viral 18 250 mm 70–90 nm (diâmetro) 80–200 nm (diâmetro) 80 225 nm 20 nm 50 nm 50 nm 50 nm (a) Vírus do masíco do tabaco (b) Adenovirus (c) Influenzavirus (d) Bacteriófago T4 RNA RNA Capsômeros DNA capsômeros Glicoproteina Glicoproteina envelope Capsideo DNA Cabeça Fibra da cauda a) b) c) d) Helicoidais Capsídeos com capsômeros arranjados em torno do acido nucléico em forma de uma hélice, formando longos bastões Poliédricos São multifacetados e o capsídeo tem a forma de um icosaedro- superfície constituída de 20 faces triangulares e 12 vértices Esquema de um vírus icosaedrico não-envelopado Microfotografia do Mastadenovirus Vírus envelopados O nucleocapsídeo é circundado por um envelope lipoprotéico com espículas (CHOs + proteínas) Esquema de um vírus helicoidal envelopado Microfotografia de um Influenzavirus A2 Complexos Possuem estruturas complicadas. Diagrama e microfotografia de um bacteriófago T Microfotografia do vírus da Varíola ortopoxvírus TAXONOMIA DOS VÍRUS Classificação antiga baseada em sintomatologia Classificação de acordo com o hospedeiro (vírus de planta, vírus de animal e fagos) 1966 – Comitê internacional de Taxonomia Viral - tipo de ácido nucléico - estratégia de replicação - morfologia De ordem até gênero- ausência de classificação Nome das famílias terminam em – viridae; Nomes dos gêneros terminam em –virus Espécie viral: consiste de um grupo de vírus que compartilham a mesma informação genética e o mesmo nicho ecológico. Classes de Viruses animais - David Baltimore – baseada na relação entre o genoma viral e seu mRNA Vírus de RNA de fita dupla Classes de Viruses animais FIGURA 9.22 A FIGURA 9.22 B Replicação viral Replicação de vírus animais Liberação VIRUS Proteínas do capsídeo mRNA Viral DNA DNA 1. Adsorção Envolve a ligação de proteínas da superfície do vírus (antireceptores virais) a sítios receptores específicos do hospedeiro. A especificidade de adsorção determina a faixa de hospedeiro do vírus e o tropismo tecidual. Células sem receptores apropriados não são susceptíveis aos vírus. Virus Receptor Células alvo Influenza ácido siálico e glicoproteínas Epitélio respiratório Raiva Acetilcolina Neurônio HIV CD4 Linfócitos T Antireceptores virais 2. Penetração Entrada na célula de parte ou de todo o virion e a liberação do material genômico viral Mecanismos - Injeção do ácido nucléico - Fusão do envelope viral com a membrana plasmática - Por endocitose - Translocação Injeção do ácido nucléico Fusão do envelope viral com a membrana plasmática Citoplasma Envelope viral se funde com a membrana do hospedeiro e o nucleocapsídeo é liberado no citoplasma Descapsidação na membrana nuclear Núcleo Citoplasma Endossomo Endocitose mediada por receptor (mais comum) Membrana plasmática da célula se invagina colocando o vírus numa vesícula endocítica, seguida pela liberação do nucelocapsídeo no citoplasma ( requer acidificação do endossomo) Endocitose Translocação Envolve a passagem do ácido nucléico viral por um poro gerado na membrana celular- resultante da interação de proteínas do capsídeo viral com a membrana da célula hospedeira. Síntese de componentes virais Funções do genoma viral: Transcrição do ácido nucléico viral para a formação de mRNA – que é traduzido para a síntese de proteínas; - Produção de capsídeos para conter o ácido nucléico Replicação do ácido nucléico viral Transcrição Os vírus são agrupados em 6 classes, de acordo com o tipo de genoma viral mRNA viral como RNA+ Fita complementar – RNA - Replicação de vírus animais Proteinas virais Não estruturais: São codificadas pelos genes early. – Constituem enzimas e proteínas regulatórias que permitem a subsequente replicação do ácidos nucléicos virais. – São encontradas nas celulas infectadas mas não são empacotadas no virion. Estrutural: São codificadas pelos genes “late”. – Constituem as proteínas dos capsomeros. – Todas as proteínas encontradas na particula viral madura. 4. Empacotamento, maturação liberação de novos vírus Vírus envelopados O capsídeo se organiza em torno do genoma viral proteínas virais e glicoproteínas são inseridas na membrana da célula hospedeira, deslocando proteinas do hospedeiro. Os virions são liberados por exocitose e as células do Hospedeiro podem ou não ser lisadas Partículas brotamento maduras Membrana citoplasmática 4. Empacotamento, maturação liberação de novos vírus Vírus não envelopados As células infectadas normalmente são lisadas liberando os virions Fagos: Produção de enzima- lisozima- que digere a parede celular Passagem por túbulos sem a lise celular Ciclo de vida dos bacteriófagos Lítico ou virulento: destroem as células do hospedeiro Temperadoou avirulento – lisogênico: não destroem as células do hospedeiro 0.5 m Bacteriófago T4 infectando E. coli Ciclo lítico do fago virulento T4 Adsorção Penetração Biossíntese de genomas e proteínas virais Montagem ou maturação Liberação 1 2 4 3 5 Montagem do fago Head Tails Tail fibers O ciclo lítico e lisogênico do bacteriófago em E.coli Muitas divisões celulares A bactéria lisogênica se reproduz normalmente. DNA do fago se integra no cromossomo- recombinação sítio específica 3- Novas proteínas e novo DNA do fago são sintetizadas- Montagem Profago é removido, ocasionalmente, iniciando um ciclo lítico O fago ancora na célula hospedeira e injeta o seu DNA DNA do fago circulariza 4- Lise da célula Ciclo lítico é induzido Início do ciclo lisogenico Lisogênico Lítico ou Profago cromossomo fago DNA do fago Biossíntese de vírus de DNA FD – Classe I VIRUS Capsid proteins mRNA Viral DNA HOST CELL Viral DNA Entry into cell and uncoating of DNA Replication Transcription DNA Capsid Self-assembly of new virus particles and their exit from cell Genoma viral Virus de DNA fitas simples (fsDNA) Replicação no núcleo – 1.Ligação do virus à célula hospedeira; – 2.Liberação e Transporte do fsDNA ao núcleo; – 3.Conversão do fsDNA para fdDNA; – 4.Transcrição e tradução das proteínas virais; – 5.Produção de fsDNA; – 6.fsDNA pode ser convertido em fdDNA para servir como molde para; transcrição/replicação ou ser encapsulado e liberado através de lise celular. Vírus de DNA de fita simples (fsDNA) Classe II Vírus de DNA fita dupla (DNAfd) • MimetizamoDNAdohospe deiro; • •Ajudaramnoentendiment odareplicaçãodoDNA; • •Novírionnãosãocromatiz ados(geralmente),masno hospedeirosecomportam comooseuDNA. Vírus de DNA fita dupla (DNAfd) Ciclo replicativo Adenovirus humano tipo C • Replicação no núcleo • 1.Ligação do virus à célula hospedeira e entrada via endocitose. • 2.Rompimento de endossoma e liberação do capsídeo no citoplasma; • 3.Penetração do DNA viral no núcleo; • 4.Replicação do DNA viral, Transcrição e tradução das proteínas virais; • 5.Formação das novas partículas virais; • 6.Liberação dos virions através de lise celular. Vírus de DNA fita dupla com transcrição reversa (dsDNA-RT) Ciclo replicativo • Replicação no núcleo e no citoplasma • 1.Ligação do virus à célula hospedeira; • 2.Transporte ao núcleo • 3.Liberação e reparo do DNAparaformar o cccDNA(DNA circular covalentemente fechado). • 4.Transcrição do pgRNA(pré- genômicoRNA) e tradução das proteínas virais. • 5.Encapsulamento do pgRNAcom a proteína P e transcrição reversa dentro do capsídeo para formar DNA (-). • 6.Síntese do DNA (+) gerando RC- DNA. • 7.Transporte ao núcleo ou saída via exocitose. Vírus de RNA codificam sua próprias RNA polimerase dependentes de RNA (as células do hospedeiro não produzem estas enzimas). RNA polimerase dependentes de RNA produzem mRNAe replicam o genoma de RNA Vírus de RNA Vírus de RNA fita dupla (RNAfd) Ciclo reporodutivo Rotavírus • Replicação no citoplasma • 1.Ligação do virus à célula hospedeira via endocitose; • 2.Liberação da partícula viral no citoplasma • 3.Transcrição de RNA (+) por RNA polimerases virais • 4.Síntese de fdRNA em vesículas de forma que o fdRNA nunca fique exposto no citoplasma (viroplasma). • 5.Encapsulamento e liberação da célula (com lise celular). Classe III Vírus de RNA fita simples + (RNAfs+) Vírus de RNA fita simples + (RNAfs+) Ciclo replicativo Flaviviridae • Replicação no citoplasma • 1.Ligação do virus à célula hospedeira via endocitose; • 2.Liberação do RNA no citoplasma • 3.Transcrição de RNA (+) • 4.Replicação na superfície do retículo endoplasmático. • 5.Encapsulamento e liberação da célula. Classe IV Vírus de RNA fita simples negativa(RNAfs-) Vírus de RNA fita simples negativa (RNAfs-) Ciclo repordutivo do EBOLA • Replicação no citoplasma – 1.Ligação do virus à célula hospedeira via macropinocitose; – 2.Liberação do RNA no citoplasma – 3.Transcrição de RNA (-) gerando mRNA – 4.Replicação, encapsulamento e liberação da célula. Biossíntese de vírus de RNA envelopado FS- Classe V Capsídeo viral entra na célula 2 RNA (-) viral serve de molde para a síntese de fita complementar RNA (+) por uma enzima viral 3 Novo vírus 8 RNA Capsídeo Envelope (com glicoproteinas) Adsorção-glicoproteínas 1 Novas cópias de genoma de RNA viral (-) são feitas usando a fita (+) como molde 4 Vesículas transportam glicoproteínas para a membrana citoplasmatica 6 Montagem do capsídeo. 7 RNA (+) complementar funciona como mRNA sendo traduzido em Proteinas do capsídeo (no citossol) e glicoproteinas (no RER) 5 HOST CELL Viral genome (RNA) Template Capsid proteins Glyco- proteins mRNA Copy of genome (RNA) ER Vírus de RNA fita simples+ (RNAfs+) com intermediário DNA A estrutura do HIV, o retrovirus que causa AIDS Reverse transcriptase Viral envelope Capsid Glycoprotein RNA (two identical strands) Vírus de RNA fita simples+ (RNAfs+) com intermediário DNA Ciclo replicativo Vírus HIV • Replicação no núcleo • 1.Ligação do virus à célula hospedeira via endocitose; • 2.Liberação do RNA no citoplasma • 3.Transcriptase reversa produz DNA; • 4.EntradadoDNAnonúcleoeinte graçãonogenomadohospedeir o(provírus); • 5.Transcrição do provírus e produção de proteínas virais; • 6.Encapsulamento e liberação da célula. Replicação de retrovírus – Classe VI Vesículas transportam glicoproteínas do RER para a membrana citoplasmtica 7 Proteínas virais incluem: proteínas do capsídeo, transcriptase reversa (citosol) e glicoproteinas do envelope feitas no RER 6 DNA FD se integra no cromossomo como um provirus 4 Transcrição do provirus produzindo RNA para novos genomas de retrovírus e para codificar proteinas virais 5 Transcriptase reversa catalisa a síntese de uma segunda fita de DNA complementar a primeira 3 Transcriptase reversa catalisa a síntese da fita complementar ao RNA viral 2 Novos vírus brotam da célula 9 Capsídeos são montados em volta do genoma viral e de moléculas de transcriptase reversa 8 mRNA Genoma de RNA Para a nova geração de RNA viral RNA viral Hibrido RNA-DNA DNA Chromosomal DNA NUCLEUS Provirus HOST CELL Reverse transcriptase Novos vírus brotam da célula HIV entrando na célula 0.25 µm HIV Membrane of white blood cell Retrovírus penentra na célula 1 Células permissivas Suportam a replicação viral Células não permissivas Não suportam a replicação viral Infecção permissiva Infecção abortiva Infecção restritiva Produção de novos vírus Não há produção de novos vírus Infecção viral apresenta 3 tipos de evolução Relação entre a célula e o vírus Explicação para a falta de replição em células não permissivas: não ha adsorção ( - receptor) vírus entra mas não há desempacotamento vírus pode se desempacotar, mas não se replica vírus pode expressar genes, mas não partículas há formação de virions, mas não ocorre maturação particulas maduras são acumuladas, mas não são liberadas vírus liberado não é infeccioso para outras células Efeito citopático Efeitos visíveis que os vírus provocam nas células Desvio da síntese de macromoléculas da célula hospedeira para a produção de vírus. Destruição da células infectadas Proteínas virais podem ser tóxicasàs células hospedeiras Arredondamento da célula infectada. HSV e enterovirus 71 Aparecimento de corpos de inclusão Os vírus e a Teratogenese Os vírus podem agir como teratógenos, induzindo defeitos durante o desenvolvimento embrionário, atravessando a placenta e infectando células embrionárias. Quanto mais cedo uma infecção ocorrer na gravidez, mais extenso o dano. Ex: vírus da rubéola, citomegalovírus, herpes vírus (ocasionalmente). Efeitos da infecção viral em células animais Efeitos genotóxicos: Danos no cromossomo, Quebras, rearranjos, fragmentação ou mudança no número levando a Transformação oncogência ou a apoptose. Vírus envelopados Infecções Virais Latentes Infecção Latente Herpesvirus Varicellavirus Fatores de Ativação Imunossupressão Mudanças da resposta imunológica Estresse Vírus de DNA oncogênicos Vírus de DNA Oncogênicos Herpesviridae - Lymphocryptovirus - EBV Papovaviridae - Papovavirus - Papilomavírus Hepadnaviridae - Hepadnavirus - HBV Vírus de RNA Oncogênicos Retroviridae - HTLV-1 e HTLV-2 Vírus de DNA e Oncogênese Transformação de células normais em tumorais: Os proto-oncogenes são genes normais que, quando sob o controle de um vírus, agem como oncogenes, causando divisão celular descontrolada - transformando células normais em células cancerígenas. Os vírus de DNA tumorais contem genes virais cujos produtos protéicos bloqueiam as atividades das proteínas normais da célula hospedeira que controlam a divisão celular – supressores tumorais Papilomavirus Proteinas virais bloqueiam o efeito de genes supressores tumorais. inativação de proteínas reguladoras do crescimento Isolamento, cultivo e caracterização dos vírus Isolamento, cultivo e caracterização dos vírus O cultivo de bacteriófagos em laboratório O cultivo de vírus animais em laboratório Inoculação de vírus em animais Cultivo celular para inoculação de vírus Tratamento de tecidos com enzima Suspensão das células em meio de cultura Formação de monocamadas e células transformadas Identificação viral Microscopia Campo claro ou invertido Contraste de fase Eletrônica de transmissão Fluorescência Herpesviridae Contraste de fase (225 x) Microscopia eletrônica de transmissão Adenoviridae (27500x) Adenoviridae (100000x) Métodos Imuno-Sorológicos Hemaglutinação Imuno fluorescência Direta e indireta Imuno ensaio enzimático direto e indireto Classes de Viruses animais
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