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Orientação da Criança (CAP 4, 5, 6, 7, 8, 31, 32, 33, 34 e 35)

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Capítulo 4 — Métodos de ensino
[14]
O governo paterno deve ser um estudo
Raras vezes a obra dos pais é feita como devia ser. ... Pais, tendes
estudado o governo paterno para que possais educar com sabedoria a
vontade e o impulso de vossos filhos? Ensinai as novas gavinhas a se
apegarem a Deus em busca de apoio. Não é bastante dizerdes: Fazei
isto ou aquilo, e então vos tornardes completamente descuidados
e esquecidos do que exigistes, não se incomodando os filhos de
fazer o que lhes ordenastes. Preparai o caminho para vosso filho
obedecer alegremente às vossas ordens; ensinai as gavinhas a se
apegarem a Jesus. ... Ensinai-lhes a pedir ao Senhor que os ajude
nas pequenas coisas da vida; a estarem bem despertos para verem os
pequenos deveres que precisam ser executados; a serem prestativos
no lar. Se não os educardes, haverá um que o fará, pois Satanás está
esperando sua oportunidade para semear no coração a semente do
joio. — Manuscrito 5, 1896.
Com o coração cheio de amor
Minha irmã, confiou-vos Deus as responsabilidades de mãe?
... Precisais aprender métodos corretos e adquirir tato para ensinar
vossos pequeninos para que possam observar o caminho do Senhor.
Precisais buscar constantemente a cultura mais elevada da mente e
da alma, para poderdes comunicar à educação e preparo de vossos
filhos um espírito calmo, um coração amável; para que possais imbuí-
los de aspirações puras e neles cultivar o amor às coisas honestas,
puras e santas. Como humilde filha de Deus, aprendei na escola de
Cristo; procurai constantemente melhorar vossas faculdades para que
possais realizar, por preceito e por exemplo, o trabalho mais perfeito
e completo no lar. — The Review and Herald, 15 de Setembro de
1891.
48
Métodos de ensino 49
Maneiras calmas e gentis
Poucos são os que reconhecem o efeito de maneiras calmas e
firmes, mesmo no cuidado de um bebê. A mãe ou a pajem irritadiças
e impacientes criam impertinência na criança que têm ao colo, ao
passo que maneiras gentis tendem a acalmar os nervos do bebê.
— Pacific Health Journal, Janeiro de 1890. [15]
As teorias devem ser submetidas à prova
Pouco benefício dará o estudo dos livros, a menos que as idéias
obtidas possam ser levadas a efeito na vida prática. E assim mesmo
as mais valiosas sugestões de outros não devem ser adotadas sem
ponderação e discernimento. Podem não se adaptar igualmente às
circunstâncias de cada mãe ou à disposição e temperamento pe-
culiares de cada criança da família. Estude a mãe com cuidado a
experiência das outras, note a diferença entre o método delas e o seu,
e prove cuidadosamente os que parecem ser de real valor. — The
Signs of the Times, 9 de Fevereiro de 1882.
Métodos empregados nos tempos antigos
Desde os tempos mais remotos, os fiéis de Israel deram muita
atenção ao assunto da educação. O Senhor havia indicado que desde
a mais tenra idade, devia-se ensinar às crianças acerca de Sua bon-
dade e grandeza, especialmente como é revelada em Sua lei e na
história de Israel. Mediante o canto, a oração e as lições tiradas das
Escrituras e adaptadas à desabrochante inteligência, tinham os pais
e as mães que ensinar aos filhos que a lei de Deus é uma expressão
de Seu caráter e que, à medida que recebessem no coração os princí-
pios dessa lei, delinear-se-ia na mente e na alma a imagem de Deus.
Tanto na escola como no lar, grande parte do ensino era oral; mas
os jovens também aprendiam a ler os escritos hebreus; e os rolos de
pergaminho das Escrituras do Antigo Testamento se abriam a seu
estudo. — Fundamentos da Educação Cristã, 442.
50 Orientação da Criança
Ensinar com bondade e afeto
É obra especial dos pais e mães ensinar os filhos com bondade e
afeto. Devem mostrar que, como pais, são eles que devem segurar
as rédeas, governar, e não serem governados pelos filhos. Devem
ensinar que deles se requer obediência. — Carta 104, 1897.
O espírito inquieto naturalmente se inclina para o mal. A mente
ativa, caso não seja ocupada com coisas melhores, dará atenção
ao que Satanás possa sugerir. As crianças precisam ... ser instruí-
das, guiadas em caminhos seguros, guardadas do vício, ganhas pela
bondade e confirmadas em praticar o bem. — Carta 28, 1890.
Pais e mães, tendes uma solene obra a fazer; a salvação eterna
de vossos filhos depende de vosso procedimento. Como educareis
com êxito vossos filhos? Não xingando, pois isso nenhum bem fará.
Falai a vossos filhos como se tivésseis confiança em sua inteligência.
Lidai com eles com bondade, ternura e amor. Dizei-lhes o que Deus
quer que façam. Dizei-lhes que Deus quer que se eduquem e se
preparem para ser colaboradores Seus. Quando fazeis vossa parte,[16]
podeis confiar em que o Senhor fará a sua. — Manuscrito 33, 1909.
Tomar tempo para raciocinar
Toda mãe deve tomar tempo para raciocinar com seus filhos,
para corrigir-lhes os erros e ensinar-lhes pacientemente o caminho
direito. — Testemunhos Selectos 1:140.
Variar a maneira de instrução
O máximo cuidado deve ser tomado na educação da juventude,
para variar de tal maneira a instrução, que desperte as nobres e
elevadas faculdades da mente. ... Bem poucos há que compreendam
as mais essenciais necessidades do espírito, e a maneira por que
devam dirigir o intelecto em desenvolvimento, o crescente pensar e
sentir dos jovens. — Conselhos aos Professores, Pais e Estudantes,
73.
Métodos de ensino 51
Ensinar as primeiras lições ao ar livre
Mães, permiti que as crianças brinquem ao ar livre, escutem
os trinos dos passarinhos, e aprendam o amor de Deus segundo se
acha expresso nas belas obras que criou. Ensinai-lhes singelas lições
do livro da natureza e das coisas que as rodeiam; e, à medida que
a mente se lhes desenvolve, podem ser acrescentadas lições dos
livros, sendo firmemente fixadas na memória. — Conselhos aos
Professores, Pais e Estudantes, 146.
O cultivo do terreno é bom trabalho para as crianças e os jovens.
Leva-os ao contato direto com a natureza e com o Deus da natureza.
E, para que possam ter esta vantagem, deve haver, tanto quanto
possível, em conexão com nossas escolas, grandes jardins e vastas
terras para cultura.
A educação em tal ambiente está de acordo com as indicações
que Deus deu para a instrução da mocidade. ...
À criança nervosa, ou ao jovem nervoso, que acha cansativas
e difíceis de lembrar as lições do livro, será isso especialmente
valioso. Há para esses saúde e felicidade no estudo da natureza; e as
impressões produzidas não se lhes dissiparão da mente, pois estarão
associadas com os objetivos que se acham continuamente diante de
seus olhos. — Conselhos aos Professores, Pais e Estudantes, 186,
187.
Lições curtas e interessantes
Quando os pais desempenham completamente sua parte, dando-
lhes mandamento sobre mandamento, regra sobre regra, tornando
suas lições curtas e interessantes, e não somente lhes ensinando por
preceito mas por exemplo, o Senhor colaborará com seus esforços
e os tornará mestres eficientes. — The Signs of the Times, 13 de [17]
Agosto de 1896.
Simplicidade e exemplos
Os que instruem crianças devem evitar observações enfadonhas.
Comentários curtos e ao ponto exercerão influência positiva.
Se houver muita coisa a dizer, compensai a brevidade com a
freqüência. Umas poucas palavras de interesse, de vez em quando,
52 Orientação da Criança
serão mais benéficas do que se forem ditas de uma só vez. Longos
discursos sobrecarregam a mente limitada das crianças. Conversa
demais levá-las-á a ter aversão até mesmo pela instrução espiritual,
justamente como comer demais sobrecarrega o estômago e diminui o
apetite, levando mesmo a repugnar o alimento. A mente das pessoas
pode ser sobrecarregada com demasiado falatório. — Testimonies
for the Church 2:420.
Incentivar o pensamento independente
Enquanto as crianças e jovens obtêm conhecimento dos fatos por
meio de professores e livros, aprendem por si mesmos a tirar lições e
discernir verdades. Nos seus trabalhos de jardinagem, interrogai-os
sobre o que aprendem com o cuidado das suas plantas. Olhando
eles para uma bela paisagem, perguntai-lhespor que Deus vestiu
os campos e os bosques com tais matizes formosos e variados.
Por que não foi tudo colorido com um fusco sombrio? Quando
colherem flores, fazei-os pensar por que Ele poupou estas belezas que
evadiram do Éden. Ensinai-os a observar por toda parte na natureza
as manifestas evidências do pensamento de Deus para conosco, e
a maravilhosa adaptação de todas as coisas à nossa necessidade e
felicidade. — Educação, 119.
Dirigir a atividade infantil
Não devem os pais achar ser necessário reprimir a atividade
dos filhos, mas devem compreender que é essencial orientá-los e
educá-los na direção certa e devida. Esses impulsos ativos são como
as videiras, que, não sendo dirigidas, correrão sobre qualquer toco
ou mato, prendendo suas gavinhas sobre baixos suportes. Se as
trepadeiras não são dirigidas para o devido suporte, desperdiçam sua
energia, sem qualquer resultado. Assim acontece com as crianças.
Suas energias devem ser educadas na direção certa.
Dai-lhes às mãos e à mente algo a fazer que os faça prosseguir
nas realizações físicas e mentais. — The Signs of the Times, 13 de
Agosto de 1896.[18]
Métodos de ensino 53
Ensinar a prestatividade já na tenra idade
Desde bem cedo deve-se ministrar à criança a lição de prestati-
vidade. Logo que suas forças e a faculdade de raciocínio estejam
suficientemente desenvolvidas devem-se-lhe confiar deveres a de-
sempenhar em casa. Deve ser estimulada a tentar auxiliar o pai e a
mãe, estimulada a ser abnegada e a dominar-se a si mesma, a colocar
a felicidade e o bem-estar dos outros acima dos seus, a estar atenta
às oportunidades de animar e ajudar os irmãos e os companheiros,
e a mostrar bondade para com os velhos, os doentes e os infelizes.
Quanto mais profundamente o espírito de verdadeiro serviço pene-
trar o lar, tanto mais profundamente ele se desenvolverá na vida das
crianças. Elas encontrarão prazer em servir e sacrificar-se pelo bem
dos outros. — A Ciência do Bom Viver, 401.
Pais, ajudai vossos filhos a fazerem a vontade de Deus, sendo
fiéis na realização dos deveres que realmente lhes pertencem
como membros da família. Dar-lhes-á isso mui valiosa experiên-
cia. Ensinar-lhes-á que não devem centralizar em si mesmos os
pensamentos, satisfazer sua própria vontade ou agradar a si mes-
mos. Ensinai-lhes pacientemente a desempenhar sua parte no círculo
familiar. — The Review and Herald, 17 de Novembro de 1896.
Pequenas atenções, freqüentemente repetidas
Pais, na educação de vossos filhos, estudai cuidadosamente as
lições dadas por Deus na natureza. Se quisésseis ajeitar um cravo,
uma rosa ou um lírio, de que maneira o havíeis de fazer? Perguntai
ao jardineiro por que processo ele faz com que cada ramo e folha
floresça tão belamente, e se desenvolva em simetria e beleza. Dir-
vos-á que não foi absolutamente por um trato rude, nenhum esforço
violento; pois isso não faria senão partir as delicadas hastes. Foi
mediante pequeninas atenções, freqüentemente repetidas. Umedecia
o solo e protegia as plantas em desenvolvimento, dos ventos ásperos
e do ardente Sol, e Deus as fez crescer e florescer, com delicada
beleza. Segui, no trato com vossos filhos, os métodos do jardineiro.
Por meio de toques suaves, de serviço amorável, procurai amoldar-
lhes o caráter segundo o modelo de Cristo. — O Desejado de Todas
as Nações, 516.
54 Orientação da Criança
Atenção às pequenas coisas
Que grande erro é cometido na educação das crianças e dos
jovens ao favorecer, transigir e mimá-los! Tornam-se egoístas e
deficientes, faltos de energia nas pequenas coisas da vida. Não são
ensinados a adquirir força de caráter pela realização dos deveres
diários, por mais humildes que sejam. ...[19]
Ninguém está habilitado para um trabalho grande e importante, a
menos que tenha sido fiel na realização dos pequenos deveres. É por
etapas que o caráter é formado e a alma educada a empenhar esforços
e energias proporcionais à tarefa a ser executada. — Testimonies for
the Church 3:46, 47.
Crianças talentosas exigem maior cuidado
Devemos inculcar na mente de nossos filhos que não se perten-
cem a si mesmos para irem e virem, vestirem-se e agirem como
quiserem. ... Se possuem atrativos pessoais e raras habilidades na-
turais, maior cuidado deve ser tomado em sua educação, para que
esses dotes não se tornem uma maldição e sejam usados de tal forma
que os desqualifiquem para as sóbrias realidades desta vida, e, pela
lisonja e vaidade e amor à ostentação, os incapacitem para a vida
melhor. — The Signs of the Times, 9 de Dezembro de 1865.
Cuidado com a indevida atenção ou lisonja
Dai às crianças pouca atenção. Deixai que aprendam a se diver-
tir. Não os ponhais em exibição diante das visitas, como se fossem
prodígios de engenho ou sabedoria, antes deixai-os, tanto quanto
possível, na simplicidade de sua infância. Uma das grandes razões de
tantas crianças serem imodestas, ousadas e impertinentes, é que são
notadas e louvadas demais, e seus ditos espertos e penetrantes são
repetidos aos seus ouvidos. Esforçai-vos por não censurar indevida-
mente, nem cobrir de louvor e adulação. Satanás semear-lhes-á cedo
demais no jovem coração a semente do mal, e não deveis ajudá-lo
em sua obra. — The Signs of the Times, 9 de Fevereiro de 1882.
Métodos de ensino 55
Ler para os filhos
Pais e mães, obtende todo o auxílio que puderdes, mediante o
estudo de vossos livros e publicações. Tomai tempo para ler a vossos
filhos. ... Formai um círculo familiar de leitura, e, cada membro da
família, pondo de lado as preocupações do dia, una-se no estudo.
Especialmente receberá benefício, unindo-se nesse estudo familiar à
noite, o jovem que se tenha acostumado a ler novelas e livros baratos
de histórias. — Conselhos aos Professores, Pais e Estudantes, 138.
Instruir, não ordenar
Aos pais é comissionada a grande obra de educar e preparar
os filhos para a vida futura e imortal. Muitos pais e mães parecem
pensar que, se alimentarem e vestirem os seus pequenos, educando-
os segundo a norma do mundo, terão cumprido o seu dever. Estão
ocupados demais com negócios ou prazeres para tornarem a educa-
ção dos filhos o estudo de sua vida. Não procuram educá-los de tal [20]
maneira que estes venham a empregar os talentos para a honra de
Seu Redentor. Salomão não disse: “Dize ao menino o caminho em
que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele.” Mas:
“Instrui o menino no caminho em que deve andar, e, até quando
envelhecer, não se desviará dele.” Provérbios 22:6. — The Review
and Herald, 24 de Junho de 1890.
O domínio próprio
Nenhuma obra jamais empreendida pelo homem requer maior
cuidado e habilidade que o devido ensino e educação dos jovens
e das crianças. Não há influências tão potentes como as que nos
cercam em nossos primeiros anos. ... A natureza do homem é trí-
plice, e o ensino recomendado por Salomão compreende o devido
desenvolvimento das faculdades físicas, intelectuais e morais. Para
poderem realizar corretamente essa obra, devem os pais e profes-
sores compreender eles mesmos “o caminho em que deve andar”
o menino. Provérbios 22:6. Isso abrange mais que o conhecimento
de livros ou o aprendizado das escolas. Compreende a prática da
temperança, da bondade fraternal e da piedade; o desempenho de
56 Orientação da Criança
nossos deveres para conosco mesmos, para com nossos semelhantes
e para com Deus.
O ensino das crianças deve ser dirigido num princípio diferente
do que governa o ensino de animais irracionais. Os animais devem
apenas ser acostumados a se submeter a seu dono, mas a criança
deve ser ensinada a se dominar. A vontade precisa ser ensinada a
obedecer aos ditames da razão e da consciência. Pode a criança ser
tão disciplinada que, como o animal, não tenha vontade própria,
perdendo-se a sua individualidade na do mestre. Tal ensino é in-
sensato e desastrosos os seus efeitos. As crianças educadas assim
serão deficientes na firmeza e decisão. Não são ensinadas a agir por
princípio; a faculdade do raciocínio não é fortalecida pelo exercício.
Tanto quanto possível, deve cada criançaser ensinada a ter confiança
em si mesma. Pondo em exercício as várias faculdades, aprenderá
onde é mais forte e em que é deficiente. O instrutor sábio dará es-
pecial atenção ao desenvolvimento dos traços mais fracos, para que
a criança possa formar um caráter bem equilibrado e harmonioso.
— Fundamentos da Educação Cristã, 57.[21]
Capítulo 5 — A Bíblia como manual
O primeiro manual da criança
A Bíblia deve ser o primeiro manual da criança. Deste livro
devem os pais ministrar uma sábia instrução. A Palavra de Deus
deve constituir-se a regra da vida. Por ela, aprendam as crianças
que Deus é o Pai; e das belas lições de Sua Palavra devem elas
adquirir conhecimento de Seu caráter. Incutindo-se-lhes os seus
princípios, devem elas aprender a fazer justiça e juízo. — Conselhos
aos Professores, Pais e Estudantes, 108, 109.
Um livro de promessas, bênçãos e reprovações
A mãe deve conservar a mente fresca e cheia das promessas e
bênçãos da Palavra de Deus, e também das coisas proibidas, para
que, quando os filhos cometerem o mal, possa apresentar as palavras
de Deus como reprovação, e mostrar-lhes como estão entristecendo
o Espírito de Deus. Ensinai-lhes que a aprovação e o sorriso de
Jesus têm mais valor que o louvor e a lisonja, ou a aprovação dos
mais ricos, dos mais exaltados, dos mais sábios da Terra. Guiai-os
dia a dia a Jesus Cristo, amável, terna e ardorosamente. Não deveis
permitir que qualquer coisa se interponha entre vós e essa grande
obra. — The Review and Herald, 14 de Abril de 1885.
Seu estudo edifica o caráter
As lições da Bíblia exercem influência moral e religiosa sobre o
caráter, ao serem levadas para a vida prática. Timóteo aprendeu e pôs
em prática essas lições. O grande apóstolo freqüentemente o sondava
e lhe fazia perguntas sobre a história das Escrituras. Mostrou-lhe a
necessidade de evitar todo mau caminho e lhe disse que a bênção
certamente acompanharia a todos os fiéis e verdadeiros, dando-lhes
uma varonilidade íntegra e nobre.
57
58 Orientação da Criança
Uma varonilidade nobre e completa não vem ao acaso. É resul-
tado do processo modelador da edificação do caráter nos primeiros
anos da juventude, e da prática da lei de Deus no lar. Deus abençoará
os esforços fiéis de todos os que ensinam aos filhos como Ele dirigiu.
— Carta 33, 1897.[22]
Apresentar o amor de Deus como tema agradável
Em cada família as crianças devem ser educadas na doutrina e na
admoestação do Senhor. As más propensões devem ser controladas e
dominado o mau temperamento; e se deve ensinar aos filhos que são
propriedade do Senhor, comprados com Seu precioso sangue, e que
não podem levar uma vida de prazer e vaidade, seguir sua própria
vontade e executar suas próprias idéias e ainda serem contados entre
os filhos de Deus. Os filhos devem ser ensinados com bondade e
paciência. ... De tal maneira lhes ensinem os pais o amor de Deus que
ele seja um tema agradável no círculo familiar, e a igreja assuma a
responsabilidade de alimentar os cordeirinhos bem como as ovelhas
do rebanho. — The Review and Herald, 25 de Outubro de 1892.
Suas histórias dão certeza à criança tímida
Unicamente essa percepção da presença de Deus poderá banir
aquele receio que faria da vida um peso à tímida criança. Fixe ela em
sua memória esta promessa: “O anjo do Senhor acampa-se ao redor
dos que O temem, e os livra.” Salmos 34:7. Que leia a maravilhosa
história de Eliseu na cidade montesina e, entre ele e o exército de
inimigos armados, uma poderosa multidão de anjos celestiais ao
redor! Leia como a Pedro, na prisão e condenado à morte, apareceu
o anjo de Deus; como, depois de passarem pelos guardas armados,
pelas portas maciças e grande portão de ferro com seus ferrolhos e
travessas, o anjo guiou o servo de Deus em segurança.
Leia acerca daquela cena no mar, quando, aos soldados e mari-
nheiros arremessados de um para outro lado pela tempestade, exaus-
tos pelo trabalho, vigia e longo jejum, Paulo, como prisioneiro, em
caminho para o seu julgamento e execução, falou aquelas grandiosas
palavras de ânimo e esperança: “Agora, vos admoesto a que tenhais
bom ânimo, porque não se perderá a vida de nenhum de vós. ...
A Bíblia como manual 59
Porque, esta mesma noite, o anjo de Deus, de quem eu sou e a quem
sirvo, esteve comigo, dizendo: Paulo, não temas! Importa que sejas
apresentado a César, e eis que Deus te deu todos quantos navegam
contigo.” Atos 27:22-24. Com fé nessa promessa, Paulo afirmou a
seus companheiros: “Nem um cabelo cairá da cabeça de qualquer
de vós.” Atos 27:34. Assim aconteceu. Porque havia naquele navio
um homem por meio do qual Deus podia operar, toda aquela carga
de soldados e marinheiros gentios foi preservada. “Todos chegaram
à terra, a salvo.” Atos 27:44.
Essas coisas não foram escritas meramente para que as pudés-
semos ler e admirar, mas para que a mesma fé, que na antiguidade
operava nos servos de Deus, possa operar em nós. De maneira não
menos assinalada do que Ele operava naquele tempo, fará hoje, onde [23]
quer que haja corações de fé, que sejam os condutores de Seu poder.
— Educação, 255, 256.
Sede fortes na fé, e ensinai aos vossos filhos que todos nós
dependemos de Deus. Lede-lhes a história dos quatro filhos hebreus,
e impressionai-lhes a mente com o reconhecimento da influência
para o bem, exercida no tempo de Daniel, devido ao estrito apego
ao princípio. — Manuscrito 33, 1909.
Tornar simples as lições da Bíblia
Devem os pais ensinar aos filhos lições da Bíblia, tornando-as
tão simples que eles as possam prontamente compreender. — Carta
189, 1903.
Ensinai aos vossos filhos que os mandamentos de Deus devem
se tornar a regra de sua vida. Pode acontecer que as circunstâncias
os separem dos pais e do seu lar, mas as lições instrutivas, dadas
na infância e na juventude, ser-lhes-ão uma bênção por toda a vida.
— Manuscrito 57, 1897.
Capítulo 6 — O livro da natureza
Fonte infalível de instrução
Depois da Bíblia deve a natureza ser o nosso grande guia. —
Testimonies for the Church 6:185.
Para a criança, ainda incapaz de aprender pela página impressa,
ou tomar parte nos trabalhos de uma sala de aulas, a natureza apre-
senta uma fonte infalível de instrução e deleite. O coração que ainda
não se acha endurecido pelo contato com o mal está pronto a re-
conhecer aquela Presença que penetra todas as coisas criadas. O
ouvido, ainda não ensurdecido pelo clamor do mundo, é atento à
Voz que fala pelas manifestações da natureza. E para os de mais
idade, que necessitam continuamente dessa silenciosa lembrança das
coisas espirituais e eternas, as lições tiradas da natureza não serão
uma fonte inferior de prazer e instrução. — Educação, 100.[24]
Usado como manual no Éden
Todo o mundo natural destina-se a ser um intérprete das coisas
de Deus. Para Adão e Eva, em seu lar edênico, a natureza estava
repleta do conhecimento de Deus, cheia de instrução divina. Para
seus ouvidos atentos, ela como que ecoava a voz da sabedoria. A
sabedoria falava aos olhos, e era recebida no coração; pois eles
entretinham comunhão com Deus por meio de Suas obras criadas.
— Conselhos aos Professores, Pais e Estudantes, 186.
O livro da natureza, que estendia suas lições vivas diante deles,
ministrava uma fonte inesgotável de instrução e deleite. Em cada
folha da floresta, ou pedra das montanhas, em cada estrela brilhante,
na Terra, no mar e no céu, estava escrito o nome de Deus. Tanto com
a criação animada como com a inanimada, ou seja, com a folha, flor
e árvore, ou com todos os viventes desde o leviatã das águas até ao
menor animal em um raio de luz, conversavam os habitantes do Éden,
conhecendo de cada um o segredo de seu viver. A glória de Deus
nos céus, os incontáveis mundos nas suas sistemáticas revoluções, o
60
O livro da natureza 61
“equilíbrio das grossas nuvens” (Jó 37:16), os mistérios da luz e do
som, do dia e da noite — tudo era objeto para estudo, aos alunos da
primeira escola terrestre. — Educação, 21.
Mais lições desde a queda
Se bem que a terra estivesse maculada pela maldição, a natureza
devia ainda sero guia do homem. Não poderia agora representar
apenas bondade; pois o mal se achava presente em toda a parte,
manchando a terra, o mar e o ar, com seu contato corruptor. Onde
se encontrara escrito apenas o caráter de Deus, o conhecimento do
bem, agora se achava também escrito o caráter de Satanás, a ciência
do mal. Pela natureza, que agora revelava o conhecimento do bem
e do mal, devia o homem ser continuamente advertido quanto aos
resultados do pecado. — Educação, 26.
A natureza ilustra as lições da Bíblia
Muitas ilustrações da natureza são empregadas pelos escritores
da Bíblia; e, observando as coisas do mundo natural, habilitamo-nos,
sob a guia do Espírito Santo, para compreender mais amplamente as
lições da Palavra de Deus. — Educação, 120.
No mundo natural, Deus colocou nas mãos dos filhos dos homens
a chave para abrir a tesouraria de Sua Palavra. O invisível é ilustrado
pelo visível; a sabedoria divina, a eterna verdade, a graça infinita,
são compreendidas pelas coisas que Deus fez. — Conselhos aos
Professores, Pais e Estudantes, 187, 188. [25]
Devem-se animar as crianças a buscar na natureza objetos que
ilustrem os ensinos da Bíblia, e estudar nesta as semelhanças tira-
das daquela. Devem procurar, tanto na natureza como na Escritura
Sagrada, todos os objetos que representem a Cristo, e também os
que Ele empregou para ilustrar a verdade. Dessa maneira, poderão
aprender a vê-Lo na árvore e na videira, no lírio e na rosa, no Sol
e na estrela. Poderão aprender a ouvir a Sua voz no canto das aves,
no sussurro das árvores, no retumbante trovão, na música do mar. E
todos os objetos na natureza repetir-lhes-ão Suas preciosas lições.
Aos que assim se familiarizam com Cristo, a Terra jamais será
um lugar solitário e desolado. Será a casa de seu Pai, repleta da pre-
62 Orientação da Criança
sença dAquele que uma vez habitou entre os homens. — Educação,
120.
A Bíblia interpreta os mistérios da natureza
A própria criança, quando em contato com a natureza, terá moti-
vos para perplexidade. Não poderá deixar de reconhecer a operação
de forças opostas. Aqui é que a natureza necessita de um intérprete.
Olhando para o mal, manifesto mesmo no mundo natural, todos têm
a mesma triste lição a aprender: “Um inimigo é quem fez isso.”
Mateus 13:28.
Apenas à luz que resplandece do Calvário, o ensino da natureza
pode ser apreendido corretamente. Por meio da história de Belém e
da cruz, mostre-se quão bom é vencer o mal, e como cada bênção
que nos vem é um dom da redenção.
Na sarça e no espinho, nos cardos e no joio, acha-se representado
o mal que macula e deslustra. No pássaro canoro e na florescência,
na chuva e no raio de sol, na brisa e no orvalho brando, em milhares
de coisas na natureza, desde o carvalho da floresta até à violeta que
floresce à sua raiz, vê-se o amor que restaura. A natureza ainda nos
fala da bondade de Deus. — Educação, 101.
Lições na sala de aula ideal
Como os moradores do Éden aprendiam nas páginas da natureza,
como Moisés discernia os traços da escrita de Deus nas planícies e
montanhas da Arábia, e o menino Jesus nas colinas de Nazaré, assim
poderão os filhos de hoje aprender acerca dEle. O invisível acha-se
ilustrado pelo visível. — Educação, 100.
Cultivar o amor à natureza
[26]
Que a mãe... ache tempo para cultivar em si mesma e nos filhos
o amor às coisas belas da natureza! Chame-lhes a atenção para as
glórias espalhadas pelo céu, para os milhares de formas de beleza
que adornam a Terra e então lhes fale dAquele que a todas fez. Assim
poderão guiar ao Criador os espíritos jovens, despertando-lhes no
coração a reverência e o amor ao Doador de toda bênção. Os campos
e as colinas — a câmara de audiência da natureza — devem ser a
O livro da natureza 63
sala de aula das crianças. Seus tesouros devem ser o manual. As
lições assim inculcadas em sua mente não serão logo esquecidas. ...
Os pais podem fazer muito para ligar os filhos a Deus,
incentivando-lhes o amor às coisas da natureza que Ele lhes tem
dado, e a reconhecer a mão do Doador em tudo que recebem. Cedo,
pode assim o solo do coração ser preparado para o lançamento de
preciosas sementes da verdade, que a seu tempo brotarão e darão
rica colheita. — The Signs of the Times, 6 de Dezembro de 1877.
Unir-se aos pássaros em cânticos de louvor
As crianças devem, especialmente, estar em contato íntimo com
a natureza. Em vez de se porem sobre elas as algemas da moda,
achem-se elas livres, como os cordeiros, para que brinquem à suave
e amena luz solar. Mostrem-se-lhes os arbustos e flores, a relva
rasteira e as altaneiras árvores, e familiarizem-se com suas lindas,
variadas e delicadas formas. Ensinai-as a ver a sabedoria e o amor de
Deus em Suas obras criadas; e, expandindo-se-lhes o coração com
alegria e grato amor, unam-se elas aos pássaros em seus cânticos de
louvor.
Educai as crianças e jovens a considerarem as obras do Artista
por excelência, e imitar as graças atrativas da natureza na edificação
de seu caráter. Quando o amor de Deus conquistar seu coração,
introduzam elas em sua vida a beleza da santidade. Assim farão uso
de Suas capacidades a fim de abençoarem os outros e honrarem a
Deus. — Conselhos aos Professores, Pais e Estudantes, 188.
Da natureza apontar ao Deus da natureza
Os filhos precisam receber lições que neles incentive a coragem
para resistir ao mal. Da natureza, apontai-lhes o Deus da natureza,
e assim se tornarão familiarizados com o Criador. Como poderei
ensinar melhor aos meus filhos a servir e glorificar a Deus? Deve
ser essa a pergunta que ocupe o espírito dos pais. Se todo o Céu
está interessado no bem-estar da raça humana, não deveríamos ser
diligentes em fazer tudo o que estiver em nossas forças para o bem-
estar de nossos filhos? — Manuscrito 29, 1886.
64 Orientação da Criança
O estudo da natureza fortalece a mente
[27]
A glória de Deus se revela nas obras de Suas mãos. Eis aqui
mistérios cujo exame fortalecerá a mente. As mentes que têm sido
usadas e abusadas pela leitura de ficção poderão ter na natureza
um livro aberto e ler a verdade nas obras de Deus, que as rodeiam.
Todos poderão achar temas para estudo na simples folha da árvore
da floresta. A haste da grama que cobre a terra com seu verde tapete
de veludo, as plantas e flores, as majestosas árvores da floresta, as
montanhas altaneiras, as rochas de granito, o oceano revolto, as pre-
ciosas gemas de luz que enfeitam os céus para embelezar a noite,
as inesgotáveis riquezas da luz solar, as solenes glórias da Lua, o
frio hibernal, o calor do verão, as estações que mudam e se repe-
tem em perfeita ordem e harmonia, controladas pelo poder infinito;
eis assuntos que exigem profunda meditação para desenvolver a
imaginação.
Se o frívolo e amante dos prazeres permitir que a mente se de-
more sobre o que é real e verdadeiro, o coração não poderá deixar de
se encher de reverência e adorará ao Deus da natureza. A contempla-
ção e o estudo do caráter de Deus, conforme é revelado nas obras por
Ele criadas, abrirá um campo de meditação que afastará a mente dos
divertimentos vulgares, degradantes e debilitantes. O conhecimento
das obras e caminhos de Deus, só poderemos começar a obter neste
mundo; o estudo será continuado por toda a eternidade. Deus tem
provido para o homem assuntos para meditação que porão em ativi-
dade cada faculdade da mente. Podemos ler o caráter do Criador nos
céus em cima e na Terra em baixo, enchendo o coração de gratidão e
ações de graças. Cada nervo e sentido atenderá à expressão do amor
de Deus em Suas maravilhosas obras. — Testimonies for the Church
4:581.
A natureza e a Bíblia eram os manuais de Jesus
Sua educação [de Jesus] foi recebida das fontes indicadas pelo
Céu, do trabalho útil, do estudo das Escrituras, da natureza e das
experiências da vida — os livros divinos, cheios de instruções para
todos quantos neles põem mãos voluntárias, olhos atentos e coração
sensível. — A Ciência do Bom Viver, 400.
O livro da natureza 65
Sua familiarização com as Escrituras mostra quão diligentemente
os primeiros anosde Sua vida foram consagrados ao estudo da
Palavra de Deus. E perante Ele estendia-se a grande biblioteca das
obras criadas por Deus. Aquele que fizera todas as coisas, estudou
as lições que Sua própria mão escrevera na terra, no mar e no céu.
Desviado dos profanos métodos do mundo, adquiriu da natureza
acumulados conhecimentos científicos. Estudava a vida das plantas
e dos animais bem como a dos homens. Desde a mais tenra idade,
possuía-O um único desígnio: vivia para beneficiar os outros. [28]
Para isso, encontrava recursos na natureza; novas idéias de meios
e modos brotavam-Lhe da mente, ao estudar a vida das plantas e dos
animais. ...
Assim se revelava a Jesus o significado da Palavra e das obras
de Deus, ao buscar compreender a razão das coisas. Os seres celes-
tiais serviam-Lhe de assistentes, e cultivava santos pensamentos e
comunhão. Desde os primeiros clarões da inteligência, foi sempre
crescendo em graça espiritual e no conhecimento da verdade.
Toda criança pode adquirir conhecimento como Jesus o adquiriu.
Ao procurarmos relacionar-nos com nosso Pai celestial através de
Sua Palavra, anjos se achegarão a nós, nossa mente será fortalecida,
nosso caráter elevado e apurado. — O Desejado de Todas as Nações,
70, 71.
Mais tarde usado por ele em seus ensinos
O grande Ensinador levou Seus ouvintes em contato com a na-
tureza, para que pudessem ouvir a voz que fala em todas as coisas
criadas; e, abrandando-se-lhes o coração e tornando-se-lhes impres-
sionável a mente, auxiliava-os a interpretar o ensino espiritual das
cenas sobre as quais repousavam seus olhos. As parábolas, por meio
das quais gostava de ensinar lições de verdade, mostram quão aberto
era o Seu espírito às influências da natureza, e como Ele Se deleitava
em tirar ensinos espirituais do ambiente da vida diária.
Os pássaros no ar, os lírios do campo, o semeador e a semente, o
pastor e as ovelhas — eis com que Cristo ilustrou verdades imortais.
Ele tirou também ilustrações dos acontecimentos da vida, e fatos
da experiência particular aos ouvintes: o fermento, o tesouro escon-
dido, a pérola, a rede de pescar, a moeda perdida, o filho pródigo,
66 Orientação da Criança
a casa sobre a rocha e sobre a areia. Em Seus ensinos, havia algo
para interessar a todo espírito, para apelar a todo coração. Assim,
a lida diária, em vez de ser mera rotina de labutas, despojada de
pensamentos elevados, iluminava-se e erguia-se pelas constantes
lembranças de coisas espirituais e invisíveis.
Dessa maneira devemos ensinar. Que aprendam as crianças a
ver na natureza uma expressão do amor e da sabedoria de Deus; que
o pensamento a respeito dEle se entrelace com pássaros, flores e
árvores; que todas as coisas visíveis se tornem para elas os intérpretes
do invisível, e todos os acontecimentos da vida sejam os meios para
o ensino divino!
Aprendendo assim a estudar as lições que há em todas as coisas
criadas, e em todas as experiências da vida, mostrai-lhes que as
mesmas leis que dirigem as coisas na natureza e os fatos da vida
são as que nos governam; que foram dadas para o nosso bem, e[29]
que unicamente na obediência às mesmas podemos encontrar a
verdadeira felicidade e êxito. — Educação, 102, 103.
Capítulo 7 — Lições práticas do livro da natureza
A voz de Deus na obra de suas mãos
Ouvimos, para onde quer que nos tornemos, a voz de Deus, e
contemplamos-Lhe a obra das mãos.
Desde o solene ribombar do trovão profundo e do bramir con-
tínuo do velho oceano, até os alegres cantos que fazem as flores-
tas ressoarem de melodia, os milhares de vozes da natureza Lhe
proclamam o louvor. Na terra, no mar e nos céus, com seus mara-
vilhosos matizes e cores, variando em esplendoroso contraste ou
confundindo-se harmoniosamente, contemplamos Sua glória. As
colinas eternas falam de Seu poder; as árvores que balançam seu
estandarte verdejante à luz do Sol e as flores em sua delicada beleza
apontam para o Criador. A vívida relva, que cobre o solo escuro,
fala do cuidado de Deus pelas Suas mais humildes criaturas. As ca-
vernas do mar e as profundidades da Terra revelam-Lhe os tesouros.
Aquele que colocou as pérolas no oceano, e a ametista e o crisólito
entre as rochas, é amante do belo. O Sol, elevando-se nos céus, é
representação dAquele que é a vida e a luz de tudo que Ele fez. Todo
o brilho e beleza que adornam a Terra e iluminam os céus falam de
Deus.
Esquecer-nos-emos, pois, do Doador, no uso de Suas dádivas?
Antes, levem-nos elas a contemplar-Lhe a bondade e o amor. Tudo
que é belo em nosso lar terrestre lembra-nos do rio de cristal e dos
verdes campos, das árvores que balançam e das fontes vivas, da
cidade resplandecente e dos cantores de vestes brancas de nosso lar
celestial — mundo de beleza que nenhum artista pode desenhar, nem
língua mortal descrever. “As coisas que o olho não viu, e o ouvido [30]
não ouviu, e não subiram ao coração do homem são as que Deus
preparou para os que O amam.” 1 Coríntios 2:9. — Conselhos aos
Professores, Pais e Estudantes, 54, 55.
67
68 Orientação da Criança
Do amor e do caráter de Deus
As mães não devem estar tão preocupadas com o artificial e
sobrecarregadas de cuidados que não possam ter tempo para educar
os filhos no grande livro de Deus da natureza, impressionando-lhes
a jovem mente com as belezas dos botões e flores que desabrocham.
As árvores altaneiras, os amoráveis pássaros, entoando seus alegres
cantos de louvor ao Criador, falam-lhes aos sentidos da bondade,
misericórdia e benevolência de Deus. Cada folha e flor com seus
variados matizes, perfumando o ar, ensina-lhes que Deus é amor.
Tudo o que é bom, amável e belo neste mundo fala-lhes do amor de
nosso Pai celestial. Em Suas obras criadas, eles podem discernir o
caráter de Deus. — The Signs of the Times, 5 de Agosto de 1875.
Da perfeição de Deus
Como as coisas da natureza mostram sua apreciação pelo Artífice
Mestre fazendo o máximo para embelezar a Terra e representar a
perfeição de Deus, assim devem os seres humanos esforçar-se em
sua esfera para representar a perfeição de Deus, permitindo-Lhe
operar por meio deles Seus propósitos de justiça, misericórdia e
bondade. — Carta 47, 1903.
Do criador e do Sábado
Quem nos deu a luz do Sol que faz a terra brotar e produzir? E
quem os aguaceiros produtivos? E quem nos deu os céus em cima
e o Sol e as estrelas nos céus? Quem vos deu vossa razão, e quem
vos vigia dia a dia? ... Cada vez que olhamos para o mundo somos
relembrados da poderosa mão de Deus que o chamou à existência.
A abóbada sobre vossa cabeça e a terra embaixo coberta com um
tapete verde trazem à lembrança o poder de Deus e também a Sua
amorável bondade. Poderia ter feito a relva marrom ou preta, mas
Deus ama o belo, e portanto nos dá belas coisas para contemplar.
Quem poderia pintar as flores com o delicado matiz com que Deus
as vestiu? ...
Não podemos ter melhor manual que a natureza. “Olhai para os
lírios do campo; ... não trabalham, nem fiam. E Eu vos digo que
nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer
Lições práticas do livro da natureza 69
deles.” Mateus 6:28, 29. Seja a mente de nossos filhos conduzida
para Deus. Para isso foi que Ele nos deu o sétimo dia e deixou como
um memorial de Suas obras. — Manuscrito 16, 1895. [31]
Obediência à lei
O mesmo poder que mantém a natureza opera também no ho-
mem. As mesmas grandes leis que guiam tanto a estrela como o
átomo dirigem a vida humana. As leis que presidem à ação do cora-
ção, regulando o fluxo da corrente da vida do corpo são as leis da
Inteligência todo-poderosa, as quais presidem às funções da alma.
DEle procede toda a vida. Unicamente em harmonia com Ele poderá
ser achada a verdadeira esfera daquelas funções. Para todas as coisas
de Sua criação, a condição é a mesma: uma vida que se mantém
pela recepção da vida de Deus, uma vida exercida de acordo com a
vontade do Criador. Transgredir Sua lei, física, mental ou moral, cor-
responde a colocar-se o transgressor fora da harmonia do Universo,
ou introduzir discórdia, anarquia e ruína.
Para aquele que assimaprende a interpretar Seus ensinos, toda
a natureza se ilumina; o mundo é um livro, e a vida uma escola. A
unidade do homem com a natureza e com Deus, o domínio universal
da lei, os resultados da transgressão, não podem deixar de impressi-
onar o espírito e moldar o caráter. Nossos filhos necessitam aprender
essas lições. — Educação, 99, 100.
Outras lições das leis da natureza
No cultivo do solo, o obreiro ponderado descobrirá que se apre-
sentam diante dele tesouros de que pouco suspeitava. Ninguém po-
derá ser bem-sucedido na agricultura ou na jardinagem, sem a devida
atenção às leis envolvidas nesses trabalhos. Devem ser estudadas
as necessidades especiais de cada variedade de planta. Variedades
diferentes requerem solo e cultura diferentes; e conformidade com
as leis que regem a cada uma dessas variedades é a condição para o
êxito.
A atenção exigida na transplantação, para que nem mesmo uma
pequena raiz fique comprimida ou mal colocada; o cuidado das
mudas, a poda e a rega, o abrigo da geada à noite e do sol ao dia,
70 Orientação da Criança
a remoção das plantas daninhas, das doenças e pragas de insetos;
a disposição geral — todo esse trabalho não somente ensina lições
importantes relativas ao desenvolvimento do caráter, mas é em si
mesmo um meio para aquele desenvolvimento. O cultivo da cautela,
paciência, atenção aos detalhes, obediência às leis, transmite um
ensino muitíssimo essencial.
O contato constante com o mistério da vida e o encanto da
natureza, bem como a ternura suscitada com o servir a essas belas
coisas da criação de Deus, tendem a despertar o espírito, purificar e
elevar o caráter; e as lições ensinadas preparam o obreiro para tratar
com mais êxito com outras mentes. — Educação, 111, 112.[32]
Lições da semeadura
A parábola do semeador e da semente comunica uma profunda
lição espiritual. A semente representa os princípios semeados no
coração e seu crescimento, ou desenvolvimento do caráter. Tornai
prático o ensino a esse respeito. As crianças podem preparar o
terreno e semear a semente; e, enquanto elas trabalham, os pais,
o professor, podem explicar-lhes o jardim do coração com a boa
ou a má semente ali semeada; e, assim como o jardim deve ser
preparado para a semente natural, o coração deve ser preparado para
a semente da verdade. À medida que a planta cresce, a relação entre
a semeadura natural e a espiritual pode continuar. — Conselhos aos
Professores, Pais e Estudantes, 142.
Ao ser a semente lançada no solo, poderão ensinar a lição da
morte de Cristo; e ao surgir a erva, a verdade da ressurreição. —
Educação, 111.
Cultivar o jardim do coração
Do cultivo do solo, podem-se aprender constantemente lições.
Ninguém se estabelece em um trecho de terra virgem com a expec-
tativa de que de pronto ela forneça uma colheita. Deve-se empregar
no preparo do solo um trabalho diligente, perseverante, bem como
na semeadura e cultura da plantação. Semelhantemente deve ser na
semeadura espiritual. O jardim do coração deve ser cultivado. O
terreno deve ser lavrado pelo arrependimento. As plantas daninhas
Lições práticas do livro da natureza 71
que abafam o bom grão devem ser arrancadas. Assim como o solo
de que se apoderaram os espinhos só se pode readquirir mediante
trabalho diligente, assim as más tendências do coração só se po-
dem vencer por um esforço decidido em nome e no poder de Cristo.
— Educação, 111.
Crescimento na graça
Falai às vossas crianças a respeito do poder de Deus de operar
milagres. Estudando elas o grande livro da natureza, Deus lhes
impressionará a mente. O lavrador ara a terra e lança a semente;
mas ele não pode fazer com que a semente cresça. Deve confiar em
que Deus fará aquilo que poder humano algum é capaz de fazer. O
Senhor põe Seu poder vital na semente, fazendo-a brotar à vida. Sob
Seu cuidado, o germe da vida irrompe através da crosta dura que
envolve, e cresce para produzir frutos.
Primeiro aparece a folha, depois a espiga, e então o grão cheio na
espiga. Contando-se às crianças a obra que Deus faz com a semente,
elas aprendem o segredo do crescimento na graça. — Conselhos aos [33]
Professores, Pais e Estudantes, 124, 125.
Elevando-se acima do ambiente
Temos na América do Norte os viçosos lírios aquáticos. Esses
belos lírios surgem puros, imaculados, perfeitos, sem uma única
mancha. Irrompem através de uma massa de resíduos. Disse a meu
filho: “Quero que se esforce por me trazer uma haste daquele lírio,
tão perto da raiz quanto possível. Quero que compreenda algo a seu
respeito.”
Ele arrancou uma mão cheia de lírios e eu os contemplei. Esta-
vam cheios de canais abertos e as hastes retiravam as propriedades
da areia pura embaixo, e estas se estavam transformando no lírio
puro e imaculado. Recusavam todo o resíduo. Recusavam toda a
coisa desagradável à vista, e ali se desenvolveram em sua pureza.
Ora, essa é exatamente a maneira em que devemos educar nossa
juventude neste mundo. Sejam sua mente e coração instruídos sobre
quem é Deus, quem é Cristo Jesus e o sacrifício que Este fez em
nosso favor. Retirem a pureza, a virtude, a graça, a cortesia, o amor,
72 Orientação da Criança
a clemência; extraiam-nas da Fonte de todo o poder. — Manuscrito
43a, 1894.
Lições de confiança e perseverança
“Mas, pergunta agora às alimárias, e cada uma delas to ensinará;
e às aves dos céus, e elas to farão saber; ... até os peixes do mar
to contarão.” Jó 12:7, 8. “Vai ter com a formiga; ... olha para os
seus caminhos.” Provérbios 6:6. “Olhai para as aves.” Mateus 6:26.
“Considerai os corvos.” Lucas 12:24.
Não devemos meramente falar às crianças a respeito dessas
criaturas de Deus. Os próprios animais devem ser seus professores.
As formigas nos ensinam lições de paciente operosidade, per-
severança em superar obstáculos, providência para o futuro. E os
pássaros são ensinadores da suave lição da confiança. Nosso Pai
celestial lhes provê alimento; mas devem eles recolhê-lo, construir o
ninho e criar a prole. A cada instante se acham expostos a inimigos
que procuram destruí-los. Entretanto quão animosamente prosse-
guem com o seu trabalho! Quão repletos de alegria são os seus
pequeninos hinos!
Quão bela é a descrição que o salmista faz do cuidado de Deus
pelas criaturas dos bosques.
“Os altos montes são um refúgio para as cabras monteses,
E as rochas, para os coelhos.”
Salmos 104:18.
Ele envia as fontes a correrem entre as colinas, onde os pássaros
têm a sua habitação, “cantando entre os ramos”. Salmos 104:12.
Todas as criaturas dos bosques e colinas fazem parte de Sua grande[34]
família. Abre a Sua mão e satisfaz “os desejos de todos os viventes”.
Salmos 145:16. — Educação, 117, 118.
Os insetos ensinam sobre o trabalho
A laboriosa abelha dá um exemplo aos homens inteligentes que
bem fariam em imitar. Esses insetos observam perfeita ordem e não
admitem nenhum ocioso em sua colmeia. Executam o trabalho que
Lições práticas do livro da natureza 73
lhes foi designado com uma inteligência e atividade além da nossa
compreensão. ... O sábio chama nossa atenção para as pequenas coi-
sas da Terra: “Vai ter com a formiga, ó preguiçoso; olha para os seus
caminhos e sê sábio. A qual, não tendo superior, nem oficial, nem
dominador, prepara no verão o seu pão; na sega ajunta o seu man-
timento.” Provérbios 6:6-8. “As formigas são um povo impotente;
todavia, no verão preparam a sua comida.” Provérbios 30:25. Desses
pequeninos professores, podemos aprender uma lição de fidelidade.
Caso melhorássemos com a mesma diligência as faculdades que
um Criador todo sabedoria nos tem concedido, quão grandemente
aumentaria nossa aptidão para a utilidade. Os olhos de Deus estão
sobre a menor de Suas criaturas; não considera Ele então o homem
formado à Sua imagem, e dele requer correspondentes juros por
todas as vantagens que lhe tem concedido? — Testimonies for the
Church 4:455, 456.
74 Orientação da Criança
Seção 3 — Professores devidamente
preparados
Capítulo 8 — Há necessidade de preparo
[35]
O preparo da mãe é negligenciado
A primeira professora da criançaé a mãe. Nas mãos desta, acha-
se em grande parte sua educação, durante o período de seu maior e
mais rápido desenvolvimento. À mãe oferece-se em primeiro lugar
a oportunidade de modelar o caráter para o bem ou para o mal. Ela
deve compreender o valor dessa sua oportunidade, e acima de qual-
quer outro professor cumpre que esteja habilitada a fazer uso dela, de
modo a obter os melhores resultados. Não obstante, não há outrem
para cujo preparo tão pouca atenção se dê. Aquela, cuja influência
na educação é poderosíssima e de tão vasto alcance, é quem recebe
o menor esforço sistemático em seu auxílio. — Educação, 275.
Preparo cuidadoso e profundo
Aquelas, a quem é confiado o cuidado das crianças são, muitas
vezes, ignorantes em relação às necessidades físicas destas; pouco
sabem das leis de saúde ou dos princípios do desenvolvimento.
Tampouco estão melhor aparelhadas para cuidar do crescimento
mental e espiritual das crianças. Podem ter habilitações para dirigir
negócios ou brilhar na sociedade; podem ter adquirido louváveis
conhecimentos na literatura e ciências; mas do ensino de uma criança
pouco conhecimento possuem. ...
Sobre os pais, bem como as mães, recai a responsabilidade do
primeiro ensino à criança, tanto como do ensino posterior; e a ambos
os pais é urgentíssima a necessidade de preparo cuidadoso e com-
pleto. Antes de tomar sobre si as responsabilidades da paternidade
ou maternidade, homens e mulheres devem familiarizar-se com as
leis do desenvolvimento físico; com a fisiologia e higiene no que
dizem respeito às influências pré-natais; com as leis da heredita-
riedade, sanidade, vestuário, exercício e tratamento de moléstias;
devem também compreender as leis do desenvolvimento mental e
do ensino moral. ...
76
Há necessidade de preparo 77
Jamais a educação cumprirá tudo aquilo que pode e deve, antes
que a importância da obra dos pais seja completamente reconhecida,
e recebam eles o preparo para suas sagradas responsabilidades. —
Educação, 275, 276.
Os pais devem estudar as leis da natureza. Cumpre-lhes
familiarizar-se com o organismo humano. Devem conhecer as fun-
ções dos vários órgãos, suas relações e dependências mútuas. Devem
estudar a relação entre as faculdades mentais e físicas, e as condi-
ções exigidas para a ação saudável de cada uma delas. Assumir as
responsabilidades da paternidade sem esse preparo é um pecado.
— A Ciência do Bom Viver, 380. [36]
“Quem é idôneo?”
Bem podem os pais inquirir: “Para essas coisas, quem é idôneo?”
2 Coríntios 2:16. Só Deus é idôneo, e se eles O deixarem fora de
cogitação, não buscando Seu auxílio e conselho, sua tarefa será
verdadeiramente sem esperança. Mas pela oração, estudo da Bíblia
e sincero zelo de sua parte, poderão nobremente ter êxito nesse
importante dever e ser recompensados centuplicadamente por todo
o seu tempo e cuidado. ... Está aberta a fonte da sabedoria, da qual
podem extrair todo o conhecimento necessário nesse sentido. —
Testimonies for the Church 4:198.
Às vezes, o coração pode estar prestes a desfalecer; mas, um
sentimento vivo dos perigos, que ameaçam a felicidade presente e
futura de seus queridos, deve levar os pais cristãos a buscar, com
maior fervor, auxílio da fonte da força e da sabedoria. Deve torná-los
mais circunspectos, mais decididos, mais calmos, no entanto firmes,
enquanto vigiam por esses seres como quem deve prestar contas.
— The Review and Herald, 30 de Agosto de 1881.
A educação da criança exige conhecimento da vontade de Deus
Os pais não terão desculpas se deixarem de obter uma com-
preensão clara da vontade de Deus para poderem obedecer às leis
de Seu reino. Só assim poderão guiar os filhos para o Céu. Meus
irmãos e irmãs, é vosso dever compreender as reivindicações de
Deus. Como podereis educar os filhos nas coisas de Deus a não ser
78 Orientação da Criança
que saibais primeiro o que é certo ou errado, a não ser que reconhe-
çais que a obediência significa vida eterna e a desobediência morte
eterna? Devemos tornar a obra de nossa vida compreender a vontade
de Deus. Somente fazendo assim, poderemos educar corretamente
nossos filhos. — Manuscrito 103, 1902.
O manual de Deus com plenas instruções
Não poderão os pais cumprir devidamente sua responsabilidade
a menos que tomem a Palavra de Deus como regra de sua vida, a
menos que reconheçam que de tal maneira devem educar e moldar o
caráter de cada querido tesouro humano que este possa afinal lançar
mão da vida eterna. — Manuscrito 84, 1897.
A Bíblia, volume rico em instrução, deve ser o seu guia. Se
educarem os filhos de acordo com os Seus preceitos, não somente
lhes colocarão os jovens pés no caminho certo, mas se educarão eles
mesmos em seus mais santos deveres. — Testimonies for the Church
4:198.
A obra dos pais é importante e solene; grandes são os deveres que
pesam sobre eles. Mas, se cuidadosamente estudarem a Palavra de[37]
Deus, nela encontrarão plena instrução e muitas promessas preciosas
para eles sob a condição de realizarem sua obra fielmente e bem.
— The Signs of the Times, 8 de Abril de 1886.
Regras para os pais e filhos
Deus tem dado regras para a orientação dos pais e dos filhos.
Essas regras devem ser estritamente obedecidas. Não se deve ser
condescendente para com as crianças e permitir que pensem que
podem seguir seus próprios desejos sem pedirem o conselho dos
pais. ...
Não deve haver nenhum pecaminoso desvio das leis que Deus
tem dado para a orientação de pais e filhos. Deus espera que os pais
dêem aos filhos uma educação de acordo com os princípios de Sua
Palavra. A fé e as obras devem ser combinadas. Tudo o que se faça
na vida do lar ou na vida escolar deve ser feito decentemente e com
ordem. — Carta 9, 1904.
Há necessidade de preparo 79
À lei e ao testemunho
A obra de educação no lar exige que os pais sejam estudantes
diligentes das Escrituras se quiserem realizar tudo o que Deus desig-
nou que realizem. Devem ser discípulos do grande Mestre. Dia a dia,
a lei do amor e da bondade deve estar em seus lábios a lei do amor e
da bondade. Sua vida deve revelar a graça e a verdade vistas na vida
de seu Exemplo. Então um amor santificado ligará o coração de pais
e filhos um ao outro, e o jovem crescerá firmado na fé e arraigado e
fundado no amor de Deus.
Quando a vontade e os caminhos de Deus se tornarem a vontade
e os caminhos dos pais adventistas do sétimo dia, os filhos crescerão
amando, honrando e obedecendo a Deus. Satanás não poderá con-
seguir o controle de sua mente, pois foram ensinados a considerar
a Palavra de Deus como suprema, e pela Lei e pelo Testemunho
provarão cada experiência que lhes advém. — Carta 356, 1907.
Se negligentes, redimir o tempo
Os pais deveriam estudar a Palavra de Deus por si mesmos e para
a família, mas em vez disso muitos filhos são deixados crescer sem
ser ensinados, mal governados e sem restrição. Tudo o que esteja ao
alcance, devem agora os pais fazer para redimir a sua negligência [38]
e colocar os filhos onde estes estejam sob a melhor das influências.
— Manuscrito 76, 1905.
Então, pais, examinai as Escrituras, não sejais apenas ouvintes
mas praticantes da Palavra. Alcançai a norma de Deus na educação
de vossos filhos. — Manuscrito 57, 1897.
A regra a seguir: que diz o Senhor?
A obra de todos os pais é educar os filhos no caminho do Senhor.
Esta não é uma questão com a qual se possa brincar ou que se possa
pôr de lado sem incorrer no desagrado de Deus. Não nos é exigido
que decidamos que conduta outros devam seguir, ou como podemos
progredir mais facilmente, mas, o que diz o Senhor? Nem os pais
nem os filhos podem ter paz, felicidade ou descanso de espírito em
qualquer caminho falso. Mas quando o amor de Deus, combinado
com o amor de Jesus, reina no coração, sentir-se-á paz e alegria.
80 Orientação da Criança
Pais, abri a Palavra de Deus diante dAquele que vê o vosso
coração e tudo que é secreto, e indagai: Que diz a Escritura? Essa
deve ser a regra de vossa vida. Os que têm amor às almas não ficarão
silenciosos ao vê-las em perigo. É-nos garantido que nada alémda
verdade de Deus pode tornar os pais sábios para a salvação, ao lidar
com as mentes humanas, e conservá-los assim. — The Review and
Herald, 30 de Março de 1897.
O preparo individual
Se qualquer posto do dever há, acima de outro, que requer o
cultivo da mente, onde as faculdades intelectuais e físicas requeiram
um tono e vigor salutar, esse é a educação das crianças. — Pacific
Health Journal, Junho de 1890.
Em vista da responsabilidade individual das mães, toda mulher
deve desenvolver uma mente bem equilibrada e um caráter puro,
refletindo apenas o que é verdadeiro, bom e belo. Pode a esposa
e mãe ligar ao coração o marido e os filhos por um amor incansá-
vel, demonstrado em palavras gentis e num comportamento cortês,
que, em regra, será imitado pelos filhos. — Pacific Health Journal,
Setembro de 1890.
A sagrada obra de mãe
Minha irmã, Cristo vos confiou a sagrada obra de ensinar a vos-
sos filhos os Seus mandamentos. Para serdes habilitada para tal obra,
vós mesma deveis viver em obediência a todos os Seus preceitos.
Cultivai vigilante cuidado de cada palavra e ação, guardai com a
máxima diligência as vossas palavras. Vencei toda a precipitação
temperamental; pois a impaciência, uma vez manifesta, ajudará o
adversário a tornar a vida do lar desagradável e enfadonha para[39]
vossos filhos. — Carta 47a, 1902.
Trabalhar em cooperação com o divino
Mães, deixai que o vosso coração se abra para ouvir a instrução
de Deus, tendo sempre em mente o fato de que deveis desempe-
nhar vossa parte em conformidade com a vontade de Deus. Deveis
Há necessidade de preparo 81
colocar-vos na luz e buscar sabedoria de Deus, para que possais sa-
ber como agir, para que possais reconhecer a Deus como o Obreiro
Mestre, e reconhecer que sois Suas cooperadoras. Seja o vosso cora-
ção esquadrinhado na contemplação das coisas celestiais. Exercitai
os talentos que Deus vos deu, cumprindo os deveres de que Ele vos
incumbiu como mãe, e trabalhai em colaboração com os recursos
divinos. Trabalhai inteligentemente, e, “portanto, quer comais, quer
bebais ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para a glória de
Deus”. 1 Coríntios 10:31. — The Signs of the Times, 9 de Abril de
1896.
A mãe deve entregar-se, e aos filhos, aos cuidados do compas-
sivo Redentor. Fervorosa, paciente e corajosamente, deve procurar
melhorar sua própria capacidade a fim de poder usar corretamente
as mais elevadas faculdades da mente no preparo dos filhos. Deve
tornar seu mais elevado alvo dar ao filho uma educação que receba
a aprovação de Deus.
Ao empreender Sua obra com conhecimento de causa, receberá
o poder para desempenhar sua parte. — The Signs of the Times, 3
de Abril de 1901.
Deve a mãe sentir a necessidade da direção do Espírito Santo,
para que ela mesma possa ter genuína experiência na submissão ao
caminho e à vontade do Senhor. Então, pela graça de Cristo, poderá
ser professora sábia, gentil e amável dos filhos. — The Review and
Herald, 10 de Maio de 1898.
Se o começo foi errado...
Aos pais que começaram errado o ensino, eu diria: Não desespe-
reis. Necessitais ser firmemente convertidos a Deus. Necessitais do
verdadeiro espírito de obediência à Palavra de Deus. Deveis fazer de-
cididas reformas em vossos costumes e práticas, conformando vossa
vida com os salvadores princípios da lei de Deus. Quando assim o
fizerdes, tereis a justiça de Cristo que permeia essa lei, porque amais
a Deus e Lhe reconheceis a lei como um transcrito de Seu caráter.
A fé verdadeira nos méritos de Cristo não é fantasia. É da maior
importância que tenhais os atributos de Cristo em vossa própria
vida e caráter, e prepareis vossos filhos, com perseverante esforço,
82 Orientação da Criança
para serem obedientes aos mandamentos de Deus. Um “assim diz o
Senhor” deve guiar-vos em todos os vossos planos de educação. ...
Haja profundo e completo arrependimento diante de Deus. Co-
meçai o ano ... buscando fervorosamente a graça de Deus, discer-[40]
nimento espiritual para descobrir os defeitos na obra do passado.
Arrependei-vos diante de Deus pelo trabalho negligenciado como
missionários do lar. — Manuscrito 12, 1898.
Hoje é o dia da vossa incumbência, o dia de vossa responsabi-
lidade e oportunidade. Breve chegará o dia de vossa prestação de
contas. Assumi vosso trabalho com oração fervorosa e fiel esforço.
Ensinai vossos filhos que têm o privilégio de receber cada dia o
batismo do Espírito Santo. Que Cristo ache em vós Sua mão auxi-
liadora, a fim de executar os Seus propósitos! Pela oração podeis
adquirir uma experiência que faça de vosso ministério em prol de
vossos filhos um perfeito êxito. — Conselhos aos Professores, Pais
e Estudantes, 131.
Capítulo 31 — A importância do caráter
O único tesouro levado deste mundo
O caráter formado segundo a semelhança divina é o único tesouro
que deste mundo podemos levar para o futuro. Aqueles que nesta
vida estão sob a instrução de Cristo, levarão consigo, para as mansões
celestes, todo aprendizado divino. E nos Céus deveremos progredir
continuamente. Que importância tem, pois, o desenvolvimento do
caráter! — Parábolas de Jesus, 332.
Caráter verdadeiro: qualidade da alma
A capacidade mental e o talento não são sinônimos de caráter,
pois esses são freqüentemente possuídos pelos que têm justamente o
oposto de um caráter bom. A reputação não é caráter. O verdadeiro
caráter é uma qualidade da alma que se revela na conduta. — The
Youth’s Instructor, 3 de Novembro de 1886.
O bom caráter é um capital mais valioso do que a prata e o ouro.
Não é afetado por crises nem fracassos, e naquele dia em que hão
de ser destruídas as riquezas terrestres, os seus frutos serão fartos.
A integridade, a firmeza e a perseverança são qualidades que todos
devem zelosamente cultivar, pois elas revestem seu possuidor de
um poder irresistível — um poder que o torna forte para fazer o
bem, forte para resistir ao mal, forte para suportar a adversidade.
— Conselhos aos Professores, Pais e Estudantes, 226.
Dois elementos essenciais
A resistência do caráter consiste de duas coisas: força de vontade
e domínio de si mesmo. Muitos jovens confundem paixões fortes e[98]
não controladas com firmeza de caráter. A verdade, porém, é que
aquele que é regido por suas paixões é um fraco. A verdadeira gran-
deza e nobreza do homem medem-se por sua capacidade de vencer
166
A importância do caráter 167
os próprios sentimentos, e não pela capacidade desses sentimen-
tos para vencê-lo. O homem mais forte é aquele que, conquanto
sensível à ofensa, restringe ainda a paixão e perdoa os inimigos.
— Conselhos aos Professores, Pais e Estudantes, 222.
Mais necessário do que demonstrações exteriores
Se se considerasse de tanta importância que os jovens possuíssem
um caráter belo, e amável disposição, como se considera importante
que imitem as modas do mundo no vestuário e no comportamento,
veríamos centenas onde hoje vemos um que vem para o cenário da
vida ativa preparado para exercer enobrecedora influência sobre a
sociedade. — Fundamentos da Educação Cristã, 69.
Seu desenvolvimento é obra de toda a vida
A formação do caráter é obra de toda a vida, e é para a eternidade.
Se todos pudessem reconhecer isso, se despertassem para o pensa-
mento de que estamos decidindo individualmente nosso destino para
a vida eterna ou para a ruína eterna, que mudança se operaria! Quão
diferentemente seria empregado esse tempo da graça e que caracte-
res diferentes encheriam nosso mundo! — The Youth’s Instructor,
19 de Fevereiro de 1903.
Desenvolvimento e crescimento
A germinação da semente representa o começo da vida espiritual,
e o desenvolvimento da planta é uma figura do desenvolvimento
do caráter. Não pode haver vida sem crescimento. A planta ou
deve crescer ou morrer. Assim como seu crescimento é silencioso e
imperceptível, mas contínuo, assim é o crescimento do caráter. Nossa
vida pode ser perfeita em cada estágio de seu desenvolvimento;
contudo, se o propósito de Deus para conosco se cumpre, haverá
constante progresso. — Educação, 105, 106.
A colheita da vidaA ceifa da vida é o caráter, e é este que determina o destino
tanto para esta como para a vida futura. A ceifa é uma reprodução
168 Orientação da Criança
das sementes semeadas. Cada semente produz fruto “segundo a sua
espécie”. Assim é com os traços de caráter que acariciamos.[99]
Egoísmo, amor-próprio, presunção, condescendência própria
reproduzem-se e o fim é miséria e ruína. “O que semeia na sua
carne da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito do
Espírito ceifará a vida eterna.” Gálatas 6:8. Amor, simpatia, bondade
produzem frutos de bênçãos, colheita que é imperecível. — Educa-
ção, 109.
A maior evidência de cristianismo
Se as mães cristãs apresentarem à sociedade filhos que tenham
integridade de caráter, com princípios firmes e moral sã, terão rea-
lizado o mais importante de todos os trabalhos missionários. Devi-
damente educados para assumir seu lugar na sociedade, seus filhos
são a maior evidência do cristianismo que possa ser dada ao mundo.
— Pacific Health Journal, Junho de 1890.
A influência da criança devidamente ensinada
Jamais foi confiado aos mortais trabalho mais elevado que o da
formação do caráter. Não somente devem as crianças ser educadas,
mas também treinadas; e quem pode dizer o futuro de uma criança
ou jovem em crescimento? Dê-se o maior cuidado à cultura de
nossos filhos. A criança devidamente disciplinada nos princípios da
verdade, que tem o amor e o temor de Deus entretecidos no caráter,
possuirá no mundo um incalculável poder para o bem. — The Signs
of the Times, 13 de Julho de 1888.
Capítulo 32 — Como se forma o caráter
Obtido por esforço perseverante
O caráter não vem por acaso. Não é determinado por uma explo-
são de temperamento, um passo na direção errada. É a repetição do
ato que faz com que se torne hábito e molda o caráter, seja para o
bem ou para o mal. O caráter reto só pode ser formado pelo esforço
perseverante e incansável, aperfeiçoando cada talento e capacidade
confiados para a glória de Deus. Em vez de fazer isso, muitos se [100]
deixam impelir para onde quer que o impulso e as circunstâncias os
levem. Não é porque lhes falte bom material, mas porque não reco-
nhecem que Deus quer que em sua juventude eles façam o melhor
possível. — The Youth’s Instructor, 27 de Julho de 1899.
Nosso primeiro dever para com Deus e nossos semelhantes é
o desenvolvimento próprio. Toda a faculdade com que o Criador
nos dotou deve ser cultivada no mais alto grau de perfeição, para
que possamos executar a maior quantidade de bem de que somos
capazes.
Para purificar e aperfeiçoar nosso caráter, necessitamos da graça
que nos é dada por Cristo e que nos habilitará a ver e corrigir nossas
deficiências e melhorar o que há de excelente em nosso caráter.
— Pacific Health Journal, Abril de 1890.
Cultivando as faculdades dadas por Deus
Em grande medida, cada um é o arquiteto de seu próprio caráter.
Cada dia, a estrutura mais se aproxima do termo. A Palavra de Deus
nos adverte a estar atentos quanto à maneira por que edificamos, para
ver se nosso edifício está fundado na Rocha eterna. Aproxima-se o
tempo em que nossa obra se revelará tal como é. Agora é o tempo
em que todos devem cultivar as faculdades que lhes foram dadas
por Deus a fim de formarem caráter útil aqui, e apto para uma vida
elevada no futuro.
169
170 Orientação da Criança
A fé em Cristo como nosso Salvador pessoal dará resistência e
solidez ao caráter. Os que têm fé genuína em Cristo serão sóbrios,
lembrando-se de que os olhos de Deus estão sobre eles, que o Juiz
de todos os homens está pesando os valores morais, que os seres
celestes estão esperando para ver que espécie de caráter se está
desenvolvendo. — Conselhos aos Professores, Pais e Estudantes,
223.
Influenciado por todo ato
Todo ato da vida, por mais insignificante, tem sua influência na
formação do caráter. Um caráter bem formado é mais precioso que
as possessões mundanas; e moldá-lo é a obra mais nobre em que os
homens se possam empenhar.
O caráter formado segundo as circunstâncias é mutável e falto
de harmonia — uma massa de contradições. Seu possuidor não
tem nenhum objetivo elevado ou propósito na vida. Não exerce
nenhuma influência enobrecedora no caráter dos outros. É destituído
de finalidade e de poder. — Testimonies for the Church 4:657.
Aperfeiçoado por seguir a norma de Deus
[101]
Deus espera que edifiquemos caráter de acordo com a norma
que pôs diante de nós. Devemos colocar um tijolo após o outro,
acrescentando graça a graça, descobrindo nossos pontos fracos, e
corrigindo-os de acordo com as orientações dadas. Quando se vê
uma fenda nas paredes de uma mansão, sabemos que algo está errado
no edifício. Na edificação de nosso caráter, freqüentemente vêem-se
fendas. A não ser que tais defeitos sejam remediados, a casa ruirá
quando a tempestade da prova a atingir. — The Youth’s Instructor,
25 de Outubro de 1900.
Deus nos dá força, a faculdade do raciocínio, tempo, para que
possamos construir caráter sobre o qual Ele possa colocar o selo de
Sua aprovação. Deseja que cada um de Seus filhos forme um caráter
nobre, pela realização de atos nobres e puros, para que afinal possa
apresentar uma estrutura simétrica, um belo templo honrado pelo
homem e por Deus.
Como se forma o caráter 171
Na edificação de nosso caráter, devemos edificar sobre Cristo.
Ele é o fundamento seguro — fundamento que jamais poderá ser
abalado. A tempestade da tentação e da prova não pode abalar o
edifício que está cravado na Rocha Eterna.
Aquele que se quer transformar num belo edifício para o Se-
nhor deve cultivar cada faculdade do ser. Somente pelo devido uso
dos talentos é que o caráter se pode desenvolver harmoniosamente.
Trazemos assim para o fundamento aquilo que na Palavra é represen-
tado como ouro, prata, pedras preciosas — material que suportará
a prova dos fogos purificadores de Deus. Na edificação de nosso
caráter, Cristo é nosso exemplo. — The Youth’s Instructor, 16 de
Maio de 1901.
Deve-se resistir à tentação
A vida de Daniel é uma inspirada ilustração do que constitui um
caráter santificado. Ela apresenta uma lição para todos, e especial-
mente para os jovens. Uma estrita submissão às ordens de Deus é
benéfica à saúde do corpo e do espírito. — Santificação, 23.
Os pais de Daniel haviam-no educado na meninice nos hábitos de
estrita temperança. Haviam-lhe ensinado que, em todos os seus atos,
devia conformar-se com as leis da natureza; que o comer ou beber
exerciam influência direta sobre sua natureza física, mental e moral,
e que ele era responsável diante de Deus por sua capacidade; pois
as tinha todas como uma dádiva de Deus e não devia por qualquer
procedimento diminuí-las ou invalidá-las. Como resultado desse
ensino, a lei de Deus era exaltada em sua mente e reverenciada em
seu coração. Durante os primeiros anos de seu cativeiro, Daniel
passou por uma prova que o devia familiarizar com a grandeza da [102]
corte, com a hipocrisia e com o paganismo. Estranha escola, em
verdade, para habilitá-lo para uma vida de sobriedade, operosidade
e fidelidade! E, no entanto, viveu sem se deixar contaminar pela
atmosfera do mal de que estava cercado.
Daniel e seus companheiros tiveram os benefícios do preparo
e da educação corretos na infância, mas só essas vantagens não
teriam feito deles o que eram. Chegou o tempo em que deviam
agir por si mesmos — quando seu futuro dependia de sua própria
atitude. Então decidiram ser leais às lições que lhes foram dadas na
172 Orientação da Criança
meninice. O temor de Deus, que é o fundamento de toda a sabedoria,
foi o fundamento de Sua grandeza. Seu Espírito fortaleceu todo o
propósito verdadeiro, toda a resolução nobre. — Manuscrito 132,
1901.
O alvo deve ser elevado
Se os jovens de hoje quiserem permanecer como Daniel, devem
pôr à prova todo nervo e músculo espirituais. O Senhor não quer
que permaneçam principiantes. Quer que alcancem o mais elevado
degrau da escada para que dela possam passar para o reino de Deus.
— The Youth’s Instructor, 27 de Julho de 1899.
Se os jovens apreciaremdevidamente essa importante questão
da edificação do caráter, verão a necessidade de fazer seu trabalho
de tal maneira que suporte a prova da investigação diante de Deus.
Pelo esforço perseverante em resistir à tentação, e buscar a sabedoria
do alto, poderão o mais humilde e o mais fraco alcançar alturas que
agora parecem impossíveis. Tais realizações não podem vir sem um
propósito determinado de ser fiel no cumprimento dos pequenos
deveres. Isso exige constante vigilância para que os maus traços não
sejam fortalecidos. O jovem pode ter força moral, pois Jesus veio ao
mundo para que pudesse ser nosso Exemplo e a todos os jovens e dar
o auxílio divino aos de todas as idades. — The Youth’s Instructor, 3
de Novembro de 1886.
O conselho e a reprovação devem ser atendidos
Os que têm caráter, conduta, hábitos e práticas defeituosos, de-
vem atender aos conselhos e reprovações. Este mundo é a oficina
de Deus. E cada pedra que pode ser usada no templo celestial deve
ser talhada e polida, até ser pedra provada e preciosa, ajustada para
seu lugar no edifício do Senhor. Mas se recusarmos ser ensinados e
disciplinados, seremos como pedras não talhadas e polidas, e que
afinal serão postas de lado como inúteis. — The Youth’s Instructor,
31 de Agosto de 1893.
É possível que, para a formação de nosso caráter, muito trabalho
seja ainda requerido e sejais ainda pedra tosca que tem de ser talhada
e burilada antes de poder preencher dignamente seu lugar no templo
Como se forma o caráter 173
de Deus. Não deve surpreender-vos pois que, com o martelo e o [103]
cinzel, Deus Se ponha a polir as arestas para ocupardes o lugar que
vos destina. Ser humano algum pode efetuar essa obra. Só Deus a
pode executar. E podeis estar certos de que nenhum golpe será dado
em falso. Todos os seus golpes são dados com amor, para vossa
felicidade perpétua. Ele conhece vossas fraquezas e trabalha para
restaurar, não para destruir. — Testemunhos Selectos 3:204.
Capítulo 33 — A responsabilidade dos pais
Uma comissão divina aos pais
Deus tem dado aos pais o seu trabalho: formar o caráter dos
filhos segundo o Modelo divino. Por Sua graça poderão realizar
a tarefa; mas isso exigirá esforço paciente e consciencioso, não
menos que firmeza e decisão para guiar a vontade e restringir as
paixões. Um campo deixado ao abandono só produz espinhos e car-
dos. Aquele que quer alcançar uma colheita para a utilidade e beleza
deve primeiro preparar o solo e espalhar a semente, então cavar ao
redor dos novos rebentos, removendo o mato e afofando a terra, e
as preciosas plantas florescerão, recompensando-lhe ricamente o
cuidado e o labor. — The Signs of the Times, 24 de Novembro de
1881.
A formação do caráter é a obra mais importante que já foi con-
fiada a seres humanos; e nunca dantes foi seu diligente estudo tão
importante como hoje. Jamais qualquer geração prévia teve de en-
frentar aflições tão intensas; nunca dantes moços e moças foram
defrontados por perigos tão grandes como hoje. — Educação, 225.
Eis vossa obra, pais: desenvolver o caráter de vossos filhos em
harmonia com os preceitos da Palavra de Deus. Essa obra deve vir
primeiro, pois nela estão envolvidos interesses eternos. A formação
do caráter de vossos filhos é de maior importância que o cultivo
de vossas fazendas, mais essencial que a construção de casas para
morar e a realização de qualquer espécie de negócio ou indústria.
— The Signs of the Times, 10 de Setembro de 1894.[104]
O lar, a melhor escola para a formação do caráter
Nem a escola de igreja, tampouco a escola superior, proporci-
onam, como o faz o lar, as oportunidades de firmar o edifício do
caráter de uma criança sobre o fundamento apropriado. —Conselhos
aos Professores, Pais e Estudantes, 162.
174
A responsabilidade dos pais 175
O caráter deve ser endireitado
Os que não endireitam o caráter nesta vida jamais poderão ter
parte na vida imortal futura. Oh, quão importante é que a juventude
se conserve direita! E os pais desempenham parte importante nessa
questão. Sobre eles repousa a sagrada responsabilidade de educar
os filhos para Deus. A eles é dada a obra de ajudar os pequeninos
a formar caráter que lhes assegurem a entrada nas cortes de cima.
— Carta 78, 1901.
Os pais não devem cometer este erro
Pais, por amor de Cristo não cometais um erro em vossa obra
mais importante, a de moldar o caráter de vossos filhos para o tempo
e para a eternidade. Um erro de vossa parte negligenciando a instru-
ção fiel, ou na condescendência daquele afeto insensato que vos cega
os olhos para os seus defeitos e vos impede de lhes aplicar a restrição
apropriada, demonstrar-se-á sua ruína. Vossa atitude pode imprimir
uma direção errada a toda a sua carreira futura. Vós determinareis
para eles o que serão e o que farão em favor de Cristo e dos homens
e pela sua própria alma.
Lidai honesta e fielmente com vossos filhos. Trabalhai corajosa e
pacientemente. Não temais as cruzes, não poupeis tempo ou trabalho,
responsabilidade ou sofrimento. O futuro de vossos filhos testificará
do caráter de vossa obra. A fidelidade de vossa parte para com Cristo
melhor se pode exprimir no caráter simétrico de vossos filhos que em
qualquer outra maneira. Eles são a propriedade de Cristo, comprados
por Seu próprio sangue. Se sua influência for totalmente do lado
de Cristo, serão Seus colaboradores, ajudando outros a encontrar o
caminho da vida. Se negligenciardes a obra que vos foi confiada por
Deus, vossa atitude insensata de disciplina colocá-los-á na classe
dos que se afastam de Cristo e fortalecem o reino das trevas. —
Testimonies for the Church 5:39, 40.
Casa limpa, mas filhos não educados
Vi uma mãe cujo olho crítico podia discernir qualquer coisa
imperfeita nos enfeites de madeira de sua casa, e que era muito
cuidadosa no sentido de que a limpeza de sua casa fosse feita com [105]
176 Orientação da Criança
perfeição no tempo exato por ela determinado, e que a executava
freqüentemente a despeito da saúde física e espiritual, enquanto os fi-
lhos eram deixados a correr na rua, dela obtendo sua educação. Essas
crianças iam crescendo grosseiras, egoístas, rudes e desobedientes.
Embora pagasse uma auxiliar, a mãe estava tão empenhada nos cui-
dados da casa que não podia ter tempo para educar devidamente os
filhos. Deixava-os crescer com caráter defeituoso, indisciplinados
e mal-educados. Podíamos sentir que o bom gosto da mãe não era
exercido na direção correta, senão teria ela visto a necessidade de
moldar a mente e as maneiras dos filhos e educá-los para terem
caráter simétrico e temperamento amável.
Caso a mãe tivesse deixado essas coisas que permitira tomarem-
lhe a primeira atenção virem em segundo lugar, teria considerado
quase da mais infinita importância o preparo físico, mental e espiri-
tual dos filhos. As que assumem a responsabilidade de mãe, devem
sentir-se sob a mais solene obrigação para com Deus e para com os
filhos, de educá-los de tal maneira que tenham disposição amável
e afetuosa, e que sejam puros na moral, refinados no gosto, e de
caráter amável. — The Signs of the Times, 5 de Agosto de 1875.
Só pelo Espírito de Deus
Pensamos que somos capazes de moldar nossa vida e caráter para
entrar pelos portais da glória? Não o podemos fazer. Dependemos,
cada momento, de que o Espírito de Deus opere em nós e em nossos
filhos. — Manuscrito 12, 1895.
Se os pais quiserem ver um estado de coisas diferente na família,
consagrem-se eles inteiramente a Deus, e o Senhor lhes mostrará
meios e maneiras pelas quais se possa operar uma transformação
em sua casa. — Manuscrito 151, 1897.
A parte de Deus e a dos pais
Pais cristãos, suplico-vos que desperteis. ... Caso negligencieis
vosso dever e vos esquiveis de vossa responsabilidade, esperando
que o Senhor faça vosso trabalho, sereis desapontados. Quando
tiverdes feito fielmente tudo o que puderdes, trazei vossos filhos
para Jesus; e com fé sincera e perseverante intercedei por eles. O
A responsabilidade dos pais 177
Senhor será vosso ajudador; cooperará com vossos esforços; em Sua
força

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