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DIREITO PROCESSUAL CIVIL I - CCJ0035 Semana Aula: 4 Sujeitos do Processo I. Partes e procuradores. Capacidade Processual. Legitimidade das partes. Sucessão das partes e dos procuradores. Atos, ônus e poderes. Habilitação. Tema Sujeitos do Processo I. Partes e procuradores. Capacidade Processual. Legitimidade das partes. Sucessão das partes e dos procuradores. Atos, ônus e poderes. Habilitação. Palavras-chave Sujeitos do Processo I. Partes e procuradores. Capacidade Processual. Legitimidade das partes. Sucessão das partes e dos procuradores. Atos, ônus e poderes. Habilitação. Objetivos - Conhecer o conceito de partes e procuradores na relação jurídica processual. - Conhecer os conceitos de legitimidade das partes e capacidade de estar em juízo. - Conhecer a capacidade postulatória. - Conhecer o papel do Ministério Público nas demandas em que é necessária a sua intervenção e as consequências da falta de manifestação do seu membro na demanda. - Compreender que a prestação jurisdicional necessita de órgãos auxiliares, que servem aos operadores do direito, advogados, juízes, membros do Ministério Público - Compreender as razões da obrigatoriedade da intervenção do Ministério Público nos processos, sob pena de nulidade processual, podendo atuar como parte ou como fiscal da ordem jurídica. - Compreender a relevância da advocacia pública e da defensoria pública perante o CPC. Estrutura de Conteúdo 1. Sujeitos do Processo 2. . Partes e procuradores. 3. Capacidade Processual. 4. Legitimidade das partes. 5. Sucessão das partes e dos procuradores. 6. Atos, ônus e poderes. 7. Habilitação DAS PARTES Conceito – Fredie Didier – é aquele que está na relação jurídica processual, fazendo parte do contraditório, assumindo um dos pólos da relação jurídica processual, atuando com parcialidade e podendo sofrer os efeitos jurídicos com a decisão de mérito. ART. 17 DO NCPC – para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade LEGITIMIDADE – É o poder conferido por lei, à determinada (s) pessoa (s) para ir a juízo discutir a relação jurídica de direito material. OBS.: Titularidade de um direito ou de uma obrigação Livros da parte geral do Código Civil Elementos da relação jurídica Elementos da ação Cód. de Proc. Civil Pressupostos processuais Pessoas (Livro I) - arts. 1º e 40 Sujeitos Partes Legitimidade ad causam Bens (Livro II - arts. 79 ao 103 Objeto Pedido (imediato e nadiato) Interesse de agir Art. 485, VI, CPC (extinção do processo) Fatos Jurídicos Vínculo jurídico – nexo de causalidade Causa de pedir (próxima e remota) Legitimidade ad causam – (legitimidade para a causa) - é a pertinência subjetiva da ação, ou seja, é a qualidade expressa em lei que autoriza a parte autora a invocar a tutela jurisdicional em face do réu, aquele contra qual o autor pretende ter o reconhecimento do seu direito. a) Qualidade jurídica que se afere a ambas as partes do processo (autor e réu); b) Afere-se diante do objeto litigioso, a relação jurídica substancial deduzida. Portanto, toda legitimidade baseia-se em regras de direito material, embora se examine a luz da situação afirmada no instrumento da demanda (petição inicial). Parte legítima é aquela que se encontra em posição processual coincidente com a situação legitimadora, decorrente de certa previsão legal, relativamente àquela pessoa e perante o respectivo objeto litigioso. Legitimação ordinária CLASSIFICAÇÃO Legitimação extraordinária Legitimado ordinário – é aquele que defende em juízo interesse próprio (art. 17 do NCPC; Legitimado extraordinário – É aquele que defende em nome próprio interesse alheio, ou seja, interesse de outro sujeito de direito (art. 18 do NCPC). Ex. Sindicato – art. 195 da CLT, MP. OBS.: as expressões substituição processual e legitimação extraordinária são sinônimas, mas não se pode confundir substituição processual com sucessão processual. Assim, há sucessão processual quando um sujeito sucede o outro no processo, assumindo a sua posição processual. Portanto há uma troca de sujeitos no processo, uma mudança subjetiva da relação jurídica processual. Ao contrário, na substituição processual, não há troca de sujeitos. Assim, não há alteração da relação processual, pois um sujeito tem o poder (legitimidade) de estar legitimamente em um processo defendendo interesse de outrem. PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS (MATÉRIA DE ORDEM PÚBLICA) OBS.: Os pressupostos processuais constituem matéria de ordem pública, devendo ser examinada de ofício pelo juiz - art. 485, IV, V, VI e IX. Portanto, a ausência de alegação pelas partes, não torna preclusa a matéria, uma vez que pode ser examinada e reexaminada a qualquer tempo (teoria da asserção) - (Art. 485, §3º do CPC – EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO). OBS.: somente se preenchidos os pressupostos procesuais é que o juiz finalmente poderá examinar o mérito. Capacidade de ser parte = capacidade de direito A capacidade de ser parte não se restringe somente aos entes personalizados (pessoas físicas ou jurídicas). O CPC estendeu a capacidade de ser parte a alguns entes despersonalizados, tais como: A massa falida, o espólio, a herança vacante ou jacente (arts. 1.819 e 1.822 do CC), as sociedades sem personalidade jurídica (art. 75, VIII) e o condomínio, embora não tenham personalidade jurídica, têm capacidade de ser parte. Tais entes, segundo a doutrina e a jurisprudência, são pessoas formais ou morais, dotadas de personalidade judiciária, ou seja, podem postular em juízo quando a lei lhes atribuir algum direito. Entes despersonalizados = capacidade judiciária Art. 75,V, CPC - Massa falida – administrador judicial Tratando-se da massa falida, o administrador judicial substitui o devedor na administração dos bens arrecadados, mas não age como seu representante. Para ele, “com a perda da gestão e disponibilidade de bens sofrida pelo insolvente, compete ao administrador à representação ativa e passiva da massa”, o que não quer dizer que o administrador desfrute de liberdade de deliberação, “pois seu cargo é exercido sob a direção e superintendência do juiz. Assim, seus planos e decisões são submetidos à apreciação judicial. Art. 75,VI, CPC – Herança jacente ou vacante – representado pelo curador Na curadoria dos bens relativos à herança jacente, haverá necessidade de intervenção do Ministério Público, nos termos do art. 739, § 1º, I, CPC. Vale lembrar que a situação de jacência é temporária, já que, após o procedimento previsto no art. 1.820 do Código Civil, será declarada a vacância da herança. Art. 75,VII, CPC – Espólio – representado pelo Inventariante Especialmente quanto à representação do espólio pelo inventariante, é preciso lembrar que este só deve figurar como parte (representante) nas ações cujo objeto versar sobre interesses patrimoniais. Assim, nas ações de natureza pessoal, como na investigação de paternidade, haverá necessidade da citação de todos os herdeiros do falecido, caso existam. Inventariante dativo Outra observação importante se refere ao inventariante dativo, ou seja, àquele terceiro nomeado pelo juiz apenas para administrar os bens do falecido, sem qualquer poder de representação. É que como o inventariante dativo não pode ser o meeiro ou o herdeiro do de cujus, nem qualquer pessoa com interesse econômico no inventário, em ação onde o espólio for réu, será necessária a citação de todos os sucessores do falecido (art. 75, § 1º, CPC). Art. 75, IX, CPC – Sociedade de fato e associações irregulares – representados por quem estiver na administração de seus bens. OBS.: O nascituro (art. 2º do CC) também tem capacidade de ser parte, sendo representado em juízo por seus pais ou pelo curador (art. 1.779 do CC). Capacidade processual (= capacidade para estar em juízo= legitimatio ad processum) Art. 70, CPC = capacidade de fato ou de exercício A capacidade processual é requisito processual de validade, que significa a aptidão para praticar atos processuais independentemente de assistência ou representação. Já os maiores de 16 e menores de 18 anos, por exemplo, serão assistidos por seus pais, tutores ou curadores (art. 71, CPC). Nas ações judiciais, o menor deverá constituir procurador juntamente com seu assistente, que também deve assinar a procuração; se figurar como réu, deverá ser citado juntamente com o assistente. Capacidade processual dos cônjuges As pessoas casadas têm capacidade processual plena. Geralmente, independem de outorga do outro cônjuge para agirem judicialmente em defesa de seus direitos ou para se defenderem em juízo. Entretanto, o art. 73 do CPC, elenca as seguintes exceções: A) CAPACIDADE PROCESSUAL ATIVA: para a propositura de ações que versem sobre direitos reais imobiliários (reivindicatória, usucapião, divisória, adjudicação compulsória, desapropriação indireta, execução hipotecária, entre outras), o cônjuge (pouco importa seja o marido ou a mulher) necessita do consentimento do outro, exceto se casados sob o regime de separação absoluta de bens, nos termos do art. 73, caput, assim como do art. 1.647, caput, do CC. SUPRIMENTO DA OUTORGA PELO JUIZ – art. 74, CPC Não se trata de litisconsórcio ativo necessário, uma vez que repugna ao direito constranger alguém a demandar como autor, mas tão somente de consentimento, que pode ser suprido pelo juiz (art. 74, CPC) quando, sem justo motivo, um dos cônjuges negar a outorga, ou quando estiver impossibilitado de concedê-la. consentimento tácito O novo CPC traz, ainda, a possibilidade de o juiz determinar a intimação pessoal do cônjuge preterido para se manifestar sobre a concessão da outorga, no prazo de 15 dias. Nessa hipótese, não havendo manifestação no prazo indicado, o silêncio do cônjuge importará consentimento tácito, não havendo necessidade de suprimento judicial. A falta da autorização ou da outorga não suprida pelo juiz, quando necessária, invalida o processo (art. 74, parágrafo único, CPC). B) CAPACIDADE PROCESSUAL PASSIVA: ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a ação (art. 73, § 1º, CPC): Inciso I – que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens; Inciso II – resultante de fato que diga respeito a ambos os cônjuges ou de ato praticado por eles [mau uso da propriedade comum e responsabilidade por ato do filho menor, por exemplo]; Inciso III – fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem de família; Inciso IV – que tenha por objeto o reconhecimento, a constituição ou a extinção de ônus sobre imóvel de um ou de ambos os cônjuges. As hipóteses do art. 73, § 1º, CPC, configuram litisconsórcio passivo necessário e se aplicam, sob pena de nulidade do processo, aos regimes de comunhão parcial de bens, comunhão universal e de participação final de aquestos. AÇÕES POSSESSÓRIAS – INTERDITOS POSSESSÓRIOS Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu somente é indispensável nos casos de composse ou de ato por ambos praticado (art. 73, § 2º, CPC). Em virtude de contrato ou de herança, marido e mulher tornaram-se possuidores do mesmo bem (composse). Nesse caso, para um cônjuge propor ação possessória, necessita do consentimento do outro. UNIÃO ESTÁVEL – art. 73, §3º, CPC Na hipótese de figurarem no pólo passivo, o caso será de litisconsórcio passivo necessário. Ressalte-se que as regras relativas à capacidade processual dos cônjuges, passiva ou ativa, aplicam-se à união estável, por expressa disposição do art. 73, § 3º, CPC. Assim, se a união estável estiver devidamente comprovada e houver demonstração no sentido de que não foram adotadas as regras do regime da separação absoluta de bens, não será possível afastar o mecanismo de proteção patrimonial à referida entidade familiar. INCAPACIDADE civil e INCAPACIDADE Processual ABSOLUTA (art. 3º do CC) – Representação INCAPACIDADE por menoridade INCAPACIDADE RELATIVA (art. 4º do CC) – Assistência INCAPACIDADE do maior (por enfermidade ou doença mental) – CURADOR – art.1.767, CC INCAPAZ sem representante legal; INCAPAZ Com representante legal, mas há colisão de interesses; CURADOR ESPECIAL Réu preso revel (assegurar o contraditório) (art. 72 do CPC) Réu revel citado por edital ou hora certa (citação ficta) Ausência de representante legal – O curador especial atua como representante legal; Réu Revel – Assegurar-lhe o direito de defesa, uma vez que sendo ficta a citação, não se tem certeza se a revelia do réu decorre de ele não querer se defender, ou de não ter tomado conhecimento do processo. OBS.: A curadoria especial é um múnus público, onde o defensor público é nomeado para representar o RÉU naquele processo, mas não se tornará representante definitivo. Quem exercerá será a defensoria pública – art. 72, parágrafo único, CPC e art. 4º, XVI da LC 80/94 (Lei orgânica da Defensoria Pública) Art. 671, CPC - O juiz nomeará curador especial: I - ao ausente, se não o tiver; OBS.: art. 22 a 25 do CC II - ao incapaz, se concorrer na partilha com o seu representante, desde que exista colisão de interesses. PODERES DO CURADOR ESPECIAL Apresentar defesa de forma ampla (contestação, reconvenção, impugnação, produzir provas, recursos); OBS.: Não preciso recolher o preparo (taxa judiciária e despesas postais – porte de remessa e de retorno); O curador especial pode atuar no processo de conhecimento (procedimento comum ou especial) e no processo de execução; OBS.: Súmula 196 do STJ – Ao executado que, citado por edital ou por hora certa, permanecer revel, será nomeado curador especial, com legitimidade para apresentação de embargos. O Curador especial não pode dispor do direito do RÉU, ou seja, não pode reconhecer a procedência do pedido por exemplo, sob pena de NULIDADE; OBS.: Não se aplica ao procedimento sumaríssimo – art. 8º da Lei nº 9.099/95 O Curador especial pode propor ação autônoma de impugnação Meios de impugnação das decisões judiciais – Art.926, CPC. Típicos Ação de autônoma de impugnação Meios de impugnação correição parcial atípicos sucedâneo recursal – pedido de reconsideração Meios de impugnação das decisões judiciais - incidente de assunção de competência (art. 947, CPC), incidente de arguição de inconstitucionalidade (art. 948, CPC), conflito de competência (art. 951, CPC), incidente de resolução de demandas repetitivas (art. 976, CPC), Recurso (art. 994, CPC). Ação de autônoma de impugnação - ação rescisória (art. 966, CPC), os embargos de terceiro (art. 674, CPC), a reclamação (art. 988, CPC) o habeas corpus (art. 5º, LXVIII, CF/88), o habeas data (art. 5º, LXXII, CF/88), o mandado de segurança (Lei nº 12.016/09) e a Querela nullitatis. NÃO SE APLICA A IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA DOS FATOS AO CURADOR ESPECIAL Art.341, Parágrafo único, CPC - O ônus da impugnação especificada dos fatos não se aplica ao defensor público, ao advogado dativo e ao curador especial. OBS.: O curador pode apresentar defesa geral (contestação por negação geral). NÃO SENDO NOMEADO CURADOR ESPECIAL: A) Atuando como representante legal, a falta de nomeação implicará em falta de um dos pressupostos processuais de validade do processo – a capacidade processual, gerando NULIDADE do processo; B) Defendendo Réu preso revel ou Réu Revel citado fictamente – Haverá nulidade, desde que haja prejuízo ao Réu. No entanto, não se decretará a nulidade se ele não sofrer prejuízo, ou seja, se a sentença lhe for favorável. SUCESSÃO DAS PARTES E PROCURADORES – art. 108 do NCPC Ato inter vivo – art. 108 e 109 C/C art. 778, III, CPC sucessão Ato causa mortis – art. 110 C/C art. 778, §1º, I e II, ambos do CPC (ver. Art. 75, VII, CPC) OBS.; Alienação da coisa ou do direito litigioso por ato entre vivos – art. 109 do NCPC – caso concreto da aula. O Código, no entanto, contempla 2 (duas) hipóteses de sucessão processual. A primeira hipótese é facultativa (art. 108 e 109, CPC) ocorre quando o bem litigioso é alienado a título particular, por ato entre vivos (por meio de contrato, por exemplo). Nesse caso, o adquirente pode suceder o alienante ou cedente (parte originária na demanda), desde que haja consentimento da outra parte (art. 109, § 1º). EFEITOS DA SENTENÇA AO TERCEIRO De qualquer forma, havendo ou não sucessão processual, a sentença estende seus efeitos ao adquirente ou ao cessionário (§3º). O réu de ação reivindicatória aliena o bem litigioso; o adquirente, mesmo não ingressando na lide, fica sujeito a perder o bem, caso a ação seja julgada procedente. A segunda hipótese é obrigatória. Ocorrendo a morte de qualquer das partes, dar-se-á a sucessão pelo seu espólio ou pelos seus sucessores, observada a suspensão do processo até a habilitação dos substitutos (arts. 110, 313 e 687 do CPC/2015). Também está prevista a sucessão pelo Ministério Público na ação popular (art. 9º da Lei nº 4.717/1965) e na ação civil pública (art. 5º, §3º, da Lei nº 7.347/1985) quando a parte originária desiste da ação. OBS.: quando a obrigação ou o direito for pessoalíssimo (intransmissível), haverá EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO – art. 485, IX, CPC. HABILITAÇÃO – art. 687, CPC Art. 688. A habilitação pode ser requerida: I – pela parte, em relação aos sucessores do falecido; II – pelos sucessores do falecido, em relação à parte. Art. 689. Proceder-se-á à habilitação nos autos do processo principal, na instância em que estiver, suspendendo-se, a partir de então, o processo. Da citação dos requeridos Recebido o pedido de habilitação, o juiz ordenará a citação dos requeridos para se manifestarem nos autos, no prazo de 05 (cinco) dias. Não existindo, ainda, procurador constituído nos autos, a citação será pessoal. É o que ocorre quando a habilitação é requerida pela parte em relação aos sucessores do falecido (art. 688, I do NCPC). Efeitos da sentença – art. 490, CPC Efeitos da coisa julgada – art. 506, CPC. http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28890657/artigo-688-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28890655/inciso-i-do-artigo-688-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15 CAPACIDADE POSTULATÓRIA CONFERIDA AOS ADVOGADOS É a capacidade técnica-formal conferida por lei aos advogados para praticar atos processuais em juízo, sob pena de nulidade, de acordo com os arts. 1º e 3º da Lei 8.906/94, Art. 103 do CPC e 133 da CRFB/88. Nos termos do art. 133 da CF/1988, o advogado é indispensável à administração da justiça. Assim, para postular em juízo é imprescindível que a parte detenha a habilitação de advogado. Entretanto, faltando à parte a capacidade técnica-formal (inscrição na OAB), a parte deverá constituir advogado para que possa representá-la em juízo por advogado (art. 103 do CPC/2015), sob pena de nulidade do processo (arts. 1º e 3º da Lei nº 8.906/1994). DEFENSORIA PÚBLICA – Art. 134 da CRFB/88. CONTRATO DE MANDATO – art. 653 a 692, CC O art. 104, CPC faculta ao advogado a prática de atos urgentes em nome da parte sem a apresentação imediata da procuração. Nos termos do art. 105 do CPC, somente a procuração geral para o foro (cláusula ad judicia), conferida por instrumento público ou particular assinado pela parte, habilita o advogado a praticar todos os atos do processo. ATUAÇÃO EM CAUSA PRÓPRIA Quando o advogado atuar em causa própria será desnecessário a procuração. No entanto, os requisitos do instrumento deverão constar na petição inicial ou na contestação (art. 103, parágrafo único e art. 106, I, CPC). SUCESSÃO DOS PROCURADORES (revogação e renúncia do mandato) A sucessão dos procuradores pode ocorrer em razão da renúncia ou da revogação do mandato. Art. 111, CPC - A parte que revogar o mandato outorgado a seu advogado constituirá, no mesmo ato, outro que assuma o patrocínio da causa. Parágrafo único. Não sendo constituído novo procurador no prazo de 15 (quinze) dias, observar-se-á o disposto no art. 76, CPC (irregularidade da representação). Art. 112, CPC - O advogado poderá renunciar ao mandato a qualquer tempo, provando, na forma prevista neste Código, que comunicou a renúncia ao mandante, a fim de que este nomeie sucessor. §1º Durante os 10 (dez) dias seguintes, o advogado continuará a representar o mandante, desde que necessário para lhe evitar prejuízo. §2º Dispensa-se a comunicação referida no caput quando a procuração tiver sido outorgada a vários advogados e a parte continuar representada por outro, apesar da renúncia. EXTINÇÃO DO MANDATO O mandato poderá ser extinto nas hipóteses previstas no art. 682 do CC, ou seja, pela revogação, renúncia, morte ou interdição de uma das partes, bem como pela mudança de estado que inabilite o mandante a conferir os poderes, ou o mandatário para exercê-los. OBS.: No caso de mandato judicial, não se aplica o disposto no inc. IV do art. 682, CC, pois, a procuração outorgada ao advogado não tem prazo de validade. http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11711298/artigo-1-da-lei-n-8906-de-04-de-julho-de-1994 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11711048/artigo-3-da-lei-n-8906-de-04-de-julho-de-1994 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/109252/estatuto-da-advocacia-e-da-oab-lei-8906-94 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/1014783/artigo-133-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art76
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