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searching... METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA AUTORES COLABORADORES Profa. Dra. Lívia Perasol Bedin Graduada em Enfermagem, doutora em Educação pela Universidade de Campinas (Unicamp) e professora do curso de Enfermagem da Faculdade Católica Salesiana do Espírito Santo. Profa. Dra. Thaíse Valentim Madeira É bacharel em Comunicação Social - Jornalismo pelo Centro Universitário do Leste de Minas Gerais - UNILESTEMG (2006) e mestre em Historia Social e Cultural pela Université de Versailles Saint- Quentin-en-Yvelines, França (2008). Possui doutorado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG, e em Ciências da Informação pela Université Paris 3 Sorbonne Nouvelle, França (2014). É pesquisadora do Centro de Convergência de Novas Mídias (CNPq/UFMG) e trabalha com temáticas relacionadas à mediação cultural, dispositivos midiáticos, megaeventos, memória e patrimônio, diversidade cultural, tradições populares, entre outros. Faculdade Católica Salesiana do Espírito Santo Núcleo de Educação a Distância METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA Livro didático Vitória 2015 FACULDADE CATÓLICA SALESIANA DO ESPÍRITO SANTO DIRETOR GERAL Irmão Cledson Martas Rodrigues DIRETOR ADMINISTRATIVO Padre Rogério Calvi DIRETOR EXECUTIVO/ACADÊMICO Jolmar Luis Hawerroth COORDENADORES DE ÁREA Cláudia Câmara – Coordenadora do Núcleo de Desenvolvimento Acadêmico e Comissão Própria de Avaliação Heloisa Ferreira Lopes – Coordenadora Administrativo-Financeira Marisa Marqueze – Coordenadora do Núcleo de Projetos e Processos Organizacionais e do Núcleo de Educação a Distância COORDENADORES DE CURSO Alessandra Rodrigues Garcia dos Santos – Nutrição Alexandre Aranzedo – Psicologia Ana Emilia Brasiliano Thomaz – Engenharia Civil Marcelo Albuquerque Schuster– Sistemas de Informação, Análise e Desenvolvimento de Sistemas e Redes de Computadores Cláudia Câmara – Engenharia de Produção Cláudia Curbani Vieira Manola – Enfermagem Christiane Curi Pereira – Farmácia Danilo Camargo – Ciências Biológicas Elisangela Maria Marchesi – Serviço Social Fábio Venturim – Educação Física João Luiz Coelho de Faria – Fisioterapia Márcia Valéria Gonçalves – Administração Patrício Baionco Mindelo Biaguê– Ciências Contábeis Paulo César Delboni – Filosofia Pedro Canal Filho – Arquitetura e Urbanismo Faculdade Católica Salesiana do Espírito Santo Núcleo de Educação a Distância METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA Livro didático FICHA TÉCNICA Lívia Perasol Bedin e Thaíse Valentim Madeira - Texto Lílian Cristiane Moreira - Revisão Daniel Halim Sahb - Diagramação/Arte Vitória 2015 Catalogação na fonte elaborada pela Biblioteca da Faculdade Católica Salesiana do Espírito Santo Bibliotecária Responsável Janine Silva Figueira CRB6 ES - 429 Faculdade Católica Salesiana do Espírito Santo. Núcleo de Educação a Distância. F143s p. : il. CDU 316 (035) Metodologia de Pesquisa Científica / FCSES, NEAD ; texto de Lívia Perasol Bedin e Thaíse Valentim Madeira ; revisão de Lílian Cristiane Moreira ; diagramação de Daniel Halim Sahb – Vitória : FCSES / NEAD, 2015. 1. Metodologia de Pesquisa Científica / FCSES, NEAD ; texto de – Apostila. 2. Faculdade Católica Salesiana do Espírito Santo. 3. Núcleo de Educação a Distância. 4. Bedin, Lívia. 5. Madeira, Thaíse 6. Moreira, Lilian Cristiane. 7. Sahb, Daniel Halim. SUMÁRIO OBJETIVOS E PLANO DE ESTUDO AULA 1: FAzER CIENTíFICO: CONCEITOS BÁSICOS 1.1 O QUE É CIêNCIa, PESQUISa E METOdOLOGIa? 1.2 FazENdO CIêNCIa E CONSTrUINdO CONHECIMENTO? 1.3 COMO CHEGaMOS à CIêNCIa? 1.4 O QUE É PESQUISa? 1.5 O QUE É METOdOLOGIa? AULA 2: TIPOS DE CONhECIMENTO 2.1 CONHECIMENTO ESPONTâNEO, SENSO COMUM OU CONHECIMENTO EMPírICO 2.2 CONHECIMENTO FILOSóFICO 2.3 CONHECIMENTO rELIGIOSO OU TEOLóGICO 2.4 CONHECIMENTO CIENTíFICO AULA 3: MéTODOS CIENTíFICOS 3.1 INdUçãO E dEdUçãO 3.2 POSITIVISMO 3.3 FENOMENOLOGIa 3.4 dIaLÉTICa REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Na primeira unidade deste livro didático, você vai aprender: • Conceitos básicos de ciência, pesquisa e metodologia – O que você precisa saber sobre o fazer científico, por meio de uma pesquisa orientada pela metodologia. • Quais são os tipo de conhecimento existentes – Você vai conhecer o que é conhecimento e como ele se desenvolve, por meio de quatro correntes: o conhecimento empírico, o filosófico, o tecnológico e o científico. • Correntes filosóficas – Você vai conhecer o método indutivo e dedutivo, e, em seguida, distinguir as três principais abordagens metodológicas que orientaram a construção do pensamento científico. São elas: o positivismo, a dialética e a fenomenologia. O conteúdo da primeira unidade compreende 3 aulas. Faça, ao fim da leitura, um resumo sobre o que você aprendeu em cada aula, destacando os elementos principais de cada uma. Verifique sua aprendizagem anotando nos espaços abaixo os principais tópicos de cada aula. Aula 1: Fazer científico: conceitos básicos ------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------------------------------------------------------------- Aula 2: Tipos de conhecimento ------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------------------------------------------------------------- Aula 3: Métodos científicos ------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------------------------------------------------------------- OBJETIVOS PLANO DE ESTUDO Aula 1 - CONCEITOS BÁSICOS NEAD • CATÓLICA SALESIANA8 AULA 1 - CONCEITOS BÁSICOS Iniciando o assunto 1.1 O qUE é CIÊNCIA, PESqUISA E METODOLOGIA? Esta talvez seja a primeira vez que você tem acesso à metodologia de pesquisa. ainda é muito incipiente o conhecimento sobre o que de fato você poderá produzir como estudo científico. Mas, tenha certeza, você fará, a partir de agora, ciência! Para tanto, será necessário ponderar o que aprendeu ao longo da vida enquanto senso comum e aplicar métodos e técnicas para descoberta de novos conhecimentos. Mas antes de aprender as ferramentas, os métodos, esta é a hora de projetar as ideias. a partir de hoje, tudo aquilo que lhe despertar interesse deve ser considerado. Não deixe guardado no fundo do baú sua fonte de inspiração, pois ela será o estopim para futuras descobertas. durante todo seu percurso como estudante, pense em que profissional você quer se tornar, onde você pretende atuar e quais os conhecimentos necessários para isso. Uma vez com o seu objeto de estudo definido, você terá muitas formas de explorá-lo, criando um trabalho autêntico, legítimo e original. O pesquisador Pedro demo, o qual você vai conhecer ao longo deste livro didático, nos deixa uma dica que é extremamente relevante: “O estudante leva para a vida sobretudo o que produziupelas próprias mãos, não tanto o que apenas escutou” (dEMO, 1985, p.11). Por isso é importante entender a importância de SOLTar a CrIaTIVIdadE. a metodologia é uma ferramenta para a sua criação. Vamos ajudá-lo a pensar de forma metodológica, dentro dos parâmetros científicos. Vamos guiá-lo na descoberta do seu tema de pesquisa, na forma de desenvolvê-lo e apresentá-lo. Tudo para que, no final, você crie sua própria pesquisa, que ajude a conhecer a realidade que nos cerca. Queremos ver a sua produção. Queremos * Abstração = devaneio, Ideia metafísica, teoria demasiado vaga que não pode receber aplicação. dicionário Priberam da Língua Portuguesa, 2008-2013. Fonte: http://www.desafiosdaeducacao.com.br/blog/page/6/ Aula 1 - CONCEITOS BÁSICOS NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 9 ver o corpo final de um trabalho que você desenvolveu e poderá apresentar em qualquer ambiente acadêmico, pois ele foi pensado e produzido com procedimento e rigor científico. Para chegar lá, você precisa entender o que é pesquisa, o que é conhecimento (veja na Aula 2) e o que é a própria ciência, pois este é o fundamento que nos trará da abstração* à montagem de algo que produzimos pelas próprias mãos. 1.2 FAzENDO CIÊNCIA E CONSTRUINDO CONhECIMENTO? No dicionário Priberan da Língua Portuguesa (2008-2013), a palavra Ciência, originada do latin Scientia, é definida como “ramo de conhecimento sistematizado como campo de estudo ou observação e classificação dos fatos atinentes a um determinado grupo de fenômenos e formulação das leis gerais que os regem.” Sendo assim, o fazer científico depende de um procedimento metodológico para se cumprir. Consideramos que há na ciência processualidade, objetividade e empirismo. Isso significa que, por meio de um discurso coerente, consistente, original e objetivo (dEMO, 1981), uma descoberta é feita, um conhecimento é posto em prova, uma verdade é superada. Para ser ciência é preciso, portanto, comprovações reais e palpáveis do que foi testado. Nasce aí a grande diferença entre ciência e conhecimento. Enquanto a primeira busca, incessantemente, por meio de experiências, explicar a realidade, o conhecimento trabalha com análises de questões abstratas e de cunho comportamental, sem necessariamente contribuir para a afirmação de verdades e preditivos e sem demonstrar o que foi observado. Quer entender melhor? Um exemplo: a sociologia é uma ciência, pois busca compreender a dinâmica da vida social, intervindo nos problemas estruturais da sociedade, por meio de pesquisas baseadas na experiência. Já a filosofia trabalha com questões existenciais do ser humano, porém, sem a pretensão de comprovar, empiricamente, algum questionamento. agora, preste a atenção: o conhecimento é parte da ciência, e os dois podem e devem andar juntos. Na aula 2 você vai entender melhor sobre os diversos tipos de CONhECIMENTOS e qual deles pode contribuir ou não com a produção científica. EXERCíCIOS Como você enxerga a ciência no campo de trabalho que você escolheu? Como ela contribuiu para o desenvolvimento da vida social? Fonte: http://blogdoscaloiros.blogs.sapo.pt/ Aula 1 - CONCEITOS BÁSICOS NEAD • CATÓLICA SALESIANA10 DICAS DE REFLEXÃO Você sabia que, assim como a ciência, a poesia e as artes também são consideradas instrumentos de percepção e compreensão da vida humana? Experimente, como os poetas, observar a realidade que o cerca e analisar algum aspecto dela. a observação é o primeiro passo para fazer ciência e construir conhecimento! Se você conseguir perceber o mundo de uma forma só sua, isso se refletirá em um trabalho original. a ciência busca por pesquisadores assim, bem como a poesia, como lembra Manuel de Barros: Por isso, seja nas ciências humanas, ciências sociais, ciências naturais ou ciências exatas, em algum lugar, você, estudante, trabalha com ciência. Embora a definição exata de ciência seja conflituosa e interminável, há um consenso: ela depende de alguém que a construa, e este alguém pode ser você. 1.3 COMO ChEGAMOS à CIÊNCIA? Fonte: http://www.andre-machado.com/2014_05_01_archive.html Fonte: http://www.netmundi.org/pensamentos/2013/07/artigo-como-ciencia-estabelece-e-evolui-seu-processo/ Aula 1 - CONCEITOS BÁSICOS NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 11 * Paradigmas = algo que serve de exemplo geral ou de modelo. = PadrãO dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013. dicionário Priberam linha], 2008-2013. DICA: Buscar a ciência demanda um esforço no encadeamento das ideias. Ter uma boa redação é a qualidade de um bom pesquisador e cientista. Vamos ensiná-lo posteriormente a organizar suas ideias em forma de esquema e de resumo. Isso é um bom começo para a prática discursiva de um trabalho. a busca pela compreensão da realidade e dos fenômenos que nos cercam por meio de uma lógica específica é uma necessidade ancestral. Mas nem sempre as inquietudes humanas foram solucionadas com atitudes científicas. Os homens primitivos, por exemplo, não entendendo as reações físicas da natureza, estavam reféns do acaso e, por não dominarem as variações do meio ambiente, atinham-se ao medo. Outrora, os acontecimentos se tornaram fruto de um mundo religioso, de crenças e superstições. As verdades absolutas provinham de experiências místicas do homem com algum tipo de abstração, e as explicações sobre os fenômenos naturais, eram, na verdade, postulados recebidos, aceitos e compartilhados socialmente. Mas, como isso não bastou, começou-se a procurar lógica nos acontecimentos. as respostas eram buscadas na especulação e posteriormente na comprovação científica, por meio de métodos objetivos e sistemáticos, baseados em observação, descrição e análise. desde então, a ciência passou a interferir na forma como o homem compreende o mundo, como os comportamentos são moldados e os paradigmas* são formados. Para fazer ciência, alguns critérios essenciais devem ser obedecidos. Pedro demo (1981) identifica quatro desses que, segundo ele, são internos à produção do saber científico, dos quais depende a existência da própria ciência. O outro critério, externo à cientificidade, veremos mais adiante. Primeiramente, guarde esses quatro critérios como ferramentas de elaboração de seus futuros trabalhos: Quadro - Critérios internos de cientificidade a) Coerência: significa falta de contradição, argumentação estruturada, corpo não contraditório de enunciados, desdobramentos do tema de forma estruturada, dedução lógica de conclusões. Coerente é o discurso que, estabelecido o ponto de partida, evolui sem entrar em contradição, tanto no sentido de não partir de premissas conflitantes, como no sentido de um corpo intermédio concatenado, amarrado, Astucia: Este tipo de relação do homem com a religião deu origem ao conhecimento teológico, que você verá na Aula 2. Aula 1 - CONCEITOS BÁSICOS NEAD • CATÓLICA SALESIANA12 Na busca pela compreensão do universo, a ciência adota um discurso de autoridade e verdade que orienta o desenvolvimento e o progresso social. Para chegar a esse discurso, foi preciso realizar experimentos que chamamos de pesquisas, que tentam, por meio dos critérios expostos acima, explicar a realidade. Fazer ciência e produzir conhecimento demanda neutralidade do pesquisador, ou seja, isenção de juízos de valor, e quanto mais neutralidade, mais estamos alinhados com o fazer científico. ajustado, como também no sentido de chegar à conclusões congruentes entre si e para as premissas iniciais. b) Consistência: significa a capacidade de resistir a argumentação contrárias; difere da coerência, porque está mais próxima do rigor lógico, enquanto a consistência se liga também à atualidade da argumentação. das obras produzidas em determinado ano, apenas algumas sobrevivem, porque conseguiram resistir ao tempo , construindo para isso não só a capacidade lógica mas também a capacidade para produzir argumentos sustentadospela comunidade científica. c) Originalidade: significa uma produção não tautológica, ou seja, não meramente repetitiva, representando real contribuição ao conhecimento. dito de outra maneira, acentua-se aqui a produção baseada na pesquisa, na descoberta na invenção. d) Objetivação: significa a tentativa de reproduzir a realidade assim como ela é, mas do que como gostaríamos que fosse. Como não aceitamos a possibilidade de um conhecimento objetivo, substituímos o conceito de objetividade pelo de objetivação. Em primeiro lugar interessa a ciência captar a realidade e é por isso que este critério é o mais importante. Embora a coincidência entre a realidade e o que pensamos dela nunca se dê adequadamente de modo cabal*, é o ideal máximo da ciência. Fonte: demo (1981, p.16, grifo nosso). Fonte: http://geografiaetal.blogspot.com.br/2011/09/mafalda-na-geografia.html * Cabal= a que não falta nada. 2. Que é ou está como deve ser. dicionário Priberam da Língua Portuguesa, 2008-2013. . Aula 1 - CONCEITOS BÁSICOS NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 13 a intersubjetividade, que significa a vigência do argumento de autoridade em ciência. Fonte: http://melhorqueontem.com.br/foco-imersao-e-agenda-programada/ Como eu posso fazer a escolha de um objeto de pesquisa e ao mesmo tempo ser neutro quanto à minha escolha? Como posso atingir a objetivação se eu, como sujeito, penso de forma subjetiva? Você deve estar se perguntando: Se você chegou a este raciocínio, ótimo! Porque este é o critério externo de cientificidade apontado por demo (1981, p.17): a intersubjetividade, que significa “a vigência do argumento de autoridade em ciência”. Isso significa que você deve, em teoria, construir o seu ponto de vista dialogando com o pensamento de outros autores que também discursaram sobre aquele assunto. a sua insegurança pode ser sanada pelo histórico de produções científicas elaboradas antes de você. E cer tamente terão várias! Fazer ciência não é fácil, e você estará sempre em busca de respostas aos questionamentos. Você vai perceber que é a nossa percepção da realidade que vai definir o que entendemos por ciência e como podemos produzi-la. ao longo do curso, você deve ir refinando a forma de olhar cientificamente para o seu objeto de pesquisa e se esforçar em redigir um texto de maneira objetiva, com rigor metodológico, na tentativa de provar empiricamente a sua ideia. Para isso, comece a exercitar a partir de agora seu olhar de cientista. Nós vamos ajuda-lo! Observe no quadro abaixo as observações descritas por Demo (1981) sobre as tarefas básicas para se construir ciência: Quadro - Tarefas para se construir ciência. a) Definir os termos com precisão Para não deixar margem à ambiguidade; cada conceito deve ter um conteúdo específico e delimitado; não pode variar durante a análise; embora uma dose de imprecisão seja normal, o ideal é reduzi-la ao máximo possível, produzindo o fenômeno desejável de clareza de exposição. Aula 1 - CONCEITOS BÁSICOS NEAD • CATÓLICA SALESIANA14 b) Descrever e explicar com transparência Não incorrendo em complicações, ou seja, em linguagem hermética, dura, Inteligível; para explicar é mister simplificar, mas é preciso também buscar o meio-termo entre excessiva simplificação e excessiva complicação; c) Distinguir com rigor facetas diversas Não emaranhar termos, clarear superposições possíveis, fugir à mistura de planos da realidade; não cair na confusão, no sentido de confundir uma história com a outra, de obscurecer regiões distintas do mesmo objeto, de trocar termos destacáveis; d) Procurar classificações nítidas Bem sistemáticas, de tal sorte que o objeto apareça recortado, sem perder muito de sua riqueza; e) Impor certa ordem no tratamento do tema de tal modo que seja claro o começo ou o ponto de partida, a constituição do corpo do trabalho e a sequência. acabamos de apontar algumas características importantes sobre a ciência e o fazer científico, as quais serão importantes para você na elaboração de suas pesquisas. Por isso, sempre que for desenvolver um trabalho, por mais simples que seja, pense nessas questões: coerência, consistência, originalidade e objetivação. E quando for escrever um texto, responder uma questão de prova ou fazer uma pesquisa, fique atento à definição, descrição, distinção, classificação e ordem dos temas trabalhados . Também dissemos aqui que o primeiro passo para fazer ciência é a observação. à vezes as pessoas pensam que para fazer ciência é obrigatório ter um elevado grau de conhecimento e ser intelectual com anos de estudos e descobertas. Inclusive, pensam que alguns nascem para ser cientistas! Isso tudo pode ser verdade, claro, mas o mais importante, como dissemos, é ter criatividade para desenvolver algo, e a criatividade já nasce conosco, mas também é algo que desenvolvemos, com bastante interesse, esforço e LEITUra. Selecione cinco temas que são importantes no seu curso, com os quais, certamente, você irá trabalhar ao longo da faculdade. Coloque no papel: as definições deste tema e quais são os autores principais que falam sobre ele. Guarde este exercício, pois ele será útil para as próximas aulas. Sabe como você pode exercitar? Fonte: demo (1985, p. 35). Aula 1 - CONCEITOS BÁSICOS NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 15 Projeto do MIT identifica ‘nerds’ que são ‘reis da gambiarra’ em favelas do Rio Pamella está grávida do segundo filho, tem 24 anos, quer estudar psicologia, e mora em Vigário Geral. Luiz tem 19 anos, está em dúvida entre ser arquiteto ou artista plástico e mora em Realengo. Davi tem 14 anos, ainda vai decidir se quer ser advogado ou enfermeiro e mora em Pilares. Em comum, os três jovens de bairros de periferia do Rio de Janeiro têm a vocação para criar “engenhocas” - ou “gambiarras” - verdadeiras invenções da engenharia doméstica, e participam do primeiro “Gambiarra Favela Tech”. O projeto tenta identificar “nerds” em diferentes comunidades cariocas, colocando-os em contato, estimulando seu potencial criativo e artístico e ensinando conceitos básicos de matemática e física. A iniciativa é do laboratório digital Olabi e da ONG Observatório de Favelas em parceria com a Fundação Ford e o MIT (Massachusetts Institute of Technology). O projeto é uma tentativa de devolver a cultura “maker” às suas origens: as oficinas e garagens onde pequenos “gênios” anônimos desenvolvem soluções para os problemas do cotidiano - usando princípios de elétrica, eletrônica e informática, com uma boa dose de criatividade. Para serem selecionados, todos tiveram de provar alguma habilidade. Há os que montam e desmontam computadores, criam sistemas de iluminação com extensões improvisadas, consertam ventiladores, desenvolvem adaptadores para tomadas, montam pequenos geradores e até lidam com softwares de código aberto. Luiz, Davi e Pamella se preparam para produzir suas invenções no Gambiarra Favela Tech, no Complexo da Maré. Vamos ilustrar uma situação bem simples, de alguns jovens de periferia que investiram em criatividade e agora colhem os resultados. Esperamos que você também se inspire para fazer ciência! Você consegue imaginar um exemplo de como o fazer científico pode ser interessante? Aula 1 - CONCEITOS BÁSICOS NEAD • CATÓLICA SALESIANA16 Fonte: Jefferson Puff - BBC Brasil no rio de Janeiro. disponível em: http://www.bbc.com/portuguese/ noticias/2015/07/150727_mit_nerds_rio_pai_jp Fonte: http://loungeempreendedor.blogspot.com.br/2011/02/pesquisa-de- mercado.html *Acepções= Sentido em que se toma uma palavra; interpretação, significado dicionário Priberam da Língua Portuguesa, 2008-2013. . interpretação, significado dicionário Priberam da Ricardo Palmieri, artista digital e especialista em interfaces interativas que trabalha há dez anos com oficinas nos campos da robótica, eletrônica e audiovisual, explica que o termo “maker” é a forma atual para descrever os improvisos criados ao redordo mundo, seja em badalados laboratórios de inovação, comunidades de países em desenvolvimento ou na boa e velha garagem de um avô “professor Pardal”, que “todo mundo tem ou conhece alguém que tenha”. Ao ministrar as duas semanas de oficinas para Pamella, Luiz, Davi e outros nove colegas num galpão no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio, Palmieri trabalha com três objetivos básicos: estimular a originalidade nas soluções, aproximá-los da física e da matemática e romper com preconceitos contra os materiais recicláveis, buscando peças em locais diversos que vão desde a rua até um lixão ou um ferro-velho. “Alguns vêm de uma situação social mais vulnerável, outros nem tanto, mas todos são moradores de favela ou periferia. É interessante ver como muitos deles dizem ser chamados de ‘malucos’ por pegarem coisas do lixo para montarem suas traquitanas, mas aos poucos vão dando um valor de engenharia e arte a isso, aumentando a autoestima e vendo que podem chegar a resultados surpreendentes”, conta. 1.4 O qUE é PESqUISA? a partir de agora, algumas palavras vão nortear os estudos de metodologia da pesquisa. Essas palavras funcionam para organizar suas ideias de forma clara. Estamos falando de procedimentos, etapas, métodos, construções, entre outros. antônio Carlos Gil define pesquisa como: “Procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar repostas aos problemas que são propostos. A pesquisa desenvolve-se por um processo constituído de várias fases, desde a formulação do problema até a apresentação dos resultados” (GIL, 2010, p. 17). Existem várias acepções* sobre o que é pesquisa, mas podemos definir, em linhas gerais, que pesquisa é um estudo que pretente definir ou esclarecer uma questão. a pesquisa é considerada uma atividade que cumpre o objetivo da ciência, que é desvendar a realidade. Aula 1 - CONCEITOS BÁSICOS NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 17 De acordo com Demo (1985, p. 23), “partimos do pressuposto de que a realidade não se desvenda na superfície. Não é o que aparenta à primeira vista. Ademais, nossos esquemas explicativos nunca esgotam a realidade, porque esta é mais exuberante que aqueles”. Sendo assim, cada pesquisa cumpre a exaustiva tarefa de buscar a realidade, sem nunca alcançá-la na sua integralidade e complexidade. Para realização de uma pesquisa, é necessário organizar os conhecimentos disponíveis e os procedimentos adotados. Estes, por sua vez, nunca são realizados em uma única vez. Existem etapas de pesquisa que vão desde a escolha do tema aos resultados e considerações finais. Também existem diversas maneiras de distinguir uma pesquisa. Veremos nos próximos capítulos mais especificamente como elas se diferem quanto à abordagem, quanto à natureza, quanto aos objetivos e quanto aos procedimentos. antônio Carlos Gil (1987, 1989, 1991, 2002) as classifica em dois grandes grupos: aquelas de ordem intelectual e aquelas de ordem prática. “As primeiras decorrem do desejo de conhecer pela própria satisfação de conhecer. as últimas decorrem do desejo de conhecer com vistas a fazer algo de maneira mais eficiente ou eficaz” (GIL, 2002, p. 17). partimos do pressuposto de que a realidade não se desvenda na superfície. Não é o que aparenta à primeira vista. Ademais, nossos esquemas explicativos nunca esgotam a realidade, porque esta é mais exuberante que aqueles PROCEDIMENTO E MÉTODOS HIPÓTESES PROBLEMA FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA TEMA Aula 1 - CONCEITOS BÁSICOS NEAD • CATÓLICA SALESIANA18 Pedro demo (1987), por sua vez, apresenta quatro tipos básicos de pesquisa: as pesquisas teóricas, as metodológicas, as empíricas e as práticas. apresentaremos estes quatro modelos para que você comece a pensar, de antemão, qual viés você irá adotar para suas próximas pesquisas. Na pesquisa teórica você reúne os quadros teóricos de referência do tema que escolheu. Isso significa dominar os temas propostos anteriormente, por meio da leitura e compreensão dos clássicos que trabalharam aquele assunto. “Eles trazem a acumulação já feita de conhecimento, as polêmicas vigentes, a cristalização de certas práticas de investigação, o ambiente atual da discussão em torno do assunto, e assim por diante” ( dEMO, 1987, p. 23). a pesquisa metodológica está ligada aos instrumentos de captação da realidade. aqui começa, efetivamente, o uso dos métodos de pesquisa, ou seja, a forma como você vai proceder na realização do trabalho, etapa por etapa. Neste tipo de pesquisa é essencial que você estabeleça um PrOCESSO de construção. Este processo fará com que seu objeto de pesquisa evolua gradativamente, e você amadureça seu ponto de vista enquanto pesquisador. Quando dissemos que a ciência possui processualidade, e a isto que estamos nos referindo: à construção que você irá realizar a fim de desvendar algum aspecto da realidade, o processo através do qual você acumulou conhecimentos que lhe permitem ser um pesquisador. Em relação à pesquisa empírica, podemos dizer que é nela que o ideal de ciência se evidencia. Na pesquisa empírica estamos frente aos fenômenos estudados, podemos observá-los e fazer experiências com eles. Neste tipo de pesquisa encontramos a teoria refletida no objeto de estudo, você percebe as nuances entre uma reflexão generalizante e aquela que, concentrada em uma situação, reflete questões mais amplas. quatro tipos básicos de pesquisa: as pesquisas teóricas, as metodológicas, as empíricas e as práticas. Todas as pesquisas passam por essa fase de leitura de uma vasta bibliografia, seja de livros, artigos, ensaios, teses ou dissertações. O pesquisador demonstra conhecimento do tema, apenas pela releitura e reflexão sobre o mesmo. que tal você começar a pesquisar sobre um tema de seu interesse? Construa a partir de agora o seu referencial teórico. Fonte: http://www.7boats.com/tips-to-choose-best-wordpress-video-themes/ Aula 1 - CONCEITOS BÁSICOS NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 19 a pesquisa empírica é diferenciada, por Pedro demo (1985) da pesquisa prática. as duas preveem a aplicação, em campo, das teorias estudadas. Porém, a pesquisa prática tem o objetivo central de provar a teoria e, por vezes, até desmistificar sua veracidade. Frequentemente dizemos que na prática a teoria é outra. Isso não quer somente dizer que pode sempre haver dissonância entre os dois níveis, mas principalmente que um não se faz sem o outro. Nada melhor para a teoria do que uma boa prática e vice-versa. Os extremos também são indesejáveis, a saber o teoricismo, que acaba sendo uma fuga da realidade, ou o ativismo que não se contextualiza teoricamente. (DEMO, 1985, p. 26) Os limites entre uma pesquisa e outra são esvaecidos*, o que significa que você poder fazer um levantamento teórico, metodológico e, quem sabe, empírico e prático ao mesmo tempo. O que vai dizer qual caminho seguir é sua percepção e sensibilidade de pesquisador que, ao olhar para o objeto de estudo, estabelece uma construção metodológica específica para explorá-lo. Insistimos mais uma vez que o primeiro passo para fazer ciência, construir uma pesquisa, é a criatividade. O autor antônio Gil acrescentou à criatividade e definiu outras característica intrínsecas** ao pesquisador: Quadro - De que depende o êxito de uma pesquisa a) Conhecimento do assunto a ser pesquisado; b) Curiosidade; c) Criatividade; d) Integridade intelectual; e) Atitude autocorretiva; f) Sensibilidade social; g) Imaginação disciplinada; h) Perseverança e paciência; i) Confiança na experiência. Vamos entender o que são esses métodos e o que é a metodologia de pesquisa? Lembramos que habilidades criativas compõem o primeiro passo para desenvolver um trabalho interessante e contemplado. Porém, sem os métodos bem definidos e aplicados, seu trabalho não possuirá cientificidade. * Es·va·e·ci·do - adjetivo. Que se esvaeceu; desfeito; dissipado; enfraquecido; desanimado.** Intrínseca - íntimo. 2. Que se passa no interior. dicionário Priberam da Língua Portuguesa, 2008-2013. Fonte: Gil, 2002, p. 18. Aula 1 - CONCEITOS BÁSICOS NEAD • CATÓLICA SALESIANA20 1.5 O qUE é METODOLOGIA Podemos dizer, em linhas gerais, que metodologia é o processo através do qual se estuda, ou se discursa sobre algo. “A palavra metodologia vem do grego meta que significa ao largo [ao longo de]; odos; [hodós], caminho [via]; logos, discurso, estudo.” (BarrOS; LEHFELd, 2007, p.1). a metodologia compreende o estudo dos vários métodos existentes, aplicados em diferentes tipos de pesquisa. Que fique clara, neste momento, a diferença entre metodologia e método. a metodologia estabelece e analisa a aplicação dos métodos, enquanto estes últimos são as próprias ferramentas, processos e fases que se aplicam a cada pesquisa. O que vamos trabalhar neste livro didático é a metodologia da pesquisa científica, ou seja, vamos conhecer e investigar sobre os diversos processos de elaboração de uma pesquisa científica. Veja no quadro a seguir a diferença entre os diferentes termos: Quadro - Entre outras previsões, a Constituição de 1988 proíbe a tortura e o tratamento desumano ou degradante, além de estabelecer a tortura como crime inafiançável e insuscetível de graça ou anistia; institui a liberdade de manifestação do pensamento, de consciência e crença; a inviolabilidade da intimidade, da casa e o sigilo da correspondência; o direito de propriedade subordinado à função social; o acesso à justiça; a proibição do racismo e sua prática como crime inafiançável e imprescritível; a proibição da pena de morte (salvo em caso de guerra declarada); o direito a ampla defesa e a proibição de prisões arbitrárias. 2.6 DIREITOS hUMANOS NA CONTEMPORANEIDADE Embora os direitos humanos se afirmem universais, interdependentes e indivisíveis, constatamos, na realidade, em especial na brasileira, limites estruturais para sua consolidação. Metodologia é o processo através do qual se es- tuda, ou se discursa sobre algo. Diferença entre Ciência, metodologia, métodos Fonte: : Barros e Lehfeld (2000, p. 3 apud GONçaLVES, 2005, p. 23). Fonte: http://corporate.canaltech.com.br/noticia/ educacao/Intel-e-FaPESP-dao-inicio-a-segunda-rodada- de-edital-para-pesquisa-cientifica/ Aula 1 - CONCEITOS BÁSICOS NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 21 Uma boa meto- dologia “promove o espírito crítico, capaz de realizar a auto-consciência do trajeto feito e por fazer. Delimita sua criatividade e sua potencialidade no espaço de tra- balho. a metodologia da pesquisa é uma disciplina que vai nortear todas as suas produções acadêmicas a partir deste momento. Nos trabalhos a serem realizados em outras disciplinas, você deve ficar atento aos procedimentos utilizados nas pesquisas, pois será a aplicação dos métodos escolhidos que vai garantir a legitimidade do seu trabalho (BarrO; LEHFELd, 2007) Na Metodologia da Pesquisa, cada escolha deve ser justificada. Se você optou por realizar sua pesquisa utilizando um tipo de método, você deve explicar o motivo que o levou a esta escolha. Assim, você estará usando a metodologia da pesquisa, pois refletirá sobre a construção do seu pensamento através da aplicação de um método. É simples: você tem em mãos o conhecimento e as ferramentas para construir uma casa (método). Mas sem um projeto (metodologia), sem refletir sobre as etapas de construção do seu objeto final, sem as normas da construção da casa, é possível que seus planos não se cumpram. alguém pode dizer que seu trabalho está sem estrutura, que não é válido ou legítimo. Pedro demo chama metodologia de “preocupação instrumental” isso porque, através da disciplina Metodologia de Pesquisa, o pesquisador “cuida dos procedimentos, das ferramentas, dos caminhos” os quais ele vai seguir ao longo do trabalho (dEMO, 1985, p. 19). Entretanto, o demo alerta que a metodologia não é apenas a superposição de etapas a serem seguidas. A reflexão e a crítica devem estar presentes em todo o processo. Uma boa metodologia “promove o espírito crítico, capaz de realizar a auto-consciência do trajeto feito e por fazer. delimita sua criatividade e sua potencialidade no espaço de trabalho” (dEMO, 1985, p.19). Quando fazemos pesquisa, nem sempre partimos de um ponto previsível e chegamos a outro. ao contrário, ao longo do caminho, podemos nos deparar com novas variáveis que transformam completamente a hipótese que acreditávamos ser verdadeira. Neste processo, a metodologia é essencial, pois é ela que nos levará às novas respostas e novas descobertas, apoiadas em procedimentos verificáveis e infalíveis. de acordo com deslandes (2007, p. 44), a metodologia da pesquisa pode ser definida de forma mais abrangente, compreendendo vários outros aspectos além da análise dos métodos. Metodologia também é explicada: Fonte: http://prpaulogiovane.blogspot.com.br/2012/12/o-legado-que- vamos-deixar_14.html Aula 1 - CONCEITOS BÁSICOS NEAD • CATÓLICA SALESIANA22 a) como a discussão epistemológica sobre o “caminho do pensamento” que o tema ou o objeto de investigação requer; b) como a apresentação adequada e justificada dos métodos, técnicas e dos instrumentos operativos que devem ser utilizados para as buscas relativas às indagações da investigação; c) e como a “criatividade do pesquisador”, ou seja, a sua marca pessoal e específica na forma de articular teoria, métodos, achados experimentais, observacionais ou de qualquer outro tipo específico de resposta às indagações específicas. Retomando o exemplo anterior, você pode projetar uma casa da forma como bem entender, respeitando os princípios da construção civil (métodos, aBNT) . Nesta casa, você pode aplicar ousadia e criatividade, ou pode fazer uma casa popular. depende de como você vai construir o seu projeto, a sua metodologia. Podemos perceber, portanto, que a metodologia não se resume à aplicação de métodos, fórmulas ou técnicas de pesquisa. Muito além disso, a metodologia é algo que você constrói, de acordo com seus objetivos. Você ainda não sabe o que é ABNT? Agora já está na hora de consultar o “Guia de elaboração e normalização de trabalhos acadêmicos e de pesquisa” (2013), que está disponível no ambiente vir tual e no site da Católica <http://www.catolica-es.edu.br/publicacao/guia_de_ normalizacao>. Construir ciência é em parte o cultivo de uma atitude típica diante da realidade, da atitude de dúvida, de crítica, de indagação, rodeada de cuidado para não sermos ingênuos, crédulos, apressados. Tudo isso é questão metodológica. Perseguir tais caminhos pode ser devaneio digressivo, especulação desenfreada; mas pode ser condição fundamental para desabrocharmos nossa opção teórica e prática diante da ciência. (DEMO, 1987, p. 25). Usando o guia vamos aprender sobre citação direta curta e longa. Capítulo 3 Esta é uma citação direta longa. MÉTODOS DE PESQUISA
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