Buscar

EnfPedNeo-U3

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

© Enfermagem Pediátrica e Neonatal Claretiano - Centro Universitário | 46 
 
 
 
UNIDADE 3 
CUIDADOS DE ENFERMAGEM À CRIANÇA EM SITUAÇÕES DE RISCO 
E VULNERABILIDADE SOCIAL 
 
 
 
 
 
 
Objetivos 
• Identificar necessidades de saúde da criança, adolescente, família e comunidade, desenvolvendo conhecimento 
técnico-científico para ações de promoção e educação em saúde e prevenção, tratamento e reabilitação de agra-
vos. 
• Desenvolver e avaliar ações de enfermagem de caráter individual e coletivo voltadas para a promoção da saúde, 
prevenção e tratamento de agravos, inseridos em seu contexto social e familiar, compreendendo a enfermagem 
como parte do trabalho em saúde e pautando-se em princípios éticos, legais, científicos e de humanização. 
Conteúdos 
• Vulnerabilidade Social e situações de risco na Infância e Adolescência. 
• Violências na infância e adolescência – o cuidado em rede; a prevenção de violências e a promoção da cultura de 
paz. 
• Prevenção de acidentes na infância e na adolescência; 
• Definição do papel do enfermeiro e da equipe de saúde na rede de saúde. 
Orientações para o estudo da unidade 
Antes de iniciar o estudo desta unidade, leia as orientações a seguir: 
1) Não se limite ao conteúdo deste Caderno de Referência de Conteúdo; busque outras informações em referências 
bibliográficas, apresentadas ao final de cada unidade. Lembre-se de que, na modalidade EaD, o engajamento 
pessoal é um fator determinante para o seu crescimento intelectual e prática profissional. 
2) Não deixe de recorrer aos materiais complementares descritos no Conteúdo Digital Integrador. 
 
UNIDADE 3 – Cuidados de Enfermagem à Criança em Situações de Risco 
 
 
© Enfermagem Pediátrica e Neonatal Claretiano - Centro Universitário | 47 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
Mudanças significativas ocorreram nos perfis epidemiológicos e sanitário da população infan-
to-juvenil de maneira que os acidentes, violência, situações de risco, marginalização se apresentam 
atualmente como a primeira causa de morte entre crianças com idade acima de um ano e adoles-
centes. 
Em 1989, uma mobilização internacional em defesa da criança e do adolescente impulsionou a 
elaboração da Declaração dos Direitos da Criança na Assembleia da Organização das Nações Unidas 
(ONU). O reflexo dessa mobilização desencadeou no Brasil a criação do Estatuto da Criança e do 
Adolescente (ECA), Lei n.º 8069, de 13/06/1989, a qual está fundamentado na doutrina da proteção 
integral, que reconhece as crianças e os adolescentes como sujeitos de direito e pessoas em condi-
ções peculiares de desenvolvimento, cuja proteção e cujos direitos devem ser efetivados pelas polí-
ticas sociais. 
Em 2015, a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança (PNAISC) ressalta o desa-
fio de garantir acesso às ações e serviços de saúde às crianças de grupos populacionais em situação 
de vulnerabilidade, tais como as crianças com deficiências, indígenas, negras, quilombolas, residen-
tes nas águas e nas florestas e crianças em situação de rua e de violência. A PNAISC tem como obje-
tivo promover e proteger a saúde da criança e também com especial atenção às populações de mai-
or vulnerabilidade. 
A vulnerabilidade social pode ser compreendida como exposição a riscos de diferentes nature-
zas, como econômicos, culturais ou sociais. Crianças, adolescentes e famílias em contexto de vulne-
rabilidade social geram relações passivas e dependentes, com a autoestima consideravelmente 
comprometida. Desde da infância, o indivíduo percebe a si mesmo como inferior, incapaz, desvalori-
zado, sem o mínimo reconhecimento de seu próprio potencial como ser humano. 
Todas estas questões devem ser consideradas na atenção à saúde da criança e adolescente 
que vivem em contexto de vulnerabilidade, uma vez que influencia fortemente sobre o comporta-
mento das famílias e da comunidade em estão inseridos. Nesse sentido, a PNAISC apresenta ações 
estratégicas para as questões de vulnerabilidade na infância, as duas principais são: 
• Atenção integral à criança em situação de violências, prevenção de acidentes e promo-
ção da cultura de paz; 
• Atenção à saúde de crianças com deficiência ou em situações específicas e de vulnera-
bilidade. 
Nesse sentido, o enfermeiro tem um papel estratégico na equipe de saúde, o que lhe permite 
promover elos entre hospitais, escolas e serviços de saúde comunitários, diminuindo as limitações 
de cuidados em situações de risco e vulnerabilidade social na infância. Demanda-se um posiciona-
mento ético, de maneira que conheça e se atualize das pesquisas que tem contribuído para o tema, 
políticas públicas, programas e instrumentos disponibilizados pelo Ministério da Saúde. Entre eles 
pode-se citar: Diretrizes para atenção integral a saúde de crianças e adolescentes em situação de 
trabalho infantil (2005); Linha de cuidado para atenção integral a saúde de crianças, adolescentes e 
suas famílias em situação de violência (2010); Protocolo nacional para proteção integral de crianças 
e adolescentes em situação de risco e desastre (2013); Política Nacional de Saúde Integral das Popu-
lações do Campo e da Floresta (2013). 
Além disso, busca-se na atenção de cuidado em saúde a cultura de paz e dos direitos humanos 
consiste em criar oportunidades de convivência, de solidariedade, de respeito à vida e de fortaleci-
UNIDADE 3 – Cuidados de Enfermagem à Criança em Situações de Risco 
 
 
© Enfermagem Pediátrica e Neonatal Claretiano - Centro Universitário | 48 
 
 
 
mento de vínculos, desenvolvendo tecnologias sociais que favoreçam a mediação de conflitos diante 
de situações de tensão social, garantindo os direitos humanos e as liberdades fundamentais, redu-
zindo as violências e construindo práticas solidárias e da cultura de paz. 
 Desse modo, a intervenção do enfermeiro nestes contextos precisa ser empática, capaz de 
escutar o que a criança, adolescente e sua família tem a dizer. Essa escuta precisa ser centrada na 
criança, ou seja, o enfermeiro deve ser capaz de apreender o significado da experiência do contexto 
social e ambiente, na ótica da criança e adolescente. O procedimento essencial da assistência é a 
capacidade do profissional de enfermagem de estabelecer relação de ajuda, de ser capaz de perce-
ber e comunicar, com sensibilidade, os sentimentos dela e os significados desses sentimentos. Para 
isso, é necessário despojamento de seus valores para compreender a visão da criança. 
Portanto, é importante que você observe como são construídos os conceitos, pois eles serão 
fundamentais ao longo de nosso estudo. 
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA 
O Conteúdo Básico de Referência apresenta, de forma sucinta, os temas abordados nesta uni-
dade. Para sua compreensão integral, é necessário o aprofundamento pelo estudo sobre os cuida-
dos de enfermagem à criança em situações de risco e vulnerabilidade social. 
2. 1. SITUAÇÕES DE RISCO E VIOLÊNCIA NA INFÂNCIA 
No atendimento a crianças e adolescentes em situação de risco, tão importante como conhe-
cer as fases do desenvolvimento infantil, visando à adaptação do atendimento a cada faixa etária, é 
ter em mente os condicionantes socioeconômicos para seu comportamento. 
Situação de risco refere-se ao desrespeito aos direitos à vida, saúde, alimentação, lazer, cultu-
ra, dignidade, e convivência comunitária, os quais são assegurados pelas leis e órgãos jurídicos para 
a criança brasileira. Dentre as situações de risco na infância e adolescência, pode citar as situações 
de abandono e negligência; maus-tratos na família; trabalho abusivo e explorador; uso e tráfico de 
drogas; abusos; violência. 
A violência é compreendida como o uso intencional daforça ou do poder físico, real ou em 
ameaça, contra uma pessoa, grupo ou comunidade, que resulte ou tenha grande possibilidade de 
resultar em injúria, morte, dano psicológico, privação ou alteração de desenvolvimento. Milhares de 
pessoas no mundo são vítimas de violências não fatais e dentre estas sofrem violências cotidiana-
mente em silêncio, sendo as principais populações as crianças, adolescentes, mulheres e idosos. 
No mundo, cerca de 227 crianças e adolescentes, de 0 a 19 anos segundo a OMS, morrem dia-
riamente como resultado de violência interpessoal e as violências não fatais apresentam difícil pre-
cisão epidemiológica. No Brasil, a violência está como uma das principais causas de mortalidade em 
crianças maiores de um ano e adolescentes. Geralmente, esta violência ocorre em um espaço domi-
ciliar de relações de confiança, responsabilidade ou poder. 
A violência contra crianças e adolescentes, devido as peculiaridades dos estágios de cresci-
mento e desenvolvimento, conduz a graves alterações cerebrais que aumentam o risco de proble-
mas mentais, físicos e de comportamento na fase adulta. Desse modo, no processo de construção 
da identidade, a criança e o adolescente constroem sua autoimagem, valores, pensamentos, senti-
mentos e opiniões, o que os diferenciam-se dos outros. As mudanças físicas que ocorrem no decor-
UNIDADE 3 – Cuidados de Enfermagem à Criança em Situações de Risco 
 
 
© Enfermagem Pediátrica e Neonatal Claretiano - Centro Universitário | 49 
 
 
 
rer do seu desenvolvimento também exercem influência sobre sua autoimagem e em como os ou-
tros os percebem. 
Ressalta-se que ser vítima de violência na infância pode acarretar o risco deste indivíduo se 
tornar uma vítima ou perpetradora de outras formas de violência na adolescência e fase adulta. 
Nesse sentido, o enfermeiro utiliza principalmente a comunicação terapêutica para identificar e ava-
liar os potenciais riscos, situações de vulnerabilidade e violência, os sentimentos predominantes, o 
suporte familiar e auxiliar a criança a identificar seus medos, fragilidades entre outros. Esse recurso 
permite elaborar soluções adaptadas ao sistema de apoio familiar, comunitário e social. 
 O enfermeiro pode implementar intervenções destinadas a identificar, prevenir, reduzir e 
controlar as questões de riscos, exclusão e vulnerabilidade social. Dentre as principais condutas de 
enfermagem, pode-se citar: mapear famílias com risco potencial para violência ou crises circunstan-
ciais; coletar informações junto à criança e adolescente e sua família durante a admissão e exame 
físico; identificar as necessidades de intervenção e estabelecer prioridades; avaliar o risco de inci-
dência de questões de exclusão e vulnerabilidade social e tomar medidas de proteção; avaliar se a 
situação de risco está relacionada a determinantes sociais; relacionar sinais, sintomas e evidencias 
que indiquem a ocorrência de violência física ou psicológica; notificar serviços de proteção infantil 
em casos de suspeita ou confirmação de maus-tratos; articular parcerias com serviços de saúde es-
pecializados; interagir com os serviços públicos da comunidade (Conselho Tutelar, Escolas, Igreja 
entre outros); e conduzir programas educativos na comunidade. 
 A assistência de enfermagem implica planejamento terapêutico personalizado, priorizando-
se questões de ordem afetiva. O enfermeiro precisa centrar esforços na superação da condição de 
opressão em que se encontra a criança e adolescente. O exercício profissional consiste também em 
um exercício da cidadania quando se assume um posicionamento ativo em prol daqueles que so-
frem. O ato de cuidar pode consistir em uma ação profissional e em um ato humanístico e patriótico 
se o enfermeiro ampliar seu conceito. Segundo Leonardo Boff: “Cuidar é mais que um ato; é uma 
atitude.” 
2. 2. VULNERABILIDADE SOCIAL, INFÂNCIA E A REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE 
A estratégia organizacional dos serviços e profissionais de saúde em rede busca a ampliação 
da resolubilidade, equidade e a integralidade da atenção. O setor saúde, um dos espaços significati-
vos para se identificar indivíduos em situação de vulnerabilidade e risco, tem papel fundamental na 
definição e articulação dos serviços e instituições. Essa abordagem envolve dois campos de atuação, 
um da saúde (intrassetorial) e outro fora deste setor (intersetorial). 
A Rede Intrassetorial é constituída pelos Serviços de Atenção Básica, Núcleos de Apoio à Saúde 
da Família, Núcleos de Prevenção e Promoção à Saúde, Serviços de Atenção Especializada de Saúde 
Mental e Hospitais (Municipais, Estaduais e Federais). Já a Rede Intersetorial engloba todos os de-
mais órgãos e instituições envolvidos com a temática: Assistência Social, Sistemas de Justiça, Segu-
rança Pública, Ministério Público, Defensoria Pública, Varas da Infância e Juventude, Conselho Tute-
lar, Conselhos de Direitos e as entidades da sociedade civil existentes no território. 
Nesse contexto, o enfermeiro deve atuar junto aos demais profissionais da rede de atenção à 
saúde. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que as redes de atenção à saúde contêm 
seis modalidades de integração: um conjunto amplo de intervenções preventivas e curativas para 
uma população; os espaços de integração de vários serviços; a atenção à saúde contínua; a integra-
ção vertical de diferentes níveis de atenção; a vinculação entre a formulação da política de saúde e a 
UNIDADE 3 – Cuidados de Enfermagem à Criança em Situações de Risco 
 
 
© Enfermagem Pediátrica e Neonatal Claretiano - Centro Universitário | 50 
 
 
 
gestão; e o trabalho intersetorial. A partir dessas modalidades produz uma conceituação de serviços 
integrados de saúde como 
a gestão e a oferta de serviços de saúde de forma a que as pessoas recebam um contínuo de serviços pre-
ventivos e curativos, de acordo com as suas necessidades, ao longo do tempo e por meio de diferentes níveis 
de atenção à saúde. 
Em 2011, estabeleceu-se o Decreto nº 7.508, de 28 de junho de 2011, que regulamenta arti-
gos da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Consta no art. 7º que “As Redes de Atenção à Saú-
de estarão compreendidas no âmbito de uma Região de Saúde, ou de várias delas, em consonância 
com diretrizes pactuadas nas comissões intergestores”; no art. 30 que “As comissões intergestores 
pactuarão a organização e o funcionamento das ações e serviços de saúde integrados em redes de 
Atenção à Saúde”. 
Nesse sentido, torna-se essencial o estabelecimento de vínculos formalizados entre os diver-
sos setores de saúde de modo a configurar uma rede integrada de atenção às crianças, adolescentes 
e suas famílias em situação de risco e vulnerabilidade social. O trabalho em rede se organiza de mo-
do a prezar pela autonomia dos setores envolvidos, dinamismo no fluxo de trabalho e das informa-
ções, multi liderança e descentralização. 
 As redes temáticas tratam-se de um tema de atuação das entidades e indivíduos participan-
tes, seja genérica ou específica. O tema aqui abordado – vulnerabilidade social e infância – apresen-
ta um trabalho em rede de forma articulada, a partir do referencial na Portaria nº 4.279, de 30 de 
dezembro de 2010, foram discutidas as seguintes temáticas das Redes de Atenção à Saúde: 
1) Rede Cegonha. 
2) Rede de Atenção às Urgências e Emergências (RUE). 
3) Rede de Atenção Psicossocial (Raps). 
4) Rede de Cuidado à Pessoa com Deficiência. 
5) Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas. 
Dentre as quais destaca-se para infância, cada rede temática é formada por componentes es-
pecíficos, sendo: 
• Rede Cegonha: pré-natal; parto e nascimento; puerpério e Atenção Integral à Saúde da 
Criança; sistema logístico: transporte sanitário e regulação. 
Nesse contexto, busca-se articulação e intensificaçãode ações para inclusão de crianças com 
deficiências, indígenas, negras, quilombolas, do campo, das águas e da floresta, e crianças em situa-
ção de rua, entre outras, nas redes temáticas. Portanto, o trabalho do enfermeiro em rede de saúde 
abrange o acolhimento da criança em situação de vulnerabilidade social e a proximidade e a vincu-
lação significativas com as famílias tornam possíveis as ações de promoção da saúde, prevenção de 
agravos, tratamento e recuperação da saúde, de forma integral e ao longo do tempo. Cabe aos pro-
fissionais de saúde conhecer e compreender a estrutura e a dinâmica familiar para identificar as 
reais necessidades, reconhecer barreiras e contribuir para um cuidado à saúde de todos seus mem-
bros. 
Antes de realizar as questões autoavalitivas propostas no Tópico 4, você deve fazer as leituras 
propostas no Tópico 3. 1. para compreender como a prevenção de acidentes na infância. 
 
 
 
UNIDADE 3 – Cuidados de Enfermagem à Criança em Situações de Risco 
 
 
© Enfermagem Pediátrica e Neonatal Claretiano - Centro Universitário | 51 
 
 
 
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR 
O Conteúdo Digital Integrador representa uma condição necessária e indispensável para você 
compreender integralmente os conteúdos apresentados nesta unidade. 
3. 1. PREVENÇÃO DE ACIDENTES NA INFÂNCIA E NA ADOLESCÊNCIA 
O trauma é a principal causa de morte em crianças e adultos jovens, e um dos maiores pro-
blemas de saúde pública mundial. Segundo a Organização Mundial de Saúde e o Ministério da Saú-
de, os acidentes são lesões não intencionais identificadas como atropelamento, afogamento, obs-
trução de vias aéreas (sufocação, estrangulamento e engasgamento), envenenamento e intoxicação, 
queimaduras e choques elétricos, acidentes com armas de fogo e outros. Estes ocorrem principal-
mente na faixa etária até nove anos. 
A cada etapa do crescimento e desenvolvimento a criança está exposta a lesões não intencio-
nais. Destaca-se que as injúrias não-intencionais são causas de morbimortalidade em todo o mundo, 
em especial na infância, acredita-se que podem ser previsíveis e evitáveis através de medidas edu-
cativas e preventivas. No Brasil, representam a principal causa de morte de crianças de um a 14 
anos e 140 mil são hospitalizadas anualmente, tornando-se uma séria questão de saúde pública. 
Nesse contexto, as quedas representam a principal causa de internação na população pediá-
trica. Entre lactentes, as injúrias mais comuns são a asfixia por sufocação e aspiração por leite, talco 
ou brinquedo além das quedas e contusões, que aumentam com o início do desenvolvimento da 
marcha e queimaduras ou escaldaduras provocadas por terceiros. O engasgo ou obstrução das vias 
aéreas é a primeira causa de morte de crianças de até 1 ano, a ocorrência de asfixia por natureza 
alimentar representa 70% deste tipo de acidente, assim pais e profissionais de saúde precisam aten-
tar para o reconhecimento dos potenciais riscos para a ocorrência destes acidentes. 
O pré-escolar ainda não têm a capacidade de reconhecer os riscos para a ocorrência de injú-
rias, com isto não adotam medidas de segurança. As injúrias nesta fase estão relacionadas as que-
das de lugares altos, traumas variados, lacerações, afogamentos, queimaduras, intoxicações e atro-
pelamentos. As quedas ocupam lugar de destaque nas estatísticas sendo a principal causa de inter-
nação por acidentes. 
Em escolares as capacidades motoras estão além do seu julgamento crítico, desse modo as in-
júrias que predominam são os acidentes de transito, lesões derivadas de agressão entre crianças, 
impacto contra objetos e outras pessoas. Já os traumatismos diversos distribuem-se em todas as 
faixas etárias, mas há uma progressão maior de número após os 11 anos de idade. Ressalta-se como 
causa de hospitalização e até óbito, os acidentes por submersão na faixa etária de 10 a 14 anos. Já 
em relação aos adolescentes, estes estão em busca de novas referências e experiências, o que pode 
implicar atitudes de risco e exposição às causas externas – acidentes e violências. 
Portanto, todos esses eventos adversos domésticos estão na vida da criança e adolescente, ca-
racterizados durante o seu crescimento e desenvolvimento. Nesse sentido, em relação à prevenção 
das injúrias não-intencionais, a enfermagem ocupa uma posição de destaque, uma vez que pode 
atuar na prevenção, com atividades educativas em todos os setores de saúde, assim reforçando jun-
to aos pais sua responsabilidade como detentores do cuidado, visto que cuidar de crianças é um 
desafio. 
 
UNIDADE 3 – Cuidados de Enfermagem à Criança em Situações de Risco 
 
 
© Enfermagem Pediátrica e Neonatal Claretiano - Centro Universitário | 52 
 
 
 
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações 
Programáticas Estratégicas. Linha de cuidado para a atenção integral à saúde de crian-
ças, adolescentes e suas famílias em situação de violências: orientação para gestores e 
profissionais de saúde / Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departa-
mento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília: Ministério da Saúde, 2010. 
• ______. Ministério da Saúde. Portaria nº 1.130, de 5 de agosto de 2015. Estabelece a 
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança (PNAISC). Brasília (DF), 2015. 
Disponível em: 
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2015/prt1130_05_08_2015.html>. 
Acesso em: 19 set. 2017. 
 
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS 
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para você testar o seu desempenho. Se 
encontrar dificuldades em responder às questões a seguir, você deverá revisar os conteúdos estu-
dados para sanar as suas dúvidas. 
 
1) Em relação a situação de risco e violência na infância, assinale a verdadeiro (V) ou falso (F) para as afirmações a 
seguir: 
a) ( ) Situação de risco refere-se ao respeito à vida da criança, sua saúde, alimentação, lazer, cultura, 
dignidade, e convivência comunitária. 
b) ( ) Abandono e negligência; maus-tratos na família; trabalho abusivo e explorador; uso e tráfico de drogas; 
abusos; violência caracterizam como situações de risco. 
c) ( ) A violência é uso intencional da força física, real ou em ameaça, contra uma pessoa, grupo ou 
comunidade, resultando em possibilidade de injúria, morte, dano psicológico, privação ou alteração de 
desenvolvimento. 
d) ( ) O enfermeiro pode atuar em intervenções destinadas a identificar, prevenir, reduzir e controlar as 
questões de riscos, exclusão e vulnerabilidade social. 
 
2) Dentre as redes temáticas das Redes de Atenção à Saúde, a que envolve infância especificadamente é: 
a) Rede de Atenção às Urgências e Emergências. 
e) Rede de Atenção Psicossocial. 
f) Rede de Cuidado à Pessoa com Deficiência. 
g) Rede Cegonha. 
 
3) O trabalho em rede de atenção à saúde no contexto da vulnerabilidade social e infância pode ser caracterizado: 
a) Pelas redes temáticas tratam-se de um tema de atuação das entidades e indivíduos participantes, todavia 
sem atuação na infância e adolescência. 
h) Pelo trabalho do enfermeiro em rede de saúde com ausência de ações no acolhimento da criança em 
situação de vulnerabilidade social e distanciamento da vinculação significativas com as famílias. 
UNIDADE 3 – Cuidados de Enfermagem à Criança em Situações de Risco 
 
 
© Enfermagem Pediátrica e Neonatal Claretiano - Centro Universitário | 53 
 
 
 
i) Pelos dois campos de atuação: Rede Intrassetorial (Serviços de Atenção Básica, Núcleos de Prevenção e 
Promoção à Saúde, Hospitais entre outros) e Rede Intersetorial (Assistência Social, Sistemas de Justiça, 
Segurança Pública, entre outros). 
j) Pelo despreparo dos profissionaisde saúde em conhecer e compreender a estrutura e a dinâmica familiar 
para identificar as reais necessidades, reconhecer barreiras e contribuir para um cuidado à saúde de todos 
seus membros. 
 
Gabarito 
Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões autoavaliativas propostas: 
1) F, V, V, V. 
2) d. 
3) c. 
5. CONSIDERAÇÕES 
Prevenir situações de risco, vulnerabilidade e violência na infância e adolescência significa an-
tecipar, intervir precocemente, evitar ou tornar impossível que o fenômeno aconteça ou se repita. É 
necessário acreditar que prevenir é possível e crer no potencial de transformação. Além disso, o 
profissional de saúde, em especial, o enfermeiro deve ter uma abordagem de empatia ao lidar com 
o problema e respeitar a família e comunidade. 
6. E-REFERÊNCIAS 
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 1.130, de 5 de agosto de 2015. Estabelece a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da 
Criança (PNAISC). Brasília 2015. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2015/prt1130_05_08_2015.html>. 
Acesso em: 19 set. 2017. 
______. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Linha de cuidado 
para a atenção integral à saúde de crianças, adolescentes e suas famílias em situação de violências: orientação para gestores e 
profissionais de saúde / Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – 
Brasília : Ministério da Saúde, 2010. Disponível em: 
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/linha_cuidado_criancas_familias_violenciav.pdf>. Acesso em: 19 Set. 2017. 
BRASIL. Presidência da República. Estatuto da Criança e do Adolescente: Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Brasília: Presidência da 
República, 2008. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069.htm>. Acesso em: 19 Set. 2017. 
MELLO, D. F.de et al. Vulnerabilidades na infância: experiências maternas no cuidado à saúde da criança. Revista Eletronica de 
Enfermagem, v. 16, n. 1, p. 52-60, 2014. Disponível em: <https://revistas.ufg.br/fen/article/view/21134/16442>. Acesso em: 19 Set. 
2017. 
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
FUJIMORI, E.; OHARA. C.V.S. Enfermagem e a saúde da criança na atenção básica. Barueri: Manole, 2009. 548p. 
HOCKENBERRY, Marilyn J.; WILSON, David (Ed.). Wong fundamentos de enfermagem pediátrica. 9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. 
1142p.

Outros materiais