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BIOLOGIA 37 PLANTAS E ALGAS VERDES, PARDAS E VERMELHAS Botânica (ciência dos vegetais) é o ramo da biologia que estuda a vida de plantas e algas, abrangendo aspectos do crescimento, da reprodução, do desenvolvimento, do metabolismo, das doenças e evolução dos organismos vegetais. Acredita-se que as plantas tenham surgido a partir de um grupo ancestral de algas verdes que diversificou-se em dois grandes gru- pos: criptógamas e fanerógamas: Criptógamas → plantas que possuem as estruturas produtoras de gametas pouco evidentes.Exemplo: • Briófitas (musgos e hepáticas) - não possuem vasos especializados no transporte de seiva; • Pteridófitas (samambaias e avencas) - possuem vasos condutores de sei- va (xilema e floema). • Fanerógama → plantas que possuem estrutura produtoras de gametas bem visíveis. Exemplo: • Gimnospermas (pinheiro do paraná) – possuem sementes, mas não formam frutos; • Angiospermas (mangueira, figueira, limoeiro) – possuem sementes abrigadas no interior de frutos. O Reino Plantae representa o grupo que reúne os organismos vegetais, cujas características básicas são: organismos multicelulares (constituídos por várias células diferenciadas em tecidos), eucariontes (núcleo individualizado por uma cariomembrana), e fotossintetizantes (com nutrição autotrófica). Alguns indícios apontam que esses seres vivos, tenham surgido a partir de algas verdes, possuindo semelhança quanto à presença de substâncias como a clorofila a e b, além de uma parede celular constituída principalmente de celulose. Durante esse processo evolutivo, duas principais características favorece- ram a adaptação e expansão da vida vegetal no ambiente terrestre, sendo: • Proliferação de uma camada celular protegendo o gametângio (estrutura precursora dos gametas); • Desenvolvimento do zigoto / embrião no interior do gametângio feminino. Um aspecto comum observado desde então em todas as plantas, relativo ao ciclo de vida, é a circunstância promovida pela alternância de geração, uma fase haploide (gametofítica) e outra diploide (esporofítica). 250 TRABALHOS ESCOLARES 38 Em consequência à duração de cada fase e sua relação de dependência, conjuntamente a caracteres anatômicos, como a existência ou não de va- sos condutores de seiva, esse reino atualmente passou a ser classificado em 12 filos: três deles abrangendo os vegetais avasculares (briófitas), as oito restantes reunindo as vasculares, chamadas de traqueófitas (pteridófitas, gimnospermas e angiospermas). Briófitas As briófi tas são todas as plantas avasculares (não possuem vasos conduto- res) de baixa estatura e que se localizam em ambientes úmidos e escuros, in- cluindo neste grupo, os musgos e plantas fi xadas ao solo por meio de rizoides. A reprodução dessas plantas pode ser assexuada, à custa de gemas ou pro- págulos, ou sexuada, já que as briófitas possuem dois órgãos reprodutores: anterídeo, que produz o gameta masculino anterozoide e arquegônio, que produz o gameta feminino oosfera. A água da chuva, ou mesmo o orvalho, leva os anterozóides de uma brió- fita ao arquegônio de outra, ocorrendo a fecundação. O zigoto sofre mitose, originando um embrião que permanece no arquegônio. O embrião se de- senvolve e forma um esporófito diploide (2n), preso ao gametófito. Após a produção de esporos (que são responsáveis por outra planta) o esporófito morre e o gametófito permanece, por isso podemos dizer que a fase repro- dutora é haploide (n). Esses tipos de plantas foram as primeiras a passar do meio aquático para o meio terrestre, por esse motivo, essas plantas possuem uma grande de- pendência de água líquida para a sua sobrevivência, chegando a ser consi- deradas como os “anfíbios das plantas”. Geralmente, as briófitas medem menos de 2 cm. Pteridófitas As pteridófitas são plantas diferentes das briófitas pelo fato de já possu- írem um sistema vascular. Por esse fato, possuem uma estatura um pouco maior que os musgos, porém pequena se comparada com as angiospermas. Vivem em ambientes úmidos, possuem raiz e caule definido, podem ser epí- fias (vivem sobre o tronco de árvores) ou aquáticas. Os principais exemplos de pteridófitas são as samambaias e as avencas. A estrutura principal de uma pteridófita é o esporófito, que possui várias pequenas estruturas relativamente circulares chamadas soros, responsáveis pelo processo de reprodução. Nessa época, os soros tornam-se pardos e em seu interior são produzidos os esporos, que levados pelo vento, germinam e dão origem a uma nova planta, isso se houver condições ideais. BIOLOGIA 39 Essas plantas são importantes, pois servem na ornamentação de ambien- tes, na fabricação de xaxins e no âmbito ecológico, pois são a base da cadeia alimentar de muitos seres vivos. Gimnosperma É um tipo de planta, o nome gimnosperma já nos diz muito, a pa- lavra vem do grego gimnos = nu e spermos = semente, ou seja, é uma planta que possuiu sementes nuas, fora do ovário, diferentemente do que acontece no caso das angiospermas. As gimnospermas são vascularizadas, possuem alto porte, raiz, caule e folhas bem definidas, não possuem frutos e sua semente se localiza do lado de fora do ovário. O principal exemplo de uma gim- nosperma é o pinheiro, já que sua semente fica envolvida por esca- mas que formam uma estrutura mais ou menos cônica (pinha). No processo de reprodução, os cones masculinos liberam espo- ros, também de grãos pólen, que se espalham através do movimen- to dos ventos até encontrarem os cones femininos, que produzem a oosfera, formando um zigoto. Assim, no interior da pinha são formados os pinhões, produtos dos óvulos fecundados. Normalmente, após um ano, a pinha se abre e deixa cair os pinhões, que levados pelo vento, originarão uma nova planta se encontraremos condições adequadas. As gimnospermas são muito importantes para o homem, pois é através dessas plantas que ocorre a maior parte da extração de madeira, papel e ou- tras resinas, como os solventes. Angiosperma A palavra “angiosperma” é de origem grega e significa “sementes escondi- das”. Talvez seja justamente essa, a maior característica das angios- permas: o fato de possuírem óvulo e sementes encerrados em um ovário. As angiospermas representam o grupo maior, mais comple- xo e mais diversificado de plantas, com mais de 250.000 espécies, sendo que essa grande gama se dá devido ao fato desse grupo de plantas ter realizado muitas adaptações vegetativas e reprodutivas ao longo do tempo. As angiospermas são divididas em dois grupos: as monocotile- dôneas e as dicotiledôneas. Basicamente, elas se diferem pelo nú- mero de cotilédones, folhas primordiais dos embriões das plantas com sementes. Enquanto as monocotiledôneas, como os lírios e as bromélias, possuem apenas um cotilédone, as dicotiledôneas, como gimnosperma angiosperma 250 TRABALHOS ESCOLARES 40 leguminosas, margaridas, possuem dois. Os órgãos reprodutores das angiospermas se encontram nas flores, provi- das de um cálice (as sépalas) e uma corola (as pétalas), com a função de pro- teger os órgãos reprodutivos e atrair insetos polinizadores. Os micrósporos presentes na flor produzem os grãos de pólen, que quando chegam a outra flor, principalmente através de animais como insetos, pássaros, a oosfera é fecundada, o óvulo se transforma em semente e as paredes do ovário da flor dão origem ao fruto, que proporcionará a propagação da espécie. Os frutos podem ser carnosos, com o mesocarpo (principal parte da fruta) desenvolvido, como o abacate, o pêssego e o mamão; secos, com o mesocar- po pouco desenvolvido, como em legumes e cereais; e pseudofrutos, como o caju e o morango, já que o que nós comemos não é o fruto, o fruto é a casta- nha e a semente. Algas As algas abrangem o grupo de vegetais que possuem o corpo formado por um talo (não apresentam raízes, caule e folhas). As algas são encontradas em água doce ou salgada, solo úmido, troncos e rochas úmidas, com diversas espécies, formas e tamanhos.O ramo da Biologia que estuda as algas é a Ficologia. As algas se alimen- tam através da fotossíntese, por isso são consideradas plantas simples. Existem algas unicelulares móveis e imóveis, coloniais ou de vida livre, e espécies pluricelulares de vários tamanhos e formas. Podem ser utilizadas como alimento ou fertilizante. Em determinadas épocas, as algas apresentam grande capacidade de crescimento. A reprodução nas formas unicelulares é assexuada por bipartição, onde há formação de esporos ou fragmentação. A reprodução sexuada pode ser realizada por conjugação ou singamia (união dos gametas). Chlorophytas - As clorófitas tanto podem possuir es- trutura unicelular como multicelular. Os talos das clorófitas multicelulares apresentam uma organização relativamente complexa. Possuem os pigmen- tos clorofila a e b, carotenos e xantofilas, a parede celular é constituída por celulose e o amido e sua substância de reserva. • Phaeophyta - as feofícias são marinhas, sua cor parda é devido à pre- sença de clorofilas a e c associadas a carotenóides. As algas pardas carac- terizam-se pela estrutura exclusivamente multicelular, estrutura interna complexa, tecidos especializados para a condução das substâncias orgâni- cas produzidas na fotossíntese. • Rhodophyta - o grupo das rodofíceas é composto pelas algas pluricelula- res e marinhas. Variam de tamanho e forma, que vão desde microscópicas até 3 m de comprimento. A cor vermelha é devido à presença de pigmento BIOLOGIA 41 ficoeritrina, pigmentos carotenóides e clorofilas a e d. Na parede celular há celulose e um polissacarídeo chamado carragenina, usado como estabi- lizante em sorvetes. É comum o seu talo apresentar diversas ramificações, sendo que a sua base é diferenciada e presa a algum substrato por estru- turas de fixação. As rodofíceas apresentam o ciclo haplonte-diplonte, quanto à reprodução.
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