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Algas Pardas - Phaeophyta

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PHAEOPHYTA
CARACTERÍSTICAS BÁSICAS
A classe Phaeophyceae conhecidas como algas pardas pertencem ao filo
Phaeophyta nome que vem do grego phalos = pardo e phyton = planta.
Classe dividida em onze ordens, delas as principais são:
● Ectocarpales - abrange a maior parte das algas pardas abrigando cerca de
761 espécies (Guiry & Guiry 2017)
● Dyctyotales - é a terceira mais diversificada das algas pardas e possui cerca
de 30 representantes no Brasil, distribuídos ao longo da faixa litorânea desde
o Maranhão até o Rio Grande do Sul.
● Lamilariales - é a ordem das grandes algas também denominadas como
kelps e possuem grande importância ecológica
● Fucales - engloba o gênero Sargassum, que possui grande importância
ecológica e econômica
Essa classe engloba aproximadamente 1500 espécies (Bold & Wynne, 1978),
distribuídas em cerca de 265 gêneros.
Os principais pigmentos encontrados nas algas pardas são as clorofilas a
(encontradas em todas as plantas fotossintéticas) e c (funciona como um pigmento
acessório que ajuda na ampliação da faixa de luz utilizada pela fotossíntese) e
vários tipos de carotenóides (principalmente o β-caroteno), incluindo a fucoxantina a
que confere cor parda às algas. O seu material de reserva é formado pelo
polissacarídeo a laminarina e óleos, como o manitol.
MORFOLOGIA
Não existem formas coloniais nem unicelulares, exceto gametas e esporos. Sua
morfologia apresenta uma incrível diversidade, sendo que a sua forma básica é o
talo - um corpo vegetativo simples, relativamente indiferenciado. Os talos variam em
complexidade desde filamentos ramificados simples, até agregações de filamentos
ramificados que são chamados pseudoparênquimas. Quando se trata das
macroalgas, temos as Laminariales com até 60m de comprimento muitos com o talo
diferenciado em apressório – que tem a função de fixar o talo ao substrato, estipe –
que lembra o caule e uma parte laminar inteira (Laminaria) ou dividida em várias
porções semelhantes a folhas grandes (Macrocystis). Algumas também podem
apresentar adaptações, como é o caso do gênero Sargassum que possui vesículas
de ar próximo às extremidades de suas lâminas e dão a propriedade de flutuar.
Possuem parede celulósica recoberta por alginato um biopolímero que fornece a
alga resistência e flexibilidade para suportar choques mecânicos, compreendendo
cerca de 40% da matéria seca destes organismos.
CRESCIMENTO
O crescimento das algas pardas ocorre no extremo das estruturas como resultado
das divisões de uma única célula apical ou numa fila de células desse tipo. Quando
esta célula apical se divide, as novas células que produz dão lugar a todos os
tecidos da alga. Apesar disso, alguns grupos de algas crescem de forma difusa, pois
a produção de novas células pode ocorrer em qualquer parte do talo.
E quanto à classificação podem ser denominados como:
● Crescimento intercalar ou difuso: ocorre quando a maioria das células da
alga é capaz de se dividir. Está presente na Ordem Ectocarpales
● Crescimento tricotálico: as divisões celulares estão localizadas na base de
um ou vários filamentos. Ex. ordens Desmarestiales, Cutleriales e
Chordariales (ex. Cutleria).
● Crescimento apical: ocorre através de uma célula apical (Sargassum), um
grupo de células apicais - meristema apical (Chnoospora), ou uma margem
de células apicais (Padina). Ex.: ordens Dictyotales e Fucales
● Meristema intercalar: ocorre através de divisões celulares de uma zona
meristemática (tecido) localizada na base da lâmina. Ex.: ordem Laminariales
● Meristoderme: é uma camada superficial de meristema presente nas ordens
Fucales e Laminariales, que se divide e acrescenta células ao córtex, de
forma centrípeta.
*Meristema - originam todos os tecidos, responsáveis, portanto, pelo crescimento em tamanho e
também na espessura do vegetal.
HABITAT
São quase todas marinhas. Em água doce, são representadas por apenas cinco
gêneros e seis espécies. Ocorrem desde as regiões equatoriais e tropicais até as
regiões subpolares, mas é nas regiões frias que se observa sua maior diversidade,
tanto em número de espécies como em variedades de tipos morfológicos.
Admite-se, geralmente, que as Fucales sejam originárias da Austrália, e as
Laminariales, do oceano Pacífico norte, regiões onde são respectivamente
abundantes. Nos trópicos, são as Sargassaceeae e as Dictyotales que dominam.
Em sua maioria são bentônicas, e nas águas claras, estas algas são encontradas
desde o nível de maré baixa, até uma profundidade de 20 a 30m, com exceção dos
talos de Sargassum que vivem flutuando, e no Atlântico Norte formam no Mar do
Sargassos.
IMPORTÂNCIA ECOLÓGICA
Algas no geral são de extrema importância para manutenção da vida, pois são
responsáveis pela produtividade primária, que é a taxa de energia solar capturada
pelos organismos fotossintetizantes e convertida em ligações químicas pela
fotossíntese, captando dióxido de carbono e gerando oxigênio, essencial para a
vida, e biomassa, sendo a base da cadeia alimentar.
Em relação às algas pardas, as algas do gênero Laminariales, as kelps, exercem
importante papel nos ecossistemas marinhos. Podendo chegar até 60m de
comprimento, elas compõem o que é conhecido como “florestas” do mar. Elas
fornecem abrigo
● Canteiros de Sargassum
Além disso, o alto teor de polissacarídeos das algas pardas facilita a retenção de
íons metálicos, o que faz com que sejam excelentes bioadsorventes de metais
pesados do meio. No tratamento de efluentes contaminados, é usada biomassa de
algas pardas para biossorção de metais. Espécies como Ascophyllum nodosum,
Sargassum natans e Sargassum thunbergii têm excelentes propriedades
biossorventes.
Produtividade Primária
● Captura de CO2
● Geração de O2
● Geração de biomassa
Kelps
● Oxigenação da água
● Alimento
● Proteção
● Habitat
● Reprodução de animais
● Amortecimento da energia de ondas, protegendo as costas
● Prevenindo quanto à acidificação do oceano
Sargassum
● Criadouros
● Berçários
● Alimento
● Complementa as funções dos tapetes de ervas marinhas, recifes de coral e
florestas de mangue
Biossorção
● Absorção de metais pesados
● Tratamento de efluentes contaminados
● Ascophyllum nodosum, Sargassum natans e Sargassum thunbergii
APLICAÇÕES
Sargassum
● Fertilizante
● Ração animal
● Alimentação
● Repelente de insetos
● Bebidas
No oriente, a produção de algas pardas é voltada para alimentação humana e no
ocidente é voltado para a indústria.
Atualmente, a indústria de macroalgas destina-se, principalmente, para alimentação
humana, com 83-90% da produção.
Colheita no ambiente natural e maricultura
Vantagens: Não é necessário terras (nem pesticidas, agrotóxicos etc) e nem água
doce.
● Alimentação
Wakame: Contendo proteínas com alto valor biológico, cálcio e iodo, a Undaria
pinnatifida é a segunda alga mais consumida na alimentação no mundo, produzida,
principalmente no Japão, Coréia e China, e leva o nome de Wakame. No Japão, ela
é salpicada com cinzas de madeiras e maxalado que lhe dá essa cor verde e
melhora seu gosto.
“Espaguete” do mar: A alga Himanthalia elongata é chamada carinhosamente de
“espaguete” do mar por suas cintas estreitas e compridas que podem chegar a 3m
de comprimento. Ela possui grande quantidade de biomassa, com alto valor
nutricional de ferro, fósforo, vitamina C, sódio e potássio, e possui baixo preço
comercial.
Kombu: O kombu é constituído de pedaços de alga seca ou em conserva muito
utilizado na culinária devido ao ácido glutâmico em sua composição que dá sabor,
amacia, aumenta a digestibilidade e evita flatulência. Além disso, é fonte de
minerais, como magnésio, cálcio e iodo. O kombu original é constituído pela
Saccharina japonica, mas existem também o kombu real, constituído pela espécie
Sacharrina latissima, que já foi chamada de Laminaria saccharina, e o kombu
atlântico, feito com Laminaria ochroleuca.
● Alginato
Como falado anteriormente, o alginato é um biopolímero encontrado na parede
celular e nos espaços intracelulares das algas pardas. É constituído de polímeros de
ácido L-gulurônicoe D-manurônico. Ele é utilizado como agente gelificante,
estabilizante e emulsificante devido à sua viscosidade. É utilizado na indústria de
sorvetes para impedir a formação de cristais macroscópicos de gelo. Na de cervejas
é utilizado para permitir a formação de espuma, criando uma película resistente à
formação de bolhas provenientes da agitação do líquido. Também é utilizado como
excipiente de cosméticos e medicamentos devido à sua estabilidade em amplas
variações de pH e salinidade. Excipiente é uma substância farmacologicamente
inativa usada para alcançar a forma do medicamento/cosmético desejado, como gel,
creme, cápsula etc.
Servem, também, como aditivos para colas, revestimentos, vernizes, óleos, graxas,
isolantes elétricos, detergentes, impermeabilizantes de tecidos ou de couros, etc.
Usado em setores como a indústria petroquímica, papelaria, impressão de tecidos,
tratamento de águas potáveis etc
As principais algas utilizadas para a produção comercial de alginatos são
Macrocystis pyrifera, Ascophyllum nodosum, Ecklonia species e algumas espécies
de Laminaria.
● Fertilizantes
As algas podem ser utilizadas no solo para melhorar a textura e a retenção de
umidade e fontes importantes de nitrogênio e potássio.
● Rações
As algas marinhas podem ser utilizadas para a produção de rações para bovinos,
ovelhas, cavalos, porcos e aves domésticas, em áreas onde são abundantes. Nas
regiões mais distantes da costa, são secas e acrescentadas como um suplemento à
dieta regular dos rebanhos.. No Brasil, é um recurso pouco explorado mas,
considera-se economicamente viável a preparação de farinhas de algas. No
entanto, devem ser realizados testes para a determinação das concentrações
ótimas para cada animal.
● Biocombustível
O grande conteúdo de polissacarídeos fazem das algas pardas muito favoráveis
para serem convertidas em etanol e biogás. Existem estudos que mostram em quais
condições as algas Laminaria digitata, Saccharina latissima e Sacchoriza
polyschides poderiam ser produzidas com esta função com sucesso.
● Saúde
A alga Laminaria é rica em iodo e é utilizada no tratamento do bócio.
Existem muitos estudos que mostram o potencial de espécies de algas pardas no
tratamento de doenças, como mostrado na tabela. Muitas têm atividade
antiprotozoária, antibacteriana, antiviral, antitumoral, anti inflamatória, efeitos na
coagulação etc.
REFERÊNCIAS
BAGHEL, Ravi S.. Seaweed biorefinery: A sustainable process for valorising the
biomass of brown seaweed. Journal of Cleaner, 1 August 2020. Disponível em:
https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0959652620314062
FERNANDES, Daniela Rezende Peçanha; OLIVEIRA, Vinícius Peruzzi de;
VALENTIN, Yocie Yoneshigue. Seaweed biotechnology in Brazil: six decades of
studies on natural products and their antibiotic and other biological activities. IV Latin
American Congress of Algae Biotechnology (CLABA) and IV Redealgas Workshop,
29 March 2014. Disponível em:
https://link.springer.com/article/10.1007/s10811-014-0287-5
LOPEZ, Alejandra Matiz. et al. Botânica no Inverno 2013. : Instituto de Biociências
da Universidade de São Paulo, 2012. Disponível em
https://www.researchgate.net/profile/Diogo-Galdeano/publication/297301899_Micror
ganismos_x_Planta_guerra_ou_parceria/links/56deb86c08aeb8b66f95f6f7/Microrga
nismos-x-Planta-guerra-ou-parceria.pdf#page=126
RELYEA, Rick; RICKLEFS, Robert. A Economia da Natureza. 8ª edição. Guanabara
Koogan, 1 março de 2021
REVIERS, Bruno de. Biologia e Filogenia das Algas. 1ª edição. Jones & Bartlett, 24
de março de 2006
RODRIGUES, Samara. Estudo taxonômico da ordem Dictyotales (Phaeophyceae -
Heterokontophyta) no litoral do estado de Alagoas - Brasil. 2015. 137 f. Dissertação
(Programa de Pós-Graduação em Botânica) - Universidade Federal Rural de
Pernambuco, Recife.
SOUZA, Gabrielle C. C. Franco de. Dossiê técnico: Algas marinhas. Instituto de
Tecnologia do Paraná - TECPAR, 15 de maio de 2011
https://www.sciencedirect.com/science/journal/09596526
https://link.springer.com/article/10.1007/s10811-014-0287-5#article-info
https://link.springer.com/article/10.1007/s10811-014-0287-5#article-info

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