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Portfólio de Neuro- Técnicas e Escalas

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Portfólio – Fisioterapia em Neurologia – II Parte
TÉCNICAS UTILIZADAS NA REABILITAÇÃO NEUROFUNCIONAL
1. Terapia por contenção induzida (TCI)
A TCI visa recuperar a função do membro superior parético por meio de treinamento intensivo, prática de repetições funcionais e uso de dispositivo de restrição, luva ou tipoia, no membro superior não parético durante 90% do dia. A técnica baseia-se na superação da teoria do não uso aprendido (learned nonuse), ou seja, após uma lesão encefálica, o indivíduo que apresenta dificuldade no uso do membro superior afetado aprenderá rapidamente a utilizar estratégias compensatórias, fazendo uso apenas da extremidade não afetada; dessa forma, a TCI é capaz de melhorar a funcionalidade do membro superior acometido. Os princípios da TCI foram desenvolvidos em pesquisas com primatas os quais tiveram a extinção das sensações somáticas de um membro superior por meio de uma rizotomia dorsal. Nestes estudos, os macacos retornaram a utilizar o membro superior parético após contensão do membro sadio, superando o desuso aprendido. 
A técnica de tratamento é um método de recuperação sensório-motor pós-AVC que desencoraja o uso do membro não afetado e encoraja o uso ativo do membro superior parético, visando maximizar ou restaurar a função motora. Essa restauração ocorre por uma reorganização cortical uso-dependente, um fenômeno de plasticidade cerebral no qual o tamanho da área de representação cortical do membro superior, por exemplo, é diretamente proporcional ao uso do mesmo, interrompendo o não uso aprendido.
São características da TCI o uso máximo do membro afetado, a inserção do indivíduo em atividades funcionais e cotidianas, e a restrição do membro superior saudável nas tarefas do dia a dia. Dessa forma, há três princípios ou intervenções que formam a TCI: treino de tarefa orientada intensivo com repetição do membro superior acometido 3 horas por dia, por 2 semanas consecutivas, por meio do shaping, que é um método de treinamento baseado nos princípios do treino comportamental, cujo objetivo motor é alcançado em pequenos passos, e task pratice, técnica menos estruturada, envolvendo atividades funcionais realizadas integralmente em um período de 15 a 30 minutos; restrição do membro superior não afetado durante 90% das horas acordado no período de tratamento; aplicação de um conjunto de métodos comportamentais para reforçar a adesão e transferir os ganhos feitos no ambiente clínico para o mundo real do paciente.
2. Terapia Espelho 
A Terapia de Espelho (TE) é uma intervenção de baixo custo e fácil aplicabilidade, desenvolvida para o tratamento da dor do membro fantasma e atualmente usada no tratamento pós-AVE. A TE é aplicada por meio de um espelho que é posicionado entre os membros superiores do indivíduo de modo sagital. Com a intenção de reeducar o cérebro e promover uma ilusão visual e cinestésica, o indivíduo realiza uma série de movimentos com o membro saudável que são refletidos pelo espelho e interpretados como se fossem realizados pelo membro afetado. Com base na ativação do Sistema de Neurônios Espelhos (SNE) e do trato córtico-espinhal, a TE acelera a recuperação de hemiparéticos e promove a reorganização cortical, ocasionando ganhos funcionais e motores.
3. Treino de dupla tarefa 
A capacidade de executar duas tarefas simultaneamente é necessária e comumente utilizada pelos seres humanos no desempenho de diversas atividades cotidianas. Essa capacidade representa uma vantagem evolutiva, já que permite ao indivíduo executar diversas atividades concomitantes, com menor ativação neural, utilizando menos tempo comparado com a realização das mesmas tarefas de forma isolada. O prejuízo que uma - ou as duas - sofre é denominado interferência na dupla tarefa. Sua presença gera desvantagens e inclusive pode levar ao risco de lesões corporais quando uma delas exige adequado controle postural ou rastreio de riscos ambientais. 
Diversos estudos têm apontado presença de interferência na dupla tarefa em indivíduos com doença ou lesão neurológica, tais como as doenças de Parkinson, de Alzheimer e de Huntington, esclerose múltipla, traumatismo crânio-encefálico (TCE) e acidente vascular encefálico (AVE). Ela pode ser expressa na marcha como diminuição da velocidade, do comprimento do passo e da cadência e aumento do tempo de duplo apoio. A interferência pode surgir também na forma de pior desempenho do membro superior, diminuição do número de palavras faladas e aumento da oscilação corporal, entre outras. 
Três modelos teóricos foram desenvolvidos a fim de explicar a interferência na dupla tarefa. A teoria da capacidade - ou teoria do compartilhamento de recursos (the capacity model), baseia-se no pressuposto de que os recursos atencionais são limitados, levando a prejuízo na execução de uma ou das duas tarefas quando a capacidade de processamento é excedida. A teoria da comunicação cruzada (the cross-talk model) explica que tarefas semelhantes utilizam as mesmas vias, diminuindo assim o risco de interferência na dupla tarefa. Por fim, a teoria do gargalo (the bottleneck model), em contraposição à teoria anterior, afirma que tarefas semelhantes competem pelas mesmas vias de processamento, gerando prejuízo na realização de uma ou das duas tarefas. De acordo com o tipo de atividades desempenhadas, a dupla tarefa pode ser motora, cognitiva ou cognitivo-motora. Uma estratégia de reabilitação cada vez mais utilizada é o treinamento de dupla tarefa, que visa facilitar, por meio da realização de atividades funcionais simultâneas, a alocação de recursos atencionais, diminuindo assim a interferência na dupla tarefa.
4. Imagética motora 
A literatura sugere que a IM pode ser um instrumento terapêutico importante para facilitar a recuperação motora de indivíduos após lesão neurológica. Uma vez que a IM permite ativar o repertório motor em todos os níveis de reabilitação, podendo ser usada como estratégia de treinamento para o reaprendizado de Atividades de vida diária (AVD). Este tipo de abordagem é considerado um ensaio mental de propriedades cinestésicas e/ou visuais dos movimentos, estando relacionada diretamente à ativação da área motora e áreas do córtex somatossensorial. A compreensão dos mecanismos corticais correlacionadas com a imagética motora são os objetivos de estudos de neuroimagem, bem como a identificação de redes neuronais envolvidas na execução de movimentos que também podem ser recrutadas durante a imaginação do movimento.
A imagética motora (IM) pode ser definida como ato de codificar o ensaio mental de uma ação pretendida, sem executá-la. A imaginação e a sensação de um movimento são fenômenos rigorosamente relacionados e possuem um perfil de controle totalmente voluntário. Esta ação consciente pode gerar mudanças neurofisiológicas não conscientes e influenciar eventos sobre o sistema nervoso autônomo (SNA), levando a mudanças na atividade cardiorrespiratória. Evidentemente, o SNA não pode ser modulado diretamente pelo movimento voluntário, sugerindo que estas mudanças seriam causadas pelos processos mentais que integram parte do programa motor evocado durante a IM
A IM é um processo cognitivo utilizado para aprender ou aperfeiçoar o desempenho motor, sem qualquer movimento corporal, e compreende experiências com a mente, sejam elas auditiva, visual, tátil, gustativa, olfativa, cinéstesica ou orgânica. Trata-se de um estado dinâmico complexo, autogerado, no qual uma ação específica do ato motor é ativada dentro da memória de trabalho do indivíduo. A abordagem terapêutica com o uso da imagética motora é uma ferramenta inovadora, com resultados promissores e contribuições significativas na reabilitação funcional das disfunções neurológicas. Além disso, trata-se de um recurso terapêutico de baixo custo, e fácil aplicabilidade.
5. Treinamento Neuroevolutivo (Bobath no Adulto)
O Conceito Neuroevolutivo Bobath surgiu na década de 50 através da contribuição do casal Bobath, Karel e Berta Bobath. Nesta época, Berta Bobath recebeu como paciente um famoso pintor, hemiplégicoadulto, com uma espasticidade importante e durante seu tratamento ela observou que as espasticidades poderiam ser modificadas por meio de posturas e movimentos, a assim começou elaborar o que hoje se conhece como Tratamento Neuroevolutivo Bobath. O Conceito é uma abordagem para a solução de problemas, avaliação e tratamento de indivíduos com distúrbios da função, do movimento e do controle postural, devido a lesões do sistema nervoso central, contribuindo para comprovação de que o sistema nervoso é capaz de aprender a responder a estímulos inibitórios dos padrões de movimento que interferem com a movimentação normal. As técnicas utilizadas visam à inibição e facilitação através dos pontos chave de controle (articulações do paciente) e estimulação de padrões de movimentos normais, para possibilitar a aquisição da funcionalidade dos pacientes. As três estratégias mais utilizadas nesse Conceito são: Placing (habilidade de interromper o movimento em qualquer amplitude, voluntariamente ou automaticamente, é um alto ajuste postural), Holding (habilidade de manter o seguimento cujo movimento foi interrompido, na posição em que se colocou este seguimento quando se realizou o placing) e Tapping (é uma maneira de se atingir o placing). Essa técnica é um meio de aumento o tônus postural pelo estimulo tátil e proprioceptivo, para ativar grupos musculares fracos, obter graduação adequada da inervação reciproca, estimular as reações de balanço, e promover padrões sinérgicos de movimento. Pode ser dividido em quatro tipos: de inibição, de pressão, por deslizamento e alternada.
6. Kabat 
O método foi iniciado com o Dr. Herman Kabat em meados da década de quarenta. Primeiramente foi utilizado o termo “Técnica de Facilitação Proprioceptiva” e “Reabilitação neuromuscular”; nos dias de hoje é utilizado o termo “Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (FNP)”. Durante o desenvolvimento de técnicas da FNP, a maior ênfase estava na aplicação de resistência máxima na área dos movimentos, usando muitas combinações de movimentos relacionados aos padrões primitivos e ao emprego de reflexos de postura e endireitamento. Esses movimentos levavam em conta dois componentes de ação de músculos, além de permitir a ação ocorrer em duas ou mais articulações. A partir de 1949 a 1951, algumas contribuições foram feitas para que as técnicas se aprimorassem: 1) estabilização rítmica que ao contrair isometricamente o músculo agonista, em seguida o antagonista, resultava numa resposta elevada do agonista e 2) a inversão lenta que indica que aplicando o mesmo procedimento da estabilização rítmica, porém alternada a contração isotônica do antagonista e agonista, também se tem um efeito de facilitação. Através das técnicas da FNP, a função motora do paciente deve ser corrigida pela via neuromuscular e por meio da estimulação dos receptores localizados nas articulações, nos tendões e nos músculos. 
Os padrões da FNP são descritos em diagonais preestabelecidas; baseiam-se, em primeira instância, no entrelaçamento muscular das diagonais em espiral do aparelho locomotor. As diagonais encontram-se no ponto funcional mediano do corpo. Por meio da projeção de paralelas, cada articulação proximal produz duas diagonais. Para que essa técnica apresente bons resultados, é necessário que alguns princípios sejam seguidos, entre eles estão: 1) a resistência ideal máxima onde os movimentos isotônicos devem ocorrer facilmente e o paciente deve ser capaz de manter as tensões isométricas, 2) a irradiação e reforço, que é a introdução do princípio do excesso de energia para estimulação dos grupos de músculos mais fracos pelos mais fortes, 3) o contato manual, que possibilita a direção adequada para o emprego da força, 4) o estímulo verbal, 5) o feedback visual, que facilita a execução dos movimentos, 6) a tração, que proporciona movimentos e é utilizada nos exercícios contra a resistência, 7) a coaptação (aproximação), que proporciona estabilidade e é empregada nos movimentos contra resistência, 8) o estiramento, e o reflexo de estiramento, que facilitam a contração da musculatura, 9) a sincronização, que é a promoção do desempenho normal do movimento através de uma sequência correta de distal para proximal, e os padrões de movimento. Essa técnica se baseia em exercícios terapêuticos utilizando diversos mecanismos facilitadores, com a finalidade de promover e/ou melhorar a contração muscular, a coordenação, o equilíbrio e o relaxamento muscular. Os que os objetivos dessa técnica são:
 • Aumentar a amplitude do movimento; 
• Melhorar a estabilidade;
 • Direcionar um movimento ativo por meio da introdução de resistência ideal, da maneira correta;
 • Estimular os movimentos coordenados por meio da sincronização correta dos estímulos 
 • Ampliar a resistência.
ESTRATÉGIAS PARA HIPERTONIA/ESPASTICIDADE
Descreva porque estes recursos são indicados e como funcionam na hipertonia/espasticidade
1. Hidroterapia
A hidroterapia é um dos recursos utilizados na reabilitação de pacientes com disfunções do sistema nervoso que utiliza as propriedades físicas da água. A hidroterapia tem bases biomecânicas e termodinâmicas, possibilitando ao paciente alcançar facilmente metas e desafios que, por vezes, em solo seja impossível ou de difícil execução. Lesões que comprometam à integridade do Sistema Nervoso (SN) e suas estruturas, podem gerar déficits neuromotores mais complicados como, por exemplo, a espasticidade. Na espasticidade, o aumento na resposta reflexa ao movimento gera uma contra resistência, determinando a severidade da espasticidade, e esta é velocidade dependente.
A hidroterapia possui uma gama de fatores que podem favorecer e equilibrar quadro biomecânico do paciente com espasticidade. A reabilitação aquática proporciona ao paciente um melhor controle dos movimentos voluntários, maiores estabilidades para marcha, flexibilidade, força e equilíbrio na aquisição de posturas que não conseguem manter em solo, além disso, um menor gasto energético.
Os efeitos terapêuticos da água aquecida proporcionam uma vasodilatação e consequente relaxamento das fibras musculares, fazendo com que haja uma diminuição do tônus muscular. Apesar de todas estas abordagens, faltam estudos que comprovem os benefícios da hidroterapia e suas técnicas no tratamento da espasticidade, de forma que terapeutas e pacientes tenham acesso a uma gama científica confiável da eficácia desta especialidade. 
Diversas abordagens de hidroterapia podem ser utilizadas no tratamento de pacientes com AVC e outras patologias. O método Bad Ragaz tem como objetivo a redução do tônus muscular, relaxamento, aumento da amplitude articular, fortalecimento muscular e preparar os membros inferiores para descarga de peso, restaurar o padrão normal de movimento dos membros superiores e inferiores, além de melhora da resistência geral 
 
São características do método o uso das propriedades da água como turbulência e flutuação, o restabelecimento dos movimentos anatômicos, biomecânicos e fisiológicos das articulações e músculos em padrões funcionais e a aplicação individualizada, utilizando boia ou flutuador cervical, flutuador circular grande para o quadril e vários flutuadores circulares pequenos. 
O método Halliwick foi desenvolvido com a proposta inicial de auxiliar pessoas com problemas físicos a tornarem-se mais independentes para nadar. A ênfase inicial do método era recreativa com o objetivo de independência na água. Mais recentemente, essa técnica passou a ser utilizada no tratamento de crianças e adultos com enfermidades neurológicas por enfatizar as habilidades dos pacientes na água e não suas incapacidades. Além disto, a habilidade conquistada através de atividades que exigem equilíbrio pode ser transportada para o solo, influenciando a estabilidade postural durante as atividades funcionais. Watsu é uma técnica desenvolvida por Harold Dull, em 1980, nos EUA, com base no zen shiatsu. Ela associa a flutuação em água aquecida com alongamentos, movimentos passivos, mobilizações articulares e acupressão para produçãode bem-estar no paciente. 
Embora a técnica esteja descrita detalhadamente nos livros didáticos, não existem na literatura científica estudos demonstrando os efeitos de sua aplicação em curto ou longo prazo, tornando inviável a indicação do mesmo como recurso terapêutico baseado em evidências. Seu ensino se fundamenta nos efeitos unicamente da imersão e mobilização do corpo imerso em água aquecida.
 
Benefícios da Hidroterapia em portadores de Acidente Vascular Cerebral (AVC)
Pacientes com problemas neurológicos possuem lesões restritas e complexas, sendo assim, a reabilitação aquática oferece uma abordagem única e versátil para o tratamento dessas lesões e das deficiências secundárias.
Durante a terapia na piscina, o calor da água ajuda a aliviar a espasticidade, mesmo que o alívio seja apenas temporário. A terapia aquática e suas propriedades são uma alternativa eficaz para a melhora da espasticidade em pacientes neurológicos. 
No Brasil a terapia aquática é uma técnica que vem crescendo, tendo como 
finalidade desenvolver exercícios terapêuticos, para a reabilitação ou prevenção de alterações funcionais, agindo na espasticidade de maneira a diminuir o tônus muscular.
A pressão hidrostática é a pressão exercida igualmente em todas as áreas de um corpo imerso quando está em repouso, em uma determinada profundidade, na qual vai aumentar conforme a densidade do liquido e a profundidade.
A pressão hidrostática pode ser utilizada para diversos fins, na espasticidade vai ajudar na manutenção do equilíbrio, retorno venoso e também vai estimular o aumento da propriocepção das terminações nervosas da periferia e do tronco. 
2. FES 
A Estimulação Elétrica Funcional (FES) é uma corrente que tem como base a produção de contração muscular por meio de estimulação elétrica, que despolariza o nervo motor, produzindo uma resposta sincronizada em todas as unidades motoras, promovendo assim uma contração eficiente. A FES é empregada no controle da espasticidade devido a mecanismos imediatos e tardios, demonstrados na literatura. Os efeitos imediatos são: inibição recíproca, relaxamento do músculo espástico e estimulação sensorial de vias aferentes. Já os efeitos tardios agem na neuroplasticidade e são suscetíveis para modificar as propriedades viscoelásticas musculares, além de favorecerem a ação e o desenvolvimento de unidades motoras de contração rápida.
A eletroestimulação é utilizada para redução da hipertonicidade grave, sobre os músculos antagonistas, em que a estimulação dos padrões aferentes resulta na inibição dos músculos agonistas, com redução do seu tônus. O uso contínuo oferece um decréscimo nas contraturas, aumento na atividade motora dos músculos agonistas além de reduzir o tônus de músculos antagonistas.
3. Crioestimulação
A crioterapia para o tratamento da espasticidade, em uso prolongado, tem como objetivo reduzir a atividade do fuso muscular por aumentar seu limiar de disparo. A neurotransmissão de impulsos eferentes e aferentes é diminuída, assim ocorre a redução da velocidade de condução nervosa e da transmissão neuromuscular, inibindo a espasticidade. Sua aplicação, para a redução dessa manifestação, apresenta uma variação de temperatura de 0° a 18,3°C, em um tempo estimado de 25 a 30 minutos para diminuir a temperatura muscular. O efeito do frio permanece, após sua aplicação, por cerca de 30 minutos a 2 horas, servindo como um meio facilitador da cinesioterapia. Sua aplicação pode ser administrada de três formas diferentes: a imersão em água fria, bolsas de gelo ou deslizamento de cubos de gelo sobre a pele e Sprays de evaporação, como o cloreto de etila.
4. Plataforma vibratória
As vibrações implicam múltiplas influências fisiológicas, promovendo padrões normais de atividade motora pela modulação da excitabilidade dos motoneurônios. Elas aumentam o influxo aferente final do fuso muscular primário, permitindo a contração reflexa, o chamado reflexo tônico de vibração. Essa terapia provoca efeitos inibitórios em padrões espásticos e, por conseguinte, efeitos no controle motor.
A plataforma vibratória é um equipamento usado em programas de reabilitação, condicionamento físico ou relaxamento. O princípio da estimulação por vibração se dá por uma estimulação mecânica por meio de vibrações em uma base. Nesse método, o sujeito fica sobre uma plataforma que gera uma vibração sinosoidal em diversas frequências e amplitudes, que é transmitida para o corpo estimulando os fusos musculares. A ativação dos fusos musculares produz um reflexo vibratório tônico que ativa os motoneurônios alfa e, consequentemente, há uma maior produção de força e potência. Um treino convencional de resistência muscular pode recrutar de 40 a 80% de fibras musculares, já o treino sobre a plataforma vibratória consegue recrutar de 95% a 100% das fibras musculares devido ao reflexo de estiramento que ocorre pela ação da vibração.
A plataforma vibratória é um recurso que proporciona resultados diversos e globais com um tempo de treinamento menor que grande parte dos outros recursos. Geralmente uma sessão na plataforma dura de 10 a 15 minutos e o profissional ainda dispõe de tempo para a realização de outras técnicas e recursos fisioterapêuticos. 
Além do ganho de força, potência e resistência muscular, a execução de exercícios físicos sobre a plataforma vibratória promove o relaxamento muscular; aumenta a capacidade individual de recuperação contra lesões; melhora o funcionamento dos sistemas nervoso e digestivo; melhora a coordenação e o equilíbrio; ativa o sistema de drenagem linfática e proporciona o fortalecimento dos tecidos em geral. O uso deste recurso terapêutico também reduz a osteoporose; combate a artrose e outras doenças articulares e ósseas; melhora a circulação sanguínea; regulariza a pressão arterial; melhora e reforça as articulações, os ligamentos e os tendões e melhora a função cardiovascular.
ESCALAS E TESTES VALIDADOS UTILIZADOS NA FISIOTERAPIA NEUROFUNCIONAL
Obs.: para cada escala descrever: 
- Finalidade do teste:
- Materiais necessários:
- Como testar:
1. ASIA
Tal escala permite aos profissionais da área de saúde classificar a lesão medular dentro de uma extensa variedade de tipos, auxiliando-os a determinar o prognóstico e o estado atual dos pacientes. Apresenta dois componentes (sensitivo e motor), além de elementos obrigatórios e medidas opcionais. Os elementos obrigatórios são usados para determinar o nível neurológico, gerando uma contagem específica de pontos que servem para caracterizar o funcionamento (sensitivo-motor) e o tipo de lesão (completa ou incompleta). As medidas opcionais, ainda que não sejam utilizadas na contagem, podem adicionar dados à descrição clínica do paciente. O termo lesão medular completa é utilizado quando existe ausência da função motora e sensitiva a partir do segmento lesado. 
As lesões medulares incompletas ocorrem quando houver alguma função sensitiva e/ou motora abaixo do nível neurológico. A zona de preservação parcial (ZPP) refere-se aos dermátomos e miótomos localizados abaixo do nível neurológico que se mantêm parcialmente inervados. O nível neurológico estabelecido pela ASIA refere-se ao segmento mais inferior da medula com sensibilidade e função motora normais em ambos os lados do corpo. Torna-se importante ressaltar que os segmentos com função normal podem ser frequentemente diferentes em termos de sensibilidade e motricidade quando comparados bilateralmente. Quatro ou mais segmentos distintos podem ser identificados na determinação do nível neurológico. Nesses casos, geralmente cada um dos segmentos é separadamente marcado e não é utilizado apenas um “nível” para determinação do nível neurológico. A porção requerida do exame sensitivo (sensibilidade ao toque leve e a agulhada) é preenchida através da avaliação de 28 dermátomos (lado direito e esquerdo do corpo). O teste para a sensibilidade dolorosa é realizado com uma agulha descartável, enquanto o toque leve é testado com algodão. O esfíncter anal externo também é testado para auxiliar na determinaçãodo tipo de lesão (completa ou incompleta). O exame motor é completado através do teste muscular manual de 10 miótomos específicos (lado direito e esquerdo do corpo).
 A escala de restrições da ASIA utiliza os achados do exame neurológico para classificar os tipos de lesão dentro de cinco categorias: A = Lesão Completa. Não existe função motora e sensitiva nos segmentos medulares abaixo da lesão, incluindo os segmentos sacrais; B = Lesão Incompleta. Sensibilidade (total ou parcialmente) preservada com extensão através dos segmentos sacrais S4-S5, sem função motora abaixo do nível neurológico; C = Lesão Incompleta. Função motora preservada abaixo do nível da lesão com a maior parte dos músculos-chave abaixo do nível neurológico apresentando um grau de força muscular menor que 3; D = Lesão Incompleta. Função motora preservada abaixo do nível da lesão com a maior parte dos músculos-chave abaixo do nível neurológico apresentando um grau de força muscular maior ou igual a 3; E = Função Normal. Função motora e sensitiva normais. A escala ainda enumera algumas síndromes clínicas decorrentes de traumas medulares: Síndrome do Cordão Central, Síndrome da Cauda Equina; Síndrome da Artéria Espinhal Anterior; Síndrome de Brown-Sequard e Síndrome do Cone Medular.
Fonte: <https://www.google.com/url?sa=i&source=images&cd=&ved=2ahUKEwj_vc7GlJzmAhXgF7kGHVzvCvAQjRx6BAgBEAQ&url=https%3A%2F%2Fwww.passeidireto.com%2Farquivo%2F16450488%2Ftraducao-escala-asia&psig=AOvVaw2zjZOf0R0WnVyabP7sO_gy&ust=1575554637954560>
2. Escala Rancho Los Amigos
Esta escala emprega as observações comportamentais para categorizar o nível de função cognitiva do paciente, é muito utilizada pela equipe de reabilitação. Ela auxilia a equipe a entender e focalizar as habilidades mentais do indivíduo, programando um tratamento adequado. A escala foi desenvolvida em 1972 por Jeanne Flannery no Rancho los Amigos Medical Center na Califórnia e aperfeiçoada em 1986. Na primeira Versão, a escala possuía 5 níveis e com a atualização foram adicionados mais 3 níveis.
I – SEM RESPOSTA – O paciente parece estar em sono profundo e está completamente não-reativo a qualquer estímulo.
II – RESPOSTA GENERALIZADA – O paciente reage inconsciente e despropositadamente aos estímulos, de modo inespecífico. As respostas são limitadas e freqüentemente as mesmas, independentemente do estímulo apresentado.
III – RESPOSTA LOCALIZADA – O paciente reage especificamente, mas inconscientemente aos estímulos. As respostas estão diretamente relacionadas ao tipo de estímulo apresentado. Pode seguir comandos simples num modo inconsciente e retardado, como fechar os olhos ou apertar a mão.
IV – CONFUSÃO-AGITADO – O paciente está em um estado intensificado de atividade. O comportamento é bizarro e despropositado, relativamente ao ambiente imediato. Não discrimina entre pessoas ou objetos; é incapaz de cooperar diretamente com esforços do tratamento. Frequentemente as verbalizações são incoerentes e/ou inadequadas ao ambiente; pode estar presente a confabulação. A atenção geral ao ambiente é muito breve; frequentemente inexiste a atenção seletiva. O paciente não possui lembranças a curto e a longo prazo.
V – CONFUSO-INADEQUADO – O paciente é capaz de responder a comandos simples de modo bastante consistente. Contudo, com a crescente complexidade dos comandos, ou com a ausência de qualquer estrutura, as respostas são despropositadas, aleatórias ou fragmentadas. Demonstra atenção geral ao ambiente, mas é altamente desatento, e não tem a capacidade de focalizar a atenção em uma tarefa específica. Com estrutura, pode ser capaz de conversar num nível automático social por breves períodos de tempo. Frequentemente a verbalização é inadequada e confabulatória. A memória está gravemente prejudicada; frequentemente exibe um uso inadequado dos objetos; pode desempenhar tarefas prévia e estruturalmente aprendidas, mas é incapaz de aprender novas informações.
VI – CONFUSO-APROPRIADO – O paciente exibe um comportamento dirigido para as metas, mas é dependente de informações ou orientações externas. Acompanha orientações simples consistentemente, e exibe transferência para problemas reaprendidos, mas apropriados para a situação; as memórias passadas revelam maior profundidade e detalhes que a memória recente.
VII – AUTOMÁTICO-APROPRIADO – O paciente parece apropriado e orientado nas instalações hospitalares e domiciliares; passa pela rotina diária automaticamente, mas frequentemente assemelhando-se a um robô, com confusão mínima ou ausente, e tem recordações superficiais das atividades. Revela transferência para novos aprendizados, mas numa velocidade reduzida. Com estrutura, é capaz de iniciar atividades sociais ou recreativas; o julgamento permanece prejudicado.
VIII- PROPOSITAL-APROPRIADO – O paciente é capaz de lembrar-se e integrar eventos passados e recentes, e percebe e reage ao ambiente. Exibe transferências para novos aprendizados, e não necessita de supervisão, uma vez que tenham sido aprendidas as atividades. Pode continuar a exibir uma capacidade diminuída relativamente às capacidades pré-morbidez, raciocínio abstrato, tolerância ao estresse, e julgamento em emergência ou circunstâncias peculiares.
3. Escala de Equilíbrio de Berg
A Escala de Equilíbrio de Berg avalia o equilíbrio dinâmico e estático dos indivíduos e o risco de quedas considerando a influência ambiental na função. A EEB avalia o desempenho do equilíbrio funcional com 14 testes, sendo estes direcionados para a habilidade do indivíduo de sentar, ficar de pé, alcançar, girar em volta de si mesmo, olhar por cima de seus ombros, ficar em apoio unipodal e transpor degraus. Apresenta pontuação máxima de 56 pontos e mínima de 0 pontos, onde cada teste possui cinco alternativas que variam de 0 a 4 pontos. A EEB foi traduzida para o português e adaptada transculturalmente para sua utilização no Brasil.
4. Escala modificada de Ashworth modificada
A Escala de Ashworth modificada é uma escala subjetiva que avalia do tônus em graus de 0-4. Ela tem se mostrado confiável e é a escala mais citada na literatura do tratamento da espasticidade, tanto em adultos como em crianças.
Fonte: https://www.google.com/url?sa=i&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwiMq_TKnZzmAhXKE7kGHWrLBrcQjRx6BAgBEAQ&url=http%3A%2F%2Fwww.actafisiatrica.org.br%2Fdetalhe_artigo.asp%3Fid%3D53&psig=AOvVaw1sR2ZvPFFe4xgGpAlXxTzW&ust=1575557056555588
5. Medida de independência funcional (MIF)
A Medida de Independência Funcional (MIF) é uma escala de avaliação que têm por objetivo medir o grau de independência funcional do indivíduo. É bastante utilizada para avaliar o nível de comprometimento do lesado medular sobre as atividades de vida diária e que ganha espaço no planejamento dos grupos de reabilitação, porque mostra através de uma pontuação fidedigna a gravidade e o potencial de incapacidade da lesão. Entre as atividades avaliadas dos dois domínios motor e o cognitivo estão o autocuidado, controle esfincteriano, transferências, locomoção, comunicação e cognição social. Cada dimensão é analisada pela soma de suas categorias referentes de 1 a 7, quanto menor a pontuação, maior é o grau de dependência. Somando-se os pontos das dimensões do instrumento, chega-se a um escore total mínimo de 18 e o máximo de 126 pontos, que caracterizam os níveis de dependência pelos subescores.
A MIF é uma escala que dispõe de elementos essenciais de avaliação da independência funcional e que proporciona resultados através de seu escore total. Com isso torna-se um instrumento frequentemente analisado em estudos devido à divisão da escala em atividades motora e cognitiva. É frequentemente aplicada por diversos especialistas (fisioterapeutas, geriatras e neurologistas) como instrumento de avaliação de funcionalidade e que cada dia mais ganha espaço na comunidade científica. Alguns trabalhos sobre lesões medulares e encefálicas, que avaliam o nível de independência funcional com o uso da MIF, apresentaram relação entre o comprometimento motor e os transtornos de conduta e mostraramresultados benéficos ligados ao baixo custo, permitindo-lhes confrontar com as reais limitações do doente e assim prever as suas necessidades futuras em termos de cuidados de saúde e adaptações ao meio.
As vantagens da aplicação da MIF são de proporcionar cuidados necessários a partir do momento da admissão do paciente no plano de reabilitação e mudanças dos objetivos com o avanço do estado do paciente até a alta hospitalar. A avaliação dos resultados permite estabelecer o desenvolvimento do progresso funcional de cada indivíduo, de forma que a pessoa possa ser devolvida o mais breve possível para o meio social e familiar, desta maneira avaliar a capacidade de função motora e cognitiva do lesado medular promove a equipe multidisciplinar um olhar específico para o ganho de independência funcional. Além disso, tem também como vantagem o fato de compreender as atividades motoras, os aspectos cognitivos e capacidade de comunicação, é utilizada principalmente em lesões neurológicas e recentemente em crianças por trazer resultados quanto ao tratamento e como forma de planejamento terapêutico. A maneira de obter informações vem da observação do desempenho do paciente e nas informações obtidas pela família, acompanhantes e equipe, pois a identificação precoce e o tratamento adequado desses danos colaboram para a melhora da qualidade de vida desses indivíduos.
Fonte: https://www.google.com/url?sa=i&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwju88GxiJ3mAhXKIrkGHTh6AM0QjRx6BAgBEAQ&url=%2Furl%3Fsa%3Di%26source%3Dimages%26cd%3D%26ved%3D%26url%3Dhttp%253A%252F%252Fwww.actafisiatrica.org.br%252Fdetalhe_artigo.asp%253Fid%253D80%26psig%3DAOvVaw2luaMTLHE0mTV7tGq7b-DP%26ust%3D1575585704701989&psig=AOvVaw2luaMTLHE0mTV7tGq7b-DP&ust=1575585704701989
6. UPDRS (Parkinson)
Essa escala avalia os sinais, sintomas e determinadas atividades dos pacientes por meio do auto relato e da observação clínica. É composta por 42 itens, divididos em quatro partes: atividade mental, comportamento e humor; atividades de vida diária (AVD’s); exploração motora e complicações da terapia medicamentosa. A pontuação em cada item varia de 0 a 4, sendo que o valor máximo indica maior comprometimento pela doença e o valor mínimo indica tendência à normalidade. UPDRS é uma escala confiável (r-0,96) e válida (validade convergente e critério-relacionada), o que a qualifica como um método adequado para a avaliação.
 
Fonte: https://www.google.com/url?sa=i&source=images&cd=&ved=2ahUKEwiTx5ibi53mAhUJHbkGHXV4AHEQjRx6BAgBEAQ&url=https%3A%2F%2Finterfisio.com.br%2Fligacao-da-escala-unificada-de-classificacao-da-doenca-de-parkinson-com-a-classificacao-internacional-de-funcionalidade-incapacidade-e-saude%2F&psig=AOvVaw3UysrW044J15hpmUtywQfQ&ust=1575586486438725

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