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1 Nome dos acadêmicos 2 Nome do Professor tutor externo Centro Universitário Leonardo da Vinci–UNIASSELVI–Eng. Mecânica ENM0192–Seminário Interdisciplinar – 30/07/20 Parafuso de Arquimedes: Transferência Volumétrica através de energia potencial gravitacional. Adiel de Oliveira Souza¹ Anderson Varges de Oliveira¹ Jose Erivan Gomes da Silva¹ Josimar Torres Moreno¹ Alexandre da Silva Freire² 1. INTRODUÇÃO Usado como uma importante ferramenta da engenharia e áreas afins o parafuso de Arquimedes tem sua grande importância no mundo antigo e atual. O dispositivo consiste em transportar líquidos ou grânulos de um nível mais baixo para um mais alto. Para Perrone (2019), Arquimedes não foi o criador deste instrumento, pois alguns pesquisadores tem registros do século VI a.C. que mostram os egípcios fazendo uso do parafuso para irrigar os jardins suspensos. Seu título de criador veio por conta da introdução do equipamento na Grécia antiga e de seus vários trabalhos com a hidrodinâmica. Um de seus mais conhecidos feitos foi a descoberta de número π(pi) e da tão famosa palavra EUREKA, que após perceber que ao mergulhar um objeto na água o mesmo a fazia transbordar, então bolou a teria de que “Todo corpo mergulhado num fluido em repouso sofre, por parte do fluido, uma força vertical para cima, cuja intensidade é igual ao peso do fluido deslocado pelo corpo". Com base nesse conhecimento, Arquimedes desvendou um mistério sobre a coroa do rei de Siracusa. Diz a história que Herão, rei de Siracusa, contratou um artesão para fabricar sua coroa com ouro maciço. Ao ser contratado, o rei ofereceu uma bela quantia em dinheiro e forneceu o ouro a ser utilizado na coroa. Após alguns dias, o artesão entregou ao rei, a sua tão desejada coroa. Herão recebeu a coroa, mas desconfiou se o artesão teria usado todo o ouro que recebera. Para ter certeza, pediu que utilizassem uma balança no intuito de registrar a massa da coroa. Feito o procedimento, verificou-se que a massa da coroa era igual àquela do ouro fornecido pelo rei. (SILVA, 2019) Como atividade para completar a disciplina de Seminário Interdisciplinar, será confeccionado e relatado o funcionamento de um protótipo do parafuso de Arquimedes para que possamos entender como acontece o transporte e fazer a correlação de como esse equipamento poderia ser usado para soluções em engenharia. Os equipamentos utilizados serão todos reutilizados ou destinados a reciclagem. Apesar do dispositivo ser muito antigo ele vem avançando junto com a tecnologia e continua sendo usado até hoje. “Ao longo da história, a bomba de parafuso evoluiu muito, com a alteração da força motora manual, para animal ou mecânica utilizando de cata-ventos ou rodas d’água, até motores modernos.” (PERRONE, 2019) 2 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Com grande importância histórica o parafuso pode ser aperfeiçoado e melhorado através da tecnologia dos dias atuais. O parafuso de Arquimedes é um equipamento de simples interpretação e pode ser facilmente idealizado para cumprir diferentes tarefas e pode ser usado para transportar líquidos e grãos de um nível menos elevado para o de maior elevação. O parafuso de Arquimedes pode ser idealizado como, de acordo com os relatos clássicos, um dispositivo que transporta líquidos e é constituído por um eixo central inclinado e acionado por uma manivela instalada na ponta superior do eixo. O eixo ainda é ligado a uma chapa helicoidal que percorre todo seu corpo e essa chapa é isolada dentro de um cilindro para que o líquido transportado não passe pelas laterais. A parte inferior do equipamento fica submersa e através da manivela é feito o movimento rotatório contínuo para que o líquido presente possa ser transportado até a extremidade superior (Ribeiro, 2014). Este engenho primitivo seria movido recorrendo à força humana ou através de um moinho de vento. Posteriormente, Leonardo da Vinci (1452-1519), concebeu um parafuso semelhante ao de Arquimedes, sendo a hélice substituída por um tubo contínuo disposto em torno do eixo central. Na Holanda, os parafusos de Arquimedes foram muito utilizados em moinhos de ventos com a finalidade de drenar regiões que são antigos leitos oceânicos chamados de polders. O parafuso também é descrito como: “O aparato básico consiste de um grande parafuso inserido em um tubo justo. Existem outras formas simples de montar seu próprio parafuso de Arquimedes, como uma mangueira ao redor de um eixo, formando um tubo espiral.” (PERRONE, 2019) O parafuso ainda tem que seguir algumas imposições físicas tais como descreve Perrone: A ponta inferior do mecanismo deve ser inserida no líquido a ser transportado. Ao girar o eixo do parafuso, o fuso empurra o material tubo acima, levando o material até a extremidade de saída. O fluxo de material depende da frequência de giro do fuso e da montagem específica, como distância de passo do fuso, inclinação do tubo e espaço interno. (PIERRE,2019) Segundo Gonçalves (2015) o parafuso é tratado como uma bomba hidráulica chamada de bomba de deslocamento positivo e transporta elementos volumétricos com uma mesma quantidade por vez. Ela usa gravidade e os diferentes níveis de energia potencial gravitacional para fazer a elevação. FIGURA 1: PARAFUSO DE ARQUIMEDES FONTE: ClipArt ETC 3 3. MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 Materiais Os Materiais utilizados para a confecção do protótipo foram em sua maioria oriundos de objetos reutilizados e de fácil obtenção. Devido ao período de pandemia em que nos encontramos, materiais mais complexos não puderam ser obtidos para fazer a confecção mais detalhada. Os materiais utilizados foram: 30cm de tubo PVC de duas polegadas; 40 cm de mangueira transparente de 5 mm de diâmetro; 1m de arame fino; 1 rolo de tinta pequeno inutilizado; 2 recipientes para alojar os líquidos ou grãos; 1 suporte para a manivela; 1 recipiente graduado. 1 peneira 500g de farinha de mandioca 500ml de água 3.2 Métodos O modelo de ferramenta escolhido para a confecção foi o mesmo idealizado por Leonardo da Vinci. Primeiro para a construção do protótipo o rolo de tinta foi adaptado retirando a parte aveludada e adaptando o cabo para servir de manivela e fixando com o arame na extremidade do tubo pvc. FOTOGRAFIA 1: MANIVELA ADAPTADA E FIXADA AO TUBO. FONTE: Autores (2020). 4 Em seguida a mangueira foi fixada na parte menos elevada no tubo para que seja possível fazer o envolvimento do tubo de forma helicoidal e fixar com o arame na parte mais elevada, tomando cuidado para que ela não seja obstruída e prejudique na passagem do material utilizado para fazer o transporte. FOTOGRAFIA 2: FIXANDO A MANGUEIRA COM O ARAME. FONTE: Autores (2020). FOTOGRAFIA 3: MANGUEIRA FIXADA DE FORMA HELICOIDAL FONTE: Autores (2020). O passo seguinte foi fixar o protótipo em uma base, no nosso caso utilizamos um ferro com um furo na ponta e passamos a manivela pelo furo e enterramos no chão por cima de uma grade de geladeira para ter mais apoio e fixação. Depois de preso foi adicionado apenas os dois recipientes nas duas extremidades, com a ajuda de um tijolo para aproximar o recipiente do nível mais alto. FOTOGRAFIA 4: PROTÓTIPO COMPLETO. FONTE: Autores (2020). 5 Em seguida foram iniciados os testes de transporte para ver o funcionamento do protótipo, utilizou-se grãos de farinha de mandioca e água em estado líquido. Para fazer os testes com a farinha os grãos precisaram ser tratados para que pudessem passar pelo diâmetro da mangueira e não ficasse entupido devido o tamanho não uniforme dos grãos. Utilizamos uma peneira com furos médios para uniformizar a farinha e iniciar os testes. FOTOGRAFIA 5: TRATAMENTO DA FARINHA FONTE: Autores (2020) Para os teste com a água não foram necessários tratamentos especiais, masé aconselhável que se faça primeiramente os testes com o grãos pois eles não se prenderão dentro da mangueira devido a umidade deixada pela água. O Funcionamento do protótipo pode ser visto através do seguinte endereço eletrônico: “https://www.youtube.com/watch?v=KvXCLCC2d4o”. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO O desnível do equipamento foi de aproximadamente 20cm para as duas medições. Ao final dos preparativos foi iniciado os testes, primeiramente com os grãos de farinha coados e em seguida com a água. Iniciou-se pondo no recipiente mais baixo uma quantidade de 500 ml de água e após 1 minuto de rotação do equipamento através da manivela, foi anotado os valores de quanto de água foi transportado de um nível para o outro sendo possível construir a tabela a seguir para a organização dos dados: TABELA 1: FUNCIONAMENTO COM FARINHA. (FONTE: AUTORES) FARINHA DE MANDIOCA PESO l/min DESNÍVEL 500 kg 0,062 20 cm FONTE: Autores (2020). 6 Em seguida os mesmos dados foram coletados utilizando a água como material de teste e com o mesmo desnível o resultado dos testes são os mostrados na tabela a seguir: TABELA 2: FUNCIONAMENTO COM ÁGUA. ÁGUA PESO l/min DESNÍVEL 450 kg 0,250 20 cm FONTE: Autores (2020). 5. CONCLUSÃO Visto como fazer o transporte de líquido e grãos através do Parafuso de Arquimedes, torna-se possível associar seu funcionamento com soluções em engenharia. Através de uma modernização e adicionando a tecnologia de motores, o dispositivo torna-se muito mais eficiente podendo ser utilizado para fazer escavações utilizando seu princípio de que a terra presente no fundo dos buracos passa pelo corpo do parafuso e não ocupa espaço da broca. Pode ser utilizado também para limpar locais alagados ou irrigar plantações em um nível mais alto e próximas a leitos de rios. Um grande uso também pode-se observar é na separação de grãos visto que o parafuso só faz o transporte de determinados diâmetros de grãos por vez. Conclui-se que o parafuso foi muito importante para o desenvolvimento das civilizações antigas e continua tendo sua importância nos dias atuais e com a ajuda da tecnologia possui uma infinidade de novas aplicações voltados para a engenharia. REFERÊNCIAS CLIPART, ETC. Archimedean Screw. Disponível em: <https://etc.usf.edu/clipart/15000/15042/archimedean_15042.htm>. Acesso em: 22 de setembro de 2020. GONÇALVES, Nádia Rute. Arejamento Colateral de Águas Residuais em Sistemas de Elevação por Parafusos de Arquimedes. Disponível em: <https://run.unl.pt/bitstream/10362/16363/1/Goncalves_2015.pdf>. Acesso em: 15 de julho de 2020. PERRONE, Gabriel Cury. Parafuso de Arquimedes, Disponível em: <https://www.ufrgs.br/amlef/2019/12/01/parafuso-de-arquimedes/>. Acesso em: 16 de julho de 2020. RIBEIRO, J. T. G. (2014). Sistemas Elevatórios de Águas Residuais em Edifícios. Dissertação de Mestrado. Lisboa: Instituto Superior Técnico da Universidade Técnica de Lisboa. pp 4 -10. SILVA, Marcos Noé Pedro da. A descoberta de Arquimedes. Disponível em: <https://mundoeducacao.uol.com.br/matematica/a-descoberta-arquimedes.htm>. Acesso em: 21 de julho de 2020.
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