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DIREITO CONSTITUCIONAL I - Aula 4.

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DIREITO CONSTITUCIONAL I
Andréa Luna Angelim
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TEORIA DA CONSTITUIÇÃO: Hermenêutica Constitucional
1. Hermenêutica constitucional
“Segundo Sylvio Motta, “a hermenêutica [constitucional] tem por objeto o estudo e a sistematização dos processos aplicáveis para determinar o sentido e o alcance das normas constitucionais”. Continua o mestre afirmando que “hermenêutica é a ciência que fornece a técnica e os princípios segundo os quais o operador do Direito poderá apreender o sentido social e jurídico da norma constitucional em exame, ao passo que a interpretação consiste em […] desvendar o real significado da norma”.1 Hermenêutica constitucional é, enfim, a ciência da interpretação das normas constitucionais.” (Dutra, 2016, p. 87).
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TEORIA DA CONSTITUIÇÃO: Hermenêutica Constitucional
1.1. Interpretação e hermenêutica
A hermenêutica é a ciência da interpretação das normas constitucionais, ou seja, um conjunto de princípios e métodos para se fazer a interpretação das normas constitucionais. Podemos dizer que a hermenêutica constitucional seria a ciência e a interpretação consiste em relevar o conteúdo semântico (sentido da palavra) para poder definir seu sentido e o seu alcance. 
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TEORIA DA CONSTITUIÇÃO: Hermenêutica Constitucional
1.2 A Sociedade Aberta dos Intérpretes da Constituição
Peter Häberle, em sua obra “A sociedade aberta dos intérpretes da Constituição”, defende que a interpretação das normas constitucionais cabe a todos que vivem a Constituição daquele Estado, o povo, ao poder Judiciário, ao poder Executivo, ao poder Legislativo. Assim, com essa ideia, vale dizer que consiste em uma interpretação pluralista e democrática e por aqueles que vivem a norma. 
Exemplos:
Amicus curiae;
Audiências públicas buscando legitimar as decisões tomadas pelo STF. 
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TEORIA DA CONSTITUIÇÃO: Hermenêutica Constitucional
1.2.1 Amicus Curiae
O amicus curiae ou amigo da corte, nada mais é do que o terceiro interessado, não legitimado que atua no controle concentrado de constitucionalidade na qualidade de colaborador. Tem por finalidade pluralizar o debate do tema constitucional impugnado, permitindo que o Tribunal disponha dos elementos necessários à melhor solução da relevante controvérsia constitucional, legitimando democraticamente as decisões da Corte Suprema.
Exemplo: O art. 7º, §2º da Lei 9.868/99, permite que o relator, considerando a relevância da matéria e a representatividade dos postulantes, poderá, por despacho irrecorrível, admitir a manifestação de outro órgãos ou entidades (amicus curiae).
OBS: O STF não tem admitido pessoa física como amicus curiae. 
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TEORIA DA CONSTITUIÇÃO: Hermenêutica Constitucional
1.2.2 Audiências Publicas
O relator poderá fixar data para em audiência pública, ouvir depoimento de pessoas com experiência ou autoridade na matéria. Podemos citar como exemplo, a primeira audiência pública realizada no Brasil em processo de controle concentrado de constitucionalidade (20/04/2007). Tratava-se da ADI n. 3.510, proposta pelo PGR, contra a utilização de células tronco de embriões humanos em pesquisas e terapias. O STF entendeu que as pesquisas de células tronco não violam o direito a vida e nem a dignidade da pessoa humana, julgando improcedente a ADI n. 3.510. 
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TEORIA DA CONSTITUIÇÃO: Hermenêutica Constitucional
2. Métodos de Interpretação
Os métodos de interpretação desenvolvidos pela doutrina e jurisprudência com base em critérios e premissas, servem de direcionamento para o melhor entendimento da norma constitucional. Destaca-se: 
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Método jurídico (hermenêutico clássico)
Método Tópico-problemático
Método hermenêutico concretizador
Método científico-espiritual
Método normativo-estruturante
Método da comparação constitucional 
TEORIA DA CONSTITUIÇÃO: Hermenêutica Constitucional
2.1. Clássico
Gramatical ou filosófico: a análise se realiza de maneira textual e literal. Pode também ser chamado de literal ou semântico;
Lógico: procura uma harmonia lógica das normas constitucionais;
Sistemático: busca a análise do todo;
Histórico-evolutivo: segue a linha da mutação constitucional;
Genético: busca investigar as origens dos conceitos utilizados pelo legislador;
Histórico: analisa o projeto de lei, a sua justificativa, exposição de motivos, pareceres, discussões, as condições culturais e psicológicas que resultaram na elaboração da norma;
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TEORIA DA CONSTITUIÇÃO: Hermenêutica Constitucional
2.1. Clássico
g) Elemento teleológico ou sociológico: busca a finalidade da norma;
h) Elemento popular: a análise envolve a participação da massa, por exemplo, partidos políticos, sindicatos, valendo-se de instrumentos como plebiscito, referendo, etc;
i) Elemento doutrinário: a interpretação é feita pela doutrina;
j) Elemento evolutivo: segue a linha de mutação constitucional.
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TEORIA DA CONSTITUIÇÃO: Hermenêutica Constitucional
2.2 Tópico-problemático
Parte-se do caso concreto para a norma, procurando atribuir à interpretação um caráter prático visando a solução de determinados problemas.
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TEORIA DA CONSTITUIÇÃO: Hermenêutica Constitucional
2.3 Hermenêutico-concretizador
Conforme anota Pedro Lenza, parte da Constituição para o problema, podendo destacar os seguintes pressupostos interpretativos:
Pressupostos subjetivos: o intérprete vale-se de suas pré-compreensões sobre o tema para obter o sentido da norma;
Pressupostos objetivos: o interprete atua como mediador entre a norma e a situação concreta, tendo como “pano de fundo” a realidade social;
Círculo hermenêutico: é o movimento do ir e vir do subjetivo para o objetivo, até que o interprete chega a uma compreensão da norma.
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TEORIA DA CONSTITUIÇÃO: Hermenêutica Constitucional
2.4 Científico-espiritual
A interpretação não é baseada na literalidade da norma, mas na realidade social e nos valores subjacentes do texto constitucional. Parte da ideia de que a Constituição deve ser interpretada como algo dinâmico e que se renova constantemente a medida em que a sociedade vai se modificando.
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TEORIA DA CONSTITUIÇÃO: Hermenêutica Constitucional
2.5 Normativo-estruturante
Sustenta Müller que o texto constitucional não se confunde com a norma constitucional, pois o texto seria apenas a “ponta do iceberg, isso porque a norma não consiste apenas no texto, mas também no reflexo da realidade social. A interpretação deve ser analisada à luz da concretização da norma em sua realidade social. 
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TEORIA DA CONSTITUIÇÃO: Hermenêutica Constitucional
2.6 Comparação Constitucional
A interpretação neste caso, ocorre por meio de comparação entre vários ordenamento. Por exemplo, estabelece uma comunicação entre várias constituições, partindo dos quarto métodos de Savigny (gramatical, lógico, histórico e sistemático. Peter Härberle ainda sustenta um quinto método, que seria a canonização de comparação. 
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TEORIA DA CONSTITUIÇÃO: Hermenêutica Constitucional
3. Princípios da Interpretação Constitucional
O Ministro Luís Roberto Barroso, define que os “princípios instrumentais de interpretação constitucional constituem premissas conceituais, metodológicas, ou finalísticas que devem anteceder, no processo intelectual do intérprete, a solução concreta da questão posta”. (Barroso, 2018, p. 339) 
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TEORIA DA CONSTITUIÇÃO: Hermenêutica Constitucional
3.1 Unidade
O princípio da unidade da Constituição, compreende que deve ser interpretada em sua globalidade. As normas devem ser vistas como um sistema unitário de regras e princípios, obrigando o intérprete a considerar a constituição na sua globalidade e procurar organizar os espaços de tensão existente entre as normas constitucionais. Ex.: Princípio do Estado de Direito e o princípio democrático; princípio unitário e o princípio da autonomia regional, etc.
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TEORIA DA CONSTITUIÇÃO: Hermenêutica Constitucional
3.2 Efeito Integrador
O princípio do efeito integrador, ensinado por Canotilho, que “na resolução dos problemas jurídico-constitucionais deve dar-se primazia aos critérios ou ponto de vista que favoreçam a integração política e social e o reforço da unidade política”.Simplificando, consiste na interpretação dos conflitos constitucionais de maneira racionalizada para conduzir a melhor solução pluralística e integradora.
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TEORIA DA CONSTITUIÇÃO: Hermenêutica Constitucional
3.3 Máxima Efetividade
É o famoso princípio da eficiência ou da interpretação efetiva, comumente adotado em nosso ordenamento jurídico. A norma constitucional deve ter a mais ampla efetividade social.
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TEORIA DA CONSTITUIÇÃO: Hermenêutica Constitucional
3.4 Correção Funcional
Pedro Lenza, dispõe que o intérprete máximo da Constituição brasileira é o STF e por isso, ao concretizar a norma constitucional, será o responsável por estabelecer a força normativa da constituição, impedido de alterar as repartições de funções estabelecidas pelo poder Constituinte Originário.
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TEORIA DA CONSTITUIÇÃO: Hermenêutica Constitucional
3.5 Interpretação Conforme a Constituição
Diante de toda a pluralidade de interpretações, deve-se adotar a que mais se aproxima do texto constitucional, impedindo que haja interpretações contrárias a Constituição.
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TEORIA DA CONSTITUIÇÃO: Hermenêutica Constitucional
3.6 Supremacia da Constituição
“O Princípio da Supremacia é um princípio informador da hermenêutica e um pressuposto de controle de constitucionalidade. Só se fala em controle da constitucionalidade se a Constituição gozar de supremacia formal, se a Constituição ocupar o ápice do ordenamento jurídico. O ordenamento jurídico tem que ser representado por uma pirâmide, porque, a partir disso, as leis só existem e têm aptidão para produzir os efeitos no mundo jurídico se compatíveis com o seu fundamento de validade, que é a Constituição Federal”. (Luciano Dutra)
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TEORIA DA CONSTITUIÇÃO: Hermenêutica Constitucional
4.2 Concordância Prática ou Harmonização
A Constituição é compreendida como uma unidade e os bens jurídicos constitucionalizados devem coexistir de forma harmônica, buscando evitar em caso de conflitos, o sacrifício de um princípio em detrimento de outro. O fundamento do princípio da concordância prática ou harmonização, consiste na afirmação de que não existe hierarquia entre os princípios.
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TEORIA DA CONSTITUIÇÃO: Hermenêutica Constitucional
4.3 Proporcionalidade ou Razoabilidade
O princípio da proporcionalidade ou razoabilidade é um importante instrumento de proteção dos direitos fundamentais e do interesse público. Não está expresso na Constituição, mas tem seu fundamento nas ideias de devido processo legal e de justiça. O princípio permite ao Poder Judiciário invalidar atos legislativos administrativos quando não preenchido os três importantes elementos:
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TEORIA DA CONSTITUIÇÃO: Hermenêutica Constitucional
4.3 Proporcionalidade ou Razoabilidade
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Necessidade
Adequação
Proporcionalidade em sentido estrito 
Pode também ser chamada de exigibilidade. A ideia central é de que a medida que possa restringir direitos só irá ser admitida se for indispensável ou se não houver nenhuma outra menos gravosa.
Chamado de pertinência ou idoneidade.
O meio escolhido deve atingir o objeto adquirido.
É a máxima efetividade e a mínima restrição;
Deve-se investigar se a realização do objeto pretendido, supera a restrição de outros valores constitucionalizado.
TEORIA DA CONSTITUIÇÃO: Hermenêutica Constitucional
5. Dignidade da Pessoa Humana como princípio basilar (CF, art 1º, III)
É sem dúvida um dos princípios mais importantes não apenas do nosso ordenamento jurídico, mas da nossa vida. É a qualidade intrínseca do ser humano que se faz merecer de respeito por parte do Estado e da sociedade como um todo, implicando em um conjunto de direitos e deveres fundamentais que protege a pessoa contra qualquer ato desumano e degradante. Além de proporcionar as condições essenciais mínimas para uma vida saudável, livre e com garantias pessoais, econômicas, sociais e culturais. 
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Exercício de Fixação
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