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47 7ºAula Os Elementos da Linguística Textual Caros(as) alunos(as), na aula 06, fizemos uma breve conceituação da Linguística Textual. Assim, vemos que quando falamos em Linguística Textual, alguns conceitos aparecem muito frequentemente, dentre eles, podemos citar os conceitos de coesão e coerência textual. Quem de nós nunca se deparou com tais termos? Como explicá-los? Ou, ainda, como aplicá-los ao longo da produção textual? Vejamos então o que a aula sete traz sobre isso. Bom trabalho! Boa aula! Fundamentos da Linguística 48 Objetivos de aprendizagem 1 - Coesão Textual 2 - Coerência Textual Ao término desta aula você será capaz de: • compreender e aplicar os mecanismos coesivos do texto em atividades do ensino de Língua Portuguesa; • reconhecer e utilizar os aspectos da coerência textual na organização e aplicação dos textos no ensino da Língua Portuguesa. Seções de estudo Que tal!? Disposto a começar?? Comecemos, então, analisando os objetivos e verifi cando as seções que serão desenvolvidas ao longo desta aula. Bom trabalho! Então, vamos em frente?! “Quando se sai da esfera acadêmico-científi ca e se entra na sala de aula da grande maioria das escolas brasileiras, o que ainda se encontra é uma prática pedagógica de ensino de língua que revela pouca ou nenhuma infl uência das novas perspectivas de abordagem do fenômeno da linguagem.” Marcos Bagno (2007, p.14) OU SEJA, A AUTORA ABORDA O TRABALHO COM A GRAMÁTICA DO TEXTO... OU O TEXTO PELA GRAMÁTICA!? O QUE VOCÊ ACHA? PENSE NISSO!!!! Vamos começar nossa sétima aula. Vejamos então uma pequena refl exão introdutória! Antes de iniciarmos as seções de estudo, faremos uma pequena introdução a fim de inseri- los no contexto do que será de fato abordado nesta aula. Seguiremos as ideias voltadas para aplicabilidade da teoria da linguística textual (coesão e coerências, seções desta aula) no ensino real da Língua Portuguesa. Porque nos referimos a um ensino real. Fácil, porque intentamos mostrar exercícios propostos por renomados autores da área, como também a estrutura teórica utilizada para alicerçar o professor frente a tais exercícios. Sendo assim, vejamos algumas reflexões, de Raimunda Gomes de Carvalho (2008), sobre a funcionalidade da Linguística textual no ensino da gramática. A Gramática do Texto, conforme é sabido, foi proposta por Teun A. Van Dijk , nascido em 1950, de tradição alemã que se desenvolveu nos anos de 1960 a 1970, apresentando uma abordagem cognitiva que consistia na analogia entre a frase e o texto, o que passou a definir grandes noções que se consolidaram firmemente nas ciências da linguagem, sendo didatizadas no ensino secundário, como coerência, coesão, gênero textual, tipo textual etc. (BELTRAMIN, 2007). O ensino de língua passou a englobar e relacionar um complexo de fenômenos linguísticos em seu interior, que não poderia ser explicado somente no nível da frase, se estendendo aos estudos de como os enunciados comunicam significados num dado contexto. E com isso se passou a valorizar a língua em contextos de usos naturais e reais, privilegiando a atividade linguística autêntica com textos produzidos em situações cotidianas orais ou escritas, chegando a substituir a análise gramatical que antes perfazia o núcleo do ensino de língua na escola. Isso teve repercussão direta também sobre os testes de língua realizados para concursos públicos, vestibulares etc. Nesse enfoque, começou-se a considerar o educando não apenas como um ser receptivo do texto, mas alguém através do qual interage linguisticamente e extralinguisticamente. Com isso, o texto e a leitura passaram a ter uma importância fundamental no ensino, em que se manifestam, além dos sentidos, as intenções do falante, refletindo no como e para que se diz. Com isso, ao se falar em leitura como processo de interação, a escola lentamente passou a se inserir em um modelo de uso social da linguagem, considerando como constitutivo da produção de sentido não apenas o texto, mas todos os Este autor é conside- rado um clássico na área. Pesquisa sobre a vida dele! 49 Para conquistar tais aspectos, precisamos conhecer as engrenagens internas e externas do texto. Assim, vamos estudar, agora, aspectos sobre a coesão e coerências textuais. Para que nossa aula seja mais didática, organizamos, em forma de tópicos e esquemas, as explicações referentes à coesão textual. Sempre que possível, introduzimos exemplos a fi m de que a teoria fi que mais clara. • Conjunções; • Preposições; • Advérbios; • Pronomes; • Retomadas de palavras; • Repetição de palavras. AH! VEREMOS MAIS ADIANTE QUE A COERÊNCIA É A LÓGICA DO TEXTO, O SENTIDO ENCONTRADO NA LEITURA. SEM ELE O TEXTO PASAS A SER INCERENTE. Você percebeu como podemos avaliar um pequeno texto e como há conexões (as conexões estão pontuadas por pequenas setas)?! Assim, a escola (professores) deve dedicar-se às práticas de leitura, interpretação, produção textual e estudo da língua por meio de metodologias que visem ao educando o desenvolvimento em seus aspectos pessoal, social e político, apropriando-o de um conhecimento de texto e de leitura consciente, que contribuam, signifi cativamente, para a formação integral e o exercício cada vez mais pleno da cidadania. VEJAMOS ENTÃO AS EXPLICAÇÕES: Entendemos a coesão textual como um conjunto de recursos por meio dos quais um enunciado se liga ou ainda se refere a outros, efetivando a Tessitura do texto, ou seja, é um processo de ligação que vai ser feito por meio de termos explícitos no texto. Vejamos como funciona esse conjunto de recursos que é identificado no ato da leitura. Ou seja, o leitor vai perceber essas conexões; caso não perceba, é porque elas não existem, ocasionando, com isso, a famosa falta de coerência, neste caso, denominada de incoerência ineficaz. NÃO É MESMO?! Pois bem, estes elementos coesivos são divididos da seguinte forma: Vejamos, agora, o esquema abaixo sobre a coesão textual, proposto pela professora Rose Sampaio. elementos envolvidos na construção da significação. Passaram, assim, a integrar a construção do texto os sujeitos interlocutores, o contexto sócio histórico, o explícito e o implícito no texto e a intertextualidade.(Disponível em http://www. ufpi.br/subsiteFiles/parnaiba/arquivos/files/rd- ed2ano1_artigo05_Raimunda_Carvalho.PDF). 1 - A tipografi a, sua história e os elementos da tipologia Conexão temporal – coesão. Vejamos um exemplo retirado do site http:// gnuribas.blogspot.com.br/2009/10/coesao.html, da professora Rose Sampaio. “O vento do duende vem roxo quando pisca a inconsciência do javali.” O texto apresenta coesão, porém não apresenta coerência, pois a frase não alcança nenhum significado. Vamos dar uma olhadinha no mapa conceitual abaixo: Fonte: Disponível em http://arvorelp.blogspot.com.br/. Acessado em 23 de abril de 2012, Às 18 horas. Fundamentos da Linguística 50 Vejamos, sucintamente, a função de cada elemento no texto: OBS: este esquema e o exemplo, abaixo, foram retirados do site http://www.ebah.com.br/content/ABAAABUhYAD/apostila- coesao-coerencia, cuja autora é a professora Yone Sanches. Disponibilizado: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/ redacao/coesao-2.php. COESÃO 1) REFERENCIAL a) artigos defi nidos: o, a, os, as . Indefi nidos: um, uma, uns, umas. Ex. Depois de algum tempo, aproximou- se de nós um desconhecido. O desconhecido... b) advérbios de lugar: aqui, ali, lá etc. Ex. Paula não irá à Europa em janeiro. Lá faz muito frio. c) pronomes pessoais: ele/ela/eles/ elas Ex. Maria teve um fi lho. Ela tem apenas 15 anos. d) pronomes oblíquos: o, a, lhe, lhes Ex. Mate um frango. Corte-o em pedaços e prepare-o para ir ao forno. e) pronomes possessivos: meu, teu, seu, nosso, vosso, dele etc. Ex. A gravata do uniforme de Paulo está velha. A minha é novinha em folha. f)pronomes demonstrativos:este, esta, esse, essa, aquele, tal etc. Ex. O presidente pretende anunciar as novas medidas que mudarão o imposto de renda, mas não deverá fazer isso nesta semana. Ex. O presidente pretende anunciar as novas medidas que mudarão o imposto de renda, mas não deverá fazer isso nesta semana. g) Pronomes indefi nidos: tudo, todo, algum, outro, vários, diversos, cada, nenhum etc Ex. João pediu auxílio a parentes e amigos. 2) SEQUENCIAL A coesão sequencial é obtida, principalmente, por meio dos elementos de ligação que proporcionam as relações necessárias à integração harmoniosa de orações e parágrafos em torno de um mesmo assunto (eixo temático). Relacionamos abaixo os elementos de coesão mais usuais, agrupados pelo sentido, Estes elementos são conhecidos na gramática tradicional como conjunções, advérbios etc. e, na Linguística Textual, como operadores argumentativos. • Prioridade, relevância: principalmente, primordialmente, sobretudo, em primeiro lugar, antes de mais nada, primeiramente, acima de tudo. • Tempo (ordem, sucessão, anterioridade, posterioridade): fi nalmente, agora, atualmente, Nenhum atendeu ao seu apelo (pedido). h) numerais: (um, uma, uns, umas, ambos) Ex. Mariana e Luiz são irmãos. Ambos estudam inglês e francês. i) Elipse: (quando a partir do segundo verbo o sujeito fi ca oculto, por ter sido citado anteriormente) Ex. João Paulo II esteve em Varsóvia. Lá, disse que a igreja continua a favor do celibato. j) Lexical (palavras sinônimas ou quase sinônimas) a) João Paulo II = papa, Sua Santidade, o último papa b) Varsóvia = Capital da Polônia l) Hiperônimo/Hipônimo: Ex. Gosto muito de doces (hiperônimo). Cocada (hipônimo), então, adoro. móvel/mesa (mesa faz parte de um substantivo maior = móvel) m) Nomes genéricos: coisa, gente, pessoa, fato, fenômeno etc: Ex. A multidão ouviu o ruído de um motor. Todos olharam para o alto e viram a coisa se aproximando. n) Metonímia: Ex. No pasto, havia cem cabeças de gado. (parte pelo todo) Observação: Evite retomada coesiva utilizando a mesma/o mesmo e seus plurais e REFERIDO(A). Ex. Comprei uma cadeira. A mesma estava quebrada. (inadequado perante a norma culta) 51 Obs: O esquema exemplo abaixo, juntamente com a sua explicação foi retirado do site http:// gnuribas.blogspot.com.br/2009/10/coesao.html. VEJAMOS: Analise o texto abaixo e perceba como podemos trabalhar com a coesão textual, que nada mais é do que a gramática textual. Identificar os elementos e pontuá-los para os alunos em sala de aula, é fazer com que eles reflitam acerca da estrutura textual e da gramática conjuntamente. AGORA QUE NÓS OBSERVAMOS O TEXTO ACIMA, VEJA UMA OUTRA FORMA DE ANALISAR A COESÃO, OU DE PROPOR UM EXERCÍCIO: Os urubus e os sabiás (1) Tudo aconteceu numa terra distante, no tempo em que os bichos falavam... (2) Os urubus, aves por natureza becadas, mas sem grandes dotes para o canto, decidiram que, mesmo contra a natureza, eles haveriam de se tornar grandes cantores. (3) E para isto fundaram escolas e importaram professores, gargarejaram dó-ré-mi-fá, mandaram imprimir diplomas, e fizeram competições entre si, para ver quais deles seriam os mais importantes e teriam a permissão de mandar nos outros. (4) Foi assim que eles organizaram concursos e se deram nomes pomposos, e o sonho de cada urubuzinho, instrutor em início de carreira, era se tronar um respeitável urubu titular, a quem todos chamavam por Vossa Excelência. (5) Tudo ia muito bem até que a doce tranquilidade da hierarquia dos urubus foi estremecida. (6) A floresta foi invadida por bandos de pintassilgos tagarelas, que brincavam com os canários e faziam serenatas com os sabiás... (7) Os velhos urubus entortaram o bico, o rancor encrespou a testa, e eles convocaram pintassilgos, sabiás e canários para um inquérito. (8) “- Onde estão os documentos dos seus concursos?” (9) E as pobres aves se olharam perplexas, porque nunca haviam imaginado que tais coisas houvesse. (10) Não haviam passado por escolas de canto, porque o canto nascera com elas. (11) E nunca apresentaram um diploma para provar que sabiam cantar, mas cantavam simplesmente... (12) – Não, assim não pode ser. Cantar sem a titulação devida é um desrespeito à ordem. (13) E os urubus, uníssono, expulsaram da floresta os passarinhos que cantavam sem alvarás... MORAL: Em terra de urubus diplomados não se ouve canto de sabiá. (Rubem Alves. Estórias de Quem Gosta de Ensinar ) • Causa: em virtude de, por causa de, devido a, é resultado de. • Consequência: consequentemente, por consequência, como resultado, por isso, assim, como efeito, de sorte que, de modo que, de forma que, de maneira que. • Explicação: porque, porquanto, pois, já que, uma vez que, visto que. • Contraste, oposição: por outro lado, paradoxalmente, pelo contrário, caso contrário, em contraste com, mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto. • Restrição, ressalva: embora, apesar de, ainda que, mesmo que, posto que, conquanto, se bem que, por mais que, por menos que, não obstante. hoje, frequentemente, constantemente, às vezes, eventualmente, por vezes, ocasionalmente, sempre, raramente, não raro, ao mesmo tempo, simultaneamente, a princípio, pouco antes, pouco depois, anteriormente, posteriormente, em seguida, afinal, por fim. • Semelhança, comparação: igualmente, da mesma forma, assim também, do mesmo modo, similarmente, analogamente, por analogia, de maneira idêntica. • Conformidade: conformidade com, de acordo com, segundo, conforme, sob o mesmo ponto de vista, tal qual, tanto quanto, como, assim como, bem como. • Condição, hipótese: se, caso, salvo se, contanto que, desde que, a menos que, a não ser que etc. • Adição, continuação: e, além disso, ademais, por sua vez, outro ponto, mais (grave) ainda, ainda mais, também, mas também, constata-se também, vale frisar ainda, vale lembrar também. • Dúvida: provavelmente, possivelmente, é provável. • Certeza, ênfase: de fato, por certo, certamente, indubitavelmente, inquestionavelmente, sem dúvida, obviamente. • Ilustração, exemplificação, esclarecimento: por exemplo, isto é, em outras palavras, ou por outra, a saber, haja vista. • Propósito, intenção, finalidade: com o fim de, a fim de, com o propósito de, para que, afim de que. • Resumo, recapitulação, conclusão: em suma, em síntese, enfim, em resumo, portanto, assim, dessa forma, dessa maneira, logo, afinal, está claro que. Fundamentos da Linguística 52 Lendo este texto de todos os seus aspectos verbais e não verbais, podemos concluir que: Morte e vida Severina, apresenta uma relação hiperonímica entre os termos vida sofrida e desumana. Notem que morte e vida Severina se trata de uma vida sofrida. Severina signifi ca “o severo”, o duro, o ríspido. Nós temos uma vida severa, dura e ríspida (hiperonímica), nos tipos de vida, desumana e vida sofrida (hiponímica). Portanto o que o texto nos mostra é realmente correto, temos uma relação hiperonímica e hiponímica. Disponível no site http://gnuribas.blogspot.com.br/2009/10/ coesao.html Pensando nesta unidade de relação e na unidade de sentido é que explicitaremos agora os elementos que fazem de um texto, de fato um texto. Vejamos: Acreditamos que vocês tenham entendido bem este conteúdo. Vejamos a próxima seção: A fim de demonstrar, de forma breve, como é produzida a textualidade de um texto, utilizaremos as quatro metaregras de Michel Charolles (2002), as quais estabelecem a coerência de um texto: A coerência textual, conforme vimos anteriormente no início da primeira seção desta aula, é responsável pela boa organização textual, aquela que produz sentido. Vejamos o que diz Koch e Travaglia (2002) sobre coerência: A coerência teria a ver com a “boa formação” do texto, mas num sentido que não tem ainda a ver com qualquer ideia assemelhada à noção de gramaticalidade usada no nível da frase, sendo mais ligada, talvez, a uma boa formação em termos da interlocução comunicativa.Portanto, Fonte: Disponível em http://arvorelp.blogspot.com.br/. Acessado em 23 de abril de 2012, Às 18 horas. 2 - Coerência Textual a coerência é algo que se estabelece na interação, na interlocução, numa situação comunicativa entre dois usuários. Ela é o que faz com que o texto tenha sentido para os usuários. (...) a coerência seria a possibilidade de estabelecer, no texto, alguma forma de unidade ou relação. Essa unidade é sempre apresentada como uma unidade de sentido no texto, o que caracteriza a coerência como global, isto é, referente ao texto como um todo. TEXTUALIDADE (COERÊNCIA) REPETIÇÃO: Para que um texto seja coerente é preciso que em seu desenvolvimento, o texto apresente elementos de recorrência. (coesão referencial) Ex. “Picasso morreu faz um ou dois anos. O artista deixou sua coleção pessoal para o museu de Barcelona.” PROGRESSÃO: Para que um texto seja coeren- te é preciso que haja no texto uma contribuição semântica renovada, pelo contínuo acrés- cimo de informações. Ex. “O ferreiro está vestido com uma calça preta, com um chapéu marrom claro e com um paletó cinza escuro. Tem na mão a ponta da picareta e bate em cima com um martelo. A ponta desta ferramenta é pontuda e a outra extremidade é quadra- da. Para torná-la vermelha, colocou-a no fogo e as mãos estão vermelhas.” NÃO CONTRADIÇÃO OU COERÊNCIA SEMÂNTICA: Para que um texto seja coerente é preciso que no desenvolvimento do texto não se introduza nenhum 53 AINDA, PODEMOS EXPOR, AQUI, OS PRINCIPAIS FATORES DE COERÊNCIA SEGUNDO KOCK & TRAVAGLIA (2002): elemento que contradiga um conteúdo posto ou pressuposto anteriormente. Ex. 1: “Pedro não tem carro. Vai vender o dele para comprar um novo.” (contradição pressuposta) RELAÇÃO: Para que um texto seja coerente é preciso que todos os enunciados do texto e os fatos que denotam no mundo nele representado estejam, de alguma forma, relacionados entre si. Ex. “Segunda, terça, quinta, sexta que vai à escola. Quarta, sábado, domingo que não vai à escola. Não deve roubar giz. Eu sei os meses do ano.” I - O uso dos elementos de ligação (elementos de coesão) inadequados nas sentenças abaixo provoca um efeito de incoerência. Reescreva- os, fazendo as alterações necessárias para garantir o estabelecimento das relações se sentido corretas. 1. O livro é muito interessante porque tem 570 páginas. 2. Carmem mora no Rio há cinco anos, portanto não conhece ainda o Corcovado. 3. Acordei às 7 horas, uma vez que tinha ido deitar às 2 horas, dormi pouco mais de cinco horas. 4. O livro que a professora de literatura mandou comprar já está esgotado, já que foi publicado há menos de três semanas. 5. João, o pintor, foi despedido, mesmo que tenha se negado a pintar a casa, apesar de estar chovendo. II - Escreva um período, juntando as frases abaixo, utilizando um conectivo de cada vez: embora, apesar de, mesmo, mas. Faça as modificações necessárias. Estava com febre. Não faltava às aulas. c) Coerência estilística: Magnífico Reitor da Universidade de São Paulo Tendo tomado conhecimento pelos periódicos da capital paulista de que o Prefeito da Cidade Universitária, onde está situada a Universidade que Vossa Magnificência, com alto descortino, dirige, re¬solveu interditar o acesso da população ao campus nos finais de semana, ouso vir à presença de Vossa Magnificência para manifestar-lhe meu repúdio ao fato de uma instituição pública querer sub¬trair da a) Coerência semântica: Ex. 1: “A casa da vovó é voltada para o leste e tem uma enorme varanda. Todas as tardes ela fica na varanda em sua cadeira de balanço apreciando o pôr-do-sol.” (contradição de mundo possível) Ex. 2 Lá dentro havia uma fumaça espessa que não deixava que víssemos ninguém. Meu colega foi à cozinha, deixando-me sozinho. Fiquei encostado na parede da sala, observando as pessoas que lá estavam. Na festa, havia pessoas de todos os tipos: ruivas, brancas, pretas, amarelas, altas, baixas etc. b) Coerência sintática (gramatical ou de super- fície linguística) Coesão sequencial: O mau uso de elementos linguísticos de coesão pode provocar incoerências locais pela violação de sua especificidade de uso e função. Ex. Fundamentos da Linguística 54 BAGNO, M. A inevitável travessia: da prescrição gramatical à educação linguística. In: BAGNO, M; STBUS, M; GAGNÉ, G (orgs.) Língua Materna: letramento, variação e ensino. 4 Ed. São Paulo: Parábola Editorial, 2007. FÁVERO, Leonor Lopes; KOCH, Ingedore Vilaça. Linguística textual: introdução. São Paulo: Cortez, 2002. _____________. Coesão e coerência textual. São Paulo: Ática, 2002. KOCH, Ingedore Vilaça. Linguística textual. São Paulo, v. 17, n. especial. P. 1-11, 2001. Disponível em http://www.scielo.br/. Acesso em 04 março 2012. Vale a pena Vale a pena ler população de uma cidade desumana um espaço de lazer. Francamente, achei a maior sujeira da parte da USP, sacanagem, nada a ver. d) Coerência pragmática (intenção comunicativa) Ex. Pedido/atendimento A: Você me empresta seu livro do Guimarães Rosa B: Hoje eu comi um chocolate que é uma delícia. VEJA O EXEMPLO ABAIXO DE UM TEXTO COM COERÊNCIA, PORÉM SEM NENHUMA COESÃO, RETIRADO DO LIVRO DE LEONOR FÁVERO: Manifesto futurista — Marinetti “Arte vida explosiva. Italianismo paroxístico. Antimuseu. Anti cultura. Antiacademia. Antilógica. Antigracioso. Antisentimental. Contra as cidades mortas — Modernolatria. Religião da nova originalidade velocidade. Desigualdade — Intuição e inconsciência criadoras — Esplendor geométrico. Estética da máquina. Heroísmo na arte e na vida. Café-concerto, físico-loucura e veladas futuristas. — Destruição da sintaxe. Imaginação sem fios. Sensibilidade geométrica e numérica. Palavras em liberdade ruidosas. Quadros palavras livres sinóticos coloridos. Declamação sinótica andante — Solidificação do impressionismo. Síntese de forma-cor. Dinamismo plástico. Estados de alma. Linhasforça. Transcendentalismo físico.” In: TORRE, G. 1965. Historia de las literaturas de vanguardia. Madrid, Guadarrama. p. 151. Vejam bem, os conhecimentos que determinam a produção de sentido e, consequentemente, a coerência estão armazenados na memória, tais como conceitos, modelos cognitivos globais e superestruturas. Estas habilidades sempre devem ser exploradas nos exercício desenvolvidos por nós, professores. Sobretudo quando se trabalha com crianças das séries iniciais. Ufa, acabamos!? Não, ainda não! Vamos, no item “Retomando a Conversa Inicial”, fazer um breve resumo dos conteúdos estudados nesta sétima aula!? 1 - Coesão Textual Segundo Leonor Fávero (2002, p 10), at coesão, manifestada no nível microtextual, refere-se aos modos como os componentes do universo textual, isto é, as palavras que ouvimos ou vemos, estão ligados entre si dentro de uma sequência. 2 - Coerência Textual Segundo Leonor Fávero (2002, p 10), a coerência, por sua vez, manifestada em grande parte macrotextualmente, refere-se aos modos como os componentes do universo textual, isto é, os conceitos e as relações subjacentes ao texto de superfície, se unem numa configuração, de maneira reciprocamente acessível e relevante. Assim a coerência é o resultado de processos cognitivos operantes entre os usuários e não mero traço dos textos. Retomando a aula Chegamos, assim, ao fi nal da sétima aula. Espero vocês tenham compreendido o que são e como são utilizadas a coesão e a coerências textuais. 55 h t t p : / / w w w. s n a s c i m e n t o. c o m / m y _ files/books/200706/Leonor%20Lopes%20 F%E1vero%20-%20Coes%E3o%20e%20 Coer%EAncia%20Textuais%20(pdf)%20(rev).pdf h t t p : / / w w w. e b a h . c o m . b r / c o n t e n t / ABAAABUhYAD/apostila-coesao-coerencia http://www.algosobre.com.br/redacao/ coesao-e-coerencia.html http ://www.recantodas letras.com.br/ trabalhosescolares/634746 Vale a pena acessar Atividades da Aula 07 Após terem realizado uma boa leiturados assuntos abordados, na Plataforma de Ensino, na ferramenta “Sala Virtual, há um espaço para as Atividades”, as quais estão disponíveis e devem ser respondidas e enviadas por meio do Portfólio - ferramenta do ambiente de aprendizagem UNIGRAN Virtual. OBS: Não esqueçam! Em caso de dúvidas, acessem as ferramentas “fórum” ou “quadro de avisos” para se comunicar com o(a) professor(a). Fundamentos da Linguística 56 Minhas ANOTAÇÕES
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