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Universidade Federal de Alfenas - UNIFAL- MG Instituto de Ciência e Tecnologia Campus Poços de Caldas MAURÍCIO MARCUZ BUFFO ISAAC PEREIRA DE FARIA NETO AVALIAÇÃO DAS ZONAS SUSCETÍVEIS E DAS ZONAS DE RISCO À DESASTRES NATURAIS NA CIDADE DE POÇOS DE CALDAS Poços de Caldas/MG 2019 MAURÍCIO MARCUZ BUFFO ISAAC PEREIRA DE FARIA NETO AVALIAÇÃO DAS ZONAS SUSCETÍVEIS E DAS ZONAS DE RISCO À DESASTRES NATURAIS NA CIDADE DE POÇOS DE CALDAS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como parte dos requisitos para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Ambiental pela Universidade Federal de Alfenas. Área de concentração: Geoprocessamento. Orientador: Prof. Dr. Paulo Henrique Bretanha Junker Menezes Poços de Caldas/MG 2019 MAURÍCIO MARCUZ BUFFO ISAAC PEREIRA DE FARIA NETO AVALIAÇÃO DAS ZONAS SUSCETÍVEIS E DAS ZONAS DE RISCO À DESASTRES NATURAIS NA CIDADE DE POÇOS DE CALDAS A Banca examinadora abaixo-assinada, aprova o Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como parte dos requisitos para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Ambiental pela Universidade Federal de Alfenas. Área de concentração: Geoprocessamento. Aprovada em: Prof. Dr. Paulo Henrique B. J. Menezes Assinatura: Universidade Federal de Alfenas Prof. Dr. Rafael de Oliveira Tiezzi Assinatura: Universidade Federal de Alfenas Prof. Dr. Francisco José Cardoso Assinatura: Universidade Federal de Alfenas RESUMO A quantidade de registros de desastres naturais vem aumentando consideravelmente nas últimas décadas, uma vez que são resultantes de processos que ocorrem naturalmente e podem causar graves impactos no âmbito socioeconômico e ambiental em consequência do mau gerenciamento e planejamento urbano. Torna-se então essencial estudos nestas áreas para entender melhor a ocorrência destes fenômenos. Um deles é o mapeamento das áreas de risco, que visa identificar locais com maior probabilidade da incidência destes eventos que possam atingir as regiões urbanas e desta forma possibilitar o desenvolvimento de medidas preventivas e ações emergenciais para mitigar seus potenciais impactos. O presente trabalho apresenta um estudo da expansão urbana em zonas de risco na região central de Poços de Caldas (MG). Através de técnicas de geoprocessamento visou- se elaborar um banco de dados o qual possibilitasse a análise multitemporal dos desastres naturais na área de estudo, mediante ao cruzamento de mapas temáticos e das características fisiográficas do local. Notou-se que no decorrer do período de estudo houve um amento das áreas de risco no município em detrimento da expansão urbana o que associado às características fisiográficas do local resultam em condições favoráveis para ocorrência de desastres naturais. Palavras-chave: Desastres naturais, Geoprocessamento, Suscetibilidade, Áreas de risco. ABSTRACT The number of natural disaster registrations has increased considerably in the last decades, as they are the result of naturally occurring processes and can cause severe impacts on the socio-economic and environmental environment as a result of poor urban management and planning. Studies in these areas are therefore essential to better understand the occurrence of these phenomena. One of them is the mapping of risk areas, which aims to identify places with the highest probability of the incidence of these events that may affect urban regions and thus enable the development of preventive measures and emergency actions to mitigate their potential impacts. This paper presents a study of urban sprawl in risk zones in the central region of Poços de Caldas (MG). Through geoprocessing techniques, the aim was to elaborate a database which would allow the multitemporal analysis of natural disasters in the study area, by crossing thematic maps and the physiographic characteristics of the site. It was noted that during the study period there was an increase of risk areas in the city at the expense of urban sprawl which associated with the physiographic characteristics of the site result in favorable conditions for the occurrence of natural disasters. Keywords: Natural disasters, Geoprocessing, Susceptibility, Risk areas. LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Representação dos processos de enchente e inundação. ........................ 14 Figura 2 - Representação de corrida. ........................................................................ 15 Figura 3 - Representação de escorregamento. ......................................................... 15 Figura 4 - Representação de rastejo. ........................................................................ 16 Figura 5 - Representação de queda de blocos.......................................................... 17 Figura 6 - Elementos associados ao risco. ................................................................ 19 Figura 7 - Área de estudo. ......................................................................................... 27 Figura 8 – Mapa das Unidades Geológicas............................................................... 31 Figura 9 – Mapa do Modelo Digital de Terreno (MDT) .............................................. 32 Figura 10 - Mapa de Declividade ............................................................................... 33 Figura 11 - Mapa de Áreas Suscetíveis. ................................................................... 35 Figura 12 - Mapa de Uso e Ocupação do Solo para o ano de 2001. ........................ 37 Figura 13 - Mapa de Uso e Ocupação do Solo para o ano de 2008. ........................ 38 Figura 14 - Mapa de Uso e Ocupação do Solo para o ano de 2019. ........................ 39 Figura 15 – Área em porcentagem das classes de usos e ocupação do solo em seus anos base. ................................................................................................................. 40 Figura 16 - Mapa de Risco para o ano de 2001. ....................................................... 42 Figura 17 - Mapa de Risco para o ano de 2008. ....................................................... 43 Figura 18 - Mapa de Risco para o ano de 2019. ....................................................... 44 Figura 19 - Área em porcentagem dos riscos em seus anos base. ........................... 45 Figura 20 - Levantamento histórico dos desastres naturais em Poços de Caldas. ... 46 Figura 21 - Desastres naturais registrados até 2001. ................................................ 48 Figura 22 - Desastres naturais registrados até 2008. ................................................ 49 Figura 23 - Desastres naturais registrados até 2019. ................................................ 50 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Fatores de suscetibilidade e vulnerabilidade. ........................................... 18 Tabela 2 - Mapas de suscetibilidade e vulnerabilidade e seus elementos. ............... 21 Tabela 3 - Fatores utilizados na elaboração dos mapas de suscetibilidade. ............. 24 Tabela 4 - Classificação por intervalo de tempo da Densidade de drenagem. ......... 25 Tabela 5 - Classificação por intervalo de tempo do fator forma da bacia. ................. 26 Tabela 6 - Classificação por intervalo de tempo do índice de compacidade da bacia. .................................................................................................................................. 26 Tabela 7 - Índices de caracterização de forma das bacias. ......................................29 Tabela 8 - Tipos de eventos e a quantidade de área sob sua influência. .................. 34 Tabela 9 - Área em quilômetros quadrados (km²) das classes de uso e ocupação do solo ao longo do período de estudo. ......................................................................... 36 Tabela 10 - Área em porcentagem (%) das classes de uso e ocupação do solo ao longo do período de estudo. ...................................................................................... 36 Tabela 11 - Áreas de risco em quilômetros quadrados (km²) ao longo do período de estudo. ...................................................................................................................... 41 Tabela 12 - Áreas de risco em porcentagem (%) ao longo do período de estudo. .... 41 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 9 2 JUSTIFICATIVA ................................................................................................................... 11 3 OBJETIVOS .......................................................................................................................... 11 3.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................................... 11 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................................... 11 4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................................................. 12 4.1 DESASTRES NATURAIS E IMPACTOS .......................................................................... 12 4.1.1 Processos Geohidrossedimentológios .............................................................................. 13 4.1.1.1 Enchentes e Inundação ....................................................................................................... 13 4.1.1.2 Corridas .................................................................................................................................. 14 4.1.1.3 Escorregamentos .................................................................................................................. 15 4.1.1.4 Rastejos ................................................................................................................................. 16 4.1.1.5 Queda de Blocos .................................................................................................................. 16 4.2 VULNERABILIDADE E SUSCETIBILIDADE .................................................................... 17 4.3 PERIGO E RISCO ................................................................................................................ 19 4.4 MAPEAMENTO DE ÁREAS DE RISCO E SUSCETÍVEIS ............................................ 20 4.5 GEOPROCESSAMENTO COMO FERRAMENTA DE ANÁLISE ................................. 22 5 METODOLOGIA ................................................................................................................... 23 5.1 ELABORAÇÃO DO BANCO DE DADOS ......................................................................... 23 5.2 CARACTERIZAÇÃO DO MEIO FÍSICO ........................................................................... 24 5.3 IDENTIFICAÇÃO DAS ZONAS SUSCETÍVEIS ............................................................... 28 5.4 ANÁLISE MULTITEMPORAL DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO ............................. 28 5.5 IDENTIFICAÇÃO DE ZONAS DE RISCO ........................................................................ 28 6 RESULTADOS E DISCUSSÕES ...................................................................................... 29 6.1 MEIO FÍSICO ........................................................................................................................ 29 6.2 MAPAS DE SUSCETIBILIDADE ........................................................................................ 34 6.3 MAPAS DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO .................................................................... 36 6.4 MAPAS DE RISCO ............................................................................................................... 41 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................................ 51 REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 53 9 1 INTRODUÇÃO Os desastres naturais são eventos adversos resultantes de processos que ocorrem naturalmente, os quais causam impacto em uma sociedade e são distinguidos principalmente em função de sua origem, isto é, da natureza do fenômeno que o desencadeia (TOBIN & MONTZ, 1997). Segundo UNISDR (2013) um desastre é considerado uma grave perturbação do funcionamento de uma comunidade ou de uma sociedade, em qualquer escala, levando a impactos ou perdas humanas, materiais, econômicas ou ambientais. A quantidade de registros de desastres naturais nas últimas décadas vem crescendo em várias partes do mundo consideravelmente, em decorrência do grande aumento da população e ocupação desordenada, associados aos processos de urbanização e industrialização, uma vez que resultam de processos naturais e são considerados como desastres naturais quando atingem áreas habitadas (KOBIYAMA et al., 2006). Nas últimas décadas os desastres naturais foram responsáveis pela morte de milhões de pessoas, com uma média anual mundial de 150 mil pessoas. Além da enorme quantidade de vítimas, existe também os danos financeiros, estes os quais já ultrapassam 50 bilhões de dólares ao ano, sem contar os impactos sociais da perda de emprego, angústia mental e redução de produtividade (KELLER, 2012). Segundo Kobiyama et al. (2006), estes desastres muitas vezes são causados em virtude do mau gerenciamento das bacias hidrográficas, o que atrelado a falta de planejamento urbano intensificam os danos causados pela ausência de medidas de prevenção. Desta forma, para que sejam adotadas medidas de prevenção adequadas com o intuito de reduzir os riscos associados aos desastres naturais são necessários estudos prévios e através deles é possível desenvolver mapas de perigo e de riscos (TOMINAGA et al., 2009). O mapeamento de áreas de risco é um dos instrumentos mais importantes na análise de risco. De modo que através dele, pode-se desenvolver medidas preventivas, planejar as ações a serem tomadas pelo poder público e também pela comunidade em casos de emergência. As áreas identificadas com maior potencial de sofrerem algum impacto são categorizadas em relação ao grau de risco e assim 10 definidas as medidas preventivas a serem tomadas como por exemplo, obras de engenharia, regulamentação e controle do uso e ocupacao do solo, entre outros. Nas ações a serem desenvolvidas pelo poder público juntamente com a comunidade, através da identificação das áreas mais vulneráveis e suscetíveis aos desastres naturais, pode-se realizar trabalhos de conscientização e instrução das pessoas de modo a minimizar os potenciais danos a serem causados. Outro aspecto a ser explorado é também a questão logística, onde em uma possível situação de emergência o modo como deverá ser executada a evacuação, o resgate e posteriormente a restauração das áreas afetadas (KOBIYAMA, 2004). No Brasil a maioria dos desastres naturais estão relacionados com fenômenos derivados da dinâmica externa da Terra, como inundações, enchentes, movimentos de massa, queda de blocos, entre outros, em sua grande maioria estes estão associados a eventos atmosféricos, no caso, eventos de precipitação prolongados e intensos. (TOMINAGA et al., 2009). Segundo o banco de dados Emergency Database - EM-DAT (OFDA/CRED, 2009), o Brasil é um dos países maisatingidos por inundações e enchentes, onde registram-se cerca de 15 milhões de afetados e 5.720 mortes em 94 casos entre os anos de 1960 a 2008. A quantidade de ocorrências de desastres naturais no Brasil vem crescendo expressivamente, onde no período entre 1991 e 2010 houve um aumento de cerca de 73%, passando de 8.671 casos para 23.238 nos últimos 10 anos (CEPED, 2012). O município de Poços de Caldas (MG), situa-se em um maciço alcalino na ordem de 800 quilómetros quadrados, nos limites da bacia sedimentares do Paraná e Serra da Mantiqueira, se assemelhando a caldeira de um vulcão, causado por eventos tectônicos, intemperismos, erosões (Schorscher & Shea, 1992). A região também se encontra em uma área de elevado índices pluviométricos, apresentando média de 1700 mm ao longo do ano, com mais de um terço do ano chovendo. (CHAPMAN et al., 1991). Por possuir uma geomorfologia e geologia muito diversificada, apresenta relevos e declividades contrastantes e desníveis marcantes, estas características associadas aos elevados índices pluviométricos, tornam a cidade um local ideal para ocorrência de desastres naturais, como deslizamentos, movimentos de massa, 11 escorregamentos, queda de blocos, enchentes e inundações. Nesse sentido, o presente trabalho busca realizar o mapeamento da evolução da ocupação urbana em zonas de risco à movimentos de massa, inundações e outros desastres naturais na região central de Poços de Caldas (MG). 2 JUSTIFICATIVA Os desastres naturais são eventos que causam grande impacto nas sociedades de modo a afetar seu funcionamento e gerar danos econômicos e sociais. No Brasil, nos últimos anos a quantidade desses eventos vem crescendo expressivamente o que torna cada vez mais importante seu estudo para compreender em quais situações e locais podem estar suscetíveis e vulneráveis aos seus efeitos. Desta forma o mapeamento das áreas de risco é importante para desenvolver o planejamento e determinar as ações destinadas a evitar e minimizar os possíveis danos causados pelos desastres naturais. 3 OBJETIVOS 3.1 OBJETIVO GERAL O presente trabalho tem como objetivo analisar a expansão urbana em zonas de risco à movimentos de massa e inundações na região central de Poços de Caldas (MG). 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Elaborar um banco de dados geográfico sobre a área de estudo; Caracterizar o meio físico a área de estudo; Elaborar mapeamento de uso e ocupação do solo; Identificar as zonas de susceptíveis; Identificar as zonas de risco; 12 Elaborar análise multitemporal do uso e ocupação do solo nas zonas de risco entre os períodos de 2001 a 2019; 4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 4.1 DESASTRES NATURAIS E IMPACTOS Desastres naturais são considerados fenômenos naturais (eventos) súbitos e inesperados, os quais atingem uma região habitada pelo homem, ocasionando perdas socioeconômicas e ambientais (SOUZA, 2009). Segundo Kobiyama et al. (2006), estes eventos variam em gravidade e magnitude, de forma que os danos causados excedem a capacidade da população afetada em lidar com o desastre. O impacto destes fenômenos geralmente é grave, devido ao fato de muitas áreas serem vulneráveis em detrimento da falta de conhecimento da comunidade a respeito do uso e ocupação adequados do solo para cada região. Desta forma um desastre natural sempre será constituído pela interação conflituosa entre homem e natureza (WEICHSELGARTNER, 2001). Segundo Alexander (1997), as implicações destes eventos estão relacionadas diretamente com o desenvolvimento da região. A maior parte das mortes em detrimento de desastres naturais, entre os anos de 1977 e 1996, deram-se em países com menor índice de desenvolvimento, afetando principalmente a população de baixa renda a qual na maioria das vezes ocupava áreas de risco, em virtude do menor valor de mercado. Uma das principais causas do aumento considerável do número de desastres naturais registrados nas últimas décadas dá-se especialmente pelo crescimento populacional acentuado (ABBOTT, 2012). Segundo Kobiyama et al. (2006) o aumento significativo da população em conjunto com a ocupação desordenada de areas irregulares, associados aos processos de urbanização (impermeabilização do solo, adensamento das construções, entre outros) e industrialização foram imprescindíveis para ocorrência destes fenômenos. No Brasil a quantidade de registros de desastres naturais aumentou consideravelmente de 1991 a 2010, onde constataram cerca de quinze mil novos casos neste período (CEPED, 2012). Segundo Tominaga et al. (2009) a maioria 13 destes eventos são ocasionados por influências da dinâmica externa da Terra, sendo assim, são resultados das ações atmosféricas, onde em sua grande maioria estão ligados a precipitações prolongadas e intensas, derivando em enchentes, inundações, movimentos de massa, queda de blocos, entre outros. A cidade de Poços de Caldas, localizada no Estado de Minas Gerais, situa-se em uma região de elevados índices pluviométricos, isto em conjunto com suas características geomorfológicas e geológicas, as quais apresentam declividades e relevos contrastantes e grandes desníveis, culminam em aspectos ideias para ocorrência de desastres naturais, como enchentes e movimentos de massa (CHAPMAN et al., 1991). 4.1.1 Processos Geohidrossedimentológios São processos que estão ligados diretamente com dinâmica da superfície terrestre, desta forma são responsáveis pela modelagem da superfície terrestre (OLIVEIRA & DE BRITO, 1998). A gravidade é o principal fenômeno responsável por estes eventos, onde de acordo com Wicander & Monroe (2009), são resultados de fatores que se relacionam como declividade, intemperismo, conteúdo de água, cobertura de solo, clima, sobrecarga, entre outros. De acordo com Augusto Filho (1994), os tipos de processos geohidrossedimentológicos podem ser classificados de acordo com a velocidade do movimento, teor de água presente no solo, tipo de solo e geometria da seção deslizante. 4.1.1.1 Enchentes e Inundação As enchentes e inundações são uns dos principais tipos de desastres naturais que impactam frequentemente a sociedade. Esses fenômenos fazem parte da dinâmica natural e ocorrem normalmente após precipitações rápidas ou prolongadas e intensas ou prolongadas, de modo a serem intensificadas por intervenções urbanas e alterações ambientais, como a impermeabilização do solo, retificação ou assoreamento dos cursos d’água. As regiões metropolitanas são as que apresentam maiores riscos da ocorrência desses eventos em consequência do elevado número 14 de habitações de baixa renda localizadas nas áreas marginais de cursos d’água. (IPT, 2007). Segundo Souza (1998), as enchentes são elevações temporárias do nível d’água em um canal de drenagem em detrimento do aumento da vazão ou descarga, sem ocorrer o transbordamento, enquanto as inundações são processos naturais de extravasamento que ocorrem nos cursos da água de forma a atingir a planície de inundação ou a área de várzea. Figura 1 - Representação dos processos de enchente e inundação. Fonte: (IPT, 2007) 4.1.1.2 Corridas As corridas, ou fluxos, são caracterizados como um movimento gravitacional em que o solo se comporta como um fluido viscoso, onde a elevada presença de água no solo faz com que ele se mobilize e adquira grandes velocidades. Geralmente ocorrem em regiões com altos índices pluviométricos, de modo a percorrer grandes distancias em um curto período de tempo e resultar em grandes impactos para os locais afetados (GUIDICINI & NEIBLE, 1984). 15 Figura 2 - Representação de corrida. Fonte: The Landslide Handbook (2008). 4.1.1.3 Escorregamentos São processos de movimento de massa rápidos envolvendo o solo, rochas e vegetação, de curta duração apresentandoplano de ruptura definido e alongado (FERNANDES & AMARAL, 2003). Segundo Oliveira & de Brito (1998), escorregamentos, ou deslizamentos, são movimentos gravitacionais importantes na formação das paisagens, e geralmente ocorrem em regiões montanhosas e com climas úmidos (TOMINAGA et al., 2009). Figura 3 - Representação de escorregamento. Fonte: The Landslide Handbook (2008). 16 4.1.1.4 Rastejos Os rastejos possuem a característica de grande quantidade de massa movimentada em baixa velocidade, desta forma podem atingir níveis imperceptíveis, onde seus efeitos são observados através de seus impactos, como pavimentos rompidos, muros trincados e arvores e postes distorcidos. São de difícil controle, e desta forma recomenda-se que sejam evitadas as áreas sob influência de tais fenômenos (WICANDER & MONROE, 2009). Figura 4 - Representação de rastejo. Fonte: The Landslide Handbook (2008). 4.1.1.5 Queda de Blocos Segundo Guidicini & Neible (1984), queda de blocos são caracterizados como movimentos rápidos de rochas desagregadas de tamanhos variáveis em consequência da ação da gravidade. Ocorrem geralmente em locais que apresentam relevos íngremes e paredões (FERNANDES & AMARAL, 2003). 17 Figura 5 - Representação de queda de blocos. Fonte: The Landslide Handbook (2008). 4.2 VULNERABILIDADE E SUSCETIBILIDADE Tratando-se de desastre naturais seus danos estão diretamente ligados a vulnerabilidade e suscetibilidade da região afetada, onde segundo Kohler et al. (2004), a severidade do evento será proporcional a estas características. A vulnerabilidade define-se pela predisposição de um sistema a ser afetado por um desastre, desta forma ela está relacionada à exposição ao risco e incapacidade de evitar ou mitigar quaisquer danos. Sendo assim, é uma condição ou processo, que tem como base fatores físicos, econômicos, sociais e ambientais, os quais determinam a probabilidade de ocorrência e a escala dos danos em consequência do impacto do evento (PELLING, 2003; UNDP, 2004). Segundo Alheiros et al (2004), a suscetibilidade pode ser entendida como uma característica inerente do meio, de forma a ser representada pela fragilidade do ambiente, estando predisposta a ser afetada por eventos com potenciais danosos. A Tabela 1 apresenta os principais fatores correlacionados a vulnerabilidade e suscetibilidade. 18 Tabela 1 - Fatores de suscetibilidade e vulnerabilidade. Fonte: (Saito, 2004). Segundo Julião et al. (2009) vulnerabilidade pode ser definida como o grau de perda de um sistema exposto em decorrência de um processo ou ação, este podendo ser natural ou não. Enquanto suscetibilidade está relacionada com a incidência espacial do perigo, onde representa a propensão de uma determinada área ser afetada por um evento. Assim, é de suma importância que sejam identificadas as áreas vulneráveis e suscetíveis, de modo a desenvolver corretamente os mapas de perigo e risco e posteriormente adotar as ações para minimizar os possíveis danos da forma mais eficaz possível. 19 4.3 PERIGO E RISCO Por definição a palavra perigo está associada à ameaça, de modo que na contextualização do referido trabalho, o perigo está relacionado com o fenômeno natural de desastre natural, onde Varnes (1984) conceitua como um evento físico, podendo ser natural ou induzido por atividades humanas, com potencial de causar danos (econômicos, ambientais, sociais). O risco, tem relação direta com o meio em que se está sendo referido, de forma que ele é proporcional às chances de ocorrência de eventos (desastres) que possam ocasionar impactos negativos em determinada área. Desta forma o risco pode ser considerado como a probabilidade de haver consequências negativas (socioeconômico e ambientais) estas, relacionadas com interações entre perigo e sistemas humanos (UNDP, 2004). Sendo assim, ao se tratar de risco, as variáveis de perigo, vulnerabilidade (densidade demográfica, infraestrutura, pobreza, etc.), suscetibilidade e grau de exposição do ambiente a ser impactado devem ser levadas em conta (KOBIYAMA et al; 2006). Figura 6 - Elementos associados ao risco. Fonte: (Alheiros et al., 2003). 20 4.4 MAPEAMENTO DE ÁREAS DE RISCO E SUSCETÍVEIS Um dos métodos que vem sendo empregado como forma de prevenção e redução dos possíveis danos a serem causados por desastres naturais é a elaboração de estudos prévios resultando em mapas temáticos, estes contribuem para o planejamento urbano e para situações de emergência. O mapeamento ambiental, através da espacialização do meio ambiente é capaz de gerar dados de fácil entendimento e acessíveis para as mais diversas aplicabilidades, sendo possível correlacionar as características do meio e gerar mapas de suscetibilidade e risco. Desta forma, o zoneamento ambiental, é um poderoso instrumento para defesa ambiental, o qual associado com o plano diretor e o planejamento urbano, pode gerar resultados positivos na qualidade de vida urbana (SILVA & AGUIAR FILHO, 2013). Têm-se então quatro tipos de mapas mais comumente elaborados e utilizados para estas situações, os mapas de vulnerabilidade, suscetibilidade, perigo e risco. Os mapas de vulnerabilidade representam o grau de perdas dos diversos elementos em risco juntamente com o período de tempo de ocorrência, já os mapas de suscetibilidade indicam o potencial de ocorrência correlacionado com a situação do local, porém sem levar em conta a temporalidade do evento (PARISE, 2001). A Tabela 2 apresenta para os mapas de suscetibilidade e vulnerabilidade, os matérias necessários para desenvolve-los, métodos de análise, as informações apresentadas por esses mapas e sua empregabilidade. 21 Tabela 2 - Mapas de suscetibilidade e vulnerabilidade e seus elementos. Tipo de Mapa Material Necessário Métodos de Análise Informações Apresentadas Utilidade V u ln e ra b ili d a d e Mapas topográficos, geológicos, fotos aéreas, registros hidrológicos, dados históricos, distribuição dos elementos em risco e sua evolução socioeconômi ca Fotointerpretaçã o, trabalhos de campo, levantamento geológico, testes de campo e laboratório, analise das relações entre os elementos desencadeador es dos eventos (chuva, terremotos, ação antropogênica) Distribuição dos eventos, tipologia e estado do evento, orientação evolutiva, geologia e geomorfologia, propriedades de geologia de engenharia, distribuição e avaliação socioeconômica, relação com elementos desencadeadores Zoneament o de áreas para planejament o urbano com melhor grau de detalhament o, e potencial de impacto para os elementos em risco S u s c e ti b ili d a d e Mapas topográficos, geológicos, fotos aéreas, registros hidrológicos e dados históricos Fotointerpretaçã o, trabalhos de campo, levantamento geológico, testes de campo e laboratório Distribuição dos eventos, tipologia e estado do evento, orientação evolutiva, geologia e geomorfologia, propriedades de geologia de engenharia Zoneament o de áreas para planejament o urbano Fonte: (Adaptado de Saito, 2004). Os mapas de perigo expressam a probabilidade espacial e temporal de ocorrer um processo ou um fenômeno com potencial de causar danos, já os mapas de risco, estes com maior empregabilidade e importância por seu elevado grau de informações, uma vez que podem ser considerados uma junção dos demais anteriores, são resultados de avaliações, as quais consideram os elementos expostos, sendo eles naturais ou humanos, a vulnerabilidade, a suscetibilidade, o perigo, além do potencialde dano e a espaçotemporalização do evento (TOMINAGA et al., 2009). O mapeamento das áreas de risco, é uma ferramenta muito importante no auxílio do controle e prevenção de desastres naturais (ENOMOTO, 2004). Para Marcelino et al. (2006), o mapeamento das áreas de risco é um dos instrumentos mais importantes na análise de risco, de modo a ser possível através deles elaborar 22 medidas preventivas, planejar e estabelecer as ações a serem tomadas pelo poder público em conjunto com a comunidade para situações de emergência tratando-se de desastres naturais. Segundo Friesecke (2004), todos os programas de redução de danos deveriam ter como base o mapeamento de áreas de risco, uma vez que podem ser utilizados no zoneamento e para definição de medidas estruturais e não estruturais. No Brasil um dos principais problemas relacionados com os desastres naturais são a falta de planejamento, medidas de prevenção e ações de emergência, desta forma os mapas de risco visam suprir estas deficiências, uma delas através de sistemas de alertas, os quais são empregados especialmente para os desastres que ocorrem de forma súbita (KOBIYAMA et al. 2006). 4.5 GEOPROCESSAMENTO COMO FERRAMENTA DE ANÁLISE Para realização do mapeamento de uma região existem diversas metodologias, porém a mais aplicada atualmente em virtude de suas vantagens é o uso do SIG (Sistema de Informações Geográficas), a qual possibilita a livre manipulação de dados armazenados através de técnicas e assim tornando possível a realização de analises e modelagens espaçogeorreferenciadas (OLIVEIRA, 2014). Segundo Higashi (2002), o Sistema de Informações Geográficas, pode ser considerado um sistema que auxilia na tomada de decisões além de gerenciar informações, é possível emprega-lo na elaboração de mapas temáticos, cartografia geotécnica, modelagem numérica de terrenos para análise de risco, avaliação geotécnica e gerenciamento ambiental. Os SIGs podem ser empregados no planejamento urbano, socioeconômico e ambiental, como por exemplo no correto uso e ocupação de solo de determinada região, atividades industriais, identificação de riscos ambientais, gerenciamento de recursos naturais e também no controle de obras públicas e de medidas estruturais e não estruturais para prevenção de acidentes e desastres (CÂMARA et al., 1996). Diversos autores comprovaram a eficácia da utilização do geoprocessamento como ferramenta para elaboração confiável de dados e no auxílio na tomada de decisões. Valente (1999) desenvolveu mapas geotécnicos e analisou a interação da zona urbana com a geotecnia do local e definiu as áreas passíveis de inundação, 23 suscetíveis à erosão, e de grandes declividades, as quais possuem maior probabilidade da ocorrência de desastres. Yalcin & Bulut (2006) destacaram a grande aplicabilidade na utilização da definição de zonas suscetíveis a deslizamentos. Santos et al. (2008) utilizaram para desenvolvimento de mapas temáticos de topografia, litologia, uso e ocupação do solo, dos quais derivaram para mapas de declividade e posteriormente para zoneamento de áreas suscetíveis à ocorrência de movimentos de massa. Faria et al. (2009) compararam as metodologias computacionais com a de mapeamento direto em campo e constataram grandes semelhanças nos dados obtidos, porém salientaram da importância da utilização de dados validados na elaboração das análises para uso do geoprocessamento, pois o mesmo caso não sejam precisos podem gerar divergências da real situação da área de estudo. Moraes et al. (2010) empregaram o geoprocessamento na definição de locais com potencial de implementação de aterros sanitários os quais geraram dados muito eficazes para auxiliar na tomada de decisão. Segundo Guerra (1999) o geoprocessamento tem um papel importante na geração de subsídios para o planejamento ambiental, de forma a poder evitar ou minimizar os impactos decorrentes de desastres naturais. Neste sentido, as técnicas de SIG são fundamentais para o estudo e monitoramento dos desastres naturais a fim de orientar sobre riscos e auxiliar na tomada das decisões. 5 METODOLOGIA 5.1 ELABORAÇÃO DO BANCO DE DADOS Para elaboração do banco de dados foram levantadas informações bibliográficas e cartográficas existentes sobre a área de estudo, sendo consultados Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); Prefeitura Municipal de Poços de Caldas (PMPC); Estudo de Caracterização Geológico-Geotécnica aplicado ao planejamento rural e urbano do Município de Poços de Caldas, MG (Desenvolvido pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) – Campus de Rio Claro, SP); Base de dados de desastres naturais no município de Poços de Caldas, MG (Sardinha et al., 2016). Desta forma foram obtidos os dados referentes aos cursos d’água, curvas de nível, cotas topográficas, geologia local, imagens aéreas e o histórico de eventos de 24 desastres naturais, de modo que todos foram adequados para um mesmo sistema de projeção, no caso WGS84. Desenvolveu-se inicialmente um MDT (Modelo Digital de Terreno) com o intuito de representar a real superfície do terreno, que consiste em uma técnica de interpolação de elementos finitos, através dos dados de altimetria e cursos d’água do local. Através da ferramenta Slope do software ArcGIS, aplicando-a ao MDT, desenvolveu-se o mapa de declividade, este então foi reclassificado quanto aos intervalos de relevo em graus. Para determinação das declividades a serem adotadas como críticas e os tipos de unidades geológicas os quais estão sujeitos aos desastres naturais foi utilizado o Estudo de Caracterização Geológico-Geotécnica aplicado ao planejamento rural e urbano do Município de Poços de Caldas, MG, este desenvolvido pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) – Campus de Rio Claro, SP, de forma a serem adotadas como fatores na elaboração dos mapas de suscetibilidade e de risco. A Tabela 3 apresenta os fatores utilizados na elaboração dos mapas. Tabela 3 - Fatores utilizados na elaboração dos mapas de suscetibilidade. Declividade Geologia Eventos 0-5% Planícies Aluviais Inundações e Enchentes 5-15% e 15-30% Foiaitos Rastejo, Escorregamento e Erosão 15-30% e 30-60% Tinguaito Queda de blocos e Escorregamento 5.2 CARACTERIZAÇÃO DO MEIO FÍSICO A região de estudo se localiza no município de Poços de Caldas, MG, com enfoque na área central da cidade, foram escolhidas quatro bacias hidrográficas, sendo elas: Córrego do Vai-e-Volta, Ribeirão da Serra, Ribeirão de Caldas e Ribeirão de Poços. A parte urbanizada da cidade está contemplada em quase sua totalidade nestas bacias e, portanto, foram escolhidas para este estudo. A Figura 7 apresenta a região da área de estudo. 25 Os dados referentes ao meio físico foram obtidos por meio de estudos realizados anteriormente da região e de mapas temáticos. Também aplicaram-se técnicas de geoprocessamento à base de dados geradas para extrair as informações pertinentes ao estudo, como os mapas geológicos, os cursos d’água existentes, as curvas de níveis, as cotas topográficas e os limites das bacias de estudo. A fim de entender melhor as características das bacias, estudou-se seus índices de caracterização de forma, como fator forma (Kf), índice de compacidade (Kc) e o indicie de conformação (Fc), bem como a densidade e seus padrões de drenagem. Estes foram determinados através das equações a seguir para cada um dos parâmetros: 𝐷𝑑 = 𝑅𝑑 𝐴 (1) Onde: Dd é a densidade de drenagem (km/km²); Rd a rede de drenagem (comprimento dos cursos d’água da bacia (km); A é a área da bacia (km²). Apresenta as seguintes classificações para os intervalos: Tabela 4 - Classificação por intervalo de tempo da Densidade de drenagem. Classificação Intervalo Bacias com drenagem pobre Dd <0,5 km/km2 Bacias com drenagem regular 0,5 ≤ Dd < 1,5 km/km2 Bacias com drenagem boa 1,5 ≤ Dd < 2,5 km/km2 Bacias com drenagem muito boa 2,5 ≤ Dd < 3,5 km/km2 Bacias excepcionalmente bem drenadas Dd ≥ 3,5 km/km2 𝐾𝑓 = 𝐿𝑀 𝐶 (2) Onde: Kf é o índice de fator forma; LM é a largura média da bacia (km); C é o comprimento da bacia (km). O índice apresenta a seguinte classificação por intervalo: 26 Tabela 5 - Classificação por intervalo de tempo do fator forma da bacia. Classificação Intervalo Bacias com menor tendência a enchentes < 0,50 Bacias com tendências medianas a enchente 0,75 – 0,50 Bacias sujeitas a enchentes 1,00 – 0,75 𝐾𝑐 = 0,28 × 𝑃 √𝐴 (3) Onde: Kc é o índice de compacidade; P é o perímetro da bacia (km); A é a área da bacia (km²). Apresentando a seguinte classificação por intervalo: Tabela 6 - Classificação por intervalo de tempo do índice de compacidade da bacia. Classificação Intervalo Bacias com menor tendência a enchentes < 1,50 Bacias com tendências medianas a enchentes 1,25 – 1,50 Bacias com alta propensão a enchentes 1,00 – 1,25 𝐹𝑐 = 𝐴 𝐿2 (4) Onde: Fc é o índice de conformação; A é a área da bacia (km²); L é o comprimento do curso d’água mais longo da bacia (km). Como critério de análise tem- se que bacias as quais apresentam valores próximos de 1, maior será a probabilidade de ocorrência de produção de picos de cheia, assim podendo resultar em eventos de enchentes em determinadas regiões. 27 Figura 7 - Área de estudo. 28 5.3 IDENTIFICAÇÃO DAS ZONAS SUSCETÍVEIS A identificação das zonas suscetíveis à desastres naturais se deu através da integração dos mapas geológicos com os graus de declividades adotados no software ArcGIS, desta forma de acordo com o tipo de geologia do local e a declividade a qual apresentava, este podia ou não estar sujeito a algum tipo de evento adverso, assim os locais onde existiam tal possibilidade foram destacados e classificados como zonas suscetíveis. 5.4 ANÁLISE MULTITEMPORAL DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO A análise multitemporal do uso e ocupação do solo se deu nos períodos de 2001 a 2019, mais especificamente nos anos de 2001, 2008 e 2019. Foram utilizados estes anos para desenvolver uma base com relação a evolução da cidade e assim mapear a expansão da área urbana ao longo dos anos e assim avaliar se estas estão tendo um crescimento em sentido das zonas suscetíveis a desastres naturais e tornando-se por fim zonas de risco. Desta forma foram classificados os seguintes tipos de uso e ocupação: agricultura, área urbana, área verde, campo de altitude, mata nativa, pastagem, reflorestamento e solo exposto. Foram utilizadas ortofotos da região de Poços de Caldas com resolução de 20cm, imagens cedidas pela Prefeitura Municipal, para o ano de 2001, imagens do satélite Quickbird com resolução de 60cm para o ano de 2008 e imagens do software Google Earth para o ano de 2019. Para classificação utilizou-se do processo de fotointerpretação o qual consiste na busca e identificação dos elementos presentes na imagem e em seguida delimitou- se os compartimentos de cada um dos tipos de classes. Essa delimitação foi realizada através de vetorização manual em SIG que consiste em elaborados polígonos referentes às áreas dos diversos tipos de classe de uso e ocupação do local, esta etapa foi desenvolvida com auxílio do software ArcGIS. 5.5 IDENTIFICAÇÃO DE ZONAS DE RISCO Para identificação das zonas de risco, utilizou-se a álgebra de mapas do ArcGIS a qual pode-se cruzar informações distintas à respeito de uma mesma área, com 29 auxílio dos mapas de suscetibilidade e uso e ocupação do solo, nos locais onde estavam previamente identificados como zonas suscetíveis e apresentavam regiões urbanas (ocupação por parte da população local), foram classificados como zonas de risco. Através da base de dados de desastres naturais no município de Poços de Caldas, MG (Sardinha et al., 2016), pode-se identificar os locais que apresentavam ocorrências de desastres naturais e cruzar estas informações com os mapas de risco, com intenção de validar se as áreas classificadas como áreas de risco realmente estavam apresentando eventos no decorrer dos anos. 6 RESULTADOS E DISCUSSÕES 6.1 MEIO FÍSICO Para o meio físico foram desenvolvidos os mapas de tipo de unidades geológicas, MDT e declividade representados pelas Figuras 8, 9, 10, respectivamente. Pela análise dos mapas gerados, pode-se identificar o padrão das bacias hidrográficas da área de estudo, onde estas apresentam em suas cabeceiras elevadas altitudes e convergindo para o sentido do transporte do escoamento superficial têm- se regiões planas. Os índices de caracterização de forma das bacias estudadas estão apresentados na Tabela 7 a seguir. Tabela 7 - Índices de caracterização de forma das bacias. Bacia Área (km²) Dd Kf Kc Fc Córrego do Vai-e- Volta 4,94 1,78 0,28 1,36 0,28 Ribeirão da Serra 29,33 1,84 0,26 1,46 0,20 Ribeirão de Caldas 8,47 2,25 0,42 1,61 0,12 Ribeirão de Poços 11,74 1,82 0,74 1,25 0,65 30 Observa-se claramente que as quatros bacias apresentam uma boa densidade de drenagem uma vez que apresentam valores de Dd entre 1,5 e 2,5, implicando assim em uma boa eficiência e grau de desenvolvimento do seu sistema de drenagem. Para os valores de Kf apenas a bacia do Ribeirão de Poços apresenta tendência à ocorrência de enchentes segundo este índice, porém apesar das demais estarem classificadas como bacias com menor tenência a enchentes outros fatores podem implicar na ocorrência delas, como uso e ocupação do solo, declividade e intensidade dos eventos de precipitação. Para o índice de compacidade têm-se que as bacias do Córrego do Vai-e-Volta e Ribeirão da Serra apresentam propensão moderada à ocorrência de enchentes, enquanto a bacia do Ribeirão de Caldas e Ribeirão de Poços, possuem baixa e alta tendência a enchentes, respectivamente. Já para o fator de conformação têm-se que a bacia do Ribeirão de Poços é a que apresentam maior potencial de produção de picos de cheia, pois apresenta valor mais próximo de 1. 31 Figura 8 – Mapa das Unidades Geológicas. 32 Figura 9 – Mapa do Modelo Digital de Terreno (MDT) 33 Figura 10 - Mapa de Declividade 34 6.2 MAPAS DE SUSCETIBILIDADE O mapa de suscetibilidade está representado pela Figura 11, nele podemos perceber que de acordo com a classificação utilizada de declividade e tipo de unidade geológica, considerou-se as áreas em vermelho como áreas suscetíveis a desastres naturais, de modo que 65,25% da área total das 4 bacias estudadas está enquadrada nesta classificação, as demais áreas não foram classificadas como áreas suscetíveis por não apresentarem unidades geológicas ou declividades enquadradas nas classes com probabilidades de ocorrência de desastres naturais. A Tabela 8 apresenta os tipos de eventos que as áreas estão suscetíveis e a quantidade de área em quilômetros quadrados e em porcentagem que elas representam. Tabela 8 - Tipos de eventos e a quantidade de área sob sua influência. Tipos de Eventos Área (km²) Área (%) Não classificadas 18,46 34,75 Inundações e enchentes 2,07 3,75 Rastejo, escorregamento e erosão 11,91 21,57 Queda de blocos e escorregamento 22,05 39,93 TOTAL 54,49 100% Analisando a fisiografia do local nota-se que a probabilidade de ocorrência dos eventos de enchentes e inundações estão localizadas nas áreas mais planas das bacias, enquanto queda de blocos, escorregamentos, rastejo e erosão são mais comuns em locais com declividades mais acentuadas, característicaque é compatível com as áreas de cabeceira e entornos das bacias hidrográficas. Para as áreas não classificadas, não se exclui a probabilidade de ocorrência desses eventos, apenas que elas não estavam no escopo inicial da metodologia aplicada no trabalho, uma vez que não foram apontadas influências da declividade nos demais tipos de solo presentes na bacia. 35 Figura 11 - Mapa de Áreas Suscetíveis. 36 6.3 MAPAS DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO Para análise multitemporal do uso e ocupação do solo, foram desenvolvidos os mapas para os respectivos anos de 2001, 2008 e 2019, estes com a chave de classificação apresentada anteriormente, estes estão representados pelas Figuras 12, 13 e 14. As Tabelas 9 e 10 apresentam para cada classe de uso, a área em quilômetros quadrados e em porcentagem, respectivamente, de modo que seus dados foram obtidos através da análise quantitativa dos mapas de uso e ocupação do solo gerados. Tabela 9 - Área em quilômetros quadrados (km²) das classes de uso e ocupação do solo ao longo do período de estudo. Classes 2001 2008 2019 Agricultura 1,37 2,17 1,35 Área Urbana 18,46 19,02 22,12 Área Verde 0,17 0,17 0,17 Campo de Altitude 11,40 10,57 9,24 Mata Nativa 20,32 17,76 17,42 Pastagem 0,48 0,69 0,20 Reflorestamento 0,15 1,91 2,90 Solo Exposto 2,14 2,20 1,10 Tabela 10 - Área em porcentagem (%) das classes de uso e ocupação do solo ao longo do período de estudo. Classes 2001 2008 2019 Agricultura 2,51% 3,98% 2,47% Área Urbana 33,90% 34,91% 40,59% Área Verde 0,29% 0,31% 0,32% Campo de Altitude 20,92% 19,39% 16,95% Mata Nativa 37,29% 32,60% 31,97% Pastagem 0,88% 1,27% 0,36% Reflorestamento 0,28% 3,51% 5,32% Solo Exposto 3,93% 4,03% 2,02% 37 Figura 12 - Mapa de Uso e Ocupação do Solo para o ano de 2001. 38 Figura 13 - Mapa de Uso e Ocupação do Solo para o ano de 2008. 39 Figura 14 - Mapa de Uso e Ocupação do Solo para o ano de 2019. 40 Na Figura 15 estão expressas as porcentagens de cada tipo de classe para os anos base em ordem cronológica respectivamente. Figura 15 – Área em porcentagem das classes de usos e ocupação do solo em seus anos base. Pode-se observar claramente a evolução do uso e ocupação do solo na cidade teve um aumento bem significativo da área urbana no período de 2008 a 2019, o aumento da urbanização foi concentrado nos limites das bacias, uma vez que a maior parte central já estava consolidada antes mesmo de 2001. Em resultado desta expansão urbana teve-se a redução das áreas de campos de altitude, um tipo de formação vegetal natural da região de Poços de Caldas, por se tratar de um local elevado e suas características climáticas únicas e de precipitação. Uma das consequências desta ocupação é a maior impermeabilização do solo nas áreas de cabeceira resulta em menor tempo de resposta do escoamento aos eventos de precipitação, de forma a adquirir maiores velocidades de escoamento e consequentemente os impactos causados pela chuva são maiores, elevando também os risco de ocorrência de enchentes e inundações e virtude do sistema de drenagem ser sobrecarregado, assim tendo um maior acumulo de água nas regiões planas e de 41 baixada, que pelo processo de desenvolvimento da cidade são ocupadas pela área urbana da cidade. 6.4 MAPAS DE RISCO Após todos os cruzamentos de mapas temáticos desenvolvidos, obteve-se os mapas de risco para os anos de estudo e estes estão apresentados a seguir sendo, 2001, 2008 e 2019, representados pelas Figuras 16, 17 e 18, respectivamente. Analisando a geomorfologia do local, a região apresenta feições em forma de vale, assim possuindo elevadas declividades no entorno e regiões planas no centro, em consequência disso, tem-se um maior risco da ocorrência de escorregamentos, quedas de blocos, rastejos e erosões (desastres associais em sua maioria com a declividade do terreno), e inundações e enchentes na região central, pela fisiografia do local e também pelo trajetória do escoamento superficial gerado pelos eventos de precipitação terem como sentido do exutório esta área. Avaliando quantitativamente os mapas, têm-se representado na Tabela 11 e 12, a área em quilômetros quadrados e em porcentagem das áreas de risco em relação ao tipo de risco e ao ano de referência. Tabela 11 - Áreas de risco em quilômetros quadrados (km²) ao longo do período de estudo. Riscos 2001 2008 2019 Inundações e enchentes 1,32 1,46 1,60 Rastejo, escorregamento e erosão 6,08 6,20 6,89 Queda de blocos e escorregamento 3,23 3,44 4,70 Total Áreas de Risco 10,63 11,10 13,18 Tabela 12 - Áreas de risco em porcentagem (%) ao longo do período de estudo. Riscos 2001 2008 2019 Inundações e enchentes 2,42 2,67 2,93 Rastejo, escorregamento e erosão 11,2 11,38 12,64 Queda de blocos e escorregamento 5,93 6,31 8,62 Total Áreas de Risco 19,51 20,37 24,19 42 Figura 16 - Mapa de Risco para o ano de 2001. 43 Figura 17 - Mapa de Risco para o ano de 2008. 44 Figura 18 - Mapa de Risco para o ano de 2019. 45 Figura 19 apresenta um comparativo das áreas de risco para cada um dos tipos de eventos com probabilidade de ocorrência em cada um dos anos base de estudo. Figura 19 - Área em porcentagem dos riscos em seus anos base. Nota-se que com o passar dos anos a quantidade das áreas consideradas como áreas de risco cresceram, tendo no período de 2008 a 2019 um aumento considerável, isso deve-se principalmente pela urbanização desordenada do município de modo a ocuparam regiões que naturalmente não deveriam ser regiões urbanas devido aos riscos associados à ocorrência de desastres naturais, observada claramente na análise multitemporal do uso e ocupação do solo, a qual se justifica segundo Alexander (1997), que estas ocupações ocorrem devido a um menor valor de mercado das áreas e geralmente pela população de baixa renda. A Figura 20, apresenta o levantamento histórico da ocorrência de desastres naturais para o município de Poços de Caldas. 46 Figura 20 - Levantamento histórico dos desastres naturais em Poços de Caldas. 47 Analisando o local de ocorrência dos eventos históricos de desastres naturais, observa-se que estes seguem o padrão de inundações e enchentes nas áreas centrais em detrimento da fisiografia da região, como apresentado anteriormente, e também pelas características de cada uma das bacias estudadas, que apesarem de possuir uma boa capacidade de drenagem estão sujeitas à ocorrência destes fenômenos. Já para os eventos relacionados com a movimentação do solo, estes apresentaram uma distribuição espacial no entorno das bacias, locais que possuem declividades mais acentuadas. Desta forma vemos que os padrões da probabilidade de ocorrência destes eventos, seguem o que foi previsto no mapa de suscetibilidade. Com intuito de avaliar melhor a distribuição espaçotemporal dos eventos cruzou-se o mapa de ocorrência de eventos históricos para desastres naturais com os mapas de risco, de modo a separar os eventos com seu respectivo ano base, onde eventos que ocorreram até 2001 foram cruzados com o mapa de risco do ano de 2001, os eventos de 2001 até 2008 foram utilizados com o mapa de risco do ano de 2008 e os eventos de 2008 até 2019 foram utilizados com o mapa de risco do ano de 2019. As três interações estão apresentadas a seguir pelas Figuras 21, 22 e 23, respectivamente. Pode-se notar, através das Figuras 21, 22 e 23, que em sua grande maioria os eventos classificados dentro da área de estudo estão correspondendo em sua descrição com a classificação da área de risco, onde temos diversos eventos registrados dentro de áreas que correspondem exatamente ao risco em questão em seus respectivos anos base. Os outros eventos ocorreram próximos às suasrespectivas áreas de probabilidade ou dentro de áreas com probabilidade de desastres naturais distintos. A falta de eventos para os períodos de 2001 e 2008, se dá pela dificuldade na obtenção dos dados, uma vez que os meios de registros das épocas eram mais precários, tendo em sua grande maioria divulgações em jornais locais apenas na versão impressa, já para 2019 com a evolução tecnológica e uma maior acessibilidade da internet, expandiram-se os meios de divulgação assim facilitando o acesso à informação. 48 Figura 21 - Desastres naturais registrados até 2001. 49 Figura 22 - Desastres naturais registrados até 2008. 50 Figura 23 - Desastres naturais registrados até 2019. 51 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS Os desastres naturais são significativos eventos de origem natural que podem impactar o meio, a sociedade e economia. O trabalho em questão conseguiu atingir seu objetivo geral, em gerar e mapear uma base de dados para avaliação de zonas suscetíveis e das zonas de risco à desastres naturais no município de Poços de Caldas, onde foram feitas análises de geoprocessamento através do software ArcGIS, para geração de mapas e expor as áreas que se enquadravam no escopo do projeto. Avaliando os dados levantados foi perceptível a elevada presença de eventos de enchentes, inundações e escorregamentos que são causas de grandes preocupações, visto que suas ocorrências vêm atreladas a impactos que, por sua vez, são capazes de desestabilizar estruturas, meios físicos, economia, sociedade. Quanto à resposta desses dados, observa-se a concentração de eventos nos meses de maior concentração de precipitação, com chuvas acima dos valores médios, apesar de não serem exclusivo destes períodos, uma vez que chuvas com elevada precipitação e um pequeno intervalo de tempo possuem a mesma força na questão de impacto, logo os eventos de precipitação, são em sua grande maioria, potenciais agentes deflagradores de desastres naturais. Conclui-se então que Poços de Caldas, MG, através das técnicas de geoprocessamento e da criação da base de dados, possui áreas de risco apontadas pela vulnerabilidade, ocasionados pela falta de gestão de recursos naturais, e pelo histórico de desenvolvimento urbano que contempla a canalização e aterramento de cursos d’água e também conta com ocupações em locais os quais deveriam ser evitados pela probabilidade de ocorrência de eventos adversos. Porém fatores geomorfológicos e climáticos também impactam severamente na ocorrência de desastres naturais no município. As análises multitemporais são de suma importância em estudos desta natureza, pois possibilitam avaliar a evolução de eventos e também a resposta da comunidade em seu entorno. Viabilizam também o planejamento com intuído de evitar ou minimizar quaisquer possíveis ocorrências de impactos negativos para sociedade e a identificação de oportunidades as quais podem gerar benefícios e são possíveis de serem alcançadas. 52 Com intuito de gerar uma melhor análise a respeito do tema, sugere-se o prosseguimento do estudo com a ampliação da série histórica do uso e ocupação do solo e também o aprimoramento do banco de dados das ocorrências dos eventos de forma a se obter um maior número de eventos catalogados, validando os dados previamente apontados neste estudo, e desta forma possibilitar a identificação de maneira mais precisa das regiões com maiores impactos e ocorrências de desastres naturais e assim fornecer informações para o planejamento de resposta de emergência e ações para mitigar e minimizar os impactos destes eventos. Também seria interessante, a fim de aperfeiçoar os métodos, a realização de estudos de campo, os quais poderiam contribuir significativamente com as análises de suscetibilidade e consequentemente no mapeamento das áreas de risco. 53 REFERÊNCIAS ABBOTT, P. L. Natural Disasters. 8. ed. EUA. San Diego: Mg Graw Hill, 2012. 541p. ALEXANDER, D. The study of natural disasters, 1977-1997: some reflections on a changing field of knowledge. Disasters, v.21, p.284-304, 1997 ALHEIROS, M. M. et al. Manual de ocupação dos morros da região metropolitana do Recife. Recife: FIDEM, 2003. 384p. AUGUSTO FILHO, O. Caracterização geológico-geotécnica voltada à estabilização de encostas: uma proposta metodológica, In: Conferência brasileira sobre estabilidade de encostas. Anais. Rio de Janeiro, v.2. p. 721-733, 1994. CÂMARA, G.; CASANOVA, M.A.; HEMERLY, A.S.; MAGALHÃES, G.C.; MEDEIROS, C.M.B.; Anatomia de Sistemas de Informações Geográficas, São José dos Campos: INPE. 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