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Independência e harmonia entre os poderes

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Relatório
Duílio Ribeiro Ramos Neto 
 Matricula: Fc20190075
Independência e harmonia entre os poderes
A divisão de poderes é um preceito que visa como objetivo impossibilitar arbitrariedades e o desacato aos direitos fundamentais; ele se fundamenta no principio de que quando o poder político está centralizado nas mãos de uma só pessoa, há uma tendência ao abuso do poder. Sob esse prisma, a desagregação de poderes é a verdadeira metodologia de controle do poder.
 A Constituição Federal de 1988 adotou, assim, uma sesseção de Poderes flexível. Significando que eles não desempenham especificamente suas funções típicas, ademais, denominadas atípicas. Como exemplo pode ser citado o exercício da função administrativa (típica do Executivo) pelo Legislativo e pelo Judiciário, nomeando-os ou exonerando-os quando dispõem sobre sua organização interna e sobre seus servidores. 
 Os princípios da divisão de poderes se referem a Aristóteles, com a obra "A Política". Subsequentemente, o tema também foi trabalhado por João Locke e por Montesquieu, em sua ilustre obra "O espírito das leis".
 Hodiernamente, a separação de poderes não é enxergada como algo rigoroso. Por consequência, o poder político é uno, indivisível; deste modo, o que pode ser objeto de divisão são as funções estatais (e não o poder político). , apesar de a Constituição falar em três Poderes, na verdade ela está se referindo a funções distintas de um mesmo Poder: a legislativa, a executiva e a judiciária. A Constituição Federal de 1988, no seu art. 2º, define a separação de poderes, tendo que “são poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”.
 Me chama a atenção o fato de que a Constituição evidencia que os três Poderes são "independentes e harmônicos”. Cada um deles é livre para se organizar e não pode intervir indevidamente (fora dos limites constitucionais) na atuação do outro.
Judicialização da política
De acordo com alguns autores o panorama jurídico na política estaria fragmentado em três grandes categorias de judicialização da política: a expansão do discurso legal, jargões, regras e procedimentos jurídicos para o ambiente político e fóruns de decisões políticas; judicialização da política pura ou da política macro, que seria a transferência às Cortes de questões de natureza política e de grande importância para a sociedade, incluindo questões sobre legitimidade do regime político e sobre identidade coletiva que definem (ou dividem) toda a política.
Por conseguinte, a Judicialização da política é um evento jurídico compreendido como titular de quatro estruturas definidoras: o crescimento da repercussão de medidas judiciais em ações políticas e sociais; em um campo discursivo, judicialização da política reflete o grau pelo qual a autenticidade de um governo é constantemente construída junto da compreensão da sociedade da capacidade e credibilidade de se manter o Estado de direito e custodia de direitos; Este cenário pode ser analisado como um encontro de diversos motivos entre eles o protagonismo dos tribunais e dos juízes, que cada vez mais participam do jogo político e social como agentes ou intermediadores.·. 
A politização do judiciário
Eventualmente é possível lembrar que na óptica aristotélica, o Judiciário executa uma função política. Refere-se ao esforço em enxergar no Poder Judiciário a cota de política que Aristóteles conferia ao homem, do qual o compromisso é envolver-se na vida de uma cidade, sob pena de se transformar em servil. Se o preceito do filósofo grego fosse bem entendido não haveria restringimento para ver na missão dos juízes uma faceta política.
 Conforme a perspectiva atitudinal, especialmente na esfera de ordens de grande visibilidade, como é o caso dos regentes do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Superior Tribunal de Justiça (STJ), constata-se uma verbalização conveniente quando não contundente, e intensa articulação com representantes de outros Poderes, nascendo daí a impressão de que os ministros caíram do altar onde se adora o Judiciário para o campo da banalização política. Quando, entretanto a expressão da elite administrativa da Justiça se transforma em aliança de bastidores ou no verbo pouco contido do balcão das barganhas, o quadro do Judiciário mais comprometido fica. 
 É comum equivocar-se quando se trata do ente político, que se põe a serviço da coletividade, de acordo com o ator que usa a política para operar interesses ocultos. Ao recordar que o reajuste dos salários de parlamentares poderia ser estabelecido por ato conjunto das Mesas Diretoras da Câmara e do Senado, o presidente do STF, ministro Nelson Jobim, favorece para a imagem negativa da Corte. Quando o presidente do STJ, Edson Vidigal, se apresenta como intermediador de acordo entre companhias aéreas e o governo, tira a toga do magistrado para vestir a beca do advogado. Só pode causar perplexidade, da mesma forma como receitou chá de “erva-cidreira” aos juízes, em face ao assassinato de um vigia de supermercado, em Sobral, no Ceará, por um juiz. Essa é a metodologia para ele ultrapassar a barreira da democracia formal e galgar as limites da democracia substantiva, seara onde deve julgar, conforme a consciência, indo até contra a vontade de maiorias, defendendo direitos essenciais não se curvando às tensões midiáticas sequer às correntes de opinião. 
 O que a sociedade quer é voltar a encontrar no Judiciário as habilidades que tanto enobrecem a magistratura e outros serventuários da Justiça: independência, saber judicial honestidade, coragem e capacidade de enxergar o ideal coletivo.

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