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Apostila Geociências

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Manaus/AM 
2014 
 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 PARTE - I 
 
 
 
 TEORIAS/CONCEITOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
O QUE É GEOCIÊNCIA: 
 
As Ciências da Terra ou Geociências abrangem o conjunto das ciências que estudam o 
planeta Terra, que se configura como sistema complexo formado pela Terra sólida, hidrosfera, 
atmosfera e biosfera num equilíbrio harmonioso. Considera conhecimentos da geologia, 
geofísica, geoquímica, sismologia, tectonismo, vulcanismo etc sendo possível, dessa forma, 
estudar a estrutura, evolução e dinâmica do planeta Terra. Além disso, essa ciência aplica 
conhecimentos de física, geografia, matemática, química, biologia, solos entre outros, 
construindo dessa forma conhecimento do ambiente terrestre. A imagem da Terra como um 
organismo vivo e mãe nutriente, se impõe hoje como uma necessidade para a própria 
sobrevivência humana. As Ciências da Terra têm uma preocupação com a relação ser humano x 
natureza, gerenciamento os recursos naturais necessários ao desenvolvimento sustentável do 
ambiente, mitigando os efeitos antrópicos. 
 
 
As Ciências da Terra ou Geociência fornece informações do tempo geológico, sendo 
uma escala de tempo que combina eventos de diferente duração. A idéia sobre tempo geológico 
é importante para a compreensão que o ambiente terrestre mudou e continua mudando ao longo 
das eras. 
A IMPORTÂNCIA DAS GEOCIÊNCIAS PARA A SOCIEDADE MODERNA 
O homem vem sendo denominado como o mais novo agente geológico, uma vez que é 
capaz de transformar a superfície do planeta com uma velocidade muito maior do que alguns 
processos naturais.O termo Geociências vem sendo mais utilizado associado à Geologia, ciência 
que estuda a origem e formação do planeta Terra, os processos naturais de formação das rochas, 
minerais e minérios, as transformações das paisagens, os fósseis e a evolução da vida ao longo 
do tempo geológico. A Terra é um planeta dinâmico, em constante transformação, onde as 
mudanças globais ocorrem constantemente, em diversas escalas temporais. O conhecimento 
geológico sempre foi utilizado pela sociedade desde o surgimento da humanidade, de maneira a 
prover as necessidades básicas em termos de recursos minerais (pesquisa e prospecção mineral), 
exploração de materiais energéticos (combustíveis fósseis), na construção de obras civis 
(habitação, barragens, rodovias, túneis) e na descoberta de novos bens minerais. Mais 
recentemente, o papel das Geociências visa atender as demandas por soluções aos problemas 
ambientais, aplicado em áreas de risco, no planejamento urbano, no uso e ocupação do meio 
físico, nas avaliações de impacto ambiental e recuperação de áreas degradadas, na desertificação 
e nas mudanças globais. O conhecimento do meio físico e dos processos naturais que ocorrem 
em nosso planeta, ou seja, a compreensão geológica da natureza, ainda pouco divulgada e 
mantida no espaço dos especialistas, vem ganhando espaços de discussão cada vez maiores, 
uma vez que é fundamental para o desenvolvimento humano e sua sustentabilidade. É preciso 
conhecer uma história que começou a aproximadamente 4,5 bilhões de anos, com a formação do 
nosso planeta, para entender que a espécie humana é mais uma entre tantas outras que surgiram, 
mas que outras espécies se extinguiram naturalmente, por mudanças das condições naturais do 
5 
 
planeta, seja da atmosfera, do clima, das paisagens, da vegetação, dos continentes. A história do 
nosso planeta nos conta que tivemos eras em que praticamente toda sua superfície estava 
coberta por gelo, em que o nível do mar estava dezenas de metros acima do atual, que a 
atmosfera continha muito mais CO2 do que agora, que os animais que aqui viviam atingiram 
muitas toneladas, que a evolução das espécies esteve ligada fortemente à diversidade dos 
ambientes geológicos. A história da Terra está escrita nos registros fossilíferos, nas rochas, nas 
montanhas, nos oceanos e é lida e divulgada pelo geocientista, que investiga, interpreta, mede, 
calcula, faz hipóteses e desenvolve teorias para recompor o passado e prever o futuro do 
planeta. Ocupa-se uma camada de cerca de 100 km denominada crosta, a qual é uma fonte de 
conhecimento histórico sobre a natureza onde os processos inorgânicos e a vida se desenvolvem 
rapidamente, sendo suporte da biosfera e da antroposfera. 
 
 Esse conhecimento é fundamental para entendermos as relações existentes entre as 
esferas terrestres. É na crosta, ou pelo menos em uma parte dela, que vivemos e que a vida se 
desenvolveu no planeta. Compreender onde pisamos e as relações desse substrato com o nosso 
cotidiano em sua mais ampla perspectiva é compreender como os processos geológicos 
ocorreram, é entender como o planeta em que vivemos se formou, e essa visão implica em 
conscientização sobre nosso papel como mais uma espécie que habita a Terra, a única com 
capacidade de refletir sobre sua própria atuação e modificar sua postura. 
 
 As Geociências contribuem para essa visão integrada do ambiente, enxerga os processos 
em sua totalidade, nas mais diferentes esferas e escalas ao longo do tempo. Esta visão do 
conjunto de conhecimentos e idéias é essencial para promover uma nova relação do ser humano 
com a Natureza, mostrando a importância para o cotidiano dos cidadãos, pois abre 
possibilidades da sociedade tomar decisões e compreender as aplicações dos conhecimentos 
sobre a dinâmica natural na melhoria da qualidade de vida. A formação de cidadãos críticos e 
responsáveis com relação à ocupação do planeta e utilização de seus diversos recursos cria 
meios para diminuir o impacto ambiental das atividades econômicas, e também busca soluções 
para os problemas já existentes de degradação do meio ambiente. O reconhecimento das 
Ciências da Terra como base para o desenvolvimento de uma sociedade sustentável é um grande 
passo e uma grande responsabilidade para os profissionais da área. Para o geólogo, é o momento 
de investir na divulgação da Geologia e avançar na compreensão de que seu papel é 
fundamental para o desenvolvimento da sociedade que exige uma visão integrada para a solução 
dos problemas ambientais prementes. Para o educador em Geociências e Educação Ambiental, 
faz-se necessário aprimorar as estratégias e metodologias de ensino no ambiente formal e não-
formal de maneira que os conhecimentos em Geociências associados aos preceitos e 
fundamentos. 
 
ATMOSFERA 
 
A Terra sem atmosfera não serviria de lar para nós, pois seria como a lua desprovida de 
vida. A atmosfera nos protege da radiação de alta energia e do frígido vácuo do espaço sideral. 
A atmosfera é composta de vários gases que formam uma mistura transparente, incolor, 
inodora, chamada Ar Atmosférico. O envelope de gases que circunda a Terra, serve a vida 
6 
 
primariamente como um reservatório de compostos químicos que são usados dentro dos 
sistemas vitais. A atmosfera não tem limite externo definido; ela passa gradualmente a fazer 
parte do espaço interplanetário. Além dos gases, há também na baixa atmosfera quantidades 
variáveis de vapor d'água, partículas de pó, cinzas vulcânicas, sais, pólens, esporos e 
microorganismos. A atmosfera não é homogênea e ela permanece em torno da Terra devido à 
atração da gravidade e energia solar (calor) que chega ao planeta. Nos planetas mais exteriores 
do sistema solar a temperatura baixa mantém os gases e vapor de água no estado sólido. 
A mistura dos diversos gases atmosféricos encontra-se distribuída em camadas ou zonas, 
aproximadamente concêntricas. A atmosfera estende-se por mais de 600 km acima da 
superfície da Terra, mas sua massa é mínima,quando comparada com a massa de nosso 
planeta. Sua densidade e concentração decrescem rapidamente com a altitude. Cerca de 97 % 
do ar é concentrado nos primeiros 30 km. A atmosfera constitui um escudo protetor do forte 
calor do sol ou do frio intenso na parte iluminada e não iluminada da Terra, respectivamente. O 
calor do Sol é chamado calor sensível. 
 
 Tabela1: Composição química da atmosfera 
 Nitrogênio (N
2
) 78,09 % 
 Oxigênio (O
2
) 20,95 % 
 Argônio (Ar) 1,28 % 
 Dióxido de Carbono (CO
2
) 0,036 % 
 Hidrogênio (H
2) 0,03 % 
Composição Neônio (Ne) 125.10
-5
 % 
Química da Hélio (He) 7.10
-5
 % 
Atmosfera Xenônio (Xe) traços 
 Criptônio (Kp) traços 
 Ozônio (O
3
) traços 
 Metano (CH
4
) traços 
 Vapor de água (H
2
O) traços 
 (Fonte: CAPUTO, 2007) 
 
O vapor d’água tende permanecer próximo à superfície da Terra. Cerca da metade do 
vapor situa-se abaixo de 2.000 m de altura e cerca de 90% abaixo de 6.000 m. 
Aproximadamente 70 % da radiação global solar são usadas para a evaporação. São necessárias 
597 calorias para vaporizar um grama de água a partir de 0 oC. O vapor ao condensar libera 
essas 597 calorias à atmosfera, e a água ao congelar libera mais 80 calorias por grama de água. 
(Uma caloria é a quantidade de calor necessária para elevar de 14,5ºC a 15,5ºC a temperatura 
de um grama de água, e que é igual a 4,1855 joules.) Isto significa que este processo de 
evaporação, condensação e congelamento retira calor das áreas quentes através da evaporação e 
libera-o às áreas frias através da condensação, é o chamado calor latente no vapor de água. As 
águas frias dos oceanos dirigem-se para as áreas quentes e a águas quentes dirigem-se para as 
áreas frias, em um processo de correntes de convecção. Estes processos tentam equalizar a 
temperatura na superfície da Terra que recebe quantidades de calor diferentes. 
7 
 
Ozônio é também um gás vital. A molécula de ozônio é feita de três átomos de oxigênio. 
Ele é formado na atmosfera superior quando uma molécula de oxigênio (O2) é partida em dois 
átomos pela radiação ultravioleta e os átomos livres, instáveis, juntam-se a outras moléculas de 
oxigênio para formar duas moléculas de ozônio (O3). O ozônio é importante para o clima 
porque ele é capaz de absorver grandes quantidades de radiação ultravioleta do sol que é letal 
para muitos seres vivos e provoca queimaduras e câncer de pele no ser humano. Ele também é 
responsável pelo aumento da temperatura do ar dentro da estratosfera, pois é aquecido pela 
radiação ultravioleta do sol e este calor passa aos gases vizinhos. 
O vapor d'água sempre está misturado com o ar, variando de 0,02 % em clima frio até 5 
% em clima tropical, em termos absolutos. O vapor d'água absorve a radiação ultravioleta e 
também é muito importante junto com a água nas trocas de calor entre os trópicos e as regiões 
frias. Partículas sólidas suspensas no ar servem para a nucleação das gotas de chuva. A água 
combinada com CO2 transforma-se em ácido carbônico, o qual ataca quimicamente as rochas 
da superfície da Terra, provocando sua decomposição e erosão. A atmosfera e a hidrosfera são 
responsáveis pela decomposição química e desintegração física das rochas da superfície 
terrestre. Na Lua, como não há atmosfera, lá o intemperismo das rochas é mecânico pela ação 
das mudanças bruscas de temperatura, impacto de meteoritos e ação da gravidade. 
 
ESTRUTURA DA ATMOSFERA 
 
A atmosfera pode ser dividida em quatro camadas de acordo com diferenças em 
temperatura e em taxas de mudanças de temperatura. A primeira camada, mais próxima da 
Terra é a troposfera, sua altitude varia de 8 a 14,5 km acima. Sua espessura é mais fina nos 
pólos e maior no equador. A troposfera tem duas características distintas. Uma é que vapor 
d'água e poeira se encontram na baixa troposfera. A outra característica desta camada é que a 
temperatura diminui com o aumento da altitude. Na troposfera ocorre muita turbulência e 
movimentos horizontais e verticais do ar. Cerca de 90% de todos os gases e vapor d'água se 
concentram na troposfera. 
A altitude onde a temperatura para de cair é chamada de tropopausa, que separa a 
troposfera da estratosfera. A temperatura da parte inferior da estratosfera mantém-se quase 
constante em cerca de - 52oC até a uma altitude de aproximadamente 32 km. É na estratosfera 
que encontramos a concentração de ozônio que protege os seres vivos da radiação ultravioleta. 
Na parte superior da estratosfera a temperatura aumenta devido à absorção da radiação 
ultravioleta pela camada de ozônio. As ondas de rádio são refletidas na estratosfera. A 
temperatura na estratopausa, camada que separa estratosfera e mesosfera e situada a cerca de 56 
km de altura, é quase a mesma da superfície da Terra. Entretanto, pouco desse calor pode ser 
conduzido porque o ar é muito rarefeito. 
Acima da estratopausa está a mesosfera, na qual a temperatura tende a cair com aumento 
da altitude. No topo da mesosfera existe a mesopausa onde a temperatura cessa de cair com a 
altitude. A camada mais externa é a termosfera, onde a temperatura aumenta até aproximar-se 
1727oC ao meio dia. Entretanto o ar é tão rarefeito a essa altitude que praticamente há um 
vácuo e pouco calor pode ser conduzido. 
8 
 
A troposfera e tropopausa são denominadas atmosfera inferior. Estratosfera, estratopausa, 
mesosfera e mesopausa são denominadas atmosfera média. A termosfera é denominada 
atmosfera superior. A exosfera marca a transição com o espaço exterior. A exosfera é a última e 
mais alta camada da atmosfera. Mais quente mesmo que as partículas de ar da termosfera, os 
íons de gás na exosfera são tão quentes quanto 2.500
0
C. As partículas são bombardeadas tão 
ferozmente pelos raios cósmicos que elas persistem somente no estado atômico. À noite, livres 
dos raios solares diretos, a temperatura cai para cerca de 220
0
C. 
A mudança da composição química da atmosfera ocorreu através da atividade vital ao 
longo do tempo geológico. A vida iniciou-se na Terra entre 3,8 a 4 bilhões de anos atrás, 
transformando a atmosfera através da fotossíntese. Os primeiros seres eram anaeróbicos, isto é, 
se desenvolviam sem oxigênio e com bastante CO2. O CO2 foi e é suprido à atmosfera pelos 
vulcões até hoje. No início, os organismos viviam sem oxigênio livre da atmosfera. Eram os 
procariontes, com células sem núcleo, onde os constituintes genéticos encontravam-se 
desorganizados no interior das células. Mais tarde surgiram os seres fotossintéticos que liberam 
para a atmosfera oxigênio extraído do CO
2
 e H
2
O. O lento aumento do oxigênio na atmosfera 
propiciou a adaptação de alguns organismos anaeróbios às novas condições, surgindo os 
eucariontes, organismos mais evoluídos, com núcleo e material genético organizado dentro do 
núcleo. A atmosfera foi gradualmente enriquecendo em O
2
 devido à fotossíntese e ao 
soterramento da matéria orgânica, e mais tarde vegetais superiores, que evoluíram para petróleo 
e carvão mineral (hulha). 
Caso não houvesse uma fonte de CO
2
 este gás seria completamente esgotado na 
atmosfera, pois além da fotossíntese, o intemperismo (reações químicas com os minerais) das 
rochas também extrai o CO
2
 do ar. Uma fonte imediata de CO
2 
é o mar que contém 60 vezes 
mais CO
2
 do que o ar. Essa proporção é constante, mas não a quantidade. Por exemplo, se for 
transferido CO2 do mar para as rochas, automaticamente diminuirá a quantidade de CO2 na 
atmosfera. Os vulcões constituem a fonte mais importante de CO
2
 para a atmosfera e 
hidrosfera. A redução ou aumento de CO
2
 atmosférico produzem mudanças climáticas 
importantes a longo prazo (efeito estufa ou anti-estufa), tais como resfriamento ou aquecimento 
climático global, mudanças nos regimes de chuvas, extinção de organismos, mudanças na fauna 
e flora. 
A duplicação de CO
2
 no ar aumentaria a temperatura média globalem 3oC, sendo menor 
nas áreas equatoriais e maior nas áreas polares. As faixas climáticas tropicais e temperadas se 
alargariam em detrimento das áreas polares. 
O aumento da temperatura causado pelo aumento de CO
2
 na atmosfera não é o único 
fenômeno que se relaciona com o aquecimento global. Há outras mudanças entre as quais se 
incluem: 
 aumento das secas nos continentes; 
 mudanças na freqüência, quantidade e distribuição das chuvas; 
 mudanças nas correntes oceânicas; 
 alteração na biologia marinha e terrestre 
 diminuição da camada de gelo e de neve; 
9 
 
 aumento do nível do mar. 
 
HIDROSFERA 
 
É o envoltório de água e gelo que envolve a maior parte da Terra. Rios, lagos, lagunas, 
mares e oceanos e água subterrânea constituem a hidrosfera. 
O movimento da água no sistema hidrológico da Terra começa com a evaporação da água 
dos corpos de água (mar, oceano etc). O vapor de água então se move na atmosfera e é 
precipitado como chuva ou neve ou granizo. O ciclo é completado quando a água retorna ao 
mar pelo sistema de rios. Variações nos padrões do fluxo principal do sistema incluem as 
acumulações temporárias da água em lagos e geleiras. Dentro deste grande sistema, existem 
muitos ciclos menores, tais como evaporação dos lagos e rios e transpiração das plantas. As 
maiores fontes de água para atmosfera situam-se nos oceanos entre as latitudes 10 e 40o de 
cada hemisfério, onde existe maior evaporação. Deve-se considerar que o volume de água 
subterrânea é muito maior do que o volume de água doce dos rios e lagos. 
Os oceanos e mares contêm 97,5 % da água do planeta. 
Os restantes 2,5 % da água doce estão assim divididos: Cerca de 68,9% da água doce 
ocorrem nas calotas polares e altas montanhas em geleiras; cerca de 29,9% da água se encontra 
na subsuperfície (água subterrânea); 0,9% se acumula em outros reservatórios, inclusive 
biosfera, e apenas 0,3% da água doce ocorre em lagos, pântanos e rios. 
 
ESTRUTURA INTERNA DA TERRA 
 
A topografia terrestre é a resultante da ação de forças construtivas (forças internas, 
tectônicas) e destrutivas (erosão). 
A maior parte do conhecimento que se tem sobre o interior da Terra provém de meios 
indiretos. Na realidade, dos 6.300 km que separam a superfície terrestre do seu núcleo, conseguiu-
se perfurar pouco mais do que 0,2% (cerca de 14,4 km). As rochas mais profundas conhecidas 
provêm de fragmentos trazidos pelas erupções vulcânicas, sem que, no entanto se possa afirmar 
sua exata profundidade. As câmaras magmáticas onde se armazenam os magmas se encontram a 
profundidades inferiores a 30 Km. 
Várias foram as fontes informativas que colaboraram às interpretações atuais sobre a 
estrutura interna da Terra, onde destacam-se a (A) sismologia, os (B) vulcões, a (C) temperatura do 
interior, as (D) densidades das rochas, os (E) meteoritos, a (F) astronomia, (G) estudos 
experimentais de laboratório e (H) simulações matemáticas em computadores. 
A crosta terrestre varia em espessura entre 5 Km nos oceanos e em até cerca de 90 Km ou 
mais quilômetros nas regiões montanhosas, sendo a espessura média da crosta, nos continentes, 30 
km. Velocidades sísmicas de 6 e 7 km/s caracterizam a crosta. A crosta é dividida em: 
CROSTA CONTINENTAL (SIAL): Constituída principalmente de silicatos, de magnésio, ferro, 
alumínio e sílica livre (SiO2). Apresenta-se espessa e menos densa que a crosta oceânica e é 
composta por rochas ígneas e metamórficas, com cobertura sedimentar parcial. Todas estas rochas 
com elevada percentagem de sílica são consideradas como rochas ácidas. Quanto mais silicosa for 
10 
 
uma rocha, mais ácida é considerada. Rochas básicas e ácidas nada têm a ver com pH e sim com o 
teor de sílica. 
CROSTA OCEÂNICA (SIMA): em comparação com a crosta continental, possui menores 
quantidades de potássio, sódio e sílica, e percentagens mais elevadas de cálcio, magnésio e ferro. A 
crosta oceânica é mais densa e menos espessa, em média 7 km, que a crosta continental, sendo 
composta por rochas básicas que têm moderadas quantidades de sílica. 
A crosta terrestre situa-se acima da descontinuidade de Mohorovicic e é composta dos 
elementos químicos mais abundantes abaixo relacionados. 
Abaixo da crosta existe o manto. Crosta e manto são separados pela descontinuidade de 
Mohorovicic (Moho). Este limite situa-se em profundidades variáveis, numa média de 30 Km sob 
os continentes, mas chegando a cerca de 60-150 Km ou mais sob as cadeias de montanhas 
dobradas, enquanto nos oceanos, situa-se a uma profundidade média de 5-7 Km abaixo do assoalho 
do mar. 
Na zona de descontinuidade Moho, as ondas sísmicas experimentam um crescimento abrupto 
na velocidade que passa de 6,8 para 8,1km seg
-1
, indicando uma mudança na composição química 
das rochas abaixo. 
O manto é composto por rochas ultrabásicas, que apresentam relativamente pouca sílica. O 
manto mostra velocidades sísmicas maiores do que 8 km/s. Rochas ricas em minerais densos como 
olivina e piroxênio mostram em laboratório velocidades sísmicas maiores do que 8 km/s, em 
função disso se deduz que seja essa a composição mineralógica do manto superior. Os diamantes 
são formados sob grandes pressões, compatíveis com a profundidade de 150 km. 
Ocorre uma terceira descontinuidade situada a 2885 Km abaixo da superfície, 
correspondendo à interface manto-núcleo (descontinuidade de Guttenberg). 
Com base em suas propriedades sísmicas, como também em sua resistência mecânica 
(propriedades reológicas), a porção desde a superfície da Terra até cerca de 125 km de 
profundidade é chamada litosfera, que inclui a crosta e parte do manto superior, também chamado 
de manto litosférico. A litosfera apresenta espessuras variáveis, sendo que as placas oceânicas 
apresentam cerca de 70 km de espessura e as continentais cerca de 100-125 km e até 250 km sob as 
cadeias de montanhas. 
A litosfera é dividida em seis partes maiores denominadas placas litosféricas ou 
simplesmente placas e numerosas placas menores, totalizando mais de 20. Placas são grandes lajes 
móveis de rochas que se deslocam de 1 a 15 cm por ano. As grandes placas que compõem a parte 
externa da Terra (crosta e manto superior) que parecem deslizar para produzir os efeitos descritos 
pelo modelo da Tectônica de Placas, consistem inteiramente de material relativamente rúptil. 
O intervalo de profundidade de cerca de 100-125 a 250-350 km, abaixo da litosfera, é 
denominado astenosfera de comportamento dúctil. A astenosfera é relativamente mole, plástica, 
atua como uma camada lubrificante sob a litosfera, permitindo as placas litosféricas deslizarem 
através dela. A astenosfera é a responsável pelo equilíbrio isostático, que leva os blocos da crosta 
que recebem mais material na superfície a afundarem e os que, ao contrário, são erodidos a 
subirem. Esta camada gera a maioria dos magmas, pois de 1 a 10 % se apresenta no estado líquido. 
A litosfera é mais fria, rúptíl e mais forte do que a astenosfera. A profundidade da base da 
litosfera é variável, mas sua base é limita pela isoterma de 1330 
o
C. 
As temperaturas são tão altas na astenosfera que a rocha é parcialmente fundida (até 10 ou 15 
%) e que muito da parte fundida é a fonte da lava básáltica (rocha básica) rica em ferro e magnésio 
11 
 
que é liberada por muitos vulcões na superfície da Terra. Na zona abaixo da astenosfera, chamada 
de mesosfera, a pressão aumenta suficientemente, de modo que as rochas tornam-se fortes 
novamente. A mesosfera é localizada entre a astenosfera e o núcleo externo. 
O manto contém 83 % do volume da Terra. Ele pode ser dividido em manto superior, 
transição e inferior. O manto superior é composto pela parte não crustal da litosfera até a 
profundidade de cerca de 400 km. De 400 a 1000 km existe uma zona de transição que separa o 
manto superior do inferior. O manto é composto de rochas ultrabásicas, constituídas 
principalmentede minerais ferromagnesianos, tais como olivina e piroxênio. Algumas rochas 
ultrabásicas contêm o mineral granada, mas em todas estas rochas falta o mineral feldspato. 
O núcleo da Terra é também chamado de siderosfera ou barisfera. Esta é a mais profunda e 
menos conhecida das camadas que compõem o globo terrestre. Assim como o manto e a crosta 
estão separados pela Descontinuidade de Mohorovicic, o manto e o núcleo estão separados por 
outra, a Descontinuidade de Gutenberg, que fica a 2.700-2.890 km de profundidade. 
Acredita-se que o núcleo terrestre seja formado de duas porções, uma externa, de 
consistência líquida e outra interna, sólida e muito densa, composta principalmente de ferro (80%) 
e níquel (por isso, era antigamente chamada de nife). O núcleo externo tem 2.200 quilômetros de 
espessura e velocidade sísmica um pouco menor que o núcleo interno. Deve estar no estado 
líquido, porque nele não se propagam as ondas S, e as ondas P têm velocidade bem menor que no 
manto sólido. O núcleo interno deve ter a mesma composição que o externo, mas, devido à 
altíssima pressão, deve ser sólido, embora com uma temperatura de até 5.000 °C (um pouco 
inferior à temperatura da superfície do Sol). Tem 1.250 km de espessura. O núcleo da Terra gira, 
como todo o planeta, e os cientistas acreditam que isso gere uma corrente elétrica. Como uma 
corrente elétrica gera sempre um campo magnético, estaria aí a explicação para o magnetismo 
terrestre, que faz nosso planeta comportar-se como um gigantesco ímã. Estudos recentes mostram 
que o núcleo interno gira um pouco mais depressa que o resto do planeta. 
 
 
DENSIDADE DA TERRA 
 
Densidade é a massa em gramas por centímetro cúbico. A densidade geral da Terra é 5,517 
g/cm
3
, de acordo com astrônomos que calculam a velocidade da translação da Terra em torno do 
Sol e a velocidade de sua rotação em torno de seu eixo. As rochas da superfície são relativamente 
leves, variando de 2,7 g/cm
3
 para o granito e 3,0 g/cm
3
 para o basalto. As rochas ultrabásicas que 
constituem o topo do manto provavelmente têm uma densidade de 3,3 g/cm
3
 no manto superior, 
embora a pressão da rocha deva subir este valor a cerca de 5,5 g/cm
3
 na base do manto. Na 
passagem do manto para o núcleo, a densidade duplica. Os cálculos mostram que o núcleo tem que 
ter uma densidade de cerca de 10 g/cm
3
 no limite núcleo-manto, aumentando a 12 ou 13 g/cm
3
 no 
centro da Terra. 
 
TEMPERATURA DENTRO DA TERRA 
GRADIENTE E GRAU GEOTÉRMICO 
 
É possível verificar-se que a temperatura aumenta progressivamente para o interior da Terra 
através de poços, minas e vulcões. 
12 
 
Isto posto, vamos verificar que há uma temperatura muito alta no manto, envoltório do 
núcleo, estimada em 4.000oC e mais nas proximidades do centro da Terra (4500 - 6000 oC). Cerca 
de 3.400 oC mais afastado do núcleo, caindo bruscamente para 1.200 oC na crosta inferior e 
passando para 600 oC no interior da crosta. Esta queda brusca se explica porque na crosta têm 
ocorrido correntes de convecção que dissipam mais rapidamente o calor na superfície. O manto é 
muito mais denso, mais rígido e de composição físico-químico de maior condutividade térmica, ao 
contrário das rochas da crosta, que são menos densas, menos rígidas, mais fraturadas e de menor 
condutividade térmica. 
 
METEORITOS 
 
Uma outra fonte de informação sobre a constituição e idade da Terra é a fornecida pelos 
cometas e meteoritos. Asteróides quando se desviam de suas órbitas e se dirigem ao planeta são 
chamados de meteoros e quando impactam a Terra recebem o nome de meteoritos. Estes são 
corpos rochosos ou metálicos que atingem a camada atmosférica em alta velocidade, são 
parcialmente freados pelo atrito com o ar e caem na superfície terrestre. Quanto à origem dos 
meteoritos ainda não existe uma resposta definitiva, admitindo-se, porém que sejam produtos da 
desintegração ou colisão de outros planetas ou satélites que se formaram no sistema Solar. Alguns 
meteoritos apresentam composição química compatível com as rochas da crosta terrestre, mas 
outros podem ser oriundos do manto ou do núcleo de planetas. Através da datação radiativa, 
apresentam idades muito antigas. 
 
 
 Figura 1: Comportamento da densidade ao longo das camadas internas da Terra. 
 (Fonte: Caputo, 2007) 
13 
 
 
 
 
AS PLACAS TECTÔNICAS E AS DERIVAS CONTINENTAIS 
 
Tectônica de Placas: recente, mas a formulação baseia-se em mais de 100 anos de 
especulações. Diversas teorias ou modelos foram propostos através dos tempos, procurando 
explicar a geodinâmica da Terra ou dos continentes. 
 
 Os processos que alteram a superfície da Terra podem ser divididos em duas categorias. Os 
processos que desgastam as terras como intemperismo e erosão. Os processos construtivos são 
vulcanismo e formação de continentes (epirogênese) e de montanhas (orogênese) que aumentam a 
elevação média das terras em oposição à gravidade. 
 Essas forças dependem do calor interno da Terra como sua fonte de energia. A palavra 
tectônica ou geotectônica vem do grego, significa edifício ou construção, e em geociências o termo 
refere-se a estruturas megascópicas que resultam de movimentos das placas crustais. Tal 
movimento é acreditado ser dirigido por um motor termal (correntes de convecção), como 
resultado de uma distribuição desigual do calor no interior da Terra. 
 A medida que material quente sobe das profundezas da Terra e se espalha lateralmente, as 
placas são arrastadas e colocadas em movimento. 
 O resultado deste movimento das placas litosféricas é a geração de terremotos, tectonismo 
que se estende ao interior das placas (deformação e rasgamento de grandes massas de rochas 
formando montanhas), vulcanismo, magmatismo, metamorfismo, agregação e desagregação de 
continentes, formação e destruição de oceanos, formação de ilhas oceânicas, influindo ainda nas 
mudanças climáticas e na evolução biológica global. 
 
 A DERIVA CONTINENTAL 
 
• No inicio do século XX, o cientista alemão Alfred Wegener desenvolveu uma teoria 
chamada Deriva Continental. 
• Segundo essa teoria, os continentes atuais originaram-se de um outro chamado de 
Pangéia. 
• Wegener chegou a essa conclusão após analisar a costa leste do continente sulamericano 
que parecia se encaixar na costa oeste do continente africano. 
• A Pangéia se fragmentou há cerca de 200 milhões de anos, dando origem a dois 
continentes: Laurásia e Gondwana que foram se afastando lentamente formando os 
atuais continentes. 
 
 
 PORTANTO: 
 
 Tectônica Global é teoria que descreve e procura explicar os movimentos horizontais e 
verticais da litosfera terrestre (crosta terrestre + manto rígido subjacente). 
Com a teoria da tectônica de placas, surge uma nova explicação para o tema mais 
discutido: deriva continental. Primeiras observações da grande similaridade entre o contornos 
leste da América do sul e Oeste da África foram feitas por Bacon. 
14 
 
 A Teoria da Tectônica de Placas: Procura demonstrar que superfície semi-rígida da 
crosta sofre movimentos sobre uma porção inferior, quente e fluida, denominada astenosfera. 
 Segundo esta teoria, a litosfera é formada por um número de placas rígidas, algumas 
grandes, outras pequenas, que vagarosamente se deslocam uma em relação às outras, em 
repostas a movimentos e fluxo na astenosfera, região plástica do manto. 
 Estes movimentos são considerados como os principais fatores que levam às grandes 
mudanças geológicas no planeta. 
 Os movimentos destas placas provocam o surgimento de novos oceanos e fechamento 
de antigos. 
 Influenciam grandes mudanças climáticas e levam à criação de condições propícias ao 
surgimento e acumulação de petróleo e outros minérios.Então, como essas placas se movimento ao longo do tempo? 
 
A astenosfera é uma zona do manto externo, menos rígida, com comportamento plástico, 
devido talvez, à fusão parcial de uma porção mínima de material do manto, é sobre essa camada 
que se assentam as placas. Etimologicamente astenosfera significa esfera (camada) frágil (do grego 
sthenos = sem força, fraco), em referência ao fato de que é a região onde as ondas sísmicas 
diminuem de velocidade, o que denota que tem um comportamento mais plástico do que a 
litosfera, acima e do manto inferior, abaixo. 
 
 Figura 2: Dinâmica interna da terra 
 (Fonte: Teixeira, 2001) 
 
 
 
 
15 
 
 
Figura 3: Desenho esquemático do fluxo de calor e ascensão da energia 
(Fonte: Caputo, 2007) 
 
 
LIMITES DE PLACAS 
 
 
• São três os tipos de limites de placas, caracterizados pelo modo como as placas se 
deslocam umas relativamente às outras, aos quais estão associados diferentes tipos 
de fenómenos de superfície. 
• Limites transformantes ou conservativos. 
• Limites divergentes ou construtivos. 
• Limites convergentes ou destrutivos. 
 
16 
 
 
 Figura 4 : Esquema demonstrativo do limite de placas 
(Fonte: Press et al., 2006) 
 
A Litosfera é formada por placas de rochas denominadas de placas tectônicas que “flutuam” 
sobre o magma e movem-se muito lentamente, ora se aproximando, ora se afastando. 
 
De acordo com a movimentação das placas tectônicas, os limites entre elas podem ser: 
 
 1 – Convergente – As placas se chocam 
 
 2 – Divergentes – As placas se separam 
 
 3 – Transformantes – As placas se atritam 
 
 
 
 Nos locais onde as placas colidem, formam-se dobramentos dando origem às grandes cadeias 
de montanhas. Em outros casos, a borda de uma das placas entra embaixo da outra, que sofre 
dobramento, como nos Andes. Os locais em que se dá o afastamento de placas são marcados por 
grande atividade sísmica e vulcanismo. 
17 
 
 
 DINÂMICA INTERNA: Processos que ocorrem utilizando energia proveniente do interior da 
Terra, formando e modificando a composição e a estrutura da crosta. Pode ser considerada como 
processos geológicos endógenos como terremotos, vulcanismo, plutonismo, orogênese, 
epirogênese, metamorfismo, magmatismo etc. 
 
 A orogênese: que pode ser entendida como o conjunto de processos que levam à formação ou 
rejuvenescimento de montanhas ou cadeias de montanhas produzido principalmente pelo 
diastrofismo (dobramentos, falhas ou a combinação dos dois), ou seja, pela deformação 
compressiva da litosfera continental. É responsável pelo formação de montanhas. 
 
 Epirogênese: é um conjunto de processos que resultam no movimento da crosta terrestre, no 
sentido ascendente ou descendente sendo lento. Além disso, atinge vastas áreas continentais de 
forma lenta, ocasionando regressões e transgressões marinhas. 
 
 
 
Figura 5: Exemplos do dinamismo interno da Terra 
(Fonte: Press et al., 2006) 
 
 
DINÂMICA EXTERNA: Processos que ocorrem utilizando a energia proveniente do exterior 
da Terra, consistindo basicamente da energia que atua direta ou indiretamente sobre a superfície 
18 
 
da crosta. São representados pelos processos exógenos tais como: intemperismo, erosão, ventos, 
gelo, organismos, águas superficiais e subterrâneas. 
 
Intemperismo é a alteração física e química das rochas durante a exposição ao ar, umidade e 
ação de organismos. Ocorrem fenômenos físicos, químicos, biológicos e físico-químicos, agindo 
isoladamente ou conjuntamente. 
 
O intemperismo encerra o conjunto de processos operantes na superfície terrestre que 
ocasionam a desagregação e/ou decomposição das rochas da superfície da Terra. É em essência 
uma adaptação dos minerais das rochas às condições superficiais, bastante diferentes, daquelas em 
que eles se formaram. O intemperismo ocorre porque minerais formados de uma maneira particular 
(digamos em alta temperatura no caso das rochas ígneas) são freqüentemente instáveis quando 
expostos a várias condições que afetam a superfície da Terra. Devido o intemperismo envolver 
interação das rochas com a atmosfera e hidrosfera, ele varia com o clima. 
 
Tabela 2: Tipos de intemperismo 
 
 Tipos Processos 
 Variações de temperatura 
 Físico Congelamento da água 
 Cristalização de cristais 
 Alívio de pressão 
Intemperismo 
 Oxidação 
 Químico Dissolução 
 Acidificação, etc. 
 
 Biológico Ação de organismos 
(Fonte: Caputo, 2006). 
 
O intemperismo físico é a desintegração, desagregação das rochas da crosta terrestre pela 
atuação de processos inteiramente mecânicos. É o processo predominante em regiões áridas, de 
precipitação anual muito baixa, tais como desertos e zonas glaciais. Nestas regiões de condições 
climáticas extremas a desagregação das rochas é controlada por variações bruscas de temperatura, 
insolação, alívio de pressão, crescimento de cristais, congelamento etc. 
 
O intemperismo químico (decomposição química) é caracterizado pela reação química entre 
os minerais constituintes das rochas, com gases atmosféricos e soluções aquosas diversas, na 
tentativa destes minerais se adaptarem às condições físico-químicas do ambiente em que se 
encontram. O produto final destes processos é uma conseqüência do ataque químico aos minerais 
da rocha fonte. Este processo é bastante acelerado nos casos em que as rochas foram preparadas, 
previamente, pelo intemperismo físico, reduzindo-a a pequenos fragmentos, ou seja, aumentando a 
área superficial de contato, por volume de material, para um ataque mais efetivo pelos agentes 
químicos. Pode-se concluir que o principal agente de intemperismo químico é a água. O 
intemperismo químico é o processo de decomposição da rocha através de reações químicas; estas 
19 
 
reações podem ser: (a) oxidação, (b) redução, (c) hidrólise, (d) hidratação, (e) decomposição por 
acido carbônico e (f) dissolução e (g) ação de organismos. 
 
Intemperismo biológico pode ser mecânico (biofísico - ação de raízes) e químico (bioquímico - 
ação de ácidos úmicos). Ambos tipos já foram descritos sob o título de intemperismo físico e 
intemperismo químico. 
 
FATORES CONDICIONANTES DO INTEMPERISMO 
 
O intemperismo tem maior ou menor atuação sobre as rochas da crosta, a depender do (A) 
tipo ou composição da rocha, da (B) topografia, do (C) clima, (D) organismo e (D) tempo 
geológico. A composição química da rocha fornece suas características de resistência à abrasão, 
tensão e compressão. A alteração intempérica das rochas depende da natureza dos minerais 
constituintes, de sua textura e estrutura. Dessa forma, dependendo do material parental da rocha 
pode ter uma maior ou menor suscetibilidade a ação intempérica. Como exemplo prático podemos 
citar que rocha silicática como o granito é mais resistente à alteração que uma rocha carbonática, 
como o mármore. 
A topografia é outro fator influencia a ação intempérica, regulando a velocidade do 
escoamento superficial das águas pluviais (que também depende da cobertura vegetal) e, portanto, 
controla a quantidade de água que se infiltra nos perfis, de cuja eficiência depende a eliminação 
dos componentes solúveis. As reações químicas têm a capacidade de ocorrer onde há boa 
infiltração e reduzido escoamento superficial. Caso o relevo seja muito íngreme, observa-se uma 
redução na infiltração e na drenagem interna do perfil de solo, tendo como conseqüência um 
aumento no escoamento superficial. 
 
Figura 6. Gráfico demonstrativo da variação da topográfica no ambiente. 
(Fonte: Teixeira, 2001). 
 
O clima tem papel predominante na eficácia do intemperismo. Parâmetros como temperatura 
e precipitação regulam a natureza e velocidade das reações químicas. Quanto maior for a 
disponibilidade de água e mais freqüente for a distribuição das chuvas, mais completas serão as 
reações químicas do intemperismo.No caso da temperatura, pode acelerar a reação química e 
20 
 
aumentar a evaporação, diminuindo a quantidade de água disponível para a movimentação de 
produtos solúveis. Constata-se que o intemperismo físico predomina em regiões onde a 
temperatura e pluviosidade é baixa. Por outro lado, temperatura e pluviosidade mais alta favorecem 
o intemperismo químico. Os resultados das variações na temperatura, umidade, do regime dos 
ventos, da evaporação, da insolação, etc., influenciam também nas atividades biológicas. Tais 
fatores dependem também da latitude. 
No caso dos organismos, esses contribuem para a ocorrência do intemperismo pela ação que 
desempenham na decomposição da matéria orgânica do solo, através da ação dos microorganismos 
na transformação de moléculas no solo. 
Finalmente, o tempo geológico é parâmetro mais importante que a natureza dispõe para a 
realização de seu constante modelamento da crosta terrestre. O tempo necessário para intemperizar 
uma determinada rocha depende dos outros fatores relatados anteriormente, tais como 
susceptibilidade dos constituintes minerais, clima etc. Em condições de intemperismo pouco 
intenso, é necessário um tempo mais longo de exposição às intempéries para haver o 
desenvolvimento de perfil de alteração. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 MINERAIS 
 
 
 
 Figura 6: Distribuição do intemperismo ao longo dos biomas 
 (Fonte: Teixeira, 2001) 
 
MINERALOGIA é a ciência geológica que estuda os minerais, isto é, estuda o material que 
compõe as rochas da crosta terrestre, e que se, enquadram como matéria-prima indispensável para 
o desenvolvimento de uma nação. 
A Mineralogia é um campo de estudo integrado, relacionado intimamente, de um lado com a 
Geologia e de outro lado com a Física e a Química. 
21 
 
 Um MINERAL é toda substância que ocorre na natureza, produzida por processos 
inorgânicos, com composição química característica e usualmente possuidora de estrutura interna 
tridimensional (cristalina) que muitas vezes é expressa por formas geométricas externas ou ainda, 
 Um MINERAL é toda substância natural, sólida e inorgânica que possui composição 
química determinada e apresenta propriedades morfológicas e físicas características. 
 Os minerais são sólidos, sob as condições normais de pressão e temperatura. 
 Os minerais são de caráter inorgânico e podem ser: elementos químicos (Cu, Au, Pt, Ag, S, 
Hg) ou compostos químicos (Fe2O3, SiO2, CaCO3). Algumas composições minerais são na 
verdade muito complexas, consistindo de dez elementos ou mais. Um mineral deve: 
 
 ser naturalmente formado, gemas sintéticas não são minerais 
 ser um sólido, exclui todos os líquidos e gases 
 ser de origem inorgânica 
 ter uma composição química específica 
 ter estrutura cristalina característica. 
 
 COMO SE FORMAM OS MINERAIS? 
 
Os minerais são formados pelo processo de cristalização, o crescimento de um sólido a partir de 
material cujos átomos constituintes podem juntar-se na proporção química apropriada com um arranjo 
cristalino específico. 
 A cristalização ocorre pela adição de átomos às faces do cristal. Isto é possível porque as camadas 
externas de átomos sobre um cristal nunca estão completadas quimicamente e podem ser estendidas 
indefinidamente. Um ambiente apropriado para o crescimento do cristal inclui: (1) adequada concentração 
dos tipos de átomos ou íons requeridos para um determinado mineral e (2) pressão e temperatura 
apropriadas. 
 
 MINERALÓIDES 
 
 Algumas substâncias de natureza orgânica são, em alguns casos, classificadas como mineralóides, 
tais como, o âmbar, o carvão e o petróleo. Mineralóides são substâncias formadas por processos orgânicos 
ou inorgânicos, que não desenvolvem estrutura interna cristalina. Dentre os formados por processos 
inorgânicos, temos a opala e vidro vulcânico e orgânicos temos: turfa, linhito, hulha, antracito e petróleo, os 
quais são também chamados de combustíveis fósseis. 
O estudo da identificação dos minerais pode ser realizado de duas maneiras macroscópica e 
microscopicamente. Macroscopicamente o mineral pode ser observado e analisado em amostras de mão a 
olho nu, lupa de mão ou lupa binocular de pequeno aumento, onde observam-se várias propriedades físicas. 
Microscopicamente, através de microscópios especializados, tais como o microscópio petrográfico ou o 
microscópio eletrônico. 
Além dos métodos mineralógicos acima referidos, os minerais podem ser identificados ainda por 
análise química, análise microquímica, análise da chama, análise térmica diferencial, raios x, análise 
espectrográfica etc. 
 
SUBSTÂNCIAS CRISTALINAS E AMORFAS 
 
 A maioria das substâncias, tanto formadas na natureza como nos laboratórios, tem um arranjo 
tridimensional interno, ordenado e definido, dos seus átomos constituintes e são ditas como possuindo uma 
22 
 
estrutura cristalina. Sob condições favoráveis, podem se desenvolver como sólidos, limitadas por superfícies 
planas naturais e são chamadas cristais. As superfícies planas são denominadas faces ou planos cristalinos. 
 CRISTAIS: São minerais que, sob condições favoráveis, podem manifestar-se externamente por 
superfícies limitantes, planas e lisas. 
 Um mineral se encontra em estado cristalino quando seus átomos possuem arranjo interno ordenado 
que são separados por distâncias interatômicas constantes. Por exemplo, um fragmento qualquer de quartzo, 
que não mais apresente sua forma geométrica exterior, continua com as mesmas propriedades encontradas 
em um cristal completo. 
 O ramo da mineralogia que estuda os cristais é a CRISTALOGRAFIA. 
 A FORMA CRISTALINA 
 
 A forma do cristal é muito importante na identificação do mineral. Ela reflete a estrutura e a 
disposição de átomos dos minerais. Algumas vezes o cristal é tão simétrico e perfeito em suas faces que se 
coloca em dúvida a sua origem natural. Na maioria das vezes cristais perfeitos são muito raros. Em geral, 
eles desenvolvem apenas algumas de suas faces. As superfícies planares que limitam um cristal são 
chamadas faces do cristal e o arranjo geométrico das faces dos cristais é chamado forma do cristal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 7: Distribuição dos átomos na estrutura cristalina 
 (Fonte: Teixeira, 2001) 
 PROPRIEDADES FÍSICAS 
 
 HÁBITO CRISTALINO 
 
 É a forma geométrica externa, habitual, exibida pelos cristais dos minerais, que reflete a sua 
estrutura cristalina. 
 
23 
 
 
 
Figura 8: Exemplo do hábito cristalino do quartzo 
(Fonte: CPRM, 2009) 
 
 FRATURA 
 
 É a maneira pela qual quando o mineral se rompe ao longo de uma superfície que não é 
plano de clivagem ou um possível plano cristalográfico. Uma fratura fresca (recente) pode mostrar 
a cor verdadeira do mineral, se ele não estiver alterado quimicamente pelo intemperismo. Numa 
fratura, as ligações químicas são rompidas de um modo irregular, não relacionado com a simetria 
da estrutura interna do mineral. 
 
CLIVAGEM 
 
 É a maior ou menor facilidade que uma substância cristalina possui em dividir-se em planos 
paralelos. Ex.: As micas e a calcita. A clivagem ocorre ao longo de planos bem definidos 
relacionados à estrutura molecular do mineral e paralelos à possíveis faces do cristal. A clivagem 
reflete planos de fraqueza na estrutura e, por conseguinte, é geralmente perpendicular às direções 
nas quais as ligações iônicas são de baixa resistência. Todas as amostras de uma determinada 
espécie mineral possuem a mesma clivagem, porque todos eles apresentam o mesmo arranjo 
interno comum dos átomos e, portanto, as mesmas direções de fraqueza. 
 
DUREZA 
 
 É a resistência oferecida por um mineral à abrasão ou ao risco, Essapropriedade ajuda no 
reconhecimento rápido dos minerais. Todo mineral tem uma dureza ou variação de dureza que, 
em última análise, depende da resistência das suas ligações químicas. Alguns minerais 
apresentam resistência diferente em faces diferentes ou segundo direções diferentes, em uma 
mesma face, indicando que a dureza é uma propriedade vetorial. 
 
24 
 
 
Figura 9: Direções de clivagem. Em (A), o cristal mostra clivagem segundo uma única direção, comum nas 
micas, como é o caso da mica muscovita acima representada. Em (B), a clivagem se faz segundo dois planos que se 
cortam em ângulos retos, resultando superfícies brilhosas. O exemplo é um feldspato. A clivagem em três direções 
está representada em (C) pela galena. É uma clivagem da qual resultam seis superfícies. São próprias do sistema 
cúbico. Em (D), três direções que não se cortam em ângulos retos, caso que se verifica na calcita. Em (E), a 
clivagem em quatro direções, formando um octaedro. Exemplo desta é o diamante e a fluorita. 
(Fonte: Popp, 2007) 
 
 ESCALA DE MOHS 
Tabela 3: Características e composição de alguns minerais 
DUREZA MINERAL PADRÃO COMPOSIÇÃO QUÍMICA 
1 TALCO Hidrossilicato de Magnésio Mg3Si4O10 (HO)2 
2 GIPSITA Sulfato hidratado de cálcio CaSO4.2H2O 
2,5 Unha Humana 
3 CALCITA Carbonato de Cálcio CaCO3 
3 Moeda de Cobre 
4 FLUORITA Fluoreto de Cálcio CaF2 
5 APATITA Fluorfosfato de Cálcio Ca5(PO4)3(HO,F,Cl)2 
5,5 Lâmina de Canivete 
6 ORTOCLÁSIO Silicato de Alumínio e Potássio KAlSi3O8 
6,5 Aço 
7 QUARTZO Sílica SiO2 
8 TOPÁZIO Flúor silicato de Alumínio Al2SiO (OH,F)2 
9 CORÍNDON Óxido de Alumínio Al2O3 
10 DIAMANTE Carbono C 
(Fonte: Caputo, 2007) 
 
PESO ESPECÍFICO OU DENSIDADE RELATIVA: É um número adimensional que 
indica quantas vezes um certo volume desse mineral é mais pesado que um mesmo volume de 
água destilada a temperatura de 4 oC. A título de ilustração, relacionamos alguns minerais mais 
conhecidos com sua respectivas densidades relativas. 
 
Tabela 4: Densidades relativas de alguns minerais 
25 
 
Bórax 1,7 Talco 2,8 Coríndon 4,0 
Enxofre 2,0 Muscovita 2,8 Rutilo 4,2 
Halita 2,1 Tremolita 3,0 Barita 4,5 
Estibinita 2,2 Apatita 3,2 Zircão 4,7 
Gipsita 2,3 Crocidolita 3,3 Zincita 5,5 
Serpentina 2,5 Topázio 3,5 Cassiterita 7,0 
Ortoclásio 2,6 Rodocrosita 3,6 Cinábrio 8,0 
Quartzo 2,65 Estaurolita 3,7 Uraninita 9,5 
Calcita 2,71 Siderita 3,9 Ouro 19,3 
(Fonte: Caputo, 2007) 
 
A densidade é uma propriedade importante na identificação dos minerais, principalmente, 
quando se manuseia cristais raros ou pedras preciosas, porquanto muitos outros testes ou 
ensaios danificam as amostras. 
Para a determinação do peso específico, o mineral deve ser pesado imerso e fora d'água. O 
processo usa a balança de Jolly, aplicando a seguinte fórmula 
 
G
b a
b c
=
-
-
 onde b = Peso do mineral fora d'água 
 
 a = Referência inicial da balança 
 c = Peso do mineral dentro da água 
 
Assim, por exemplo, se um mineral tem densidade 3,0, significa que ele pesa três vezes 
mais que igual volume d'água. Por exemplo, um litro de ouro pesa 19,4 kg e um litro d'água 
apenas 1 kg. 
 
COR: A cor é função da absorção seletiva de certos comprimentos de onda da luz por 
alguns átomos dos minerais. Uma fração da luz é refletida e a outra é transmitida. A cor raramente 
é útil ao diagnóstico de minerais, por causa das impurezas que os mesmos possuem, bem como em 
conseqüência do estado de cristalinidade e de imperfeições estruturais, que exercem ampla 
influência na cor resultante. 
 O quartzo pode ser incolor, leitoso, esfumaçado, róseo ou, ainda, admitir várias 
totalidades, devido às impurezas. O mesmo acontece com a fluorita. Alguns cristais mostram um 
conjunto de cores quando virados em posições diferentes em relação a uma fonte de luz. Eles 
mostram as várias cores espectrais em uma rápida sucessão. Um mineral também pode mostrar 
uma mudança de cores quando girado em relação a uma fonte de luz. São minerais iridescentes. 
 
Quanto à cor, os minerais podem ser: 
 
 1. Idiocromáticos - São os minerais que tem cor própria, constante para a mesma espécie 
mineral: enxofre, cinábrio (HgS), malaquita. 
 
2. Alocromáticos - São os minerais de cores variáveis: quartzo, fluorita. 
 
TRAÇO: A cor do pó, deixado por um mineral atritado, sobre um outro que lhe seja mais 
duro, é conhecido como sendo o seu traço. A cor do traço dos minerais é freqüentemente usada na 
26 
 
sua identificação, principalmente os minerais metálicos ou os minerais idiocromáticos. Para aferir 
a cor dos minerais usa-se geralmente uma placa de porcelana branca áspera, cuja dureza é mais ou 
menos 7. Os minerais de dureza inferior a 7 deixam um resíduo nessa placa que é o traço, cuja cor 
será melhor apreciada, espalhando-se o pó, muito fino, que caracteriza o traço. 
 O traço é muitas vezes mais importante na identificação de um mineral do que sua cor, 
uma vez que a influência do estado de agregação (dimensões dos grãos, compactação, etc.) será 
menor. A cor do mineral pode ser diferente da do seu traço. 
 
Tabela 5: Exemplos de minerais associando a cor e traço 
 MINERAL COR TRAÇO 
Ouro Amarela Amarelo 
Pirita Amarela Cinza Esverdeado 
Magnetita Cinza Escura Preto 
Hematita Escura Avermelhado 
Limonita Escura Amarelo 
(Fonte: Caputo, 2007) 
 
 
TRANSPARÊNCIA: é a capacidade do mineral de absorver ou não a luz. Os que não 
absorvem ou absorvem pouco a luz são ditos transparentes. Os que absorvem totalmente a luz são 
os opacos (elementos nativos metálicos, óxidos e sulfetos). 
 
BRILHO: é a quantidade de luz refletida pela superfície de um mineral. Os minerais que 
refletem mais de 75% da luz incidente exibem brilho metálico. Os que não atingem esta reflexão 
são os não-metálicos. 
 PROPRIEDADES QUÍMICAS 
 
A composição química dos minerais é de importância fundamental, pois suas propriedades 
químicas e demais propriedades, são, em grande parte, função dessa composição. Todavia essas 
propriedades dependem não somente da composição química, mas da geometria (ou arranjo 
atômico) e da natureza das forças elétricas que agrupam os átomos. 
De acordo com o esquema de classificação de Dana (1912), os minerais são divididos em 
classes, dependendo do grupo de ânions predominantes. Assim, os minerais possuem uma 
inconfundível série de semelhanças muito mais acentuadas e mais marcantes do que aqueles 
minerais reunidos em grupos catiônicos. Deste modo um carbonato de ferro (Siderita) guarda uma 
semelhança, muito maior, com os demais carbonatos do que, digamos, com um sulfeto de ferro 
(Pirita). 
Alguns minerais são constituídos apenas por um único elemento químico [Au, Pt, S, Ag, 
C ( diamante e grafite)]. Estes como ocorrem na natureza livres de qualquer combinação, são 
denominados de elementos nativos. O mineral formado de ouro é denominado ouro nativo, de 
cobre denominado cobre nativo etc. Outros minerais são compostos químicos minerais, as vezes 
bastante complexos, agrupados nas seguintes classes: 
 
CLASSIFICAÇÃO QUÍMICA DOS MINERAIS 
27 
 
 
1. Elementos nativos 7. Nitratos 
2. Sulfetos 8. Boratos 
3. Sulfossais 9. Fosfatos 
4. óxidos 10. Sulfatos 
5. Halogenados 11. Tungstatos 
6. Carbonatos 12. Silicatos 
Os grupos de minerais em negrito são os mais importantes. 
 PROPRIEDADES ELÉTRICAS 
 
 Muitos minerais são maus condutores de eletricidade. Exceções a esta regra se devem à 
presença de ligações atômicas totalmente metálicas, como é o caso dos metais nativos ouro, prata e 
cobre, todos excelentes condutores. Nas estruturas em que as ligações atômicas são apenas 
parcialmente metálicas, por exemplo, sulfetos, os minerais são semicondutores. No caso dos 
minerais considerados não-condutores,as ligações iônicas e covalentes predominam. 
 
 O QUE SÃO ROCHAS 
 
 Rocha são corpos sólidos naturais, resultantes de processos geológicos, formados por 
agregados de uma ou mais espécies mineralógicas. 
 As rochas formadas por apenas um tipo de mineral denominam-se monominerálicas, 
como o mármore, composto unicamente por calcita. Já as formadas por espécies diferentes de 
minerais são denominadas pluriminerálicas, como o granito, constituído por uma assembléia de 
minerais formada pelo quartzo, feldspatos, micas, entre outros. 
 
 Também podem ser corpos sólidos com origem na matéria orgânica, como o carvão 
mineral. O estudo da natureza das rochas é feita através de observações realizadas em trabalhos de 
campo evidenciando as formas de ocorrência, as estruturas e os tipos rochosos associados. 
A classificação petrográfica das rochas (determinada, principalmente, em estudos 
microscópicos) é obtida com base no arranjo textural, revelada pela observação detalhada do 
tamanho, da forma e da relação entre os minerais, e pela sua constituição mineralógica 
 O primeiro tipo de rocha, rocha ígnea, se origina quando material fundido chamado 
magma esfria e solidifica. Este processo, chamado cristalização, pode ocorrer abaixo da superfície 
da Terra ou na superfície sob a forma de lava vulcânica. Quando a crosta da Terra se formou 
inicialmente, seu material seria possivelmente rocha ígnea. As rochas ígneas expostas na superfície 
sofrem intemperismo que é um processo de desintegração e decomposição das rochas. 
O material desagregado resultante é transportado e depositado por qualquer tipo de agente 
transportador. Uma vez que essas partículas e substâncias dissolvidas são depositadas, comumente 
como camadas horizontais, elas sofrerão litificação, um termo significando "conversão em rocha". 
Os sedimentos são litificados quando compactados pelo peso de sedimentos depositados acima ou 
quando cimentados por água percolante que preenche os poros com matéria mineral que pode 
precipitar no interior dos poros. Caso a rocha sedimentar resultante for soterrada profundamente 
28 
 
dentro da terra ou envolvida na dinâmica da construção de montanhas, ela será submetida a altas 
pressões e temperaturas. 
 A rocha sedimentar reagirá ao novo ambiente geológico, tornando-se uma rocha 
metamórfica. Quando a rocha metamórfica é sujeita a temperatura e pressão ainda mais alta, ela 
fundirá, criando magma, que eventualmente solidificará como uma rocha ígnea. Em muitos casos, 
as rochas podem ser soerguidas, e serem atacadas pelo intemperismo, sem passar pelo processo de 
metamorfismo ou fusão. A figura abaixo ilustra o ciclo das rochas em termos do modelo de 
tectônica de Placas. 
De acordo com este modelo, o material das regiões elevadas é transportado às margens 
continentais onde é depositado em camadas com milhares de metros de espessura. Uma vez 
litificados, esses sedimentos criam um espesso prisma de rochas sedimentares que flanqueia os 
continentes. 
 Essa sedimentação tranqüila pode ser interrompida se a região torna-se um limite de placa 
convergente. Quando isto ocorre, a litosfera oceânica adjacente ao oceano começa a afundar na 
astenosfera abaixo do continente nas chamadas zonas de subducção. Ao longo das margens 
continentais ativas tais como essa, a placa convergente deforma as rochas sedimentares da margem 
e as transforma em um cinturão linear de rochas metamórficas. Posteriormente, à medida que a 
placa oceânica desce, alguns dos sedimentos sobrejacentes que não foram dobrados nas montanhas 
são carregados para baixo até a astenosfera quente onde eles também sofrem metamorfismo. 
Eventualmente, algum desse material metamórfico será transportado a profundidades onde as 
temperaturas e pressões são suficientemente grandes para iniciar a fusão. 
 Este magma novamente formado então migrará para cima e ocasionalmente alcançará a 
superfície na forma de vulcões. A cristalização deste magma gera rochas ígneas que são 
imediatamente atacadas pelos processos de intemperismo na superfície. Assim, o ciclo das rochas 
está pronto para iniciar de novo ciclo. 
 
CICLO DAS ROCHAS 
 
Os processos que ocorrem dentro (endógenos) e sobre (exógenos) a Terra podem ser 
reunidos num ciclo de processos que agem de forma continua sobre a matéria que é exposta na 
superfície terrestre. Observando o esquema abaixo (Figura 10) podemos observar todos os 
processos característicos desse ciclo tão importante. Iniciando no lado superior com o 
intemperismo também chamado de meteorização, observa-se a redução das rochas expostas na 
superfície da crosta terrestre sob a influência da gravidade, da água, do gelo, do vento a um novo 
lugar de deposição mais ou menos afastado, onde pode ocorrer a sedimentação, originando rocha 
sedimentar. As porções mais profundas nesse processo de sedimentação sofre maior compactação 
devido a pressão exercida pela massa rochosa sobreposta. Isso pode ocasionar a compressão e, 
consequentemente, a compactação de poros que contem líquidos. Essa compactação cada vez 
maior dos sedimentos pela ação da pressão exercida pela massa sobreposta recebe o nome de 
diagênese. Rochas que sofrem diagênese assim como sedimentos remanescentes inconsolidados 
podem ser expostos novamente ao intemperismo devido à ocorrência de levantamentos a partir de 
elevações, fechando o primeiro ciclo de erosão, transporte e sedimentação (Popp, 2007). 
 
29 
 
Um outro ciclo provável após a diagênese é representado pela transformação da 
constituição mineralógica da rocha condicionada especialmente pelo aumento de temperatura e 
pressão no local onde as rochas foram depositadas, podendo originar dobramento, metamorfismo 
etc. Caso esse material metamórfico sofra ascensão será exposto a ação intempérica. Por outro lado, 
caso a temperatura aumente mais resultará na fusão completa do material, sendo intitulado como 
anatéxis. Sob fusão, esse material pode ascender e derramar sobre a crosta como produto vulcânico, 
ou permanecer no interior da crosta consolidando-se em câmara plutônicas. Cita-se aqui o caso do 
granito. As rochas magmáticas ou ígneas surgem a partir cristalização do magma na superfície ou 
no interior da crosta terrestre, podendo sofrer o ciclo do intemperismo, erosão etc.... ou então sofrer 
um metamorfismo no interior da Terra. 
 
Figura 10: Desenho esquemático do ciclo da matéria na crosta terrestre. 
(Fonte: Popp, 2007) 
 
 
 CLASSIFICAÇÃO DAS ROCHAS 
 
 De acordo com a sua origem ou gênese, as rochas podem ser classificadas em três grandes 
grupos: Ígneas ou Magmáticas, Sedimentares e Metamórficas. 
 
 ROCHAS ÍGNEAS OU MAGMÁTICAS 
 
 As rochas de origem ígnea (e metamorfizadas) constituem cerca de 95% do volume total 
da crosta, mas ocupam apenas 25% da sua superfície. As rochas sedimentares (e metamorfizadas) 
contribuem com 5 % do volume, mas cobrem 75 % da superfície da crosta da Terra. 
 Rochas ígneas: O termo ígneo vem do Latim ignis significando fogo. As rochas ígneas se 
originam da solidificação de uma fusão de silicatos produzidos no interior da Terra. As rochas 
30 
 
ígneas são também consideradas como sendo primárias, pelo fato de se originarem por 
resfriamento e consolidação de um material fundido, podendo posteriormente derivar em rochas 
sedimentares e metamórficas. As rochas ígneas formam-se na superfície da Terra (rochas 
extrusivas) ou em seu interior (rochas intrusivas). As rochas ígneas intrusivas só podem chegar à 
superfície por meio de longo processo geológico de denudação, que consiste na gradual retirada 
dos materiais sobrejacentes, por meio de agentes geológicos. Magmas formados no Manto 
Superior apresentam temperatura mais alta e composição química e mineralógica diferente do que 
os magmas formados na Crosta Inferior. A mais fundamental divisão de rochasígneas é feita na 
base da profundidade de cristalização. 
 
 
Figura 11: Granito 
(Fonte: CPRM, 2010) 
 
Tabela 6: Rochas ígneas e os minerais mais comuns 
 
 GRANITO ANDESÍTICO BASÁLTICO ULTRAMÁFICO 
INTRUSIVA GRANITO DIORITO GABRO PERIDOTITO 
EXTRUSIVA RIOLITO ANDESITO BASALTO Não tem 
 Quartzo Anfibólio Feldspato 
COMPOSIÇÃO Feldspato 
Potássico 
Plagioclásio Cálcico Olivina 
MINERAL Feldspato 
Sódico 
Intermediário Piroxênio Piroxênio 
 Biotita 
CONSTITUINTES Muscovita Olivina 
 Biotita Piroxênio Feldspato 
MINERAIS MENORES Amfibólio Amfibólio Cálcico 
(Fonte: Caputo, 2007) 
 
 EXEMPLOS DE ROCHAS ÍGNEAS 
 
 ROCHAS INTRUSIVAS 
 
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 As rochas ígneas plutônicas são aquelas cristalizadas a alguma profundidade abaixo da 
superfície. 
 GRANITO: é a rocha ígnea plutônica mais comum que se conhece. contém feldspatos, 
quartzo e mica como minerais importantes, ocorrendo zirconita, turmalina, apatita, rutilo, como 
minerais acessórios. Os granitos possuem textura fanerítica maciça 
 DIORITO: são rochas plutônicas compostas de hornblenda e feldspato, não sendo comum 
a biotita. 
 GABRO: são rochas plutônicas constituídas essencialmente por plagioclásios e minerais 
ferromagnesianos com excesso destes sobre aqueles, os minerais ferromagnesianos mais comuns 
são augita (piroxênio) e a hornblenda (anfibólio), que ocorrem juntos ou separados, 
freqüentemente com alguma biotita e em certos casos, com olivina abundante. 
 
 DIABÁSIO: rochas hipoabissais, constitui-se essencialmente de piroxênios e plagioclásios 
cálcicos (labradorita). é o equivalente hipoabissal do basalto. 
 
 ROCHAS EXTRUSIVAS 
 
 Rochas ígneas extrusivas são aquelas que se formam a partir de magma lançado à 
superfície da Terra por erupções vulcânicas. As rochas incluem derrames de lava e cinza vulcânica. 
Magmas basálticos apresentam baixo teor de sílica e são relativamente fluidos e a lava é 
tipicamente expelida calmamente através de fissuras. Magmas silicosos são viscosos e suas 
erupções são tipicamente explosivas. O magma viscoso produz espessos derrames de lava, domos 
bulbosos ou fluxos de cinza. 
 
 RIOLITO: é a variedade do magma granítico. 
 ANDESITO: variedade apresentada como diorito, frequentemente escura, afanítica a 
porfirítica. 
 BASALTO: é a variedade efusiva do diabásio e recobre extensas áreas da regiaosul do 
brasil, onde representa a rocha ígnea mais importante. 
 
 ROCHAS SEDIMENTARES 
 
 As rochas sedimentares são formadas na superfície da terra, portanto a pouca profundidade 
e a temperatura ambiente, como resultado da desagregação e decomposição das rochas 
preexistentes e a subseqüente deposição mecânica ou química dos produtos desta destruição, 
incluindo nelas também os produtos da atividade orgânica dos seres vivos. Quase todas são feitas 
de material que foi movido do lugar de origem para o novo sítio de deposição. A distância 
deslocada pode alcançar poucos centímetros ou milhares de quilômetros. Uma característica dessas 
rochas é que a maioria apresenta estratificação, daí o nome de rochas estratificadas. Lama ou areia 
inconsolidadas são referidas como sedimentos, enquanto os materiais consolidados são chamados 
de rochas sedimentares. Rochas formadas de grãos ou partículas são chamadas de rochas clásticas. 
as rochas clásticas mais comum são folhelho ou argilito, siltito, arenito e conglomerado. 
 
 EXEMPLOS DE ROCHAS SEDIMENTARES 
 
32 
 
 CONGLOMERADO (Psefitos): São depósitos constituídos de fragmentos de rochas de 
natureza diversa. Os componentes dos conglomerados recebem a denominação de classes e tem 
tamanho superior a 2 mm de diâmetro. Os clastos geralmente encontram-se imersos em uma matriz 
de decomposição mais fina. 
 ARENITO: São os sedimentos mais abundantes. Podem ser definidos como toda rocha 
cujos constituintes tenham tamanho entre 2,0 e 0,062 mm de diâmetro. 
 O ciclo sedimentar se inicia a partir da ruptura ou desagregação das rochas de uma área 
fonte ou província geológica preexistente, a qual fornece fragmentos que são eventualmente, 
transportados e depositados em locais topograficamente mais baixos, constituindo os sedimentos. 
 O ciclo sedimentar é composto de cinco fases, as quais são: Intemperismo, Erosão, 
Transporte, Deposição e Litificação. 
 
 
Figura 12: Arenito 
(Fonte: CPRM, 2010) 
 
 ROCHAS METAMÓRFICAS: As rochas metamórficas são formadas no interior da crosta 
terrestre pela ação de altas temperaturas, pressões e fluidos quimicamente ativos, atuando sobre 
rochas preexistentes, produzindo modificações mais ou menos acentuadas. A rocha transformada 
não perde sua individualidade como unidade estrutural da Crosta terrestre. 
 
 EXEMPLOS DE ROCHAS METAMÓRFICAS 
 
 ARDÓSIAS: São rochas de granulação muito fina de minerais praticamente imperceptíveis 
a olho nu. 
 MÁRMÓRES: São rochas provenientes do metamorfismo de calcários e dolomitos. 
 
33 
 
 
 Figura 13: Marmóre 
(Fonte: CPRM, 2010) 
 
ESTÁGIOS DA EVOLUÇÃO INTEMPÉRICA DE UMA ROCHA 
 
O primeiro estágio de alteração é caracterizado pelo ataque químico aos minerais 
feldspatos e micas. Inicialmente eles perdem seus brilhos característicos e, tornam-se baços. A 
textura da superfície da rocha ainda permanece a mesma, inalterada. 
 
No segundo estágio, os minerais da superfície das rochas são totalmente decompostos 
mas percebe-se, ainda, a textura original da rocha. 
 
No último estágio a rocha encontra-se totalmente decomposta, não mais se percebendo 
sua textura original no solo (solo = regolito = manto do intemperismo). Nas áreas onde não 
ocorrem freqüentes deslizamentos, a passagem de um estágio a outro é transicional, gradual. 
 
 Processos intempéricos que ocorrem em clima tropical pode haver a formação de hidróxidos 
de alumínio e ferro. Este processo é denominado de laterização. Caracteriza-se por uma intensa 
lixiviação, devido a alta pluviosidade, permanecendo no final no subsolo apenas um resíduo dos 
produtos de menor solubilidade, como o ferro e o alumínio na forma de hidróxidos. Ao produto 
final da laterização dá-se o nome de laterita, e, no caso de ocorrer o predomínio de alumínio o 
produto recebe o nome de bauxita. A bauxita é um hidróxido de alumínio, misturado com argila, 
utilizado para a obtenção do metal alumínio. 
 
34 
 
 
Figura 14: Ambiente com base laterítica. 
Fonte: (Fonte: Marques, 2010) 
 
 FORMAÇÃO DO SOLO 
 
 As rochas raramente são encontradas aflorando na superfície, quase sempre são 
encontradas cobertas por um manto de espessura variável de material solto, incoerente denominado 
solo. 
 SOLO, também denominado regolito ou manto de intemperismo, é o produto final do 
intemperismo das rochas, caso as condições físicas, químicas e biológicas permitam o 
desenvolvimento de vida vegetal. Em climas frios e secos os solos são pouco espessos e em climas 
quentes e úmidos o intemperismo alcança considerável profundidade. 
 
 Fatores que atuam na formação do solo: 
 
1. Clima: diferentes rochas podem produzir o mesmo solo, dependendo do clima. A mesma rocha 
original pode produzir solos diferentes, em climas diferentes. 
2. Tipo de Rocha: ricas em solúveis, pobres, etc. 
3. Vegetação: cobertura, proteção contra a erosão, fornecimento de ácidos húmicos, facilita a 
infiltração de água. 
4. Relevo: inclinado, dificulta a penetração de água e facilita a solifluxão (deslizamento do solo) e 
destruição do solo. 
5. Tempo: é necessário muito tempo (milhares de anos) para a evolução do solo. 
 
Perfil do Solo 
35 
 
 
 O solo apresenta horizontes ou níveis com espessuras variáveis, designados pelas letras de 
O à D, sendo variáveis em algumas classes de solos. 
 
O: horizonte rico em restos orgânicosem vias de decomposição. 
A: Sujeito à ação direta da atmosfera, geralmente fofo, intensamente alterado e contendo a vida 
bacteriana. Contém húmus (minerais e matéria vegetal e bacteriana). Horizonte escuro na parte 
superior, com material mineral e orgânico e alta atividade biológica. Intensa lixiviação dos 
compostos solúveis. 
E: Horizonte mais claro, marcado pela remoção de partículas argilosas, matéria orgânica e oxi-
hidróxido de ferro e alumínio. 
B: Argilas, carbonatos e hidróxidos lixiviados (dissolvidos) do horizonte A. Horizonte de 
acumulação de argila, matéria orgânica e oxi-hidróxidos de ferro e alumínio. 
C: Rocha parcialmente decomposta com blocos de rocha pouco alterada. 
D ou R: Horizonte de rocha inalterada. 
 
 
Figura 15: Desenho didático representativo dos horizontes do solo 
Fonte: 
 
 
 
36 
 
 
 
 
Figura 16: Exemplo de topossequência característica na Região Amazônica 
(Fonte: Marques, 2009). 
 
 
Figura 17: Classes de solos características na Amazônia Central. (Fonte: Marques, 2009). 
 
37 
 
 
Figura 18: Perfil de solo para a coleta de amostras 
(Fonte: Marques, 2009) 
 
EROSÃO 
 
O conjunto de processos que atuam na superfície terrestre, levando à remoção de materiais 
minerais e rochas decompostas. Ao somatório do intemperismo mais o transporte chamamos de 
erosão. Erosão é o conjunto de processos mecânicos e ou químicos de remoção dos materiais 
decompostos e desagregados da superfície das rochas pelo intemperismo. A erosão se manifesta 
principalmente pela atuação da gravidade. A gravidade é responsável diretamente pelo 
escorregamento das partículas nas encostas ou, indiretamente, movendo a água ou gelo que vão 
remover e transportar os fragmentos de rochas. 
Agentes erosivos e transportadores são: Água (do mar, rios, lagos e lagoas com substâncias 
dissolvidas quimicamente, gelo e ar (vento). Quando a água constitui o agente essencial, o 
processo de dissolução torna-se muito importante. Os principais agentes de remoção física durante 
os processos de erosão são os seguintes: eólico, fluvial,marinho e glacial. 
 SEDIMENTOLOGIA 
Sedimentologia é o estudo dos processos e mecanismos de sedimentação. É o estudo da 
sedimentação. 
Sedimentos incluem material sólido fisicamente depositado pela gravidade, vento e gelo 
O transporte e a deposição são basicamente controlados pelas leis da hidrodinâmica. 
Fluidos são materiais que não oferecem resistência ao cisalhamento. Os fluidos que nos 
interessam são a água e o ar. Os fluidos entretanto resistem ao fluxo. Essa resistência é a 
viscosidade. Os fluidos também têm densidade e se movem em função da gravidade. 
38 
 
 
 
Figura 19: Ilustrações de feições erosivas denominadas de pedestais/demoiselles. (Fonte: Marques, 2011). Pedestais: 
feições comuns nas superfícies erodidas e relacionadas à erosão por salpicamento e ao escoamento superficial difuso. 
Formam-se geralmente quando um material mais resistente (granulos, seixos, folhas) dificultam a ação da erosão por 
salpicamento, esculpindo formas. Ocorre em solo com grande suscetibilidade à erosão, formam-se pedestais isolados 
encabeçados por materiais resistentes. 
 
TRANSPORTE. É a capacidade do agente manter os materiais em movimento. Os agentes 
transportadores são: Água corrente, vento e gelo. 
Para analisarmos a remoção e transporte dos produtos do intemperismo, devemos considerar 
o produto do intemperismo liberados pelas rochas fonte. 
O transporte fluvial é físico ou mecânico e químico. O material sedimentar é normalmente 
transportado por um dos seguintes meios: 
 
 Rastejamento (tração/deslizamento) 
Transporte físico ou mecânico Rolamento 
 Saltação 
 Suspensão 
 
Transporte químico Solução verdadeira 
 Gel - Soluções coloidais 
 
O transporte eólico (saltação, rastejamento, rolamento e suspensão) e glacial (arrasto, 
rolamento e suspensão) é apenas físico enquanto o transporte aquoso é químico e físico. 
 
O material mobilizado em solução ou suspensão, pressupõe a água como agente de 
intemperismo e transporte. Embora os processos gravitacionais aquosos também predominem no 
transporte da fração grosseira, esta também tem como meio de transporte, a energia dos ventos ou 
ação de geleiras. 
Os Rios são o principal agente de transporte de sedimentos nos continentes. Relacionamento 
do tamanho do grão da carga do rio com a velocidade na seção do canal meandrante. O sedimento 
mais grosseiro é associado com a zona de velocidade mais alta na parte externa da curva adjacente 
39 
 
ao barranco, mas também no centro do canal entre os dois meandros. Os sedimentos mais finos são 
associados com a velocidade mais baixa no lado interno da curva do meandro, oposto ao barranco. 
A energia, ou competência, e o poder de seleção do meio transportador são características 
importantes na condução dos sedimentos. De um modo geral a seleção (separação por tamanho) 
observada nos sedimentos, se inicia quando o agente transportador perde competência para 
suportar em suspensão um determinado tamanho de grão, sendo forçado a deixá-los cair (deposita-
o) no fundo do rio, do mar, etc. 
 
Figura 20: Meandros na Amazônia. (Fonte: Sioli, 1992). 
 
DIAGÊNESE 
 
A diagênese é um conjunto de processos ou transformações químicas, físicas e biológicas 
que ocorrem em um material sedimentar após a sua deposição, em condições de baixa pressão e 
temperatura. A diagênese produz mudanças na composição química e na textura das rochas. A 
maioria das mudanças tende a transformar sedimentos soltos e moles em uma rocha sedimentar 
dura e litificada. 
 Os sedimentos recém formados são moles e incoerentes como a areia de uma praia ou a 
argila de um manguezal. Com o passar do tempo, onde a crosta está sofrendo um afundamento 
lento (subsidência), novas camadas de sedimentos vão se acumulando sobre as mais antigas e 
assim vão se criando espessas formações de sedimentos que podem atingir centenas e até milhares 
de metros de espessura. 
 Este fenômeno de litificação ou diagênese se processa de várias maneiras. Os sedimentos 
argilosos, por exemplo, litificam-se por compactação, ou seja, as partículas de argila que no início 
da sedimentação se dispõem segundo uma estrutura cheia de poros preenchidos com água, sob a 
ação do peso das camadas superiores são compactadas umas contra as outras, com expulsão da 
água, de modo a formarem uma rocha dura como o tijolo prensado. Já a areia de praia endurece 
principalmente pela introdução e precipitação de substâncias cimentantes como carbonato de 
cálcio, óxidos de ferro, sílica etc. 
 
 COMPACTAÇÃO 
 
 Redução volumétrica, causada principalmente pelo peso das camadas superpostas, é 
relacionada com a diminuição dos vazios, expulsão de líquidos, aumento do contato entre as 
40 
 
partículas, esmagamento da matriz e aumento da densidade da rocha. É o fenômeno típico dos 
sedimentos finos, argilosos. As argilas compactam mais do que os arenitos. 
 
 CIMENTAÇÃO 
 
 Deposição de precipitados minerais nos interstícios do sedimento e na superfície dos grãos, 
produzindo a colagern das partículas constituintes. É o processo de agregação mais comum nos 
sedimentos grosseiros e arenosos. Cimento de carbonato de cálcio e sílica são os mais comuns. O 
cimento silicoso pode refazer faces cristalinas nos grãos. 
 
 
O QUE É ESTRATIGRAFIA? A ESTRATIGRAFIA É A CHAVE PARA HISTÓRIA DA 
TERRA 
 
Geologia é a ciência da Terra. Seu objetivo é entender a composição, estrutura e história da 
Terra ao longo dos 4.600 milhões de anos de sua existência. Há muitos ramos diferentes na geo-
logia, como geoquímica, petrologia e mineralogia. Estes são ramos que tem a ver com a composi-
ção química e mineral da Terra; a sedimentologia e parte da geomorfologia tratam com os 
processos geológicos que amoldam a superfície da Terra; a geofísica olha a estrutura da Terra, em 
superfície e em subsuperfície; a paleontologia

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