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Obras da Coleção' coleção dirigida por V irgílio Afonso da Silva íf.an Paul C. V eiga da Rocha Faculdade de Direilo Faculdade dc Direito da Universidade de Sâo Paulo da Universidade de Sào Paulo 1 Robert Alexy - Teoria dos Direitos f undamentais 2. W ilson Steinmetz - A Vinadaçáo dos Particulares a Direitos Fundamentais 3. Virgílio Afonso da Silva (org.) - Interpretação Constitucional 4. Virgílio Afonso da Silva - A Constitucionalização do Direito 5. M arco Aurélio Sam paio - A Medida Provisória no Presidencialismo Brasileiro 6. M arcos N obrf. e Ricardo T erra (orgs.) Direito e Democracia - Uni Guia d e Leitura de /labermos 7. Virgílio A fonso da Silva - Direitos Fundamentais - Conteúdo Essencial, Restrições e Eficácia teoria & direito público VIRGÍLIO AFONSO DA SILVA DIREITOS FUNDAMENTAIS conteúdo essencial, restrições e eficácia 2“ edição, 3a tiragem D IR E IT O S U S D \ M E S T A I S conteúdo essencial, restrições e eficácia '>P VlKCflJO Afonso i>a Sii va l‘‘ «lição: 2009: 2" edição. T' tiragem: 2010; 2" edição. 2■ tiragem 2011. ISBN: V7S.X5 W iM U i í Direita.* reservailos desta etliçtht fiar MALHEtKOS EDf tOKt S U D A. Rita Paes de Antit/o. ' V. < onianKt 171 C k P t M J I VJ0 São f.u .U . SP Tel.; < 1 0 Í07H-720) - Fax: t l l i JI6H.SJVS URL: m ewjixilbciioseditores.cotn.hr e-imiil: malheiniseditoivsGi terra u m hr C dM posn riu Acqua Kslúdm G rafico l.lda í 7 i/ki CtiaçãtK Vânia l-ú iiu Aniau* Arte I X Killutriiil Lula, Impresso no Brasil Peinted in fín iz il (IH.20I4 A M a c im . conteúdo essencial c abxnlittfí ila nnti/w vida, "Ich wollie Dir. nur mal eben sagen. daUdii iliis (iroliie fiir mich bisl.” (Spon/>vum/e SnUer) I « 'A essência da essência é desconhecida.“ {Niklas LIHIMANN. G ru tu lm h ie a is Inslilution , Heihm. Dunckcr& Humblot, I‘W>5(. SUMARIO Agradecim entos........................................ * ......................................... 15 CapI iv i/ ) / - Introdução / . / Delimitação do te m a ..................................................................... ■>! /. /. / Conteúdo essencial e i onstituição rígida ........................ 23 1.1.2 Previsões constitucionais.................................................... 25 /. / .3 Teorias sobre o conteúdo essencial dos direitos fonda m entais.................................................................................... 26 1.3.1.1 Enfoques objetivo c subjetivo........................... 26 1. 1.3.2 Conteúdo essencial absoluto c relativo............... 27 1 . 1 .3.3 Conteúdo essencial c objeto da pesquisa........... 27 / .2 Rsclarecimenfo quase desnecessário ......................................... 2X 1.3 M étodo ........................................................................ 1.3.1 O papeI da jurisprudência ............................................... 32 / .3.2 O papel da doutrina ................................................................ 34 / .3.3 Elaboração de m odelos ......................................................... 37 / .3/1 O método analítico e a proteção dos direitos fundamen tais.............................................................................................. 37 / .4 Desen volvimento do trabalho ..................................................... 3X 1-5 T ese ...................................................................................................... 40 Capítulo 2 - Po m o 0 1 Pa n r id a: a Teoria nos Princípios 2.1 In trodução ................................................................................. 4 , 2.2 A distinção entre regras e princ íp ios ........................................ 44 1 ■'A essência da essência é desconhecida. " (N ik ia s L m im a n n . Grundm hlt? ais fn.sniution, Berlim , IXinckcr A llumblirf, IW>S» . SUMÁRIO Agradecimentos ..................................... V........................................ 15 CaN iv í/ ) / - Introdução IA Delimitação do tema ................................................................... 2 1 I A. I Conte lido essent ia! e < onstituição rígida ...................... 23 IA .2 Previsões constitui ‘tonais.................................................. 25 IA .3 Teorias sobre o conteúdo essencial dos direitos funda mentais................................................................................. 26 1.3.1.1 Enfoques objetivo c subjetivo.......................... 26 1. 1.3.2 Conteúdo essencial absoluto c relativo.............. 27 1. 1.3.3 Conteúdo essencial c objete» da pesquisa........... 27 1.2 Esclarecimento quase desnecessário....................................... 28 1.3 Método ........................................................................................ 30 1.3A O pape! da jiirisprudênt ia ................................................ 32 1.3.2 O papel da doutrina.......................................................... 34 1.3.3 Elaboração de ntotlelos.................................................... 37 1.3.4 () método analítico e a proteção dos direitos fundamen tais........................................................................................ 37 1.4 Desenvolvimento do trabalho .................................................. 38 1.5 Tese ................................................................................................ 40 Capítulo 2 - Ponto n r Partida: a Teoria ih>s Prin< irtos 2A Introdução ................................................................................... 43 2.2 A distinção entre regras e princípios.................................... 44 K H IK H IO SM NDXMIXIAIN r < > \ m iX > IA M -\riA I . M! S IM M U M -.M K ÀCIA 2.2.1 Direitos definitivos edireitos prima facic....................... 45 2.2.2 Mandamentos de otimização............................................ 46 2.2.3 C V»#iflitos normativos.......................................................... 47 2.2.3.1 Conflitos entre regras............................................ 47 2.2.3.2 Colisão entre princípios....................................... 50 2.2.3.3 Colisão entre regras c princípios........................ 5 1 2 J A crítica dc Humberto A vila ...................................................... 56 I 2 3 .1 PotkieraçAo de regrai........................................................ 56 23.2 O "peso" das regras........................................................ 60 2 3 3 Conclusão........................................................................... 62 C \r m t.o 3 - O S ito rte Fàtko w .s Direitos Fundamentais 3. / / ntroduçào .................................................................................... 65 3.2 Conceitos de suporte fático ...................................................... 67 3.2.1 Elementos do conceito de suporte fá tico ........................ 60 3.2.2 Suporte fático. âmbito de pnneção c intervenção......... 70 3.2.2.1 Âmbito dc proteção.............................................. 72 3.2.2.2 Intervenção estatal................................................ 73 3.2.2.3 A composição do suporte fático.......................... 73 3 .23 Um modelo alternativo...................................................... 74 3.2.4 Direitos a prestações......................................................... 76 3.2.4.1 Direitos sociais...................................................... 77 3.2.4.2 Direitos a prestações cm sentido am plo............ 7X 3 3 Suporte fático amplo e suporte fático restrito........................ 79 33.1 Suporte fático restrito..................................................... 79 3.3.1.1 A dctiniçào do conteúdo do suporte fático res trito ......................................................................... 82 3.3.1.1. 1 Interpretação histõrico-sistcmática... 83 3.3.1.1.2 Âmbito da norma c especificidade (Friedrich Mfiller)...............................86 3 .3 .1.1.3 A prioridade das liberdades hiisicas (John Rands)......................................... 89 SUMARIO 3.3.1.1.4 Laurence Tribe e os dois caminhos da liberdade de expressão........................ 92 3. 3.2 Suporte fático amplo ......................................................... 94 3.3.2.1 Ponto de partida: problemas do suporte fático restrito.................................................................... 93 3.3.2.1. 1 Conservadorismo................................. 95 3.3.2.1.2 Exclusão a priori de condutas............ 97 3.3.2.1.3 Regulação €•restrição.......................... 100 3.3.2.1.3.1 Análise dc caso: direito dc leunüto c ADI 1.969.......................................... 101 3.3.2.1.3.2 Regulamentações restritivas............ 102 3.3.2.1.3.3 Restrições permitidas....................... 104 3.3.2.2 Suporte fático amplo: características c conse quências............................................. 108 3.3.2.2.1 Características..................................... 109 3.3.2.2.2 Efeitos.................................................... III 3.3.3 Análise de casos............................................................... 113 3.3.3.1 Liberdade de imprensa (ADI/MC 2.566*........ 114 3.3.3.1.1 Suporte fático restrito.......................... 114 3.3.3.1.2 Suporte fático am plo ........................... 116 3.3.3.1.2 .1 Suporte fático amplo c vcdaçíio dc censura............................................... 116 3.3 .3 .1.2.2 Suporte amplo e possibilidade de restrição............................................. 118 ̂3.3.2 Sigilo bancário (MS 71 770) 110 3.3.3.2.1 Suporte fático restrito.......................... 120 3.3.3.2.2 SufX)rte fático amplo ........................... 121 3.3.3.3 Análise dc casos: conclusão................................ 123 Capítulo 4 - Restrições a D ireitos F undamentais 4.1 Introdução .................................................................................... 126 4.2 As teorias externa e in terna ...................................................... 127 4.2.1 Teoria interna ..................................................................... 128 4.2.1.1 Limites i iminentes................................................. 130 4.2. 1.2 Teoria institucional dos direitos fundamentais.. 133 4.2.2 Teoria externa ..................................................................... 13X 4.2.2.1 Ponto de partida: a teoria dos princípios como ' teoria externa......................................................... 139 4.2.2.1 I Restrições por meio de regras............ 14 1 4.2.2.1 2 Restrições baseadas em princípios.... 142 4.2.2.2 Críticas à teoria externa....................................... 143 4.2.2.2.1 Cim!radição lógica .............................. I44 4.2.2.2.2 Ilusão desonesta................................... 145 4.2.2.2.3 Ra<'ionalidade...................................... 146 4.2.2.2.4 Segurança jurídica ............................... 148 4.2.2.2.5 Inflação judiciária................................ 150 4.2.2.2 6 Direitos irreais..................................... 153 4.2.3 Diferentes teorias e .*• as efeitos........................................ 156 4.2.4 Teoria externa e suporte feitiço ......................................... I58 4.2.4.1 Picrolh/Sclilmk...................................................... 159 4.2.4.2 Jurisprudência: o caso O sho................................ I62 4 J Umites imune ates, direitos prim a facie e sopesamenta ...... I64 4.3.1 Canotilho e o \ Umites imanentes..................................... 166 4.4 A regra do proporcionalidade ................................................ I67 4.4.1 Questões terminológicas: principio, nuíxima. regra oupostuUulo........................................................................ I6S 4.4.2 Adequação .......................................................................... 169 4.4.3 Necessidade........................................................................ 170 4.4.3.1 Necessidade c grau de eficiência........................ 173 4.4.4 Propenvionalidade em sentido estrito............................. 174 4.4.4.1 Pro|>orcionulidade cm sentido estrito e subjetivi dade......................................................................... 177 4.4.> Regra da proporcionalidade e sopesamenta.................. 178 tl> J MKI I t OS M M I A M » N I A I s I 1 INí » I I * 11 > \ | % U * 1 . RI S l RICOKS I I H f Á C I A 4.4.6 Proporutonaiukule, limites inumcntes. restrições e regu lamentações......................................................................... 180 4.4.7 Pro/xon tonal tdtule e conteúdo essemial dos direitos fun damentais............................................................................ 181 Capítulo 5 - o Conteúdo E ssencial nos D ireitos FuNPAMI- VTAIS: TEORIAS T POSSIBILIDADES 5.1 Introdução .........................................è......................................... 183 5.2 Ponto de partida: possíveis dimensões do problema............. 185 5.2. / Dimensão objetiva ............................................................ 185 5.2^2 Dintensão subjetiva........................................................... 186 5.3 Conteúdo essencial absoluto..................................................... 187 5.3. / Conteúdo essencial absoluto-dinámico.......................... 188 5.3.2 Conteúdo essencial absoluto-es tá tico.......................... 189 5 ? ? Cnntrúdo absoluto r diy.nidfule...................................... 19 1 5.4 Conteúdo essencial relativo ...................................................... 196 5.4.1 Conteúdo essencial relativo e proporeionalidade......... 197 5.4.2 Conteúdo essencial relativo e dtgnidade........................ 200 5-5 Sobre o caráter constitutivo ou declaratorio das previsões constitucionais............................................................................ 202 5.6 Direitos sociais. conteúdo essencial e mínimo existencial... 204 5.7 Resultado ..................................................................................... 206 5.5 Desenvolvimento ........................................................................ 207 CArlrvijü 6 - E ficácia das N orm as Constitucionais 6.1 Introdução .................................................................................. 208 6.2 Aplicabilidade e eficácia ........................................................... 210 6.3 Eficácia das normas constitucionais segundo José Afonso da S ilva ........................................................................................ 211 6.3. / Normas dc eficácia plena................................................. 2 12 6.3.2 Normas de eficácia contida ............................................. 2! 3 6.3.3 Normas de eficácia Itmttada............................................ 214 S I M A K I O I* 12 INRIIIVOS »UMMMr»riM.S CONIfctíPO F.SSt.M IAI . RISI KRl)l-\ I »»»< M IA 6.4 (.'lassificações alternativas......................................................... 2 15 6.4.1 Maria Helena Diniz c Pinta Ferreira.............................. 216 6 .4.2 Celso Hastas e Carlos Avres Britto .................................. 2 18 6.5 Os problemas do critério tríplice de José Afonso da Silva ... 218 6.5. / Problemas relativos às noniuts de eficácia contida.... 219 6.5.1.1 O problema terminológico................................... 219 6.5.1 -2 () pmblcnia classificatório................................... 221 i 6.5.1.3 O problema existencial......................................... 223 6.6 A classificação de José Afonso da Silva e os limites imanentes.. 224 6.6. / Uberdades publicas como normas náo-resrringíveis.... 225 6.6.2 Liberdades públicas como normas não-rcgulamcittáveis.. 227 6.7 Eficácia e efetividade................................................................. 228 6 .7.1 "Capacidade de produzir efeitos jurídicos".................. 229 6.7.2 Uberdades públicas, direitos políticos e direitos sociais: dependência da açdo estatal............................................. 231 6.7.2.1 Exemplo 1: dijeito ao sufrágio e direito à saúde .. 232 6.7.2.2 Bxemplo 2: liberdades publicas c direitosM>eiais.. 234 6.7.2.3 Normas de eficácia plena e de eficácia limitada: conclusão............................................................... 238 6.7.2.4 As dimensões da dogmática e a contraposição entre eficácia e efetividade.................................. 238 6.7.3 Digressão sobre a efetividade e justiciabilidade dos di reitos sociais...................................................................... 240 6.7.3.1 (> custo dos direitos, ou por que a efetividade das nnmias d** dirriros soriais r mais baixa...... 241 Ó.7.3.2 Justiciabilidade........................................................242 6.X Teoria externa, suporte fático amplo e eficácia dos direitos fundam entais............................................................................... 244 6.9 Conclusão: eficácia e garantia dos direitos fundamentais... 246 6.9./ Normas de eficácia plena.................................................. 247 6.9.2 Normas dc eficácia contida .............................................. 249 6.9.3 Normas de eficácia limitada............................................. 249 SI MAKIO CapItulo 7 - Concimsão 7.1 Introdução .................................................................................... 252 7.2 Restrições aos direitos fundam entais ...................................... 252 7 3 Proteção aos direitos fundam enta is ........................................ 253 7.4 1'Jicácia das normas constiíucionats .............................. 254 B ibliografia c ita d a ...........................................................................257 Casos citados ................................................................................................................................................................................................................................................27 * ÍSDICIi ALFABÉTICO REMISSIVO.......................................................... 277 I I AGRADECIMENTOS K comum que se pense que enfrentar um concurso para a titulari dade ó algo que só pode ser feito em total isolação, segredo c cm clima de desconfiança, dadas as situações especiais de concorrência, Embo- ra fazer uma tese seja, sempre, um trabalho lambem solitário, isso não implica necessariamente silêncio, segredo c desconfiança. O presente trabalho nada mais c que a continuação cie uma linha de pesquisa, de um trabalho que vem sendo desenvolvido ao longo do tempo. Nunca houve nada de secreto nela. e a linha de pesquisa na qual se insere é pública c foi aprovada em reunião do Departamento de Direito de Esta do c no Conselho Tccnico-Administrativo da Universidade de São Pau lo. Não c. portanto, a despeito da necessária originalidade, um traba lho “inventado" para um concurso isolado, mas algo que vem sendo pensado e discutido há muito tempo. Nesse sentido, muitas foram as pessoas e instituições que. ao longo desses anos. contribuíram para o aperfeiçoamento ile minhas idéias. A algumas delas eu gostaria de agra dcccr nominalmente. Ao professor l>r. Robert Alexy mais uma vez agradeço não somen- ic os ensinamentos durante a elaboração da minha tese de Doutorado ria Universidade de Kiel. feita sob sua orientação, que foram fundamentais também para o meu desenvolvimento intelectual subsequente, como. além disso, a disposição para o diálogo - pessoalmenle ou à distância durante a elaboração desta tese dc titularidade, com relação ã qual não tinha qualquer obrigação formal. Também mais uma vez tenho que agradecer ao Instituto Max Planck de Direito Público Comparado c Direito Internacional Público, em Meidelbcrg/Alemanlia. especialmcntc ao seu diretor, professor Dr Armin von Bogdandy. Foi nesse Instituto, graças a uma bolsa a mim concedida pela Sociedade Max Plunck. que pude concluir, em jullio de 201 >5. a pesquisa realizada para a elaboração deste trabalho. Agradeço também á PAPESP Fundação dc Amparo á Pesquisa do Estado de São Paulo, instituirão que sempre me apoiou c que cus teou parte das despesas da viagem a llcidclberg. M u itas fo ra m as p e w o a s — p ro fe sso re s , a lu n o s , a m ig o s iju c m c incentivaram a escrever este intbalho - que há muito já vinha sendo pensado - para participar do concurso ao cargo de Professor Titular naiFaculdadc dc Direito da Universidade de São Paulo. A rodos eles tenho que agradecer a solidificação dc algumas crenças que cu mesmo já possuía mas que, sem essas |X.*ssoas, talvc/ não fossem fortes o sti- liciemc pura mc motivar ainda mais. A principal delas c a certeza dc que a participação cm um concurso acadcmico não pode ter relação direta com antiguidade, mas apenas com mérito c dedicaçao ii pesquisa. Aos membros da Banca Examinadora do mencionado concurso - Luís Roberto Barroso, Clèmerson Mcrlin Clève. Ricardo Lobo for res. Vicente Greco Filho c Maria Sylvia Zanella Di Pictro - agradeço não apenas a aprovação c. cm alguns casos, a indicação dc meu nome para o provimento do cargo dc Rrofcssor Titular dc Direito Constitu cional da Faculdade dc Direito da USP. mas Cambem a oportunidade que me proporcionaram, cada um a seu modo, de defender meus pon tos de vista não apenas sobre este trabalho, mas também sobre minha linha dc pesquisa e minha concepção dc carreira acadêmica. Aos amigos e leitores críticos de sempre. Marco Aurélio Sampaio, Jcan Paul Rocha. Otávio Yazbek c Diogo R Coutinho. agradeço a leitura c os comentários críticos à versão final deste trabalho. A eles c a Contado H. Mendes. Luís Renato Vedovatoc Guilherme Leite Gon çalves agradeço também o incentivo, as críticas, as sugestões c. sobre tudo. a presença c o auxílio sempre que foram necessários iios tílliilurv anos. Aos amigos da chamada Kiclcr Ba/ufe - Martin Borowski. Mat- thias Klatt. Rodolfo Arango, Peng-Hsiang Wang, llidehiko Adachi. Carlos Berna! Pulido. Alfonso Garcia Figueroa. Carsten Bácker. Nils Tcifke e todos os outros - . que sem dúvida constituem, já constituíam ou irão constituir uma importante parte da comunidade acadêmica internacional, tica o agradecimento pelas conversas sempre instigan- tes c O constante apoio mútuo. Es lebe dte Kieler Bandc\ |f , DIRIITON trS D A M tN T M S CONIM 1X1 rv>».M 1-M . KLSTRIÇOKS L I.IK A C IA A ( i R \ l ) H I M I N U A 17 A Odcte Medauar agradeço o apoio incondicional c a coragem que sempre demonstrou nas lutas mais difíceis na Faculdade de Direito da USP. E a Irany Novah Moraes (r>i mentortam) agradeço a atenção, os conselhos, a paciência c ate mesmo os cochilos. que fizeram com que a cada concurso desde o meu processo seletivo de ingresso na carrei ra acadêmica da USP eu tentasse me aperfeiçoar cada vez mais. Sem tudo isso. eu. com certeza, tcria ficado no meio do caminho. Mais uma vez gostaria de repelir o agradecimento aos juristas da nova geração, que se esforçam cm demonstrar - com cada vez mais sucesso que c possível e frutífero dedicar se exclusivaincntc à do cência e à pesquisa. Aosincus alunos na Faculdade de Direito da USP. especialmente nos cursos de Direitos Fundamentais c Uberdades Públicas* tenho que agradecer o espírito sempre crítico e a não-satisfação com a "opinião da cátedra”. Ao incentivá-los à discordância, rcccboem troca, muitas vezes, um questionamento de meus próprios pontos dc partida, o que mc leva a sempre refletir sobre eles e nunca me acomodar. Muitas "correções de rumo” cm minhas idéias surgiram de perguntas de alu nos cm sala-dc-aula. O mesmo agradecimento vale também aos meus monitores c aos meus orientandos. que desde cedo - e semanalmcntc - são incentivados ã discordância, liu gostaria dc agradecer nominal mente a Thoniaz Hen rique Pereira e a Paulo Macedo Garcia Netocm razão de seu interesse e da atenta leitura que fizeram deste trabalho. Uma leitura atenta tam bém foi feita por Gustavo Dantas Ferraz, a quem também agradeço. As funcionárias c aos funcionários das bibliotecas da Faculdade dc Direito da Universidade de São Paulo agradeço a disponibilidade, a inontidáo e o empenho dc sempre. Uma universidade sem uma boa bi b lio te c a c b o n s b ib lio tecário ;* n u o c u m a b o a u n iv e rs id a d e . A Álvaro Malhciros c a todos na Malheiros Editores agradeço não somente a paciência que sempre tiveram com meus constantes atra sos e pedidos, mas sobretudo o apoio que vem desde a publicação de minha dissertação de Mestrado e que culminou com a aceitação em patrocinar uma coleção como a teoria A direito público. a despeito dc todos os riscos que sou caráter pouco comercial implica. Aos amigos Murilo Cclcbronc. Alexandre Suguimoto. Cassius Medauar. Andres Lustwcrk Santos c Gustav l.uscwerk Santos agrade- ÇO !' amizade de longa daia c o (ato de não terem qualquer relação com a área jurídica. H sempre bom continuar a poder sair com os am i gos c talar sobre qualquer outra coisa, menos sobre Direito, teses c concursos. A Lemion. McCartncy. Harrison e Starr, a Jagger, Kichards. Wy- man e Watts, a Page. Plant. Jones c Bonham. a Joey. Jolinny. Dee Dee e Tommy e a todos os outros que me acompanham desde a infância agradeço as horas intermináveis de muita música. O mesmo vale para Mingus. Miles, Coltrane e outros, descobertos um pouco mais tarde. Embora não exista melhor forma de liberar as tensões que antecedem a um concurso do que ouvir Wart Hog < Ratnoncs). Hotldays in riu- Sun (Sex Pistols) ou / lelter Skelter (Beatles) no volume máximo, a elabo ração deste trabalho i>correu. em seus momentos decisivos, ao som de algo mais suave e quase minimalista: A/ina, do estouiano Arvo Pari. Km iodos os casos, porém, c possível acompanhar Sancho Panza e alinnar: "Donde hay música no puede haber cosa m ala" (Miguel de Cervantes. Don Quijote de Lt Mnnchn, II XXXIV) O espírito crítico e o prazer por novas descobertas são. na minha opinião, dois elementos essenciais de lodo trabalho acadêmico. A Qui no. BiII Watterson. Cjoscinny. Udcrzo. Scmpé. Hcrgc. Morris, Will Eisncr. l.aenc. Angcli e Fernando CJonsales. a Júlio Vcmc. Mark Twain. João C arlos Marinho. Robcrt Louis Stevenson, Jack London. Ferenc Moinar. Anhur Coium Doylc, Herman Mclvillc c Alexandre Dumas agradeço mais horas intermináveis, desta vez de muita contestação, prazer, aventuras e descobertas. Enfrentar os problemas c as bibl iogra- tias mais complexas que o trabalho acadêmico exige só foi - e conti nuará sendo -- possível graças à sólida "base teórica” que esses autores me proporcionaram. E isso não teria sido possível sem o incentivo à leitura desde cedo e sem as maravilhosas visitas com meu pai ã Livra- ria Brasiliense da ma Barão dc llapetininga. nas manhãs de sábado. A comunidade Linux e àqueles que apoiam o software livre agra deço mais uma vez o apoio c. mais que isso, a luta incansável para oferecer alternativas a programas de computador de empresas mono polistas. Trabalhar com programas gratuitos e. sobretudo, estáveis, como o sistema operacional Linux c programas como o OpenOffice e o MoziUa. continua economizando tempo c momentos de mau humor. IX l>|KI l i o s H XIJWII SÍAIS: < <Wl lil ' IJOI.SSr:Nl1.M . R| SIKK.OL.S H H -H ÁCIA .U iR A I M X I M t N m s A minha família, que mc acompanha nos diversos passos da mi nha carreira acadêmica, agradeço o apoio e o incentivo que nunca faltaram. Sem ela. nada teria sido possível. Os momentos de ansieda de. nervosismo c apreensão valeram a pena. A Magda. por fim. porque nenhum agradecimento seria suficiente, dedico lodo este trabalho. Desde os invernos cinzas, gelados e chu vosos de Kiel. onde nos conhecemos. até os verões ensolarados, quen tes c anula mais chuvosos de São Paulo, é alguém que sempre me apoiou, a despeito de todas as privaçõe^que uma carreira acadêmica e, sobretudo, a elaboração dc teses sempre significam. Abrir mão dc todas as oportunidades que a Alemanha poderia lhe proporcionar, para comevar.uma vida nova no Brasil, demonstra, por fim. que sopesar c decidir o que é essencial é algo inafastável cm nossas vidas. São Paulo, verão ile 2(X)8 VtRGíuo Afonso da Silva Capitulo / IN T R O D U Ç Ã O / / Delimitação d<> tenta: / . / . / Contem!*» essencial e <onuftu i{do /T.ifJí/ii - / / ? Previsões eonstiuwúm ais - / . / J T rona i sobre o con- tetuio essencial tios direitos faadajnentais: / / . J . / Enfoques objetivo e subjeUiv> t 1 .3 .21*antet«io essencial absoluto e re ta tho 1. / . J. J Ctmteúdn exxencàil e objeto <to pexquixtt. 1 2 Esclarecimento quase tletnece.txàrio. / f Método: I .J .I O pape! da jurisprudência - 1.3.2 O papel da doutrhM 1.3 J EiahoraçÜo de m odelos - 1.3.4 O método analítico e t t proteçãtnb*s direitos fundamentais. I •/ Desenwdvimen to do trabalho. 1.5 lese. / . / Delimitação do tema A idéia dc que os direitos fundamentais tem um conteúdo essen cial c algo que vem sendo sustentado pela doutrina c pela jurisprudên cia brasileiras com frequência cada vez maior. Em um dos casos mais polêmicos na jurisprudência do STK o chamado "caso Ellwangcr", decidido em 2003. o Min. Celso dc Mello fez menção a essa idéia nos seguintes termos: "Entendo que a superação dos antagonismos exis tentes entre princípios constitucionais há de resultar da utilização, pc Io STF. de critérios que lhe permitam ponderar c avaliar, hic et mote. em função dc dctcrmin.ulo conte.M u c miIi uma perspectiva axiOlÓgíca concreta, qual deva ser o direito a preponderar no caso. considerada a situação de conflito ocorrcntc. desde que. no entanto, a utilização do método da ponderação de bens c interesses não importe em esvazia- mento do conteúdo essencial dos direitos fundamentais, tal como ad verte o magistério da doutrina'*.1 * I RJJ IH8/K58 <4>l2> (sem gnlns nn original) Referònci» idênticas podem ser cococilruda* cm Iihj i MSI c MS 24 V*> D I K I I I i i M l M > \ \ I I M \ I S < O M » l l>*>I S M NXIAI K I S f K K X U . M I J IC*A« l \ Em decisão airula mais recente. o Mm. Gilmar Mendes, ao tratar do embate entre a individuulizaçào da pena. garantida pelo dis|**sto no art. 5U. XLVI. da constituição, c a previsão do art. 2*'. $ Io. da l.ci 8.072/1990. que exige que os condenados pelos crimes chamados “hediondos” cumpram u>da a pena em regime fechado, afirmou: “O /ilícito essencial desse direito. |w individualizaria da pena] cm rela ção aos crimes hediondos, resta completamenre afetada Na espécie, é certo que a forma eleita pelo legislador elimina toda e qualquer possi bilidade de progressão de regime e. |>or conseguinte, transforma a iiléia de mdividuali/ação enquanto aplicação da pena em razão de situações concretas em maculatura”.1 Mesmo quando o STF não fala. expressamente, em “conteúdo essencial” ou “núcleo essencial”, a ideia é utilizada cm um sem-núme ro de julgados, quando alguns votos ressaltam, por exemplo, que “na ponderação de valores contrapostos, (...) a restrição imposta nunca pode chegar à inviabilizoçrio de um deles”:* ou que a garantia constitucional da ampla defesa tem. por força direta da Constituição, um conteúdo mínima essencial, que independe da interpretação da lei ordinária que a discipline”;2 3 4 ou^quando se fala em um direito a um “mí nimo existencial”.5 6 Também na doutrina o recurso ao conceito de “conteúdo essen cial dos direitos fundamentais” não «í desconhecido Já há algum tem po Carlos Ari Sundfcld fazia menção ao “princípio da mínima inter venção estatal na vida privada”, que exigiría, entre outras coisas, que a interferência estatal não atingisse “o conteúdo essencial de algum di reito fundamental”.* Mais recentemente. Daniel Sarmento, tratando de tema conexo ao do presente trabalho, manifestou-se sobre a existência de um conteúdomínimo dos direitos fundamentais, de um “núcleo 2. IIC 84 862 <\cm grifos no original), j . 15.4.2005 C f i.unhcui H(* 82 959 iO JU 4.10.20051 c H C 85.687 {DJU 5.8 2005) c M S 24ÍW5 (DJU 5.8.2<X>5 v<*o M in. Joaquim Barbosa). 3. Al>l I 969 - L/nentário STF 2 142. 282 (319) - vu(o Mm. Scpúlve&ln Pertence. I. RH 427 339 {DJU 27.5 2005) Cl lambem R E 431 121 {DJU 28.10 2004). RI U 5 .5 * O tW (/ 17 8.2004). R E 266 397 (K IJ 190. 724 |727|l c R E 2.SS 397 \DJU 7.5 2004). 5 A DPI* 45 (DJV 4.5 2004) 6. Carlos A n SumlIekJ. Direito admin/strafivo ontc/uuUu\ I - c d . 3* nr.. São l\nilo M;ilK*m's Kditorev 2003. pp 67 c w I M I t O O l <. \<> M essencial [qttc\ traduz o 'lim ite dos limites*, ao demarcar um reduto inexpugnável, protegido de qualquer espécie de restrição”/ No âmbi to do chamado •'mínimo cxistcnciar a referencia obrigatória c sempre aos trabalhos de Ricardo Lobo Torres, que defende ser esse o conteú do dos direitos sociais/ Mas trabalhos mais extensos sobre a questão são quase inexistentes/* Que direitos, cm geral, contenham um contanto mínimo pode ser algo intuitivo, que decorre da própria noção de que. sem a garantia desse mínimo, a garantia do próprio direito seria de pouca valia. Na forma como utili/ada pelo Min. Celso de Mello, o recurso a um supos to conteúdo mínimo dos direitos fundamentais parece decorrer desse pensamento. Mas há questões extremamente complexas, ligadas a essa idéia simples, que não podem passar despercebidas nem pela doutri na, nem pela jurisprudência. O objetivo deste trabalho é analisar essas questões. / . / . / Conteúdo exxcnnaf e co nstitu ído titu la L importante ressaltar que a existência de um conteúdo essencial dos direitos fundamentais, o qual deve ser respeitado pelo legislador, não c contra-senso algum, ao contrário do que afirmava Mortati. se 7 * 9 7. Daniel Sarmento. A ponderação de interesses na Cémstitid{íh* Federa!. Rk> de Janeiro: Lumen Juns. 2000. p I I I C f. lambem Daniel Sarmento. "Os priruípMK constitucionais e a ponderação de bens", in Ricardo Lobo Torres (w u i. Teoria <fos direitosfltndarneniais, 2• cd . Rio de Janeiro Renovar. 2001. p 60. S. Ricardo I aihn Torves.*4Fúndamcftf ação,conteúdoe contexto dm direitos sociais, .i metamorfose dos dircitiK sociais em mínimo existencial". m Ingo Wolfgang Sarlci (m g ). Direitosfwutaineruais uh uns. Rio de Janeiro Rcixivar. 3001. pp 11 e ss. 9. Ha alsunuLt poucas exceções, com o a monografia de Claodui ÍVmllo Biagi. A Xara/itia do conte mUr essencial dos direitos fundamentais no poiipruiíêocUi nvivz/r/i- tro n a i brasileira . Poeto Alegre SergK» A Momo Fabris. 2005. Além disso. Iva alguns artigos, cm geral bastante resumidos, com o os de Ana Mana D"Ávila l^ípcs. "A j-a- ronlia doconleikloessencial dos dircilos fundamentais’*. Revista de tr\fbrmaçâo / c%i% tativa IM <2<KV4»: 7 IS c Sandro Nuhntia» M elo, **A garantia do conteúdo essencial ilos direitos fundamentais*. Revisto d e Direito Constitucional? Internacional 43 (2003) S2-97. Além dcxs trahulbm citados nas notas anteriores, é possível encontrar menções ao conceito <lc conteúdo essencial. por exemplo, em Wilson Siemmct/. Cotisik> de di reitoi furulamentati e princípio da proporcionalidade. Porto Alegre: Livraria do Advo gado. 2001. pp. 160 c %v. Ana Paula de Barcctkxs. Ponderação. rtkionatutade e attsi dade furtuHcional. Rio de Jancim: Renovar. 2005. pp I.VJc ss I M K I I i n s M M IV M I M A I N ( O N I I I m i l \ S f c N ( l t M .K K S I K K . n l S | . M U . M ' l \ gundo ci qual proclamar a inviolabilidade \dc uni conteúdo cs sem iol dos direitos fundamentais] cm face da lei ordinária nào faz sentido. já que a Constituição. por sua própria natureza, i intangível pelo legislador ordinário". 0 No mesmo sentido de Mortati vai o pensamento de Gilmar Fer reira Monde-.. segundo o qual prever um conteúdo cattcncinl tk» d i reitos fundamentais, nos moldes das constituições alemã e portuguc- sa. seria "preocupação exagerada do constituinte. pois c fácil ver que I proteção do núcleo essencial dos direitos fundamentais deriva da stipiemacia tia Constituição c tio significado dos direitos fundamen tais na estrutura constitucional tios países dotados de Constituições rígidas".11 Ora. (|uamk> as consliuiiçõcs alemã e portuguesa, entre outras.11 expressa mente tlcclaram a proteção de um conteúdo essencial dos di reitos fundamentais, não estão elas, nesses dispositivos, fazendo refe rencias a possíveis tvformas constitucionais que possam alterar a con figuração desses direitos Km geral, essa c tarefa de dispositivo di verso, que garante as chamadas "cláusulas pétreas**.11 A declaração de um conteúdo essencial destina-se, sim. ao legis lador ordinário. |>ois é esse que. em sua tareia de concrctizador dos direitos fundamentais, deve atentar ãquilo que a constituição chama de "conteúdo essencial". K essa acepção do conceito de conteúdo es sencial. e não outra, que constitui o objeto deste trabalho.u lll. Coslalino Mortati. tsúiuzoni dt dirinn f\uí>btH*►, vol. II. X cd . Podova; Ce dam. 1969. p. 1127. nota I 11 Gilmar I crrcÍM Memtes. thnútos fnikUownUiis <• rim lndc de consliliuàma- lidikl*. 2' ed.. \Ao PüiiIi» O ls o H^siih Kdilnr l‘W p W 12. C l., abaixo IuSpKi» I 1.2). alguns <Him>* exem plos de con*(itu»ç3ex eixn menções expressas á proic\Á> ilo conteúdo essencial ikxs direitos fundamentais 13. Na Conslituiçào alemã. e í ait 79, 3: "I* vedada qualquer em enda a essa Cousitlinção que afete I. l os priiwípi*** consagrados nos a rte í 1 c 20". Na Constitui ção portuguesa, eí. art. 28X. leis ile revisão constitucional tcrào de respeitar; (...) <l> o* direitos. liberdades e gar.inriat dos cxtadâos” No sentido deteruUdo aqui. ef Hocst üieicr. Amkcl 19. II". ui Hocst I)rcier (oig ). Grnndgesetz: Kommrntar. vol I. Tubinjvii Mohr. I*J%. p 10X4. 1-4 O STF, no entanto, cm casos em que estão cm jogo a s cham adas * Iójixn/us pétreas. Ia / uvoi.inibein da expressin núcleo essencial'*. Cf.. por exemplo. ADI 2.024 iK tJ 176. 1611 ||«.|i I M K O Í ) t ( , \ 0 1.1.2 19revisões constitucionais Ao contrário do que ocorre com a constituirão brasileira, que não disciplina a possibilidade de restrições e regulamentações a direitos fun damentais. há nn direito estrangeiro uma grande quantidade de exemplos de constituições que. alctn tlc se referirem expressamente a possibili dade* tlc iv.-siri^V.s hcnsc âmbito, i.nnk in picvdciu. dc fui tua iwpicssu uma necessária garantia a um conteúdoessencial dos direitos fundanrcn- tais A primeira constituição a conter um dispositivo nesse sentido foi a constituição alemã. cujo art. 19. 2 dispõe: *‘hm nenhum caso ptxle um direito fundamental ser afetado cm seu conteúdo essencial". A constituição portuguesa, em vários aspectos foriemcntc influen ciada pila constituição alemã, dispõe, em seu art. 18°. 3, que: “As leis restritivas dc diieitos. liberdades e garantias tem de revestir caráter geral e abstracto c não ptxkrm ter efeito retroactivo nem diminuir a extensão e o alcance do contetido essencial dos preceitos constitucionais”. Também a Constituição da Espanha, em seu art. 53. I. ira/ dispo sitivo muito semelhante, nos seguintes termos: "‘Os direitos e liberda des (...) vinculam todos os p<xlcrcs públicos. Somente por lei. que. cm qualquer caso. deverá respeitar seu conteúdo essencial, poderá ser regulado o exercício dc tais direitos c liberdades A inlluéncia constitucional alemã ocorreu, no entanto, com ainda maior intensidade no período de redemocrati/ação do Leste Europeu Quase Uxlas as constituições do antigo bloco socialista, c também suas instituições, foram fortemente marcadas, por diversas razões. pela ex periência constitucional alemã. Diante disso, nãoc difícil encontrar em várias das constituições desses países dispositivos sobre o chamado “conteúdo essencial dos direitos fundamentais” , como c o caso. por exemplo, da constituição polonesa, que, cmseu art 31. 3, dispõe: “Qualquer limitação ao exercício dc uma liberdade ou de um dinrito constitucional p^xlerá scr instituída somente por lei c somente quando necessária ao Estado Democrático para a proteção dc sua segurança ou da onlcm pública, ou para proteger o meio ambiente, a saúde, a moral pública ou as liberdades c os direitos dc outras pessoas. Tais limitações não poderòo violar a essência das hherdades e dos direitos".” 15 15 Para oulras comtittiiçõc* <k> antigo Moco socialista do larslc liurnpcu que contêm dispositivo* scmcllunics. cf . p*»r exemplo, as Constituições da I suhuh (ait. 11). dn Hungria <un X. 2). da Konlénia lart. 53, 2\ c da Eslováquia (arl 13. 4V Por fim. c a despeito di>s fortes abalos que sofreu com sua rejei ção parcial, via plebiscito, na I runça c na Holanda, lambem o projeto de constituição européia tem dispositivo no mesmo sentido. Seu art. I I2 ,f* dispõe: “Qualquer restrição ao exercício dos direitos c lilvrda- des reconhecidos pela presente Carta deve ser prevista por lei e res peitar o conteúdo essencial desses direitos e liberdades**. Hssa preocupação dos legisladores constituintes com um conteú do essencial dos direitos fundamentais é normal sobretudo - mas não exclusivamente em constituições promulgadas após períodos auto ritários ou totalitários, como é o caso dc todas as constituições aqui mencionadas (com exceção, claro, da constituição européia). Mas mais importante que reconhecer esse fenômeno constituinte é exami nar qual é seu significado para a dogmática dos direitos tmulamentais. fisse é. conK> já delineado acima.!' o objeto deste trabalho, e a questão da previsão expressa acerca do respeito ao conteúdo essencial dos direitos fundamentais será ainda analisada cm tópico específico, no capítulo 5.u V . m u i l i m i l M I V M I M V ) ' < < > S I I I I H H a M M I M K I N I K H I H M I I l l M I A /./..* Teorias sobre o conteúdo essencial dos direitos fundamenta A O debate sobre o chamado “conteúdo essencial dos direitos fun damentais** é marcado por duas grandes dicotomias. A primeira delas é aquela entre o enfoque objetivo e o enfoque subjetivo para o proble ma. A segunda c aquela entre uma teoria absoluta e uma teoria re la tou do conteúdo essencial. Como primeira aproximação, e como forma dc tíxar alguns conceitos, abordo cada uma delas nos tópicos seguintes. A cias voltarei com mais detalhes no Capítulo 5. I 1.3.1 Enfoques objetivo e subjetivo Se se parte de um enfoque apenas objetivo. o conteúdo essencial dc um direito fundamental deve scr definido a partir do significado 16 16 O art 112 do Projeto dc CoiiMiiuiyvto í u h »jm m otirv^pomk? ao ait. 52 da ( urUi dos Direitos tundam enia i\ da D mão 17. cr. tópico l.l IX. CT tópico 5 5 I N I K O I >1 Ç/\l> 27 desse direito para a vida social corno um todo.,v Proteger o conteúdo essencial de um direito fundamental, nesse sentido, significa proibir restrições à eficácia desse direito qtlc o tornem sem significado para uxlos os indivíduos ou para boa parte deles Como se percebe, esse enfoque assemelha-sc muito á própria ideia de cláusulas pétreas, já mencionadas antcriorinente.3® A partir dc um enfoque subjetivo* a ga rantia do conteúdo essencial de um direito fundamental nào tem rela ção com o valor e a extensão desse direito para o todo social; em cada situação individual deveria haver, segundo esse enfoque, um controle para sc saber se o conteúdo essencial fõi. ou não. afetado. 1.1.3.2'Contctulo essencial absoluto e relativo Além da diferença de enfoques esclarecida brevemente acima, há duas formas principais de se determinar o conteúdo essencial dos direi tos fundamentais. Uma primeira fomia. talvez até mais intuitiva, de fende que cada direito fundamental tem um conteúdo essencial abso- tato. Isso significa que no âmbito dc proteção do direito cm questão deve existir um núcleo, cujos limites externos formariam uma barrei- ra intransponível, independentemente da situação e dos interesses que cvcntualmcnte possa haver cm sua restrição Já as teorias relativas rejeitam essa possibilidade c sustentam que a definição do que é essencial e. portanto, a ser protegido de pendo das condições fáticas e das colisões entre diversos direitos e interesses no caso concreto. Como conscqiicncia, o conteúdo essen cial de um direito não será sempre o mesmo c irá variar dc situação para situação, dependendo das circunstâncias e dos direitos cm jogo em cada caso. 1. 1.3.3 Conteúdo essencial c objeto da pesquisa Expostas as principais teorias e possíveis enfoques sobre o objeto desta pesquisa, é necessário fazer alguns outros esclarecimentos, que l‘J Cí.. nc\sc sentido. Konrad Ifle&sc. iinuut:Hxe des \ter/a*snngvrchi,\ tfcr Bumtesrepuhtik IJetttuM und. 19* c d . Heidelbcrg C. » MUller. 1993. * 334. p 141. 20. Cí. lópico I l .l. ficarão ainda mais precisos adiante, quando da exposição da tese aqui defendida.’1 Este não c um trabalho no qual sc pielcndc simplesmente t^ e r uma análise de teorias sobre o conteúdo essencial dos direitos funda mentais para. ao final, decidir qual delas tí a melltor. Isso seria um tanto quanto cmpobrccedor. Quando sc define parle <k> objeto deste trabalho como *\> conteúdo essencial dos direitos fundamentais”. quer-se fazer referência a um fenômeno complexo, que envolve uma serie de pro blemas inter-rrlacionados. Esses problemas, que compõem o objeto principal do trabalho, são: (a> a definição ilaquilo que 6 protegido pe las normas de direitos fundamentais; (b) a relação entre o que c pro tegido c suas possíveis restrições; e (c) a fundamentação tanto do que c protegido como dc suas restrições. F. da relação dessas variáveis - e de todos os problemas que as cercam - que se define, na visão deste trabalho. o conteúdo essencial dos direitos fundamentais.21 22 Uma outra parte do objeto deste trabalho, definida no subtítulo como "eficácia jdos direitos fundamentais)’*, pretende relacionar as conclusões da análise do conteúdo essencial dos direitos fundamentais com teorias c classificações acerca da produção dc efeitos das normas que garantem esses direitos. Uma exposição yiais detalhada do desenvolvimento dc lodo o trabalho será feita no tópico 1.4 ("Desenvolvimento do traba lho”); c a definição sintética da lese defendida será feita no tópico 1.5 ("Tcsc”). 1.2 b.sdarecimento quase desnecessário Uma tese. qualquer que seja. necessariamente implica uma con tribuição original ao ramo do conhecimento em que se insere, l i difi cilmente há contribuição original sem que alguma tcsc anterior seja colocada cm questão T<xio o desenvolvimento dc qualquci mino da ciência baseia-se nessa premissa. Ocorre que "colocar em questão uma tese” ou. ainda, "tentar superar uma tcsc” não significa qualquer desrespeito à tese que sc procura questionar ou superar. Na maioria dos casos o contrário é o que acontece, já que c a própria existência 2X IHKt u m II NoXM hNT^IS C O M IiÜ D O I S S IN O A I. RFSTRIÇÒFS F b l K ÁCIA 21. Cf. tópico 15. 22 f: ncv\c *citlido. purtanio. que o subtítulo deste trabalho deve ser com preendido. ÍM K O O I Ç À O dc uma (eoría que cria as condições para que aqueles que vem depois possam desenvolvê-la ainda mais. questioná-la ou tentar superá-la. Para usar uma expressão famosa, utilizada por Isoac Newton. poder- >c-ia di/er que enxergar mais longe só é possível quando se pode es tar nos ombros de gigantes.** Conlcmponmranwnte. talvez o exemplo mais acabado <lo que Newton queria dizer possa scr encontrado na relação entre II. L. A. Ilart e Ronald Dworkin. Dworkin. ao construir parte <kr sua distinção entre regras, princípios c políticas, usa pomo alvo a scr combatido o positivismo jurídico. Seu objetivo declarado era, assim, “um ataque geral ao positivismo" e. quando necessário, um ataque especifico ao positivismo hartiano.24 Dworkin. curíosamentc o sucessor do próprio Ilart em sua cátedra na Universidade de Oxford, nãonegava a impor tância da obra e das teses do I lart no debate jurídico do século XX. Ao contrário, quando se propõe a examinar a solide/ do positivismo jurí dico. Dworkin concentra-se naquilo que chama de “forma poderosa" com que Ilart desenvolveu tal teoria do direito.25 E. ao justificar tal escolha. Dworkin alirma: “Escolhí concentrar-me cm sua posição não somente por causa de sua clareza c elegância, mas tamliém porque aqui. como etn qualquer outro caso na filosofia do direito, o pensa mento construtivo tem necessariamente que começar com uma consi deração dos pontos de vista de Ilart".26 Qual é a razão, contudo, dessas considerações, que. como visto acima, seriam quase que desnecessárias? A resposta é simples. Ao se tentar reconstruir dogmaticamente um problema por meio de um en foque predominantemente analítico.27 é muito comum que as difervn- 23. Newton usou cm» cxprrssào cm cana endereçada •> Rohcrt I lonke. dc 6.2. 1676. a?imundo <*ic. “ í .1 se eu pude ver mate Ion$y fo« p»w *«»»r nm .»«»K/.* do Essa idéia, pméiti. ft bem anterior a Newton. e coUunu scr atribuída a John «>l Salis- bury. ix* seguintes tcnww "Nós somos como anões sentados i*> ombro de gigantes. Nos vemos mais - c coisis que estão mais distantes - que eles. nân porque nossa vivàn c superior ou porque somos mais altos que clc\. mas porque cks ixw engrande ce nu jd que sua grande estatura soma-se i nossa** ( John nf Salisburv. The MeMlogieon. ?4 Cf. Ronald Dworkin. Taking Rixhis Seriou*!?. Cafltbridgc. Ma.vv: Harvard Univevviiy Press. 1977. p. 22. 25. Idcm. p. 16. 26. Ibulcm 27. C f topkrnv I 3 c 1.3.4. ças conceituais entre .t tese que se defende c as teses com ela incom patíveis fiquem muito patentes. Nesse sentido, uma tese analítica 6 usual mente repleta de pontos ik* vista que divergem das teorias com as quais dialoga. Essa tem sido a tônica da minha produção acadêmica. Isso. no entanto, nem sempre tem sido encarado da forma como de veria, ou seja. da forma como a citação de Newton propõe ou como o exemplo paradigmático da tensão entre Hart e Dworkin comprova ser possível. Muitas vezes as divergências têm sido encaradas como “fal ta de respeito*’, seja pessoal, seja a tradições consolidadas. Como se Ipcrccbe por esse esclarecimento, não é o caso. íiste c um trabalho que foi apresentado paia um concurso de pro vimento do mais alto cargo da carreira acadêmica na Faculdade <le Direito da Universidade de São Paulo, o cargo de Professor Titular. Parte substancial dele. como se verá. dialoga com outro trabalho, também apresentado a um concurso à titularidade, também na área de direito constitucional, há quase 40 anos. na mesma Faculdade.21 Por todas as razoes apresentadas - c por outras mais. inclusive afetivas não se imagina que as discordância* rntre ambos os trabalhou, que súo p r o fu n d a s , signifiquem algum tipo de desrespeito. Pelo contrário, minha tentativa de ver um potico além - espero que, pelo menos cm parte, bem-sucedida - só terá sido possível ao subir no ombro de gi gantes, e não ao tentar derrubá-los. IO ONIF.IIOS M NDXM9 M A I S r O N l l i l X U S M . V i A i . Kl.XI KIÇOl-X E RMTACIA /..? Método Como já salientei cm outras oportunidades, quando se fala em método na ciência do direito é necessário diferenciar entre forma de trabalho c abordagem metodológica.29 Não é á primeira acepção que aqui se quer fazer menção neste tópico, até porque isso seria de menor importância, no presente caso. Muito mais importante é. aqui. delinear a abordagem metodoló gica. Como já mencionado no tópico anterior, o enfoque por excclên 2M Cf. José A lnum da Silva. Aplicabilidade das normas conMitiuio/uia. tese apresentada uo concurso de provimento de ear.ro de ProfOMir Titular de Direito Coas tituoonal \\a haculdadr de Direito da t JSP. l9f»X. A l uai mente o üvfo otá na 7* edição. 2J tiragem (São Paulo. Malheirm Editores. 20UX> 29. Cf.. fx>r exemplo. Virgílio Afonso da Silva. A cnmliructomdizafào do direi- to. D e d . 24 n r . Sfio Paulo M.ilhcnos Editores. 20ütf. p 25 J M K O I M Ç AU 31 cia do presente trabalho c analítico. Nesse sentido, o enfoque é CSSen cinlmcnte um enfoque dogmático. Para usar a divisão proposto |x>r Kall Dreier e Robert Alexy. a dogmática jurídica podería ser dividida cin trés dimensões: a analítica. a empírica e a normativa- Na dimensão /uuttírica o foco central c a análise dos conceitos básicos e mais elementares envolvidos no objeto da pesquisa Sobretu do no capítulo 3 essa faceta da dimensão analítica ficara muito clara, a partir da desconstrução e da reconstrução do conceito dc suporte fático no âmbito dos diteilos fundamentais. Mas também c parte da dimensão analítica da dogmática jurídica uma minuciosa investigação sobixí as relações existentes entre os diversos conceitos estudados. Isso ficará patente especialmente na primeira parte do capítulo 4, na qual será estudada a relação existente entre o direito fundamental cm si c as suas restrições. Por fim. como último componente ainda da dimen são analítica da dogmática jurídica, o exame das formas dc fundamen tação jurídica também desempenha um papel importante neste traba lho, sobretudo na secunda parte do capítulo 4. na qual serão estudadas as formas de fundamentação às restrições a direitos fundamentais. Mas. além da dimensão analítica que. sem dúvida, compõe o cer ne do método do presente trabalho/1 também as outras duas dimen sões - empírica e normativa - desempenham o seu papel. No caso da dimensão empírica. ela vem à luz sobretudo a partir do exame da aplicação do direito na visão do STF e também, especial mente no capítulo 6. na tentativa dc relativizaçào da distinção entre os conceitos de eficácia c efetividade das normas constitucionais, quando sc tentará demonstrar que sem o componente empírico presente no conceito dc efetividade o conceito de eficácia jurídica perde muito dc seu valor. 30 * 30. C l Rali Dreier. Rcchí - M orai - tdeoiogie. Frankfurt am Main Suhrkamp. 1*3X1. pp 8 e « . c Robert Alexy. Theorie der G m ndret 2* cd.. Irankfurt am Viam: Suhrkamp. 1994. pp 23-25 (tradução brasileira. Teoria do% Direitaj Fundamentai*, Sào Paulo: MaJhcirxn Fditorcs. 2008. pp. 33 36). 31 A identificação desse trabalho com a dogmática jurídica - sobretudo em sua dinicnvao analítica fica auxla mais clara a purtir da definição que Wotfraiu Crcmer da m» conceito: "Dogmática jurídica lem como objetivo a reconstrução sutemaiua dc um ÒAdo material jurídico”. t ' l Wnlfram Crcmer. Frrthentgrundrrrhie: F»*nktumrn and SfntktureN, Tllbingen Mobr. 2003. pp. 17-IX I X H U K i M i MIAM» \1 A I V < T lN lH I lK» nSMAM I AI Kl.Sf KIÇOt.N I L F N ' \ ( ‘IA Por fim, a dimensão normativa c. em mmtos casos, a própria ex pressão ilo conceito de trabalho acadêmico: fornecer uma resposta adequada ao problema analisado. / J . I O papel da jur isprttdência No Brasil, com rnrí.ssuu.is exceções, nunca houve lima tradição, entre os trabalhos acadêmicos,'*’ de utilizar a jurisprudência como material de trabalho.11 Quando muito, algumas decisões são citadas conx> forma de argumento de autoridade, mas dificilmente se vê cm trabalhos acadêmicos uma pesquisa extensiva na jurisprudência de determinado tribunal. Ilá diversas explicações possíveis para esse fe nômeno: ( I ) No Brasil há uma crença baseada na dicotomia entre as famílias da common law c do direito codificado continental europeu segundo a qual os precedentes judiciais tem valor apenas para a pri meira. mas não para a segunda; (2) dentre outras, essa c uma das ra zões pelas quais a tradição jurídica brasileira c baseada sobretudo na doutrina; (3) isso pixlc ser percebido ate mesrno nas decisões judi ciais, que. em inúmeros casos, baseiam seus argumentos quase que 4 32 33 32. Com “trabalhos acadêtmco*'' quer-se fazer menção J (disser taçães r teses) defendidas em fai uldmles de Dtrei/o Essa ressalva e necessária, por que h.i traballios jurídicos cm que .»junvprudcDciatem papel relevante No ãmbiio %k» direito constitucional esse é o cato. sobretudo. das ContfituiçAc* anotadas. Nesse sentido. c f . por todos. Luís Roberto Barroso. Constituição tia RepúMn sr Feder m i ivr tto Brasil amuada, 4*ed. SAo Paulo Saraiva. 2003. Há também, no ãmbikxfa ciência política. trabalhos baseados em pesquisas jurisprudcaciais de fôlego Cf., por exem pln. Luiz Wemecfc Vomita et a/.. A jndlcializaçãtr <kt política e das tctuçães sociais no Brasil. Rio de Janeiro Revan. 1999. cm que <*s autores analisam toda\ a* acues diretas de inconstitucumalidade ajuizada* de I9XM a 1908. 33. Algumas cxceçucx que. no âmbito do direitoeotwtttuciooal, pt^Jcaiain ser mencionada» - !»cm demento a qualquer outra existente - *4o. Oscar Villicn.» Vieira. Supremo Tribuna! Federa/ jurisprudência política, 2Jcd . SAo Paulo Malhem** Edi tores. 2002; Oscai Vilhena Vicira/Flávia Scabin. Direitos fundamentais * uma feitura da jurisprudência do STF. São Paufc». M.ilhciros lúlitorevFGV. 2006; Luís Roberto Barrou». Interpretarão eapUcaçõerdaconslttmçâo, São Paulo Saraiva. 199b. Gilmar Ferreira Mendes, ” A proporcional idade na jurisprudência do Supremo Trihtin.il Fede- r>l". in Gilmar Ferreira Mendes. Direitos fundamentou e controle de • onstitm innali- dode: estudos de direito constitucional. 2* ed . São Paulo Celso Bastos I diior. 1999. pp 7| c ss.; c Su/ana de Toledo Üarros. O princípio do propon tonalidade, 2â cd.. Brasília Brasília Jurídica. 2000. rsrK noi <. Xu u cxclusivamenle na doutrina, e nâo cm seus próprios precedentes; (4) ih > Brasil, especialmcntc no âmbito do STR a despeito das melhoras constantes ocorridas nos últimos anos, o acesso à informação é extre mamente complicado e restrito, cm muitos casos, às informações cons tantes das ementas dos acórdãos ou a algumas palavras-chaves;u (5) os tribunais brasileiros, sobretudo o STF. julgam uma qiianiicinrir omw- me de ações, o que dificulta ainda mais o acesso à informação." Não se quer. aqui. dclcndcr essa ou aquela forma dc se usar a ju risprudência no direito constitucional brasileiro, jà que este nào é um trabalho sobre metodologia de pesquisa. () que se quer aqui ressaltar c a tentativa, neste trabalho, de utili/ar a jurisprudência dc forma um pouco mais sistemática, e não apenas como cxempliticdçao dc idéias ou. sobretudo, não como argumento de autoridade. * Mas esse uso sis temático também esbarra nos problemas mencionados acima ou se ja: cm muitos casos o acesso â informação ficou aquém do necessário para que a devida análise pudesse ser mais abrangente, e em vários outros as próprias decisões analisadas nâo dão ensejo a aprofunda mento. já que não se reportam a uma prática jurisprudência! reiterada do tribunal, limitando-se. em muitos casos, a fundamentações cxclu- sivamente doutrinárias. XX. A pesquisa no leor integral dos acóidãm s ó é possível pura dCCisóes fxnte* riores a dezcmbf<v2U(>4. Mesmo assim, o mecanismo de busca ainda apresenta muitos problemas, pots. cm muitos caso*, acusa resultados que nfto se ajustam ii expressão pesquisada. 35. Nesse sentido, é possível falar que cm nutr«ts países, sobretudo m* Esladot Unidos e na Alemanha, «têm da tradição de acompanhamento de jurisprudência, há mna facilidade não existente no Hnisil. que e u |»cqi»ciia quantidade dc processos lulgadcn nos tribunais superiores (Suprema Cone c Tribunal Cnmtitucioatl) Assim, enquanto o S T F julgou. cm 2004. 101//XI açõc*. :t Suprema Corte dos Fsisnlos I Tm dos julgou 83 e O Tribunal Constitucional atcmfio julg<*i 145 (no caso do Tribunal Constitucional idemão foram considerado* como prtuvstos fitígiu/o.x apenas aqueles aceitos para julgamento r efetiva mente julgados: além desses, houve mitras 5 219 decisões pela n«1o-acciuu;ão de ações, sendo que pane <lelas 3.809 nem ao menos tem fundamentarão). Fontes (respectivamente): STF, V. S. Suprem* Courte Bimdes- wrfa \ sungsgerichi. 36 Isso nio exclui, claro. que algumas decisões sejam utilizados com uma fun ção cxcinpliftcativu O tundamenlal. no entanto, ê que tal uso não seja um mero ar- gw ntnio de autoridade. Pelo contrário, mesmo imm casos em que as dccisóex sno usadas de forma exemplificai iva o exemplo é submetido a uma análise que nrto se prcmlc á inegável autoridade hierárquica do S TI- A despeito dessas ressalvas, será possível perceber uma tentativa constante de acompanlianiento crítico' da furisprudência do STF. es- pcciulmcntc - mas nâo cxclitsivamcnte - das decisões mais recentes.11 Talve/ este seja um caminho para maior acompanhamento da ativida de jtirisprudciicial do mais alto tribunal brasileiro. E. para marcar essa opção metodológica. este trabalho nào tem apenas uma “bibliografia”., mas também'lima lisla de 'Vasos citados”, quase todos eles da juris prudência do STF. J l DIMMrilS 1 l \ l)\ M l lvr\l\ < Ü N I H IH ) IXShJtt |j\l. KKSfRKtV.S I I HCAI 1 X 2 O papel da dom una Náo será difícil perceber que a análise doutrinária ocupa urn es- |*aço importante neste trabalho Isso é pcrlcitamentc normal c. por si mesmo, não exigiría um tópico para salientar esse papel. A função 3? Cf.. «esM.* sentuio, acerva do puprf d* doutrina de direito constitucional cn> Iuíc <l« juriçpruJ^ficiii. Wulfa.im Hiiding, ho|>crnik*iii*che Wende rUckvvafls ,,‘. m Slefan Muckcl forv.). Kireke und Rrfiguat im \oztoUn Rrrhisttaat, Rctlin. OurKkcr & llumblot. 2003. p 340. Segundf ele. uma das tarefas da doutrina é acompanhar eritieâiHHrnfr o desenvolvimento da jurisprudência do tribunal constitucional. Mais incisivo não basta lazer pnsilivisnto jmluiário, o que se Ia/ ncc íid rio é atuifiu' erítU «i. 3X. F.. daila a grande quamidude de dccivVs utili/adas neste trabalho. |w iwr inc u»|x>ilantc deixar clara a forma comocU* serãociladas aqui. Nos casos cm que houver public.içáo na Rewtta Inmestrat <te Jurisprmtència (RTJ)% dar-se á sempre precedên cia a csx* fonte oficial de informação Nesses casos, as decisões serão citadas da se guinte forma R1J volume, página inicial da decisão (página do Uecho mencionadol - por exemplo. RI J IK8. 858 |9I2). Nos outras casos, quando se qurset fazer menção apenas a uma decisão como um lodo. mencionar-se-á pura e simplesmente o tipo c o ruimero da ação c sua data de publicação oo Otário de Justiça por exemplo. ADI-MC 2 S//> { i)j 27.2.2IXM) Sempre mais complicados são os casos em que se quer fazer menção a um trecho específico de uma decisão nào publicada cm um repertório de jurisprudência Nesses caw», dada a dispombili/ação do teor integral das decisões na páeina do Supremo Tribunal l ederal iui internet (wwm\stffgav.br). parecc-inc que o melhor modo de indicar a fonte, de forma a possibilitar a sua precisa e fácil localiza ção. é a menção oo número e à pagina do ementário de jurisprudência do STF. Assim, por exemplo, quando se está falando da ADI-MC* I 969 e se quei mencionar um ponto especifico da devetão, será usada a seguinte formatação: Ementário STF 2 .142. 282 |29S| para se reportar * página 295 dessa catalogação interna do tribunal <"282~ é a pagina inici.il da decisão). Iodas as decisões disponíveis na internei contém esse nú mero da pugtnaçào " carimbado". Não há. então, porque não utiliza lo para facilitar a U«calização do leitor I M W X K l A O j^scc tópico é. contudo, um pouco diversa. Uma bivvc passadu de <>IIh>s n:t bibliografia deste trabalho mostrará que a doutrina em língua alenia - sobretudo da Alemanha, mas também da Áustria c da Suíça tem um peso considerável. O que se quer deixar claro c que nào se pretende, aqui. fazer “direito constitucional alemão no Brasil” , práti ca que sempre criliquei.* Nào será feita, portanto, análise legal ou (urisprudcncial alemá. como se isso tivesse validade direta para <» direito constitucional brasileiro.1,1 A bibliografia cm alcmào também nào decorre de unt modismo ou de unia mera preferência pessoal do autor do trabalho. A razão é temática c metotlológica. (I) Temática. potque o problema doconteúdo essencial dos direitos fundamentais é tema tradicional no direito alemão, sobrv o qual a doutrina já se debruçou com bastante freqüéncia. (2) Metodológica. porque o enfo que ilogmálico-analítico. na forma como exposto nos tópicos anterio res. tem grande tradição no direito alemão, o que se reflete em sua produção bibliográfica. A soma desses dois fatores tema e metinlo- logia - tem tom o itm.scqücuiia naiuial uma bibliografia que tende para o direito alemão.39 40 41 42 Tanto isso é assim que a bibliografia sobre o lema objeto deste trabalho em outros idiomas lambem se utiliza cm grande extensão da bibliografia cm língua alemã, seja cm Portugal.4* 39. Ct.. por exemplo. Virgílio Afonso da Silva. "Interpretarão cnnuittx'innal c siih rctismo mclodológiCu**. ia: Virgílio Afonso da Silva (org.). Intetpreiü\\h» amsti nu iotu/t. P ed . 2' t ir . San Paulo- Malhemos Fditores. 2008. p. 141 40. A iiiika exceção e um breve tópico deste trabalho que se ocupai de recente debate sobre a construção do suporte fátko dos direitos fundamentais em «lecisOcs recentes do Tribunal Constitucional alemão lim toda* as outras ocasiões, “análise de decisões"* M|mÍKa análise de dcctsOcs do STF*. 4 1. Ivw> e perceptível sobretudo no Capitulo 3 c na primeira parte do Capitu lo I Nessa parte do trabalho, a recepção de um debate travado sobretudo na Ale manha é bastante pronunciada Isso nAo significa, mesmo assim, ' fazer direito consiiUK iomal alemão no Brasil". Como se verá. o debate alemão serve sobretudo para a construção de modrlns tnirico*. Quando a análise passa da construção de modelos para suo avaliação prática o malcriul de análise c sempie n jurisprudência do STF 42. Cf., por lodt*. J J Gomes CaimfiltuVVital Moreira. Conrtintiçào da ftepn- M ea PonuRHtM onoMtta. > cd.. Coimbra. Coimbra r.ditnra. I993; J. J Gomes Ca- notilho. Direito constitucional e teoria da ConstinnçAo, 2* cd . Coimbra. Almcdina. I99X e Jorge Keis Novais. As restri\ Oes nos direitos futuhwtsnntn nào exprestamen- ir atttoriztsJa* peta Constituição. Coimbra: Coimbra fditora. 200.Y 4KIJMIN I VNO.W I VIAIN II I :IX) f.NSl \ | k l M K ^ t l f S I I 11< M l A na Espanha.4* na Itália.44 em países da América Latina4' c lambem no Brasil.*" lissa tradição do debate no diieito alemão sobre restrições a direi tos fundamentais, sobre seu conteúdo essencial, sobre seu suporte fã- tico. sobre a distinção entre refutação c restrição não implica. por fim. um simptes transplante de um <lehate antigo, como uma forma <le ••requentá-lo** piii.i o caso brasileiro, Lm primeiro lugar porque não se trata dc recepção pura e simples, mas de duilo^o com a prtxlitção Icitacm mitixis lugares (istoé. não somente na Alemanha). Km segun- l do lugar, por tini. porque, ainda que o debate tenha tido seu início na década de 1950, o foco principal da literatura deste trabalho não é essa origem, mas <» debate < wuemporàneo* que tem ocupado a doutri na alemã nos últimos meses4' c que passará a ocupar cada ve/, mais a doutrina européia como um todo. dada a redação do art 112 do pro jclo de constituição da Europa.4” 4t. Cf.. por exemplo. ly.iuoode Oito y Pardo. "l-a rcçulación dei ejcaicèodc Un tlcicchos y liherudc*". in l>oren/o Martin-KrCorlil Io Baque rignacio dc Ottu y Pardo. /V m W i fuudamentates \ Ctmsuttuei&ti. Madríd: Civiuv, |9KK. pp 95-170; XfUOnio-l.uis Martínez Pujafie. / at^arantia dei contentdo eseth lal de Io.i deret 7#m fnndametihdex. M.idnd Centro de Lstudio* Comtitucioriale*. 1997: c Maedalcna Uifenrn RodriguezAnniw. Ami/tui det etmtenidn eseneial de /m tfenrehoi fu tutu mentales. Granada. Cornares. 1996 44 Cl p x I«hí«iv. PiertrarKOio (iiossi. IntrndnzioHe tid uno st intui %ui dirtrti iautdahiti neUa Cotnueume tudumu. Padova Cedam. 1972. pp |4S e **. 45. C f. por exemplo. Cisar landa. "Teorias dc los dereclms funda mentales". < nestúmes ( 'ofisntnnotudes íi (20021. pp. 62 c s*. 46 Cf., por Ioda*. C»ilmar Perreira Mendes. Direitos fundamentais e eontnde de . twsi/fiu u*hduUnh\ 2* cd.. Sim Paulo: Celso B asto tidilor. 1999. 47 Sot>rc a atualidade do debute. cf . p»»r exemplo. Claudia Dícwk. t)ie IVWcm- Ke/uiltKxttntntte ttes Ari. /9 // Gf#, Batlt-nliaden Nontos. 3X15. Wnllram Hòftiii}'. Kopemik.uiiM.lv NVcmle ukkwaiK» £ur ivuercn (injodrcchiqudikaUir des Burules- vcifHNNUiitfiycrkhth”. in St.fun MikUI <»njf ). Ktnhe umi KfitipoM nn snZialen Ke «ht%staut. Bcrlm DurKker Si Huntblot. 200J; Wollping Kahl. “VW wcitcn Scfiut/be ieu.fi /un» ctigenCíesvãhrieisningspeWt”, DerSkutt43 (2004). p?> 1(0-202 Wolfgang I loitmanu kiem. "Gnimftrcchtsaimcndung unter R.it innal itaKanspiikh' cine firwidc- rung aul KahK Kntik". Der Stuat 4 3 121KM). pp 203-223. do mesmo autor. "(icscl/ und (tescl/esvmbehalc ittt llmboicti**. Arvhivtle.i offetnlnheti Heehn 130(2005). pp. 5-70c M.ifthiav ( 'omiK. Die Antçcxêa/timx det Grumlreehte. l übingcn: Mofir, 2005. 45 Sobre o início desse dcbalr. cf por exemplo Tania (iroppi. ‘ Poriata dei di- ntti gaftintifi*'. in RaOaelc Bitulco etal. (acuni da). / . 'Europa dei diritti, Bolognu: II Mulino. 2UDI. pp 351 c . Amorno Rugpicro. tl htlaneiantenro defli tnterew/ netla < 'ir/*/ det Dirilti Fomkunentalt dr/1'lfttione t.umpen. Pad»>v.r Cedam. 2004; Carolin INI Kl>1)1 VAO Kl / %f..í Elaboração de modelos Como foi mencionado acima, a dimensão normativa da dogmática jurídica pivocujxi sc cm fornecer resposta adequada a um dado proble ma. “Fornecer uma resposta adequada" náo pode scr encarado, contudo |x*U> menos, não neste trabalho como uma espécie de parecer. im> qn.it a rcipoM«i "adequada" já c dada picviameiuc e iodo o desenvolvi mento do trabalho nada mais c que tinia forma de le^itimddo. A rvspos (*• ;tilct|iiada. aqui. prcssupòc uma abordagem analítica c empírica, como ficou claro nos tópicos anteriores. Mas não c apenas isso. (> presente trabalho. ao se ocupar de problemas que se situam no âmbito analítico, não se ocupa cm dar resposta a esse ou àquele caso concreto, mas em ilesenvoKcr um modelo de análise que aí. sim - poderá servir como instrumento na discussão soba* casos concretos Como já salientei cm outra oportunidade; “Desenvolver um modelo é. de um lado. uma tareia analítica dc alto grau dc abstração que pretende, por outro lado. fornecer elementos para concreta interpretação c aplicação do direito**.1* Isso não significa, contudo» que este trabalho pretenda scr apenas um exercício dc abstração analítica, sem preocupação com a prática dos operadores do direito. Pelo contrário, a multidimcnsionalidadc da dogmática jurídica, expressa nos tópicos anteriores, está necessaria mente vinculada a um caráter prático. Não se trata dc análise teórica que se esgota em si mesma O que se pretende, portanto, c. além de contribuir para a discussão tcórico-gcral sobre direitos fundamentais, também forneeer subsídios fxira a atividade jurisprudência/. espe- cialmcntc a atividade do STF. /..{•/ O météxlo analítico e a proteção dos direitos fundamentais A o m é to d o a n a l í t i c o é m u i t o s v e z e s i m p u n i d o u m c e r t o t ó r n u i l i s - nio. um certo exagero nas análises conceituais ou. por lim, uma certa I ÍMK’r. i h t S* hriOitriirrxclitnx tfrr GruruJm htrt hotfa itcr EunyHtiwhv ( Nttm. It.»- den-liuden Noilios. 2005; M.irjn Ihihlcr. F.tnu hrankun% v w Gtumbnl/tSH hoi fi der JMnymiwhm (iruodrn hn‘i harta. Berliu Duvxkcr A MumWiit. «IHIY kcsN.nlc-M\ no entanto. que referências ;i um conteúdo rssrncial d w direitos fiindumciitüis « o cn- voniráveis. há tempos, na jurisprudência da Corte luiropcw dc Justiça Ncvw %cittidu. cl p v (ihIus a tkvisào no caso Noid r. Ca*foni\\i<w. dc 14.5.1974. 19. Virgílio Afonso da Silva. A ■ nu atou iotuiti^não do ttinciUK |> 17 í» “distância da realidade". I; possível que esses riscos existam, mas não em um trabalho que complementa esse enfoque com os outros men cionados acima. Durante lodo o desenvolvimento do trabullto ficará cada ve/ mais claro que os ganhosanaliricos tem sempre também im plicações muito reais c concretas na atividade de proteção aos direitos Itiiklamcntais Isso |Kuquc o método analítico tende a trazer ii lu / di versas pní-cpmprccnsõcs. quase sempre mal-esclarecidas, que. via de ivgra. acabam por escamotear restrições a direitos fundamentais como se se tratasse de meras delimitações conceituais sem qualquer ligação I com o grau de proteção c de rcuJi/açao desses direitos. Como ficará claro durante o transcorrer deste trabalho, é justamente a partir do mé todo analítico que se criam todas as condições teóricas para a constru ção de um modelo que tenha seu foco central em exigências reais de fundamenta^do e na criação de ônus argumentouvos claros para qual quer atividade que implique restrição a um direito fundamental ou para qualquer omissão que implique uma não-realização de um desses di reitos. hsse ganho cm transparência na análise dos direitos fundamen tais é. segundo a tese que aqui se defende, exigência de uma consti tuição de um Estado Democrático de Direito.*1 1.4 Desenvolvimento do trabalho Não é incomtim cm traballios de dogmática constitucional oti de direitos fundamentais que um problema seja analisado com base ex- clusivamcittc cm exposição de teorias e modelos para que. por fim. o autor decida por uma delas. No caso do conteúdo essencial dos direi- tn\ fundamentais isso significaria uma exposição das teorias absolutas e relativas com suas imbricações com as teorias objetivas e subjeti- vas'1 para que. diante das possibilidades existentes, seja escolhida uma. Dependendo do objetivo do trabalho, esse é um enfoque possível. Não o é. contudo, cm um trabalho acadêmico. 50 A vnf.iNC no * ^anlio dem ocrático" que* d cco m r d o en to q u e um ilitico aqui «ukitiiilo e d a c r ia rã o d e ênu* a rgum entou vo» para a u(ivkL»dc d e re s ln ^ão a direito* luiMlaincntai% c p ioduto d e conversas c o m l)»ogo R C o u tm h o F icam . aqu i. o credito c o t l e v id o aurackviiiMrnlo. >1 Sobre essas lennas. cf. o C.ipículo 5. J* l»IKI l ln s I I M M M IM M N ( t l M U T l J O I SS» M I XI . Kl M kir.n» S » KI IC M I \ IMMOIM * A<» V*; Como foi esclarecido cm tópico anterior, ao detimr o objeto des- |c trabalho como "o conteúdo essencial dos direitos fundamentais c a eficácia das normas constitucionais**, quer-se fazer menção a um fe uónieno complexo, que envolve uma serie de variáveis inter relacio nada*- O desenvolvimento desta investigação pretende seguir o cami nho necessário para a análise dessas variáveis. Apôs esta introdução, no capítulo 2 será exposto um dos pontos Je partida deste trabalho, que é a distinção entre regras C princípios. fcssc capítulo 2 tem como função principal sobretudo deixar claro cm que acepção tais eonccitos serão utili/ados neste trabalho, para evitar alütins |X>sNÍveis mal entendidos. NoVapítulo 3 será analisado um problema central na investiga ção. que c a definição da amplitude do suporte fático dos direitos fundamentais ou seja. cm linhas gerais, quais são os elementos que deverão ocorrer para que as consequências jurídicas de cada direito fundamenta! também ocorram. Como se perceberá, esse capítulo tem estreita ivlaçfio não apenas com a discussão subsequente. nr.it «5 capa/ também de fornecer subsídios para uma melhor compreensão do pon to de partida, a distinção entre regras c princípios. O capítulo 4 é dedicado ao problema das restrições aos direitos fundamentais. Esse problema decorre divctamcnle do analisado no ca pítulo 3: um modelo de suporte fático amplo é um modelo que tem que estar pronto para lidar com a colisão entre direitos fundamentais e a necessária restrição deles cm algumas situações. No capítulo 4 essa questão será abordada em duas grande partes principais: a pri meira delas c dedicada u uma análise dos dois enfoques mais impor lumes na reconstrução da relação entre o direito c suas restrições (ou seus limites): as assim chamadas teorias interna c externa: uma se gunda porte C dedicada, a partir do ponto de vista da teoria externa, à investigação sobre a principal forma de controle às restrições aos di rcitos fundamentais: a regra da proporcionalidade. As teorias sobre o conteúdo essencial dos direitos fundamentais é dedicado o capitulo 5. Como ticará claro, nesse ponto da investiga ção já nào é mais possível imaginar que a definição de uma teoria nesse âmbito seja mera questão de escolha. A escolha do capítulo 5. portanto, c não apenas mlluenciada. mas determinada pelos resul- ta<los dos capítulos 3 e 4. Ou seja: quaiulo se tomam por corretos os IMUI l i o s . r t \ | > \ V | » \ T A ! S I O M I I I X » K S S h M l M U | M R H <M S H l< ‘ V l \R> lermos de uma teoria relativa acerca do conteúdo essencial <los direi tos fundamentais. isso não c uma decisão a<l Itoc, mas uma consoqttèn- cia natural do desenvolvimento do trabalho. No capítulo 6 todos o \ resultados da pesquisa sento contrapostos à fonna tradicional de se definir c classificar as normas constitucio nais quanto à eficácia. N«*sv? capítulo ficara claiu que. a partir dc um iihhIcIo que pressupõe que direitos fundamentais sào. por natureza c necessidade, tanto restringfvcis quanto regulamcntnvcis. nao é possí- vel aceitar que normas constitucionais - sobretuilo aquelas que garan tem direitos fundamentais - sejam classificadas cm categorias que às vezes rejeitam, às vezes aceitam, essa restringibilidade e necessidade de regulamentação. A conclusão geral do trabalho cí dedicado, por fim. o capítulo 7. I S Tese O objeto c o método deste trabalho já forain delineados nos tópicos anteriores. Aqui. pjetende-se enunciar, dc forma sintética, as teses que serão desenvolvidas e fundamentadas no decorrer da investigação. (I) Em primeiro lugar, a distinção entre regras e principias. da qua) esse trabalho parte, supõe que direitos fundamentais tenham uni suporte fático amplo. Isso significa duas exigências principais: (a) o âmbito de proteção desses direitos deve ser interpretado da forma mais ampla possível - o que significa dizer que qualquer açào. tato. estado ou posição jurídica que, isoladamente considerados, possam ser suhsumidos ao “âmbito temático'* dc um direito fundamental de vem ser considerados como pi* ele prima facte protegidos. Isso im plica. necessariamente, uma rejeição a cxclusõcs a prion de condutas desse ámhito dc proteção; (b) também o conceito dc intervenção esta tal nos direitos fundamentais faz parte do suporte fático. Por isso. por sc tratar dc modelo baseado cm um suporte fático amplo, o conceito de intervenção também deverá scr interpretado de forma ampla. Isso implica, entre outras coisas, a rejeição de teorias que defendem que meras regulamentações no âmbito dos direitos fundamentais não coas- tiltiem restrições. f: sobretudo a partir dessa conclusão que se dclcndc. I NI KOI li \ M 1 IK«ste trabalho, a impossibilidade tk* sc distinguir entre restrições c rc- iiulamentações ou anu lações'' nesse âmbito (2) Uma primeira consequência importante do pressuposto acima descrito é a constatação de que. muitas vezes, restrições a ilnettos lumlamenlais são levadas u cabo sem que isso se ja reconhecido nesses termos. Isso pode ocorrer de duas loruuis principais: (a) ou se nega. ile antemão% a proteção a uma conduta ou posição jurídica que. isola damente considerada, deveria ser considerada como protegida: ou <b) embora se considere tal conduta ou pifcição jurídica como protegida por um direito fundamental, defende-se que a eventual restrição nessa proteção não decorre de uma real restrição, mas de mera regulamen taçào no exercício do direito fundamental cin questão. Ambas as es• trategias devem ser rejeitadas. pois ambas, como seni visto, tem um alto déficit de fundamentação e possibilitam uma real restrição à pro teção de um direito sem que isso seja acompanhado de uma exigência de fundamentação por parte daquele que o restrinje.
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