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Apostila- EDUCAÇÃO EM ORGANIZAÇÕES NÃO ESCOLARES

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CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EDUCAÇÃO EM ORGANIZAÇÕES NÃO ESCOLARES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GUARULHOS – SP
 
 
SUMÁRIO 
1 OS FUNDAMENTOS DA PEDAGOGIGA EM ESPAÇOS NÃO ESCOLARES ............................... 3 
2 RELATO SOBRE A HISTÓRIA DA PEDAGOGIA .......................................................................... 8 
3 PEDAGOGO EM ESPAÇOS NÃO ESCOLARES .........................................................................12 
4 INTRODUÇÃO A PEDAGOGIA EMPRESARIAL ..........................................................................19 
5 A CONQUISTA DO ESPAÇO DO PEDAGOGO NAS EMPRESAS ...............................................25 
6 A FUNÇÃO DO PEDAGOGO NAS EMPRESAS ..........................................................................31 
6.1 Benefícios da Pedagogia Empresarial ...................................................................................33 
6.2 Conceito de gestão de pessoas. ...........................................................................................35 
6.3 As Organizações Empresariais .............................................................................................36 
7 O PEDAGOGO EMPRESARIAL...................................................................................................38 
8 O PEDAGOGO E A QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL ................................................................44 
9 O TRABALHO DO PEDAGOGO ..................................................................................................45 
10 EDUCAÇÃO NO TRABALHO – IMPORTÂNCIA ...........................................................................49 
11 OS DIFERENCIAIS DO PEDAGOGO PARA AS ORGANIZAÇÕES .............................................51 
11.1 Planejamento .......................................................................................................................51 
11.2 Comunicação e Informação ..................................................................................................53 
11.3 A aprendizagem ...................................................................................................................56 
11.4 Treinamento/desenvolvimento profissional. ...........................................................................60 
11.5 Mudança X transformação ....................................................................................................62 
11.6 Recursos humanos na gestão da liderança ...........................................................................62 
11.7 Amplo campo pedagógico.....................................................................................................63 
12 AS EMPRESAS TORNAM-SE EDUCADORAS ............................................................................68 
12.1 Oferecer aprendizagem para dar sustentação aos objetivos empresariais .............................69 
12.2 Educação na empresa entrelaçada à gestão do conhecimento .............................................69 
13 RESPONSABILIDADES DO PEDAGOGO EMPRESARIAL ..........................................................70 
14 PEDAGOGIA HOSPITALAR ........................................................................................................71 
15 ATRIBUIÇÕES DO PEDAGOGO .................................................................................................72 
16 HISTÓRIA DA PEDAGOGIA HOSPITALAR .................................................................................76 
 
 
16.1 Hospital ................................................................................................................................77 
16.2 Papel do pedagogo ...............................................................................................................77 
17 HISTÓRIA E EVOLUÇÃO DA PEDAGOGIA SOCIAL ...................................................................82 
17.1 Pilares da Educação .............................................................................................................86 
18 BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................90 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
1 OS FUNDAMENTOS DA PEDAGOGIGA EM ESPAÇOS NÃO ESCOLARES 
A Pedagogia é a ciência por meio da qual o pedagogo pesquisa, estuda, 
elabora e aplica, por meio de didáticas, metodologias, técnicas e estratégica de 
ensino-aprendizagem e conteúdos relacionados às necessidades da pessoa humana 
em um determinado contexto. Isto se dá por meio de programa e planejamento 
adequados, os quais, visando princípios formadores adequados e aplicáveis ao 
indivíduo, aperfeiçoam e estimulam as faculdades das pessoas, seguindo ideais e 
objetivos definidos. 
Em seu início, o curso de Pedagogia, diferentemente dos demais cursos da 
Faculdade Nacional de Filosofia, formava como Bacharel o futuro Pedagogo. Para 
obter o diploma de licenciatura, deveria se realizar o curso de didática com duração 
de mais um ano. Em 1996 deixa de existir o currículo mínimo, cedendo seu lugar a 
diretrizes curriculares, para as diferentes licenciaturas. Por motivo de divergência 
entre grupos existentes nos próprios órgãos normativos federais, as diretrizes da 
Pedagogia não foram editadas com os demais cursos de Licenciatura. 
Podemos acompanhar diariamente profissões antigas e tradicionais sendo 
substituídas por novas atuações com novos requisitos em termos de conhecimentos 
e perfil profissional. Como profissionais da educação e professores do curso de 
pedagogia, temos a intenção de possibilitar aos pedagogos a compreensão de sua 
capacidade de atuação profissional em ambientes que extrapolem as unidades 
escolares e aumentar suas áreas de atuação com o objetivo que se tornem cada vez 
mais empregáveis. Para tanto é necessário que o curso de formação forneça 
elementos que façam com que estes profissionais tenham segurança e competência 
profissional.Com relação ao perfil do pedagogo que atua em espaços não escolares, 
realizados sob o enfoque do novo profissional exigido pela sociedade contemporânea, 
que deverá, sobretudo, ser capaz de integrar a dimensão teórica a uma preocupação 
com a prática cotidiana do fazer institucional, bem como de garantir a articulação entre 
as abordagens da gestão do trabalho administrativo, pedagógico e comunitário, como 
 
4 
também, da educação profissional, desenvolvidos em espaços não escolares, 
evitando-se a fragmentação deste estudo. 
 
Fonte: uninortenoticia.wordpress.com 
 
O termo “educação”, ou seja, a palavra que usamos para fazer referência ao 
“ato educativo”, nada mais designa do que a prática social que identificamos como 
uma situação temporal e espacial determinada na qual ocorre à relação ensino- 
aprendizagem, formal ou informal. 
A relação ensino-aprendizagem é guiada, por alguma teoria, mas nem sempre 
tal teoria pode ser explicitada em todo o seu conjunto e detalhes pelos que participam 
de tal relação – o professor e o estudante, o educador e o educando – da mesma 
forma que poderia fazer um terceiro elemento, o observador. 
 A educação, uma vez que é a prática social da relação ensino-aprendizagem 
no tempo e no espaço, acaba em um ato e nunca mais se repete. Nem mesmo os 
mesmos participantes podem repeti-la. Nem podem gravá-la. Nem na memória nem 
por meio de máquinas. É um fenômeno intersubjetivo de comunicação que se encerra 
em seu desdobrar. 
No caso, se falamos de um encontro entre o professor e o estudante, falamos 
de um fenômeno educacional – que é único. Quando ocorrer outro encontro do mesmo 
tipo, ele nunca será o mesmo e, enfim, só superficialmente será similar ao interior. O 
termo “didática” designa um saber especial. Muitos dizem que é um saber técnico, 
 
5 
porque vem de uma área onde se acumulam os saberes que nos dizem como 
devemos usar da chamada “razão instrumental”para melhor contribuirmos com a 
relação ensino-aprendizagem. 
A razão técnica ou instrumental é aquela que faz a melhor adequação entre os 
meios e os fins escolhidos. A didática é uma expressão pedagógica da razão 
instrumental. Sua utilidade é imensa, pois sem ela nossos meios escolhidos poderiam, 
simplesmente, não serem os melhores disponíveis para o que se ensina e se aprende 
e, então, estaríamos fazendo da educação não a melhor educação possível. 
 
 
Fonte: jeanedfisica2014.wordpress.com 
 
Mas a didática depende da pedagogia. Ou seja, depende da área onde os 
saberes são, em última instância, normas, regras, disposições, caminhos e/ou 
métodos. O termo “pedagogia”, tomado em um sentido estrito, designa a norma em 
relação à educação. “Que é que devemos fazer, e que instrumentos didáticos deverão 
usar, para a nossa educação? ” – esta é a pergunta que norteia toda e qualquer 
corrente pedagógica, o que deve estar na mente do pedagogo. 
A pedagogia, em um sentido exato, está ligada às suas origens na Grécia 
antiga. Aqueles que os gregos antigos chamavam de “pedagogo” era o escravo que 
levava a criança para o local da relação ensino-aprendizagem; não era 
exclusivamente um instrutor, ao contrário, era um condutor, alguém responsável pela 
melhoria da conduta geral do estudante, moral e intelectual. Ou seja, o escravo 
pedagogo tinha a norma para a boa educação; se, por acaso, precisasse de 
especialistas para a instrução – e é certo que precisava –, conduzia a criança até 
 
6 
lugares específicos, os lugares próprios para o “ensino de idiomas, de gramática e 
cálculo”, de um lado, e para a “educação corporal”, de outro. 
 
Fonte: aoprofessor.blogspot.com.br 
 
A concepção que diz que a pedagogia é a parte normativa do conjunto de 
saberes que precisamos adquirir e manter se quiser desenvolver uma boa educação, 
é mais ou menos consensual entre os autores que discutem a temática da educação. 
A pedagogia é aquela parte do saber que está ligada à razão que não se 
resume à razão instrumental apenas, mas que inclui a razão enquanto razoabilidade; 
a racionalidade que nos possibilita o convívio, ou seja, a vigência da tolerância e, 
mesmo, do amor. 
 
7 
 
Fonte: queconceito.com.br 
 
Ao falarmos, por exemplo, “não seja violento, use da razão”, queremos ser 
compreendidos como dizendo, “use de métodos de comunicação que são próprios do 
diálogo” – os métodos e normas da sociedade liberal (ideal). É esse tipo de razão ou 
racionalidade que conduz, ou produz a pedagogia. 
A didática busca meios para que a educação aconteça e, assim, é guiada pela 
razão técnica ou instrumental, enquanto que a pedagogia busca nortear a educação, 
e é guiada pela razoabilidade, pela fixação de regras que só se colocam por conta da 
existência de um ou vários objetivos; no caso, objetivos educacionais, o que é posto 
como meta e valor em educação. Quem estabelece tais valores? 
 
 
8 
2 RELATO SOBRE A HISTÓRIA DA PEDAGOGIA 
 
Fonte: nossaciencia.com.br 
 
Desde a sua criação, em 1939, o Curso de Pedagogia se depara com questões 
relativas ao perfil do profissional formado. Sua identidade tem sido continuamente 
perseguida e ainda hoje os educadores participam de uma viva polêmica sobre o 
assunto. A noção de que o Pedagogo é um técnico em assuntos educacionais e/ou 
um especialista no estabelecimento de um saber-fazer relativo ao trabalho 
pedagógico, não se deu sem um crescente mal-estar acerca da especificidade da 
Pedagogia como prática social e campo do conhecimento. 
O Parecer 251/62, produzido pelo então Conselho Federal de Educação, 
presumia para o pedagogo uma crescente oportunidade de trabalho especializado e 
tecnocrático. Com o golpe de 1964, tal expectativa mostrava-se adequada a uma 
política educacional que, associada a uma política de segurança nacional, buscava 
programar e normatizar a vida nas escolas. 
O Parecer 252/69 estabelecia uma matriz curricular que não levava em 
consideração o aspecto totalizante do fenômeno educativo. A compartimentalização 
da atividade escolar fornecia ao pedagogo uma imagem parcelada da prática 
educativa, especialmente concretizada na formação de professores para o Ensino 
 
9 
Normal e de especialistas para as atividades de Administração, Supervisão, 
Orientação e Inspeção Escolar. 
Mais do que o exercício de uma atividade especializada, o trabalho pedagógico 
assim concebido provocava práticas fragmentadas e crescentemente questionadas 
pelos educadores, inclusive pelos formados em Pedagogia. Diante de uma nova 
iniciativa de reforma do Curso de Pedagogia, através dos Pareceres 67 e 68/75 e 70 
e 71/76 do CFE, este descontentamento já proporcionava, no final dos anos 70, a 
criação de associações profissionais, organizadas por educadores e estudantes. Se 
revisitarmos a história da organização dos profissionais da educação no Brasil, 
veremos que ela se confunde com a organização de vários outros movimentos sociais, 
inscrevendo-se no contexto das reivindicações de democratização da sociedade 
brasileira, em geral, e da gestão das instituições formadoras, em particular. 
Em finais da década de 70, educadores brasileiros começaram a se organizar, 
sinalizando para reformulações no âmbito educacional que pudessem contribuir para 
a democratização da sociedade e superar a concepção tecnicista, que orientou o 
tratamento a que a educação esteve submetida durante os governos militares. 
A década de 90 foi marcada por uma forte organicidade dos profissionais da 
área da educação e também por um contexto de profundas mudanças econômicas, 
políticas e sociais no Brasil. O cenário de maior liberalidade econômica e 
reestruturação produtiva com adoção de novas tecnologias de base microeletrônica, 
bem como das reformas políticas que foram na direção de redesenho do Estado, 
abriram novas frentes de problemas e de divergências no encaminhamento dos 
assuntos educacionais, revitalizando-se, inclusive, a tese de que a educação 
funcionaria como o motor impulsionador do desenvolvimento econômico. 
Em meio a muitas polêmicas, e depois de longa tramitação no congresso, foi 
aprovada a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em 1996, 
instituindo-se também, no ato da aprovação, a “década da educação”, onde uma série 
de metas foi traçada, carecendo, ainda, de regulamentações posteriores que 
definiriam os mecanismos da sua implementação. A aprovação da LDB suscitou 
muitas polêmicas, tendo sido feitas várias regulamentações através de pareceres e 
portarias do governo. Com a recente aprovação das Diretrizes Curriculares Nacionais 
(Parecer 5/2005), por parte do Conselho Nacional de Educação, temos um quadro 
 
10 
normativo melhor delineado para a reformulação das propostas dos cursos de 
pedagogia. 
 Por outro lado, os documentos produzidos por educadores ao longo dos 
últimos anos constituem um contraponto necessário, pois foram oriundos das 
experiências e da colaboração solidárias entre esses e instituições de ensino. Essa 
produção tem possibilitado uma nova cultura educativa para os formados nos cursos 
de Pedagogia. O curso de Pedagogia delineado neste momento histórico tem a tarefa 
de articular a dinâmica que envolve os desafios das realidades educacionais 
existentes, tanto na formação de profissionais para atuarem na esfera escolar – como 
a educação infantil, séries iniciais do ensino fundamental, educação de jovens e 
adultos, educação especial –, quanto na esfera de formação não-escolar – como 
sindicatos, associações de bairros, movimentos sociais e outros. 
As regulamentações do curso de Pedagogia, ao contrário das demais 
licenciaturas, ficaram guardadas e somente em 2005 é que o parecer CNE/CP 
05/2005 – “Diretrizes curriculares para os cursos de Pedagogia” – foi aprovado. O 
parecer apresenta “a formação do licenciado em pedagogia fundamenta-se no 
trabalho pedagógico realizado em espaços escolarese não escolares que têm a 
docência como base”. Estruturado em três núcleos, o curso se constituirá de um 
núcleo de estudos básicos, um de aprofundamento e diversificação de estudos e outro 
de estudos integradores. O núcleo de aprofundamento e diversificação de estudos 
oportunizará: “investigações sobre processos educativos e gestoriais, em diferentes 
situações instrucionais – escolares, comunitárias, assistenciais, empresariais, 
outras” . 
Depois deste parecer CNE/CP 05/2005, fica reconhecido à existência de uma prática 
educativa fora dos ambientes escolares. E onde houver práticas educativas, caberá o 
trabalho de um pedagogo para orientar tais atividades. Assim \. O Pedagogo não é 
mais aquele que apenas leva pela mão, mas sim um estudioso das ações educativas 
que ocorrem em todas as vidas sociais, culturais e intelectuais daquele que está 
inserido na sociedade, na qual ele contribui para o seu desenvolvimento. A educação 
consiste em desenvolver o homem e tornar produtivas suas relações. Sendo assim, 
podemos citar como ambientes que essas relações acontecem e que existe qualquer 
prática educativa como: hospitais, presídios, empresas, ONG´s e espaços de 
 
11 
comunicação (TV, rádio, revistas, editoras). Onde existir uma prática educativa 
intencional, haverá uma ação pedagógica. 
Autores como Saviani (1991), Pimenta (2002) e Libâneo (1999) apontam em 
seus estudos uma extensa lista de atuação para o profissional da pedagogia. É quase 
unânime entre os estudiosos hoje, o entendimento de que as práticas educativas 
estendem-se às mais variadas instâncias da vida social, não se restringindo, portanto, 
à escola e muito menos à docência, embora estas devam ser referência da formação 
do pedagogo escolar. Sendo assim, o campo de atuação do profissional formado em 
pedagogia é tão vasto quanto são as práticas educativas na sociedade. Em todo lugar 
onde houver uma prática educativa com caráter de intencionalidade, há ai uma 
pedagogia. Libâneo (1999 p.116). 
Neste contexto, o pedagogo passa a ser considerado um especialista em 
educação e ensino assim como a pedagogia passa a ser vista com um vasto campo 
de trabalho, procurando dentro de seus métodos, estratégias que promovam 
mudanças nas pessoas, melhorando a qualidade de vida delas e consequentemente 
ampliando sua capacidade de trabalho. No século XVI está se ampliando o mercado 
de trabalho para o pedagogo, em espaços não - escolares. O pedagogo tem novos 
campos de atuação saindo do cotidiano escolar, que até pouco tempo, era seu único 
espaço de trabalho, para se inserir em novos locais com uma visão diferente da 
atuação deste profissional. Abrem-se novos espaços para educação, em locais como 
hospitais, ONGs, empresas, eventos..., esse contexto vem mudando a ideia que o 
pedagogo está apto somente para ficar dentro de uma sala de aula, estendendo –se 
para outros espaços pois nos espaços que há ensino há prática pedagógica. O 
pedagogo está se inserindo em diversas áreas no mercado de trabalho mostrando 
sua capacitação visando à aprendizagem do conhecimento humano. Conforme 
Libâneo todos os educadores seriamente interessados nas ciências da educação, 
entre elas a Pedagogia, precisam concentrar esforços em propostas de intervenção 
pedagógica nas várias esferas do educativo para enfrentamento dos desafios 
colocados pelas novas realidades do mundo contemporâneo. (1995,p.59). 
A formação no curso de Pedagogia está possibilitando novos campos de 
atuação, desafiando a todos os pedagogos na sua prática educativa nos espaços não 
escolares valorizando a educação e trazendo novas conquistas. 
 
12 
3 PEDAGOGO EM ESPAÇOS NÃO ESCOLARES 
 
Fonte: esquadraodoconhecimento.wordpress.com 
 
O novo cenário da educação se abre no século XXI com novas perspectivas 
para o profissional que se insere no mercado de trabalho, sob diversas abrangências, 
como nos mostra a própria sociedade. Vivemos um momento particular de discussões 
sobre globalização, neoliberalismo, terceiro setor, educação on-line, enfim, uma nova 
estrutura se firma na sociedade, a qual exige profissionais cada vez mais qualificados 
e preparados para atuarem neste cenário competitivo. Empresas, hospitais, ONGs, 
associações, igrejas, eventos, emissoras de transmissão (rádio e Tv), e outros formam 
hoje o novo cenário de atuação deste profissional, que transpõe os muros da escola, 
para prestar seu serviço nestes locais que eram espaços até então restritos a outros 
profissionais. E esta atual realidade vem com certeza, quebrando preconceitos e 
ideias de que o pedagogo está apto para exercer suas funções na sala de aula. Onde 
houver uma prática educativa, existe aí uma ação pedagógica. 
O pedagogo sai então do espaço escolar, que até pouco tempo, era seu espaço 
(restrito) de trabalho, para se inserir neste novo espaço de atuação com uma visão 
redefinida de seu papel em novos espaços organizacionais. 
Ocupando um espaço de gestor de pessoas, que na atualidade consiste de 
várias atividades integradas, como descrição e analise de cargos, planejamento de 
 
13 
RH, recrutamento, seleção, orientação e motivação das pessoas, avaliação do 
desempenho, remuneração, treinamento e desenvolvimento, relações sindicais, 
segurança, saúde e bem-estar. 
Esse novo papel do pedagogo nas organizações não-escolares, tem por 
finalidade apoiar o administrador a desempenhar as funções que constituem o 
processo administrativo de planejar, organizar, dirigir e controlar, pois ele não realiza 
seu trabalho sozinho, mas através das pessoas que compõe sua equipe. 
Na verdade, a gestão moderna de pessoas é um conjunto integrado de 
processos dinâmicos e interativos, como podemos observar na figura abaixo: 
 
 
Fonte: Chiavenato, Idalberto. Gestão de pessoas: e o novo papel dos recursos humanos nas 
organizações 
 
14 
Convivemos até bem pouco tempo com a visão de uma pedagogia inserida no 
ambiente escolar, na sala de aula, do profissional da educação envolvido com os 
problemas da educação formal, uma ideia falsa de que o pedagogo é o profissional 
capacitado e devidamente treinado para atuar somente em espaços escolares. 
Responsável pela formação intelectual das crianças, sempre se envolvendo no 
cotidiano escolar, com os problemas relacionados à educação formal, 
propriamente dita. A vida escolar, a educação formal, não deixa de ser um foco 
importante para o Pedagogo, mas deixa de ser o único. 
Diante da atual realidade em que se encontra a sociedade, a educação tem se 
transformado na mola mestra, para enfrentar os desafios que se articulam dentro dela 
e em todos os seus segmentos, desafios gerados pela globalização e pelo avanço 
tecnológico na atual era, a tão inovadora e desafiadora era da informação. 
Dessa forma a educação sofre mudanças em seu conceito, pois deixa de ser 
restrita ao processo ensino-aprendizagem em espaços escolares formais, se 
transpondo aos muros da escola, para diferentes e diversos segmentos 
organizacionais da sociedade. Abre-se aqui um novo espaço para a educação, dando 
uma estrutura interessante à educação não formal. 
Com toda esta nova proposta e possibilidade de atuação, o profissional 
Pedagogo também se transforma se adequando a esta nova realidade, se 
posicionando como profissional capacitado para caminhar junto a esta transformação 
da sociedade. O Pedagogo deixa de ser, neste novo contexto, o mesmo Pedagogo do 
século XVIII, XIX e até mesmo século XX. Apresentando-se agora como agente de 
transformação para atuar nesta nova realidade. 
 
 
Fonte: wakeditora.com.br 
 
15 
 
Fonte: cursogratisonline.com.br 
 
Hoje, o profissional pedagogo está sendo inserido em um mercado de trabalho 
mais amplo e diversificado possível, porque a sociedade atual exige cada vez mais 
profissionais capacitados e treinados para atuarem nas diversas áreas. Não sendo 
comum um profissional ser qualificado apenas para exercer umadeterminada função, 
e sim para atuar nas diferentes áreas existentes no mercado de trabalho, seja ele qual 
for à organização que tenha como foco as pessoas e não os processos. 
A antiga administração de recursos humanos cedeu lugar a uma nova 
abordagem, a gestão de pessoas e nessa nova concepção, as pessoas deixam de 
serem simples recursos organizacionais e passam a ser vistos como seres dotados 
de inteligência, personalidade, conhecimentos, habilidades, competências e 
aspirações. 
A cultura organizacional recebe forte impacto do mundo exterior e passa a 
privilegiar a mudança e a inovação como foco no futuro e no destino das organizações. 
No quadro a seguir podemos observar que as mudanças aconteceram no 
modelo de gestão das organizações foram no sentido de valorização do capital 
humano das empresas. 
 
 
 
 
http://www.cursogratisonline.com.br/pedagogia-empresarial/
 
16 
SECULO XX SÉCULO XXI 
Estabilidade, previsibilidade Melhoria continua 
Porte e escala de produção Velocidade e expansividade 
Comando de cima para baixo Empowerment e liderança de todos 
Rigidez organizacional Organizações virtuais e flexíveis 
Controle por meio de regras e Controle por meio da visão e de valores 
hierarquia. 
Informações em segredo Informações compartilhadas 
Racionalidade e análise quantitativa Criatividade e intuição 
Necessidade de certeza Tolerância à ambiguidade 
Reativo e avesso ao risco Proativo e empreendedor 
Orientado para o processo Orientado para resultados 
Autonomia e independência Interdependência e alianças 
corporativa estratégicas 
Integração vertical Integração virtual 
Foco na organização inteira Foco no ambiente competitivo 
Busca de consenso Contenção construtiva 
Orientação para o mercado nacional Foco internacional 
Vantagem competitiva sustentável Vantagem colaborativa 
Competição por mercados atuais Hiperconcorrencia por mercados futuros 
Fonte: Chiavenato, Idalberto. Gestão de pessoas: e o novo papel dos recursos humanos nas 
organizações 
 
17 
As linhas de pensamento relacionadas ao profissional Pedagogo possibilitam 
uma reflexão mais aprofundada sobre a sua atuação, pois hoje, se pensa muito mais 
detalhadamente a dinâmica do conhecimento e as novas funções do educador como 
mediador deste processo. Dessa forma, não podemos mais nos deter somente no 
universo da educação formal, mas buscar novas fontes de formação e de informação 
para adequar este profissional no mundo globalizado e competitivo. 
Toda transformação relacionada à atuação do Pedagogo se dá ao fato de que, 
hoje vivemos o processo que reflete a transformação de valores e pensamentos de 
uma sociedade voltada para valores mais específicos, como a cultura de seu povo, 
valor diferente daquele que até pouco tempo se primava pelo valor econômico. Ou 
seja, a cultura hoje tem o seu papel melhor definido e mais importante para a 
sociedade do que situação econômica, propriamente dita. 
Nesta perspectiva de mudança e vislumbramos um espaço de atuação deste 
profissional nas organizações, fundamentado na atuação do Pedagogo em espaços 
não escolares, suas habilidades e competências para atuação nestes espaços, o 
leque de possibilidades que hoje se abre deixando para trás a ideia primária de que 
este profissional está preparado somente para atuar em espaços escolares, e que 
pouco ou quase nada podendo aproveitar de suas habilidades para atuar em outros 
espaços. 
Assim, este profissional que atravessa séculos, executando o seu papel de 
preceptor, de transformador do conhecimento e do comportamento humano, 
chegando ao século XXI, com uma nova proposta, sua efetiva atuação em espaços 
também não escolares, e que, no entanto, visam à aprendizagem e a transformação 
do comportamento humano, tanto quanto dentro da educação formal. 
Discussões que estão fundamentadas em teóricos conceituados e pela própria 
sociedade que chega ao século XXI com novas perspectivas para a educação formal 
e também para a educação não formal, discussão que até bem pouco tempo era 
desconhecida para a maioria de nossas escolas de formação, e também dos 
profissionais. 
 
18 
O Pedagogo conquista espaço num mercado de trabalho cada vez mais 
diversificado e amplo, atuando no processo de ensino-aprendizagem não somente 
como processo para dentro da escola, da sala de aula ou do cotidiano escolar, mas 
um processo que acontece em todo e qualquer segmento da sociedade, seja ele qual 
for. E também como o Pedagogo se insere neste novo contexto social, percebendo a 
sua relação em diferentes espaços, promovendo a formação continua das pessoas 
envolvidas nos processos organizacionais. 
Para Freire (1991, p. 58), a formação continuada é uma exigência do próprio 
humano. Formação permanente é uma conquista da maturidade, da consciência do 
ser. Quando a reflexão permear a prática docente e a vida, a formação continuada 
será exigência sine qua non para que o homem se mantenha vivo, energizado, atuante 
no seu espaço histórico, crescendo no saber e na responsabilidade. (...) “Ninguém 
nasce educador ou marcado para ser educador. A gente se faz educador, a gente se 
forma, como educador, permanentemente na prática e na reflexão da prática”. 
Educar/formar nesta nova perspectiva é considerar, conforme defende Nóvoa 
(1992), os profissionais a partir de três eixos estratégicos: a pessoa e sua experiência; 
a profissão e seus saberes, e a organização e seus projetos. 
A formação não se constrói por acumulação (de cursos de conhecimento ou 
de técnicas), mas sim através de um trabalho de reflexão crítica sobre 
práticas e de (re) construção permanente de uma identidade pessoal, por isso 
é tão importante investir na pessoa a dar estatuto ao saber da experiência. É 
preciso respeitar os professores como pessoas, seres incompletos e eternos 
aprendizes, que a partir de uma formação contextualizada buscam 
transformar-se, entender o grupo no qual estão inseridos e ressignificar a 
suas práticas pedagógicas. (1992, p. 38), 
Verifica-se hoje, uma ação pedagógica múltipla na sociedade. O pedagógico 
perpassa toda a sociedade, extrapolando o âmbito escolar formal, abrangendo 
esferas mais amplas da educação informal e não formal. (LIBÂNEO, 2002, p.28). 
 
19 
4 INTRODUÇÃO A PEDAGOGIA EMPRESARIAL 
 
Fonte: elisandrapereira.wordpress.com 
 
Iremos refletir sobre a pedagogia empresarial e seus fundamentos. Para iniciar 
todo o histórico, começaremos com a leitura da história do Raul, contada por Max 
Gehringer, que vai nos ajudar na compreensão do papel do pedagogo nas 
organizações, porque hoje se fala tanto em gestão de pessoas e porque as empresas 
se tornou um espaço de atuação do pedagogo e finalmente; porque entender de gente 
coloca o pedagogo em evidencia no mercado de trabalho. 
“Durante minha vida profissional, eu topei com algumas figuras cujo sucesso 
surpreende muita gente”. Figuras sem um vistoso currículo acadêmico, sem um 
grande diferencial técnico, sem muito networking ou marketing pessoal. Figuras como 
o Raul. 
Eu conheço o Raul desde os tempos da faculdade. Na época, nós tínhamos 
um colega de classe, o Pena, que era um gênio. Na hora de fazer um trabalho em 
grupo, todos nós queríamos cair no grupo do Pena, porque o Pena fazia tudo sozinho., 
escolhia o tema, pesquisava os livros, redigia muito bem e ainda desenhava a capa 
do trabalho - com tinta nanquim. 
 
20 
Já o Raul nem dava palpite. Ficava ali num canto, dizendo que seu papel no 
grupo era um só, apoiar o Pena. Qualquer coisa que o Pena precisasse o Raul já 
estava providenciando, antes que o Pena concluísse a frase. Deu no que deu. 
O Pena se formou em primeiro lugar na nossa turma. E o resto de nós passou 
meio na carona do Pena - que, além de nos dar uma colher de chá nos trabalhos, 
ainda permitia que a gente colasse dele nas provas. No dia da formatura, o diretor da 
escola chamou o Pena de 'paradigma do estudante que enobrece esta instituiçãode 
ensino'. E o Raul ali, na terceira fila, só aplaudindo. 
Dez anos depois, o Pena era a estrela da área de planejamento de uma 
multinacional. Brilhante como sempre, ele fazia admiráveis projeções estratégicas de 
cinco e dez anos. E quem era o chefe do Pena? O Raul. E como é que o Raul tinha 
conseguido chegar àquela posição? Ninguém na empresa sabia explicar direito. 
O Raul vivia repetindo que tinha subordinados melhores do que ele, e ninguém 
ali pareciam discordar de tal afirmação. Além disso, o Raul continuava a fazer o que 
fazia na escola, ele apoiava. Alguém tinha um problema? Era só falar com o Raul que 
o Raul dava um jeito 
 
 
Fonte: portal.fagen.ufu.br 
 
Meu último contato com o Raul foi há um ano. Ele havia sido transferido para 
Miami, onde fica a sede da empresa. Quando conversou comigo, o Raul disse que 
 
21 
havia ficado surpreso com o convite. Porque, ali na matriz, o mais burrinho já tinha 
sido astronauta. 
E eu perguntei ao Raul qual era a função dele. Pergunta inócua, porque eu já 
sabia a resposta. O Raul apoiava. Direcionava daqui, facilitava dali essas coisas que, 
na teoria, ninguém precisaria mandar um brasileiro até Miami para fazer. 
Foi quando, num evento em São Paulo, eu conheci o vice-presidente de 
recursos humanos da empresa do Raul. E ele me contou que o Raul tinha uma 
habilidade de valor inestimável: Ele entendia de gente. 
Entendia tanto que não se preocupava em ficar à sombra dos próprios 
subordinados para fazer com que eles se sentissem melhor, e fossem mais 
produtivos. 
E, para me explicar o Raul, o vice-presidente citou Samuel Butler, que eu não 
sei ao certo quem foi, mas que tem uma frase ótima: 'Qualquer tolo pode pintar um 
quadro, mas só um gênio consegue vendê-lo'. 
Essa era a habilidade aparentemente simples que o Raul tinha, de facilitar as 
relações entre as pessoas. Perto do Raul, todo comprador normalmente se sentia um 
expert, e todo pintor comum, um gênio. 
É praticamente uma lei na vida que quando uma porta se fecha para nós, outra 
se abre. A dificuldade está em que, frequentemente, ficamos olhando com tanto pesar 
a porta fechada, que não vemos aquela que se abriu. (Andrew Carnegie). 
 
 
Fonte:davidoasys.com
http://www.davidoasys.com/2014/07/portas-fechadas-ou-abertas.html
 
22 
As transformações ocorridas no Brasil e no mundo nos últimos 25 anos, 
decorrentes de um conjunto de eventos políticos, técnicos, sociais e econômicos, 
estão associadas ao processo de reestruturação produtiva e fez as instituições de 
ensino, cientistas, pesquisadores e empresas voltarem sua atenção para a 
necessidade de desenvolvimento das pessoas no contexto empresarial. 
Para mobilizar e utilizar plenamente as pessoas em suas atividades, as 
organizações estão mudando os seus conceitos e alterando as suas práticas 
gerenciais. Em vez de investirem diretamente nos produtos e serviços, elas estão 
investindo nas pessoas que entendem deles e que sabem como criá-los, desenvolve-
los, produzi-los e melhora-los. 
A reestruturação produtiva torna-se possível pela difusão de inovações 
tecnológicas e organizacionais nas cadeias produtivas e pela reorganização dos 
mercados internos e externos em cada país. A globalização que se consolida no 
mercado mundial com o advento da Internet muda as relações de consumo e o 
comportamento do consumidor. 
 
 
Fonte: sandraturchi.com 
http://sandraturchi.com.br/entenda-a-midia-programatica-e-como-ela-impacta-o-consumo-na-internet/
 
23 
Em vez de investirem diretamente nos clientes, as organizações estão 
investindo nas pessoas que os atendem e os servem e que sabe como satisfazê-los 
e encantá-los. As pessoas passam a constituir o elemento básico do sucesso 
empresarial. 
As formas como as pessoas se comunicam e se relacionam passam a ser fator 
de peso no encaminhamento da sua formação profissional. A formação profissional 
não cessa com a conclusão de um curso, qualquer que seja ela precisa continuar e 
acomodar-se no espírito do profissional sob pena de dissipar-se e desaparecer com 
o tempo. 
Qualificar pedagogos e administradores para atuarem no âmbito empresarial, 
visando os processos de planejamento, capacitação, treinamento, atualização e 
desenvolvimento do corpo funcional da empresa é o foco da Pedagogia Empresarial. 
 
 
Fonte: pedagogiadacultura.webnode.com 
 
Neste sentido torna-se imprescindível que no interior das empresas, órgãos 
públicos, instituições educativas e escolares de todos os níveis, Infantil, Fundamental, 
Médio, Superior, Jovens e Adultos e Profissionalizantes, a presença de profissionais 
com conhecimentos especializados em educação, qualificados na gestão, 
organização, planejamento, avaliação, seleção, recrutamento e treinamento de 
funcionários. 
http://pedagogiadacultura.webnode.com.br/din%C3%A2mica%20de%20grupo%20/
 
24 
A educação assume grande relevância perante essa reestruturação do mundo 
do trabalho. No universo produtivo, portanto, faz-se necessário que o profissional da 
educação, dotado de bases teóricas e metodológicas sólidas, assume um espaço de 
forma efetiva no interior das organizações. 
A atuação desse novo profissional precisa ocorrer de forma relacionada e 
cooperativa com a dos outros profissionais de gestão. Assim será possível elaborar e 
consolidar planos, projetos e ações que visem colaborar para a melhoria da atuação 
dos funcionários, bem como para melhorar o desempenho da empresa. 
Deve-se a todo custo evitar a negação da identidade dos funcionários. O que o 
pedagogo empresarial busca é efetivar os saberes corporativos e como seu domínio 
colaborará para a melhoria do clima organizacional, da qualidade das condições de 
trabalho, da qualidade de vida e aumento da satisfação pessoal de todos. 
A atuação do pedagogo empresarial está aberta. É ampla e extrapola a 
aplicação de técnicas visando estabelecer políticas educacionais no contexto escolar. 
Sua atuação avança sobre as pessoas que fazem as instituições e empresas de todos 
os tipos, portes e áreas. 
O espaço do pedagogo nas organizações está dado, é visível sua contribuição 
quando se fala de valorização do capital humano das empresas, sua formação o 
habilita a ser um gestor de pessoas, torna-se um profissional desejável e necessário, 
para conduzir os processos relacionados a estratégias de recursos humanos, 
otimizando o potencial das equipes de trabalho assegurando que as pessoas se 
identifiquem com a missão organizacional 
 
 
Fonte: spielraum.xing.com 
 
25 
5 A CONQUISTA DO ESPAÇO DO PEDAGOGO NAS EMPRESAS 
 
Fonte: linkedin.com 
 
O termo Pedagogia Empresarial foi cunhado pela professora Maria Luiza 
Marins Holtz, na década de 80, para designar todas as atividades de estímulo ao 
desenvolvimento profissional e pessoal realizada dentro das empresas, que 
envolviam cursos, projetos e programas de treinamento e desenvolvimento. Cada vez 
mais as empresas descobrem a importância da educação no trabalho e começam a 
desvendar a influência da ação educativa do pedagogo na empresa. Sendo assim, a 
pedagogia conta com o Pedagogo Empresarial dentro da empresa, visando, além de 
melhorar a qualidade de prestação de serviços, melhorar também a vida pessoal do 
indivíduo. 
O foco da Pedagogia Empresarial é qualificar profissionais para atuarem no 
âmbito empresarial, visando os processos de planejamento, capacitação, 
treinamento, atualização e desenvolvimento do corpo funcional da empresa. 
Atualmente, a empresa começa a abrir espaço para que este profissional possa, de 
maneira consciente competente, proporcionar um ambiente que esteja solucionando 
problemas, elaborando projetos, formulando hipóteses, visando à melhoria dos 
processos instituídos na empresa, garantindo a qualidade do atendimento, 
contribuindo para a instalação da cultura institucional da formação continuada dos 
empregados. 
http://www.linkedin.com/topic/treatment
 
26 
O pedagogopoderá atuar na empresa produzindo e difundindo conhecimento, 
assim, exercendo o seu papel de educador. 
Considerando-se a Empresa como essencialmente um espaço educativo, 
estruturado como uma associação de pessoas em torno de uma atividade com 
objetivos específicos e, portanto, como um espaço também aprendente, cabe à 
Pedagogia a busca de estratégias e metodologias que garantam uma melhor 
aprendizagem/apropriação de informações e conhecimentos, tendo sempre como 
pano de fundo a realizações de ideais e objetivos precisamente definidos. A 
Pedagogia Empresarial existe, portanto, para dar suporte tanto em relação à 
estruturação das mudanças quanto em relação à ampliação e a aquisição de 
conhecimento no espaço organizacional. 
O Pedagogo Empresarial “promove a reconstrução de conceitos básicos, como 
criatividade, espírito de equipe e autonomia emocional e cognitiva”. (LOPES, 2006, 
p.74) De acordo com Ribeiro (2010, p. 13) “A pedagogia empresarial se ocupa 
basicamente com os conhecimentos, as competências, as habilidades e as atitudes 
diagnosticados como indispensáveis/necessários à melhoria da produtividade”. É 
necessário trabalhar nas empresas as relações humanas e buscar dentro das pessoas 
o que elas têm de melhor e ensiná-las a colocar este melhor a serviço delas próprias 
e da empresa na qual elas trabalham. “Um dos propósitos da Pedagogia Empresarial 
é a de qualificar todo o pessoal da organização nas áreas administrativas, operacional, 
gerencial, elevando a qualidade e produtividade organizacional” (Ferreira apud 
Ribeiro, 2004,9) Assim, a Pedagogia Empresarial tem o objetivo de implementar 
programas de qualificação, difundindo o conhecimento, traçando estratégias e 
metodologias que asseguram uma melhor aprendizagem dos funcionários. Cabe a 
Pedagogia Empresarial, valorizar o potencial de cada colaborador, respeitando 
sempre o limite de aprendizagem de cada um. 
O Pedagogo Empresarial torna-se corresponsável pela promoção de um clima 
organizacional saudável, sendo articulador entre as peculiaridades organizacionais, 
expressas em termos de perfis de desempenho considerados ideais para cada 
cargo/função, e os desejos e aspirações do grupo de pessoas que a compõem. 
Espera-se dele uma visão de mundo mais ampla de modo que se possam propor 
projetos que interfiram positivamente no comportamento das pessoas, considerando-
as em suas múltiplas dimensões, assumindo-as, de fato, como os elementos 
essenciais da organização. 
 
27 
Segundo Ribeiro (2010, p. 10): Enquanto articulador de propósitos 
organizacionais e individuais, o Pedagogo Empresarial pode ser considerado um líder 
que interage com outros líderes dentro da dinâmica organizacional. Desse modo, 
assume esse papel e entender suas nuances em si e nos outros permite o 
desenvolvimento de habilidades gerais e específicas, especialmente em termos da 
emissão de juízos acerca dos comportamentos, das competências e das habilidades 
a serem desenvolvidas. 
Diante deste contexto, o Pedagogo Empresarial está inserido auxiliando no 
desenvolvimento das competências e habilidades de cada indivíduo, para que cada 
profissional saiba lidar com várias demandas, com incertezas, com várias culturas ao 
mesmo tempo, direcionando o resultado positivo num mercado onde a competição 
gera mais competição. Portanto, ao entender seu papel de educador, com suas 
convicções 9 educacionais, e compreender a dinâmica empresarial, o Pedagogo 
Empresarial saberá estabelecer metas e propostas para um bom desempenho 
profissional. Em suma, é de essencial importância ratificar que a Pedagogia 
Empresarial existe para dar suporte tanto em relação à estruturação das mudanças 
quanto em relação à ampliação e à aquisição de conhecimento no espaço 
organizacional. O Pedagogo Empresarial “promove a reconstrução de conceitos 
básicos, como criatividade, espírito de equipe e autonomia emocional e cognitiva”. 
(LOPES, 2006:74). 
Na década de 1970, ocorreram vários fatos que causaram impacto na atividade 
de recursos humanos: a crise mundial do petróleo; a manifestação do ensino; a lei nº 
6.297de incentivos fiscais do treinamento; a abertura política e, ainda mais marcante, 
do que os outros, o nascimento de um sindicalismo independente, de raízes políticas 
socialistas e de atuação agressiva, que facilitou o aparecimento das greves como 
forma de reivindicação dos empregados. Nesse tempo, a área de recursos humanos 
teve certo poder, interessante de ser observado. 
Nesse cenário, surgiu a figura de uma área de recursos humanos importante. 
Coube a ela a elaboração de planos, táticas e ações contingenciais "contra" os 
sindicatos. Dito de outra maneira estava estabelecido uma guerra contra os sindicatos, 
e o objetivo maior era manter a empresa trabalhando, sem greve, quase a qualquer 
custo. 
Pode-se dizer que a área de recursos humanos, nessa época, concentrava- se 
em conduzir os trabalhos dos funcionários, para que eles "vestissem a camisa da 
 
28 
empresa" e, assim, ficassem longe da manipulação da representação do mal: os 
sindicatos e seus "mal-humorados" dirigentes. 
Pouco ou quase nada sobrou desse novo modelo de recursos humanos, já que 
ele era essencialmente reativo e servia para explicitar mais ainda o engano de 
administrar pessoas/empresas por meio do antagonismo com as forças externas à 
empresa e do mascaramento do verdadeiro contrato de trabalho. 
No início da década de 1980, surge em recursos humanos o conceito "quem 
pode e deve administrar melhor as pessoas são aquelas que tem a responsabilidade 
sobre isso e vai tirar o seu próprio resultado das pessoas". Nesse caso estariam 
incluídos todos àqueles que têm cargo de chefia: são supervisores, gerentes, 
diretores, superintendentes, vice-presidentes e todo o rol de rótulos que essas funções 
têm no mercado. 
 
 
Fonte: paginasdescritas.blogspot.com 
 
 
29 
 
Fonte: licaodevida.com 
 
Para que esses pudessem ser gestores de recursos humanos, era necessário 
que pudessem ser treinados e desenvolvidos para a função. Nessa época reativaram-
se algumas técnicas e criaram-se outras de "desenvolvimento gerencial ou de 
executivos". Quanto ao conteúdo, nem sempre eram possíveis de ser utilizado. 
Havia dissonância entre o conteúdo instrucional desses cursos e a prática 
gerencial no Brasil, padrões e modelos que reforçavam a centralização do poder em 
algumas pessoas, principalmente após esses seminários/cursos, deixava os 
participantes frustrados. 
O esforço para tratar da educação de executivos fez com que a área 
alcançasse níveis de relacionamento e de trabalho mais sofisticados. A teoria das 
relações humanas, que permeou todos esses trabalhos, trouxe o seu quinhão de 
progresso para os recursos humanos, mesmo que não tornasse a área mais 
estratégica ou mais efetiva na demonstração e na comparação de resultados. Em 
outras palavras, a área de recursos humanos só poderá sobreviver se conseguir 
mostrar e mensurar valor agregado à empresa e às pessoas que lá trabalham. 
A maioria das recentes argumentações em torno das razões pelas quais as 
empresas devem mudar envereda pela explicação de que a globalização e o 
neoliberalismo alteraram os espaços competitivos de empresas e nações, exigindo 
das organizações um pensamento estratégico empresarial global e umas atuações 
cada vez mais regionais, pessoais e voltadas para a diferenciação. 
 
30 
Pelo fato de historicamente, termos governos e modelos econômicos fechados, 
nossas empresas tiveram de se adaptar, com os processos de mudança 
organizacional iniciados abruptamente em nosso país os produtos desses trabalhos 
começaram a aparecer. Uma das maiores constatações que os produtos desse 
processo permitiram foi a de que não existe um caminho de retorno, ou seja, "os 
velhos tempos" devem ser vistos como tal a nada mais do que isso. 
 
 
Fonte: twitter.com 
 
Diante dessa nova circunstância organizacional,as pessoas, por decorrência 
lógica, começaram a questionar os valores que norteavam suas relações com a 
empresa e dentro da empresa. A valorização do capital humano começa a ser 
percebido como estratégia de gestão e nesse contexto as organizações passam a 
demandar de um profissional que conheça bem as pessoas e as relações, o 
pedagogo. 
Nos últimos anos, os profissionais de recursos humanos conquistaram espaço 
e oportunidade para interferir no projeto de toda a organização; não ficando mais a 
reboque, tentando costurar soluções comportamentais para decisões tecnológicas ou 
empresariais inadequadas ou pensadas pela metade, convidando o pedagogo a 
exercitar dentro do contexto organizacional suas habilidades de gestor de pessoas. O 
esquema abaixo nos mostra claramente, porque o espaço organizacional se tornou 
um campo de atuação do pedagogo, pois, diante dos desafios do terceiro milênio, 
 
31 
demandamos de profissionais que entendam de gente, capaz de articular toda a rede 
que envolve as organizações e através dela gerar resultados satisfatórios, fato este 
que coloca o pedagogo como ator desse novo cenário organizacional. 
 
 
Fonte: Chiavenato, Idalberto. Gestão de pessoas: e o novo papel dos recursos humanos nas 
organizações 
6 A FUNÇÃO DO PEDAGOGO NAS EMPRESAS 
 
Fonte: forum.saude.doutissima.com 
 
Lidar com pessoas tornou-se hoje uma atividade completamente diferente do 
que se fazia há algum tempo atrás. Hoje em plena era da informação, as organizações 
http://forum.saude.doutissima.com.br/doutissima/Psicologia/Dica-do-Psicologo/impotancia-pedagogo-topico_1265_1.htm
 
32 
enfrentam um desafio importantíssimo na gestão de pessoas e nesse contexto de 
mudanças e competitividade das empresas é necessária uma nova estrutura 
organizacional para otimizar as habilidades e os talentos das pessoas, evitando 
conflitos e construindo relações mais efetivas e produtivas. 
As organizações dependem diretamente das pessoas, para ocupar um espaço 
de destaque no mercado e para produzir seus bens e serviços, atender bem seus 
clientes, a fim de atingir seus objetivos empresariais e estratégicos como: 
produtividade, crescimento sustentado, lucratividade, redução de custo, qualidade nos 
produtos e serviços, e imagens. 
Portanto, o setor de RH das organizações, deve ser um setor de 
enriquecimento de talentos e não de controle e fiscalização; gerenciar com pessoas e 
não as pessoas. Deve-se pensar em um modelo de gestão de pessoas, que vise 
maior participação nas decisões utilizando ao máximo a inteligência e o talento de 
cada funcionário, para obter sinergia de esforços e ampliação de conhecimentos das 
equipes. 
O setor de recursos humanos deve investir no capital intelectual e capacitar 
pessoas criando condições para que elas utilizem eficazmente as suas habilidades. 
Neste momento a pedagogia vem de uma forma bem definida, com um conhecimento 
acerca de pessoas estruturado e fundamentado, traçando objetivos organizacionais 
que possam ser alcançados com uma compreensão clara do que se entende por 
gestão de pessoas e processos, dentro de uma organização. 
O objetivo dessa reflexão é mobilizar e conscientizar os pedagogos da 
dimensão do seu papel dentro das organizações. Partindo da realidade que uma 
empresa é um espaço educativo, cria-se então a necessidade de um profissional apto 
a amarrar todas as relações humanas, atuando com estratégias e metodologias para 
informações, conhecimentos e realizações de objetivos, tendo como resultado um 
melhor aprimoramento, qualificação profissional e pessoal dos funcionários. 
Para que tais objetivos possam ser alcançados, torna-se necessário que o 
pedagogo, tenha uma compreensão clara do que se entendem, por gestão de pessoas 
dentro de uma organização, quais são suas políticas: missão, visão, valores, como 
eficiência, eficácia e cujos esses objetivos buscam muito mais do que acumular 
técnicas ou conhecimentos, mas, acima de tudo, promover mudanças e atitudes mais 
amplas. 
 
 
33 
 
Fonte: primecursos.com 
 
Ampliando a atuação do Pedagogo Empresarial, mesmo que leve algum tempo, 
é importante conhecer os funcionários em relação à sua origem, seus envolvimentos, 
formação, cultura, anseios e objetivos. Isso possibilitará elaborar projetos 
educacionais que estejam adequados aos objetivos da empresa, ou equipá-los para 
que na compreensão desses objetivos, possam produzir cada vez mais e melhor como 
a parte integrante e mais importante da empresa e da sociedade. Mantidos em forma 
de educação contínua, os saberes acumulados no contexto da empresa e da 
sociedade, transitórios ou técnicos, possibilitará um trabalho permanente, cuja gestão 
de sua competência e conhecimento pode e devem ser articulados com outros valores 
e profissionais, todos com a função de obter mudanças no comportamento e 
comprometimento do indivíduo com a empresa. 
A principal missão do pedagogo é fazer intervenções oportunas nos processos 
organizacionais e desenvolver o potencial humano das equipes de trabalho, seus 
conhecimentos, suas habilidades, com autodisciplina decorrente da autonomia e da 
responsabilidade, buscando articular teoria e pratica, na construção de relações mais 
confiáveis. 
6.1 Benefícios da Pedagogia Empresarial 
1. Desenvolve novas competências para compreender o negócio e as 
causas e os efeitos de certas decisões estratégicas. 
 
34 
2. Permite adquirir novos insights sobre como a missão organizacional 
influencia as decisões cotidianas na organização. 
3. Visualiza novos horizontes combinando os novos insights e 
competências para ajudar aos colaboradores a verem mais claramente 
o que devem alcançar e como fazer isto. 
4. O colaborador se sente recompensada em seu trabalho, pois 
aprendendo e desenvolvendo habilidades e competências, as pessoas 
se sentem mais satisfeitas e realizadas com aquilo que fazem. 
 
Muitos dos chefes de seção de pessoal eram advogados, executivos e o 
escopo básico de seu trabalho eram dizer e fazer coisas de pessoal segundo as leis. 
Administrava-se o papelório - os procedimentos legais -, o que já era um progresso; 
contudo, a mediação pessoa/empresa estava relegada aos termos da lei. 
 
 
Fonte: blog.7pontos.com.br 
 
Acompanhando as mudanças globais passamos para uma sociedade do 
conhecimento, na qual o recurso controlador não é mais o capital, ou tampouco a terra 
ou a mão-de-obra, mas sim a capacidade e experiência dos indivíduos. No âmbito 
empresarial são necessários profissionais para atuarem nos processos de 
planejamento, capacitação, treinamento, atualização e desenvolvimento dos 
funcionários dessa empresa, e é nesse momento que surge o pedagogo empresarial. 
O pedagogo empresarial visa sempre melhorar a qualidade de prestação de 
serviços de uma empresa. Seja planejando, solucionando problemas, formulando 
hipóteses, elaborando projetos, esse profissional visa à melhoria dos processos 
instituídos na empresa, garantindo uma qualidade no atendimento de seus clientes e 
http://somostodosum.ig.com.br/clube/artigos.asp?id=32682
http://blog.7pontos.com.br/o-mercado-de-trabalho-nas-midias-sociais/
 
35 
também dos seus funcionários. Todo esse processo tem por base a gestão de 
pessoas, desenvolvendo a capacidade de renovação da empresa e dos seus 
funcionários, buscando sempre o conhecimento de novas técnicas, a promoção de 
atitudes transformadoras e mobilizadoras, visando sempre que a empresa obtenha 
excelência nos atendimentos às exigências do mercado e da sociedade (Greco, 
2005). 
O pedagogo tem uma formação holística, o que o habilita a ocupar um espaço 
organizacional, desempenhando um papel de gestor de pessoas, pode e deve atuar 
sim numa empresa devido a sua formação que não especificada - como o psicólogo 
- e sim numa visão ampla que consiste na própria psicologia, na sociologia, na 
filosofia, na história, na administração dentre outras. 
O mercadode trabalho já tem exigido e cobrado das empresas mais ações de 
responsabilidade social. Com isso, está crescendo a demanda por profissionais 
especializados para planejar, coordenar, executar, e divulgar projetos sociais 
principalmente na área de educação, o que é a expertise do pedagogo. 
Portanto, vale ressaltar a grande importância da atuação do pedagogo dentro 
de uma organização. Seu papel como educador, articulador e mediador, seu perfil e 
suas funções pedagógicas e metodológicas. 
6.2 Conceito de gestão de pessoas. 
Um setor vivo e dinâmico da organização; setor que manipula os demais; 
recurso dotado de uma vocação dirigida para o crescimento e desenvolvimento do 
capital humano e intelectual das pessoas; órgão responsável pela distribuição das 
informações necessárias para o crescimento da organização. 
Conceituar, identificar, operacionalizar, desenvolver, avaliar e promover são 
competências importantes para o profissional que almeja ser gestor de pessoas. É 
claro que muitas delas podem ser compartilhadas com profissionais de outras áreas, 
mas, quando atribuídas ao profissional de recursos humanos, eles devem oferecer um 
quadro harmônico e confiável. 
O aproveitamento de Recursos Humanos decorre de um processo de avaliação 
contínua dos funcionários e permite a organização reter os seus "bons" funcionários 
substituindo somente aqueles que apresentam distorções de desempenho 
consideradas difíceis de serem corrigidas dentro de um programa de treinamento. 
 
36 
Daí a importância de se incluir no processo de qualificação profissional a 
pedagogia que vai responder de uma forma mais efetiva, contribuindo para o 
desenvolvimento e desempenho global da empresa. 
 
 
Fonte: empresafamiliar.com.br 
6.3 As Organizações Empresariais 
A moderna Gestão de Pessoas procura tratar as pessoas e, os processos, 
simultaneamente como importantes recursos organizacionais, mas rompendo a 
maneira tradicional de tratá-las meramente como meios de produção. 
Pessoas como pessoas e não simplesmente como recursos ou insumo. Até a 
pouco tempo, elas eram tratadas como objetos e como recursos produtivos - quase 
da mesma forma como se fossem máquinas ou equipamentos de trabalho, como 
meros agentes passivos da administração. 
Através dessa maneira retrógrada de visualizar as pessoas provocou grandes 
conflitos trabalhistas. Hoje a tendência é fazer com que todas as pessoas, em 
qualquer nível dentro da organização, sejam administradoras - e não simplesmente 
executores - de suas tarefas. Além de executar suas tarefas, cada pessoa deve 
conscientizar-se de que ela deve ser o elemento de diagnóstico e de solução de 
problemas para obter uma melhoria contínua do seu trabalho dentro da organização. 
É assim que crescem e solidificam-se as organizações bem-sucedidas. 
A cultura representa o ambiente de crenças e valores, costumes e tradições, 
conhecimentos e práticas de convívio social e relacionamento entre as pessoas. A 
cultura significa o comportamento convencionalizado e aceito pela sociedade e 
http://www.empresafamiliar.com.br/qual-a-importancia-da-gestao-de-pessoas-e-seus-reflexos-nas-empresas-familiares/
 
37 
provoca enorme influência e condicionamento sobre todas as ações e 
comportamentos das pessoas. Segundo Ribeiro: 
Portanto, cultura é o resultado de um complexo conjunto de processos de 
aprendizagem os quais são, apenas parcialmente, influenciados pelo 
comportamento e vontade do líder. Por outro lado, destaca-se que a cultura 
organizacional indica o clima e as práticas que as organizações desenvolvem 
ao "redor" dos seus funcionários. (2003, p. 63). 
Se as organizações são compostas de pessoas e estas precisam engajar-se 
em organizações para alcançar seus objetivos, nem sempre este casamento é fácil. 
Se as organizações são diferentes entre si, ocorre o mesmo com as pessoas que por 
serem diferentes individualmente possuem suas próprias características 
separadamente. 
O pedagogo tem como foco dentro de uma empresa, desenvolver e trabalhar o 
capital humano sob sua responsabilidade, articulando toda a estrutura interna e 
externa da organização, para construir um capital intelectual, que se traduza em 
relações de cooperação e ao mesmo tempo promova competitividade para a empresa, 
como nos mostra o esquema abaixo. 
 
 
Fonte: Chiavenato, Idalberto. Gestão de pessoas: e o novo papel dos recursos humanos nas 
organizações. 
 
 
38 
7 O PEDAGOGO EMPRESARIAL 
 
Fonte: fipb.com.br 
 
O desenfreado desenvolvimento científico e tecnológico das últimas décadas 
tem marcado a sociedade contemporânea com profundas mudanças nas 
organizações, no modo de produção e nas relações humanas. Verdades e conceitos 
têm sido questionados, mitos e comportamentos derrubados e o conhecimento tem 
ultrapassado os limites geográficos, sociais e educacionais com uma vertiginosa 
velocidade. 
As novas tendências sociais e os novos rumos impostos pela Era da 
Informação influenciam diretamente a educação e o conhecimento. Administrar a 
quantidade de informações veiculadas e estar atualizado, atualmente, é uma tarefa 
extremamente difícil e especializada. 
O velho esquema escolar da memorização, da erudição pela erudição oriunda 
da ação pedagógica da Companhia de Jesus na implantação do sistema educacional 
brasileiro, já não se enquadra nos moldes da nova construção socioeconômica e 
educacional do país. 
O mundo transforma-se a cada momento e o resultado mais visível desse 
processo é a obsolescência do conhecimento que nos impele à atualização constante 
 
39 
e contínua. O MEC evidenciou a intensidade do impacto desse novo formato social ao 
publicar os Referenciais para Formação de Professores. (GENTILI; BENCINI, 2000). 
O documento descreve as novas competências do educador e as novas 
características das suas aulas, que devem priorizar a formação do aluno cidadão, 
capaz de estabelecer relações com o mundo que o cerca, analisar, pesquisar, estar 
atualizado e, sobretudo, aprender a aprender. 
Os reflexos mutatórios na escola explicitam a exigência urgente do mercado de 
trabalho que não abriga mais o trabalhador mecanizado, mero executor de tarefas, 
personificado na figura robotizada do personagem do filme Tempos Modernos de 
Charles Chaplin. O ambiente organizacional contemporâneo requer o trabalhador 
pensante, criativo, proativo, analítico, com habilidade para resolução de problemas e 
tomada de decisões, capacidade de trabalho em equipe e em total contato com a 
rapidez de transformação e a flexibilização dos tempos atuais. 
Mas como conseguir isso? Como conseguir desenvolver competências nos 
alunos de nossas escolas atuais? Como contribuir para a construção de 
colaboradores autônomos, e com espírito de aprendizes? Como manter as 
organizações atualizadas no mundo que vive a transformação num ritmo frenético? 
Como transformar o ambiente de trabalho em um ambiente de aprendizagem 
permanente? 
Diante dessas indagações surge a figura do Pedagogo Empresarial. Cada vez 
mais as empresas descobrem a importância da educação no trabalho e desvendam a 
influência da ação educativa do Pedagogo na empresa. O Pedagogo não é mais só o 
profissional que atua no ambiente escolar. Ao contrário, dispõe de uma imensa área 
de atuação, tais como: empresas de diversos setores, ONGS, editoras, sites, 
consultorias especializadas em T&D e em todas as áreas que requeiram um trabalho 
educativo. 
A tarefa do Pedagogo Empresarial é, entre outras, a de ser o mediador e o 
articulador de ações educacionais na administração de informações dentro do 
processo contínuo de mudanças e de gestão do conhecimento. Gerenciar processos 
de mudança exige novas posturas e novos valores organizacionais, características 
fundamentais para empresas que pretendem manterem-se ativas e competitivas no 
mercado. 
Dessa forma, o profissional da educação atua na área de Recursos Humanos 
direcionando seus conhecimentospara os colaboradores da empresa com o objetivo 
 
40 
da melhoria de resultados coletivos, desenvolve projetos educacionais, seleciona e 
planeja cursos de aperfeiçoamento e capacitação, representa à empresa em 
negociações, convenções, simpósios, realiza palestras, aporta novas tecnologias, 
pesquisa a utilização e a implantação de novos processos, avalia desempenho e 
desenvolve projetos para o treinamento dos funcionários. 
Outra modalidade para a capacitação e treinamento dos recursos humanos no 
mercado empresarial é a Universidade Corporativa. Essas Universidades 
desenvolvem um sistema de aprendizado contínuo voltado para as necessidades 
específicas das empresas e de seus colaboradores. Contribuem para a aquisição dos 
conhecimentos dos novos processos de produção e valores organizacionais 
consoantes com a missão da empresa. Esse novo nicho educacional tem crescido e 
tende a intensificar-se nos próximos anos gerando uma demanda social de 
Pedagogos Empresariais. 
As organizações são formadas por pessoas: são elas que atendem ao público, 
despacham documentos, recebem recados, fazem pagamentos, tomam decisões. Há 
uma mútua simbiose entre pessoas e organizações: pessoas dependem das 
organizações e organizações dependem das pessoas. 
Dentro dessa interdependência e do novo paradigma de competitividade em 
mercados globais, o treinamento e o aprendizado são imprescindíveis para o 
aproveitamento das oportunidades pessoais e organizacionais e para a neutralização 
das ameaças ambientais. Os indicadores propulsores da aprendizagem 
organizacional são a criatividade e a inovação. 
Segundo Peter Senge (1999, p. 320), autor do livro A Quinta Disciplina, os 
gerentes devem estimular e conduzir a mudança para criar organizações que 
aprendam. (SENGE apud CHIAVENATO, 1999). 
A aprendizagem e o treinamento nas empresas são os diferenciais de 
competitividade, qualidade e lucratividade. Por esse motivo o investimento no 
conhecimento contínuo e coletivo do capital intelectual das empresas tende ao 
crescimento progressivo. 
Esse conceito administrativo assemelha-se, integralmente, ao novo conceito 
educacional de escola e da sua função social: formar cidadãos autônomos, não sendo 
mais o lugar de simples transmissão do conhecimento, tornou-se, o espaço das 
relações humanas moldadas, deve ser usada para aprimorar valores e atitudes, além 
 
41 
de capacitar o indivíduo na busca de informações, onde quer que elas estejam, para 
usá-las no seu cotidiano. 
Torna-se evidente que a palavra de ordem hoje é Gestão do Conhecimento. 
Escolas e empresas que não repensarem seus modelos e agarrarem-se aos velhos 
paradigmas do aprendizado e das relações humanas estarão, certamente, fadadas ao 
fracasso ou ao desaparecimento. 
A inexorabilidade da reestruturação socioeconômica obriga que as escolas 
desenvolvam competências nos alunos para atender às exigências do mercado de 
trabalho e que as organizações reestruturem-se e transforme o ambiente de trabalho 
num ambiente de aprendizagem, contribuindo para a construção de pessoas que se 
antecipem aos acontecimentos, sejam atualizadas e saibam aprender a aprender. 
O pedagogo vai para as organizações ocupar o papel de gestor de pessoas, de 
conhecimento e de talentos e segundo Idalberto Chiavenato, gerir talento humano 
está se tornando indispensável para o sucesso das organizações. Ter pessoas não 
significa necessariamente ter talentos. E qual a diferença entre pessoas e talentos? 
Um talento é sempre um tipo especial de pessoa e nem sempre toda pessoa é um 
talento. 
 
 
Fonte: blog.raleduc.com.br 
 
Para ter talento a pessoa precisa possuir algum diferencial que a valorize. 
Hoje, o talento envolve três aspectos: 
 
 
42 
a) Conhecimento. É o saber. Constitui o resultado do aprender a aprender, 
aprender continuadamente e aumentar continuadamente o 
conhecimento. 
b) Habilidade. É o saber fazer. Significa utilizar e aplicar o conhecimento, 
seja para resolver problemas ou situações ou criar e inovar. 
c) Competência. É o saber fazer acontecer. A competência permite 
alcançar e superar metas e resultados, agregar valor, obter excelência 
e abastecer o espírito empreendedor. 
 
Talento era o nome dado a uma moeda valiosa na antiguidade. Hoje é preciso 
saber atrair, aplicar, desenvolver, recompensar, reter e monitorar esse ativo precioso 
para as organizações e não apenas para a área de RH. 
 
Conhecimento: Habilidade: Competência: 
SABER SABER FAZER SABER FAZER 
 
Aprender a Aprender 
 
Aplicar o Conhecimento 
 
ACONTECER 
 
Aprender 
Continuamente 
 
Resolver Problemas 
 
Alcançar Metas 
 
Aumentar o 
 
Criar e Inovar. 
 
Agregar Valores 
conhecimento. Obter excelência 
 Empreender 
 
 
O esquema acima sintetiza o papel articulador do pedagogo dentro das 
organizações, viabilizando contextos favoráveis e incentivador, para que os talentos 
cresçam e se desenvolvam, formando o capital humano das empresas, que é seu 
maior patrimônio, seu grande diferencial, que a faz alcançar competitividade e 
sucesso. 
O papel do pedagogo, em espaços organizacionais, tornou-se desafiador a 
partir do momento em que verificamos através de discussões realizadas em sala de 
 
43 
aula, seminários, mesa redonda, através de leituras compartilhadas, um horizonte se 
abrindo para esta área do conhecimento, que se fundamentam também nos quatro 
pilares da educação. 
Segundo o relatório Jacques Delors, da Comissão Internacional sobre a 
educação para o século XXI, elaborado para a UNESCO, iniciado em 1993 e 
concluído em 1996, destaca os quatro pilares básicos essenciais a um novo conceito 
de educação: 
A educação ao longo de toda vida baseia-se em quatro pilares: aprender a 
conhecer, aprender a fazer, aprender a viver juntos, aprender a ser. (...) A educação 
ao longo de toda a vida torna-se assim, para nós, o meio de chegar a um equilíbrio 
mais perfeito entre trabalho e aprendizagem bem como ao exercício de uma cidadania 
mais ativa (DELORS, 2001, p. 101). 
Refletindo sobre as contribuições deste relatório para a formação continuada 
dos profissionais, percebemos que a concepção de educação nele proposta está 
voltada para toda a organização. Um modelo que vai além dos muros da escola e 
deve fazer com que o indivíduo saiba conduzir o seu destino, num mundo onde a 
rapidez das mudanças se conjuga com o fenômeno da globalização modificando a 
relação que homens e mulheres mantêm com o espaço e o tempo. 
O pedagogo é um profissional dentro das organizações que tem formação para 
compreender as empresas enquanto organizações que aprendem e que seu 
diferencial é as pessoas e como tal conduzir os processos de ensino/aprendizagem. 
 
 
Fonte: imesmercosur.org.br 
 
44 
8 O PEDAGOGO E A QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL 
Geralmente, o pedagogo tem-se caracterizado como profissional responsável 
pela docência e especialidades da educação, como: Direção, Supervisão, 
Coordenação e Orientação Educacional, entre outras atividades específicas da 
escola. Podemos dizer que, dificilmente, encontra-se o profissional da educação 
desvinculado da escola propriamente dita, e inserido em outras atividades do mundo 
do trabalho, como em empresas, ainda que esse trabalho se refira à educação, mas 
em uma perspectiva extraescolar. 
Ao analisar a estrutura de organização das disciplinas do curso de Pedagogia 
notamos que não há direcionamento específico para a atuação do pedagogo em 
empresas, fato esse que dificulta a inserção e conhecimento das possibilidades de 
atuação desse profissional nos processos produtivos. Por essa razão e, também, 
porque a escola constitui-se um local de trabalho bastante conhecido dos pedagogos, 
esses profissionais limitam sua procura a essas instituições. Nesse momento, em que 
o curso de pedagogia passa por um processo de reestruturação com propostas 
divergentes de diretrizes curriculares e, também, considerandoas modificações 
ocorridas no processo produtivo, faz-se importante contemplar a possibilidade de 
atuação desses profissionais em outros setores do mundo do trabalho. 
 
 
Fonte: fundasc.com.br 
 
45 
9 O TRABALHO DO PEDAGOGO 
Todos esses aspectos levam-nos a refletir sobre a possibilidade de um novo 
campo de atuação para o pedagogo, até agora pouco explorado. Para discutirmos a 
presença do pedagogo nos processos produtivos, elegemos três aspectos 
constitutivos da especificidade do trabalho desse profissional que nos parece 
interessantes ser aproveitados nos locais de produção, sendo eles: a interação com 
o sujeito, a reflexão sobre a prática do trabalho e a elaboração de programas 
instrucionais que priorizem a totalidade do processo de trabalho. 
O trabalho costumeiramente desenvolvido pelo profissional da educação (o 
pedagogo) refere-se a oferecer instrumentos para que o sujeito aprenda a desvendar 
a realidade. Para que o conhecimento aconteça por parte do sujeito, o educador tem 
um papel fundamental que é o de oferecer subsídios de cunho teórico-prático para 
que a partir da ação o sujeito interfira na realidade. 
Nesse sentido, o educador não é um mero transmissor de conhecimento, 
mesmo porque o processo pelo qual consolida-se o conhecimento pressupõe a 
interação entre sujeito estruturante e objeto a ser estruturado, assim, faz-se 
imprescindível notar que a função essencial do educador está em oferecer além dos 
conteúdos, os instrumentos que possibilitem e estimulem a busca do conhecimento 
por parte do sujeito. 
 
 
Fonte: congnin.com.br 
 
 
46 
Como mencionamos anteriormente, se há no mundo do trabalho a necessidade 
de um conhecimento de caráter mais criativo e ativo, então a interação entre os 
profissionais responsáveis pela produção demonstra ser essencial. Essa interação 
conjuga a troca recíproca de conhecimento, de um lado, os técnicos, com o saber 
adquirido pelos anos de experiência na profissão e alguma formação institucional, de 
outro, os engenheiros e outros profissionais com formação de nível mais elevado, mas 
que muitas vezes se encontram desprovido de condições para socializar esse 
conhecimento com os demais. 
Assim, esses últimos acabam por centralizar em si a escolha dos 
procedimentos a serem utilizados na produção, perdendo a contribuição prática dos 
trabalhadores e emperrando a organização da empresa de acordo com as novas 
formas de organização do trabalho. 
Pudemos observar que em uma das empresas pesquisadas utiliza como 
estratégia para a qualificação de seus quadros profissionais o programa de 
multiplicadores de treinamento, o qual requer do profissional maior responsabilidade 
e conhecimento, já que terá de dominar além de seu trabalho específico todo o 
processo de produção. 
Esse tipo de programa requer do profissional, outras habilidades como 
capacidade de compreensão e exposição de ideias, utilização e seleção de materiais 
didáticos para atingir fins determinados, capacidade de oratória entre outros. 
Tudo parece indicar que a necessidade do mercado não se encontra mais 
fundamentada na divisão entre planejar e executar, por isso os treinamentos 
realizados simplesmente com suporte técnico não é mais suficiente. Para trabalhar 
nas novas formas de organização do trabalho, parece ser necessário o 
desenvolvimento intelectual e comportamental visando o trabalho conjunto. Como 
parte de uma equipe interdisciplinar, o pedagogo por compreender o processo 
cognoscente pode contribuir na aprendizagem do profissional aguçando o 
desenvolvimento das potencialidades individuais através da interação entre os 
profissionais na seleção de metodologias adequadas proporcionando, assim, 
condições para que ocorra a aprendizagem por meio do trabalho. Outro aspecto da 
formação do pedagogo refere-se à reflexão sobre a prática, aliando teoria e prática. 
No âmbito da escola, a práxis é bastante discutida como elemento essencial na prática 
cotidiana na sala de aula. 
 
47 
Ao falar sobre a valorização do saber produzido nas relações sociais, o 
pedagogo é o profissional que faz das situações concretas que vive o seu instrumento 
de reflexão e elabora saber, esse mesmo saber faz com que o docente se relacione 
mais profundamente com o conhecimento. 
Nesse momento da sociedade capitalista tudo indica que seja oportuno para os 
setores produtivos estreitarem as relações existentes entre teoria e prática, 
canalizando essa união em benefício da qualificação profissional, ainda que, 
contraditoriamente, o interesse das empresas capitalista com a formação profissional 
seja a acumulação de capital. 
Como mencionamos, juntamente com a tendência a uma maior proximidade 
entre categorias profissionais na produção, parece possível dizer que o diálogo 
visando à troca de experiência e, sobretudo, a capacidade de olhar para a produção 
extraindo dessa mesma realidade as necessidades práticas para encontrar novos 
caminhos constitui-se em um elemento importante para a empresa, como também, 
para despertar a capacidade criativa e de compreensão profissional. 
Esse trecho evidencia que o ato de executar encontra-se dissociado do ato de 
planejar, alienando o trabalhador da compreensão do processo produtivo. Nesse 
sentido, é oportuno que as experiências práticas estejam ligadas a instrumentos 
educacionais que, além de proporcionarem a participação dos trabalhadores no 
planejamento, execução e avaliação, levem o sujeito a perceber as situações 
provenientes da prática e as alternativas cabíveis para solucionar os problemas que 
surgem e propor inovações. 
Para que se preconizem inovações na produção, o componente intelectual 
demonstra ser indispensável, pois tudo parece indicar que somente com uma 
articulação de nível intelectual poderemos avançar no âmbito da qualificação 
profissional. Essa articulação compreende a interação com a realidade através do 
questionamento constante das práticas empregadas na produção, de modo a 
incorporar ou rejeitar as experiências que surgem. 
A importância de subsidiar as experiências provenientes da prática de suporte 
educacional, já que os pedagogos do trabalho nas indústrias metalomecânica na 
Alemanha têm desenvolvido e aplicado o conceito de qualificação profissional com 
base na capacidade e conhecimento para compreender o processo de produção, 
aprendizagem direcionada às experiências surgidas no trabalho, objetivos que são 
orientados no processo total da produção incluindo planejamento, execução e controle 
 
48 
do trabalho em cooperação, em seguida são desenvolvidas diretrizes didáticas que 
contemplam esses conceitos. 
 
 
Fonte: pedagogiaaopedaletra.com 
 
Estudos demonstram a necessidade de desenvolver um conceito de 
qualificação profissional com base na nova forma e organizar a produção, e também, 
os novos modelos organizacionais parecem requerer que as experiências adquiridas 
na prática do trabalho estejam subsidiadas de suporte educacional a fim de traduzir o 
momento no qual o trabalhador despende sua força de trabalho em ganhos individuais 
e que as equipes de trabalho inovem, troquem experiências e interajam entre si, não 
apenas em uma perspectiva de execução, mas de concepção do trabalho. 
Outro aspecto do trabalho que o pedagogo pode vir realizar na empresa se 
refere à elaboração de programas instrucionais ou diretrizes didáticas. Nas empresas 
podemos constatar que todas elas fazem um planejamento prévio das etapas de 
treinamento contendo conteúdos, objetivos, técnicas (lê-se metodologia) e avaliação, 
porém esse planejamento é realizado sem suporte educacional, ainda que o objetivo 
seja a qualificação dos trabalhadores, que por mais restrito que se entenda esse 
conceito, em geral, refere-se à aquisição de conhecimentos do processo produtivo e 
desenvolvimento de capacidades intelectuais e comportamentais no sujeito que 
aprende determinado conteúdo. 
 
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