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Impacto da Ditadura na Educação

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O objetivo deste ensaio é fazer uma breve explanação sobre como a Ditadura militar marcou o sistema educacional brasileiro e também como influenciou na atuação dos professores da Educação básica nas instituições escolares. Ditadura Civil Militar (1964-1988), foi um período de muita turbulência que atingiu os setores econômicos, sociais, culturais, políticos, e consequentemente o sistema educacional ao qual foi marcado pela ideologia tecnocrata. Para construção desse trabalho baseou-se no artigo de Elaine Lourenço um estudo interessante que ela realizou sobre o ensino em tempos de Ditadura intitulado “O ensino de História encontra seu passado: memórias da atuação docente durante a ditadura civil-militar”.
 Educação, Ditadura militar, Professores
 A Ditadura Civil Militar foi um período muito turbulento no país em que marcou todas as esferas da sociedade, e quem era contrário ao novo sistema não poderiam se manifestar, os que eram contra sofreram á sansões gravíssimas, muitos cidadãos inclusive professores foram perseguidos, presos, torturados e mortos durante esse período terrível que “ manchou” a história do Brasil. Júnior e Bittar (2008) ressaltaram que “a educação no âmbito do regime militar foi concebida como um instrumento a serviço da racionalidade tecnocrática, com o objetivo de se viabilizar o slogan Brasil Grande Potência”. A ideologia tecnocrata propagava uma concepção pedagógica autoritária e produtivista em relação a educação e mundo do trabalho.
 Com quase 50 anos que ocorreu o golpe militar observou-se que algumas pessoas exaltaram a Ditadura, o presidente Bolsonaro e seus filhos são exemplos dessas pessoas, vale ressaltar que no momento do voto sobre o impeachment da ex Presidente Dilma Rousseff, Bolsonaro enquanto deputado federal na época ressaltou o coronel Brilhante Ustra fazendo uma homenagem ao mesmo, chamando-o de “pavor de Dilma Rousseff”, por ter comandado momentos de tortura contra Dilma quando ela foi presa por ter lutado contra o regime. O Professor Doutor Leandro Karnal, em uma entrevista para TV cultura em 2015 ele disse que 
 quando vejo alguém defendendo a ditadura eu dou uma aula de história, se for jovem me sinto no dever de explicar: O que é o arbítrio; o que é a cassação de direitos como o habeas corpus, o que foi o AI 5; o que foi a tortura de mulheres grávidas; o que é o fim da liberdade de imprensa, o que foi a barbárie da concentração de renda durante a ditadura militar, ser for uma pessoa de idade atribuo a memória em relação ao esquecimento, não há como defender eticamente, moralmente num plano mínimo de humanidade uma intervenção militar, nossos problemas foram piorados pela ditadura, é muito importante lembrar que não se deve nunca questionar a democracia deve se aperfeiçoa-la, a quantidade enorme de escândalos financeiros de gente que enriqueceram acobertados por militares. 
 
 Com o intuito de difundir seus ideais o regime ditatorial apoderou se de toda estrutura educacional. A professora de história da USP e da PUC de São Paulo, Circe Bittencourt, ressaltou que era desafiador e também era necessário cautela para ensinar a disciplina de história pois era perigoso. Percebe-se que o regime considerava o ensino de História um campo perigoso para o regime, portanto substituíram a disciplina de História e Geografia por Estudos sociais. Em Depoimento de Circe durante a 126ª audiência pública da Comissão da Verdade do Estado de São Paulo “Rubens Paiva” em parceria com a Comissão Nacional da Verdade no dia 30 de maio de 2014. Relatório - Tomo I - Parte I - O Legado da Ditadura Para a Educação Brasileira, ela colocou que: 
A partir desse momento da ditadura militar, eu quero frisar isso, que querem retirar a História da escola, o tempo inteiro. [...] Um fato bastante conhecido, que é exatamente, quando foi feita a substituição da História e da Geografia pelos Estudos Sociais, conforme determinou a Lei 5.692, de 1971. Quer dizer, isso foi um fato concreto da retirada, ou da proposta de retirada legal da História e também da Geografia da escola. Então, essas reflexões que eu faço aqui querem mostrar, exatamente, os propósitos dessa medida e, evidentemente, as repercussões que elas passaram a ter na história do próprio ensino da História. Quero apresentar um pouco aqui também as estratégias e o papel significante e significativo da atuação dos professores como políticas de resistência. Professores foram seduzidos, mas professores também se rebelaram contra a medida. Então, quando nós pensamos a Lei nº 5.692 [de 11 de agosto de 1971, fixou Diretrizes e Bases para o ensino de 1° e 2º graus], nós temos que voltar atrás, que ela [a História] sempre tem sido uma disciplina presente nos nossos currículos escolares desde o século XIX. Aliás, ela historicamente, na história dos currículos, ela é a que constitui algo, desde o século XIX, como a disciplina que vai organizar o que a gente chama de currículos humanísticos.
 Com essa nova disciplina a formação dos professores também passaram por alterações, introduziram as licenciaturas curtas em Estudos Sociais que de acordo com (ELANE,2010, p.99) “podiam se realizar em cerca de um ano e meio, o professor a lecioná-la no ensino de 5a a 8a séries. Dessa forma, esse nível de ensino passou a abrigar docentes formados em licenciaturas plenas de História e Geografia ao lado dos ingressantes advindos das licenciaturas curtas.” Foi introduzido também a disciplina de Educação Moral e Cívica e de Organização Social ( OSPB), que tinha como objetivo a exaltação da pátria e de seus heróis e que os alunos compreendessem que o regime era bom para o país, portanto é perceptível que mesmo com o aumento de matrículas na Educação Básica não se disponibilizou recurso financeiro para subsidiar esse ensino, (GERMANO,2005.p.164) enfatizou que o Estado se descomprometeu gradativamente de financiar a educação pública e investiu na privatização nos níveis médios e superiores, portanto é perceptível que o Estado se eximiu para com os mais pobres.
 Esse período também foi marcado pelo Decreto Lei nº 477 foi promulgado no dia 26 de fevereiro de 1969 e assinado pelo então presidente Artur da Costa e Silva para estabelecer o que o regime considerava “infrações disciplinares praticadas por professores, alunos, funcionários ou empregados de estabelecimentos de ensino público ou particulares. 
 Em relação ao artigo de Elane Lourenço que teve como foco a história oral, com entrevistas a 04 docentes que atuaram na docência em escolas paulistas, já aposentados ao qual as entrevistas foram direcionadas como teria sido a atuação deles em sala de aula, se o regime os reprimia, se eles se sentiam ameaçados por esse sistema. Uma das professoras foi presa, a mesma também atuava no ensino superior, um professor ressaltou que a diretora da escola o vigiava, mas não a mando dos militares, os outros dois professores ressaltaram que se sentiam vigiados. Diante das colocações dos docentes pode se observar diferentes percepções em torno de vigilância dos militares o que implica formas de aceitação ou resistência. Não tinha repressão mais eram vigiados.
 A escola não ficou imune a todas essas mudanças, as principais reformas aconteceram a partir da promulgação da lei 5692/ 71 com a unificação do Ensino Primário 1ª a 4ª série, com o Ensino do Ginásio de 1ª a 4ª série que selecionava os alunos Portanto cabia aos professores o ensino voltado para o mercado de trabalho essa “história” de ensino voltado para criticidade não era permitido principalmente em relação ao momento vivido.
Conclusão.
 Conclui-se que a perseguição aos professores foi mais intensa aos que atuavam no ensino superior, contanto na educação básica também houve professores que sofreram as consequências do regime, muitos foram torturados e vários desapareceram. 
Referências
EDUCAÇÃO E IDEOLOGIA TECNOCRÁTICA NA DITADURA MILITAR AMARILIO FERREIRA JR.MARISA BITTAR Cad. Cedes, Campinas, vol. 28, n. 76, p. 333-355, set./dez. 2008.
GERMANO, José Willington. Estado militar e educação no Brasil (1964-1985). 4. ed. São Paulo: Cortez, 2005.

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