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Pegmatitos - Projeto Leste de MG

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MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA
 SECRETARIA DE MINAS E METALURGIA
CPRM–SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
SECRETARIA DE MINAS E ENERGIA
 COMPANHIA MINERADORA DE MINAS GERAIS–COMIG
PROGRAMA
LEVANTAMENTOS
GEOLÓGICOS BÁSICOS
DO BRASIL
Belo Horizonte
Reimpressão 2000
PROJETO
LESTE
PRO VÍNCIA PEG M ATÍTICA O RIENTAL
M apeam ento geológico e cadastram ento de
recursos m inera is da região leste de Minas Gerais
CPRM
Serviço Geológico do Brasil 
CADASTRAMENTO
 DE RECURSOS
 MINERAIS
 PEGMATITOS
Vol.I
Organizado por:
Custódio Netto
Mário Conceição Araujo
Claiton Piva Pinto
João Bosco Viana Drumond
Aqui se constrói um país.
M I N A S E E N E R G I A
N SAIM
SARE I
GOVERNO DE
MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA
Rodolpho Tourinho Neto
Ministro de Estado
SECRETARIA DE MINAS E METALURGIA
Luciano de Freitas Borges
Secretário
CPRM-SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL
Umberto Raimundo Costa
Diretor-Presidente
Luiz Augusto Bizzi
Diretor de Geologia e Recursos Minerais
Thales de Queiróz Sampaio
Diretor de Hidrologia e Gestão Territorial
Paulo Antônio Carneiro Dias
Diretor de Relações Institucionais e Desenvolvimento
José de Sampaio Portela Nunes
Diretor de Administração e Finanças
Sabino Orlando C. Loguércio
Chefe do Departamento de Geologia
Inácio de Medeiros Delgado
Chefe da Divisão de Geologia Básica
SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DE
BELO HORIZONTE
Osvaldo Castanheira
Superintendente
Claiton Piva Pinto*
Gerente de Geologia e Recursos Minerais
Nelson Baptista de Oliveira Resende Costa
Gerente de Relações Institucionais e Desenvolvimento
Fernando Antônio de Oliveira
Gerente de Hidrologia e Gestão Territorial
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
Itamar Augusto Cautiero Franco
Governador
SECRETARIA DE MINAS E METALURGIA
Paulino Cícero de Vasconcelos
Secretário de Estado
José Fernando Coura*
Superintendente de Recursos Minerais
Paulo Nantes dos Santos
Diretor de Desenvolvimento Mineral
COMPANHIA MINERADORA DE
MINAS GERAIS - COMIG
Henrique Eduardo Ferreira Hargreaves
Diretor-Presidente
Marcelo Arruda Nassif*
Diretor de Desenvolvimento Mineral
Luis Márcio Ribeiro Vianna
Diretor de Desenvolvimento e Controle de Negócios
Marco Aurélio Martins da Costa Vasconcelos
Diretor de Administração e Finanças
Os créditos acima referem-se à época da reimpressão desta publicação.
(*) Representantes técnicos no convênio para desenvolvimento do Projeto.
I
CADASTRAMENTO DE RECURSOS MINERAIS
II
PROGRAMA LEVANTAMENTOS GEOLÓGICOS BÁSICOS DO BRASIL
COORDENAÇÃO NACIONAL E SUPERVISÃO TÉCNICA
Coordenador Nacional Inácio de Medeiros Delgado - Geólogo
Geofísica Mário José Metelo - Geólogo
Geologia Estrutural Reginaldo Alves dos Santos - Geólogo
Geoquímica Gilberto José Machado - Geólogo, MSc.
Metalogenia Inácio de Medeiros Delgado - Geólogo
Petrologia Luiz Carlos da Silva - Geólogo, PhD.
Sedimentologia Augusto José Pedreira - Geólogo, PhD.
EQUIPE RESPONSÁVEL PELO PROJETO
CPRM
COORDENAÇÃO GERAL
Claiton Piva Pinto - Geólogo, MSc.
SUPERVISÃO TÉCNICA
João Bosco Viana Drumond - Geólogo
CADASTRAMENTO DE LAVRAS DE GEMAS
Geólogos
André Azevedo Klumb Oliveira
Carlos Augusto Silva Leite
Custódio Netto
Jodauro Nery da Silva
José Heleno Ribeiro
Manoel Pedro Tuller
Maria José Resende Oliveira, MSc
Mário Conceição Araujo *
Nicola Signorelli
Valter Salino Vieira, MSc.
Wilson Luis Féboli
COLABORADORES
Informática: Edson Lopes Barreto - Geólogo
Revisão do texto: Milton Brand Baptista - Geólogo
APOIO OPERACIONAL:
Alba Martinho Coelho
Alexsander Magela Pedrosa
Deli Moreira Soares
Deusdeth Coelho Menezes
Edson Fernandes da Silva
Elizabeth A. Cadete Costa
Fábio Alves Pedrosa
Francisco de P. Carvalho
Jairo Rosa da Silva
José Geraldo de S. Barbosa
José Moreira Bessa
José da Paz Nascimento
Lindouro Araújo Duarte
Lúcio Mauro Souza Neves
Luiz Antônio da Costa
Luiz Carlos Ferreira
Magda E. Guieiro de Oliveira
Márcio Bretas Rocha
Marco Aurélio Guimarães
Maria Alice Rolla Becho
Maria Madalena Costa Ferreira
Moacir Francisco Cândido
Nelson Ferreira
Rosângela G. B. de Souza
Rosemary Correa
Rosilene Peixoto da Costa
Sávio Barçante de Figueiredo
Sônia do Carmo Diniz Soares
Terezinha I. Carvalho Pereira
Valdiva de Oliveira
* Fundação Gorceix
III
MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA
SECRETARIA DE MINAS E METALURGIA
CPRM – SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
SECRETARIA DE MINAS E ENERGIA
COMPANHIA MINERADORA DE MINAS GERAIS – COMIG
PROGRAMA LEVANTAMENTOS GEOLÓGICOS BÁSICOS DO BRASIL
PROJETO LESTE
PROVÍNCIA PEGMATÍTICA ORIENTAL
CADASTRAMENTO DE RECURSOS
MINERAIS
PEGMATITOS
Texto Explicativo
Volume I
Organizado por
Geólº Custódio Netto
Geólº Mário Conceição Araujo
Geólº MSc. Claiton Piva Pinto
Geólº João Bosco Viana Drumond
Belo Horizonte
Reimpressão 2000
IV
PROGRAMA DE LEVANTAMENTOS GEOLÓGICOS BÁSICOS DO BRASIL
PROJETO DE MAPEAMENTO GEOLÓGICO/METALOGENÉTICO SISTEMÁTICO
Executado pela Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais – CPRM
Superintendência Regional de Belo Horizonte
CPRM – Superintendência Regional de Belo Horizonte
Av. Brasil 1731 – Bairro Funcionários
Belo Horizonte – MG – 30.140-002
Fax: (31) 261-5585
Tel: (31) 261-0391
http://www.cprm.gov.br
cprmbh@estaminas.com.br
CRÉDITOS DE AUTORIA
CDU: 552.4
Direitos desta edição: CPRM – Serviço Geológico do Brasil
É permitida a reprodução desta publicação desde que mencionada a fonte.
Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais – CPRM
 Projeto Leste: Cadastramento de Recursos Minerais, Pegmatitos; organizado por Custódio Netto, Mário
Conceição Araujo, Claiton Piva Pinto, João Bosco Viana Drumond – Belo Horizonte: SEME/COMIG/MME/CPRM,
1998.
 197p. v.1, (Série Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil – PLGB/campos pegmatíticos com
esboços geológicos na escala 1:250.000 e estações de cadastramento de recursos minerais).
 Conteúdo: Projeto Leste – etapa 1. Inclui 13 volumes e mapas geológicos – escala 1:100.000. Contém volumes
temáticos de: geologia – nota explicativa; petrografia; geologia estrutural/tectônica. Acompanha 01 mapa geológico
integrado – escala 1:500.000 e 01 volume da folha Almenara com mapa geológico – escala 1:250.000.
1. Geologia do leste de Minas Gerais 2. Gemas 3. Minerais industriais I – Título II – Netto, Custódio, org., III – Araujo,
Mário C., org. IV – Pinto, Claiton P., org. V. – Drumond, João Bosco V., org.
7.5.2 Mário Conceição Araujo
André A. Klumb Oliveira
Custódio Netto
7.5.3 Jodauro Nery da Silva
Mário Conceição Araujo
7.6.1 Custódio Netto
Nicola Signorelli
7.7 Custódio Netto
Mário Conceição Araujo
Item 8 Claiton Piva Pinto
João Bosco V. Drumond
Mário Conceição Araujo
Custódio Netto
Item 9 Claiton Piva Pinto
Mário Conceição Araujo
Custódio Netto
Item 10 Claiton Piva Pinto
Mário Conceição Araujo
Custódio Netto
7.1.1 a 7.1.5
Mário Conceição Araujo
7.1.6 Custódio Netto
Carlos Augusto da S. Leite
Mário Conceição Araujo
7.1.7 Custódio Netto
Mário Conceição Araujo
7.1.8 Custódio Netto
7.1.9 Mário Conceição Araujo
Maria José Resende Oliveira
7.1.10 Wilson Luiz Féboli
Mário Conceição Araujo
7.2.1 Custódio Netto
7.2.2 Custódio Netto
7.3.1 Mário Conceição Araujo
7.4.1 a 7.4.4
Custódio Netto
Item 1 Claiton Piva Pinto
Custódio Netto
João Bosco V. Drumond
Mário Conceição Araujo
Item 2 Claiton Piva Pinto
Custódio Netto
João Bosco V. Drumond
Mário Conceição Araujo
Item 3 Claiton Piva Pinto
Custódio Netto
João Bosco V. Drumond
Mário Conceição Araujo
Item 4 Claiton Piva Pinto
João Bosco V. Drumond
Item 5 Mário Conceição Araujo
Custódio Netto
Item 6 Mário Conceição Araujo
Custódio Netto
Item 7 Custódio Netto
João Bosco V. Drumond
Mário Conceição Araujo
Ficha Catalográfica
V
RESUMO
O cadastro dos 811 depósitos minerais relacionados a pegmatitos (796 em explotação e 15
ocorrências), ao sul do paralelo 17o S, é fruto do convênio entre o Serviço Geológico do Brasil
— CPRM e o Governo do Estado de Minas Gerais, através da Secretaria de Estado de Minas e
Energia –– SEME e da Companhia Mineradora de Minas Gerais –– COMIG. O convêniofoi
efetivado com o propósito de realizar o mapeamento geológico na escala de 1:100.000 e o
cadastramento dos recursos minerais da região leste do Estado de Minas Gerais, numa superfície
de aproximadamente 90.000km2. Posteriormente, essa área foi ampliada para norte e leste até
a divisa com a Bahia e Espírito Santo. O cadastramento foi realizado em duas etapas. A primeira
concomitantemente ao levantamento geológico da primeira etapa do projeto, envolvendo 12
folhas na escala 1:100.000 entre os paralelos 17oS e 19oS. A segunda contemplando a área ao
norte do paralelo 16oS até a divisa com a Bahia (área não considerada neste trabalho) e mais
7 folhas da porção sul do projeto, entre os paralelos 19oS e 20oS, acrescidas as folhas Itabira e
Conceição do Mato Dentro, a oeste (fora da área do projeto). Foram cadastrados 57 minas e
739 garimpos, sendo 662 (83%) depósitos primários (pegmatitos) e 134 (17%) secundários,
com 259 (32%) lavras em atividade e 537 (68%) paralisadas. Outros 15 registros foram
considerados ocorrências. Os principais bens minerais explotados são: berilo-gema (água-
marinha, heliodoro e morganita), crisoberilo, turmalinas, kunzita, hiddenita, feldspato, quartzo,
mica, caulim, minerais de nióbio, tântalo, estanho e lítio. Os pegmatitos foram classificados,
em relação à espessura, como: muito pequeno, pequeno, médio, grande, muito grande; 15%
são muito grandes a grandes, 28% são médios, 56% são pequenos e 16% muito pequenos.
As lavras foram agrupadas em campos pegmatíticos, utilizando-se critérios geológicos e
geográficos, caracterizando-se os seguintes agrupamentos: A − pegmatitos encaixados em
micaxisto ou quartzito da seqüência supracrustal Grupo Rio Doce), no domínio dos granitóides
da Suíte Intrusiva Galiléia ou granito Santa Rosa. B − pegmatitos encaixados na seqüência
supracrustal e no domínio do Leucogranito Caraí; C − pegmatitos encaixados na interface da
seqüência supracrustal com o embasamento Complexo Basal); D − pegmatitos encaixados
no domínio da Suíte Intrusiva Aimorés, situados no seu interior ou nos litótipos encaixantes,
próximos ao contato; E − pegmatitos encaixados em seqüência vulcanossedimentar, no domínio
dos granitos da Suíte Borrachudos; F − pegmatitos encaixados em unidades transamazônicas,
reativadas no Brasiliano. Estes campos foram agrupados em sete Distritos: São José da Safira,
Conselheiro Pena, Padre Paraíso, Santa Maria de Itabira, Caratinga, Ataléia e Araçuaí. Sessenta
por cento dos 662 pegmatitos cadastrados concentram-se nos domínios A, B e C, 11% no D,
19% no E, 4% no F e os restantes 6% estão dispersos pela região. Os campos A e C contêm
pegmatitos de maior porte. São José da Safira é o maior distrito, com 27% dos corpos, seguido
por Santa Maria de Itabira com 19%. O menor, nos limites do projeto, é Araçuaí, com 2% dos
registros, embora para noroeste seja bem maior.
VII
ABSTRACT
This regional surveying of 811 pegmatite and related mineral resources deposits (796 in
exploitation and 15 occurrences), south of the 170S, is the result of a covenant between the
Geologic Survey of Brazil-CPRM and the Minas Gerais State Government, through the Mines
and Energy Secretariat - SEME and the Minas Gerais State Mining Company-COMIG. The original
covenant goal was the geologic mapping in the 1:100,000 scale and surveying the mineral
resources, in an area of approximately 90,000 km2, localized in the eastern region of Minas
Gerais State. In addition to this initial aim, a second phase of the convenant extended northwards
the study, in order to reach the limits of the neighboring Bahia and Espírito Santo states.
The mineral resources surveying have been accomplished in two phases. The former,
simultaneous to the geologic mapping, encompassed twelve (12), 1:100,000 sheets localized
between the parallels 170 and 190 S. The latter phase, extending north of the 160 S, is not being
focused herein, and includes other 7 (seven) sheets, at the southern extension of the research
area, between the 19º and 20ºS and 2 (Conceição do Mato Dentro and Itabira) situated to W of
the main area. 57 Mines and 739 garimpos have been registered. 83% (662) of the registered
mineral occurrences have been classified as primary pegmatitc deposits and 17% (134) as
secondary deposits. 68% (537) of the deposits are currently exploited (active mining) and 32%
(259) are inactive. 15 registers were classified as minor occurrences. The main exploited mineral
resources are: beryl gemstones (Aquamarine, heliodor and morganite), crysoberyl, tourmaline,
kunzite, hiddenite, feldspar, quartz, mica, kaolin; niobium, tantalum, tin and lithium minerals.
The rank of the pegmatites by thickness is: very small (16%); small (56%); mid (28%), large to
very large (15%). The pegmatites quarries have been grouped, accordingly to geographical and
geological criteria, in 6 (six) fields: A - Inserted in the schists or quartzites from the Rio Doce
Group; B - Inserted in the granitoids domains (Galiléia Intrusive Suite and Santa Rosa Granite);
C - Inserted in the supracrustals/basement interfacies; D - inserted in the Aimorés Intrusive
Suite and its country-rocks; E - Inserted in the volcanic-sedimentary sequence at the Suite
Borrachudos domain; F - Inserted in units of Paleoproterozoic (Transamazonian) age reactivated
in the Neoproterozoic (Brasiliano). These groups are distributed in 7(seven) pegmatitic districts:
São José da Safira, Conselheiro Pena, Padre Paraíso, Santa Maria de Itabira, Caratinga, Ataléia,
Araçuaí. 60% of the 662 registered pegmatites are localized in the A, B and C domains; 11% in
the D domain; 19% in the E domain; 4% in the F and the other 6% are dispersed throughout the
region. The larger pegmatites are localized in the A and C fields. São José da Safira is the
largest district, hosting 27% of the registers, followed by Santa Maria do Itabira, hosting 19%.
Araçuaí is, in turn, the smallest district, hosting 2%.
CPRM - Serviço Geológico do Brasil
1Cadastramento de Recursos Minerais - Pegmatitos
1 INTRODUÇÃO
Apesar do esforço de diversos pesqui-
sadores, principalmente professores
universitários, o conhecimento sobre
a geologia da província mostrava-se
insatisfatório, principalmente no tocante à
estratigrafia, estruturação, tectônica
e local ização precisa dos corpos
mineralizados (ou lavras de gemas).
O Projeto Leste procurou sanar, pelo
menos em parte, tal deficiência, com
a busca, organização, tratamento e
divulgação de informações geológicas
básicas sobre essa ampla região.
Até o final de 1997 haviam sido cadastradas
796 lavras de gemas e 15 ocorrências
de pegmatitos, com o uso de GPS –
Sistema de Posicionamento Global,
que foram reunidas em campos e
distr i tos pegmatít icos. O Projeto foi
dividido em duas etapas. Na primeira, em
1996, o cadastramento foi realizado
concomitantemente ao mapeamento
geológico e envolveu 12 folhas na escala
1:100.000, a saber: Novo Cruzeiro, Padre
Paraíso, Águas Formosas, Teófilo Otoni,
Mucuri, Carlos Chagas, Santa Maria do
Suaçuí, Itambacuri, Ataléia, Marilac,
Governador Valadares e Itabirinha de
Mantena. Na segunda etapa, em 1997, o
cadastramento esteve desvinculado do
mapeamento e contemplou as folhas, na
escala 1:100.000, Ipatinga, Dom Cavati,
Itanhomi, Conselheiro Pena, Coronel
Fabriciano, Caratinga, Ipanema, além de
parte das folhas Itabira, Conceição do Mato
Dentro e Baixo Guandu.
O Projeto Leste é resultante do convênio
firmado entre o Serviço Geológico do Brasil
- CPRM e o Governo do Estado de Minas
Gerais, através da Secretaria de Estado de
Minas e Energia - SEME e Companhia
Mineradora de Minas Gerais - COMIG para
o mapeamento geológico na escala de
1:100.000 e o cadastramento dos recursos
minerais da região leste do Estado de
Minas Gerais, sobre uma superfície de
aproximadamente 90.000 quilômetros
quadrados, parte integrante da Província
Pegmatítica Oriental do Brasil.
Este relatório trata dos recursos minerais
relacionados a pegmatitos cadastrados ao
sul do paralelo 17oS e ao norte do paralelo
20oS, com o limite mais ocidental no
meridiano43o15’W e oriental na divisa com
os estados da Bahia e Espírito Santo
(FIG. 1.1).
A Província Pegmatítica Oriental foi definida
por PAIVA (1946), visando principalmente
os minerais industriais. Mais tarde, sua
área de abrangência foi ampliada por
PUTZER (1976). Essa província orienta-se
norte-sul, com cerca de 800 quilômetros
de extensão e aproximadamente 150
quilômetros de largura, distribuindo-se do
norte do Rio de Janeiro ao sul da Bahia,
ocupando o oeste do Espírito Santo e o
leste de Minas Gerais. Ao norte, já no
Estado da Bahia, é também conhecida
como Província Pegmatítica de Itambé
(MISI & AZEVEDO, 1975) e no extremo
sul como Província da Zona da Mata
(BARBOSA & GROSSI-SAD, 1983).
0 30 60 90 120
ESCALA
km
BR AS IL
M a peam ento e ca dastra m ento conc lu ído -
Esca la 1:1 00.0 00
M a peam ento co nclu íd o e cadastram e nto
parc ia l
Prop osto p ara cada stram ento de recursos 
 m ine ra is
C on cluído na Escala 1 :2 50.0 00
L im ite d o P ro je to
B R -262
BR
-3
81
B
R
-1
1
6
BR -4
18
S. M ar ia do Suaçuí
 S E.23-Z-B- II I
 Itam bacuri
SE .24-Y-A-I
 A ta lé ia
SE .24-Y-A-II
 Ecop oranga
 SE.2 4-Y-A-I II
Teófilo O to n i
SE .24-V-C -IV
C ând ido Sa les 
 SD.24 -Y-C-V
 Co rdeiros 
SD . 24-Y -C -I
 Be lo Cam po 
SD .24-Y -C -I I
C urral de Den tro 
 SD.24 -Y-C-IV
 Encruz ilhada 
SD .24-Y -C -V I
 Ita ra n tim 
SD .24-Y -D -IV
 Sa linas 
SE .23-X-B-III
 A lme nara 
SE .24-V-A-III
 Jac in to
SE .24-V-B-I
Sa lto da Div isa
 SE.24-V-B-II
 A raçuaí
SE .23-X-B-V I
 Itaob im
SE .24-V-A-IV
C om ercinho
SE .24-V-A-I
Jequ itinhon ha
 SE.2 4-V-A-I I
 Joa ím a
SE .24-V-A-V
R io do Prado
SE .24-V-A-V I
S . An tôn io do Jacinto 
 SE .24-V-B- IV
 M inas N ov as
 SE .23-X -D -I I
 Jen ipapo
SE .23-X-D -III
N ovo C ruz e iro
 SE.24-V-C-I
Padre Pa raíso
 SE.2 4-V-C-II
Águas Form o sas
 S E.24-V -C -I II
 M a lacach eta
SE .23-X-D -VI 
 M uc uri
SE .24-V-C -V
C arlos C ha gas
 SE.2 4-V-C-V I
 N anuque
SE .24-V-D -IV
M edeiros Ne to
 SE.24-V-D-I
S . Ga briel da Pa lh a
 S E.24-Y -C -III
 G ua nhãe s
SE .23-Z-B-V
 M ari lac
 SE .23-Z-B-V I
G ov. Va ladares
 SE.2 4-Y-A-IV
Itab irinha de 
 M antena
SE .24-Y-A-V
 M anten a
 SE.24-Y-A-V I
C once ição do
 M ato D entro
 SE.23-Z-D-I
 Ipa tinga
SE .23-Z-D-II
 Dom C ava ti
SE .23-Z-D-III
 Itanhom i
SE .24-Y-C -I
C onse lhe iro Pen a
 SE.24-Y-C-II
 Itab ira
SE .23-Z-D-IV
C orone l Fabric iano
 SE .23-Z-D-V
 C ara tin ga
SE .23-Z-D-V I
 Ipanem a
SE .24-Y-C -IV
Afonso C láud io
 SE.24-V-A-II
Ba ixo G uand u
 SE.24-Y-C-V
C onselhe iro
P ena
BELO
HO RIZO NTE
Teó filo
O toni
G ove rnador
Valadares
A lm enara
42º00' 41º00'
40º00'
19º30'
20º30'
20º00'
19º00'
43º30'
18º00'
17º00'
16º00'
40º30'
41º00'
15º00'
Projeto Leste
2 Cadastramento de Recursos Minerais - Pegmatitos
Figura 1.1 - Localização e articulação das folhas.
CPRM - Serviço Geológico do Brasil
3Cadastramento de Recursos Minerais - Pegmatitos
Essa parte da Província Pegmatítica
Oriental é portadora de minerais industriais,
ornamentais, preciosos, metál icos e
radioativos, nos ambientes primário
(pegmatito) e secundário (alúvio, colúvio
e elúvio), sendo os pegmatitos a fonte dos
principais bens minerais economicamente
explotados na região. Destacam-se berilo-
gema (água-marinha/heliodoro/morganita),
turmalinas (monocromáticas e multico-
lores), kunzita, hiddenita, crisoberilo
(alexandrita) e os minerais de aproveita-
mento industrial e de transformação como
feldspato (albita/ microclina/ortoclásio),
quartzo (róseo, hialino e biterminado),
mica, caulim e minerais de nióbio, tântalo,
estanho e lítio (espodumênio, lepidolita).
Durante a segunda guerra mundial, alguns
desses minerais (como a mica e berilo)
foram considerados raros e de interesse
estratégico, entretanto na vanguarda dos
minerais de valor industrial. Algumas lavras
tiveram incremento de produção e outras
foram implantadas nesse período.
O cadastramento dos recursos minerais
surge em um momento oportuno, pois,
com a globalização da economia, a infor-
mação mostra-se como uma ferramenta
fundamental na atração de investimentos
privados. A demanda para commodities,
tais como pedras preciosas, feldspato,
quartzo, caulim e outros minerais indus-
triais, abundantes em Minas Gerais, pode
se transformar em fator de desenvolvi-
mento sócio-econômico.
A Gems Exporter Association - GEA
(Associação dos Comerciantes e
Exportadores de Jóias e Gemas do Brasil),
destaca em estudo realizado na região
nordeste de Minas Gerais, que
aproximadamente 45% da população local
depende da atividade de extração mineral
ou de lapidação (GRÓS, 1993). O mesmo
documento enfatiza a deficiência em mão-
de-obra qualificada, a alta rotatividade e a
falta de treinamento comercial, técnico e
gerencial do setor regional de gemas e
jóias. As lavras estão estruturadas como
garimpos (739) ou minas (57), sendo raras
as empresas que mantêm profissionais
geólogos ou engenheiros de minas como
condutores efet ivos dos trabalhos.
A produção está baseada em garimpo
manual (o mais rudimentar), garimpo
mecanizado (empresa de mineração
clandestina) e empresa de mineração,
embora a quase totalidade das áreas esteja
requerida para pesquisa e algumas poucas
detenham a concessão de lavra fornecida
pelo Departamento Nacional da Produção
Mineral - DNPM. A quase totalidade das
lavras funciona sem critérios técnicos de
extração mineral, causando impactos
ambientais que poderiam ser contornáveis
se os trabalhos fossem conduzidos por
profissionais qualificados.
Este trabalho, executado pelos governos
estadual e federal, é dedicado principal-
mente aos profissionais das geociências
e ao empresariado do setor mineral voltado
para o estudo, extração e consumo de
gemas e bens minerais de uso industrial,
dispostos a investirem no leste mineiro, no
sentido de pesquisar, qualificar, quantificar
e produzir bens minerais, propiciando o
desenvolvimento regional.
Projeto Leste
4 Cadastramento de Recursos Minerais - Pegmatitos
2 OBJETIVO
O Projeto Leste objetiva o mapeamento
geológico na escala de 1:100.000 e
o cadastramento dos recursos minerais
da porção oriental do Estado de Minas
Gerais, a leste da serra do Espinhaço e ao
norte do paralelo 20oS. O cadastramento
ocupou-se da coleta, organização,
tratamento e divulgação das informações
relativas aos recursos minerais, no caso
específico deste documento daqueles
relacionados a pegmatitos situados entre
os paralelos 17oS e 20oS.
CPRM - Serviço Geológico do Brasil
5Cadastramento de Recursos Minerais - Pegmatitos
3 MÉTODO DE TRABALHO
• Amostragem da rocha encaixante e dos
minerais principais que compõem cada
corpo descrito;
• Organização dos dados cadastrados ou
compilados em planilhas eletrônicas,
reunindo-os em campos pegmatíticos
com base em critérios geológicos e
geográficos; agrupamento dos campos
pegmatíticos em domínio ou distrito
pegmatítico;
• Lançamento dos alvos cadastrados em
bancos de dados, permitindo plotagem
automática das lavras na carta geológica
(simplificada), opcionalmente na escala
1:250.000;
• Descrição sucinta de cada campo pegma-
títico, com destaque para as lavras
representativas;
• Reunião, organização, tratamento e
análise da documentação final sobre as
lavras pegmatíticas representadas neste
relatório.
• Consulta a relatórios de pesquisa arqui-
vados no 3O Distrito do Departamento
Nacional de Produção Mineral - DNPM;
• Consulta a teses de doutorado e disser-
tação de mestrado;
• Consulta a trabalhos técnicos versando
sobre mineralizações em pegmatitos;
• Cadastramento in loco das lavras relacio-
nadas a pegmatitos, com anotação do
nome da lavra, localização (obtida com
GPS), município onde se situa, tamanho
do pegmatito, forma do corpo, tipo de
lavra, rochaencaixante, status (garimpo,
lavra, ocorrência, em atividade ou parali-
sados), associação mineral do pegmatito,
minerais econômicos produzidos e
comercializados;
• Entrevistas com mineradores e visitas a
empresas de mineração e autoridades
municipais, na busca de informações
socioeconômicas;
• Preparação de documentação fotográfica
das lavras;
Projeto Leste
6 Cadastramento de Recursos Minerais - Pegmatitos
4 CONTEXTO GEOLÓGICO/TECTÔNICO REGIONAL
A região em estudo insere-se no domínio
do cinturão brasiliano Araçuaí (para alguns
autores, também Atlântico, Ribeira),
abrangendo parte das províncias estrutu-
rais / geotectônicas Mantiqueira e São
Francisco (ALMEIDA, 1977; ALMEIDA &
HASUI, 1984 e PADILHA et al., 1991).
O Orógeno Araçuaí e seu correspondente
Oeste Congolês (cf. PEDROSA-SOARES
et al., 1992), evoluiu confinado pelos
cratons do São Francisco e Congo, com
limite sul aproximadamente no paralelo
21o sul, a partir de onde as estruturas
tectônicas tendem a assumir direção
preferencial NE-SW (Faixa Ribeira), em
confronto com as estruturas do orógeno,
que são preferencialmente NNE a NS,
infletindo para EW no seu extremo norte,
junto ao limite Minas - Bahia.
PINTO et al. (1997) discutem, à luz dos
novos conhecimentos, a evolução do
Orógeno Araçuaí, conforme já dividido
anteriormente, em um domínio tectônico
externo (DTE) e outro interno (DTI).
O domínio externo, voltado para o Cráton
do São Francisco, tem limite virtual oriental
ao redor do meridiano 42o30’W, conforma
uma estrutura em arco na porção seten-
trional e estende-se para sul até o paralelo
16oS. O domínio interno ocupa o restante
do território atualmente representado, indo
do meridiano 42o30’W à costa atlântica
e do paralelo 16oS ao paralelo 21oS.
Nesse território, estão representados um
embasamento pré-Brasiliano e uma faixa
móvel brasiliana (FIG. 4.1). A divisão
estratigráfica proposta por esses autores
reúne litótipos individualizados durante os
trabalhos do Projeto Leste, não agrupados
em unidades formais. Assim, o Complexo
Jequitinhonha reúne as litologias atribuídas
ao Complexo Gnáissico - Kinzigítico, o
Complexo Montanha os granitóides tipo S
ricos em granada e cordierita, a Suíte
Mangabeiras os granitos Santa Rosa.
Recomenda-se comparar o mapa geoló-
gico integrado do Projeto Leste com a
FIG. 4.1 que ilustra este capítulo.
Neste projeto, optou-se por uma divisão
tectônica ligeiramente diferente daquela
proposta por PINTO et al. (op. cit.). Assim,
de maneira informal, estabeleceu-se dois
compartimentos tectônicos, com base
em critérios litológicos, estruturais e
metamórficos: (a) Domínio Cratônico pré-
Brasiliano (Núcleo Antigo Retrabalhado de
Guanhães) e (b) Faixa Móvel Brasiliana,
subdividida nos domínios Ocidental e
Oriental.
O Núcleo Antigo Retrabalhado de Guanhães
representa o extremo leste do Cráton do
São Francisco (corresponde, em parte, ao
DTE). Congrega rochas arqueanas a
paleoproterozóicas, deformadas nos
eventos Transamazônico e/ou Brasiliano.
É representado por gnaisses tonalíticos,
trondjemíticos e granodioríticos - TTG, com
rochas máficas e ultramáficas associadas
e complexos de médio e alto grau
(complexos Basal, Mantiqueira, Gouveia e
CPRM - Serviço Geológico do Brasil
7Cadastramento de Recursos Minerais - Pegmatitos
Córrego do Cedro), seqüências vulcano-
sedimentares tipo greenstone (Grupo
Guanhães, Supergrupo Rio das Velhas,
Supergrupo Rio Paraúna e Seqüência
Riacho dos Machados ?). Em áreas
restritas, pode ocorrer eclogito. Seqüências
ferríferas paleoproterozóicas do Supergrupo
Minas ou correlatos estão bem expostas
nas adjacências da cidade de Guanhães e
fora da área mapeada.
Com o processo de rifteamento ocorrido
por volta de 1,7Ga., foram gerados os
granitóides cálcio-alcalinos da Suíte
Borrachudos (Maciço Granítico Açucena e
correlatos), enquanto em superfície ocorre-
ram derrames riolít icos continentais,
identificados desde Conceição do Mato
Dentro até além da cidade de Mato Verde,
já no limite com o Estado da Bahia. Tal fato
demarcou os primórdios da abertura do rift
Espinhaço.
No Neoproterozóico implantou-se o Orógeno
Araçuaí, havendo geração de crosta
oceânica (PEDROSA-SOARES et al . ,
1992), sedimentação, metamorfismo e
deformação, caracterizando a Faixa Móvel
Brasiliana. Toda a região foi retrabalhada,
incluindo o embasamento Arqueano/
Paleoproterozóico.
O Domínio Ocidental da Faixa Móvel
envolve terrenos arqueanos (?) a neoprote-
rozóicos dos domínios tectônicos externo e
interno (DTE e DTI) e é caracterizado por: (a)
ampla sedimentação marinha neoprotero-
zóica metamorfisada na fácies anfibolito a
localmente granulito, atualmente represen-
tada por xistos e gnaisses peraluminosos
em parte migmatizados e quartzito, rocha
calcissilicática e mármore (grupos Rio
Doce e Macaúbas); (b) ortognaisses
metaluminosos e anfibolitos pré-brasilianos
(Complexo Juiz de Fora e/ou Mantiqueira),
com intercalações tectônicas de metasse-
dimentos aparentemente da unidade “a”,
metamorfisados em médio a alto grau; (c)
granitóides metaluminosos brasilianos
(Suíte Intrusiva Galiléia), deformados e, em
parte, contaminados por metassedimentos
encaixantes. O evento de sedimentação
recobriu indiscriminadamente áreas hoje
consideradas como do Cráton do São
Francisco, Núcleo Antigo Retrabalhado de
Guanhães e do embasamento Arqueano?/
Paleoproterozóico a leste desses.
O Domínio Oriental da Faixa Móvel é
caracterizado por gnaisses kinzigíticos
da fácies anfibolito alto à granulito, quartzito
e rocha calcissilicática (Complexo Gnáissico
Kinzigítico ou Complexo Jequitinhonha);
gnaisses tonalíticos e rocha a hiperstênio
(Enderbito Mangalô); (leuco-)granitos
peraluminosos sin- a tarditectônicos
(possivelmente Suíte Montanha e Suíte
Almenara) com idades entre 700 e 580Ma;
O limite entre os domínios Ocidental e
Oriental da Faixa Móvel é marcado por
zona de cisalhamento de baixo ângulo (ou
contracional), de posição meridiana,
interrompida por batólitos graníticos cálcio-
alcalinos de alto-K, tipo-I, tardi- a pós-
tectônicos, não foliados (Suíte Aimorés,
530Ma), posicionados segundo a mesma
direção meridiana. Os movimentos de
massa são do litoral para o interior atual,
no sentido do Cráton do São Francisco.
Esses movimentos compressionais levaram
a imbricações tectônicas de seqüências do
embasamento e da cobertura, envolvendo
os níveis crustais médio a inferior de uma
bacia meso- a neoproterozóica, com o pico
da deformação no Brasiliano (650-450Ma,
CUNNINGHAM et al., 1996). Tal limite
marca uma descontinuidade metamórfica,
com fácies mais alto a leste, domínios de
granitos peraluminosos a leste, e metalu-
minosos, a oeste. Com os movimentos
tectônicos do Brasiliano, a pilha sedimentar
e seu substrato Transamazônico, cavalga-
ram o Núcleo de Guanhães desenvolvendo
zonas de cisalhamento de baixo ângulo.
Uma importante estrutura tectônica, de
direção NNE, é ressaltada pelo vale do rio
Itambacuri. A sua continuidade para
sudoeste é sugerida pelo alinhamento do
rio Doce entre as cidades de Governador
Valadares e Ipatinga, continuando neste
sentido até o Quadrilátero Ferrífero, onde
parece terminar na falha do Fundão. Mostra
evidências de movimentos horizontais e
oblíquos ao longo de sua extensão,
interligando ou truncando as zonas de
cisalhamento de baixo ângulo.
Projeto Leste
8 Cadastramento de Recursos Minerais - Pegmatitos
Granitos provavelmente tipo “S”, pós-
tectônicos, mais novos que 530Ma (Suíte
Mangabeiras, Granito Santa Rosa e
correlatos) posicionaram-se em vários
locais da Faixa Móvel, geralmente na forma
de diques, ou em pequenos corpos,
cortando qualquer unidade mais antiga.
Pegmatitos brasilianos produtores de
gemas e peças de coleção são abundantes
nos xistos da Formação São Tomé (Grupo
Rio Doce), em granitos porfiríticos da Suíte
Intrusiva Aimorés (Granito Caladão) e nos
granitóides da Suíte Galiléia.
Uma tectônica rúptil afetou todas as
unidades litológicas dos domínios referidos
e, ao longo de algumas dessas estruturas
posicionaram-se diques básicos, possi-
velmente do Cretáceo/Jurássico.Informações mais detalhadas sobre a
geologia da área deste projeto são
encontradas em PINTO et al. (1997).
Figura 4.1 - Esboço geológico de parte da porção leste brasileira,
segundo PINTO, et al. (1998 no prelo) modificado.
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0 20 10 0 km
ESCALA
LEGENDA
QUATERNÁRIO – TERCIÁRIO
TQ – Coberturas detríticas
CAMBRIANO A NEOPROTEROZÓICO
� m Suíte Mangabeiras – Santa Rosa < 530 Ma
Ngu Suíte Guaratinga ~530Ma
Na Suíte Aimorés ~530 Ma
Nga Suíte Galiléia ~600Ma
Nmt Complexo Montanha (leucograntios S) ~640-
570Ma
NEOPROTEROZÓICO
Nb Grupo Bambuí
Nrp Grupo Rio Pardo
Nm Grupo Macaúbas
Nds Grupo Dom Silvério
NEOPROTEROZÓICO
(com restos de Paleoproterozóico)
Nj Complexo Jequitinhonha
Np Complexo Paraíba do Sul
PALEO A MESOPROTEROZÓICO
Me Supergrupo Espinhaço Superior
Pe Supergrupo Espinhaço Inferior
Pb Suíte Borrachudos
Pm Seqüências metassedimentares tipo Minas
ARQUEANO – PALEOPROTEROZÓICO
Pj Complexos de alto grau tipo Juiz de Fora
As Seqüências supracustais tipo greenstone e
gnaisses associados
AP Gnaisses tipo TTG e granitóides associados
CPRM - Serviço Geológico do BrasilCPRM - Serviço Geológico do Brasil
9Cadastramento de Recursos Minerais - Pegmatitos
5 MINERAIS DOS PEGMATITOS GRANÍTICOS
As principais características e utilização
de alguns dos minerais presentes nos
pegmatitos do leste mineiro serão
apresentadas baseadas principalmente,
nos trabalhos de DEER et al. (1966); DANA
& HURLBUT (1969); WEBSTER (1970);
SCHUMANN (1985); HARBEN & BATES
(1990) e nos trabalhos de campo do
projeto. Uma discussão mais ampla sobre
alguns minerais e rochas industriais foi
apresentada por PINTO et al. (1997), no
relatório sobre a síntese da geologia
regional da primeira etapa do Projeto
Leste. Os preços de mercado de alguns
produtos sofrem variações em função das
especificações técnicas, volume disponível
ou desejável, poder de barganha do
comprador, condições de oferta e procura
e uso (gemológico, industrial, coleção).
5.1 Minerais de Berílio
O berílio foi descoberto em 1797 pelo
químico francês VAUQUELIN, que o
denominou de glucínio devido ao sabor
adocicado, como óxido de berílio. O nome
glucínio é então somente, usado na França.
O primeiro berílio métálico foi produzido por
WOHLES & BUSSY, através da redução
do cloreto de berílio com potássio metálico.
Posteriormente, em 1916, na Alemanha,
ORTERHELD demonstrou o equilíbrio do
berílio com outros metais, principalmente
com cobre, alumínio, ferro e prata.
O elemento berílio possui densidade de
1,84, peso atômico 9,02, número atômico
4 e ponto de fusão a 1.350° C. É um metal
de cor branca e de alta dureza. (apud DIAS,
1973)
Fenacita, beri lo, euclásio, beri l i ta,
bertrandita, cr isoberi lo, helvi ta e
danalita, são os principais minerais de
berílio. Desse grupo de minerais, somente
o berilo e a bertrandita são explorados
comercialmente como fonte do metal.
A bertrandita (4BeO.2SiO
2
.H
2
O) é o mineral
minério de ocorrência abundante nos
Estados Unidos, onde contém cerca de
45% de óxido de berílio e até 15% de berílio
puro. O berilo (3BeO.Al2O3.6SiO2) ocorre
com considerável abundância no mundo e
é responsável pela maior parte da produção
de berílio. Outros minerais que estão em
pesquisa de novas tecnologias para serem
explorados comercialmente é a fenacita,
berilita, e o crisoberilo, porém de forma
restrita. O berilo e o crisoberilo, na forma
cristalina, são aproveitados como gemas.
O berílio possui grande aplicação na
composição de ligas com o cobre e níquel.
Uma liga com 2% de berílio e 98% de cobre
possui uma resistência à tração duas
vezes maior que a do aço inoxidável.
Substituindo-se o cobre pelo níquel e
usando as mesmas proporções, a
resistência à tração é aumentada em três
vezes. As ligas de berílio são facilmente
tratáveis, à baixa temperatura, podendo ser
fundidas, trabalhadas e depois sujeitas ao
tratamento térmico (BATISTA, 1963). Antes
do tratamento térmico, apresentam
Projeto Leste
1 0 Cadastramento de Recursos Minerais - Pegmatitos
facilidade de moldagem, estampagem,
facilidade de fundição, quase as mesmas
do metal a que se liga, e grande fluidez no
estado líquido. Após o tratamento térmico,
as ligas mostram alta resistência à tração,
grande resistência à fadiga, alta condu-
tividade elétrica e térmica, além de grande
dureza e resistência à corrosão pelos
agentes atmosféricos. Dessa forma, é
grande sua aplicação em molas anti-
magnéticas para instrumentos elétricos e
em relógios, reservatórios elásticos vazios
usados em barômetros, altímetros, chaves
e interruptores elétricos, cabos usados na
tração elétrica, diafragmas de bombas
hidráulicas, coletores e anéis em dínamos
e alternadores, ferramentas antifaísca
e ligas usadas nas próteses dentárias.
Por possuir propriedades como alta
condutividade térmica e ser um metal muito
leve em relação a outros metais, o berílio
é muito utilizado em componentes de
aeronaves, satélites, circuitos eletrônicos
e equipamentos de perfuração de poços
de petróleo. Na forma de óxidos, possui
resistência a choques termais, capacidade
de isolamento elétrico, transmissões de
radiações de microondas, alta dureza,
baixa densidade e alta condutividade
termal.
O uso do metal berílio puro se faz em
janelas para válvulas de Raio-X, refletor e
moderador em reatores atômicos. O óxido
de berílio tem aplicação no fabrico de
vidros especiais altamente transparentes
às radiações ultravioletas, fabricação de
porcelana de alta qualidade e de tijolos de
alta pureza e grande densidade, usados
como moderador de neutrons em reatores
atômicos e obtenção de cadinho para
temperaturas até 2.000oC (DIAS, 1973).
A produção mundial de berílio contido é de
cerca de 300 toneladas por ano com teor
médio de 4% de aproveitamento do
minério. Entretanto, esta produção vem
decrescendo acentuadamente nos últimos
anos (TAB. 5.1).
No cenário mundial, os Estados Unidos
continuam a ser o maior consumidor e
produtor de concentrado e de manu-
faturados de berílio. O principal consumidor
dos produtos de berílio no mercado norte
americano foi o setor de componentes
eletrônicos e as industrias aeroespaciais.
Entretanto, o consumo de berílio vem
diminuindo gradativamente, chegando-se
a desativar a exploração de várias lavras
pegmatíticas brasileiras. Os Estados
Unidos que até então eram o maior
importador mundial de berilo, aumentou
progressivamente a sua produção e
Tabela 5.1 - Reserva e Produção Mundial de Berílio
Discriminação Reservas ¹(t) Produção (t)
Países 1997 (p) % 1996(r) 1997 (p) %
Brasil 507 - 0,614 1 0,3
Casaquistão ... - 4 4 1,3
China ... - 55 55 18,3
EUA 21.000 - 211 210 69,8
Rússia ... - 32 30 10,0
Outros ... - 0,00 1 0,3
TOTAL - - 302,614 301 100,0
Fontes: DNPM/DEM, Mineral Commodities Summaries-1998
Notas: (1) Medidas+indicadas, dados em metal contido.
(r) revisado
(p) dados preliminares
... dados não disponíveis
CPRM - Serviço Geológico do BrasilCPRM - Serviço Geológico do Brasil
1 1Cadastramento de Recursos Minerais - Pegmatitos
extração de bertrandita, aperfeiçoando sua
capacidade tecnológica no tratamento
desse minério. A reserva de bertrandita,
localizada em Spor Mountain no Estado de
Utah, possui uma vantagem em relação ao
berilo produzido em outros países que é o
seu tratamento; depois de moída, a baixa
umidade, o mineral pode serlixiviado com
ataque de ácido sulfúrico a uma tempe-
ratura de 95°C, enquanto que o berilo tem
que ser aquecido a uma temperatura de
1700°C e exposto ao choque térmico para
ser reagido com ácido sulfúrico a uma
temperatura de 325° o que torna mais
complexa a tecnologia de extração e alto
custo, inviabilizando os empreendimentos.
O Brasil destaca-se como possuidor das
maiores reservas de berilo em relação
aos países como a Russia, China,
Casaquistão, e outros que possuem
também, expressivas reservas deste bem
mineral. A extração do berilo é feita
principalmente em pegmatitos graníticos
com grande quantidade deste bem mineral.
Entretanto, quando o berilo é do tipo
cristalino, representa alto valor comercial
e de grande aceitação no mercado, por
possuir propriedades gemológicas.
Devido a redução no consumo industrial
do mineral, acarretou-se retração de
preços do produto bruto na jazida e o
desestímulo à produção. Entre 1996 e 1997
o preço médio na mina estava situado em
R$0,10/kg, não cobrindo os custos de
produção. Em algumas lavras (Chiar,
Cavalo Morto, etc.) o mineral estava sendo
estocado, ou rejeitado, pela total falta de
compradores. Peças bem cristalizadas, de
seção basal centimétrica ou maior, sem
valor gemológico, estavam cotadas a até
R$5,00/kg, na lavra.
O Brasil está entre os países com maiores
reservas de minério de berílio, mas não
possui indústrias de produção do metal. É
exportador do berilo e importador de
equipamentos manufaturados que contém
berílio e suas ligas.
5.1.1 Berilo
O berilo ocorre como cristais de hábito
prismático, geralmente estr iados
longitudinalmente. Possui dureza relativa
entre 7,5 - 8,0 na escala de Mohs, índice
de refração situado entre 1,570 - 1,600,
densidade entre 2,670 e 2,780g/cm3,
clivagem imperfeita, brilho vítreo e cor
verde intensa, dada por teores de cromo,
ferro, e/ou vanádio.
O berilo {Be3Al2(Si6O18)} é um silicato de
alumínio que contém o elemento químico
berílio. Este mineral é encontrado em
pegmatitos apresentando-se em cristais
hexagonais, nas variedades água-marinha
(azul), esmeralda (verde), morganita
(rosa), heliodoro (amarelo- dourado),
goshenita (incolor), bixibita (vermelha).
As tonalidades dessas cores são variadas
e podem conferir maior ou menor valor às
gemas.
O berilo e suas variedades podem ser
encontrados em pegmatitos ou em
ambientes secundários, nos leitos de
córregos (alúvio), nas encostas (colúvio)
e nas chapadas (elúvio), sempre
relacionados a mineralizações primárias
em pegmatitos. É chamado de escória o
berilo que não possui aplicação como jóia
ou peça de coleção e que poderá ser
usado na indústria para extração do
elemento berílio, sendo a principal fonte do
metal.
5.1.1.1 Esmeralda
O termo esmeralda provém do Grego
smaragdos, que significa pedra verde.
A procura por esse mineral, no Brasil, vem
da época das Entradas e Bandeiras, onde
Fernão Dias Paes Leme, no século XVI,
promoveu uma expedição em busca deste
bem. Hoje, sabe-se que as esmeraldas
de Fernão Dias, na real idade, eram
turmalinas, algumas da serra Resplan-
decente, atual serra do Cruzeiro, em São
José da Safira.
A esmeralda é uma das pedras preciosas
mais procurada e valiosa. Os principais
países produtores são: Colômbia,
Nigéria, Tanzânia, Zâmbia, Zimbabwe,
Projeto Leste
1 2 Cadastramento de Recursos Minerais - Pegmatitos
Moçambique, África do Sul, Madagascar,
Rússia, Paquistão, Afeganistão, Áustria,
Índia, Austrália, Estados Unidos, Egito e
Noruega. No Brasil, os principais estados
produtores são Goiás, Bahia, Minas Gerais
e Ceará. Desses, merecem destaque as
esmeraldas de Santa Terezinha (GO),
Itabira-Nova Era (MG), Carnaíba (BA) e
Tauá (CE).
Nas minas de Itabira-Nova Era, a esme-
ralda está relacionada a xistos máfico-
ultramáficos contendo intercalações de
biotita-f logopita xisto, clorita xisto e
tremolita/actinolita xisto, associados a
rochas graníticas da Suíte Borrachudos.
Elas podem desenvolver-se no xisto ou,
mais raramente, em pegmatitos e veios de
quartzo e seu aproveitamento econômico
depende, em grande parte, da rocha
encaixante. Por este motivo, as gemas
intercrescidas em xistos associadas a
quartzo ou não, constituem as principais
fontes produtoras de esmeraldas.
O modelo clássico de formação da
esmeralda estabelece que os depósitos
são formados por inteiração de fluídos
graníticos ou magmas em rochas ricas em
cromóforos (Cr, V, Ni, Fe) como as rochas
ultramáficas. São os chamados depósitos
exometamórficos.
GRUNDMANN & MORTEANI (1989), estu-
dando os pegmatitos de Leydsdorp e
Habachtal, situados na Áustria e África do
Sul, respectivamente, provaram por
evidências microestruturais, que as
esmeraldas podem ser formadas em vários
estágios de desenvolvimento, sin- a
tarditectônicos, durante o metamorfismo
regional através de reações entre rochas
ultramáficas e rochas quartzo-feldspáticas
ricas em mica. Segundo esses autores, os
aluminossilicatos ricos em Be, tais como
feldspato e muscovita, foram substituídos
por minerais pobres em Be, como biotita,
clorita ou talco, causando a liberação do
Be e a subsequente cristalização de
esmeralda como uma fase individual de Be.
Aonde fenacita e o berilo colorido estavam
presentes, durante o metamorfismo, a
biotita rica em Cr foi inicialmente produzida
e reagiu com a fenacita e berilo colorido,
formando esmeralda.
Sendo sua tenacidade e sensibilidade
baixa, principalmente a impactos, resultou
uma forma particular de talhar o mineral, o
chamado “talhe esmeralda”, no qual os
quatro ângulos agudos (no caso da gema
ser lapidada em forma retangular ou
quadrado) são cortados e facetados.
A esmeralda pode ser confundida com
diopsídio, grossulária, hiddenita, peridoto,
turmalina verde e uvarovita. O córindon de
coloração verde também foi confundido
com a esmeralda e é chamado de esme-
ralda oriental.
As esmeraldas sintéticas são comuns e
fabricadas comercialmente por meio de
dois métodos: método da fase fundida e
método hidrotermal. No primeiro método,
as esmeraldas cristalizam-se a partir de
uma fusão anidra, onde a formação do
mineral se dá entre temperaturas de 640oC
e 900oC e pressões ambientes. No
segundo método, os cristais sintéticos
assemelham-se mais com a esmeralda
verdadeira e formam-se a partir de soluções
aquosas à temperatura acima de 100oC e
alta pressão (SCHWARZ, 1987).
Também freqüentemente encontrados no
comércio, são os chamados doubles.
Nesse processo, são coladas duas por-
ções de esmeralda formando um cristal
maior. Isso é feito antes da lapidação.
A porção inferior pode ser substituída por
vidro ou espinélio sintético. Ao analisar-se
a gema, ao refratômetro, constata-se o
índice de refração da esmeralda, pois, na
coroa está a esmeralda. Para a identi-
ficação desta falsificação, deve-se colocar
a gema imersa em um copo de água e
observar a cintura da gema, que estará
incolor e brilhante, diferenciada das partes
superior (coroa) e inferior (pavilhão) da
gema.
Um aspecto interessante nos garimpos
e minas de esmeralda é o banho de
óleo. As esmeraldas, devido a sua baixa
tenacidade, são facilmente trincadas ou
fraturadas o que deprecia conside-
ravelmente o mineral. Nesse método, os
cristais, logo após serem extraídos,
passam por um tratamento térmico a base
de óleo ou opticon. Esses produtos têm
CPRM - Serviço Geológico do BrasilCPRM - Serviço Geológico do Brasil
1 3Cadastramento de Recursos Minerais - Pegmatitos
índices de refração bem próximos ao da
esmeralda. Sendo assim, as fraturas
preenchidas por esses materiais ficam
imperceptíveis visualmente, porque a
luz, ao atravessá-las, não sofre desvio
(refração), dando a impressão do material
não possuir tais descontinuidades e assim,
atinge preços mais elevados.
5.1.1.2 Água-marinha
Dentre as variedades do berilo, a água-
marinha é também muito apreciada no
meio gemológico. Sua denominação é
devido a sua cor semelhante a água do
mar, sendo considerada como pedra
“talismã” dos marinheiros. A cor é variada
desde azul-claro quase incolor, até azul-
escuro, e também azul-esverdeado
ou verde-azulado, porém a cor mais
apreciadae comercial é a azul-intenso.
A variação de tonalidade depende da
quantidade de concentração de íons de
ferro na sua estrutura cristalina. Entretanto
a cor azul muito clara pode at ingir
tonalidade de azul-marinho-escuro, por
aquecimento térmico em temperatura de
4000 C.
Entre as suas formas gemológicas de
lapidação, as mais conhecidas são
“baguette, antique, octogonal e lágrima ou
briolette”. Existem jazidas em todos os
continentes, porém as mais importantes
são encontradas no Brasil (MG, BA, GO e
ES), Rússia (Montes Urais) Transbaikal,
Austrália, Birmânia, Índia, Kênia, África do
Sul, Namíbia, Tanzânia e Madagascar.
As águas-marinhas são originadas de
pegmatitos e granitos grosseiros em
depósitos primários, e são também
encontradas em aluviões, coluviões e
eluviões. Nos pegmatitos, principalmente
os do tipo zonado, é que se concentra a
fonte primária do berilo gema. Nas aluviões
e eluviões, os berilos estão associados a
outras gemas, como topázio, turmalina,
crisoberilo, porém suas faces em geral
estão mais desgastadas e fraturadas
preenchidas por argilas e/ou limonita.
Em Minas Gerais, apesar das gemas
serem conhecidas desde o século
passado, somente a partir deste século,
após a segunda guerra mundial é que
houve um desenvolvimento na descoberta
e comercialização deste bem mineral.
A primeira descoberta de cristal de água-
marinha se deu em 1910 na mina Papamel
(Rio Marambaia), com peso superior a 100
Kg. Das ocorrências de água-marinha
cadastradas neste projeto, destacam-se
as encontradas no Campo Pegmatítico
Padre Paraíso-Catugi especificamente nas
lavras da Marambaia e Córrego Três
Barras. Neste campo os pegmatitos
possuem espessuras variando de pequeno
a médio porte, e são produtores de berilo-
gema (água-marinha e morganita), topázio
e crisoberilo (alexandrita). Nas pequenas
aluviões também são explotadas gemas de
água-marinha e alexandrita. Registra-se
que na lavra da Marambaia foram extraídos
cerca de 520 kg de água-marinha de boa
qualidade, mas de cor clara, (GARIBALDI,
1994).
No Campo Pegmatítico Novo Oriente,
cortado pelos rios Negro, Preto, Mucuri e
Pampã, é em geral todo “garimpado” na
procura de berilo-gema (água-marinha),
em depósitos primários e secundários.
Registra-se, inclusive, a extração de um
cristal de berilo de alta pureza pesando
cerca de 38 kg, GARIBALDI (1994). Nos
campos Pegmatíticos Santa Rosa, Serra
do Cruzeiro, Marilac e Golconda, agru-
pados ao Distrito Pegmatítico São José da
Safira, são também produtores de berilo-
gema de boa qualidade e quantidade
representat iva, apesar da produção
gemológica ser voltada para turmalinas
coloridas. Entre as lavras importantes,
encontram-se as do Ferreirinha, Ipê, Ailton,
Tolentino, Veadinho e Chiar.
Dos campos Pegmatíticos Itatiaia-Barra do
Cuieté, Resplendor, Goiabeira, do Distrito
Pegmatítico Conselheiro Pena, produziram
e ainda extraem água-marinha tanto no
pegmatito quanto na aluvião, destacando-
se os garimpos do Itatiaia e Cascalho.
Outro campo de nota para a produção de
água-marinha, é o de Itabira-Ferros,
especificamente na Mineração Tatu, grande
produtora dessa gema, classificada como
de excelente qualidade. As colorações das
águas-marinhas variam de azul pouco
claro até azul-intenso e ocorrem em
Projeto Leste
1 4 Cadastramento de Recursos Minerais - Pegmatitos
pegmatitos pequenos, ricos em feldspato
(amazonita).
5.1.1.3 Morganita
A morganita, também conhecida comer-
cialmente como berilo rosa, é uma gema
de cor rósea-claro variando a uma colo-
ração suave de violeta. A cor é rósea
devido a presença de manganês e/ou césio
na estrutura cristalina. A partir da cor
rósea-clara pode-se formar uma coloração
rósea mais escuro, se “tratada” termica-
mente à temperatura superior a 4000 C.
A denominação da morganita deve-se ao
colecionador americano J. P. Morgan.
As morganitas gemológicas de boa quali-
dade são encontradas principalmente nos
E.U.A. (Califórnia), na República de
Malgaxe (Madagascar), Moçambique,
Zimbabwe e Namíbia.
No Brasil, são destaque os estados de
Minas Gerais e Rio Grande do Norte. No
Estado de Minas Gerais as áreas mais
conhecidas são: Barra de Salinas, Calixto,
Minas Novas e Mina do Maxixe, localizadas
no Vale do Jequitinhonha.
Na área deste projeto são destaque
as morganitas encontradas no Campo
Pegmatít ico de Golconda ( lavra do
Ipê, Ferreirinha e Ailton). No Campo
Pegmatítico Serra do Cruzeiro são encon-
trados berilo-gema (morganita) nas lavras
do Chiar, Cavalo Morto, Sexta Feira, Mina
do Cruzeiro, Aricanga, entre outras.
No Campo Pegmatít ico Santa Rosa,
destacam-se as lavras do Tolentino,
Baianos e Santa Rosa. Estes campos
pertencem ao Distrito Pegmatítico de São
José da Safira, são encaixados em xisto,
granitos e gnaisses, sendo produtores
também de heliodoro, água-marinha
e goshenita. Outro local que merece
destaque é a lavra do Tim ou Serra do
Urucum no Campo Pegmatítico de Itatiaia-
Barra do Cuieté, que há cerca de 25 anos
produziu 300 cristais de morganita,
(GARIBALDI, 1994). Também na jazida do
Urubu, Campo Pegmatítico Padre Paraíso-
Catugi, a produção de morganita é
constante, onde se têm registrados cristais
gemológicos superiores a 4 kg. Dentro das
variedades do berilo, morganita, heliodoro
e goshenita, são menos procurados pelos
pesquisadores do que água-marinha e
esmeralda. A produção é sempre em
pequena escala uma vez que a facilidade
de substituição por outros minerais-gema
diminui a valorização comercial destes
bens minerais.
5.1.1.4 Goshenita
A goshenita, variedade incolor do berilo, é
de ocorrência mais rara, e às vezes é
utilizada comercialmente para imitar o
diamante, quando incolor-transparente.
Quando submetida a raios gama toma a
cor amarelo-alaranjado ou azul, depen-
dendo da incidência de aplicação da
radiação. Seu nome é devido a jazida
Goshen, localizada em Massachusettes
(E.U.A.).
As jazidas conhecidas no Brasil situam-se
no Estado de Minas Gerais. É de ocorrência
restrita porém, encontrada em pegmatitos
graníticos ricos em sódio e lítio. São
destaques as lavras do Criminoso e
Veadinho do Campo Pegmatítico Marilac.
Outras descobertas recentes, situam-se no
Campo Pegmatítico Resplendor, Mineração
Vala Danta, de onde foi extraído cerca
de 500 kg de goshenita dentro de um
pegmatito zonado encaixado no mica-xisto.
5.1.1.5 Heliodoro
O Heliodoro é um típico mineral de
pegmatito granítico e que ocorre sempre
associado a berilos verdes e azuis. É uma
variedade gemológica de cor amarelo-
dourado, amarelo-esverdeado ou amarelo-
amarronzado, onde o elemento ferro é o
principal constituinte na definição da
coloração. A sua denominação significa
“Sol Dourado”, de origem grega. As
ocorrências, até então conhecidas, estão
na região sul da Áfr ica e no Brasi l ,
especificamente no Estado de Goiás, na
região da Serra da Mesa (Minaçu) e em
Minas Gerais, na mina do Urubu, próximo
a Novo Cruzeiro. Os locais Marambaia,
Medina, Ilha Alegre e Ferrancho, são
grandes produtores dessa gema. Outros
sítios produtores de heliodoro são Lufa,
Dois de Abril, Guanhães, Sabinópolis,
CPRM - Serviço Geológico do BrasilCPRM - Serviço Geológico do Brasil
1 5Cadastramento de Recursos Minerais - Pegmatitos
Serro e Santa Maria do Suaçuí, onde as
gemas são de coloração amarelo-intenso.
No Campo Pegmatítico de Golconda,
especificamente na lavra do Ipê, tem-se
registrado a ocorrência de Heliodoro,
porém a extração é de pequeno porte
(GARIBALDI, 1994).
5.1.1.6 Bixibita
Dentro do grupo dos berilos, uma variedade
que ainda não foi registrada, no meio
gemológico brasileiro, é a bixibita caracte-
rizada pela cor vermelho-salmão ou
vermelho-groselha. O significado da pala-
vra ainda é desconhecido. É encontrado
no sudoeste de Simpson Spring, Utah
(E.U.A.) sendo um mineral raro, ainda
muito pouco estudado.
5.1.2 Crisoberilo
O termo crisoberilo é de origem grega e
quer dizer ouro. Os principais países
produtores são: Brasil, Sri Lanka, Birmânia,
Madagascar, Zimbabwe e Rússia. No
Brasil, a produção limita-se ao Estado de
Minas Gerais, em vários garimpos do leste
mineiro e nas minas da MineraçãoItaitinga
e Alexandrita Mineração Comércio e
Exportação, no município de Antônio Dias.
O crisoberilo cristaliza-se no sistema
ortorrômbico, é um óxido de berílio e
alumínio (BeAl2O4), a densidade varia
pouco, entre 3,71 e 3,72g/cm3 e a dureza
é 8,5 na escala de Mohs. Possui três
direções discretas de clivagem. O índice
de refração varia entre 1,759 a 1,744.
As variedades de crisoberilo produzem
gemas de cores variadas, em tons de
verde, amarelo-esverdeado ou marrom,
mas duas delas, a alexandrita e o olho-de-
gato possuem propriedades óticas raras.
A substituição do alumínio por cromo gera,
no mineral, uma tonalidade esverdeada,
característica da alexandrita. Este último
é o mais importante crisoberilo. Exibe cor
verde quando exposto à luz natural, e cor
vermelha, em luz artificial. A variedade
olho-de-gato, quando lapidada em talhe
cabochão, mostra uma linha de luz móvel
na superfície lapidada, chamada efeito
olho-de-gato. O termo alexandrita é devido
ao Czar Alexandre II, enquanto olho-de-gato
tem como sinônimo cimofana, palavra de
origem grega significando raio ondulante.
O crisoberilo pode ser confundido gemoló-
gicamente com andaluzita, brasilianita,
berilo, escapolita, espinélio sintético,
topázio, turmalina e zircão. Ocorre,
normalmente, associado à esmeralda e a
fenacita, cujas encaixantes, freqüente-
mente, são mica xistos. O crisoberilo
associa-se a minerais aluminosos tipo
sillimanita, córindon azul, espinélio e
granada, nos pegmatitos. Também pode
estar associado à apatita, olivina, clinopiro-
xênio, condrodita, rubi, fenacita, turmalina,
berilo, fluorita e molibdenita. Reações
metamórficas entre rochas pobres em
SiO
2
 e pegmatitos são responsáveis pela
formação de minerais ricos em Al2O3.
A gênese do crisoberilo ainda é um assunto
pouco conhecido, assim como o controle
estratigráfico/estrutural de suas minerali-
zações. FRANZ & MORTEANI (1983)
mostram que o metamorfismo de caráter
anatético de pegmatitos simples gera
crisoberi los associados a quartzo.
A reação é dada por: Berilo + Feldspato
potássico + H2O = Crisoberilo + Quartzo +
fusão. A formação do crisoberilo + quartzo,
através do berilo, pode ser o resultado
de altas condições de T e P durante ou
após a cristalização do pegmatito. Em
condições de T e P baixas, a reação estável
é dada por berilo + Aluminossilicato.
5.2 Minerais de Lítio
Dos metais alcalinos considerados como
elementos raros na superfície terrestre, o
lítio ocupa posição de destaque entre o
rubídio e césio em quantidade de
abundância. O lítio foi descoberto no ano
de 1817 por Arfwedson, químico sueco, ao
analisar o mineral petalita. Posteriormente,
no ano seguinte Gmeliu observou sais de
lítio de cor vermelha e, Davy em 1819
isolou o metal a partir do óxido de lítio.
Bunsen e Mathiessen também isolaram o
metal de lítio a partir do cloreto de lítio e,
na Alemanha, na década de 1850, Dr.
Marquardt começou a separar e produzir
em grande quantidade, os componentes
Projeto Leste
1 6 Cadastramento de Recursos Minerais - Pegmatitos
metálicos do lítio. No ano de 1886 a França
destacou-se no mercado internacional do
lítio dominando-o por cerca de quatorze
anos, quando, em 1900, os Estados Unidos
passaram a comercializar e dominar
o mercado dos minerais de lítio, extraídos
da mina de Etta, em Dakota do Sul. No
Brasil, apesar de se ter conhecimento de
pegmatitos litiníferos desde 1924, somente
na década de 1940, é que este bem mineral
passou a ter significado importante. (apud
DINIZ FILHO, 1978)
Na natureza, o lítio ocorre principalmente
em depósitos do t ipo evaporitos, na
forma de sais, fosfatos e silicatos e em
minerais de pegmatitos, onde a produção
comercial de minerais de lítio para fins
industriais está mais restrita aos depósitos
pegmatíticos. Dentre esses minerais
destacam-se espodumênio LiAl(Si2O6),
petalita Li(AlSi
4
O
10
), lepidolita K
2
(Li,Al)
5-
6
(Si
6-7
Al
2-1
O
20
), ambligonita LiAlFPO
4
; e
como produtos de alteração eucriptita,
bikitaíta e cookita.
O processo de obtenção do lítio metálico
mais comum é através de eletrólise por
banho de cloretos de lítio, em que o lítio
metálico flutua e a separação é feita por
processos físicos.
O lítio tem aplicações importantes como
fundente na fabricação de cerâmica, na
indústria farmacêutica e, como catalisador,
na produção de alumínio. Os produtos
utilizados na indústria cerâmica são o
carbonato e o óxido de l í t io. Suas
aplicações nos processos cerâmicos
facilitam o espalhamento de esmalte e
vernizes, baixam a viscosidade dos
silicatos fundidos e aumentam a dureza
das superfícies esmaltadas. Além do
carbonato e do óxido de lítio, o fluoreto de
lítio, o metaborato de lítio deca-hidratado,
o silicato de lítio e o sulfato de lítio também
são usados nas indústrias de vidro e
cerâmica.
O hidróxido de lítio é usado para produzir
sais de lítio, graxas e sabões. Os com-
postos de lítio vêm sendo usados em
diversos produtos como baterias secas,
condicionadores de ar, vidros especiais
para bulbo de TV, ligas metálicas, vidros
para capacitores (substituindo a mica
como dielétrico), vidros para aparelhos
de transmissão de ultravioleta, matéria-
prima para reatores de fusão nuclear,
como agente secante e absorvente em
refrigeradores, na polimerização e sínteses
orgânicas, na síntese de vitamina C
(HARBEN & BATES, 1984). Na forma de
carbonato de lítio é utilizado principalmente
na indústria cerâmica e de alumínio
e também em tratamento de doenças
depressivas. O cloreto e bromato são
util izados através das salmouras em
sistemas de refrigeração, devido ao seu
baixo grau de pressão de vapor. O lítio
possui ainda inúmeras aplicações quími-
cas e terapêuticas, como aplicações em
produtos de higiene, branqueadores,
geradores de oxigênio e hidrogênio,
funções catalizadoras e sínteses de
vitaminas.
As reservas mundiais de lítio como metal
contido são estimadas em 11 milhões de
toneladas, sendo os Estados Unidos,
Bolívia, Chile e Austrália os principais
países potencialmente produtores e
detentores das reservas desse metal. Em
termos de produção mundial no ano de
1997, com exceção dos Estados Unidos,
o lítio atingiu valores superiores a 11 mil
toneladas cabendo ao Chile, China e
Austrália os principais países produtores
(TAB. 5.2). O Brasil representa apenas
3,0% da produção mundial do metal
contido, sendo Minas Gerais o principal
estado produtor de onde são extraídos os
minerais espodumênio, ambligonita e
petalita.
Em Minas Gerais, destacam-se como
produtores de minério de lítio os pegmatitos
da área de Araçuaí-It inga, no médio
Jequitinhonha, onde encontram-se a
Companhia Brasileira de Lítio – CBL e a
Mineração Arqueana. No Vale do Rio
Doce, os pegmatitos dos municípios de
Governador Valadares (Proberil), Galiléia,
Conselheiro Pena (Barra do Cuieté,
garimpo do Azarias), Resplendor (Vala
Danta), Divino das Laranjeiras e Mendes
Pimentel produzem ambligonita, lepidolita
e espodumênio.
CPRM - Serviço Geológico do BrasilCPRM - Serviço Geológico do Brasil
1 7Cadastramento de Recursos Minerais - Pegmatitos
Além da aplicação industrial do espodu-
mênio, as variedades kunzita (lilás ou
azulada) e hiddenita (amarela ou verde),
destacam-se como gemas bastante apre-
ciadas, valorizadas e competitivas no
mercado internacional. O maior cristal de
kunzita encontrado no mundo provém da
região de Conselheiro Pena, pesando
7.410kg ou 37.050 quilates (SINKANKAS,
1962; apud DELANEY, 1996). Outra impor-
tante produtora de kunzita é a Mineração
Vala Danta, no município de Resplendor.
A ambligonita gemológica é um mineral de
ocorrência bastante rara, encontrada em
Linópolis, no Campo Pegmatítico Galiléia-
Mendes Pimentel.
5.3 Minerais de Nióbio e Tântalo
A columbita e a tantalita são minerais que
encerram os elementos nióbio e tântalo.
A sua fórmula química geral é dada por
(Fe,Mn) (Nb,Ta)2 O6. Esses minerais são
conhecidos pela sua cor escura, densidade
de 5,2 a 7,4g/cm3 e dureza 6 na escala
Mohs. Ocorrem associados e distinguem-
se principalmente pelo peso específico (Nb
8,57; Ta 16,6). Os minerais de tântaloencontram-se na natureza sob a forma de
microlita, tântalo-columbita ou columbo-
tantalita, conforme a predominância deste
ou daquele mineral (BAETA DA COSTA,
1973).
A aplicação e utilização desses minerais
é bastante diversificada, destacando-se:
a) Tântalo:
Carbonato de tântalo: peças resistentes ao
desgaste, como matrizes e máquinas,
ferramentas de corte para tornos, furadeira,
ligas especiais;
Sais de tântalo: catalisadores, vidros
ópticos, plásticos;
Tântalo metálico: materiais cirúrgicos (fios,
chapas, parafusos usados em ortopedia),
implantação de dentes, lâmpadas incan-
descentes de alto rendimento, filmes
anódicos, condensadores de pára-raios,
amplificadores, transistores, instrumentos
de controle eletrônico, aquecedores,
equipamentos resistentes a ácidos nas
indústrias químicas e têxtil, elementos
radioativos e medicina oncológica.
Tabela 5.2 - Reserva e Produção Mundial de Lítio
Discriminação Reservas (t) Produção
2
(t)
Países 1997
(p)
% 1996
(r)
1997
(p)
%
Brasil 142.221 1,5 346 350 3,0
Argentina - - 30 30 0,3
Austrália 160.000 1,7 1.800 2.000 17,3
Bolívia 5.400.000 56,8 - - -
Canadá 360.000 3,8 660 690 6,0
Chile 3.000.000 31,6 2.100 4.500 38,9
China - - 320 2.500 21,6
Estados Unidos 410.000 4,3 - - -
Namíbia - - 50 50 0,4
Portugal - - 160 160 1,4
Rússia - - 800 800 6,9
Zimbábue 27.000 0,3 500 500 4,3
TOTAL 9.499.221 100,0 6.766 11.580 100,0
Fontes: DNPM-DEM e U. S. Geological Survey (Mineral Commodity Summaries - 1998)
Nota: Dados em metal contido
(r) Dados revisados
(p) Dados preliminares, exceto Brasil
Projeto Leste
1 8 Cadastramento de Recursos Minerais - Pegmatitos
b) Nióbio:
Manufatura de aço, superligas, ligas de alta
tensão, fabricação de aço inoxidável.
Em pontes, torres, colunas de edifícios,
oleodutos, aumentando consideravelmente
a durabilidade dos equipamentos.
Estruturas de navios, automóveis, equipa-
mentos ferroviários e aeronaves;
Ligas magnéticas, componentes eletrô-
nicos, ligas de resistências elétricas, entre
outros.
Os minerais columbita/tantalita são sub-
produtos da lavra de um pegmatito.
Raramente aparecem como o principal
produto, mas, devido ao elevado valor
agregado poderão, em alguns casos,
custear todas as despesas envolvidas na
lavra.
5.4 Cassiterita
O estanho é um metal que é usado desde
3.500 A. C., sendo descoberto na Idade
do Bronze. Os minerais de estanho,
embora estejam largamente em pequenas
quantidades na crosta terrestre, seus
depósitos ocorrem, em geral, longe dos
centros consumidores. O principal mineral
de importância comercial do estanho é a
cassiterita, porém, pode ser encontrado na
forma de sulfetos complexos em stanita,
teal i ta e ci l indri ta. O estanho puro,
produzido da cassiterita, após tratamento
metalúrgico, é colocado no mercado
industrial sob a forma de barras, lingotes,
fundido e placas. Suas qualidades são
determinadas pela metalurgia e fonte do
minério.
A cassiterita ocorre em depósitos primários
principalmente em veios pegmatíticos,
greisens e disseminada em granitos.
Nos depósitos secundários, ela é
economicamente mais importante.
É lavrada nas aluviões e eluviões,
principalmente em regiões de cl ima
tropical, onde o intemperismo é mais
atuante.
Em termos de reservas, os principais
jazimentos brasi leiros si tuam-se na
extensa área da região amazônica,
constituindo a Província Estanífera de
Rondônia. Outros países como Bolívia,
Reino Unido, Nigéria e Malásia, são os
principais detentores da reservas e pro-
dução no mundo. As reservas oficialmente
registradas no Brasil em 1997 somaram
um total de 593.000 toneladas, enquanto
que no restante do mundo o número foi de
7.353.000 toneladas de minério contido,
ficando o Brasil com 9% de participação,
para uma produção mundial de 209.000
toneladas, isto é, cerca de 18.000 tone-
ladas.
A cassiterita lavrada na região leste, dentro
da Província Pegmatítica Oriental, ocorre
em depósitos primários (pegmatitos) e
secundários (aluviões e coluviões).
Nos pegmatitos associa-se à columbita/
tantalita, albita, mica e quartzo e nas
aluviões e coluviões pode formar con-
centrações nos depósitos devido sua
densidade e alta resistência aos agentes
intempéricos. Ressalta-se, entretanto, que
nesta província pegmatítica não constitui
depósitos expressivos, sendo aproveitada
como subproduto da mineração de outros
bens minerais.
5.5 Turmalina
O nome turmalina é derivado da palavra
cingalesa turmali , uma designação
adotada pelos mercadores do Sri Lanka
que misturavam gemas de identificação
duvidosa a outras gemas de valor maior.
Atualmente a turmalina é usada para
designar nome de um grupo de minerais,
expresso pela fórmula geral XY3 Al6
(BO3)3(Si6O18)(OH)4 na qual X=Na, Ca e
Y=Al, Fe+3, Li e Mg, onde a presença do
silicato de boro é sempre constante. O seu
sistema de cristalização é hexagonal,
em cristais, geralmente, prismáticos
com um prisma trigonal dominante e um
prisma hexagonal de segunda ordem,
subordinado. Apresenta dureza variando
de 7,0 a 7,5 na escala Mohs. É um mineral
encontrado em pegmatitos, aparecendo
quase sempre preenchendo geodos.
CPRM - Serviço Geológico do BrasilCPRM - Serviço Geológico do Brasil
1 9Cadastramento de Recursos Minerais - Pegmatitos
As turmalinas cujas encaixantes são
gnaisses e granitos são quase sempre as
pretas (schorlita). As turmalinas, em geral,
são bem cristalizadas, resistentes à ação
do intemperismo, porém, podem-se alterar
para outros minerais, como por exemplo
os do grupo das micas.
As variedades minerais da turmalina
segundo a International Mineralogical
Association – IMA compreendem a nove
tipos:
Buergerita – nome dado em homenagem
ao cristalógrafo e mineralogista M. J.
Bueger e refere-se a um mineral de cor
marrom, encontrado principalmente na
cidade de San Luiz de Potosi no México.
É definida como borossilicato de sódio,
ferro e alumínio com fluor dado pela
fórmula Na Fe3+Al6B3Si6O3F;
Cromodravita – refere-se a uma turmalina
de cor verde-escura cuja fórmula predo-
minante é NaMg3(Cr3Al)B3Si6O27(OH)4;
Dravita – corresponde a uma variedade de
turmalina de coloração amarronzada,
esverdeada ou preto-amarronzado, encon-
trada principalmente no rio Draw na
Áustria, dado pela fórmula predominante
NaMg3Al6B3Si6O27(OH,F)4;
Elbaíta – corresponde a borossilicato
de sódio, lít io e alumínio de fórmula
Na(Al,Li)
3
Al
6
B
3
Si
6
O
27
(O,OH)
3
(OH,F), cor
variada, podendo ser verde, rósea e incolor.
Nome derivado da ilha de Elba, no Mar
Mediterrâneo;
Ferridravita – turmalina de coloração
escura, sendo uma espécie típica da mina
de São Francisco, na Bolívia. Sua fórmula
(Na,K)(Mg,Fe)
3
Fe
6
B
3
Si6O
27
(O,OH)
3
(OH,F),
corresponde a união da dravita mais o ferro
férrico, formando a ferridravita;
Liddicoatita – variedade de turmalina que
pode apresentar várias cores e é típica de
Antsirabe, Madagascar. Seu nome dado
em homenagem ao gemólogo americano
R. T. Liddicoat. A sua fórmula predominante
é Ca(Li,Al)3Al6B3Si6O27(O,OH)3(OH,F);
Olenita – corresponde a uma nova
variedade de turmalina com alto teor de
alumínio, de fórmula geral predominante
NaAl
3
Al
6
B
3
Si
6
O
27
(O,OH)
4. 
Esta variedade
de turmalina foi descrita em 1968 pelos
mineralogistas russos Sokolov, Retrova,
Gorskaya, Gordiyenko e Krester, porém,
não há informações precisas sobre o local
onde foi encontrada e nem características
físicas e mineralógicas;
Schorlita – variedade de turmalina rica em
ferro de cor preta. A fórmula geral é
NaFe3Al6B3Si27(OH)4;
Uvita – corresponde a uma variedade
de turmalina de coloração amarronzada
a preta, de fórmula predominante
CaMg3(Al5,Mg)B3Si6O27(OH,F)4. Seu nome
é derivado de Uva, região do Sri Lanka.
No meio gemológico, as turmalinas são
comercialmente conhecidas e classifi-
cadas pela cor, apresentando as seguintes
variedades, segundo SCHUMANN (1985):
Acroíta - incolor ou quase incolor, de
ocorrência restrita e rara;
Rubelita - vermelha ou rósea, às vezes
violeta;
Dravita – amarelo-escuro, marrom e
dicróica
Verdelita - verde, com tonalidade conhecida
como esmeralda brasileira ou esmeraldita;Indicolita - azul em todos os tons;
Siberita - vermelha a violeta, púrpura e
dicróica; às vezes este termo é utilizado
como sinônimo de rubelita.
Schorlita - preta, é rica em ferro.
Além das variedades minerais e gemoló-
gicas da turmalina, outros nomes também
são dados a este mineral. Um deles é a
afrisita, que é uma turmalina rica em ferrro,
porém não é reconhecida pelo IMA, mas
esta denominação é muito utilizada no
Brasil. Outra é a tsilaisita de fórmula
Projeto Leste
2 0 Cadastramento de Recursos Minerais - Pegmatitos
NaMn3Al6B6Si6O27(OH,F)4 que foi proposta
como uma nova variedade mineral,
também não aprovada pelo IMA.
No Brasil, existem outras variedades de
turmalina como as bicolores (verde-
vermelha, azul-verde, azul-vermelha) ou
multicolores (verde - azul - vermelha -
rosa) ou ainda uma espécie especial
conhecida como “melancia”, com prismas
com o interior de cor vermelha ou rósea e
as bordas de cor verde.
A turmalina constitui um grupo de variedades
comuns, sendo encontrada principalmente
em rochas graníticas e nos pegmatitos a
elas associados. Ocorrem também em
rochas sedimentares, bem como em
rochas metamórficas, sob condições
variáveis de metamorfismo.
Os principais pegmatitos produtores de
turmalina localizados na Província Pegma-
títica Oriental, encontram-se principal-
mente na faixa leste do estado de Minas
Gerais e estão encaixados em rochas de
médio a alto grau metamórfico, asso-
ciados a granitização do ciclo brasiliano.
Esses pegmatitos ocorrem em grande
quantidade nos mais variados tamanhos
e com mineralogia variada, formando
inclusive os pegmatitos complexos com
processos de substituição metassomática
e paragênese diversificada. Estão encai-
xados nas rochas gnáissicas, xistosas e
quartzíticas e são em geral zonados e
contendo geodos.
A turmalina que ocorre na zona de contato
ou zona externa do pegmatito, mesmo
formando cristais perfeitos externamente,
não possui nenhum interesse econômico,
pois costuma apresentar fraturas perpen-
dicularmente ao seu eixo C. As turmalinas
encontradas em cavidades e geodos
(caldeirões) ou em zonas internas do corpo
pegmatítico são em geral bem formadas,
em cristais perfeitos, com cores variáveis,
de transparentes a translúcidas que,
ocasionalmente, podem conter inclusões.
São essas de grande valor comercial para
fins gemológicos ou ornamentais.
5.6 Minerais Industriais
5.6.1 Feldspato
O feldspato corresponde a um grupo de
minerais abundantes na crosta terrestre.
Normalmente são classificados pela sua
composição química separando-se os
silicatos de alumínio, potássio, sódio,
cálcio, calci-sódicos e raramente bário.
Seu aspecto ótico e suas cores decorrem
da existência de grandes volumes vazios
em sua estrutura o que permite a variação
de elementos se alojarem nestes. O grupo
dos feldspatos é formado por uma variedade
de minerais que apresentam propriedades
e características peculiares: ortoclásio –
que é um silicato de alumínio e potássio,
peso específico variando de 2,54 a 2,56 e
à luz microscópica mostra-se límpido e
homogêneo, sem estrutura reticular de
geminação. Possui ainda as variedades
adulária, sanidina, hialofana e celciana que
são muito cobiçadas por mineralogistas e
gemólogos; microclina – constituída de
silicato de alumínio e potássio, peso
específico de 2,54 a 2,57, cores amarelo–
creme, róseo e verde e contém as espé-
cies amazonita e anortoclásio; plagioclásio
– compreende a um conjunto de minerais
que são termos de série isomórf ica
contínua de soluções sólidas de NaAlSi
3
O
8
e CaAl
2
Si
2
O
8
. Seus minerais são termos
desta série de variação contínua no
percentual de moléculas e todas as suas
propriedades geométrica e físicas que
apresentam características proporcionais.
Esta série está representada por albita,
oligoclásio, andesina, labradorita, bytownita
e anortita. (COSTACURTA, 1973)
O valor comercial do feldspato está na
transferência de suas propriedades físicas
e químicas aos produtos industriais. Na
indústria do vidro, o feldspato fornece a
sílica (SiO
2
), que atua como material
vitrificante, e a alumina (Al2O3), que aumenta
a viscosidade a altas temperaturas,
elevando a resistência química e mecânica
do vidro, e os álcalis (Na2O e K2O) atuam
como fundentes, abaixando o ponto de
fusão da sílica. Assim, o feldspato sódico
com mais de 4% de Na20, serve para as
indústrias de vidro, esmaltes e porcelanas.
CPRM - Serviço Geológico do BrasilCPRM - Serviço Geológico do Brasil
2 1Cadastramento de Recursos Minerais - Pegmatitos
Na fabricação do vidro, o feldspato aumenta
a aplicabilidade do vidro fundido e inibe a
tendência de devitrificacão, ao fornecer
alumina. O feldspato potássico, por sua
vez, contém teores inferiores a 4% de
Na
2
O, sendo utilizado na cerâmica, pois
com seu ponto de fusão de 1200oC, êle
pode servir como fundente, além de ser
agente de fluxo. Na cerâmica branca, o
feldspato pode constituir 25% a 45% das
porcelanas finas, de 18% a 30% nas
placas de porcelana, de 30% a 36% em
louças refratárias e de 15% a 35% em
louças brancas, azulejos, ladri lhos.
É usado, também, na confecção de
isolantes térmicos e elétr icos e em
esmaltes e coberturas vitrificadas. Como
uso secundário, é utilizado em polimentos,
e como abrasivo brando, na indústria de
fósforos. Também possui aplicação na
composição de pastas diversas, como
antiderrapante em estradas, como carga
ou “filler” em plásticos diversos, tintas e
borrachas e em próteses dentárias.
Além da aplicação industrial, o feldspato
poderá ser usado como peças de coleção.
Nesse aspecto, os minerais mais utilizados
são a cleavelandita (albita), amazonita
(microclina verde) e plagioclásios diversos.
Em termos de oferta mundial, de todos
os países produtores de feldspato a
Itália, Estados Unidos e Tailândia são
responsáveis por 51% da produção
mundial (TAB. 5.3). A produção brasileira
de feldspato restringe-se quase que
exclusivamente aos depósitos pegma-
títicos. Os depósitos brasileiros estão
distribuídos em uma faixa que se estende
de norte a sul do país, englobando as
províncias pegmatít icas brasi leiras,
destacando-se a Província Oriental do
Brasil.
As reservas brasileiras concentram-se
geograficamente principalmente nos
estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio
de Janeiro. Outros estados como Ceará,
Paraíba, Paraná, Rio Grande do Norte, Rio
Grande do Sul e Santa Catarina, também
são detentores de reservas de feldspato,
ainda que pouco expressivas. O consumo
interno, estimado em pouco mais de
200.000t/ano entre 1992 e 1995, está
dirigido principalmente à indústria cerâmica
e vidreira. O produto beneficiado (80 a 200
mesh, Fe
2
O
3
<0,1%) para cerâmica e
vidro, era vendido em 1997 a US$90t/FOB,
em São Paulo. O feldspato potássico
bruto, produzido na região de Governador
Valadares, estava sendo negociado em
1997 entre R$15,00 a R$18,00 a tonelada
do produto inferior e a R$28,00 a do
feldspato puro. A albita (feldspato sódico)
estava cotada a R$70,00 a tonelada. Em
Governador Valadares existem unidades de
beneficiamento do produto, sendo a maior
a da PROMINEX (usina da COMIG) com
capacidade para classificar, processar e
moer até 60 mil toneladas por ano de
feldspato para as indústrias de vidro e
cerâmica, operando em 1996 com a
metade de sua capacidade. A produção
de feldspato bruto nessa região não é
declarada, mas com certeza é errática
e proveniente de diversas lavras,
comprometendo a regularidade e qualidade
do produto ofertado. A produção brasileira
de feldspato é de 120 mil toneladas por ano
(40% para o vidro e 60% para a cerâmica
branca), o que cobre as quantidades
provavelmente consumidas em cerâmicas
brancas.
Alguns feldspatos da região leste de Minas
Gerais são expansivos, o que os torna
impróprios para alguns usos industriais,
como no setor cerâmico. Isso tem levado
à importação do produto de outros centros
como do nordeste brasileiro e mesmo do
exterior, destacando-se Estados Unidos e
Argentina. As importações do exterior
tiveram um incremento significativo em
1995 (17.000t) em relação aos anos
anteriores (<225t), quase

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