Buscar

Livro Gestão Financeira - Uniasselvi

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 191 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 191 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 191 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

2011
Gestão Financeira
Prof. Gonter Bartel
Copyright © UNIASSELVI 2011
Elaboração:
Prof. Gonter Bartel
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
 
 658.15
 B283g Bartel, Gonter
 Gestão financeira / Gonter Bartel. 2ª ed. Indaial : 
 Uniasselvi, 2011. 181 p. il.
 
 Inclui bibliografia.
 ISBN 978-85-7830-454-6
1. Gestão financeira 
 I. Centro Universitário Leonardo da Vinci
 
 
Impresso por:
III
apresentação
Caro(a) acadêmico(a)!
Ao finalizar este caderno você terá conhecido o que envolve o ambiente 
da Gestão Financeira, as decisões de curto e longo prazo. A compreensão da 
Gestão Financeira nos possibilitará obter melhores resultados.
Na primeira unidade serão abordados os aspectos introdutórios 
da disciplina: os aspectos que compõem o ambiente da Gestão Financeira, 
mercado, tributação, demonstrações, índices de análise para tomada de 
decisão, fluxos de caixa e variáveis que alteram os resultados.
Os investimentos e financiamentos serão abordados na segunda 
unidade, nos quais é preciso identificar os fluxos relevantes, conhecer algumas 
técnicas e avaliar os riscos na decisão de financiamentos, investimentos. É 
fundamental que o gestor financeiro consiga lidar com os financiamentos, a 
fim de conseguir a alavancagem de capital.
No fechamento deste caderno, a gestão é abordada baseada em valor, 
algumas decisões de curto prazo, pertinentes, principalmente, ao capital de 
giro. O não dimensionamento do capital de giro tem comprometido muitas 
empresas, levando-as, muitas vezes, a uma situação de falência. Também 
conheceremos um pouco sobre o sistema financeiro nacional e alguns 
aspectos internacionais.
Ao estudar este caderno, procure refletir sobre estes conteúdos na 
sua própria gestão financeira. Cada um de nós precisa gerir os seus recursos 
financeiros. 
Este Caderno de Estudos foi cuidadosamente elaborado com a 
intenção de facilitar sua caminhada e ajudá-lo(a) nos primeiros passos para 
se tornar um administrador.
 Prof. Gonter Bartel
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfi m, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
Bons estudos!
NOTA
Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos 
materiais ofertados a você e dinamizar ainda 
mais os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza 
materiais que possuem o código QR Code, que 
é um código que permite que você acesse um 
conteúdo interativo relacionado ao tema que 
você está estudando. Para utilizar essa ferramenta, 
acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor 
de QR Code. Depois, é só aproveitar mais essa 
facilidade para aprimorar seus estudos!
V
VI
VII
UNIDADE 1 – GESTÃO FINANCEIRA .......................................................................................... 1 
TÓPICO 1 – AMBIENTE DA GESTÃO FINANCEIRA ............................................................... 3
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 3
2 TRIBUTAÇÃO DE EMPRESAS ..................................................................................................... 5
3 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS .......................................................................................... 9
3.1 DRE – DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS DO EXERCÍCIO ...................................... 10
3.2 BALANÇO PATRIMONIAL ..................................................................................................... 12
4 ÍNDICES FINANCEIROS ............................................................................................................... 16
4.1 ÍNDICES DE LIQUIDEZ ............................................................................................................ 17
4.1.1 Índice de liquidez corrente ............................................................................................... 17
4.1.2 Índice de liquidez seca ...................................................................................................... 18
4.2 ÍNDICES DE ATIVIDADE ......................................................................................................... 19
4.2.1 Giro de estoques ................................................................................................................. 19
4.2.2 Prazo médio de recebimento ............................................................................................ 20
4.2.3 Prazo médio de pagamento .............................................................................................. 21
4.2.4 Giro do ativo total .............................................................................................................. 21
4.3 ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO ............................................................................................ 22
4.3.1 Índice de endividamento geral ......................................................................................... 22
4.3.2 Índice de cobertura de juros ............................................................................................. 23
4.4 ÍNDICES DE RENTABILIDADE ............................................................................................... 23
4.4.1 Margem de lucro bruto ..................................................................................................... 23
4.4.2 Margem de lucro operacional .......................................................................................... 24
4.4.3 Margem de lucro líquido .................................................................................................. 25
4.4.4 Retorno do ativo total ........................................................................................................ 25
4.4.5 Retorno do capital próprio ............................................................................................... 26
4.4.6 Análise completa ................................................................................................................ 26
RESUMO DO TÓPICO 1 .................................................................................................................... 29
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 30
TÓPICO 2 – FLUXOS EPLANEJAMENTO .................................................................................... 33
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 33
2 FLUXOS DE CAIXA ......................................................................................................................... 33
3 ORÇAMENTOS DE CAIXA ........................................................................................................... 38
4 DEMONSTRAÇÕES E BALANÇOS PROJETADOS ................................................................ 43
LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................................................... 47
RESUMO DO TÓPICO 2 .................................................................................................................... 52
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 53
TÓPICO 3 – VARIÁVEIS NA GESTÃO FINANCEIRA .............................................................. 57
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 57
2 VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO .......................................................................................... 57
3 RISCO E RETORNO ........................................................................................................................ 61
4 TAXAS DE JUROS ............................................................................................................................ 63
sumário
VIII
5 AÇÕES ................................................................................................................................................ 65
LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................................................... 67
RESUMO DO TÓPICO 3 .................................................................................................................... 70
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 71
UNIDADE 2 – INVESTIMENTOS E FINANCIAMENTOS ....................................................... 73
TÓPICO 1 – INVESTIMENTOS ....................................................................................................... 75
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 75
2 ORÇAMENTO DE CAPITAL ......................................................................................................... 75
2.1 PROJETOS INDEPENDENTES ................................................................................................ 78
2.2 PROJETOS MUTUAMENTE EXCLUDENTES ....................................................................... 79
3 FLUXOS RELEVANTES .................................................................................................................. 79
LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................................................... 82
RESUMO DO TÓPICO 1 .................................................................................................................... 86
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 87
TÓPICO 2 – MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE PROJETOS DE INVESTIMENTOS ............ 89
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 89
2 PAYBACK ............................................................................................................................................ 89
2.1 PAYBACK SIMPLES ................................................................................................................... 90
2.2 PAYBACK DESCONTADO ....................................................................................................... 93
3 VPL ....................................................................................................................................................... 95
4 TIR ....................................................................................................................................................... 98
5 VPL x TIR ........................................................................................................................................... 101
6 TIR/ANÁLISE INCREMENTAL .................................................................................................... 102
7 RISCOS ............................................................................................................................................... 102
LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................................................... 106
RESUMO DO TÓPICO 2 .................................................................................................................... 108
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 109
TÓPICO 3 – FINANCIAMENTOS E ALAVANCAGEM DE CAPITAL .................................... 111
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 111
2 ESTRUTURA DE CAPITAL ............................................................................................................ 111
3 CUSTO DE CAPITAL E FINANCIAMENTOS ........................................................................... 114
3.1 CUSTO MÉDIO PONDERADO DE CAPITAL (CMPC) ....................................................... 116
4 ALAVANCAGEM ............................................................................................................................. 119
LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................................................... 124
RESUMO DO TÓPICO 3 .................................................................................................................... 127
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 128
UNIDADE 3 – CURTO PRAZO E TÓPICOS ESPECIAIS ........................................................... 129
TÓPICO 1 – GESTÃO BASEADA EM VALOR ............................................................................. 131
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 131
2 CRIAÇÃO DE VALOR E CUSTO DE OPORTUNIDADE ....................................................... 131
3 RESULTADO OPERACIONAL E EFEITO DO IR ..................................................................... 133
4 EVA ...................................................................................................................................................... 134
5 CÁLCULO DO EVA ......................................................................................................................... 136
6 RESUMO DAS DEMONSTRAÇÕES DE RESULTADO .......................................................... 140
IX
LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................................................... 141
RESUMO DO TÓPICO 1 .................................................................................................................... 144
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................145
TÓPICO 2 – CAPITAL DE GIRO ...................................................................................................... 147
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 147
2 ATIVOS CIRCULANTES ................................................................................................................ 147
3 PASSIVOS CIRCULANTES ........................................................................................................... 150
4 NECESSIDADES DE CAPITAL DE GIRO .................................................................................. 151
LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................................................... 156
RESUMO DO TÓPICO 2 .................................................................................................................... 159
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 160
TÓPICO 3 – INCORPORAÇÕES E FALÊNCIAS .......................................................................... 161
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 161
2 ARRENDAMENTOS ....................................................................................................................... 161
3 FUSÕES E AQUISIÇÕES ................................................................................................................ 162
4 FALÊNCIA DE EMPRESAS ............................................................................................................ 164
RESUMO DO TÓPICO 3 .................................................................................................................... 166
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 167
TÓPICO 4 – SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL E GESTÃO FINANCEIRA 
INTERNACIONAL ....................................................................................................... 169
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 169
2 SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL ........................................................................................ 169
3 GESTÃO FINANCEIRA INTERNACIONAL ............................................................................. 171
3.1 RISCOS .......................................................................................................................................... 172
LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................................................... 174
RESUMO DO TÓPICO 4 .................................................................................................................... 177
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 178
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................... 179
X
1
UNIDADE 1
GESTÃO FINANCEIRA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade tem por objetivos:
• apresentar o ambiente da Gestão Financeira;
• demonstrar a tributação nos resultados financeiros;
• explicar as demonstrações financeiras;
• compreender e calcular os diferentes índices financeiros;
• demonstrar a importância dos fluxos de caixa;
• analisar as variáveis da Gestão Financeira.
Esta unidade está dividida em três tópicos, sendo que em cada um deles 
você encontrará atividades que o(a) ajudarão na compreensão dos conteúdos 
apresentados. Os três tópicos desta primeira unidade permitem conhecer 
elementos básicos da gestão financeira.
TÓPICO 1 – AMBIENTE DA GESTÃO FINANCEIRA
TÓPICO 2 – FLUXOS E PLANEJAMENTO
TÓPICO 3 – VARIÁVEIS NA GESTÃO FINANCEIRA
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
AMBIENTE DA GESTÃO FINANCEIRA
1 INTRODUÇÃO
Introduzimos os estudos da Gestão Financeira com a seguinte citação: 
“Podemos definir finanças como a arte e a ciência da gestão do dinheiro” 
(GITMANN, 2004, p. 4). Pelas mãos das pessoas e das empresas circula o dinheiro, 
onde recebemos, pagamos e investimos.
A Gestão Financeira é uma atividade dinâmica, que deve começar por 
você. Cada um precisa saber gerenciar o seu dinheiro, fazê-lo render. Além deste 
autogerenciamento, obviamente, o seu campo de atuação estende-se para as 
empresas públicas e privadas, todas precisam também fazer render o dinheiro.
Juridicamente, as empresas podem se organizar em:
• Firmas individuais: a própria expressão já revela que nesta modalidade 
a empresa pertence ao indivíduo. Nesta modalidade, todo o patrimônio do 
indivíduo – único dono da empresa – pode ser utilizado para saldar as dívidas e 
sua responsabilidade é ilimitada. Esta é uma modalidade comum para pessoas 
com pequenos estabelecimentos. A tributação sobre os seus ganhos ocorre na 
sua declaração de rendimentos de pessoa física do proprietário.
• Sociedade por cotas: nesta modalidade, a própria expressão revela a situação 
de uma sociedade, a qual se caracteriza pela existência de dois ou mais sócios. 
Cada um dos sócios tem a sua responsabilidade limitada às suas cotas de 
participação na sociedade. A tributação é diferente da firma individual e 
distingue-se entre as diferentes atividades industriais, comerciais e de serviços.
• Sociedade por ações: é formada pelos seus acionistas, que compram e 
detêm quantidades de ações ordinárias ou preferenciais, limitando a sua 
responsabilidade. Os acionistas podem comprar mais ações, serem acionistas de 
outras empresas, negociarem suas ações a fim de maximizar os seus resultados. 
As ações são negociadas nas bolsas de valores, através de seus corretores.
UNIDADE 1 | GESTÃO FINANCEIRA
4
Independente do regime jurídico das organizações, as pessoas das mais 
diferentes áreas precisam atuar de forma integrada; onde, de uma forma ou de 
outra, acabam interagindo com as finanças.
Vamos exemplificar com o departamento de compras de uma empresa, no 
qual os fornecedores apresentam valores diferentes e as mais diferentes condições 
de pagamento. O comprador não poderá decidir, isoladamente, sem conhecer as 
possibilidades financeiras de a empresa realizar este pagamento. No pagamento à 
vista pode-se obter um desconto, mas se não há disponibilidade, precisamos buscar 
um empréstimo e, então, é necessário avaliar o que custa mais e o que custa menos.
Da mesma forma, o departamento comercial também precisa estar 
integrado com o financeiro, para poder estabelecer a sua política comercial de 
prazos, acréscimos e descontos. Aqui também é necessário conhecer o mercado.
“Não basta saber, é preciso saber fazer”, por isso, a partir do que 
acabamos de relatar, se você trabalha em alguma empresa ou conhece quem 
trabalha, procure descobrir como funciona a relação do setor financeiro com 
os demais setores da empresa. Leve suas contribuições para discutir com seus 
colegas de turma.
AUTOATIVIDADE
A Gestão Financeira tem uma relação direta com a teoria econômica e com 
a contabilidade. Em relação à teoria econômica, é preciso compreender e estar 
atento aos diferentes níveis de atividades econômicas, às mudanças políticas, à 
análise da oferta e da demanda, à teoria da formação de preços etc.
Nesse tema, a Gestão Financeira tem que estar bem informada sobre o 
mercado de capitais, os custos dos juros, as perspectivas da inflação (para enxergar 
tendências no incremento dos insumos e preços a serem repassados aos clientes) e 
as perspectivas de crescimento e decrescimento do mercado onde atua a empresa.
Já com a contabilidade, a Gestão Financeira também temuma relação 
direta, pois é desta movimentação financeira que ocorrem os registros contábeis. 
Isto vai auxiliar você a conhecer o seu fluxo de caixa e a tomar decisões. Mais 
adiante serão aprofundados os conhecimentos sobre fluxo de caixa.
É preciso fazer render o dinheiro. Este fazer render o dinheiro é 
interpretado por muitos, na gestão financeira, como a maximização dos lucros. 
Esta maximização de lucro deve considerar o tempo, os fluxos de caixa e o risco; 
sendo que esta interpretação difere entre as empresas por cotas e por ações.
TÓPICO 1 | AMBIENTE DA GESTÃO FINANCEIRA
5
IMPORTANT
E
Você é responsável por controlar o seu dinheiro e fazê-lo render. Na empresa, a 
sua Gestão Financeira também objetiva o controle do dinheiro, o seu rendimento, alinhado 
às expectativas dos sócios ou acionistas.
2 TRIBUTAÇÃO DE EMPRESAS
Os trabalhadores compõem o seu montante de dinheiro para pagar as 
suas contas e realizar os investimentos a partir do seu trabalho, prestado a uma 
ou mais empresas. As empresas compõem este montante de dinheiro a partir 
do resultado dos produtos e/ou serviços comercializados para as pessoas, outras 
empresas ou mesmo para o governo.
Os governos: municipais, estaduais e nacionais compõem parte da 
estrutura pública que necessita de recursos financeiros para sua manutenção. 
Além das receitas aferidas pelas empresas do governo (estatais), nós (pessoas 
físicas) e as empresas (pessoas jurídicas) precisamos contribuir financeiramente 
com estes governos por meio de impostos, taxas e tributos.
Ao adquirir algo, um bem móvel ou imóvel, estamos contribuindo com o 
pagamento de algum imposto embutido ou não no preço. Por exemplo: no preço 
dos alimentos que adquirimos no supermercado estão incluídos: os custos, o lucro 
e os impostos que este supermercado deve pagar ao governo. Da mesma forma, 
ao comprar um veículo, boa parte do valor corresponde aos impostos devidos 
pela montadora e concessionária ao governo.
Cada vez mais os veículos de comunicação têm divulgado a parte que 
corresponde aos impostos, do valor que é pago pelos produtos e/ou serviços. Para 
compreender, segue um exemplo: imagine que o imposto sobre os medicamentos 
seja de 50%. Neste caso, ao adquirir um medicamento qualquer por R$ 50,00, você 
está pagando R$ 25,00 pelo medicamento e R$ 25,00 de impostos. Sem o imposto, 
você poderia comprar dois medicamentos ou pagar a metade.
Discute-se muito, no Brasil, a chamada “carga tributária” sobre os 
produtos e/ou serviços. Há itens em que a tributação é muito alta, dificultando o 
acesso à população aos mesmos.
UNIDADE 1 | GESTÃO FINANCEIRA
6
Anualmente, a grande maioria das pessoas precisa realizar a sua 
declaração de Imposto de Renda. Nesta declaração constam os dados pessoais, os 
bens, pagamentos realizados e, principalmente, os rendimentos obtidos. A partir 
de uma tabela do governo federal, o sistema realiza um cálculo para determinar 
o quanto é possível restituir do imposto já deduzido mensalmente, na folha de 
pagamento. Há casos em que, além do imposto já deduzido, mensalmente, a 
pessoa ainda deve ao governo um pouco mais de Imposto de Renda, geralmente, 
nos casos de mais de um emprego ou de ter outros rendimentos.
IMPORTANT
E
Para maiores detalhes sobre o Imposto de Renda de Pessoa Física, consulte na 
internet o site da Receita Federal do Brasil.
Bem, até aqui é tudo muito simples. Agora, vamos falar das empresas. Sua 
natureza é pessoa jurídica. Ao constituir a empresa é preciso definir o seu objeto 
social, ou seja, estabelecer o que ela vai fazer, qual a sua atuação.
Pode-se constituir uma indústria madeireira, metal-mecânica, alimentícia, 
têxtil, entre outras. Também é possível constituir um estabelecimento comercial 
atacadista e/ou varejista; ou ainda, uma prestadora de serviços. A empresa não precisa 
se caracterizar, individualmente, por uma das modalidades acima, pode incorporar 
as três, pois pode produzir, comercializar e ainda prestar serviços aos clientes.
Em cada uma destas situações encontramos uma legislação específica 
de impostos e alíquotas, em todas as esferas: municipal, estadual e federal. Por 
exemplo, uma prestadora de serviços precisa recolher um imposto ao município 
onde está instalada, denominado de ISS (Imposto Sobre Serviço). Alguns 
municípios têm alíquota única, independente do serviço, enquanto outros têm 
alíquotas diferenciadas, dependendo do serviço.
ATENCAO
Imaginando escolas de idiomas de três municípios, pode-se ter o município “A” 
cobrando 2% de ISS, o município “B” cobrando 3% de ISS, enquanto que o município “C” pode 
isentar a escola do ISS durante um período, com o intuito de desenvolver a cidade, dando-lhe 
este incentivo fiscal.
TÓPICO 1 | AMBIENTE DA GESTÃO FINANCEIRA
7
Assim como variam os impostos entre os municípios, também vamos 
constatar a variação dos impostos estaduais e federais. Além dos impostos serem 
diferentes nas esferas municipais, estaduais e federal, também dependem da 
atividade e do porte da empresa.
IMPORTANT
E
Ao decidir onde instalar a empresa ou sua unidade de negócios, avalia-se, além 
de outros fatores, também a carga tributária.
O município e/ou o Estado podem conceder incentivo fiscal com o 
propósito de atrair empresas para a sua região, fomentando emprego, renda 
e desenvolvimento. Da mesma forma, a nação pode dar benefícios para que 
empresas internacionais se instalem no Brasil.
Obviamente, que as empresas não avaliam apenas a carga tributária, 
sendo necessário avaliar outros aspectos, tais como: mão de obra qualificada, 
disponibilidade de matéria-prima, recursos tecnológicos, infraestrutura (seja 
rodoviária, aeroviária, ferroviária ou portuária), dentre outros. São realizados 
muitos cálculos, considerando o conjunto de todas as variáveis, simulando 
diferentes cenários, para que se possa decidir pelo mais favorável.
Neste cenário empresarial, o contador é o profissional que auxilia na 
constituição de uma empresa, bem como: na correta identificação do regime de 
tributação da empresa, de seus produtos e/ou serviços. Geralmente, na maioria 
das micro, pequenas e médias empresas, este profissional é representado por um 
escritório de contabilidade – prestador de serviços. Há casos em que o contador 
é um funcionário da empresa. Independente de ser funcionário ou prestador de 
serviços, o contador realiza todos os registros contábeis fiscais, apurando todos 
os impostos a serem pagos.
Este conhecimento tributário não deve ser apenas do contador, mas 
também do gestor financeiro. Você deve conhecer o regime de tributação de sua 
empresa e de cada um dos seus produtos, para garantir que a receita das vendas 
assegure o pagamento dos impostos, dos fornecedores, de todas as despesas 
administrativas e de pessoal, garantindo o resultado positivo (lucro) no final do 
período (exercício). O conhecimento de toda esta denominada “carga tributária” 
pode ser obtido em cada um dos órgãos competentes: município, estado e nação.
UNIDADE 1 | GESTÃO FINANCEIRA
8
ATENCAO
Procure manter-se sempre atualizado quanto à tributação da sua empresa, pois a 
legislação sofre mudanças constantes. Se neste período você tributa sobre uma alíquota, pode 
no próximo período ter uma alíquota maior, menor ou, ainda, estar isento do seu pagamento.
Para melhor compreensão de cálculos básicos do preço de venda, impacto 
de impostos, custos e lucros, vamos ao exemplo a seguir:
Exemplo: você comercializa camisetas brancas, compra-as ao preço de R$ 7,00 
e deseja trabalhar com uma margem de lucro de 30%. Vamos supor que os impostos 
representam 10%. Como ocorrem os resultados a partir de duas interpretações:
Preço de venda é: (R$ 7,00 + 30%, ou seja, R$ 7,00 + R$ 2,10). R$ 9,10
Dedução dos 10% de impostos (R$ 9,10 – 10%). - R$ 0,91
Valor já deduzidos os impostos (R$ 9,10 – R$ 0,91). R$ 8,19
Pagamento ao fornecedor (custo da mercadoria). R$ 7,00
Deste lucro, você precisa ainda pagar suas despesas administrativas e de pessoal. R$ 1,19
Situação B: se do seu preçode venda vai obter 30% para chegar ao custo, terá:
Situação A: se a partir do preço de compra você acrescentar 30%, terá:
Seu preço de venda é: (R$ 7,00 / (1-30%), ou seja, (R$ 7,00 / 70%). R$ 10,00
Dedução dos 10% de impostos (R$ 10,00 – 10%). R$ 1,00
Valor já deduzidos os impostos (R$ 10,00 – R$ 1,00). R$ 9,00
Pagamento ao fornecedor (custo da mercadoria). R$ 7,00
Deste lucro, você precisa ainda pagar suas despesas administrativas e de pessoal. R$ 2,00
NOTA
A maioria dos impostos tem como base de cálculo o faturamento (valor das 
vendas), e a partir daí deduz-se os impostos. Observe ainda que o exemplo anterior considera 
30% de lucro de duas formas – interpretações.
TÓPICO 1 | AMBIENTE DA GESTÃO FINANCEIRA
9
Do exemplo anterior, a situação B apresenta um lucro superior à situação 
A. Agora, se você tiver uma baixa despesa administrativa e de pessoal e vender 
bastante (alto giro), poderá lucrar mais na situação A. Se você tiver uma despesa 
administrativa e de pessoal dentro da média, mas o seu giro (vendas) não for 
significativo, mesmo que pratique a situação B, poderá não ter lucro.
Além do custo, dos impostos, da despesa administrativa e de pessoal, 
também precisamos considerar o volume de vendas (giro) mensal. Há produtos 
com os quais conseguimos trabalhar com margens maiores, e com outros 
precisamos trabalhar com margens menores para conseguir vender.
ESTUDOS FU
TUROS
As demonstrações do exemplo anterior não consideram a forma nem a condição 
de pagamento do cliente, bem como ao fornecedor. Veremos variáveis exploradas mais adiante.
3 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Ao receber dinheiro e efetuar os pagamentos, a empresa está tendo a 
sua movimentação financeira, e toda esta movimentação precisa ser registrada 
e demonstrada.
As demonstrações, como a própria palavra diz, vão demonstrar tudo o 
que aconteceu ou está por acontecer com os recursos financeiros da empresa: as 
entradas, as saídas e os resultados.
Dentre as formas de demonstrações, este tópico abordará: o DRE – 
Demonstração dos Resultados do Exercício e o Balanço Patrimonial.
Os demonstrativos podem ser gerados por competência ou por caixa. 
Um demonstrativo por competência ou regime de competência é uma análise 
econômica, que expressa as receitas, despesas e o resultado do período, sem 
considerar o momento temporal em que ocorrem os pagamentos ou recebimentos.
 Já o demonstrativo por caixa ou regime de caixa expressa o momento 
temporal em que ocorrem os pagamentos e recebimentos. Sabe-se, exatamente, o 
momento em que o dinheiro entrou ou saiu, podendo ser de outras competências 
diferentes do período apresentado.
UNIDADE 1 | GESTÃO FINANCEIRA
10
3.1 DRE – DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS DO 
EXERCÍCIO
O DRE é uma forma resumida de apresentar os resultados operacionais 
da empresa dentro de um determinado período, geralmente anual ou mensal. O 
DRE anual apresenta os resultados que a empresa obteve dentro do seu chamado 
ciclo ou exercício fiscal, enquanto que os DRE´s mensais auxiliam nas decisões de 
curto prazo, para que os objetivos anuais sejam alcançados.
Esta demonstração parte do “faturamento”, tecnicamente denominado de 
ROB (Receita Operacional Bruta). A partir daí, apresenta-se a demonstração das 
movimentações, até encontrarmos o Lucro ou Prejuízo Líquido da empresa no 
período de apuração.
O quadro a seguir apresenta uma estrutura básica e resumida de um DRE:
QUADRO 1 – ESTRUTURA DO DRE
(=) ROB / faturamento Total da Receita Operacional Bruta, Faturamento, Vendas.
(-) Impostos Impostos que incidem sobre a Receita Operacional Bruta (ROB).
(=) ROL Receita Operacional Líquida (ROB menos os impostos).
(-) CMV CMV - Custo das Mercadorias Vendidas.
(=) Lucro bruto
O lucro bruto é o que sobra da ROB, menos impostos e CMV. 
É a partir desta margem bruta que vamos descontar as demais 
despesas da empresa. Este lucro bruto também é conhecido 
como margem de contribuição.
(-) Despesas administrativas Total das despesas administrativas (aluguel, água, energia elétrica, telefonia etc.), descontadas do lucro bruto.
(-) Despesas de pessoal
O total das despesas com pessoal, incluindo os encargos 
sociais e trabalhistas. Na indústria, as despesas com pessoal 
da produção podem ser adicionadas ao CMV (matéria-prima 
e pessoal da produção).
(=) Lucro operacional (antes das 
despesas e receitas financeiras)
O lucro operacional é o resultado, já descontadas as despesas 
administrativas e de pessoal.
(-) Despesas financeiras Despesas com capital de terceiros.
(+) Receitas financeiras Receitas de aplicações e ganhos financeiros.
(=) Lucro/prejuízo líquido Agora encontramos o lucro ou prejuízo líquido do período. 
FONTE: O autor
TÓPICO 1 | AMBIENTE DA GESTÃO FINANCEIRA
11
IMPORTANT
E
As demonstrações podem ser por regime de competência ou de caixa.
Partindo da estrutura de um DRE, apresentada no quadro 1, vamos 
visualizar, no quadro a seguir, o exemplo de um DRE com os números anuais. 
Vamos imaginar que seja o DRE do nosso exemplo da camisaria e vamos visualizar 
os resultados de dois anos consecutivos (2009 e 2010), onde cada camiseta foi 
vendida ao valor de R$ 10,00.
QUADRO 2 – EXEMPLO DO DRE
DRE 2010 2009
(=) ROB / faturamento R$ 120.000,00 R$ 114.000,00
(-) Impostos (10% sobre a ROB) R$ 12.000,00 R$ 11.400,00
(=) ROL (ROB – impostos) R$ 108.000,00 R$ 102.600,00
(-) CMV R$ 84.000,00 R$ 79.800,00
(=) Lucro bruto R$ 24.000,00 R$ 22.800,00
(-) Despesas administrativas R$ 6.000,00 R$ 5.000,00
(-) Despesas de pessoal R$ 15.600,00 R$ 16.100,00
(=) Lucro operacional R$ 2.400,00 R$ 1.700,00
(-) Despesas financeiras R$ 250,00 R$ 200,00
(+) Receitas financeiras R$ 25,00 R$ 10,00
(=) Lucro/prejuízo líquido R$ 2.175,00 R$ 1.510,00
FONTE: O autor
O DRE do quadro 2 considera o regime de competência, ou seja, os fatos 
ocorreram em cada um dos anos. Não considera quando pagamos os fornecedores, 
nem mesmo o recebimento das vendas dos clientes.
Este DRE já nos permite realizar algumas análises para a tomada de decisão:
Sabendo-se que em 2009 cada camiseta foi vendida a R$ 10,00, a ROB 
(Receita Operacional Bruta) considera um total de 11.400 camisetas vendidas.
Mantendo-se o mesmo preço de venda de 2009, em 2010 foram vendidas 12 
mil camisetas, ou seja, 5,26% a mais que no ano anterior. Como não houve aumento 
no preço de venda, nem mudança na carga tributária (impostos) e também não houve 
aumento do CMV, o aumento do lucro bruto foi proporcional às vendas (5,26%).
UNIDADE 1 | GESTÃO FINANCEIRA
12
O lucro líquido final teve um aumento de 44,04%, de R$ 1.510,00 em 
2009, para R$ 2.175,00 em 2010, que, além do aumento das vendas, também teve a 
contribuição das despesas administrativas e das despesas com pessoal.
Ao aumentar ou reduzir o valor de qualquer um dos itens do DRE acima, 
tem-se um reflexo imediato no lucro/prejuízo líquido.
Ao aumentar apenas o preço de venda, o montante dos impostos 
aumentará na proporção das vendas. Lembre-se de que um aumento de preços 
pode diminuir a quantidade a ser vendida, bem como: a redução do preço pode 
aumentar as vendas – vai depender muito do produto e do mercado.
Se houver apenas aumento da alíquota dos impostos (sem preço de venda e 
quantidade vendida), você irá pagar mais impostos e, consequentemente, os lucros 
brutos (operacional e líquido) vão ser menores, talvez até revelando prejuízo.
Agora, imagine se apenas o fornecedor aumentar o custo da camiseta e 
você não conseguir repassar este aumento aos seus clientes. Isto também afetará 
o lucro bruto, operacional e líquido.
Bem, também se pode imaginar que ocorram mudanças apenas nas 
despesas administrativas e/ou de pessoal. Os resultados também serão afetados.
O gestor financeiro precisa estar atento a todas as mudanças da empresa, com 
o objetivo de garantir que os resultados estabelecidos pelos sócios sejam alcançados.
3.2 BALANÇO PATRIMONIAL
O balanço patrimonial traz elementos da contabilidade e apresenta um 
resumo da posição financeira da empresa numa determinadadata. Tratando-se 
de elementos contábeis, vale lembrar que as contas do:
• Ativo: representam os direitos e bens, agrupados em contas que estão ordenadas 
pela sua liquidez. Começa com as de maior liquidez (caixa) até as de menor 
liquidez. O Ativo ainda está dividido em dois grandes grupos: as contas de 
recebimento de curto prazo (Ativo Circulante) e de longo prazo (Realizável de 
Longo Prazo).
• Passivo: representam os deveres e as obrigações, que também estão ordenados 
pelo seu prazo: do curto ao longo prazo de pagamento. O Passivo também está 
dividido no curto prazo (Passivo Circulante) e no longo prazo (Exigível de 
longo prazo).
TÓPICO 1 | AMBIENTE DA GESTÃO FINANCEIRA
13
UNI
O gestor financeiro necessita ter noções básicas da contabilidade.
O quadro a seguir apresenta algumas contas do ativo, com sua explicação:
QUADRO 3 – CONTAS DO ATIVO
CONTA EXPLICAÇÃO
Caixa/bancos Disponibilidades de dinheiro em caixa/bancos. 
Aplicações financeiras Valores aplicados, que, se necessário, pode-se resgatar.
Contas a receber Parte da ROB (Receita Operacional Bruta) não é recebida à vista, e sim nos prazos negociados. Todo o montante a receber consta nesta conta.
Estoque
Totaliza o valor do estoque de mercadorias e/ou de matéria-prima. 
O estoque de mercadorias ou produtos acabados representa o valor 
destes produtos para comercialização. Já o estoque de matéria-prima 
representa o que temos para produzir.
Imobilizações
Representam o ativo permanente da empresa, compreendido pelos 
terrenos e edificações, máquinas e equipamentos, móveis e utensílios, 
veículos etc.
FONTE: O autor
Observe no quadro 3 que as contas estão ordenadas de maior liquidez 
(Caixa), até as de menor liquidez (Imobilizações). Ao necessitar efetuar pagamentos 
imediatamente, o dinheiro pode estar disponível no caixa, bancos ou, ainda, em 
aplicações financeiras, e prontamente os pagamentos podem ser feitos.
Já se não houver recursos nestas contas, mas a empresa tiver contas a 
receber, poderá efetuar os pagamentos assim que receber de seus clientes. Para 
antecipar estes recebimentos (fazer caixa), poderá conceder descontos aos clientes 
ou, ainda, antecipar o desconto dos cheques e duplicatas em bancos.
Agora, se também não houver contas a receber, os estoques precisam ser 
convertidos em vendas, gerar contas a receber e receber os valores para poder ter 
caixa e realizar os pagamentos.
Se também não houver estoque de mercadorias, a situação fica ainda 
mais crítica. Neste caso, a empresa necessita realizar algum empréstimo, ou os 
donos precisam injetar dinheiro, ou ainda, a empresa precisa vender parte do seu 
patrimônio para ter recursos financeiros para realizar os pagamentos.
UNIDADE 1 | GESTÃO FINANCEIRA
14
IMPORTANT
E
É fundamental o equilíbrio das contas do ativo, para não afetar a liquidez. Mais 
adiante veremos alguns indicadores que permitem avaliar a liquidez.
O quadro 4 apresenta, de forma geral, algumas contas do passivo, para 
que possamos compreender as demonstrações seguintes deste caderno:
QUADRO 4 – CONTAS DO PASSIVO
CONTA EXPLICAÇÃO
Contas a pagar Representam as compras realizadas a prazo.
Títulos a pagar Representam empréstimos de curto prazo.
Despesas a pagar Representam despesas com empréstimos, salários etc.
Patrimônio 
líquido
Expressa o capital investido pelos sócios no início do período, incluindo 
lucros ou prejuízos acumulados.
FONTE: O autor
Retomando o exemplo da camisaria, o quadro 5 ilustra um balanço 
patrimonial, com dados de dois períodos (2009 e 2010).
QUADRO 5 – EXEMPLO DE BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVOS 2010 2009
Ativos Circulantes
Caixa 232,00 202,00
Aplicações financeiras 1.050,00 980,00
Contas a receber 7.500,00 5.500,00
Estoques 9.800,00 12.500,00
Total dos ativos circulantes 18.582,00 19.182,00
Ativos permanentes (ao custo)
Terrenos e edificações 25.200,00 23.000,00
Máquinas e equipamentos 3.950,00 3.470,00
Móveis e utensílios 1.890,00 1.420,00
Veículos 0,00 0,00
Total dos ativos permanentes 31.040,00 27.890,00
Depreciação acumulada 10.010,00 9.760,00
Ativos permanentes líquidos 21.030,00 18.130,00
TÓPICO 1 | AMBIENTE DA GESTÃO FINANCEIRA
15
TOTAL DOS ATIVOS 39.612,00 37.312,00
PASSIVOS E PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Passivo Circulante
Contas a pagar 8.359,00 7.297,00
Títulos a pagar 3.340,00 2.980,00
Despesas a pagar 4.160,00 3.915,00
Total dos passivos circulantes 15.859,00 14.192,00
Exigível de longo prazo 3.503,00 3.240,00
Total dos passivos 19.362,00 17.432,00
Patrimônio líquido
Capital social 20.250,00 19.880,00
TOTAL DOS PASSIVOS E PL 39.612,00 37.312,00
FONTE: O autor
Algumas considerações do balanço patrimonial do quadro 5.
A disponibilidade em caixa e em aplicações financeiras aumentou em 2010.
Em 2010 as contas a receber são maiores, podendo ser resultado da 
concessão de maior prazo de pagamento aos clientes.
A quantidade de mercadorias em estoque diminui. Lembre-se de que 
neste exemplo não houve aumento, nem redução nos custos das camisetas. Se 
houvesse uma redução nos custos, pode-se ter o mesmo volume de peças, mas 
um custo menor.
O ativo aumentou pelos investimentos no imobilizado.
Em 2010, o passivo circulante aumentou, enquanto que o ativo circulante 
diminuiu. Ou seja, as dívidas de curto prazo aumentaram, enquanto que as 
disponibilidades de curto prazo diminuíram.
ATENCAO
O balanço patrimonial e o DRE de uma empresa apresentam-se mais detalhados 
do que nos exemplos deste item.
UNIDADE 1 | GESTÃO FINANCEIRA
16
4 ÍNDICES FINANCEIROS
Qual foi o rendimento da poupança neste mês? E no mês passado? Qual 
será o aumento dos combustíveis? Da passagem de ônibus? Do aluguel? Estas e 
outras perguntas passam a ser respondidas a partir de índices.
No ambiente empresarial, “a análise de índices envolve métodos de 
cálculo e interpretações de índices financeiros visando analisar e acompanhar o 
desempenho da empresa” (GITMAN, 2004, p. 42), e funcionam como termômetros.
Fundamentalmente, os índices procuram avaliar a liquidez, a atividade, o 
endividamento e a rentabilidade de uma empresa.
Estes índices precisam ser calculados e atualizados para que se possa 
tomar decisões para a manutenção ou aumento dos resultados, bem como ajudar 
a identificar fatores que levaram ao desempenho ruim.
UNI
Se na semana passada a temperatura média foi de 27ºC e nesta semana está 
sendo de 30ºC, o que isto pode significar? Será efeito do aquecimento global? É normal para 
a época do ano? Ou é anormal?
A partir das demonstrações, encontramos elementos que nos permitem 
calcular alguns índices, que vão avaliar o desempenho operacional e auxiliar na 
tomada de decisão. Não é meramente o resultado do cálculo de um índice que 
permitirá uma interpretação do seu valor, mas a partir de comparações.
Através dos índices pode-se realizar comparações pelos seguintes métodos:
• Análise Vertical (Cross-Sectional): consiste numa forma de comparar os 
índices da sua empresa com a concorrência ou com o índice médio do mercado. 
Nesta comparação pode-se descobrir o quanto estamos melhores ou piores em 
cada um dos índices em relação ao mercado e identificar as ações que possam 
corrigir o valor destes índices.
• Análise Temporal ou de Série Temporal: consiste numa análise dos índices 
da empresa ao longo do tempo, de um passado até o momento presente, com 
a finalidade de avaliar o desempenho no período. A análise temporal permite 
ainda estabelecer uma tendência futura de desempenho.
TÓPICO 1 | AMBIENTE DA GESTÃO FINANCEIRA
17
• Análise Combinada: combina a análise vertical e a temporal, trazendo a 
possibilidade de comparar o desempenho da empresa com o mercado no 
decorrer do tempo.
Estas análises vão orientar o gestor financeiro nas suas tomadas de decisão, 
e ao compartilhar estes resultados com os demais setores, você sensibiliza mais 
pessoas aos resultados propostos. 
Os índices apresentados a seguir estão agrupados em quatro categorias 
básicas: liquidez, atividade, endividamento e rentabilidade. Os três primeiros 
grupos: liquidez, atividadee endividamento medem, principalmente, o risco, 
enquanto que os índices de rentabilidade medem o retorno do empreendimento.
ATENCAO
Todos os índices a seguir serão calculados com base nas demonstrações dos 
quadros 2 e 5, abordados anteriormente. Na exemplificação da fórmula de cada um dos 
índices, teremos como base os dados de 2010.
4.1 ÍNDICES DE LIQUIDEZ
“A liquidez de uma empresa é medida por sua capacidade de cumprir 
as obrigações de curto prazo à medida que vencem” (GITMAN, 2004, p. 46), 
indicando a capacidade de pagar as contas que vencem no curto prazo.
Ao encontrar um índice de liquidez menor que 1, temos a informação de 
que a empresa poderá ter dificuldades de realizar os seus pagamentos e sinaliza 
dificuldades de fluxo de caixa. Já um índice de liquidez maior que 1 sinaliza que 
a empresa tem condições de realizar os pagamentos. A seguir, vamos explicar o 
índice de liquidez corrente e seca.
4.1.1 Índice de liquidez corrente
O índice de liquidez corrente é muito utilizado, pois mede a capacidade 
da empresa de saldar suas contas de curto prazo, e tudo que é curto prazo está 
relacionado ao Ativo Circulante e Passivo Circulante.
UNIDADE 1 | GESTÃO FINANCEIRA
18
QUADRO 6 – CÁLCULO DO ÍNDICE DE LIQUIDEZ CORRENTE
Fórmula de Cálculo Resultado
Índice de Liquidez Corrente =
Ativo Circulante 18.582,00
= 1,17
Passivo Circulante 15.859,00
FONTE: O autor
O quadro acima apresenta que em 2010 a Liquidez Corrente foi de 1,17. 
Ao calcular este índice para 2009, obtém-se a liquidez de 1,35 (19.182 / 14.192). 
Observa-se que em 2009 a liquidez corrente foi melhor que em 2010, demonstrando 
uma queda de 13,33%. Em 2009 havia melhores condições para o pagamento das 
dívidas de curto prazo.
Em 2009, o Ativo Circulante estava 35% acima do Passivo Circulante, 
já em 2010 apenas 17%. Mesmo com esta queda de 2009 para 2010, a empresa 
apresenta liquidez. Para a manutenção desta liquidez faz-se necessário manter o 
Ativo Circulante acima do Passivo Circulante.
4.1.2 Índice de liquidez seca
O Índice de liquidez seca também mede a capacidade da empresa de 
saldar as suas contas de curto prazo, mas desconsidera os estoques. 
Para a atividade de algumas empresas, o estoque é considerado de baixa 
liquidez, podendo ser matéria-prima que ainda precisa gerar produto acabado, 
ou ainda, na maioria dos casos, as vendas do estoque ocorrem a prazo e uma 
pequena parte vem para o caixa e o restante é contas a receber.
QUADRO 7 – CÁLCULO DO ÍNDICE DE LIQUIDEZ SECA
Fórmula de Cálculo Resultado
Índice de Liquidez Seca =
Ativo Circulante – Estoque 8.782,00
= 0,55
Passivo Circulante 15.859,00
FONTE: O autor
Neste caso, a liquidez seca de 2010 (0,55) é superior à de 2009, que foi de 
0,47 (6.682/14.192). Houve uma melhora de 16,82% de 2009 para 2010, atribuído a 
uma redução dos estoques.
TÓPICO 1 | AMBIENTE DA GESTÃO FINANCEIRA
19
Analise o balanço patrimonial de sua empresa, e procure conhecer a 
liquidez corrente e seca.
AUTOATIVIDADE
4.2 ÍNDICES DE ATIVIDADE
Segundo Lemes (2005, p. 75), “os índices de atividade medem a velocidade 
com que várias contas se transformam em vendas ou caixa”. As mercadorias 
não podem ficar paradas no estoque, precisam resultar em vendas, que, por 
consequência, são a receita da empresa.
Quanto maior o giro das mercadorias, melhor será o resultado dos índices 
de atividade: o giro de estoques, o prazo médio de recebimento, o prazo médio 
de pagamento e o giro do ativo total.
4.2.1 Giro de estoques
O giro de estoques mede a liquidez do estoque. Quanto maior este índice, 
significa que mais rápido as vendas ocorrem, bem como: quanto menor, pode 
indicar que os produtos ficam muito tempo parados no estoque.
Para avaliar o giro é necessário ter índices de diferentes períodos para 
comparar. Há empresas que apresentam um giro com poucas oscilações mensais, 
enquanto que outras podem apresentar um giro muito alto em alguns meses do 
ano e praticamente nulo noutros.
QUADRO 8 – CÁLCULO DO GIRO DE ESTOQUES
Fórmula de Cálculo Resultado
Giro de Estoques =
Custo dos produtos vendidos 84.000,00
= 8,57
Estoque 9.800,00
FONTE: O autor
Em 2010, obteve-se um giro de 8,57, superior ao de 2009, que foi de 6,38 
(79.800/12.500). O crescimento no giro de um ano para o outro foi de 34,24%. 
Como avaliado, anteriormente, em 2010 foram vendidas mais peças e o ano 
de 2010 terminou com menos peças no estoque, o resultado disto é um maior 
giro de estoques.
UNIDADE 1 | GESTÃO FINANCEIRA
20
UNI
Foi demonstrado o giro dos estoques de uma forma geral, mas há empresas que 
conhecem o giro de estoque de cada um de seus produtos.
4.2.2 Prazo médio de recebimento
Todas as vendas realizadas geram recebimentos dos clientes, em diferentes 
prazos: há vendas em que o recebimento ocorre no ato da venda, consideradas 
“à vista”, outras em que parte do valor total é recebida como entrada e o saldo 
é parcelado num período futuro, outras nem entrada têm – o valor total está 
parcelado em datas futuras.
É fundamental conhecer o prazo médio de recebimento, para saber em 
quanto tempo estamos recebendo o dinheiro das vendas, para avaliar as políticas 
de crédito e cobrança.
QUADRO 9 – CÁLCULO DO PRAZO MÉDIO DE RECEBIMENTO
Fórmula de Cálculo Resultado
Prazo Médio de Recebimento =
Contas a receber 7.500,00
= 22.50
Vendas ÷ 360 120.000,00 ÷ 360
FONTE: O autor
O prazo médio de recebimento passou a ser de 22,50 dias em 2010, enquanto 
que em 2009 foi de 17,37 dias. Isto revela uma política de que a loja passou a 
conceder mais prazo aos seus clientes. Havendo disponibilidades financeiras, 
ou ainda, conseguindo repassar ao preço do produto o custo do dinheiro neste 
prazo, consegue-se manter os resultados financeiros da empresa.
UNI
Nos últimos anos, no Brasil, vivenciamos uma política de crédito muito forte. Os 
brasileiros puderam adquirir seus bens móveis e imóveis pagando em diversos meses e/ou anos.
A partir de 2011, o governo vem aplicando medidas para frear um pouco o consumo, elevando 
algumas taxas de juros e impostos para conter a inflação.
TÓPICO 1 | AMBIENTE DA GESTÃO FINANCEIRA
21
4.2.3 Prazo médio de pagamento
Da mesma forma que recebemos dos clientes pela vendas efetuadas, 
também é necessário realizar o pagamento aos fornecedores pelos estoques 
que formamos. Neste caso, é fundamental saber em quanto tempo ocorrem os 
pagamentos aos fornecedores, ou seja, o prazo médio de pagamento. Também há 
fornecedores que recebem tudo à vista, outros parcelam com e/ou sem entrada.
QUADRO 10 – CÁLCULO DO PRAZO MÉDIO DE PAGAMENTO
Fórmula de Cálculo Resultado
Prazo Médio de Pagamento =
Contas a pagar 8.359,00
= 35,82
Compras (CMV) ÷ 360 84.000,00 ÷ 360
FONTE: O autor
Em 2010, os pagamentos aos fornecedores são realizados num prazo médio 
de 35,82 dias, enquanto que em 2009 havia um prazo de 32,92 dias. Entende-se 
que em 2010 a empresa passou a ter mais prazo para o pagamento.
Considerando os resultados destes dois últimos índices: Prazo Médio de 
Recebimento (PMR) e Prazo Médio de Pagamento (PMP), analisa-se que se o PMR 
é de 22,50 e o PMP é de 35,82 dias, significa que primeiro recebemos as vendas dos 
clientes para depois pagar os fornecedores. Isto é verdadeiro, se tudo ocorrer num 
mesmo momento inicial, ou seja, comprar as mercadorias, colocar no estoque e 
vender. Agora, se você vendeu apenas 10 dias depois da compra, estará recebendo 
por volta do 32º dia, sendo que no 35º estará pagando o fornecedor. Esta análise é 
válida para o exemplo em questão, tendo que ser ajustada a outros casos.
4.2.4 Giro do ativo total
O giro do ativo total indica a eficiência com que a empresa usa seus ativos 
para gerar vendas. Para que este índice apresente bons resultados é fundamental 
o crescimento das vendas e/ou a manutenção do ativo total.
QUADRO 11 – CÁLCULO DO GIRO DO ATIVO TOTAL
Fórmula de Cálculo Resultado
Giro do Ativo Total =
Vendas 120.000,00
= 3,03
Ativo Total 39.612,00
FONTE: O autor
UNIDADE 1 | GESTÃO FINANCEIRA
22
O giro do ativo total de 3,03em 2010 apresentou-se menor que em 2009 
(3,06). Ao avaliar o quadro 5, percebe-se que em 2010 a loja aumentou o seu ativo 
imobilizado, acima do crescimento das vendas. Desta forma, o giro do ativo total 
em 2009 era de 3,06, melhor que em 2010 (3,03). As imobilizações comprometeram 
este índice.
4.3 ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO
A palavra endividamento expressa o quanto temos de dívidas. Ao possuir 
dívidas, estamos utilizando um dinheiro que não é nosso; daí a expressão “capital 
de terceiros”. Geralmente, a empresa apresentará algum grau de endividamento, 
pois o capital de terceiros pode apresentar um custo inferior ao custo estabelecido 
pelo dono do negócio, que pretende retirar lucros.
Segundo Gitman (2004, p. 49), “os índices de endividamento indicam o 
volume de dinheiro de terceiros que usamos para gerar lucros”.
ESTUDOS FU
TUROS
De uma forma ou de outra, as empresas apresentarão algum endividamento, 
o que, dependendo das condições, não significa nenhuma situação ruim. Mais adiante 
aprofundaremos esta análise.
4.3.1 Índice de endividamento geral
O índice de endividamento geral mede a proporção dos ativos totais que 
são financiados por terceiros. Quanto maior este índice, maior a quantidade de 
dinheiro que a empresa tem emprestado.
QUADRO 12 – CÁLCULO DO ÍNDICE DE ENDIVIDAMENTO GERAL, ANO 2010
Fórmula de Cálculo Resultado
 Índice de Endividamento 
Geral: 
 Total dos Passivos 19.362,00 
 = 0,49 * 100 = 48,88% Ativo Total 39.612,00 
FONTE: O autor
O endividamento geral de 2010 (48,88%) é superior a 2009 (46,72%), 
apontando que a empresa passou a contar com mais capital de terceiros. O 
aumento desse endividamento foi de 2,16% de um ano para outro.
TÓPICO 1 | AMBIENTE DA GESTÃO FINANCEIRA
23
4.3.2 Índice de cobertura de juros
Ao utilizar capital de terceiros, ter empréstimos, a empresa precisa 
devolver o capital tomado acrescido dos juros cobrados pelo terceiro.
O índice de cobertura de juros mede a capacidade da empresa de pagar os 
juros dos empréstimos, e, quanto maior, melhor a capacidade de pagar os juros 
sobre o capital de terceiros.
QUADRO 13 – CÁLCULO DO ÍNDICE DE COBERTURA DE JUROS
Fórmula de Cálculo Resultado
Índice de Cobertura de Juros =
Lucro Operacional 2.400,00
= 9,60
Juros 250,00
FONTE: O autor
A capacidade de pagar os juros em 2010 foi de 9,60, superior à de 2009, de 
8,50. Tanto para quem empresta o dinheiro, bem como para quem toma o dinheiro 
emprestado em 2010, constata que a empresa apresenta melhores condições de 
cobrir os juros.
4.4 ÍNDICES DE RENTABILIDADE
A palavra rentabilidade lembra o quão rentável algo é, ou seja, os 
resultados que estão sendo apurados. Quando você tem alguma disponibilidade 
de dinheiro, procura aplicar numa modalidade que num primeiro momento 
apresenta melhor rentabilidade, ou seja, aufere melhores ganhos.
Este ganho – a rentabilidade de uma empresa – pode ser analisado 
conhecendo a margem de lucro bruto, a margem de lucro operacional, a margem 
de lucro líquido, o retorno do ativo total e o retorno do capital próprio.
4.4.1 Margem de lucro bruto
A margem de lucro bruto é a diferença do preço de venda de nossos 
produtos, descontados os impostos e custos destes produtos (quadro 2). Quanto 
maior a margem, maiores são as disponibilidades para as despesas administrativas, 
de pessoal e financeiras.
UNIDADE 1 | GESTÃO FINANCEIRA
24
QUADRO 14 – CÁLCULO DA MARGEM DE LUCRO BRUTO
Fórmula de Cálculo Resultado
Margem de Lucro Bruto =
Lucro Bruto 24.000,00
= 0,20 * 100 = 20,00%
Receita de Vendas 120.000,00
FONTE: O autor
Em ambos os períodos, 2009 e 2010, obteve-se os mesmos 20% de margem de 
lucro bruto. O volume de vendas cresceu, mas com a manutenção do preço de venda, 
do CMV e da carga tributária, a margem de lucro bruto manteve-se a mesma.
As ações que permitem aumentar esta margem são:
• aumentar o preço de venda e/ou;
• reduzir os custos do produto, ou ainda;
• aumentar o giro com a redução do preço de venda e/ou aumento dos prazos de 
recebimento.
4.4.2 Margem de lucro operacional
A margem de lucro operacional é a diferença do preço de venda dos 
produtos, descontados todos os impostos, custos das mercadorias vendidas, 
despesas administrativas e de pessoal. Apenas não são consideradas as despesas 
ou receitas financeiras.
QUADRO 15 – CÁLCULO DA MARGEM DE LUCRO OPERACIONAL
Fórmula de Cálculo Resultado
Marge de Lucro Operacional =
Lucro Operacional 2.400,00
= 0,02 * 100 = 2%
Receita de Vendas 120.000,00
FONTE: O autor
A margem de lucro operacional de 2009 foi de 1,49%, que aumentou para 
2,00% em 2010. As ações que contribuem para melhorar a margem de lucro bruto 
também contribuem para melhorar a margem de lucro operacional.
Na melhora da margem de lucro operacional devem ser observadas as 
despesas administrativas e de pessoal.
TÓPICO 1 | AMBIENTE DA GESTÃO FINANCEIRA
25
4.4.3 Margem de lucro líquido
A margem de lucro líquido é a diferença do preço de venda dos produtos, 
descontados todos os impostos, custos, despesas administrativas, de pessoal e 
financeiras. Agora são consideradas as despesas ou receitas financeiras.
QUADRO 16 – CÁLCULO DA MARGEM DE LUCRO LÍQUIDO
Fórmula de Cálculo Resultado
Marge de Lucro Líquido =
Lucro Líquido 2.175,00
= 0,0181*100 = 1,81%
Receita de Vendas 120.000,00
FONTE: O autor
A elevação das despesas financeiras de 2009 para 2010 não impediu que a 
margem de lucro líquido fosse elevada de 1,32% para 1,81% em 2010. O aumento 
das vendas, a manutenção dos custos das mercadorias vendidas, o controle das 
despesas administrativas e financeiras e as despesas financeiras contribuíram 
para a elevação da margem de lucro líquido.
As ações desenvolvidas para a melhora da margem de lucro bruto 
e operacional também afetam a margem de lucro líquido, influenciada 
principalmente pelas despesas e receitas financeiras.
4.4.4 Retorno do ativo total
O retorno do ativo total, também conhecido por retorno do investimento, 
mede a eficácia geral da empresa em obter lucros com os seus ativos. Quanto 
maior, melhor o retorno.
QUADRO 17 – CÁLCULO DO RETORNO DO ATIVO TOTAL
Fórmula de Cálculo Resultado
Retorno do Ativo Total =
Lucro Líquido 2.175,00
= 0,05 * 100 = 5,49%
Ativo Total 39.612,00
FONTE: O autor
Em 2010, o retorno do ativo total foi de 5,49%, enquanto que em 2009 foi 
de 4,05%. Para que seja melhorado o retorno do ativo total, a empresa precisa 
aumentar o seu lucro líquido nas operações, evitando aumento do ativo total.
UNIDADE 1 | GESTÃO FINANCEIRA
26
4.4.5 Retorno do capital próprio
O capital próprio representa o montante de recursos investidos pelo sócio 
ao negócio. O dono do capital analisa as diferentes oportunidades no mercado 
para investir o seu dinheiro e deste espera o retorno. O retorno do capital próprio 
é o índice que mede o retorno que os donos têm sobre o seu capital investido no 
empreendimento.
Compara-se este retorno com outras oportunidades disponíveis no 
mercado, a fim de direcionar os investimentos ao que apresentar maior retorno.
QUADRO 18 – CÁLCULO DO RETORNO DO CAPITAL PRÓPRIO
Fórmula de Cálculo Resultado
Retorno do Capital Próprio =
Lucro Líquido 2.175,00
= 0,11 * 100 =10,74%
Capital Social 20.250,00
FONTE: O autor
O retorno do capital próprio também aumentou em relação a 2009, onde 
tínhamos 7,60% e agora em 2010 este retorno é de 10,74%. Numa situação real, 
possivelmente, o retorno de 2009 é inexpressivo, já em 2010 apresenta-se um 
pouco superior à aplicação do dinheiro na poupança.
Nestes casos, você, dono do capital, passa a exigir um retorno mais alto. Nestes 
percentuais apresentados, é mais conveniente procurar uma aplicação financeira 
para fazer render o seu dinheiro, ao invés de se arriscar numa atividade empresarial.
DICAS
Elabore uma planilha eletrônica com os principais dados do DRE e do balanço 
patrimonial de uma empresa, elabore as fórmulas para calcular os índices e faça as análises 
e simulações.
4.4.6 Análise completa
Não se pode realizar uma análise por meiode um único índice, pois este 
pode apresentar uma imagem falsa. Nenhum índice, por si só, é adequado para 
avaliar os aspectos relativos à situação financeira da empresa.
TÓPICO 1 | AMBIENTE DA GESTÃO FINANCEIRA
27
Uma análise completa da situação financeira da empresa poderá ser feita por:
• Análise Geral: de vários índices, para reunir todos os aspectos das 
atividades da empresa, identificando as principais necessidades ou áreas de 
responsabilidade. Para se chegar a este resultado é necessário realizar uma 
análise dos quatro grupos, isoladamente, avaliando: liquidez, atividade, 
endividamento e rentabilidade. Na sequência, avaliar o risco (liquidez, 
atividade e endividamento) com as possibilidades de retorno (rentabilidade). 
• Análise DuPont: visa identificar as principais áreas responsáveis pelo retorno 
do patrimônio líquido, ou seja, pelo desempenho financeiro; a partir do 
desdobramento do: lucro sobre as vendas, eficiência na utilização do ativo e 
uso da alavancagem.
IMPORTANT
E
Na análise, o gestor financeiro precisa considerar o conjunto destes indicadores.
A figura a seguir ilustra o Sistema de Análise DuPont, aplicado ao exemplo 
da camisaria deste Caderno de Estudos:
UNIDADE 1 | GESTÃO FINANCEIRA
28
FIGURA 1 – SISTEMA DE ANÁLISE DUPONT
FONTE: Adaptado de: Gitman (2004, p. 126)
Os elementos da figura acima foram extraídos do exemplo da camisaria, 
tomando como base o ano de 2010, e alguns índices já foram calculados 
anteriormente.
o
(=) ROB: R$ 120.000,00
(-) Imposto: R$ 12.000,00
(-) CMV: R$ 84.000,00 (=) Lucro Líquido
(=) Ativo 
Circulante
(=) Exigível 
Total
(=) Pat. Líquido, 
R$ 20.250,00
(=) Pat. Líquido, 
R$ 20.250,00
(=) Passivo e PL, 
R$ 39.612,00
(=) Multiplicador 
de Alavancagem 
Financeira 1,96
(=) Taxa de 
Retorno sobre 
o Patrimônio 
Líquido 10,72%
(=) Giro do 
Ativo Total 3,03
(=) Retorno sobre o 
Ativo Total 5,48%
(=) ROB
(=) ROB
dividido por
dividido por
dividido 
por
menos
menos
menos
menos
menos
mais
mais
mais
multiplicado por
multiplicado por
mais
(=) Margem 
Líquida 1,81%(-) D. Adm: R$ 6.000,00
(-) Pessoal: R$ 15.000,00
(-) D. Financ: R$ 250,00
(+) R. Financ: R$ 25,00
(+) Ativo Circulante
(+) Passivo Circulante
(+) Exigível a Longo 
Prazo
(+) Ativo Permanente 
Líquido: R$ 21.030,00
29
Neste primeiro tópico desta unidade aprendemos um pouco sobre:
•	A gestão financeira é a gestão do dinheiro. Para isso é necessário saber como 
recebemos, pagamos, investimos e, principalmente, fazer este dinheiro render.
•	As empresas podem ser firmas individuais, sociedade por cotas ou ainda 
sociedade por ações. Independentemente da sua forma, todas precisam realizar 
a gestão financeira.
•	Todas as pessoas e empresas estão sujeitas a um enquadramento e regime de 
tributação, nas suas esferas municipal, estadual e federal.
•	Na gestão financeira precisamos contar com demonstrações dos fatos. Conhecemos 
o DRE (Demonstração do Resultado do Exercício e o Balanço Patrimonial).
•	As demonstrações são elaboradas em Regime de Competência ou Regime de Caixa.
•	O regime de competência representa uma análise econômica que expressa as 
receitas, despesas e resultados, sem considerar o momento temporal em que 
ocorrem os pagamentos ou recebimentos.
•	O regime de caixa expressa o momento temporal em que os pagamentos e 
recebimentos ocorrem.
•	Os índices são termômetros para as empresas, e em cada uma de suas 
classificações, têm finalidades específicas de medição.
•	Os índices vão apontar algumas situações, para que possamos tomar decisões, 
a fim de garantir os resultados.
•	Apresentamos índices de liquidez, atividade, endividamento e rentabilidade. 
Todos vão permitir avaliar a situação da empresa, comparando-a com períodos 
anteriores, projetando períodos futuros e, ainda, com outras empresas do 
mesmo setor.
•	O risco é avaliado a partir dos índices de liquidez, atividade e endividamento. 
Os índices de rentabilidade evidenciam o retorno do negócio.
•	A análise financeira de uma empresa não pode ocorrer com os índices isolados. 
Deve-se considerar o conjunto de índices. O sistema de análise DuPont permite 
uma análise completa.
•	A análise de índices pode ser vertical, temporal ou combinada.
RESUMO DO TÓPICO 1
30
AUTOATIVIDADE
Vamos agora fixar o que aprendemos, respondendo algumas questões:
1 Complete a sentença a seguir:
 A Gestão Financeira é uma atividade __________, que pode ser definida 
como ______ e _______ da gestão do __________.
2 Por que a Gestão Financeira tem relação direta com a teoria econômica e 
com a contabilidade?
3 Quais são as três esferas governamentais de tributação, nas quais as 
empresas podem estar inseridas?
4 Diferencie as demonstrações: DRE e balanço patrimonial.
5 Qual a estrutura básica de um DRE?
6 Como são organizadas as contas do ativo e do passivo?
7 O que é descoberto com os índices de liquidez, atividade, endividamento e 
rentabilidade?
8 Monte o DRE e o balanço patrimonial, considerando os seguintes dados de 
uma empresa que comercializou calças em 2010.
a) Vendeu 13.000 calças ao preço de R$ 20,00, sendo que cada uma custa R$ 10,00.
b) 15% de impostos sobre as vendas.
c) O terreno da empresa representa R$ 40.000,00, as máquinas e equipamentos 
R$ 7.000,00 e os móveis e utensílios R$ 3.500,00. A depreciação acumulada 
representa o total de R$ 13.000,00.
d) As despesas de pessoal são de R$ 30.000,00 e as administrativas de R$ 12.000,00.
e) As contas a pagar representam R$ 9.000,00, os títulos a pagar R$ 5.000,00 e 
as despesas a pagar R$ 8.000,00.
f) Os estoques totalizam R$ 20.000,00 e o contas a receber é de R$ 13.000,00.
g) O caixa é de R$ 1.000,00 e as aplicações financeiras totalizam R$ 10.000,00.
h) O capital social investido pelos sócios representa R$ 34.000,00.
i) As dívidas de longo prazo somam a importância de R$ 25.500,00.
9 A partir do DRE e balanço patrimonial a seguir, calcule os índices:
31
ATIVOS 2010
Ativos Circulantes
Caixa 2.320,00
Aplicações financeiras 6.050,00
Contas a receber 15.500,00
Estoques 19.800,00
Total dos ativos circulantes 43.670,00
Ativos permanentes (ao custo)
Terrenos e edificações 20.200,00
Máquinas e equipamentos 9.950,00
Móveis e utensílios 4.890,00
Veículos 0,00
Total dos ativos permanentes 35.040,00
Depreciação acumulada 7.010,00
Ativos permanentes líquidos 28.030,00
TOTAL DOS ATIVOS 71.700,00
PASSIVOS E PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Passivo Circulante
Contas a pagar 12.359,00
Títulos a pagar 11.340,00
Despesas a pagar 8.498,00
Total dos passivos circulantes 32.197,00
Exigível de longo prazo 13.503,00
Total dos passivos 45.700,00
Patrimônio líquido
Capital social 26.000,00
TOTAL DOS PASSIVOS E PL 71.700,00
DRE 2010
(=) ROB / faturamento R$ 250.000,00
(-) Impostos (20% sobre a ROB) R$ 50.000,00
(=) ROL (ROB – impostos) R$ 200.000,00
(-) CMV R$ 80.000,00 
(=) Lucro bruto R$ 120.000,00
(-) Despesas administrativas R$ 60.000,00
(-) Despesas de pessoal R$ 45.000,00
(=) Lucro operacional R$ 15.000,00
(-) Despesas financeiras R$ 5.000,00
(+) Receitas financeiras R$ 0,00
(=) Lucro/prejuízo líquido R$ 10.000,00
Liquidez Corrente
Liquidez Seca
Giro de Estoques
Prazo Médio de Recebimento (PMR)
Prazo Médio de Pagamento (PMP)
Giro do Ativo Total
Endividamento Geral
32
Cobertura de Juros
Margem de Lucro Bruto
Margem de Lucro Operacional
Margem de Lucro Líquido
Retorno do Ativo Total
Retorno do Capital Próprio
33
TÓPICO 2
FLUXOS E PLANEJAMENTO
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Na Gestão Financeira, os fluxos expressam os recebimentos e os 
pagamentos, ou seja, as entradas e as saídas de dinheiro do caixa. Estes fluxos, 
geralmente, não apresentam equilíbrio, ou seja, a mesma quantidade que 
recebemos não é a que pagamos, e vice-versa.
Conhecer este fluxo da empresa é fundamental para o gestor financeiro saber 
lidar com os picos: será que vou ter dinheiro para realizar estes pagamentos? O que 
fazer com todo este dinheiro? E como lidar com a necessidade de novos investimentos?
Estas dúvidas passam a ser sanadas a partir do momentoem que temos 
todos os dados que nos dão uma noção certa das coisas. O planejamento é 
indispensável, pois, ao planejar você estará criando um cenário futuro do que 
poderá acontecer. Neste momento, você também pode avaliar a possibilidade de 
novos investimentos ou, ainda, tomar decisões para enfrentar uma crise.
Ao final desta unidade iremos projetar as demonstrações e os balanços 
para auxiliar a cuidar do dinheiro ao longo do tempo.
2 FLUXOS DE CAIXA
Antes de falarmos sobre os fluxos de caixa, precisamos relembrar o regime 
de competência e o regime de caixa, explicado no tópico anterior. Um demonstrativo 
por competência ou regime de competência é uma análise econômica, que pretende 
expressar as receitas, despesas e o resultado do período, não importando o 
momento temporal em que ocorrem os pagamentos ou recebimentos. Aqui não 
sabemos exatamente o momento em que o dinheiro entra ou sai.
Já o demonstrativo por caixa, ou regime de caixa, expressa o momento 
temporal em que ocorrem os pagamentos e recebimentos. Sabemos exatamente o 
momento em que o dinheiro entrou ou saiu, podendo ser de outras competências 
diferentes do período apresentado.
UNIDADE 1 | GESTÃO FINANCEIRA
34
O fluxo de caixa apresenta as entradas e saídas, bem como as necessidades 
diárias ou de um período. Nos fluxos de caixa também aparecem os investimentos 
e sua depreciação – desvalorização que ocorre em função da idade e do uso do bem.
Ao elaborar a demonstração do fluxo de caixa, consideramos:
• Fluxos operacionais: consideram todas as entradas e saídas diretamente 
relacionadas à produção e comercialização dos produtos e/ou serviços.
• Fluxos de investimentos: expressam as aquisições de imobilizado (terrenos, 
edificações, máquinas, equipamentos, móveis, utensílios e veículos) e 
participações societárias.
•	 Fluxos	 de	 financiamentos: demonstram os recebimentos e pagamentos de 
capital próprio (dinheiro dos sócios) e ainda do capital de terceiros (dinheiro 
emprestado de não sócios).
FIGURA 2 – FLUXOS DE CAIXA
FONTE: Gitman (2004, p. 87)
Da figura acima é preciso conhecer cada um dos detalhes dos fluxos: 
operacionais, de investimento e de financiamentos; pois destes detalhes chegamos 
aos resultados, revelando lucro ou prejuízo do período.
O quadro a seguir ilustra os fluxos operacionais, de investimentos e 
financiamentos para o ano de 2010 do exemplo da camisaria. Para melhor 
compreensão, utilize também os quadros 2 e 5 do Tópico 1 desta unidade.
TÓPICO 2 | FLUXOS E PLANEJAMENTO
35
QUADRO 19 – DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA
DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA
Fluxo de caixa das atividades operacionais Cálculo Fluxo
Lucro líquido 2.175,00
Depreciação (e outras despesas não
 desembolsáveis)
10010,00 – 9760,00 250,00
Contas a receber (aumentou) 7500,00 – 5500,00 -(2.000,00)
Estoques (diminuiu) 9800,00 – 12500,00 2.700,00
Contas a pagar 8359,00 – 7297,00 1.062,00
Outras despesas a pagar 4160,00 – 3915,00 245,00
Caixa gerado pelas atividades operacionais 4.432,00
Fluxo de caixa das atividades de investimento
Ativo Permanente (aumentou) 31040,00 – 27890,00 -(3.150,00)
Variações em participações societárias 0,00 – 0,00 0,00
Caixa aplicado em atividades de investimentos -(3.150,00)
Fluxo de caixa das atividades de financiamento
Títulos a pagar (aumentou) 3340,00 – 2980,00 360,00
Exigível de longo prazo (aumentou) 3503,00 – 3240,00 263,00
Variações no patrimônio líquido (aumentou) 20250,00 – 19880,00 370,00
Caixa gerado pelas atividades de financiamento 993,00
Aumento Líquido em caixa e títulos negociáveis 4432 + (-3150) + 993 2.275,00
FONTE: O autor
Algumas explicações do quadro acima:
A depreciação deve ser tratada com valor positivo, pois não ocorreu a 
saída de caixa.
A diferença no contas a receber é de R$ 2.000,00. Como ocorreu um 
aumento, este valor é representado no fluxo como negativo; já se tivesse ocorrido 
uma redução, então o valor seria positivo.
O valor do estoque diminuiu, representando a diferença de R$ 2.700,00 
como uma disponibilidade, por isso o valor no fluxo é positivo. Caso houvesse 
um aumento nos estoques, este valor no fluxo seria negativo.
UNIDADE 1 | GESTÃO FINANCEIRA
36
Contas a pagar aumentou, então a diferença é positiva no fluxo. Se tivesse 
diminuído, a diferença representaria uma redução no fluxo (negativo).
Outras despesas a pagar têm a mesma interpretação de contas a pagar.
Somados os fluxos operacionais, encontra-se o resultado de caixa gerado 
pelas atividades operacionais.
O ativo permanente aumentou, representando que a diferença diminui 
o fluxo.
Títulos a pagar também aumentou, significando que a diferença é 
positiva no fluxo; agora, se tivéssemos reduzido os títulos a pagar, teríamos uma 
disponibilidade menor no fluxo (negativa).
Da mesma forma, temos a interpretação para o exigível de longo prazo e 
a variação do Patrimônio Líquido.
Ao final, somados os fluxos operacionais, de investimentos e financiamentos, 
é obtido o aumento líquido em caixa e títulos negociáveis de R$ 2.275,00. Caso o 
fluxo retornasse um valor negativo, teríamos sinais de problemas na empresa.
UNI
O fluxo de caixa deve ser elaborado com muita atenção, pois qualquer 
lançamento ou interpretação errada trará um resultado final errado.
Um gestor financeiro não vai se limitar apenas aos resultados apresentados, 
mas irá realizar o planejamento financeiro, considerando as ações de:
• Longo Prazo: geralmente, as decisões tomadas pelos dirigentes estratégicos em 
cada uma das áreas da empresa. Podemos exemplificar como: construção de 
uma nova fábrica, expansão para novos mercados, criação de uma nova linha 
de produtos, novos investimentos na produção, ou até mesmo a redução de 
quaisquer itens.
• Curto Prazo: são as providências operacionais do dia a dia, conforme ilustradas 
na Figura 1 – nos fluxos operacionais.
TÓPICO 2 | FLUXOS E PLANEJAMENTO
37
O Quadro 19 apresentou a demonstração do fluxo de caixa anual, 
incluindo os fluxos operacionais, de investimentos e financiamentos. No dia a 
dia das empresas, o fluxo de caixa é controlado em detalhes, identificando todas 
as receitas e despesas, apontando, ao final de cada dia, a disponibilidade ou 
necessidade de dinheiro. Uma demonstração deste fluxo está representada no 
quadro a seguir:
QUADRO 20 – FLUXO DE CAIXA OPERACIONAL DIÁRIO
Movimento / Data 04-mês-ano 05-mês-ano 06-mês-ano 07-mês-ano ... 15-mês-ano
(=) Saldo inicial 2.000,00 2.200,00 600,00 1.025,00 480,00
(+) Vendas 300,00 350,00 500,00 450,00 200,00
(-) Impostos 0,00 1.000,00 0,00 0,00 0,00
(-) Fornecedores 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
(-) Despesas 
administrativas 100,00 50,00 0,00 300,00 0,00
(-) Despesa pessoal 0,00 900,00 0,00 400,00 0,00
(-)Despesas 
financeiras 0,00 0,00 75,00 0,00 0,00
(+)Receitas 
financeiras 0,00 0,00 0,00 25,00 0,00
(=) Saldo final 2.200,00 600,00 1.025,00 800,00 680,00
FONTE: O autor
O quadro acima revela:
O saldo final de cada período é o saldo inicial do período seguinte.
Não podemos nos iludir com o saldo de R$ 2.200,00 do dia 4, pois nas 
datas futuras é preciso efetuar o pagamento dos impostos, das despesas com 
pessoal e dos fornecedores – estes não foram demonstrados no quadro acima.
As despesas de pessoal ocorreram em duas datas, possivelmente no dia 
5 foi o pagamento aos funcionários e no dia 7 o pagamento dos encargos sociais.
O pagamento dos impostos e das despesas com pessoal costuma estar 
concentrado em poucas datas no mês.
Espera-se que as vendas e o seu recebimento sejam diários, mas a 
cada dia o montante é diferente, apresentando oscilações. No exemplo acima, 
possivelmente, nos dias 6 e 7 o volume de vendas foi maior, por ser próximo à 
data em que as pessoas recebem o seu pagamento e podem ir às compras.
O saldo ao final do dia 8 representa ser 1/3 do saldo final do dia 4. Existem 
períodos no mês em que as saídas são maiores que as entradas, e vice-versa.
UNIDADE 1 | GESTÃO FINANCEIRA
38
É preciso lembrar-se da necessidade de recompor o saldo para pagar os 
fornecedores.

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Perguntas Recentes