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1 BIOLOGIA E MICROBIOLOGIA AMBIENTAL Renata Correa Heinen 2 AULA 1 – FUNDAMENTOS DE BIOLOGIA SANITÁRIA 1.1 POSIÇÃO DOS ORGANISMOS DE INTERESSE SANITÁRIO NO MUNDO VIVO E SUAS CARACTERÍSTICAS (células procarióticas e eucarióticas; constituintes bioquímicos celulares). 1.1.a Composição das células Todas as células são basicamente semelhantes. Compõem-se de protoplasma, um complexo coloidal constituído principalmente de proteínas, lipídios e ácidos nucléicos: o conjunto é circundado por membranas limitantes ou parede celular, e todas têm um núcleo ou uma substância nuclear equivalente. Todos os sistemas biológicos apresentam as seguintes características comuns: • habilidade de reprodução; • capacidade de ingestão ou assimilação de substâncias alimentares, metabolizando-as para suas necessidades de energia e de crescimento; • habilidade de excreção de produto de escória; • capacidade de reagir às alterações do meio ambiente; • suscetibilidade à mutação. Célula – Corresponde à unidade fundamental do ser vivo. Uma única célula corresponde a uma entidade, separada das outras células por uma membrana, contendo uma variedade de compostos químicos e estruturas subcelulares em seu interior. De acordo com a estrutura celular, os seres vivos se dividem em duas categorias: procariontes e eucariontes. Esta divisão se baseia nas diferenças na organização da máquina celular. Procariontes – não possuem núcleos bem definidos, não possuem membrana nuclear, por isso a região do núcleo se confunde com o citoplasma. 3 Eucariontes – possuem núcleos bem definidos, circundado por duas camadas. As células dos organismos eucariontes compõem-se de três partes: 1. Membrana celular – é constituída de lipídios (40%), proteínas (60%) e alguns carboidratos. É a camada que envolve a célula, tem a função de transportar nutrientes e servir de suporte ao sistema de formação de energia da celula. 2. Citoplasma – é toda substancia encontrada entre a membrana e o núcleo. Seu trabalho garante a vida da célula, pois, no citoplasma, se realizam as funções de nutrição, fundamentais para a conservação da vida; digestão, respiração, circulação e excreção. 3. Núcleo – parte central da célula. Estrutura chave onde a informação genética (DNA) é armazenada. Fonte: www.vestibulandoweb.com.br Organelas citoplasmáticas – são estruturas encontradas no citoplasma e que desempenham funções vitais na célula. São elas: • Mitocôndria – responsável pela respiração da célula. Constitui verdadeira “usina” de energias, onde a matéria orgânica é “moída” de maneira a fornecer, para o metabolismo celular, a energia química acumulada em suas ligações. 4 • Complexo de Golgi – é o local de acúmulo e concentração de várias substâncias; onde ocorre a síntese das proteínas dos carboidratos e dos lipídios. • Reticulo Endoplasmático – aumenta a superfície da célula, o que amplia o campo de atividades das enzimas, facilitando a ocorrência de reações químicas necessárias ao metabolismo celular; facilita o intercâmbio de substâncias entre a célula e o meio externo; armazena substâncias diversas; regula a pressão osmótica; produz lipídios. • Cápsula – envoltório protetor e pode servir também como reservatório de alimentos armazenado e como local de despejo de substâncias de escoria. 2. CONSTITUINTES BIOQUÍMICOS CELULARES 2.1 - COMPONENTES INORGÂNICOS a) Água – é um importante veículo de transporte de substâncias, permitindo o contínuo intercâmbio de moléculas entre os líquidos extra e intracelular. Funções desempenhadas pela água nos seres vivos: • Solventes de líquidos corpóreos; • Meio de transporte de moléculas; • Regulação térmica; • Ação lubrificante; • Atuação nas reações de hidrólise. B) Sais Minerais – São encontrados nos seres vivos sob duas formas básicas: insolúvel e solúvel. Insolúvel – acham-se imobilizados como componentes do arcabouço esquelético. Solúvel – acham-se dissolvidos na água em forma de íons – Ca++ ; Mg++; Fé++; PO4- - -; K+; Na+; Cl – 5 Os sais minerais desempenham um importante papel biológico nos seres vivos, agindo como ativadores de enzimas, como componentes estruturais de moléculas orgânicas fundamentais e participando da manutenção do equilíbrio osmótico. 2.2 - COMPONENTES ORGÂNICOS DA CÉLULA Os principais componentes orgânicos da célula são: carboidratos; lipídios; proteínas; enzimas; ácidos nucléicos e vitaminas. 2.2.1- CARBOIDRATOS Compostos orgânicos constituídos de carbono, hidrogênio e oxigênio. Na molécula de um carboidrato existe sempre um grupo aldeído ou um grupo cetona. Nos demais carbonos existem grupamentos hidroxilas (-OH) Por essa razão, os carboidratos são definidos como poliidroxialdeídos ou oli-idroxicetonas. Monossacarídeo – são carboidratos simples que não sofrem hidrólise, de fórmula geral Cn(H2O)n, onde n varia de 3 a 7 (trioses, tetroses, pentoses, hexoses e heptoses). Oligossacarídeos – carboidratos formados pela junção de 2 a 10 monossacarídeos que se separam por hidrólise: • Sacarose (glicose + frutose) • Lactose (glicose + galactose) • Maltose (glicose + glicose) 6 Polissacarídeos – formados pela junção de muitos monossacarídeos. Tem fórmula geral (C5H10O5)n Ex.: Amido; Celulose; Glicogênio. 2.2.2 LIPÍDIOS – (do grego lipo – gordura) são moléculas orgânicas que resultam da associação entre ácidos graxos e álcool. Insolúveis em água. Solúveis em solventes orgânicos como benzena, éter e álcool. Lipídios simples – possuem, em sua composição, apenas átomos de carbono, hidrogênio e oxigênio. Compreendem os glicerídeos, cerídeos e os esterídeos. Lipídios Complexos – apresentam, além do carbono, hidrogênio e oxigênio, átomos de fósforo e nitrogênio. Ex: fosfolipídios - encontrados em plantas e animais. Esfingolipídios – abundantes no tecido nervoso. Função: • São reservas alimentares; • Fornecem energia; • Protegem mecanicamente; • São isolantes térmicos; • Auxiliam a absorção de vitaminas e outras substâncias lipossolúveis. 2.2.3 PROTEÍNAS – quimicamente são macromoléculas complexas, de alto peso molecular constituídas de moléculas menores denominadas aminoácidos. Aminoácidos – são substâncias orgânicas que contém sempre um grupo amina (- NH2) e um radical ácido, com seguinte fórmula geral. 7 Papel biológico das proteínas: • Função estrutural; • Função enzimática função hormonal; • Função de defesa; • Função nutritiva. 2.2.4 ENZIMAS: São substâncias de natureza protéica, elaboradas pelos seres vivos, funcionando como agente catalítico que acelera a velocidade da reação química, e não são consumidoras durante a reação que catalisam. E + S → ES →.E + P 2.2.4.1 FATORES QUE AFETAM A VELOCIDADE DE REAÇÃO DE UMA ENZIMA • Concentração do substrato – à medida que transcorre uma reação, ocorre uma diminuição na concentração dos reagentes. Em geral, a velocidade da reação depende da concentração dos reagentes pelo que a velocidade específica de conversão diminui simultaneamente. • Temperatura – Devido a sua natureza proteica, a desnaturação enzimática diminui a concentração efetiva e, consequentemente, decresce a velocidade da reação. • pH – Extremos de pH podem levar a desnaturação da enzima, pois afetarão o caráter iônico dos grupos amina e carboxila da proteína, consequentemente modificarão suas propriedades. 8 2.2.5 ÁCIDOS NUCLÉICOS São moléculas gigantes, constituídas por unidades menores denominadas nucleotídeos. Cada nucleotídeo é constituído de uma moléculade ácido fosfórico ligada a uma pentose, que se acha ligada a uma base nitrogenada. Nos seres vivos, existem dois grandes tipos de ácidos nucléicos: ácido desoxirribonucléicos (DNA ou ADN) e o ácido ribonucléico (RNA ou ARN). As bases nitrogenadas são classificadas em duas categorias: púricas e pirimídicas. • Uma das mais importantes características do DNA é a sua capacidade de autoduplicação, de forma a originar cópias exatas de si mesmo. • O DNA produz RNA e o RNA comanda a fabricação de enzimas e outras proteínas. 2.2.6 VITAMINAS São substâncias orgânicas de natureza química heterogênea que atuam como coenzima, ativando enzimas fundamentais no processo metabólico dos seres vivos. Coenzimas - São compostos orgânicos, quase sempre derivados de vitaminas, que atuam em conjunto com as enzimas. Podem agir segundo 3 modelos: Ligando-se à enzima com afinidade semelhante à do substrato; Ligando-se covalentemente em local próximo ou no próprio sítio catalítico da apoenzima; Atuando de maneira intermediária aos dois extremos acima citados. 9 • Vitaminas são substâncias necessárias para o metabolismo no organismo, mas que não podem ser produzidas em nosso corpo. Assim, elas são obtidas através de alimentos, bebidas ou suplementos vitamínicos. As exceções são a vitamina D, que é sintetizada no organismo em uma escala limitada, e as vitaminas B12 e K, as quais são sintetizadas pela flora bacteriana no intestino. • Sem as vitaminas as reações metabólicas, em nosso organismo, ficariam tão lentas que não seriam efetivas. Algumas vitaminas (C, E e A) também têm papel antioxidante diminuindo a ação nociva dos radicais livres. Ao contrário dos carboidratos lipídios e proteínas as vitaminas não têm função estrutural, nem função energética; além disso, são exigidas pelo organismo em doses mínimas. Cada vitamina tem um papel biológico específico, portanto nenhuma vitamina pode substituir outra vitamina diferente. As vitaminas podem ser classificadas de acordo com a sua solubilidade em lipídios ou água. • Hidrossolúveis As vitaminas solúveis em água são absorvidas pelo intestino e transportadas pelo sistema circulatório até os tecidos em que serão utilizadas. O grau de solubilidade varia de acordo com cada vitamina e influi no caminho que essa substância percorre no organismo. Quando ingeridas em excesso, as vitaminas hidrossolúveis são armazenadas até uma quantidade limitada nos tecidos orgânicos, mas a maior parte é secretada na urina. • Lipossolúveis 10 As vitaminas solúveis em gorduras são absorvidas, no intestino humano, com a ajuda de sais biliares segregados pelo fígado. O sistema linfático as transporta para as diferentes partes do organismo. O corpo pode armazenar uma quantidade maior de vitaminas lipossolúveis do que de hidrossolúveis. As vitaminas A e D são armazenadas sobre tudo no fígado e a E nos tecidos gordurosos e, em menor escala, nos órgãos reprodutores. O organismo consegue armazenar pouca quantidade de vitamina K. Ingeridas em excesso, algumas vitaminas hidrossolúveis podem alcançar níveis tóxicos no interior do organismo. As vitaminas são produzidas pelas plantas clorofiladas e por certos organismos unicelulares. Os animais adquirem as vitaminas de que necessitam através dos alimentos que ingerem. Esses grupos possuem características importantes: • As vitaminas hidrossolúveis devem ser ingeridas diariamente, pois não podem ser armazenadas, e são expelidas dentro de 1 a 4 dias. Elas não resistem ao cozimento. Como exemplo, citamos a vitamina C e as vitaminas do complexo B. • As vitaminas lipossolúveis podem ser armazenadas por períodos maiores no tecido adiposo e no fígado. Elas são solúveis em gordura e geralmente são resistentes ao cozimento. Dentre essas se encontram as vitaminas A, D, E e K. • As vitaminas lipossolúveis devem ser administradas antes das refeições, e as vitaminas hidrossolúveis entre ou após as refeições 1.2 ASPECTOS GERAIS DA MORFOLOGIA, NUTRIÇÃO E REPRODUÇÃO DOS ORGANISMOS DE INTERESSE NO SANEAMENTO (elementos de nutrição e reprodução) 11 1.2.1 NUTRIÇÃO DOS MICRORGANISMOS Para o crescimento e a multiplicação os organismos necessitam de: • Uma fonte de carbono, hidrogênio e oxigênio; • Uma fonte de sais minerais, ferro, enxofre, fósforo, sódio e magnésio; • Uma fonte de energia. Existem entre os seres vivos dois tipos de comportamento que caracterizem as maneiras de enfrentar o problema de obtenção de alimentos, ou seja, sua fonte de energia. O comportamento autotrófico e heterotrófico. Autotrófico – são seres que sintetizam seu próprio alimento, a partir de moléculas de baixa e desenvolve-se em meios minerais. Fotossíntese e quimiossíntese. Heterótrofos – seres que não conseguem sintetizar seu próprio alimento e o adquirem do meio onde se encontram. Necessitam de substâncias orgânicas para o seu desenvolvimento. Fermentação e respiração. Autotrófico Fotossíntese – é um processo de produção de alimentos onde ocorre a transformação de substâncias simples em compostos orgânicos através da luz solar. CO2 + H2O → CH2O + O2 Quimiossíntese – é o processo pelo qual certos organismos sintetizam moléculas orgânicas utilizando energia proveniente da oxidação de compostos inorgânicos. Estes organismos oxidam substâncias inorgânicas, e a energia liberada nesta reação é utilizada na síntese da glicose que serve então como 12 matéria-prima para síntese de outras moléculas orgânicas e como fonte de energia para as reações celulares. Heterotrófos Fermentação – é um processo de obtenção de energia utilizado pelos seres vivos. É um conjunto de reações enzimáticas através das quais uma molécula orgânica é degradada à molécula orgânica mais simples. Neste processo, o aceptor final de hidrogênio produzido pela oxidação das moléculas orgânicas é uma substância orgânica, produto da reação em questão. Respiração – consiste no processo de extrato de energia química acumulada nas moléculas de substancias orgânicas diversas, tais como carboidratos e lipídios. Nesse processo, verifica-se a oxidação ou “queima” de compostos orgânicos de alto teor energético, consequentemente, formam-se substâncias de menor conteúdo energético, como CO2 e H2O. Respiração aeróbica – quando o aceptor final de hidrogênio, produzido pela oxidação das moléculas orgânicas, é o oxigênio. O2 + 4H+ + 4 e- → 2H2O Respiração anaeróbica - quando o aceptor final de hidrogênio, produzido pela oxidação das moléculas orgânicas, é uma substância inorgânica diferente do oxigênio. Ex. nitrato, sulfato, carbonato etc. 2HNO3 + 10 H+ + 4 e- → N2 + 6 H2O 13 1.2.2 NECESSIDADE DE OXIGÊNIO De acordo com o oxigênio, os microrganismos são divididos em 4 grupos fisiológicos: • Microrganismos Aeróbios – necessitam de oxigênio. • Microrganismos Anaeróbios – não podem crescer em presença do ar, e não utilizam oxigênio para as reações de produção de energia. • Microrganismos Facultativos – são aqueles que crescem na presença do ar atmosférico, e podem crescer também na ausência de oxigênio. Eles não requerem oxigênio para o crescimento, embora possam utilizá-lo para a produção de energia em reações químicas. • Microrganismos Microaerófilos – necessitam de pequena quantidade de oxigênio (1 a 15%). 1.2.3 FAIXA DE TEMPERATURA Para todos os microrganismos existem 3 temperaturas cardeais: a) Temperatura mínima – abaixo da qual não há crescimento. b) Temperatura máxima – acima da qual não há crescimento. c) Temperatura ótima – onde o crescimento é máximo. De acordo comessa temperatura os microrganismos podem ser classificados em 3 grandes grupos: a) Psicrófilos – crescem em baixa temperatura. b) Mesofílicos – crescem em temperatura moderada. c) Termofílicos – crescem em alta temperatura. 14 T. máxima T. mínima T. ótima Psicrófilos 25ºC < 0ºC 15ºC Mesofílicos 45ºC 20ºC 35 – 37ºC Termofílicos 95ºC 45ºC 60 – 70ºC 1.3 ASPECTOS GERAIS DO METABOLISMO DEGRADATIVO E BIOSSINTÉTICO DOS ORGANISMOS DE INTERESSE NO SANEAMENTO ASSOCIADO AOS TRATAMENTOS BIOLÓGICOS (conceito e classificação do metabolismo, energia das reações químicas) Os microrganismos estão agrupados conforme as suas necessidades nutricionais de modo que foram, a princípio, divididos em: • autotróficos (capazes de sintetizar nutrientes a partir de elementos primários) e; • heterotróficos (capazes de degradar compostos pré-formados para assimilar os nutrientes). As necessidades nutricionais dizem respeito às fontes de energia, luz, compostos inorgânicos e orgânicos, que são fornecidos aos microrganismos. O cultivo de microrganismos é importante em várias áreas da pesquisa, os quais podem ser cultivados in vivo (pela utilização de células vivas ou cobaios) e in vitro (pela utilização de meios de cultura inanimado). No cultivo, são fornecidas fontes de carbono, fontes de nitrogênio, sais minerais, fatores de crescimento e água. Além dos fatores nutricionais, são necessários a temperatura, as condições de pH, potencial osmótico, aeração etc. A assimilação dos nutrientes, pelos microrganismos, ocorre através de reações enzimáticas, que são liberadas no substrato, promovendo a decomposição 15 (catabolismo ou decomposição) ou por vias metabólicas de biossíntese (anabolismo). Poucos são os microrganismos capazes de realizar a nutrição pela ingestão ou fagocitose. As principais vias metabólicas são: a) Glicolítica: processo anaeróbio da oxidação da glicose (C6H12O6) até ácido pirúvico; b) Fermentativa: processo de obtenção de energia pelo qual a molécula orgânica, que está sendo metabolizada, não é completamente oxidada, ou seja, não extrai todo o seu potencial energético. Produtos: ácidos acético e lático, álcoois (etanol, metanol e butanol), cetonas (acetona) e gases (dióxido de carbono e hidrogênio molecular); c) Respiração aeróbia: processo de oxidação do piruvato, resultante da glicólise, a dióxido de carbono e água. Requer O2 como aceptor final de elétrons e é muito mais eficiente na obtenção de energia do que a via glicolítica ou a fermentativa; d) Respiração anaeróbia: os microrganismos são capazes de utilizar muitos outros aceptores finais de elétrons, como o sulfato em bactérias do gênero desulfovibrio. Para isto, muitiplicam-se na ausência de oxigênio. AULA 2 - PRINCIPAIS GRUPOS DE ORGANISMOS DE INTERESSE NO SANEAMENTO 2.1 REINOS NA NATUREZA • Monera – procarióticos; autótrofos ou heterótrofos e bactérias; • Protista – unicelulares na maioria; autótrofos (fotossíntese) e heterótrofos, englobando as algas; 16 • Fungi – parede celular com quitina; engloba os cogumelos até os bolores; • Plantae – parede celular celulósica; multicelulares e engloba as algas verdes até as plantas superiores; • Animalia – sem parede celular; não produzem seu alimento, englobando as esponjas até o homem. Fonte: www.nano-macro.com 2.2 BACTÉRIAS A) ESTRUTURA DAS BACTÉRIAS (fímbrias ou pelos) • Estruturas curtas e finas que muitas bactérias apresentam em sua superfície; • Promovem a adesão da bactéria; • Pelos ou fímbrias sexuais: usadas na conjugação ou troca de material genético. B) CLASSIFICAÇÃO QUANTO A FORMA • Cocos – bactérias arredondadas mais ou menos globosas; • Bacilos – possuem a forma de bastonetes; • Espirilos – se assemelham a espiral ou saca-rolhas; 17 • Vibrião – é um caso especial de espirilo, assemelhando-se a um segmento de espiral ou vírgula. Fonte: educacao.globo.com 2.3 ALGAS A) CARACTERÍSTICAS • Sob a denominação algas enquadram-se diversos grupos de protistas diferentes entre si, mas que mantém uma característica em comum: são todos eucariontes, autótrofos fotossintetizantes dotados de clorofila. • No meio aquático, dependendo do local onde vivem, podem constituir comunidades conhecidas como fitoplâncton e fitobentos. • O fitoplâncton é uma comunidade formada principalmente por numerosas microalgas que flutuam livremente ao sabor das ondas. São importantes produtoras de alimento orgânico e liberam oxigênio para a água e a atmosfera. Constitui a base das cadeias alimentares aquáticas, formando o que se denomina "pasto marinho". • O fitobentos é uma comunidade de algas, em geral macroscópicas (algumas atingem dezenas de metros) fixas no solo marinho (principalmente em rochas). B) CLASSIFICAÇÃO DAS ALGAS 18 • Filo Chlorophyta – algas verdes. • Filo Phaeophyta – algas pardas ou marrons. • Filo Rhodophyta – algas vermelhas. • Filo Bacillariophyta – diatomáceas. • Filo Chrysophyta – algas douradas. • Filo Euglenophyta – euglenas. • Filo Dinophyta – dinoflagelados. Fonte: www.sobiologia.com 2.4 PROTOZOÁRIOS Os protozoários são organismos unicelulares eucarióticos e que apresentam nutrição heterotrófica. Apresentam, na grande maioria, vida livre, e são encontrados em diferentes ambientes aquáticos e úmidos. Existem espécies que vivem em associação com outros organismos, como é o caso dos parasitas. Um tipo bastante comum de classificação dos protozoários usa como critério o modo de locomoção desses seres no meio aquático. De acordo com esse sistema, existem protozoários ciliados, flagelados, rizópodos e esporozoários. 19 Fonte: www.brasilescola.com 2.5 FUNGOS Os fungos são popularmente conhecidos como bolores, mofos, fermentos, levedos, orelhas-de-pau e cogumelos-de-chapéu (champignon). É um grupo bastante numeroso, formado por cerca de 200.000 espécies espalhadas por praticamente qualquer tipo de ambiente. Os fungos apresentam grande variedade de modos de vida. Podem ser: • saprófagos, quando obtém seus alimentos decompondo organismos mortos; • parasitas, quando se alimentam de substâncias que retiram dos organismos vivos nos quais se instalam, prejudicando-o ou podendo estabelecer associações mutualísticas com outros organismos, em que ambos se beneficiam. Muitos fungos são aeróbios, isto é, realizam a respiração, mas alguns são anaeróbios, e realizam a fermentação. 20 Fonte: www.brasilescola.com 2.6 VÍRUS Os vírus são organismos acelulres que contêm um pequeno material genético (DNA ou RNA) e uma cápsula de proteínas para protegê-lo. Por serem acelulares, não se classificam como seres vivos. Os vírus são parasitas obrigatórios, ou seja, precisam de uma célula hospedeira para se reproduzir. O processo de reprodução se baseia no ciclo lítico ou no ciclo lisogênico. Um exemplo de vírus que destroem as células bacterianas são os vírus bacteriófagos, após a replicação do DNA viral. No ciclo lisogênico, o vírus introduz seu material genético em uma célula. Este material passa a fazer parte do DNA célula, que será replicado juntamente com a célula durante a mitose. 21 Fonte: albericomarcosbioifes.wordpress.com 2.7 PLATELMINTOS A) CARACTERÍSTICAS • Corpo achatado em forma de fita; • Tubo digestivo incompleto; • Vivem em água e em locais úmidos; • Podem ser parasitas ou de vida livre. B) CLASSIFICAÇÃO DOS PLATELMINTOS • Turbelários – são platelmintos não parasitas; • Trematódeos – são platelmintos bem pequenos; • Cestoides – são platelmintos decorpo alongado. C) PLANÁRIA • Possuem cílios que auxiliam na locomoção; • Alimentam-se de moluscos e de restos de animais; • São hermafroditas; • Possuem alta capacidade de regeneração. 22 Fonte: educacao.globo.com NEMATELMINTOS ou ASQUELMINTOS A) CARACTERÍSTICAS • Animais de corpo vermiforme, fino e tubular; • Podem ter vida livre ou ser parasitas, sendo abundantes no solo, água doce e salgada; • Sistema digestivo completo (com boca e ânus); • Sistema circulatório ausente – nutrientes são distribuídos pelo fluido da cavidade pseudocelômica. Fonte: slideplayer.com.br 2.9 ARTRÓPODES A) CARACTERÍSTICAS • Apresentam pés articulados (arthros – articulação e podos - pés); • Mais de ¾ das espécies são artrópodes; 23 • Devido ao seu tamanho e a presença de exoesqueleto de quitina têm a capacidade de viver em vários habitat. Os artrópodes são subdivididos em classes de acordo com alguns critérios, como a divisão do corpo e o número de apêndices apresentados (por exemplo: número de patas, antenas etc.). Entre as classes de artrópodes, podemos citar: crustáceos, aracnídeos, quilópodes, diplópodes e insetos. Fonte: pt.slideshare.net 2.10 ROEDORES A) CARACTERÍSTICAS • Os roedores sinantrópicos (que convivem no mesmo ambiente do homem) são divididos em duas categorias: roedores silvestres e roedores urbanos. • Estão presentes em todos os continentes, à exceção da Antártica, os roedores constituem a mais numerosa ordem de mamíferos. São mais de 2000 espécies, o que corresponde a cerca de 40% das espécies da classe dos mamíferos. A maior parte é de pequenas proporções, o camundongo-pigmeu africano tem 6 cm de comprimento e pesa 7 g. Por outro lado, o maior deles, a capivara, pode pesar até 45 kg. • Os roedores distinguem-se dos outros animais pelos seus dentes. Eles possuem um par de dentes incisivos, no maxilar superior, e um par dos mesmos no inferior, separados dos dentes molares por um longo espaço 24 sem dentes (diastema). Esses animais possuem os sentidos muito apurados, principalmente tato (através dos pêlos), audição, olfato e paladar. A visão, porém, é limitada. • São bastante sensíveis às variações de intensidade luminosa, o que confere a eles a capacidade imediata de perceber movimentos. 2.11 MACRÓFITAS A) CARACTERÍSTICAS • Desempenham um papel extremamente importante no funcionamento dos ecossistemas em que ocorrem, sendo capazes de estabelecer uma forte ligação entre o sistema aquático e o ambiente terrestre que o circunda. • Servem como fonte de alimento para peixes, aves e mamíferos aquáticos, como as capivaras. • Proporcionam sombreamento, fundamental para muitas formas de vida sensíveis às altas intensidades de radiação solar. Fonte: www.panoramio.com AULA 3 – PARÂMETROS E PADRÕES BIOLÓGICOS SANITÁRIOS E AMBIENTAIS DE CONTROLE 25 3.1 INDICADORES BIOLÓGICOS a) DEFINIÇÃO DE INDICADORES BIOLÓGICOS E SANITÁRIOS Os bioindicadores ambientais também são conhecidos por indicadores biológicos, e esse grupo reflete o estado biótico (efeitos causados pelos organismos em um ecossistema) ou abiótico (influências que os seres vivos possam receber em um ecossistema, derivados de aspectos físicos, químicos ou ainda de físico-químicos) de um meio ambiente. b) Critérios para a utilização de indicadores biológicos: • É um método simples, rápido e de baixo custo; • Eles fornecem sinais rápidos sobre problemas ambientais, mesmo antes do homem saber sua ocorrência e amplitude; • Permitem identificar as causas e os efeitos entre os agentes estressores e as respostas biológicas; • Oferecem um panorama da resposta integrada dos organismos e modificações ambientais para as efetivas ações tomadas para contornar tais problemas. c) INDICADOR BIOLÓGICO DAS ÁGUAS • Protozoários - Comumente usados protozoários, por causa de sua alta abundância, tempo de multiplicação curto, são sensíveis a alterações na cadeia trófica e facilmente mantidos em laboratórios para os testes. • Coliformes – Indicadores de organismos patogênicos nas águas vindos de esgotos domésticos. • Algas – Eutrofização. Importante em ambientes aquáticos. Fotossíntese e produção de OD do meio. Em excesso, alteram o gosto, o cheiro e a 26 toxicidade. Diminuição do OD na decomposição. Interferem no tratamento nas ETAs. d) INDICADOR BIOLÓGICO DO AR ATMOSFÉRICO Fonte www.sobiologia.com.br Leveduras e líquens são usados para medir o nível de ao dióxido de carbono, fluoretos, ozônio e dióxido de enxofre, que é a poluição do ar. A presença delas em folhas de Ipê amarelo ou roxo ocorre em áreas com menores índices de poluição do ar. e) INDICADOR BIOLÓGICO DOS SOLOS Bactérias, fungos e diversos invertebrados podem desempenhar o papel de bioindicador; tais organismos permitem verificar a qualidade do solo, pois englobam atributos físicos, químicos e biológicos que são necessários. f) ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS USADAS NA BIOINDICAÇÃO (ALTERAÇÕES MACROSCÓPICAS) a) Clorose – a descoloração das folhas é considerada uma reação não específica diante das condições estressantes do meio ambiente. b) Necrose – é a morte do tecido, sendo estimado o percentual da área foliar atingida. c) Queda foliar – geralmente surge após a clorose e necrose. Indica a limitação da área de assimilação, inibindo o crescimento. 27 d) alterações dos órgãos – forma anormal das folhas após radiação ou outro estresse; alterações dos órgãos reprodutivos; crescimento foliar ou radicular anormais. 3.2 SIGNIFICADO SANITÁRIO E AMBIENTAL DOS PARÂMETROS BIOLÓGICOS 3.2.1 PARÂMETROS DE AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS A) MASSA ESPECÍFICA A massa especifica ou densidade absoluta indica a relacão entre a massa e o volume de determinada substância. Ao contrário de todos os outros líquidos, que apresentam a densidade máxima na temperatura de congelamento, no caso da água, ela ocorre a 4ºC, quando atinge o valor unitário. Isso significa que a água, nessa temperatura, por ser mais densa, ocupa as camadas profundas de rios e lagos. B) CONDUTIVIDADE TÉRMICA A condutividade térmica é uma característica específica de cada material, e depende fortemente tanto da pureza como da própria temperatura na qual esse se encontra (especialmente em baixas temperaturas). Em geral, a condução de energia térmica nos materiais, aumenta à medida que a temperatura aumenta. C) VISCOSIDADE A viscosidade de um líquido caracteriza a sua resistência ao escoamento. Essa grandeza é inversamente proporcional à temperatura, o que significa que uma água quente é menos viscosa que uma água fria. Tal fato traz naturalmente consequências para a vida aquática: os pequenos organismos, que não 28 possuem movimentação própria, tendem a ir mais rapidamente para o fundo do corpo d’agua em periodos mais quentes do ano, quando a viscosidade é menor. D) TEMPERATURA / pH A temperatura expressa a energia cinética das moléculas de um corpo, sendo seu gradiente o fenômeno responsável pela transferência de calor em um meio. A temperatura exerce influência marcante na velocidade das reações químicas, nas atividades metabólicas dos organismos e na solubilidade de substâncias. Os ambientes aquáticos brasileiros apresentam, em geral, temperaturas na faixa de 20ºC a 30ºC. O pH desejável entre pH 6,5 a pH 8,5 E) SABOR E ODOR Sua origem está associada tanto à presença de substâncias químicas ou gases dissolvidos, quanto à atuação de alguns microrganismos, notadamente algas. Neste último caso, são obtidos odores que podem até mesmo ser agradáveis(odor de gerânio e de terra molhada etc.), além daqueles considerados repulsivos (odor de ovo podre, por exemplo). F) COR A cor da água é produzida pela reflexão da luz em partículas minúsculas de dimensões inferiores a 1 μm – denominadas colóides – finamente dispersas, de origem orgânica (ácidos húmicos e fúlvicos) ou mineral (resíduos industriais, compostos de ferro e manganês). Corpos d’água de cores naturalmente escuras são encontrados em regiões ricas em vegetação, em decorrência da maior produção de ácidos húmicos. G) TURBIDEZ A turbidez é causada por partículas sólidas em suspensão, como argila e matéria orgânica, que formam colóides e interferem na propagação da luz pela água. A unidade matemática utilizada na medição da turbidez é o NTU (Nephelometric Turbidity Unit). Após o processamento, que também pode se 29 dar por floculação e sedimentação, deve-se chegar a níveis de até 5 NTUs, de acordo com as normas de controle da água potável. 3.3 ASPECTOS LEGISLATIVOS RESOLUÇÃO nº 357, de 17 de março de 2005 (Alterada pela Resolução nº 410/2009 e pela nº 430/2011) “Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências”. Art. 2º - Para efeito desta Resolução são adotadas as seguintes definições: I- águas doces: águas com salinidade inferior a 0,05%; II – águas salobras: águas com salinidade superior a 0,5% e inferior a 30%; III - águas salinas: águas com salinidade igual ou superior a 30%; IV - ambiente lêntico: ambiente que se refere à água parada, com movimento lento ou estagnado; V – ambiente lótico: ambiente relativo às águas continentais moventes; VI – aquicultura: cultivo ou criação de organismos cujo ciclo de vida, em condições naturais, ocorre total ou parialmente em meio aquático; VII – carga poluidora: quantidade de determinado poluente transportado ou lançado em um determinado corpo receptor, expressa em unidade de massa por tempo; 30 VIII – cianobactérias: microrganismos procarióticos autotróficos, também denominados como cianofíceas (algas azuis) capazes de ocorrer em qualquer manancial superficial, especialmente, naqueles com elevados níveis de nutrientes (nitrogênio e fósforo), podendo produzir toxinas com efeitos adversos a saúde; XI - coliformes termotolerantes – bactérias gram-negativas, em forma de bacilos, oxidase-negativas, caracterizadas pela atividade da enzima β- galactosidase. Podem crescer em meios contendo agentes tenso-ativos e fermentar a lactose nas temperaturas de 44º - 45ºC, com a produção de ácido, gás e aldeído. Além de estarem presentes em fezes humanas e animais homeotérmicos, ocorrem nos solos, plantas ou outras matrizes ambientais que não tenham sido contaminados por material fecal. PORTARIA Nº 2.914, DE 12 DE DEZEMBRO DE 2011 considerando a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, que dispõe sobre as condições para a promoção, a proteção e a recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes; considerando a Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997, que institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta o inciso XIX do art. 21 da Constituição e altera o art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de março de 1990, que modificou a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989; “Dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade.” O Ministro de Estado da Saúde, no uso das atribuições que lhe conferem os incisos I e II do parágrafo único do art. 87 da Constituição, e considerando a Lei nº 6.437, de 20 de agosto de 1977, que configura infrações à legislação sanitária federal e estabelece as sanções respectivas; 31 considerando a Lei nº 11.107, de 6 de abril de 2005, que dispõe sobre normas gerais de contratação de consórcios públicos; considerando a Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007, que estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico, altera as Leis nº 6.766, de 19 de dezembro de 1979; 8.036, de 11 de maio de 1990; 8.666, de 21 de junho de 1993; 8.987, de 13 de fevereiro de 1995; e revoga a Lei nº 6.528, de 11 de maio de 1978; considerando o Decreto nº 79.367, de 9 de março de 1977, que dispõe sobre normas e o padrão de potabilidade de água; considerando o Decreto nº 5.440, de 4 de maio de 2005, que estabelece definições e procedimentos sobre o controle de qualidade da água de sistemas de abastecimento e institui mecanismos e instrumentos para divulgação de informação ao consumidor sobre a qualidade da água para consumo humano; considerando o Decreto nº 7.217, de 21 de junho de 2010, que regulamenta a Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007, que estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico, resolve: Art. 1º - Esta Portaria dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade – VIGIÁGUA. Aula 4 – FUNDAMENTOS DE ANÁLISES BIOLÓGICAS 4.1 TÉCNICAS DE AMOSTRAGEM E PRESERVAÇÃO DAS AMOSTRAS 4.1.1 TIPOS DE AMOSTRAGEM A) Amostragem simples 32 As amostras simples são aquelas coletadas em um único local dentro de um curto período de tempo, normalmente de segundos ou minutos. Elas representam uma fração do material original que deve referir-se àquele tempo e àquele espaço, portanto é fundamental definir localização, hora e profundidade em que foi realizada a amostragem. B) Amostragem composta As amostras compostas são imprescindíveis quando se deseja avaliar um material cujos parâmetros de interesse sofrem variações de concentração em pequenos intervalos de tempo e espaço. Podem ser obtidas combinando diversas amostras simples conseguidas ao longo do tempo, do espaço, ou sob variação de ambos. Amostras compostas sequenciais, por exemplo, são coletadas com amostradores contínuos, por bombeamento contínuo ou, ainda, pela reunião de parcelas de igual quantidade ao longo de um período. 4.1.2 TÉCNICAS DE COLETA DE LÍQUIDOS PARA ANÁLISES FÍSICO- QUÍMICAS Mergulhar o recipiente a cerca de 20 cm da superfície do efluente (ou curso d’água), recolher a amostra e lavá-lo pelo menos três vezes. Tampar o frasco e homogeneizar todas às vezes promovendo o contato da amostra com toda a superfície interna do recipiente; • Mergulhar o recipiente a cerca de 20 cm da superfície, promovendo o preenchimento do frasco de coleta. • Armazenar e conservar a amostra conforme o caso específico. 4.1.3 TÉCNICAS DE COLETA DE LÍQUIDOS PARA ANÁLISES BACTERIOLÓGICAS A) Coleta em reservatórios 33 Remover corpos estranhos na superfície do reservatório e/ou nas suas bordas ou margens, para que não sejam incorporados à amostra coletada e alterem suas características. Imediatamente, mergulhar o recipiente a cerca de 20 cm da superfície da superfície, promovendo o enchimento de cerca de 4/5 do volume do frasco de coleta e fechando-o ainda submerso, tão logo isto aconteça. B) Coleta em corpos d’água • Retirar o invólucro de papel kraft, juntamente com a tampa do frasco; • Segurar o frasco pela base e mergulhar a cerca de 20 cm da superfície, promovendo o preenchimento do frasco de coleta, em contra corrente, e enchendo-o até 4/5 do seu volume, sem lavá-lo com a própria amostra. • Fechar imediatamente, cobrindo novamente o frasco com o papel kraft. C) Coleta de água em pontos de abastecimento • Remover corpos estranhos e/ou sujidades da válvula ou torneira onde se está fazendo a coleta para que não sejam incorporados à amostra coletada e alterem suas características.Utilizar álcool para auxiliar nesta tarefa; • Permitir o livre escoamento durante, pelo menos, 3 minutos; fechar a torneira e flambar a borda da válvula. • Imediatamente, preencher cerca de 4/5 do volume do recipiente, sem lavá-lo com amostra, mantendo mínima a distância até a saída da água, sem, entretanto encostá-lo; fechá-lo tão logo conclua a operação, fixando bem o material protetor. 4.2 ARMAZENAMENTO E PRESERVAÇÃO • Amostras devem ser representativas do ambiente estudado; 34 • Após a coleta da amostra é necessário que haja o seu armazenamento; • Frascos de armazenamento - o tipo de frasco a ser utilizado depende da natureza da amostra a ser coletada e dos parâmetros a serem investigados. Não existe uma solução universal, havendo a necessidade de escolher o material de acordo com sua estabilidade, facilidade de transporte, custo, resistência à esterilização etc.; • Cuidados especiais devem ser tomados se as amostras a serem coletadas tiverem cloro residual ou metais pesados. Se as amostras contiverem cloro residual deve-se adicionar uma quantidade de solução de tiossulfato de sódio; no caso de metais pesados pode-se adicionar solução de EDTA (ácido etilenodiaminotetracético); • Os frascos destinados às análises físico-químicas podem ser preparados de diversas maneiras, existindo para isso vários métodos de descontaminação que utilizam soluções ácidas ou uma combinação destas com agentes oxidantes, proporcionando limpeza eficiente da superfície interna do recipiente de vidro ou plástico; • No caso de requerer-se análise de macronutrientes, como os sais dissolvidos de nitrogênio e fósforo, a descontaminação dos frascos de coleta com uma solução de ácido clorídrico a 5% pode ser suficiente; • No caso de análise de biocidas, devem-se usar, preferencialmente, frascos de vidro de cor âmbar, após lavá-los com solução sulfocrômica seguido de enxágue abundante com água destilada e posterior lavagem com hexano (solvente apolar) e acetona (solvente polar) de grau pesticida. Os frascos devem ser secos em estufa a 100°C. 4.3 PRESERVAÇÃO OU CONSERVAÇÃO A) CONGELAMENTO É um procedimento aceitável para algumas análises, mas não deve ser vista como técnica de preservação universal. Por exemplo, esta técnica é inadequada para algumas determinações biológicas e microbiológicas, podendo ocasionar ruptura das células com perda de funcionalidade e caracteres morfológicos. 35 Componentes dos resíduos sólidos, filtráveis e não filtráveis podem sofrer alterações com o congelamento e posterior retorno à temperatura ambiente. B) REFRIGERAÇÃO Constitui-se na técnica mais empregada em trabalhos de campo. Embora não mantenha completa a integridade de todos os parâmetros, interfere de modo insignificante na maioria das determinações de laboratório. É uma técnica muito utilizada na preservação de amostras para determinações microbiológicas e algumas determinações químicas e biológicas, além de agregar um custo muito baixo. C) ADIÇÃO QUÍMICA C.1 Oxigênio dissolvido (DBO) – A amostragem, neste caso, deve permitir que a concentração de oxigênio dissolvido, no material coletado, permaneça inalterada até que a análise seja realizada, dentro de seu prazo de conservação. Para tanto, o procedimento adotado é a precipitação química do oxigênio na forma de óxido. Por exemplo, esta técnica é inadequada para algumas determinações biológicas e microbiológicas, podendo ocasionar ruptura das células com perda. C.2 Sulfetos – Em virtude de sua propriedade de constituir substâncias voláteis sob condições ambientes, as amostras para determinação de sulfetos devem ser recolhidas em frasco com tampa. Após o preenchimento completo do recipiente devem ser acrescidos 2 ml de acetato de zinco seguido de hidróxido de sódio, que promove a fixação do S e o frasco dever ser conservado sob refrigeração. 4.2 METODOLOGIAS ANALÍTICAS EMERGENTES 36 4.2.1 MÉTODOS MICROBIOLÓGICOS DE AVALIAÇÃO DA ÁGUA A) MÉTODO DOS TUBOS MÚLTIPLOS Enterobactérias - bacilos gram-negativos isolados no trato gastrointestinal de humanos e animais, solo, águas e plantas. São oxidase negativa, não esporuladas e reduzem nitrato a nitrito. Fermentam lactose e produzem gás. Coliformes totais - indicadores de contaminação pertencentes à família Enterobacteriaceae. Os gêneros são: Escherichia, Klebsiella, Enterobacter e Citrobacter. Coliformes termotolerantes ou fecais - indicadores de contaminação fecal. Toleram altas temperaturas (até 44,5°C). É um método probabilístico, sendo importante para determinar o número mais provável (NMP) de bactérias do grupo coliformes em 100 ml de água (NMP / 100 ml). Para a primeira fase (presuntiva) utilizamos o caldo lactosado, que é um meio de enriquecimento. O caldo lactosado, como seu próprio nome diz, oferece lactose à bactéria. Como sabemos, os coliformes pertencem às enterobactérias, microrganismos fermentadores de lactose. Na etapa confirmatória, o meio utilizado é o caldo lactosado verde brilhante bile de boi 2%. O objetivo deste caldo é mimetizar as condições intestinais, fornecendo determinada concentração de sais biliares. Estes sais provocam certa pressão osmótica, "matando" qualquer bactéria que não esteja habilitada a viver no intestino, em outras palavras, somente os coliformes totais sobrevivem. Para a pesquisa de termotolerantes é necessário o caldo EC, que também é um meio seletivo, somente permitindo o crescimento das bactérias de origem fecal que sobrevivem a 44,5°C. 37 B) MÉTODO DOS TUBOS MÚLTIPLOS (Teste confirmatório) Neste tipo de ensaio, como o próprio nome diz, vai se confirmar a presença de coliformes totais, que podem ser das espécies presentes nos animais Escherichia coli e algumas espécies K lebsiella sp., além de Citrobacter sp. e Enterobacter sp., que são bactérias ambientais. Após preparo do caldo lactosado verde brilhante bile de boi 2% (ou simplesmente "verde brilhante"), também com tubos de Durham, vai-se inocular 1 ou 2 alçadas dos tubos que foram positivo no teste presuntivo. Isto é, se dos 15 tubos da série presuntiva 6 derem positivos, os 6 devem ser passados para o verde brilhante para fazer a confirmação para o grupo coliforme. C) MÉTODO DA MEMBRANA FILTRANTE Método para contagem de microrganismos aeróbios mesófilos, permitindo variação do meio de cultura, de acordo com o objetivo da pesquisa: • Capela de fluxo laminar; • Conjunto de porta-filtro esterilizado; • Meio de cultura requerido par ao teste; • Bomba de vácuo; • Membrana filtrante quadriculada com porosidade de 0,45 µm e diâmetro aproximado de 47 mm; • Filtrar, sob vácuo, através da membrana filtrante, 100 ml (ou, 250 ml no caso de água engarrafada) da amostra de água colhida; • Colocar cada uma das membranas filtrantes sobre o meio seletivo para coliformes, contido em placas de Petri, evitando a formação de bolhas de ar entre a membrana e o meio; 38 • Incubar as duas placas com as membranas, uma a 37°C e a outra a 44,5ºC, durante 24 horas; • Contar as colônias amarelas formadas na superfície do meio sólido contido em cada uma das placas incubadas a 37ºC ou a 44,5ºC; • Estimar o nº presumível de Unidades Formadoras de Colónias (UFC) de coliformes totais e de coliformes fecais (termotolerantes) presentes em 100 mililitros da água analisada (ou, em 250 ml de águas engarrafadas). D) MÉTODO DO SUBSTRATO CROMOGÊNIO • Baseia-se na utilização de substratos análogos à lactose (glicopiranosídeos) específicos para Escherichia coli; • Ao serem consumidos pelas enzimas geram produtos coloridos solúveis ou insolúveis; • Quantificação do produto – espectrofotômetro ou cor visual oucomparação com o padrão; • Depende do tipo de enzima a ser utilizada; • Baseia-se na utilização de substratos análogos à lactose (glicopiranosídeos) específicos para Escherichia coli; • Exemplos ONPG (Orto Nitrofenil Galactopiranosídeo) MUG (Metil- Umbeliferone Galactopiranosídeo); • Ferramenta poderosa na identificação de E. coli (teste confirmativo). AULA 5 – ASPECTOS ECOLÓGICOS DOS ORGANISMOS ENVOLVIDOS NA PROBLEMÁTICA DO SANEAMENTO 5.1 NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO PARA ESTUDOS ECOLÓGICOS 39 A palavra “ecologia” foi usada pela primeira vez em 1869, e o conceito que representa foi aprimorado ao longo do tempo. Hoje, de uma forma simples, pode-se dizer que Ecologia é “o estudo científico das interações que determinam a distribuição e a abundância das espécies”. Para entender a forma como os organismos se espalham por certa área e quais os fatores que determinam a quantidade de indivíduos de uma espécie, é necessário, inicialmente, conhecer as condições do meio em que vivem, bem como as relações desses indivíduos uns com os outros dentro da própria população. Também devem ser investigadas as relações entre indivíduos da espécie considerada e os das outras espécies com os quais convivem na comunidade. Assim como uma célula pode ser considerada a unidade fundamental da vida, os ecossitemas podem ser considerados a unidade fundamental de estudo da Ecologia. O ecossistema é constituído por organismos e pelo meio ambiente em que vivem, é onde ocorre a relação dos seres entre si e com o meio. Como já vimos, podemos encontrar dois componentes dentro do ecossistema: biocenose e biótopo. A biocenose, também conhecida como comunidade biótica é o fator vivo do ecossistema. Conjunto de todos os seres vivos que interagem em certa região. O biótopo ou abiótico é o fator físico do ecossistema, ou seja, que caracteriza o meio, onde os organismos vivos se desenvolvem. Conjunto de todos os fatores ambientais que atuam diretamente no mundo vivo. Os indivíduos euribiontes são capazes de tolerar amplos limites de variações das condições do meio onde vivem. Já os estenobiontes, apresentam limites de tolerância baixos. Alguns destes fatores são: temperatura, luz e água. As estruturas corporais e as ações envolvidas na solução de problemas específicos impostos pelo ambiente são chamadas adaptações. Organismos 40 mais bem adaptados a um ambiente são os que apresentam as soluções mais eficientes para garantir sua sobrevivência. Se as adaptações são determinadas por genes, tornam-se hereditárias, passando de uma geração para outra. Torna-se então muito interessante para a espécie que soluções eficientes alcançadas por um indivíduo possam disseminar-se para outros indivíduos da população, de modo a aumentar também neles a chance de sobrevivência individual e da própria população. Até aqui, você deve ter compreendido que as entidades ecológicas (indivíduos, populações, comunidades, ecossistemas) constituem, nessa ordem, uma hierarquia. Cada nível (chamado nível de organização) possui atributos específicos, que não se definem em outros níveis. Um exemplo: você pode determinar sua altura individual, mas não faz sentido pensar em altura da população; o correspondente populacional da altura individual é a altura média. Outro: a densidade populacional só se define em uma população, não tendo correspondente nos níveis individual ou de comunidade. Mais um: você pode falar em número de espécies na comunidade, mas não tem sentido imaginar a mesma coisa para uma população isolada, já que aí todos os indivíduos são da mesma espécie. Cada nível de organização envolve processos ou mecanismos particulares: os indivíduos nascem, respiram, se locomovem, excretam resíduos, crescem, adoecem, morrem. As populações podem “nascer” e “crescer” a partir da reprodução de alguns indivíduos iniciais. O crescimento aí corresponde ao aumento do tamanho da população, ou seja, do número de indivíduos. O tamanho de uma população também pode reduzir-se gradualmente até sua extinção: populações também “morrem”. Uma comunidade “nasce” (a partir de indivíduos de diferentes espécies que invadem um novo ambiente ainda 41 desabitado), “cresce” (aumentando a diversidade – número de espécies ou populações) e pode até se extinguir. Vemos, então, que as entidades ecológicas “funcionam”, isto é, têm uma fisiologia própria. O tamanho das populações, por exemplo, se mantém ao longo do tempo à custa do equilíbrio entre forças negativas (mortalidade e emigração de indivíduos) e positivas (natalidade e imigração). As características das comunidades refletem o efeito conjunto das condições abióticas e das interações entre organismos das populações que as compõem. Por fim, um ecossistema em funcionamento apresenta dois processos cruciais: o fluxo energético, e a ciclagem de materiais, geralmente chamada de ciclagem de nutrientes. Em decorrência desses processos, o meio afeta os seres vivos, e estes também afetam o meio. Sabe-se hoje que nossa atmosfera só apresenta O2 e CO2 graças à atividade vital de organismos no passado. Assim como ocorre nos sistemas físicos, a manutenção dos sistemas biológicos, em todos os níveis de organização, também requer energia. Quanto mais complexa for a organização dos sistemas, mais energia será requerida para manter sua integridade. É importante notar que, sendo essa energia essencialmente química (está nas ligações entre os átomos nas moléculas), não pode ser dissociada dos materiais em que reside. Os diferentes níveis de organização dos sistemas vivos compreendem um arranjo em uma série graduada de complexidade. Essa série foi montada com a finalidade de facilitar os estudos dos seres vivos e envolve todos os componentes vivos da natureza. Os níveis de organização criados pelo homem compreendem: a célula, o tecido, o órgão, o sistema, o organismo, a população, a comunidade, o ecossistema e a biosfera. A complexidade da série aumenta da célula para a biosfera. 42 5.2.1 Principais conceitos no estudo da Ecologia • População - É o conjunto de indivíduos da mesma espécie que vivem em uma mesma área, em certo tempo. Os indivíduos que pertencem a uma mesma espécie são intercruzáveis, com capacidade de deixarem descendentes férteis. • Comunidade - Comunidade biológica é o conjunto de populações que vivem em certa área, em certo tempo. Corresponde ao conjunto de todos os seres vivos presentes em certa área. Os seres que fazem parte da comunidade são classificados de acordo com o modo de alimentação ou capacidade de produção de alimentos. Os produtores estão representados pelos vegetais e pelas algas, pois são organismos que realizam fotossíntese, isto é, transformam a energia luminosa em energia química (glicose) e, por isso, são chamados de autótrofos. Os consumidores estão representados pelos animais, que podem ser herbívoros, carnívoros ou onívoros. São organismos heterótrofos, pois não são autossuficientes em termos alimentares, isto é, dependem direta ou indiretamente de um produtor para se alimentarem. Os herbívoros, como gafanhoto, vaca, coelho, entre outros, são denominados consumidores primários, por alimentarem-se diretamente dos produtores. Os carnívoros como o gavião, o leão e o lobo, podem ser consumidores secundários, terciários e assim por diante, de acordo com sua fonte de alimento. Os carnívoros alimentam-se de outros animais. Os onívoros são os animais que apresentam uma dieta bastante variável, alimentando-se de carne, leite, ovos, legumes, verduras, frutos, sementes etc. 43 Um bom exemplo de onívoro é o ser humano, que pode ocupar vários níveis tróficos nas cadeias alimentares, de acordo com sua fonte de alimentação.Os decompositores são os microrganismos, como fungos e bactérias, que realizam a decomposição da matéria morta, permitindo a sua reutilização na forma de água, gás carbônico, amônia etc. Como os decompositores atuam sobre os diferentes tipos de matéria orgânica, podem ocupar diferentes níveis alimentares (tróficos). • Ecossistemas - É formado pela interação da comunidade biológica (seres vivos) com os fatores ambientais (abióticos), como a água, luz, calor, umidade, salinidade, pH e assim por diante. Esses fatores ambientais determinam as formas de vida que podem sobreviver num determinado ambiente. São chamados fatores de seleção natural nos ecossistemas. Os ecossistemas do planeta Terra estão representados por rios, lagos, oceanos, desertos, campos, florestas, manguezais, cerrados e assim por diante. Nos ecossistemas, existe autossuficiência em termos energéticos e a reciclagem contínua da matéria pela ação dos decompositores. • Biosfera - A partir de 1522, quando Carlos V entregou um globo terrestre de ouro para o nevegador Sebástian del Cano, que havia contornado a Terra, provando ser redonda, as grandes camadas que envolviam o planeta receberam uma desinência em –sfera, em alusão à forma esférica da Terra. Em 1655, foi criado o termo atmosfera (parte gasosa da Terra) e, posteriormente, litosfera (parte mineral da Terra). Hidrosfera (parte aquosa da Terra) e finalmente biosfera (parte viva da Terra). 44 A biosfera ou ecosfera é a esfera da vida da Terra. Compreende todos os lugares do nosso planeta onde há ser vivo. Outra maneira de se conceituar a biosfera é por meio da relação que há entre ela e os demais componentes da Terra – atmosfera, hidrosfera e litosfera. 5.2 NOÇÃO DE ECOSSISTEMAS • Ecossistemas - É formado pela interação da comunidade biológica (seres vivos) com os fatores ambientais (abióticos), como a água, a luz, o calor, a umidade, a salinidade, o pH e assim por diante. Esses fatores ambientais determinam as formas de vida que podem sobreviver em determinado ambiente. São chamados fatores de seleção natural nos ecossistemas. Os ecossistemas do planeta Terra estão representados por rios, lagos, oceanos, desertos, campos, florestas, manguezais, cerrados e assim por diante. Nos ecossistemas, existe autossuficiência em termos energéticos e a reciclagem contínua da matéria pela ação dos decompositores. CADEIA ALIMENTAR Para existir uma cadeia alimentar devem estar presentes os produtores e os decompositores. Entretanto não é isso o que acontece na realidade, pois outros componentes estão presentes. Desta forma a melhor maneira de se estudar uma cadeia alimentar, é através do conhecimento dos seus componentes, ou seja, toda a parte viva (fatores bióticos) que a compõe. Os componentes de todas as cadeias de uma forma geral podem ser enquadrados dentro das seguintes categorias: 45 • Produtores - são todos os seres que fabricam o seu próprio alimento, através da fotossíntese, sendo, neste caso, as plantas, sejam elas terrestres ou aquáticas; • Animais - os animais obtêm sua energia e alimentos comendo plantas ou outros animais, pois não realizam fotossíntese, sendo, portanto incapazes de fabricarem seu próprio alimento. • Decompositores - apesar da sua importância, os decompositores nem sempre são muito fáceis de serem observados em um ecossistema, pois sendo a maioria formada por seres microscópicos, a constatação da sua presença não é uma tarefa tão fácil. A cada grupo de organismos com necessidades alimentares semelhantes quanto à fonte principal de alimento, chamamos de nível trófico. Em cada nível, temos um grupo de organismo com as mesmas características alimentares; isto que dizer que consumidores primários somente alimentam-se de itens de origem vegetal; consumidores secundários, por sua vez, são carnívoros assim como os terciários. Cabe ressaltar, contudo, que tanto os consumidores secundários quanto os terciários podem ocasionalmente, ou complementarmente, alimentar-se de vegetais, não sendo, porém este, o seu principal item alimentar. TEIAS ALIMENTARES A cadeia alimentar não mostra o quão complexas são as relações tróficas em um ecossistema. Para isso utiliza-se o conceito de teia alimentar, o qual representa uma verdadeira situação encontrada em um ecossistema, ou seja, várias cadeias interligadas ocorrendo simultaneamente Os esquemas a seguir exemplificam melhor este conceito de teias alimentares: 46 5.3 MATÉRIA E ENERGIA NOS ECOSSISTEMAS 5.3.1 FLUXO DE ENERGIA NOS ECOSSISTEMAS A luz solar representa a fonte de energia externa sem a qual os ecossistemas não conseguem manter-se. A transformação (conversão) da energia luminosa para energia química, que é a única modalidade de energia utilizável pelas células de todos os componentes de um ecossistema, sejam eles produtores, consumidores ou decompositores, é feita através de um processo denominado fotossíntese. Portanto, a fotossíntese - seja realizada por vegetais ou por microrganismos - é o único processo de entrada de energia em um ecossistema. Muitas vezes, temos a impressão que a Terra recebe uma quantidade diária de luz, maior do que a que realmente precisa. De certa forma isto é verdade, uma vez que por maior que seja a eficiência, nos ecossistemas, eles conseguem aproveitar apenas uma pequena parte da energia radiante. Existem estimativas de que 34% da luz solar sejam refletidas por nuvens e poeiras; 19% seriam absorvidas por nuvens, ozônio e vapor de água. Do restante, ou seja, 47%, que chega à superfície da Terra boa parte ainda é refletida ou absorvida e transformada em calor, que pode ser responsável pela evaporação da água, no aquecimento do solo, condicionando desta forma os processos atmosféricos. A fotossíntese utiliza apenas uma pequena parcela (1 a 2%) da energia total que alcança a superfície. É importante salientar, que os valores citados são médios e nãos específicos de alguma localidade. Assim, as proporções podem, embora não muito, variar de acordo com as diferentes regiões do país ou mesmo do planeta. 47 Um aspecto importante para entendermos a transferência de energia dentro de um ecossistema é a compreensão da primeira lei fundamental da Termodinâmica que diz: “A energia não pode ser criada nem destruída e sim transformada”. Como exemplo ilustrativo desta condição, pode-se citar a luz solar, a qual como fonte de energia, pode ser transformada em trabalho, calor ou alimento em função da atividade fotossintética; porém de forma alguma pode ser destruída ou criada. Outro aspecto importante é o fato de que a quantidade de energia disponível diminui à medida que é transferida de um nível trófico para outro. Assim, nos exemplos dados anteriormente de cadeias alimentares, o gafanhoto obtém, ao comer as folhas da árvore, energia química; porém, essa energia é muito menor que a energia solar recebida pela planta. Esta perda, nas transferências, ocorre sucessivamente até se chegar aos decompositores. E por que isso ocorre? A explicação para este decréscimo energético de um nível trófico para outro, é o fato de cada organismo necessitar grande parte da energia absorvida para a manutenção das suas atividades vitais, tais como divisão celular, movimento, reprodução etc. 5.3.2 PIRÂMIDES ECOLÓGICAS Para facilitar a visualização das cadeias alimentares, elabora-se uma pirâmide com os envolvidos. A cada nível trófico, parte da energia recebida é incorporada à biomassa e parte é dissipada como calor. Cada nível trófico incorpora apenas 10% da energia do nível precedente. 48 5.4 DINÂMICA POPULACIONAL 5.4.1 Propriedades do grupo populacional • População:qualquer grupo de organismos da mesma espécie que ocupa um espaço determinado e funciona como uma parte de uma comunidade biótica. • Comunidade Biótica: conjunto de populações que funcionam como uma unidade integradora, através de transformações metabólicas coevoluídas em uma dada área de habitat físico. Características de uma população: densidade, natalidade, mortalidade, distribuição etária, potencial biótico, dispersão e forma de crescimento. E características genéticas: adaptatividade, fitness reprodutivo e persistência. 1 - Densidade É o tamanho da população em relação a alguma unidade de espaço, expressa por unidade de indivíduo ou biomassa por unidade de área ou volume. 1.1 Densidade bruta: número por unidade de espaço total. 1.2 Densidade específica ou ecológica: número por unidade de espaço do habitat (área disponível que realmente pode ser colonizada pela população). 1.3 Abundância relativa: podem ser relativos a tempo, como número de aves observadas por hora. Importante para saber como a população está mudando. Porcentagem de indivíduos numa amostra. 1.4 Frequência de ocorrência: porcentagem das áreas amostradas ocupadas por uma espécie. 49 1.5 Valor de importância: combinação de abundância relativa e frequência de ocorrência, mais utilizados em estudos de vegetação. As densidades encontradas nas populações estão relacionadas com o nível trófico e com o tamanho de indivíduo. Quanto menor o nível trófico mais alta será a densidade. "Os números atribuem importância excessiva a organismos pequenos, e a biomassa atribui importância excessiva a organismos grandes". Os componentes do fluxo energético fornecem um índice mais adequado para se compararem todas as populações de um ecossistema. Medidas e termos aplicados a populações: • Área basal: usada para vegetais, é a área total da seção transversal dos troncos; • Índices de abundância relativa: amplamente usados para animais e plantas terrestres maiores. 2 - Métodos classificados em amplas categorias • Censos totais: organismos grandes e bem visíveis, ou organismos que se agregam em colônias de reprodução, por ex.: aves marinhas e focas; • Amostragem por quadrantes: (quadrantes e transectos) fornecem uma estimativa da densidade da área amostrada; • Métodos de marcação e recaptura: animais móveis, uma amostra da população é capturada, marcada e liberada, uma porção de indivíduos marcados numa amostra posterior é usada para determinar as populações totais; • Amostragem por retiradas: o número de organismos retirados de uma área, em amostras sucessivas, é plotado nas ordenadas de um gráfico, e o número anteriormente removido é plotado nas abscissas. Se a probabilidade de captura permanece razoavelmente constante, os pontos 50 do gráfico formaram uma reta que poderá ser estendida até o ponto 0, o que indica uma retirada teórica de 100% da população da área; • Métodos sem área: aplicáveis a organismos sésseis, tais como árvores. O método de quadrantes é um exemplo: a partir de uma série de pontos aleatórios, mede-se a distância até o indivíduo mais próximo em cada um de 4 quadrantes. A densidade por unidade de área pode ser estimada por distância média. 3 - Natalidade É a capacidade de uma população aumentar. • Taxa de natalidade: produção de novos indivíduos de qualquer organismo. • Natalidade máxima: (fisiológica ou absoluta), é a produção máxima teórica de novos indivíduos sob condições ideais. • Natalidade ecológica ou realizada: refere-se ao aumento populacional sob condições reais ou específicas do ambiente. Não é constante, varia conforme as condições. • Taxa de natalidade absoluta ou bruta: número de novos indivíduos e o tempo. • Taxa de natalidade específica: número de novos indivíduos produzidos por unidade de tempo por uma população. 4 - Mortalidade Morte dos indivíduos em uma população. A mortalidade, assim como a natalidade, varia muito com a idade, principalmente nos organismos superiores. 1. Taxa de mortalidade: pode ser definida como número de indivíduos que morrem em um dado período (óbitos por unidade de tempo). 51 2. Mortalidade ecológica ou realizada: perda de indivíduos sob uma dada condição do ambiente, não é uma constante, varia com as condições do ambiente. 3. Mortalidade mínima: teórica, constante para uma população, é a perda sob condições ideais ou não limitantes. 4. Longevidade fisiológica: mesmo em condições ótimas os indivíduos morreriam por velhice, porém seria maior que a longevidade ecológica média. 5. Taxa de sobrevivência: 1 menos a taxa de mortalidade. 5. Flutuações e Oscilações "Cíclicas" de Populações Quando populações completam seu crescimento, a densidade populacional tende a flutuar para cima e para baixo do nível de estado constante. Freqüentemente as flutuações resultam de mudanças sazonais ou anuais na disponibilidade de recursos, ou podem ser aleatórias. Contudo, algumas populações oscilam tão regularmente que podem ser consideradas cíclicas. Algumas características gerais das flutuações: • Mudanças sazonais no tamanho da população, ligadas a mudanças sazonais nos fatores ambientais; • Flutuações anuais; • Controladas primordialmente por diferenças anuais em fatores extrínsecos (temp. precip...); • Fatores intrínsecos, oscilações controladas primordialmente pela dinâmica populacional; • As oscilações são mais pronunciadas em ecossistemas menos complexos de regiões setentrionais. E, embora abundâncias máximas possam 52 ocorrer simultaneamente em grandes áreas, os máximos na mesma espécie, em regiões diferentes, não coincidem sempre, de alguma forma. As teorias para explicar os ciclos regulares, podem ser agrupadas em várias categorias: • Teorias meteorológicas, • Teoria de flutuação aleatória; • Teoria de interações populacionais; • Teorias de iterações de níveis tróficos. AULA 6 – PROCESSOS BIOQUÍMICOS 6.1 BIOQUÍMICA AMBIENTAL A) ENERGIAS NÃO RENOVÁVEIS • São aquelas que se utilizam de recursos naturais esgotáveis; • Em alguns casos, esse tipo de energia costuma apresentar problemas de ordem ambiental, além de disputas envolvendo a extração e comercialização de suas matérias-primas; • Os principais exemplos de fontes de energia não renováveis são os combustíveis fósseis (petróleo, carvão mineral, gás natural e xisto betuminoso) e os combustíveis nucleares. PETRÓLEO 53 Fonte: www.antoniolima.web.br.com B) ENERGIAS RENOVÁVEIS • São consideradas tipos de energia limpa, pois durante sua produção não é gerado nenhum ou são gerados poucos resíduos poluentes; • Existem em abundância na natureza e se renovam; • A fauna e a flora reproduzem-se mais rapidamente do que o consumo do homem. ENERGIA EÓLICA Fonte: www.educacao.cc 6.2 COMPOSTOS BIOLÓGICOS E XENOBIÓTICOS 54 A) BIORREMEDIAÇÃO • Vias metabólicas normalmente utilizadas para o crescimento e a produção são usadas na degradação de poluentes; • A comunidade microbana envolvida na degradação de compostos xenobióticos pode ser dividida em dois grupos: os microrganismos primários são capazes de fermentar o substrato principal fornecido ao sistema e os secundários utilizam os produtos liberados pelos microrganismos primários; • Os microrganismos; nas estações de tratamento de esgotos (ETEs) e de efluentes industriais; removem a maior parte dos poluentes antes deles serem lançados no ambiente; • Aumento da atividade industrial aumenta a necessidade de diminuir especificamente poluentes como: compostos de fósforo, nitrogênio, metais pesados e compostos à base de cloro. 6.3 PROCESSOSFERMENTATIVOS E ENZIMÁTICOS • Processos Químicos: Realizado entre compostos químicos usando-se catalisadores químicos. • Processos Enzimáticos: Transformação química realizada por catalisadores biológicos (enzima) na ausência de seres vivos. • Processos Fermentativos ou biológicos: Transformação realizada pelos microrganismos (biocatalisadores). Os microrganismos metabolizam o composto químico. 55 • Processos Químicos X Bioquímicos: 1. Processo inorgânico – Oxidação de minérios sulfurosos por bactérias; 2. Processo orgânico – Fermentação alcoólica da sacarose. • Processos Assimilativos – a partir de substratos simples são sintetizados produtos mais complexos, com gasto de energia armazenada na forma de ATP. É também chamado de anabolismo. Ex: obtenção de enzimas, hormônios, vitaminas etc. (Produção de vitamina B12 - Streptomyces griseus) • Processos Desassimilativos degradação do substrato (molécula complexa) produzindo moléculas mais simples, para obter energia sob forma de ATP. É também chamado de catabolismo. Respiração Aeróbica Completa (Ciclo de Krebs), (688 Kcal/mol) Respiração Anaeróbica Incompleta (Glicólise), (32,6 Kcal/mol) • Processos Enzimáticos: Transformação química realizada por catalisadores biológicos (enzima) na ausência de seres vivos. Exemplos: Caldo de cana-de-açúcar; melaço, suco de frutas, leite, soro de leite, licor sulfídrico e vinhato ou vinhaça. • Processos Enzimáticos - Os fungos são os principais decompositores na maioria dos ambientes. Eles produzem apenas as enzimas necessárias para decompor a lignina, uma substância química complexa encontrada em madeira. 56 O processo é baseado na utilização de microrganismos (fungos e bactérias) capazes de produzir fenol-oxidases, enzimas envolvidas na degradação da lignina. Tais microrganismos podem promover uma deslignificação parcial dos materiais lignocelulósicos. BIOCOMBUSTÍVEL – são combustíveis de origem biológica. São fabricados a partir de vegetais, tais como, milho, soja, cana-de-açúcar, mamona, canola, babaçu, cânhamo, entre outros. O lixo orgânico também pode ser usado para a fabricação de biocombustível. Podem ser usados em veículos (carros, caminhões, tratores) integralmente ou misturados com combustíveis fósseis. Aqui, no Brasil, por exemplo, o diesel é misturado com biocombustível. Na gasolina, também é adicionado o etanol. A vantagem do uso dos biocombustíveis é a redução significativa da emissão de gases poluentes. Também é vantajoso, pois é uma fonte de energia renovável ao contrário dos combustíveis fósseis (óleo diesel, gasolina querosene, carvão mineral). A fabricação de biocombustíveis tem diminuído a produção de alimentos no mundo. Buscando lucros maiores, muitos agricultores preferem produzir milho, soja, canola e cana-de-açúcar para transformar em biocombustível. BIOGÁS - É um tipo de gás inflamável produzido a partir da mistura de dióxido de carbono e metano, por meio da ação de bactérias fermentadoras em matérias orgânicas. A fermentação acontece em determinados patamares de temperatura, umidade e acidez. O biogás é uma fonte energética renovável, por essa razão é considerado um biocombustível. 57 A matéria-prima usada na produção do biogás é de origem orgânica, são aproveitados materiais como esterco (humano e de animais), palhas, bagaço de vegetais e lixo. Essa fonte energética pode ser utilizada como combustível para fogões, motores e na geração de energia elétrica. BIODIESEL – É um combustível biodegradável derivado de fontes renováveis como óleos vegetais e gorduras animais. Este biocombustível pode ser produzido no Brasil a partir de diferentes espécies oleaginosas, como a mamona, o dendê, a canola, o girassol, o amendoim, a soja e o algodão, além de matérias-primas de origem animal como o sebo bovino e a gordura suína. Pode ser misturado ao diesel - desde 2010, todo o diesel comercializado no Brasil contém uma mistura de 5% de biodiesel. BIOTECNOLOGIA VERDE Organismos Modificados Geneticamente e plantas transgênicas Graças aos avanços em Engenharia Genética, é possível criar plantas transgênicas, a partir da variedade de espécies de plantas agrícolas, com novas capacidades: resistência a pragas e pesticidas, resistências a fatores ambientais (secas, salinidade, falta de luz), aumento da produtividade ou aceleração do crescimento, conteúdo nutricional melhorado (com maior quantidade de verdadeiras substâncias ou presença das mesmas quando antes essa planta não as possuía), plantas como biofarmácias (com presença de substâncias terapêuticas) etc. Bactérias e fermentos transgênicos Aplicada para modificar alimentos (produção de vinho, cerveja, queijo), de forma que se produzam alimentos com características especiais (melhores 58 características organolépticas, novas substâncias, melhor tolerância ambiental) ou melhorar a produção (crescimento mais rápido, melhor eficácia enzimática). Alimentos funcionais São aqueles que, sem ter capacidade terapêutica, melhoram o estado de saúde ou previnem em face de verdadeiras doenças (vitaminas, fibra, antioxidantes, probióticos). Por exemplo: sementes de soja com níveis superiores de ácidos graxos monoinsaturados, o que alcança um azeite mais saudável e que resiste mais às altas temperaturas. Produtos vegetais enriquecidos em macronutrientes e em micronutrientes (vitaminas, minerais), que poderiam melhorar deficiências nutritivas especialmente em países pobres cujas populações têm pouca variedade de dietas. APLICAÇÃO DOS PROCESSOS DE FERMENTAÇÃO • Produção de biomassa: produção em grandes quantidades de biomassa de bactérias, leveduras e fungos. • Produção de metabólitos celulares: são os produtos do metabolismo celular. • Produção de proteínas recombinantes: indica a Engenharia Genética e a manipulação de genes. • Produção de enzimas: são os produtos celulares mais utilizados nas indústrias. • Biotransformação de compostos: é a transformação de substâncias do meio em outras – utilizado em área ambiental. APLICAÇÃO DOS PROCESSOS DE FERMENTAÇÃO (tratamento ambiental) • Tratamento adequado aos resíduos gerados pelas indústrias; 59 • Uso da biodegradação onde os microrganismos fazem a decomposição dos compostos desde que tenham maquinaria adequada a estes processos; • Absorção de metais tóxicos do ambiente aos microrganismos como as algas (resistentes); • A utilização de biofiltros no tratamento de gases tóxicos; • Exemplo: biorrefinaria onde resíduos de bagaço da cana poderiam ser utilizados tanto na produção de energia quanto no cultivo de microrganismos para a fabricação de etanol. AULA 7- PROCESSOS DE PRODUÇÃO E DECOMPOSIÇÃO DA MATÉRIA ORGÂNICA 7.1 ORGANISMOS DECOMPOSITORES A) CADEIA ALIMENTAR E TEIA ALIMENTAR Fonte: www.todamateria.com.br 60 Autotróficos x Heterotróficos Seres que transformam substâncias minerais ou inorgânicas como água, CO2, NH4 em moléculas orgânicas são denominados autotróficos e são responsáveis pela produção de toda a matéria orgânica consumida pelos seres heterotróficos. Produtores x Consumidores Dentro de uma cadeia alimentar os seres autotróficos são denominados produtores e os seres heterotróficos consumidores. Dentre os heterotróficos podemos ainda distinguir os consumidores primários (herbívoros), secundários, terciários e quaternários (carnívoros), dependendo do nível trófico. Teias alimentares Em uma comunidade, o conjunto de cadeias alimentares interligadas forma uma teia alimentar, que se completa com os decompositores quebrando e oxidando matéria orgânica para obter
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