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MICROBIOLOGIA-AGRICOLA-1

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1 
 
 
 
 
 
 
2 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA ................................................. 4 
1.1 Posição dos microrganismos no mundo vivo .............................. 5 
1.2 Áreas de aplicação da Microbiologia ........................................... 6 
1.3 A Evolução da Microbiologia ....................................................... 7 
1.4 Geração Espontânea vs Biogênese ............................................ 7 
1.5 Teoria Microbiana das Doenças .................................................. 8 
2 MICROBIOLOGIA AMBIENTAL ....................................................... 10 
2.1 Impacto dos microrganismos no ambiente ................................ 10 
2.2 Biogeografia .............................................................................. 11 
2.3 População microbiana ............................................................... 11 
2.4 Nicho Ecológico ......................................................................... 11 
2.5 Ecologia ..................................................................................... 12 
2.6 Densidade Populacional ............................................................ 12 
2.7 Lei do mínimo de Liebig ............................................................ 13 
2.8 Lei da tolerância de Shelford ..................................................... 13 
3 MICRORGANISMOS PRESENTES NO SOLO ............................... 17 
4 CARACTERIZAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS MICRORGANISMOS
 19 
4.1 Bactérias ................................................................................... 20 
4.2 Fungos ...................................................................................... 21 
4.3 Protozoários (protista) ............................................................... 23 
4.4 Vírus .......................................................................................... 23 
5 CRESCIMENTO MICROBIANO ...................................................... 24 
5.1 Fatores Físicos .......................................................................... 24 
5.2 Fatores Químicos ...................................................................... 26 
 
 
 
 
3 
6 MEIOS E CONDIÇÕES PARA O CULTIVO DE MICRORGANISMOS
 28 
6.1 Os tipos de meios de cultura para o cultivo de microrganismos 29 
6.2 A classificação dos meios de cultura ......................................... 30 
7 CATABOLISMO E ANABOLISMO ................................................... 30 
8 CICLOS BIOGEOQUÍMICOS .......................................................... 32 
8.1 O ciclo do carbono .................................................................... 33 
8.2 O ciclo da água ......................................................................... 34 
8.3 O ciclo do nitrogênio .................................................................. 35 
8.4 Ciclo do Oxigênio ...................................................................... 36 
8.5 O ciclo do enxofre ..................................................................... 37 
8.6 O ciclo do fósforo ...................................................................... 38 
8.7 Interferência humana sobre os ciclos biogeoquímicos .............. 39 
BIBLIOGRAFIA ...................................................................................... 40 
9 LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................... 43 
9.1 Qualidade microbiológica de 10 amostras de café produzido numa 
indústria em João Pessoa ............................................................................. 43 
 
 
 
https://comocriarumblog.online/
 
 
 
 
4 
1 INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA 
A palavra Microbiologia deriva do grego: mikros (“pequeno”), bios (“vida”), 
e logos (“ciência”). Esta Ciência estuda os organismos microscópicos e suas 
atividades biológicas, isto é, verificam as diversas formas, estruturas, 
reprodução, aspectos bioquímico-fisiológicos, e seu relacionamento entre si e 
com o hospedeiro, podendo ser benéficos e prejudiciais. A Microbiologia trata os 
organismos microscópicos unicelulares, onde todos os processos vitais são 
realizados numa única célula. 
Independente da complexidade de qualquer organismo, a célula é, e deve 
ser considerada, a unidade básica da vida. Todas as células vivas são 
basicamente estão compostas de: protoplasma (do grego: primeira substância 
formada), complexo orgânico coloidal constituído principalmente de proteínas, 
lipídeos e ácidos nucléicos; membranas limitantes ou parede celular; e um 
núcleo ou uma substância nuclear equivalente. 
De forma geral, todos os sistemas biológicos possuem as seguintes 
características comuns: 
 habilidade de reprodução; 
 capacidade de ingestão ou assimilação de substâncias 
alimentares, visando a obtenção de energia e de crescimento; 
 habilidade de excreção de produtos tóxicos; 
 capacidade de reagir ou se adaptar às alterações do meio 
ambiente, e 
 susceptibilidade a mutações. 
Os microrganismos apresentam sistemas específicos para estudo das 
reações fisiológicas, genéticas e bioquímicas, constituindo a base da vida. Seu 
crescimento reprodução é rápido e em ritmo elevado, sendo que algumas 
espécies bacterianas podem apresentar 100 gerações em menos de 24 horas. 
Os processos metabólicos microbianos são similares ao que ocorrem nos 
vegetais superiores e nos animais. As leveduras, por exemplo, utilizam a glicose, 
basicamente do mesmo modo que as células de mamíferos, mostrando que o 
mesmo sistema enzimático está presente nestes organismos tão diversos. 
 
 
 
 
5 
Em Microbiologia podem-se estudar os organismos em detalhes e 
observar seus processos vitais durante o crescimento, reprodução, 
envelhecimento e morte. Com a alteração das condições ambientais, se podem 
alterar as atividades metabólicas, regular o crescimento e, alterar o padrão 
genético, sem ocasionar a destruição microbiana. Os principais grupos de 
microrganismos são os protozoários, fungos, algas e bactérias. Os vírus, apesar 
de não serem considerados organismos vivos e sem partículas, têm algumas 
características de células vivas. 
1.1 Posição dos microrganismos no mundo vivo 
Em 1866, o zoólogo alemão E. H. Haeckel sugeriu que os microrganismos 
que não podiam ser classificados como vegetais ou animais, fossem 
denominados de protistas formando o reino Protista, constituído unicamente por 
seres unicelulares. Assim, ao se falar de protistas, estariam envolvidas as 
bactérias, algas, fungos e protozoários, excluindo-se os vírus que não são 
organismos celulares. Posteriormente, com o desenvolvimento da microscopia 
eletrônica, forma analisadas as características ultra-estruturas, sendo os 
microrganismos divididos em: procariotos e eucariotos. Esta divisão é baseada 
nas diferenças de organização da maquinaria celular. As algas azuis 
(cianofíceas) e as bactérias são consideradas organismos procariotos. 
Entre os microrganismos eucariotos estão incluídos os protozoários, 
fungos e demais algas (obs. as células animais e vegetais são, também, 
eucarióticas). Os vírus, isolados entre os microrganismos, são deixados de lado 
neste esquema de organização celular. Robert H. Whittaker (1969) criou outro 
sistema de classificação, constituído de cinco reinos, baseado no modo pelo qual 
o organismo obtém nutrientes de sua alimentação. Assim, os microrganismos, 
são encontrados em três dos cinco reinos: Reino Monera (bactérias e 
cianobactérias), Reino Protista (algas microscópicas e os protozoários) e Reino 
Fungi (leveduras e bolores). 
Até 1977, prevalecia a ideia prevalecente que os procariotos, pela sua 
simplicidade estrutural, eram ancestrais de eucariotos mais complexos. 
Entretanto, os estudos de Carl Woese e colaboradores, comprovaram que os 
 
 
 
 
6 
procariotos e eucariotos evoluíram por vias completamente diferentes a partir de 
um ancestral comum. Estespesquisadores utilizaram a técnica que compara o 
arranjo nucleotídico do RNA entre diferentes organismos. Assim, se as 
sequências de ribonucleotídeos de dois organismos diferem grandemente, a 
relação entre ambos seria muito distante; ou seja, esses organismos divergiram 
há muito tempo de um ancestral comum. Porém, se as sequências forem muito 
similares, os organismos estariam intimamente relacionados a um ancestral 
comum. Dentre todos procariotos, existe um terceiro tipo de sequência diferente 
dos anteriores, concluindo-se que há dois grupos principais de bactérias, 
denominados de arqueobactérias e eubactérias. 
1.2 Áreas de aplicação da Microbiologia 
Existem numerosos aspectos no estudo da Microbiologia, que são 
divididos em duas áreas principais: a Microbiologia Básica e a Microbiologia 
Aplicada. A Microbiologia básica estuda a natureza fundamental e as 
propriedades dos microrganismos, enfatizando sobre as características 
morfológicas coloniais e celulares; características fisiológicas (necessidades 
nutricionais específicas e condições necessárias ao crescimento e reprodução); 
atividades fisiológico-bioquímicas (Metabolismo); características genéticas; 
características ecológicas e sua relação com outros organismos e com o 
hospedeiro; potencial de patogenicidade; e classificação taxonômica. Já a 
Microbiologia aplicada estuda como os microrganismos podem ser usados ou 
controlados com finalidades práticas, sendo os principais campos de aplicação 
a medicina, agricultura, indústria, e meio ambiente. Certos microrganismos 
fermentam material orgânico animal e humano, produzindo gás metano que 
pode ser coletado e usado como combustível. Na indústria, são utilizados na 
síntese de uma variedade de substâncias químicas, desde o ácido cítrico até 
antibióticos. Na indústria do petróleo são utilizados exopolissacarídeos 
bacterianos, para aumentar a extração do petróleo de rochas reservatório; e na 
área ambiental, para degradar poluentes específicos, como herbicidas e 
inseticidas. 
 
 
 
 
7 
A Microbiologia Médica estuda os microrganismos causadores de 
doenças em humanos e animais. Por exemplo, pelo uso da engenharia genética, 
têm sido usadas enzimas bacterianas que dissolvam coágulos sanguíneos, 
vacinas humanas e testes rápidos para diagnóstico de várias infecções, entre 
outras. A Microbiologia de alimentos está relacionada com as doenças que 
podem ser transmitidas pelos alimentos, como por exemplo, infecções causadas 
por salmonelas, estafilococos e clostrídios. 
1.3 A Evolução da Microbiologia 
Considera-se o início da Microbiologia se deu quando se aprendeu a polir 
lentes de vidro, e ao combiná-las produzia aumentos suficientes para a 
visualização de microrganismos. No século XIII, Roger Bacon postulou que a 
doença era produzida por seres vivos invisíveis. Este postulado foi reforçado e 
defendido por Fracastoro de Verona (entre 1483-1553), e posteriormente por 
Von Plenciz (1762), mas nenhum deles apresentava provas. 
Em 1665, Robert Hooke visualiza e descreve as células em um pedaço 
de cortiça, sugerindo que animais e plantas, por mais complexos que sejam, 
eram compostos de partes elementares repetidas. Entretanto, é muito provável 
que o primeiro a visualizar bactérias e protozoários, foi o holandês Antony Van 
Leeuwenhoek (1632-1723), relatando suas observações, com descrições 
precisas e desenhos, denominando de pequenos “animálculos”. Posteriormente, 
foi usada a palavra “bacterium”, introduzida pelo alemão Ehrenberg, em 1828, 
que significa da palavra em grego "pequeno bastão". Em 1878, o cirurgião 
francês, Charles-Emmanuel Sedillot introduz a palavra micróbio. 
1.4 Geração Espontânea vs Biogênese 
A descoberta dos microrganismos incentivou o interesse científico sobre 
a origem dos seres vivos. Já entre 384 e 322 a.C., Aristóteles pensava que os 
animais podiam se originar, espontaneamente, do solo, plantas ou outros 
animais diferentes, e esta ideia ainda continuou até o século XVII. Tudo isto, 
devido a que, por exemplo, larvas podiam ser originadas pela decomposição da 
 
 
 
 
8 
carne, embora o pesquisador Francesco Redi (1626-1697) já duvidava desse 
fato. Assim, ele realizou um experimento na qual colocou carne numa jarra 
coberta com gaze. Atraídas pelo odor da carne, as moscas puseram seus ovos 
sobre a cobertura e as larvas emergiam. Entre 1729 e 1799, Spallanzani ferveu 
caldo de carne durante uma hora, fechando os frascos após fervura. Nenhum 
microrganismo apareceu, mas seus resultados, ainda que repetidos, não 
convenceram. 
60 a 70 anos mais tarde dois pesquisadores responderam a este 
argumento. Franz Schulze (1815-1873) aerava infusões fervidas, fazendo o ar 
atravessar soluções fortemente ácidas, enquanto Theodor Schwann (1810- 
1882) forçava o ar através de tubos aquecidos ao rubro. Em nenhum dos casos 
surgiram os micróbios. Os adeptos da geração espontânea não se convenceram, 
dizendo que o ácido e o calor é que não permitiram o crescimento dos micróbios. 
O conceito da geração espontânea foi revivido, pela última vez, por Pouchet 
(1859), que segundo ele tinha a prova da ocorrência. Pouchet foi rebatido por 
Louis Pasteur (1822- 1895) onde pelo conhecido experimento, onde preparou 
um frasco com pescoço de cisne, as soluções nutritivas foram fervidas no frasco 
e o ar não-tratado e não-filtrado podia passar para dentro ou para fora. Os 
micróbios, porém, depositavam-se no pescoço de cisne e não apareciam na 
solução. Finalmente, John Tyndall (1820-1893) efetuou experiências numa caixa 
especialmente desenhada para provar que a poeira carrega os micróbios. Se 
não houver poeira, o caldo estéril ficará livre de crescimento microbiano por 
períodos indefinidos de tempo. 
1.5 Teoria Microbiana das Doenças 
Em 1762, Von Plenciz, afirmou que os seres vivos seriam as causas de 
doenças, e que microrganismos diferentes eram responsáveis por enfermidades 
diferentes. O médico Oliver W. Holmes (1809-1894) insistia que a febre puerperal 
era contagiosa e, provavelmente, causada por um germe transmitido de uma 
mãe para outra por intermédio das parteiras e dos médicos. Quase na mesma 
época, o médico húngaro Ignaz P. Semmelweis (1818-1865) introduzia o uso de 
antissépticos na prática obstétrica. Na França, Louis Pasteur estudou os 
 
 
 
 
9 
métodos e processos envolvidos na fabricação de vinhos e cervejas. Observou 
que a fermentação de frutas e grãos resultava em álcool, e era produzido por 
micróbios. Pasteur sugeriu que os tipos indesejáveis de microrganismos 
deveriam ser eliminados pelo calor, não tão intenso que prejudicasse o gosto do 
suco de fruta, mas suficiente para tornar inócuo o micróbio. Assim, mantendo os 
sucos a uma temperatura de 62-63 o C, durante uma hora e meia, obtinha o 
resultado desejado. Este processo tornou-se conhecido como pasteurização e 
hoje é amplamente utilizado nas indústrias de fermentação, e dos derivados do 
leite, visando a destruição dos microrganismos patogênicos. 
Na Alemanha, o médico Robert Koch (1843-1910) estudou o problema do 
carbúnculo hemático, que é uma doença do gado bovino, caprino e, às vezes, 
do homem. Ele descobriu os bacilos típicos com extremidades cortadas em 
ângulos retos, no sangue de animais mortos pela infecção carbunculosa. 
Inoculou as bactérias em meios de cultura, examinou-as ao microscópio para 
verificar de que apenas uma espécie tinha se desenvolvido e injetou-as em 
outros animais para verificar se estes se tornavam doentes e desenvolviam os 
sintomas clínicos do carbúnculo. A partir destes animais experimentais, Koch 
isolou micróbios iguais aos que tinha encontrado originalmente nos animais 
infectados. Esta foi a primeira vez que uma bactéria foi comprovada como causa 
de doença animal. 
A partir disto foram estabelecidos os postulados de Koch: 
 Um microrganismo específico pode sempre ser encontrado em 
associação com uma dada doença; 
 Oorganismo pode ser isolado e cultivado, em cultura pura, no 
laboratório; 
 A cultura pura produzirá a doença quando inoculada em animal 
sensível; 
 É possível recuperar o microrganismo, em cultura pura, dos 
animais experimentalmente infectados. 
 
 
 
 
10 
2 MICROBIOLOGIA AMBIENTAL 
A microbiologia ambiental é a interface entre as ciências ambientais e a 
ecologia microbiana. Estuda os microrganismos e suas funções na condução de 
processos nos sistemas naturais e prioriza os efeitos provocados pela presença 
e atividade desses no meio ambiente. Com os avanços da biologia molecular 
aumentou-se a habilidade de detectar e identificar microrganismos e suas 
atividades no ambiente. 
A diretriz principal da vida microbiana é sua sobrevivência, manutenção, 
geração de ATP e crescimento. A grande diversidade de habitats fez com que 
os microrganismos estivessem sob diferentes pressões seletivas o que resultou 
na seleção de grande variedade metabólica, fisiológica e molecular. 
Considerando-se que microrganismos ambientais podem afetar vários aspectos 
da vida, e são facilmente transportados entre ambientes, as interfaces do campo 
de microbiologia ambiental têm um número grande de diferentes 
subespecialidades, incluindo solo, ambiente aquático, qualidade da água, saúde 
ocupacional e controle de infecções e microbiologia industrial. 
2.1 Impacto dos microrganismos no ambiente 
Os microrganismos são agentes primários das mudanças geoquímicas. 
Algumas características que possibilitam essa atuação ampla no ambiente são 
sua distribuição ubíqua devido à grande diversidade metabólica e fisiológica, 
pelo fato de serem pequenos e possuírem grande área superficial e as altas 
taxas de atividade metabólica e de crescimento. 
Os microrganismos são elementos chave na ciclagem e liberação dos 
nutrientes e na manutenção da composição química do solo, água, sedimentos 
e atmosfera. Além disso, são importantes na detoxificação de poluentes 
orgânicos e inorgânicos, sendo a base de muitas tecnologias emergentes com 
aplicação ambiental e industrial. 
 
 
 
 
11 
2.2 Biogeografia 
É o estudo da distribuição da diversidade no tempo e no espaço. Destina-
se a revelar onde os organismos vivem, sua abundancia e o porquê, ou seja, 
revela a diversidade e a atividade desses. 
2.3 População microbiana 
Os ecossistemas são formados pelas comunidades biológicas e pelos 
componentes abióticos. Cada ecossistema apresenta uma diversidade de 
microrganismos distribuídos em duas categorias: 
 
 Autóctones ou indígenas, que são os microrganismos residentes e 
naturais daquele ambiente. 
 Alóctones ou não indígenas, que são os microrganismos 
transitórios. O ecossistema pode ser ocupado por microrganismos 
especializados metabolicamente e que são restritos a um ambiente 
distinto. 
2.4 Nicho Ecológico 
O nicho corresponde ao papel funcional do microrganismo na comunidade 
e suas características de adaptação às condições ambientais. Cada espécie 
apresenta requerimentos nutricionais particulares, propriedades cinéticas e 
potenciais bioquímicos. As características do microrganismo são determinantes 
da habilidade ou não de realizar uma função particular no ambiente (Figura 1). 
 
 
 
 
12 
 
2.5 Ecologia 
É o estudo da estrutura e da função do ecossistema. A estrutura é a 
composição da comunidade biológica, a quantidade e a distribuição dos 
componentes abióticos e a faixa gradiente das condições ambientais. Já a 
função envolve processos relacionados com o fluxo de energia, a ciclagem de 
nutrientes e a regulação mútua dos organismos no ambiente. 
2.6 Densidade Populacional 
Corresponde ao número de indivíduos por área. Pode ser modificada por 
fatores abióticos, como modificações físico-químicas no meio, por fatores 
bióticos, especialmente por relações ecológicas como a competição, e pelas 
taxas de migração, mortalidade e natalidade. 
 
 
 
 
13 
2.7 Lei do mínimo de Liebig 
A biomassa total de um organismo é determinada pelo nutriente presente 
no meio em menor concentração em relação a seus requerimentos. Em um dado 
ecossistema sempre haverá algum fator nutricional limitante. 
2.8 Lei da tolerância de Shelford 
A ocorrência e abundância de um microrganismo em um ambiente 
depende não somente dos nutrientes disponíveis, mas também dos fatores 
químicos e físicos. O microrganismo apresenta um conjunto complexo de 
condições, dentro de uma faixa de tolerância. Se qualquer condição exceder os 
limites mínimo ou máximo, o organismo falha e morre. Para todo fator abiótico 
existe uma faixa de crescimento, com valores cardeais mínimo, ótimo e máximo. 
 
 Determinantes ambientais 
 
- Químicos – nutrientes, minerais, composição atmosférica, pH, fatores de 
crescimento, fontes de carbono e energia, potencial de eletro-redução. 
- Físicos – radiação, pressão, salinidade, temperatura, atividade de água, 
superfície. 
- Biológicos – relações espaciais, genética do microrganismo e relações 
ecológicas. 
 
 Microrganismos extremófilos 
 
Prosperam ou requerem condições extremas que excedem as condições 
ótimas para o crescimento e reprodução da maioria dos microrganismos. 
Sobrevivem em um leque de ambientes diferentes e utilizam uma gama de 
diferentes fontes de carbono e energia. Possuem estratégias para reter água e 
manter suas membranas, proteínas e ácidos nucléicos funcionais. 
 
 
 
 
 
 
14 
 Temperatura 
 
Afeta a taxa de crescimento por alterar a taxa das reações químicas. A 
elevação da temperatura, até certos limites, leva ao aumento do crescimento e 
das atividades metabólicas até um ponto, a partir do qual as reações de 
inativação começam a atuar. 
 
- Psicrófilos – crescem em temperaturas baixas, na faixa de 0oC a 200C, 
com temperatura ótima em torno de 15oC. Não toleram o calor e são 
encontrados em ambientes constantemente frios, tais como as regiões polares. 
- Psicrotolerantes – capazes de crescer a 0 oC, mas com crescimento 
ótimo na faixa de 20 oC a 40 oC. São um problema na conservação de alimentos, 
sendo comumente encontrados em alimentos estragados. 
- Mesófilos – com temperaturas medianas como ótimas de crescimento 
(25 oC a 40 oC). São encontradas em animais de sangue quente e em ambientes 
terrestre e aquáticos de latitudes tropicais. 
- Termófilos – com crescimento ótimo em temperaturas superiores a 
45oC. São encontrados em ambientes quentes. Geralmente produzem esporos 
resistentes ao calor que sobrevivem inclusive aos tratamentos térmicos a que 
são submetidos os alimentos enlatados. Importantes também em acúmulos de 
compostos orgânicos cuja temperatura pode ser bastante alta. 
- Hipertermófilos - crescimento ótimo em temperaturas superiores a 80oC. 
encontrados em fontes termais, gêiseres e fendas hidrotermais. 
 
 Pressão hidrostática 
 
Os microrganismos são classificados de acordo com a faixa de pressão 
hidrostática em que crescem. E são classificados em: 
 
- Sensíveis – crescem bem a 1 atm. 
- Barotolerantes – resistem a pressões bastante altas. 
- Barofílicos – Precisam de grande pressão para crescer bem. Morrem a 
1 atm. 
 
 
 
 
15 
 Pressão osmótica 
 
Força com a qual a água se move através da membrana plasmática, de 
uma solução hipotônica para uma solução hipertônica. Pode causar 
desidratação, lise ou plasmólise. 
 
 Salinidade 
 
É a soma da concentração de todos os constituintes iônicos dissolvidos 
na água. A alta concentração de sal afeta a pressão osmótica, desnatura 
proteínas e desidrata a célula. De acordo com a salinidade os microrganismos 
podem ser classificados em: 
- Não halofílicos – não necessitam de sal para crescer e não toleram sua 
presença no meio. 
- Halotolerantes – não necessitam de sal para crescer, mas suportam 
certa quantidade no meio. O crescimento ótimo ocorre na ausência do sal. 
- Halófilos- requerem certa quantidade de sal para crescer. Podem ser 
discretosou moderados, necessitando de baixa concentração de sal no meio, ou 
extremo, necessitando de altíssima concentração de sal para crescer. 
 
 Disponibilidade de água 
 
A água é essencial para a atividade e crescimento dos microrganismos. 
Processos fisiológicos requerem água para movimentação, trocas gasosas, 
trocas de soluto, excreção de resíduos, obtenção de nutrientes e outras funções. 
A atividade de água (Aa ou aw) é o parâmetro que mede a disponibilidade 
de água para o microrganismo. Os valores de aw podem variar de 0 a 1. 
Representa a água que está livre para agir como solvente ou participar de 
reações químicas. É a água não ligada a macromoléculas por forças físicas. A 
atividade de água corresponde à pressão de vapor da solução dividida pela 
pressão de vapor da água pura. A atividade de água reduzida aumenta a fase 
lag do crescimento, inibe a produção de toxinas por alguns microrganismos e 
 
 
 
 
16 
altera a permeabilidade da membrana celular, levando à perda de moléculas 
essenciais. 
 
Fatores que interferem nos efeitos da atividade de água 
 
- Temperatura– quanto mais próximo à temperatura ótima de crescimento, 
maior a faixa de atividade de água em que o crescimento microbiano é possível. 
- Nutrientes – a disponibilidade amplia a faixa de atividade de água onde 
o crescimento microbiano é possível. 
Microrganismos que crescem em baixas atividades de água bombeiam 
íons inorgânicos para o interior da célula ou sintetizam solutos orgânicos 
(chamados de solutos compatíveis). A quantidade máxima de solutos 
compatíveis acumulados corresponde a uma característica geneticamente 
determinada. 
 
Adaptações aos períodos de dessecação 
 
- Formação de esporos. - Formação de polissacarídeos extracelulares 
(cápsula, camada mucosa com trehalose). 
- Síntese de açúcares que formam uma fase de cristal não cristalino que 
se liga a proteínas, impedindo sua desnaturação. 
- A trealose forma ligações de hidrogênio com lipídeos, substituindo a 
molécula de água e mantendo o estado fluido da membrana. 
 
Adaptações à grande quantidade de água 
 
- Parede celular rígida para evitar a lise em bactérias. 
- Vacúolos contráteis em protozoários para bombear o excesso de água 
para fora da célula. 
- Excreção de água através de aquaporinas em algumas bactérias. 
 
 
 
 
17 
3 MICRORGANISMOS PRESENTES NO SOLO 
Microrganismos do solo, em conjunto com a biota total e, especialmente, 
com a vegetação superior, constituem um dos cinco fatores que interagem na 
formação do solo; os outros quatros são clima, topografia, material parental e 
tempo. Os processos físicos e químicos de desagregação das rochas para finas 
partículas com grandes áreas de superfície e, acompanhado da perda de 
nutrientes das plantas, iniciam o processo de formação do solo. Os dois 
principais nutrientes que são deficientes nos estágios iniciais desse processo 
são carbono e nitrogênio. Por isso, os colonizadores iniciais do material parental 
do solo são usualmente organismos capazes de fotossintezar e fixar nitrogênio. 
Esses são predominantemente as cianobactérias, também conhecidas como 
algas azuis esverdeadas. Após o estabelecimento da vegetação superior, 
processos contínuos do solo produzem a mistura dinâmica de vida e morte das 
células, matéria orgânica do solo, e partículas minerais em pequenos tamanhos 
suficientemente para permitir íntimas interações coloidais características do solo 
(PAUL; CLARK, 1988). 
Em termos de diversidade genética, o solo é o local de inúmeras e 
variadas populações de todos os tipos de microrganismos, sendo o reservatório 
final da maioria deles (CARDOSO, 1992). Além disso, contém bilhões de 
organismos, os quais têm funções e nichos ecológicos específicos, e cada um 
contribui para várias atividades bióticas no ambiente. Os maiores grupos de 
organismos do solo incluem vírus, bactérias, fungos, algas e macrofauna como 
artrópodes e protozoários. Esses organismos têm específicos nichos ecológicos 
e funções, e cada um contribui para várias atividades do ambiente. As bactérias 
e fungos são importantes nas transformações bioquímicas, principalmente de 
agrotóxicos. Populações destes organismos contêm grupos diversos que podem 
mediar um número infinito de transformações bioquímicas. A importância da 
microflora do solo é demonstrada pelos seus números e biomassa (Tabela 1) 
(PEPPER; JOSEPHSON, 1996 citados por PEPPER et al., 1996). 
 
 
 
 
 
18 
 
 
Em se tratando da diversidade de microrganismos no solo, cerca de 
160.000 espécies são conhecidas e descritas na literatura. A cada ano, uma 
média de 1.700 e 120 novas espécies de fungos e bactérias, respectivamente, 
são descritas na literatura. Estimativas, consideradas por alguns como 
conservadoras apontam para um total em torno de 1,8 milhões de espécies 
(HAWKSWORTH, 1992 citado por COUTINHO et al., 2001). Contudo, talvez 
menos de 0,1 a 10% das espécies microbianas, dependendo do hábitat 
estudado, tenham sido descobertas e nomeadas até o presente (TRÜPER, 1992 
citado por COUTINHO et al., 2001). 
A população microbiana do solo existe em equilíbrio dinâmico formado 
pelas interações dos fatores bióticos e abióticos que podem ser alterados pelas 
modificações do meio ambiente. As bactérias são os organismos mais 
abundantes e os mais versáteis degradadores de agrotóxicos, com uma 
população que varia de 106 a 109 organismos g-1 solo. Os fungos ocorrem em 
menor número, 104 a 106 g-1 solo. O número total de actinomicetos no solo é 
cerca de 107 g-1 solo (HEAD et al., 1990). 
A dominância e participação de bactérias em processos do solo baseadas 
em literaturas (CLARK; PAUL, 1988; PEPPER et al., 1996) podem ser 
tendenciosas pela facilidade de isolamento de espécies ou facilidade de seu 
cultivo in vitro. Esses autores citam que, no solo, há dominância dos gêneros de 
bactérias Arhrobacter, Streptomyces, Pseudomonas e Bacillus; de fungos 
Penicillium, Aspergillus, Fusarium, Rhizoctonia, Alternaria e Rhizopus e, de 
actinomicetos (tecnicamente classificados como bactérias) Streptomyces. 
Em relação às ferramentas para classificação de microrganismos, existem 
avanços no desenvolvimento de novas técnicas. Azevedo (1998) destaca 
técnicas, não só como auxiliares na taxonomia microbiana como também na 
 
 
 
 
19 
detecção de novos microrganismos como: eletroforese para isozimas, 
hibridizações DNA-DNa, técnicas de análise direta do DNA conhecidas por siglas 
como RFLP, PCR, RAPD, além do uso de eletroforese em campo pulsado para 
separar e determinar tamanho e número de cromossomos de microrganismos. 
Ainda com relação às técnicas, Fungaro e Vieira (1998) ressaltam o uso 
da técnica de PCR (Reação de Polimerase em Cadeia) na detecção e 
identificação de microrganismos em ambientes naturais. Os autores apresentam 
metodologias que permitem detectar microrganismos em amostras obtidas de 
ambientes naturais, sem a necessidade de cultivá-los em laboratório, incluindo: 
microrganismos engenheira dos liberados no ambiente, microrganismos 
selvagens no ambiente, microrganismos viáveis, mas não-cultiváveis. 
No entanto, cabe salientar que, atualmente, menos de 1% da diversidade 
das espécies de microrganismos do solo são consideradas cultiváveis por 
técnicas tradicionais, sendo um problema que pode ser contornado por 
abordagens metagenômicas. Considerando que o nível da diversidade do solo é 
maior do que estimativas baseadas em métodos de extração de DNA, esforços 
são necessários para acessar um metagenôma total para estudos imparciais de 
ecologia microbiana (DELMONT et al., 2011). Porém, essas abordagens geram 
um número exorbitante de informações, sendo necessários avanços em 
bioinformática diante da adaptação à enorme quantidade de dados de 
sequenciamento gerados (PESSOA FILHO, 2010). 
4 CARACTERIZAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS MICRORGANISMOS 
A caracterização e classificação dos organismosvivos são o principal 
objetivo nas diferentes áreas da Biologia. As comparações das características 
de grande número de microrganismos resultam, eventualmente, num sistema de 
agrupamento das espécies semelhantes. Por fim, cria-se um grupo com 
características muito semelhantes, que é considerado como uma espécie e 
recebe um nome específico. Uma cultura que consiste em uma única espécie de 
microrganismo, independentemente do número de indivíduos, é denominada de 
cultura axênica ou culturas puras. Se dois ou mais tipos (espécies) crescem 
 
 
 
 
20 
juntos, como normalmente ocorre na natureza, passam a constituir uma cultura 
mista. 
Antes de identificar e classificar um microrganismo, suas características 
devem ser determinadas com detalhes como seguem: 
 Características culturais: exigências nutricionais e atmosféricas 
ambientais; 
 Características morfológicas coloniais e celulares; 
 Características metabólicas: envolve reações químicas vitais para 
sua sobrevivência; 
 Características antigênicas: componentes especiais da célula que 
fornecem evidências de semelhança entre as espécies; e 
 Características genéticas: composição do ácido 
desoxirribonucléico (DNA). 
4.1 Bactérias 
As bactérias são unicelulares, ou seja, possuem uma célula e não tem 
carioteca (um núcleo celular organizado). Como denominação são procariontes 
e foram os primeiros seres vivos há habitar nosso planeta e, possuem as 
características dos principais grupos de microrganismos. 
Em relação aos formatos, existem os: 
 Bacilos (em formato de bastão) 
 Cocos (forma ovalada) 
 Espirilos (formato de espiral) 
 Vibriões (em formato de virgula) 
 
Quando agrupadas, as bactérias formam arranjos/colônias divididos 
conforme a imagem abaixo: 
 
 
 
 
 
21 
 
Fonte: tecnicoemenfermagem.net.br 
Elas estão em todo lugar inclusive dentro de nossos corpos e em sua 
grande maioria são causadoras de diversas doenças. 
A reprodução das bactérias mais comum é o de fissão binária, onde 
acontece a divisão da célula em duas partes. 
Estudos realizados conseguiram destinar algumas bactérias específicas 
para produção de alimentos e remédios (insulina) e também na 
decomposição de matéria orgânica. 
Em nossa biosfera as bactérias possuem uma relevância fantástica, pois, 
atuam como as responsáveis principais de decomposição e reciclagem dos 
nutrientes, como o nitrogênio e enxofre. 
4.2 Fungos 
Os fungos podem ser unicelulares ou pluricelulares e possuem as 
características dos principais grupos de microrganismos. Como 
denominação são eucariontes e possuem reprodução sexuada e assexuada. 
 
 
 
 
22 
Alguns fungos pluricelulares são maiores e podem ser tranquilamente 
confundidos com plantas, porém não realizam fotossíntese. Ex.: os cogumelos. 
Os considerados fungos verdadeiros têm a parede celular composta de 
quitina. 
Existem fungos que são benéficos e possuem um grau 
de importância na cadeia alimentar ao decompor vegetais e reciclando (terra, 
água, animal ou planta). Ex.: bolores. Todavia, existem alguns que causam 
enfermidades. 
Os fungos que normalmente vimos são os bolores. Eles criam micélio, 
uma massa formada por filamentos (hifas) que após ramificar se expandem. 
Eles podem ser (conforme a espécie): 
Decompositores – quebrando os produtos orgânicos e reciclando 
carbono, nitrogênio e outros compostos do solo e do ar. 
Parasitas – que obtêm nutrientes de outros seres, prejudicando-os, 
causando doenças ou até a morte de plantas, animais ou seres humanos. 
Simbiontes – os que possuem relação simbiótica com seres autotróficos, 
ocasionando maior eficiência ao colonizar locais poucos favoráveis a 
sobrevivência. 
Fungos predadores – estes “caçam” e se alimentam de pequenos 
animais (nematódeos) que vivem na terra. E todos são heterotróficos, ou 
seja, alimentam-se de matéria orgânica. 
São usados para fabricação de alimentos, remédios, desinfetantes, 
inseticidas, anticorrosivos, simplificadores dos mecanismos de produção de 
álcool e até no controle de qualidade de produtos industriais. 
Conhecidos por ser uma das primeiras formas de vida no planeta, 
possuem uma diversidade grandiosa comparada a qualquer outro ser. Como 
sempre existiu controvérsia em sua classificação, foram registrados como um 
reino à parte. 
 
 
 
 
23 
4.3 Protozoários (protista) 
Os protozoários são microrganismos unicelulares e heterotróficos. Com 
denominação eucariontes e com movimentação baseada por pseudópodes, 
flagelos ou cílios. 
Eles podem viver livres (ambientes aquáticos e na terra desde que úmida) 
ou de forma parasitária. Além disso, possuem a reprodução de forma sexuada e 
assexuada. É um importante indicador de poluição em rios, lagos e mares. 
A conjunção realizada por determinados protozoários não é definida por 
alguns autores como reprodução sexuada. Afinal, neste processo não gera como 
resultado o aumento de seres. E os autores que consideram uma forma de 
reprodução alegam quem mesmo que não aconteça o aumento de seres, existe 
a troca genética. 
Após realizar a troca os dois seres começam uma divisão binária com 
suas novas combinações genéticas. Os seres que vemos este processo são os 
protozoários ciliados. 
4.4 Vírus 
Os vírus não possuem células e pertencem as características dos 
principais grupos de microrganismos. Na sua estrutura, existe uma cápsula 
proteica para proteger o material genético (DNA ou RNA). 
A reprodução é feita com a ajuda de outros organismos, e são 
considerados somente vivos, quando executam a multiplicação nas células que 
infectaram. Esse tipo de reprodução é uma forma alternativa de multiplicar o 
DNA, pois é feito sem a criação de uma nova célula. Sendo assim, fora de seu 
hospedeiro tornam-se inerte e não desempenham nenhuma função vital. E, por 
isso, classificá-los com ser vivo é algo não aceito por muitos. 
As partículas virais podem ser consideradas de duas formas distintas, 
agentes de doença; quando a infecção na célula hospedeira leva a ruptura e 
morte; e agentes de hereditariedade, quando a partícula viral entra na célula 
causando apenas modificações genéticas na célula hospedeira. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81cido_desoxirribonucleico
https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81cido_ribonucleico
 
 
 
 
24 
Os vírus causam uma patologia específica e são capazes em grande 
parte dos casos de reconhecer o seu hospedeiro. Exemplo de vírus: sarampo. 
Não existe uma prova concreta até o momento sobre a origem do vírus, 
porém, existem algumas sugestões de como tenha sido: 
Evolução química: primeiramente é importante que saiba que essa é a 
de menos aceitação. Aqui sugere que os vírus eram formas primárias da vida 
que surgiram separadamente na primeira célula (sopa primordial). Sendo assim, 
cada vírus teria uma origem diferente, ou seja, em uma outra célula nova. 
Evolução retrógrada: surgiram através de microrganismos parasitas 
intracelulares que no decorrer de sua evolução perderam partes de sua 
codificação de proteínas no genoma. Ficando apenas com os genes que 
garantiriam sua replicação. 
DNA autorreplicante: aqui a origem partiu com sequências 
autorreplicantes de DNA (plasmídeos e transposons) tornando-se parasitas para 
sobreviver. 
Origem celular: nessa teoria a culpa é de certa forma do hospedeiro que 
originou alguns componentes de células autônomos. Assim, agiam como genes 
e conseguiam sobreviver sem a ajuda da célula. Essa hipótese é mais aceita 
porque alguns vírus possuem em determinadas regiões do genoma áreas 
semelhantes à sequência de genes celulares capazes de codificar proteínas 
funcionais. 
5 CRESCIMENTO MICROBIANO 
5.1 Fatores Físicos 
Incluem temperatura, pH e pressão osmótica. 
Influência dos fatores físicos 
 
 Classificar os microrganismos em cinco grupos com base na faixa 
de temperatura ótima para seu crescimento. 
 Identificar os mecanismos que controlam as variações de pH nomeio de cultura 
 
 
 
 
25 
 Explicar a importância da pressão osmótica para o crescimento 
microbiano. 
 
Temperatura 
A maioria dos microrganismos cresce bem nas temperaturas ideais para 
os seres humanos. No entanto, certas bactérias são capazes de crescer em 
temperaturas extremas, onde a maioria dos organismos eucarióticos não 
sobreviveria. 
Os microrganismos são classificados em três grupos primários 
considerando as variações na temperatura de crescimento: psicrófilos (crescem 
em baixas temperaturas), mesófilos (crescem em temperaturas moderadas) e 
termófilos (crescem em altas temperaturas). A maioria dos microrganismos 
cresce dentro de variações limitadas de temperatura, sendo que a temperatura 
máxima e mínima de crescimento pode-se distanciar somente em 30ºC. 
 
pH 
O pH foi definido como a acidez ou a alcalinidade de uma solução. A 
maioria das bactérias cresce melhor dentro das variações pequenas de pH 
sempre perto da neutralidade, entre pH 6,5 e 7,5. Poucas bactérias são capazes 
de crescer em pH ácido como pH 4,0. 
Um tipo de bactéria quimioautotrófica encontrada em águas de drenagem 
de minas de carvão, oxidando enxofre para formar ácido sulfúrico, pode 
sobreviver em valores de pH 1,0. Os fungos filamentosos e as leveduras podem 
crescer em variações de pH maiores que as bactérias, sendo, no entanto, os 
valores ótimos de pH para fungos geralmente inferior, entre pH 5 e 6. 
 
 
 
Pressão Osmótica 
 
Os microrganismos retiram da água, presente no seu meio ambiente, a 
maioria dos seus nutrientes solúveis. A água presente dentro da célula pode ser 
 
 
 
 
26 
removida por elevações na pressão osmótica. Quando uma célula microbiana se 
encontrar em uma solução contendo uma concentração de sais superior àquela 
do interior da célula ocorrerá a passagem da água de dentro da célula, através 
da membrana plasmática, para o meio extracelular. A perda de água por osmose 
causa a plasmólise ou diminuição da membrana plasmática da célula. 
A importância deste fenômeno está na inibição do crescimento no 
momento em que a membrana plasmática se separa da parede celular. Assim, 
a adição de sais em uma solução, com consequente aumento da pressão 
osmótica, pode ser utilizada na preservação dos alimentos, pois a alta 
concentração de sal ou de açúcar remove a água do interior da célula microbiana 
impedindo seu crescimento. 
5.2 Fatores Químicos 
São necessários água, fontes de carbono e nitrogênio, minerais, oxigênio 
e fatores orgânicos de crescimento. 
Influências dos fatores químicos: 
 
 Determinar o uso de cada um dos quatro elementos (carbono, 
nitrogênio, enxofre e fósforo) necessários para o crescimento 
microbiano. 
 Explicar como ocorre a classificação dos microrganismos usando 
como referência as necessidades de oxigênio. 
 Identificar os mecanismos utilizados pelos microrganismos para 
evitar os efeitos tóxicos da formas de oxigênio. 
 
 
 
 
Carbono 
 
O carbono, junto com a água, é um dos elementos mais importantes para 
o crescimento microbiano. O carbono é essencial para a síntese de todos os 
 
 
 
 
27 
compostos orgânicos necessários para a viabilidade celular sendo considerado 
o elemento estrutural básico para os seres vivos. 
 
Nitrogênio, Enxofre e Fósforo 
 
Os organismos utilizam nitrogênio inicialmente para sintetizar os grupos 
amino que estão presentes nos aminoácidos fazendo parte das proteínas. Muitas 
bactérias obtêm estes compostos nitrogenados sintetizados pela célula. Outras 
bactérias utilizam nitrogênio a partir de íons. O enxofre é utilizado a síntese dos 
aminoácidos contendo enxofre e de vitaminas como a tiamina e biotina. As fontes 
naturais de enxofre importantes incluem o íon sulfato, sulfito de hidrogênio e 
aminoácidos que contêm enxofre na sua estrutura. O fósforo é essencial para a 
síntese dos ácidos nucléicos e para os fosfolipídios componentes da membrana 
celular. O potássio, o magnésio e o cálcio também são elementos necessários 
para os microrganismos frequentemente como co-fatores para reações 
enzimáticas. 
 
Oxigênio 
 
Grande dos organismos vivos, devido ao seu metabolismo, atualmente 
necessita de oxigênio para sua respiração aeróbica. 
Os microrganismos capazes de utilizar oxigênio molecular são capazes 
de produzir mais energia a partir do uso de nutrientes que organismos que não 
usam o oxigênio (anaeróbicos). 
Os aeróbicos obrigatórios possuem uma desvantagem em relação aos 
outros organismos, pois o oxigênio não é capaz de dissolver-se eficientemente 
na água do seu meio ambiente apresentando, portanto baixos níveis de oxigênio 
dissolvido. Em função disso muitas bactérias aeróbicas desenvolveram a 
capacidade de continuar seu crescimento na ausência de oxigênio. 
Água 
 
 
 
 
 
28 
Essencial a qualquer microrganismo, embora as necessidades sejam 
variadas. É o solvente universal, mas sua disponibilidade é variável (soluções 
com açúcares ou sais têm menos água disponível). 
Aw: pressão do vapor em equilíbrio com a solução/ pv da água, variando 
de 0 a 1. Os organismos que vivem em ambientes onde a disponibilidade de 
água é baixa desenvolvem mecanismos para extrair água do ambiente, pelo 
aumento da concentração de solutos internos, seja bombeando íons para o 
interior ou sintetizando ou concentrando solutos orgânicos (solutos compatíveis), 
que podem ser açucares, álcoois ou aminoácidos (prolina, betaine, glicerol). 
 
Fatores Orgânicos de Crescimento 
 
São aqueles compostos orgânicos essenciais que o organismo não é 
capaz de sintetizar necessitando retirá-los do meio ambiente. As vitaminas são 
os fatores orgânicos de crescimento para os homens. Muitas vitaminas têm a 
função de coenzimas necessárias para suas atividades enzimáticas sendo 
independentes de fontes extracelulares. No entanto, em algumas bactérias 
certas vitaminas são consideradas como fatores orgânicos de crescimento 
devido à ausência de enzimas que participam das rotas metabólicas de sua 
síntese. Outros fatores orgânicos de crescimento necessários para algumas 
bactérias podem ser aminoácidos purinas e pirimidinas. 
6 MEIOS E CONDIÇÕES PARA O CULTIVO DE MICRORGANISMOS 
O cultivo de microrganismos é fundamental para o conhecimento científico 
biológico geral. Através desses micros seres vivos é possível analisar a história 
do mundo, aprender sobre o comportamento do corpo humano, desenvolver cura 
para doenças e mais uma serie de possibilidades provindas do estudo científico. 
A condição principal para o cultivo de microrganismo é fornecer um 
ambiente nutritivo isolado para que ocorra o crescimento desejado do 
microrganismo. Como estamos falando de princípio de análise, o isolamento é 
fundamental, visto que qualquer agente externo pode interferir no 
comportamento do microrganismo, interferindo nos resultados finais do estudo. 
 
 
 
 
29 
No caso de um tipo bactéria, pode ser requerido uma proteína, carbono, 
água e oxigênio para o cultivo de uma colônia. Se o objetivo for analisar um fungo 
ou até mesmo outro tipo de bactéria, a condição do ambiente vai variar. Em 
suma, a condição e o meio é alterada dependendo do tipo de microrganismo e 
objetivo almejado mediante o cultivo. 
Porém, é válido ressaltar que por mais que o cultivo de microrganismos 
seja fundamental para a ciência e que os pesquisadores sempre estão evoluindo 
os seus métodos de trabalhos, a maioria desses micros seres vivos encontrados 
no ambiente não são cultiváveis em laboratórios, o que dificulta bastante o 
estudo dos mesmos. 
6.1 Os tipos de meios de cultura para o cultivo de microrganismos 
Os meios de cultura utilizados nos laboratórios são classificados como 
sólidos, semissólidos e líquidos. Os semissólidos se caracterizam por conter uma 
parte de sua composição feita de água e/ou de uma gelatina específica utilizada 
nos laboratórios; o líquido, por sua vez, é caracterizado por um caldo repleto de 
nutrientespara o desenvolvimento do microrganismo. 
A classificação dos meios de cultura é feita em duas categorizas: sintético 
e complexo. 
 
Meio de cultura sintético: 
São classificados como meio de cultura sintético o ambiente nutritivo onde 
se sabe exatamente qual é a composição química. Esse método é muito comum 
em análises de laboratório, pois esse meio acaba suprindo as exigências 
nutritivas do organismo, permitindo o seu crescimento espontâneo. 
 
Meio de cultura complexo: 
Por sua vez, os meios de cultura complexo não possuem uma composição 
exata, sendo variados ou não definidos, como amido, tomate, malte, etc. Esse 
meio é comum quando não existe uma necessidade nutritiva específica exigida 
pelo microrganismo. A cultura complexa é muito comum em fungos e bactérias 
heterotróficas. 
 
 
 
 
30 
6.2 A classificação dos meios de cultura 
Os meios de cultura mais utilizados podem ser classificados pelas 
seguintes condições: 
Meios enriquecidos: Para alguns microrganismos o seu cultivo será 
muito complicado, portanto, é necessário fornecer um ambiente enriquecido de 
nutrientes para que ele possa se manter e crescer, possibilitando a sua análise; 
Meios diferenciais: Esse meio é utilizado para estabelecer diferenças em 
microrganismos semelhantes; 
Meios seletivos: Os meios seletivos permitem a ação de uma substância 
que para o crescimento de um microrganismo permitindo o crescimento de outro. 
O objetivo, como o próprio nome indica, é fazer uma seleção a fim de realizar 
uma análise mais complexa; 
Outros meios: Pré-enriquecido, seletivo e diferencial, triagem, 
identificação, dosagem, contagem e estocagem. 
7 CATABOLISMO E ANABOLISMO 
Para o funcionamento do organismo é necessário à ocorrência de 
inúmeras reações bioquímicas em nível celular. O conjunto destas reações é 
definido como metabolismo. 
O metabolismo está dividido em duas partes que contêm objetivos e 
resultados opostos, o anabolismo e o catabolismo. 
As reações que acarretam o armazenamento de energia e construção de 
tecidos são conhecidas coletivamente como anabolismo. 
Neste processo, moléculas mais complexas são sintetizadas a partir de 
moléculas menos complexas. Estas moléculas menos complexas recebem a 
denominação de substratos. 
Um exemplo deste processo anabólico reside na síntese de proteínas 
dentro do tecido muscular a partir dos aminoácidos, e na formação de estoques 
de glicogênio por intermédio do agrupamento de moléculas de glicose. Isto 
ocorre, por exemplo, quando após uma sessão de treinamento temos a ingestão 
adequada de nutrientes. Principalmente carboidratos e proteínas, onde os 
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carboidratos serão convertidos em glicose e parte desta armazenada como 
glicogênio, e as proteínas fornecerão os aminoácidos necessários à hipertrofia 
muscular. 
O anabolismo demanda para sua ocorrência a oferta de energia e 
substratos necessários às suas reações, sendo responsável pelo crescimento, 
regeneração e manutenção dos diversos tecidos e órgãos presentes no 
organismo. 
Em um polo diametralmente oposto temos o catabolismo, onde o 
organismo irá desmembrar moléculas mais complexas para assim obter as 
moléculas mais simples, e por intermédio disto aumentar a disponibilidade de 
nutrientes ao organismo. 
Como exemplo de catabolismo, temos o processo de digestão dos 
alimentos, onde o organismo realiza o "desmonte" dos nutrientes presentes nos 
alimentos em moléculas mais simples que serão posteriormente usadas pelo 
metabolismo. 
As proteínas presentes em uma refeição à base de carnes irão ser 
desmembradas em aminoácidos e estes serões lançadas à corrente sanguínea 
para serem utilizados pelo organismo. 
O catabolismo também ocorre quando o organismo está sem energia 
suficiente e busca obter está por intermédio da destruição de seus próprios 
tecidos e reservas, acarretando a liberação de aminoácidos e glicose que serão 
convertidos em energia. 
Durante um treinamento para manter a oferta de energia necessária, o 
organismo estará utilizando o processo anteriormente descrito. Devido a isto, 
dizemos que ninguém está "crescendo" ou aumentando a sua performance 
durante uma sessão de treinamento, já que essa é essencialmente catabólica. 
A melhora virá nos períodos de descanso onde o organismo, caso tenha 
a oferta adequada de nutrientes, estará em anabolismo. Anabolismo e 
Catabolismo acontecem alternadamente no organismo, para aferirmos o 
resultado final destas reações teremos que analisar o balanço metabólico. 
A diferença entre a quantidade total de anabolismo e a de catabolismo em 
um período de tempo determina o balanço metabólico: 
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 Caso a quantidade de anabolismo tenha sido maior do que o de 
catabolismo terá um balanço metabólico positivo. 
 Caso a quantidade de catabolismo tenha sido maior do que o de 
anabolismo terá um balanço metabólico negativo. 
 Caso a quantidade de anabolismo tenha sido igual à de 
catabolismo, teremos um balanço metabólico nulo 
O catabolismo e anabolismo são regulados pelo sistema hormonal, onde 
alguns hormônios específicos atuam como sinalizadores e desencadeadores 
destes estados metabólicos. 
Dentre os principais hormônios catabólicos temos a adrenocorticotropina 
(ACTH) que ocasiona a secreção dos hormônios glicocorticóides, dentre os 
quais figura o tão conhecido cortisol. 
Os principais hormônios anabólicos são o hormônio do crescimento (GH), 
a testosterona, a insulina e o IGF-1. 
8 CICLOS BIOGEOQUÍMICOS 
Os ciclos biogeoquímicos são circuitos fechados que compreendem o 
percurso e as transformações dos diversos elementos constituintes da matéria 
viva ao atravessar as camadas da Terra. Representam o caminho percorrido 
pela matéria de um organismo a outro, deles para o ambiente físico e deste 
novamente para os seres vivos. 
O planeta Terra funciona como um sistema vivo: recebe um contínuo fluxo 
de radiação solar que é aproveitado como energia interna pela biosfera e como 
energia externa pelas camadas sólida, líquida e gasosa 
(litosfera, hidrosfera e atmosfera) do planeta. A circulação de matéria que se 
produz como consequência do recebimento dessa energia solar acontece em 
circuitos fechados. Esses circuitos da matéria são denominados ciclos 
biogeoquímicos. 
Os protagonistas desses ciclos são normalmente elementos químicos, 
como carbono, nitrogênio, fósforo, enxofre, potássio e outros compostos, como 
a água. 
https://www.coladaweb.com/geografia/camadas-da-terra
https://www.coladaweb.com/astronomia/planetas/terra
https://www.coladaweb.com/fisica/ondas/radiacao-solar
https://www.coladaweb.com/geografia/biosfera
https://www.coladaweb.com/geografia/crosta-terrestre
https://www.coladaweb.com/geografia/hidrosfera
https://www.coladaweb.com/geografia/atmosfera
https://www.coladaweb.com/quimica/elementos-quimicos/carbono
https://www.coladaweb.com/quimica/elementos-quimicos/nitrogenio
https://www.coladaweb.com/quimica/elementos-quimicos/fosforo
https://www.coladaweb.com/quimica/elementos-quimicos/enxofre
https://www.coladaweb.com/quimica/elementos-quimicos/potassio
https://www.coladaweb.com/biologia/ecologia/tudo-sobre-a-agua
https://comocriarumblog.online/
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https://comocriarumblog.online/
https://comocriarumblog.online/
 
 
 
 
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Há duas classes de ciclos biogeoquímicos: os gasosos, em que os 
elementos têm uma reserva, importante ou muito ativa, em forma de gás na 
atmosfera, e os sedimentares, nos quais não há uma reserva no compartimento 
atmosférico. 
8.1 O ciclo do carbono 
Uma das principaisreservas de carbono encontra-se nos mares. A 
vegetação, os solos e a atmosfera também constituem reservas de carbono. 
Na atmosfera, a maior parte do carbono encontra-se sob a forma de gás 
carbônico (ou dióxido de carbono, CO2). Essa é a molécula majoritária nos fluxos 
desse ciclo do qual participam os seres vivos. 
Na respiração de organismos aquáticos e terrestres, e também nos 
processos que ocorrem nos solos, o CO2 é produzido e lançado na água ou na 
atmosfera. A combustão de materiais orgânicos também produz gás carbônico. 
Já na fotossíntese do plâncton e da vegetação, pelo contrário, ocorre o consumo 
de CO2. 
Nas regiões mais profundas do mar formam-se rochas carbonatadas 
(como o calcário) ou sedimentos orgânicos, que incorporam o carbono numa 
fase mais lenta do ciclo. 
 
https://www.coladaweb.com/biologia/reinos/plancton
 
 
 
 
34 
 
8.2 O ciclo da água 
O ciclo da água é o mais significativo sob o ponto de vista da massa total 
da substância em circulação. Em nosso planeta existem reservas de água nos 
três estados físicos: sólido, líquido e gasoso. 
O ciclo da água começa com a evaporação, nos mares, de quase 0,5 
milhão de km3, que originam continuamente nuvens e dos quais quase 90% 
retornam diretamente ao mar em forma de chuva. Também por parte dos 
continentes ocorre continuamente uma emissão de água para a atmosfera, 
por evaporação e por transpiração da cobertura vegetal. Esse processo é 
denominado, em conjunto, evapotranspiração. 
A água que vai para a atmosfera por evapotranspiração, mais os 10% 
remanescentes da água evaporada dos mares, representa o total de chuva que 
cai em terra firme, da qual cerca de metade corre para os rios, que, por sua vez, 
a devolvem ao mar, onde se inicia um novo ciclo. O restante da água da chuva 
infiltra-se no solo, originando os lençóis subterrâneos. 
https://www.coladaweb.com/biologia/botanica/transpiracao-vegetal
 
 
 
 
35 
Essa circulação de água é possível graças à radiação solar como fonte de 
energia externa e à energia potencial, que por ação da gravidade transporta a 
água das maiores para as menores altitudes, até o nível do mar. 
 
 
8.3 O ciclo do nitrogênio 
O componente predominante na atmosfera é o gás nitrogênio (N2), 
elemento pouco reativo quimicamente. Existem dois caminhos para que esse 
nitrogênio seja aproveitável pela biosfera: a fixação abiótica, que acontece pela 
força dos raios, e a fixação biológica, realizada por bactérias, algumas que vivem 
livres e outras que estão em simbiose com plantas, principalmente as plantas 
fabáceas (também chamadas de leguminosas, como o feijão, a soja e o 
amendoim). 
No total, a fixação representa apenas 12% do nitrogênio necessário para 
a produção primária do conjunto da biosfera. O restante é obtido por meio da 
reciclagem do nitrogênio presente na matéria orgânica. Há uma série de 
bactérias que oxidam o nitrogênio orgânico e o transformam em nitrogênio 
mineral, que pode ser absorvido pelas plantas através de suas raízes. 
O processo contrário à fixação é a desnitrificação, também realizada por 
bactérias, que devolve nitrogênio gasoso para a atmosfera. 
 
 
 
 
36 
 
8.4 Ciclo do Oxigênio 
Os átomos de oxigênio estão disponíveis principalmente na atmosfera, na 
forma de gás oxigênio, mas podem ser encontrados em diferentes compostos 
minerais e orgânicos. 
Na atmosfera, o oxigênio é encontrado à taxa de 21%. Na forma de gás é 
utilizado na respiração aeróbica de animais. O oxigênio também pode ser 
encontrado na forma de gás carbônico atmosférico (CO2), utilizado pelos 
organismos fotossintetizantes na formação de compostos orgânicos. 
A fotossíntese é o processo responsável por grande parte da produção do 
oxigênio presente na atmosfera. Nesse processo, o O2 é liberado durante a 
construção de moléculas orgânicas. O consumo do O2 ocorre pela oxidação de 
moléculas orgânicas, no processo de respiração. 
O ciclo do oxigênio consiste na passagem do oxigênio de compostos 
inorgânicos, como O2, CO2 e H2O, para compostos orgânicos (açúcares) dos 
seres vivos e vice-versa. Observe o esquema a seguir. 
 
https://www.coladaweb.com/biologia/botanica/fotossintese-como-ocorre
 
 
 
 
37 
 
A decomposição de matéria orgânica, assim como a respiração dos seres 
vivos e a combustão (queima), são os responsáveis pela devolução do O2 à 
atmosfera, na forma de CO2 e água, respectivamente. Parte do oxigênio 
atmosférico também pode se combinar com metais no solo, como o ferro, e 
formar óxidos. 
8.5 O ciclo do enxofre 
As maiores reservas de enxofre estão em rochas sedimentares, em 
sedimentos atuais e na água do mar. O enxofre é escasso nos seres vivos: de 
todos os átomos de enxofre que há na Terra, somente 1 de cada grupo de 2 mil 
faz parte da matéria orgânica. Na atmosfera, esse elemento é ainda menos 
abundante. 
As emissões dos vulcões e das fontes hidrotermais submarinas têm 
quantidades importantes de gases sulfurosos. Também os solos e o mar 
produzem compostos gasosos desse elemento que, em geral, acabam oxidados 
sob a forma de dióxido de enxofre (SO2). Esse gás é também um subproduto 
 
 
 
 
38 
indesejado da combustão de compostos orgânicos com alta proporção de 
enxofre em sua composição. 
8.6 O ciclo do fósforo 
Trata-se de um ciclo sedimentar em que a reserva atmosférica é 
insignificante. A maior reserva desse elemento encontra-se nos sedimentos 
marinhos; os solos constituem a segunda reserva em importância, e em terceiro 
lugar estão as jazidas de fosfatos em rochas sedimentares, entre os quais se 
incluem os acúmulos de excrementos de aves marinhas, o chamado guano. 
As plantas absorvem fósforo por meio das raízes, e os animais o 
absorvem pela ingestão de plantas ou de animais que se alimentaram de plantas. 
Os resíduos de animais (fezes, urina, matéria orgânica) e de plantas são 
degradados por decompositores que liberam fósforo no solo. 
O ciclo também ocorre no tempo geológico, com a acumulação do fósforo 
em sedimentos que se tornarão rochas. Eventualmente essas rochas soltam 
fósforo pelo intemperismo, reintroduzindo-o novamente no ecossistema local. 
No solo, o fósforo ocorre como fosfato, que pode ser lixiviado pela chuva 
e fluir para águas subterrâneas. Quando fosfatos são acumulados em lagos, rios 
e mares pode haver a proliferação de algas vermelhas. 
https://www.coladaweb.com/geografia/intemperismo
 
 
 
 
39 
 
8.7 Interferência humana sobre os ciclos biogeoquímicos 
Até há pouco tempo, a capacidade do ser humano de influir sobre o meio 
era limitada e pontual. No entanto, desde que começou a utilizar combustíveis 
fósseis (carvão e petróleo), sua capacidade de alterar o ambiente aumentou 
consideravelmente. O enorme crescimento da população mundial e a extensão 
de um modelo de vida que associa o bem-estar à possibilidade de consumir 
quantidades de energia só faz agravar o problema. 
O número de habitantes do planeta não apenas vem crescendo de forma 
preocupante, como também vem aumentando o consumo de energia e de outros 
recursos. 
A humanidade tem capacidade de influir sobre o planeta de forma global. 
O problema das chuvas ácidas, o buraco na camada de ozônio e o aumento da 
concentração de gases na atmosfera – o que leva à intensificação do efeito 
estufa – são problemas originados por alterações dos ciclos biogeoquímicos. 
 
 
https://www.coladaweb.com/quimica/quimica-ambiental/chuva-acida
https://www.coladaweb.com/quimica/quimica-ambiental/camada-de-ozonio
https://www.coladaweb.com/quimica/quimica-ambiental/efeito-estufa
https://www.coladaweb.com/quimica/quimica-ambiental/efeito-estufa
 
 
 
 
40 
BIBLIOGRAFIA 
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42 
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MATTOS, M. L. T.; MACHADO, M. I.; SANTOS, F. O.; MARTINS, F. S.; 
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MATTOS, M. L. T.; SANTOS, S. C A.; SANTOS, F. O.; SANTOS, F. M. 
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baixas. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA DO SOLO, 24., 2003, 
Ribeirão Preto. Anais... Ribeirão Preto: UNESP, 2003. 1 CD-ROM. 
MONTEIRO, R. T. R Biodegradação de pesticidas em solos brasileiros. In: 
MELO, I. S. de; SILVA, C. M. M. S.; SPESSOTO, A. Biodegradação. 
Jaguariuna, 2001. p. 1-14. 
PELCZAR, M.; REID, R.; CHAN, E. C. S. Microbiologia. São Paulo: MacGRAW-
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SILVA, C. M. M. S. O fenômeno da biodegradação acelerada de pesticidas. 
In: MELO, I. S. de; SILVA, C. M. M. S.; SPESSOTO, A. Biodegradação. 
Jaguariuna, 2001. p. 1-14. 
Introdução a microbiologia ambiental. Departamento de Microbiologia 
Instituto de Ciências Biológicas Universidade Federal de Minas Gerais 
http://www.icb.ufmg.br/mic. 
 
 
 
 
43 
9 LEITURA COMPLEMENTAR 
9.1 Qualidade microbiológica de 10 amostras de café produzido numa 
indústria em João Pessoa 
Geannie Shirley Mélo do Nascimento; 
Ana Maria Vieira de Castro; 
Angela Lima Meneses de Queiroz; 
Elba Luciene Bezerra de Araújo; 
Inessa Adolfo de Jesus; 
Maria Amélia de Araújo Vasconcelos; 
Teresa Maria de Almeida Cabral; 
Gilvan Geremias do Nascimento. 
 
RESUMO 
O café torrado é o grão do fruto maduro de diversas espécies do gênero 
Coffea, principalmente de Coffea arábica, Coffea liberica e Coffea robusta, 
submetido a tratamento térmico adequado. Acredita-se que seja conhecido a 
mais de mil anos no Oriente Médio, na região de Kafa (daí o termo café), tendo 
sido os árabes os primeiros a cultivá-lo dando origem a uma das mais 
importantes espécies de café: “Coffea Arabica“. Atualmente o café é uma das 
bebidas mais conhecidas no mundo, e o Brasil é o maior exportador deste 
produto, além de possuir todos os tipos de grãos de café. Em virtude de toda a 
sua importância comercial e também relacionada aos componentes que possui, 
os quais traz grandes benefícios a saúde do consumidor é que se deu a escolha 
deste alimento no trabalho em questão. Como este produto, poderia ter sofrido 
possíveis contaminações por microrganismos durante o processo produtivo 
pelas bactérias do tipo fecal, seja pela utilização de matéria-prima inadequada, 
como fatos que envolvam a manipulação, armazenamento, ou transporte do 
produto pelo fabricante, então o intuito deste trabalho, foi o de verificar possíveis 
contaminações através de microrganismos, assim foram feitas análises 
microbiológicas em 10 amostras de café (cinco de cada lote - 1 e 2) com o 
objetivo de realizar a contagem de bactérias coliformes à 45ºC pelo método 
 
 
 
 
44 
NMP/g conforme a Instrução Normativa Nº 26, de 26 de agosto de 2003. 
Concluímos, através dos resultados obtidos, que as 10 amostras analisadas 
(100%) estavam de acordo com o padrão fixado pela ANVISA – Agência 
Nacional de Vigilância Sanitária – Ministério da Saúde RDC Nº 12 de 02 de 
janeiro de 2001, dentro do limite máximo: 10 coliformes à 45ºC, ou seja, com 
condições sanitárias satisfatórias, própria para o consumo. 
Palavras - chave: Café, Bactérias, Processamento, Contaminações. 
 
INTRODUÇÃO 
 
O Café torrado: É o endosperma (grão) beneficiado do fruto maduro de 
espécies do gênero 
Coffea, como Coffea arábica L. Coffea iberica Hien, Coffea canephoa 
Pierre (Coffea robusta Lindem), submetido a tratamento térmico até atingir o 
ponto de torra escolhido. O produto pode apresentar resquícios do endosperma 
(película invaginada intrínseca). Pode ser adicionado de aroma. 
Atualmente, o café é uma das bebidas mais consumidas no mundo e o 
Brasil tem a responsabilidade de ser o maior exportador mundial deste produto, 
além de ser um país privilegiado por ser o único a possuir todos os tipos de grãos 
de café que ao serem combinados em proporções precisas, satisfazem todos os 
gostos, com infinitas variedades. 
O fato é: acredita-se que o café seja conhecido há mais de mil anos no 
Oriente Médio, na região de Kafa (daí o termo café), tendo sido os árabes os 
primeiros a cultivá­lo, o que deu origem ao nome ‘ Coffea Arábica ’, uma das 
mais importantes espécies de café. 
No Brasil, mais especificamente no Rio de Janeiro, o café chegou por voltade 173, mais a partir do começo do século XIX, a cultura do café tornou-se a 
principal atividade agrícola do país, sendo responsável por mais da metade das 
divisas oriundas das exportações brasileiras. Deste modo, os cafezais logo se 
espalharam por São Paulo sul de Minas Gerais e, meio século mais tarde, já 
cobria extensa faixa que vai do Paraná ao Espírito Santo. Estabelecendo- se 
então o ciclo econômico que foi, certamente impulsionador da urbanização e 
industrialização do país, e que fez o Brasil reinar no cenário mundial, nas 
 
 
 
 
45 
primeiras cinco décadas deste século, como o responsável por 70% da produção 
mundial de café. 
Os estados de Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo e Paraná 
produzem em conjunto, 83% do café brasileiro, além disso, Bahia e Rondônia 
também vêm se destacando na produção de café. 
No que se refere a este produto, em termos de sua importância no 
mercado mundial, o Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo, 
fechando o ano de 2001 com o recorde de 23,5 milhões de sacas, de 60 kg, o 
que significaria 42% acima do volume obtido na safra de 2001/2002 e 
representaria a segunda maior safra de café da história, a primeira aconteceu 
em 1987/1988, com 42,9 milhões de sacas. 
Embora já tenha apresentado alguns ciclos de expansão e de crises, 
devido as oscilações da economia mundial, o café tem conseguido se manter 
imponente no mercado, gerando grandes receitas e milhões de empregos 
durante a sua produção, industrialização, comércio interno e externo e 
transporte. 
A razão do sucesso deste produto, em todo o mundo, está no hábito das 
pessoas em tomar café pela manhã, em função do consumo diário matinal de 
café fazer com que o cérebro permaneça mais atento e capaz para as atividades 
intelectuais diárias, além de estimular a atenção, memória e concentração; isto 
se dá pelo fato da cafeína, um dos seus principais componentes, se ingerida na 
quantidade certa, atuar de forma benéfica, estimulando o sistema de vigília do 
cérebro. O café contém também lactona, um componente que atua quase que 
na mesma proporção da cafeína, contribuindo para manter um elevado nível de 
atenção nas ações do ser humano. Além disso, o café ainda diminui a incidência 
de apatia e depressão e pode ajudar a prevenir o consumo de drogas e do álcool. 
Para que o café possa trazer-nos todos esses benefícios, é preciso que 
tenhamos a certeza de estarmos consumindo um café puro, livre de quaisquer 
adulterações (milho ou cevada, por exemplo, misturados aos grãos de café). 
Visando isto, a Associação Brasileira de Café – ABIC lançou, em 1989, o 
Programa de Controle de Pureza do Café Torrado e Moído, que concede às 
marcas de café que possuem a sua pureza comprovada, através de análises de 
amostras coletadas aleatória e permanentemente nos postos de venda em todo 
 
 
 
 
46 
o país, o Selo de Pureza da ABIC. Todavia, ainda é real a possibilidade de se 
encontrar no mercado um café de má qualidade, por causa da mistura de 
diversos tipos de impurezas. Em 1998, o INMETRO realizou uma análise em 
CAFÉ TORRADO E MOÍDO, na qual se constatou a presença de marcas no 
mercado que apresentaram fraudes na composição do produto, devido à adição 
de matérias-primas estranhas ao café, tais como: milho, cevada, cascas e paus. 
Em virtude disso, e de acordo com o procedimento do Programa de 
Análise de Produtos, que prevê a repetição de ensaios em um produto, após um 
determinado período de tempo, e que seleciona para análise produtos intensa e 
extensivamente consumidos pela população e que envolvam questões 
relacionadas à saúde dos consumidores, o INMETRO considerou de 
fundamental importância a realização de uma nova análise em CAFÉ TORRADO 
E MOÍDO, na qual foram realizados ensaios em amostras de cinquenta e cinco 
marcas deste produto, tendo sido verificadas suas características 
microbiológicas, microscópicas e físico-química. 
Em consequência, esse alimento, independe da possibilidade de 
deteriorarem, podem eventualmente apresentar populações elevadas de 
bolores, leveduras, bactérias indicadoras de contaminação fecal e até mesmo 
patogênicas, com destaque para a presença de Salmonella sp (Disponível 
em<http://www2.usp.br/canalacontece/artigo.php?id=211>. Acessado em 20 de 
junho de 2005). 
A carga microbiana total de um alimento é consequência da contribuição, 
em níveis variáveis, de inúmeros fatores vigentes no processo, destacando-se 
principalmente os seguintes: Microbiota presente na matéria-prima e 
ingredientes utilizados na produção, sendo que, no caso do café, ênfase maior 
deve ser dada ao grão; Contaminação pelo contato com equipamentos e 
utensílios, não convenientemente sanificados, e por meio do ar ambiente; 
Intensidade e grau de higiene no manuseio dos produtos ao longo do processo; 
Controle efetuado nas várias etapas do processamento, principalmente naquelas 
em que as condições de umidade e temperatura propiciam a multiplicidade 
microbiana 
As análises microbiológicas são fundamentais para se conhecer as 
condições de higiene em que os alimentos são preparados, os riscos que estes 
http://www2.usp.br/canalacontece/artigo.php?id=211
 
 
 
 
47 
alimentos podem oferecer a saúde do consumidor e se os alimentos terão ou não 
a vida útil pretendida. Além disto, a análise laboratorial permitirá determinar o 
agente etiológico mais provável, no caso de um episódio de toxinfecção 
alimentar. Essas análises são indispensáveis também para verificar se os 
padrões e especificações microbiológicos, nacionais e internacionais, estão 
sendo atendidos adequadamente (FRANCO & LANDGRAF, 2003.) 
Visando estabelecer as orientações necessárias que permitam executar 
as atividades de inspeção sanitária, de forma a avaliar as Boas Práticas para a 
obtenção de padrões de identidade e qualidade de produtos e serviços na área 
de alimentos com vistas à proteção da saúde da população, o Ministério da 
Saúde publicou a Portaria N° 1428 de 26/11/93, recomendando que seja 
elaborado um “Manual de Boas Práticas de Manipulação de Alimentos”, baseado 
nas publicações técnicas da Sociedade Brasileira de Ciência e Tecnologia de 
Alimentos (SBCTA), Organização Mundial de Saúde (OMS) e Codex 
Alimentarius. 
Em agosto de 1997 foi publicada a Portaria Ministerial N° 326 de 30/07/97, 
definindo as condições técnicas para a elaboração do manual de boas práticas. 
De acordo com estas recomendações, no dia 12/03/99 o CVS do Estado de São 
Paulo publicou a Portaria CVS-6 de 10/03/99, a qual consiste em um 
“Regulamento Técnico Sobre os Parâmetros e Critérios” para orientar as ações 
da Vigilância Sanitária e as operações de controle para os estabelecimentos, 
produtores e prestadores de serviços de alimentação. Nesta publicação, foram 
definidos as condutas e os critérios importantes para servir como referências 
para que seja elaborado o manual de Boas Práticas pelos Responsáveis 
Técnicos (RT) das empresas produtoras de alimentos. 
Todas estas publicações oficiais visam um melhor entrosamento entre o 
que se vai produzir com o que se vai fiscalizar, tendo como consequência um 
alimento com melhor qualidade higiênico sanitária. Os critérios de avaliação (as 
metodologias para amostragem, colheita, acondicionamento, transporte e para 
análise microbiológica de amostras de produtos alimentícios) devem obedecer 
ao disposto pelo Codex Alimentarius; “International Commission on 
Microbioligical Specificatinos for Foods” (ICMSF); “Compendium of Methods for 
the Microbioligical Examination of Foods” e “Standard Methods for the 
 
 
 
 
48 
Examination of Dairy Products” da “American Public Health Association (APHA)”; 
“Bacteriological Analytical Manual” da Food and Drug Administration, editado por 
Association of Official Analytical Chemists (FDA/AOAC), em suas últimas 
edições e/ou revisões, assim como outras metodologias internacionalmente 
reconhecidas. 
Um critério

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